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Capítulo 1 - APRESENTAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
2. Metodologia de Comissionamento
c. Etapas do Processo
d. Condições de Operabilidade
e. Gestão de Pendências
6. Condicionamento
r. TAF – Teste de Aceitação de Fábrica
s. Inspeção de Recebimento
t. Inspeção de Completação Mecânica
u. Testes de Certificação
v. CCM – Certificação de Completação Mecânica de Sub-Sistemas
9. Ferramentas de Gestão
.
CONTEXTO DO COMISSIONAMENTO
Em um fim de tarde qualquer do século XVII, três homens conversam à beira do cais
de um porto europeu. O comandante de um navio que deverá zarpar no dia seguinte
para uma viagem ao Oriente acerta os últimos detalhes com o armador e o mestre dos
carpinteiros navais. Ele passará vários meses no mar, e uma de suas poucas certezas
é que este será um tempo difícil em que terá de enfrentar situações imprevisíveis, que
exigirão o máximo dele, de sua tripulação e de seu equipamento. Em caso de
problemas provavelmente não terá como receber ajuda e deverá contar apenas com
seus próprios recursos. Por isso, o comandante se preocupa com todos os detalhes.
Quer saber se o mestre verificou o navio por completo – o cabrestante está
engraxado? As velas de reserva estão no paiol? Os cabos de controle do leme foram
testados? Cobra do armador os alimentos, os remédios, as vestimentas, e não se
esquece das cartas de navegação, manuais náuticos, etc. Seus dois interlocutores
são, em última análise, os fiadores do sucesso da viagem, pois uma bomba de porão
que não funcione durante a tempestade pode significar a diferença entre a vida e a
morte. Não por acaso, ambos são muito experientes e conceituados em seus ofícios, e
possuem grande conhecimento das realidades e necessidades desse tipo de
empreendimento. Não por acaso, também, a relação entre esses três homens é
marcada por uma grande confiança mútua. Só assim os enormes riscos de tal viagem
são trazidos a níveis menos insuportáveis e os banqueiros de Antuérpia e da Liga
Hanseática aceitam financiá-la.
Se tudo estiver a contento o comandante dirá, em seu jargão naval, que o navio está
“comissionado”, ou seja, preparado para cumprir sua missão.
Em um final de tarde qualquer do século XXI, três homens conversam à beira do cais
de um porto europeu. O diretor de uma usina termelétrica que deverá entrar em
operação comercial no mês seguinte para alimentar todo o complexo portuário discute
com um dos sócios da empresa e com o gerente da construtora responsável pela
implantação da usina. Ele aceitou assumir o cargo por pelo menos três anos, e uma de
suas poucas certezas é que este será um tempo difícil em que terá de enfrentar
situações imprevisíveis, que exigirão o máximo dele, de sua equipe e de seu
equipamento. Em caso de problemas, provavelmente não haverá tempo de esperar
por ajuda e terá de resolvê-los com seus próprios recursos. Por isso, o diretor está
profundamente preocupado. Quer saber se a construtora atendeu a todos os requisitos
técnicos, pois até agora não recebeu evidências de que isso seja verdade. Cobra do
sócio da empresa as licenças, contratos de apoio operacional e outros recursos
prometidos e ainda não materializados. Seus dois interlocutores são, em última
análise, os fiadores do sucesso da operação da usina, pois um simples sensor
defeituoso pode causar graves danos aos grupos geradores e até acidentes fatais.
Deveriam ser ambos muito experientes e conceituados em seus ofícios e deveriam
possuir grande conhecimento das realidades e necessidades deste tipo de
empreendimento. A relação entre os três homens deveria, também, ser marcada por
uma grande confiança mútua. Estas são condições básicas para que os riscos do
empreendimento sejam adequadamente administrados e os acionistas tenham uma
razoável certeza de que seu investimento dará o retorno previsto.
Mas não é o que acontece. Há controvérsias, desinformação, incerteza técnica,
desconfiança e acusações. A usina tem que partir, pois o cronograma já está atrasado,
mas as condições operacionais ainda são precárias. Por trás dos discursos, as
equipes de campo sabem que estão recebendo uma instalação industrial semi-
acabada, insegura, que ainda exigirá muito esforço e tempo para ser colocada em
ordem de marcha. A curva de subida em produção prevista não será respeitada, os
custos de operação & manutenção descolam do planejado, e é melhor nem pensar no
que vai acontecer com o fluxo de caixa e a taxa de retorno.
O que mudou? Por que o comandante do século XVII, apesar de todas as limitações
da época, estava comparativamente em melhores condições para iniciar sua missão
do que o diretor do século XXI com seu aparato tecnológico? A resposta é complexa e
transcende o escopo deste artigo, mas um de seus componentes pode ser identificado
nos cenários acima e será brevemente comentado aqui: o Comissionamento.
Bibliografia recomendada
ORIGEM DO TERMO
Em suas origens, o termo latino committere significava “confiar”, e por extensão
“atribuir cargo ou missão de confiança”. Passou para o idioma anglo-saxão como
“commissioning” e de longa data adquiriu a conotação, no meio marinheiro, de
“entregar um navio ao serviço ativo”, indicando claramente o componente de confiança
embutido neste ato. À medida que a tecnologia naval avançava, a entrega dos navios
foi ganhando características de uma atividade específica, conhecida como Provas de
Cais e Mar. Hoje, embarcações de alto conteúdo tecnológico como, por exemplo,
navios de combate exigem planejamento elaborado, tempo considerável e muitos
profissionais altamente qualificados para vencer essa etapa e para que seus
comandantes possam considerá-los “prontos para cumprir sua missão”.
Esta evolução por muito tempo não teve correspondente claro em terra firme. A
situação começou a mudar apenas a partir dos grandes programas de engenharia
posteriores à Segunda Guerra Mundial, que exigiram novos padrões de segurança e
de confiabilidade para equipamentos complexos que deveriam operar corretamente na
primeira vez em que fossem acionados. Essa necessidade levou, por um lado, ao
desenvolvimento dos conceitos da Garantia da Qualidade hoje indispensáveis; por
outro, induziu à adaptação das práticas do comissionamento naval para as
implantações de ativos industriais e a fabricação de equipamentos sofisticados como
aviões e satélites.
A transposição dessa metodologia não se fez, porém, de forma rápida ou inconteste. O
assunto manteve-se restrito a setores de ponta, e somente a partir do final da década
de 1980 surgem às primeiras iniciativas de normalização (ASHRAE Standard 1-1989R
e normas NORSOK). A literatura especializada aparece no final dos anos 1990
(mantendo-se até hoje bastante reduzida) e a partir do ano 2000 tem-se notícia da
primeira legislação contemplando o uso de técnicas de comissionamento (programa
GBC / LEED para a construção civil, nos Estados Unidos). Essa evolução, mesmo que
significativa, está longe, porém, de significar consolidação conceitual ou disseminação
ampla no mercado. Não existe ainda um padrão metodológico aceito pela maioria da
indústria, e a aplicação prática do comissionamento, na grande maioria dos casos,
deixa muito a desejar. Nesse sentido, e respeitadas às proporções, pode-se
estabelecer um paralelo entre o comissionamento, a Qualidade e a Gestão de
Projetos. Há cerca de trinta anos atrás, as duas últimas já tinham sua importância
reconhecida, havia normas ou boas práticas em uso, mas ainda não existiam padrões
que nivelassem o conhecimento e estabelecessem uma base comum para a sua
aplicação. A família de normas ISO 9000 e os guias metodológicos publicados por
entidades como o PMI, o IPMA e o OGC atingiram esse objetivo em ambas as áreas
de conhecimento. O comissionamento carece ainda de algo semelhante, embora
esforços estejam sendo feitos nesse sentido e existam inclusive estudos visando
torná-lo uma atividade passível de certificação por órgãos credenciados (Sociedades
Classificadoras, por exemplo).
ABORDAGEM
O comissionamento, como já exposto, pode ser definido como um conjunto
estruturado de conhecimentos, práticas, procedimentos e habilidades, aplicável a
produtos complexos de engenharia com o objetivo de assegurar sua operabilidade e
garantir sua transferência ordenada e segura do construtor para o operador (ou da
fase de construção e montagem para a fase de operação estável). O comissionamento
representa hoje, claramente, uma transição de velhas práticas de implantação de
ativos físicos em direção a novos conceitos que enfatizam a operação comercial bem
sucedida, e não apenas a obra encerrada, como o verdadeiro fator crítico de sucesso
de um empreendimento. O valor agregado pelo comissionamento a um
empreendimento já foi bem identificado por vários estudiosos do assunto, assim como
os ganhos econômicos proporcionados por sua aplicação correta, conforme pode ser
constatado pela leitura das referências sugeridas nesta apostila.
Porque, então, o comissionamento ainda é relativamente mal conhecido e mal
aplicado? Para entender isso, cabe traçar um perfil da situação típica da implantação
de um ativo físico, tal como ainda ocorre em boa parte dos empreendimentos. Verifica-
se nesses casos um fenômeno que se resume em um ditado bem conhecido no
mundo da engenharia: “Uma obra não se termina, abandona-se.” Essa percepção
cínica, porém verdadeira, expressa a realidade de um projeto mal planejado e mal
gerenciado onde, após vários prazos e orçamentos estourados, chega o momento em
que é mais barato “deixar como está” e passar o problema à frente para os futuros
operadores / usuários do que concluir o escopo do empreendimento.
Declarar um ativo pronto nessas condições é uma falsa solução, acarretando uma
transferência de responsabilidades e custos para o operador / usuário, mascarando
com isso os verdadeiros custos e prazos e comprometendo o sucesso do
empreendimento. A observação mostra que em projetos conduzidos dessa maneira, o
comissionamento é efetuado segundo um roteiro relativamente padrão:
Essas qualidades angariavam para esses profissionais o respeito das equipes e dos
principais interessados e, associadas às posições que ocupavam na hierarquia,
asseguravam-lhes autonomia para exercer suas funções sem interferências, além de
uma visão de conjunto que era indispensável para que pudessem ter sucesso em sua
atividade. Este quadro contrasta com a situação comumente encontrada nos dias de
hoje, e aponta um primeiro caminho para que o comissionamento possa aumentar sua
contribuição aos projetos atuais:
O primeiro quesito pode ser atendido através da seleção de profissionais que possuam
as características citadas acima. Claro está que profissionais com este perfil são
seniores, não se encontram pelas esquinas, e custam relativamente caro. Por outro
lado, não é preciso um grande número deles; uma equipe de gestão de
comissionamento normalmente não terá mais do que cinco ou seis pessoas desse
nível. O que deve ser entendido pelos responsáveis do empreendimento é que o custo
/ benefício desta equipe é amplamente favorável, e não tê-la é sinônimo de problemas
na fase crítica de transferência do ativo para o cliente / operador.
A posição do comissionamento na organização do projeto não é ponto pacífico,
gerando polêmicas entre clientes, construtores e comissionadores. Essa polêmica é
alimentada por dois pontos mal compreendidos: o método de trabalho do
comissionamento e as relações que se formam no ambiente do projeto entre
construtores, comissionadores e cliente. Sem entrar em detalhes, cabe notar que o
método de trabalho do comissionamento difere conceitualmente do método da C&M, e
que a ação do comissionamento coloca-o amiúde em desacordo com o construtor e
alinhado com os interesses do cliente. Essas constatações sugerem que a
subordinação usual do comissionamento à C&M merece reavaliação, de modo a não
apenas eliminar as causas de conflito observadas como também devolver ao
comissionamento a capacidade de integração que representa uma das maiores
contribuições que esta disciplina pode oferecer a um empreendimento.
Ter responsáveis com qualificação sênior, dotados de prestígio e qualidades de
liderança, posicionados na organização de modo a poder atuar com autoridade e
autonomia, é, portanto o primeiro passo para que o comissionamento possa produzir
resultados significativos. Mas não basta. São precisos metodologia, procedimentos e
infraestrutura. Para avançar neste terreno, é conveniente retornar à questão do
método de trabalho apontada acima. Este método pode ser definido por três
elementos, a saber:
O primeiro tópico traz um conceito aparentemente novo, mas que se alinha com a
noção de que o ativo é um instrumento a serviço de um negócio, e que o fator de
sucesso é o negócio bem sucedido. Assegurar a operabilidade significa fazer com que
o ativo não apenas funcione no sentido “eletro-mecânico” do termo, mas que seja
transferido ao cliente com todas as condições necessárias à sua operação normal
atendidas. Treinamento, sobressalentes, contratos de apoio, licenças, etc. fazem parte
da operabilidade de um ativo.
O planejamento é a essência do comissionamento. Muitas das atividades de campo
típicas desta área podem ser executadas por equipes de C&M ou mesmo de
Operação & Manutenção (O&M), mas o planejamento da entrada em serviço de um
ativo é algo que deve ser feito por profissionais especializados. É um grande equívoco
achar que este planejamento cobre apenas a fase final da C&M, por um período curto
de tempo. Ao contrário, para que a fase de entrada em operação de um ativo seja bem
sucedida é necessário iniciar sua preparação muito antes, ainda na fase de Projeto
Executivo ou mesmo antes. É neste ponto que as informações de engenharia
começam a ser estruturadas de modo a atender não apenas às necessidades de
Suprimentos e C&M, mas também às de entrada em operação do ativo. O
planejamento deve ser consolidado em um Plano ou Manual, elaborado o mais cedo
possível, e que defina como o comissionamento será organizado, coordenado,
executado e controlado. A partir daí o planejamento evolui junto com o
empreendimento, chegando ao nível de programação (folha tarefa) no campo.
Em paralelo com o planejamento ocorre o desenvolvimento da documentação de
apoio, atividade chamada por alguns de “Engenharia de comissionamento”. Trata-se
da elaboração de um conjunto de documentos definidores do universo de aplicação do
comissionamento no empreendimento, da definição das lógicas de processo e de
partida do ativo, dos procedimentos de execução das atividades de campo, dos
registros dessas atividades e de certificação dos resultados. Em especial, destacam-
se pela sua importância a Lista de Sistemas Operacionais, a Rede de Precedência de
Partida, os Certificados de Completação Mecânica e os de Termos de Transferência e
Aceitação. A Lista define como um ativo terá seu processo dividido logicamente e
quais os elementos que irão compor a seqüência de partida do mesmo; a Rede
estabelece esta seqüência; os Certificados indicam que os sistemas ou subsistemas
operacionais encontram-se aptos a iniciar seus testes funcionais; os Termos,
finalmente, marcam o final desses testes e indicam que os sistemas estão prontos
para operação normal. Esses documentos podem ter diversos títulos, mas seu
conceito permanece o mesmo em qualquer metodologia de comissionamento.
A gestão do comissionamento deve ser feita segundo o princípio da garantia da
qualidade que estabelece a relação procedimento aprovado / ação executada /
resultado certificado / registro efetuado. Outro princípio a ser respeitado é o da
rastreabilidade das informações.
O histórico das ações efetuadas sobre cada item comissionável, subsistema e sistema
deve ser preservado e colocado à disposição do cliente / operador em formatos que
permitam a recuperação e uso das informações, especialmente pelas equipes de
manutenção. Nesse particular, deve ser ressaltado que as informações produzidas
pelas ações de comissionamento são entradas para os sistemas de gestão de
manutenção dos ativos e devem ser organizadas / formatadas com essa finalidade em
vista. Ainda sob o ângulo da qualidade, note-se que não se aplica ao comissionamento
o critério de amostragem. Se um determinado tipo de item comissionável (classe de
itens) deve ser submetido a um dado teste, então todos os itens daquela classe serão
testados. A aplicação destes conceitos com rigor é um dos elementos básicos para dar
ao comissionamento a componente de confiança que é a sua essência.
Outro elemento básico para estabelecer a relação de confiança essencial é a
participação do cliente / operador. As metodologias de comissionamento atuais
preconizam que o cliente / operador acompanhe o planejamento desde o início, com
oportunidade para opinar sobre aspectos que afetarão a rotina futura de O&M como,
por exemplo, a organização do ativo em sistemas e subsistemas operacionais.
Durante a fase de testes funcionais o acompanhamento transforma-se em participação
ativa, pois o ideal é que os operadores realizem os testes de desempenho (mantida a
responsabilidade dos trabalhos com o construtor). Esse procedimento atende a dois
objetivos: corresponde à parte prática do treinamento dos operadores e promove o
comprometimento destes com os resultados do trabalho. As observações mostram que
dessa forma os atritos entre construtor e cliente / operador diminuem drasticamente e
as condições de operabilidade são mais facilmente atingidas. No entanto, as
observações mostram também que esse resultado exige quase sempre um esforço de
comunicação e negociação por parte dos responsáveis do comissionamento, no
sentido de vencer resistências e pré-conceitos de ambos os lados.
A participação dos operadores também é indispensável para permitir a aplicação do
princípio da transferência gradual do ativo. Esse princípio estabelece que o cliente /
operador aceite e assuma a responsabilidade por cada sistema operacional à medida
que os respectivos testes de aceitação de desempenho / confiabilidade sejam
executados com sucesso e as demais condições de operabilidade correspondentes
estejam atendidas. Dessa forma a transferência se distribui ao longo de um intervalo
de tempo, tornando-se mais gerenciável para ambas as partes.
Finalmente, cabe esclarecer um ponto básico que foi propositalmente deixado paro o
final: a Operabilidade. Em termos sucintos, este conceito pode ser descrito como a
capacidade de um ativo de atender a seus requisitos de desempenho especificados
enquanto operando de forma estável e confiável.
A operabilidade de um ativo é comprovada através do atendimento às seguintes
condições:
1. Todos os sistemas operacionais do ativo estão transferidos para o operador, livres
de pendências;
2. O controle das energias utilizadas no ativo está inteiramente transferido para o
operador;
3. As equipes de operação e de manutenção receberam todo o treinamento
necessário para guarnecer o ativo;
4. A documentação necessária à operação & manutenção do ativo está atualizada e
disponível para os usuários;
5. As dotações previstas de sobressalentes, ferramentas e consumíveis de processo
estão aprovisionadas;
6. O ativo está conforme a todas as normas e regulamentos aplicáveis;
7. As interfaces externas do ativo, necessárias ao seu funcionamento, estão
operacionais;
8. O ativo dispõe de todas as licenças e contratos necessários ao seu funcionamento;
9. Os dispositivos e instalações temporárias de obra foram retirados, a área ocupada
está reconstituída e não há mais empreiteiras no perímetro do ativo;
10. O sistema de gestão de manutenção do ativo está operacional.
As responsabilidades pelo atendimento das condições de operabilidade listadas para
um empreendimento devem estar esclarecidas em contrato de forma clara antes do
início das atividades, detalhando-as quando necessário em sub-tarefas.
A certificação das condições de operabilidade atribuídas ao projeto corresponde ao fim
do escopo técnico do projeto, e conseqüentemente do processo de comissionamento,
e permite a transferência do ativo (conhecida como Transferência das Instalações) ao
operador.
O processo de comissionamento opera na interface entre a operação de um
empreendimento, responsável por sua implantação, e os agentes executores do
mesmo, conforme representado pelo esquema abaixo, possuindo um caráter
integrador e agregando a visão operacional à gestão do empreendimento.
Figura 1
Processo de Comissionamento de um Empreendimento com foco na Operabilidade da
Instalação
Os responsáveis pela gestão e execução do processo de Comissionamento e
Transferência de Instalações, devem estar definidos dentro dos limites contratuais
entre as partes, e o escopo dos serviços necessários à realização do processo deve
ser distribuído entre a equipe do projeto, as contratadas e o operador de acordo com a
estratégia de implantação definida para o empreendimento.
O comandante do navio do século XVII teria dificuldades para entender os termos
modernos da lista acima, mas certamente concordaria com seu significado. Ela define
os mesmos objetivos que ele perseguia quando se preparava para a longa viagem.
Hoje, como ontem, estes são os objetivos a atingir na implantação de um
empreendimento, pois são os que asseguram aos que recebem a missão de operá-los
que poderão fazê-lo em segurança e com eficácia. O gerente de projeto e o construtor
são os fiadores modernos do sucesso, e o comissionamento é um instrumento
poderoso de que podem dispor para oferecer ao cliente a operabilidade desejada. Sua
aplicação correta em um empreendimento não irá garantir o sucesso do negócio, mas
dará uma grande contribuição neste sentido.
INÍCIO DO PROCESSO
Figura 2
Ciclo de vida do empreendimento segundo a
Metodologia FEL – Front End Loading
O FEL é dividido em três fases com pontos de análise e aprovação, chamados de
gates, entre estas fases. Estas fases são:
* FEL I – corresponde à fase de análise do negócio, cujo objetivo é avaliar a
atratividade e oportunidade de investimento. Nesta fase os objetivos do projeto são
alinhados aos objetivos estratégicos da organização.
* FEL II – corresponde à fase de estudo de viabilidade técnica e econômica. Esta fase
é responsável em selecionar as alternativas (opções para desenvolver as iniciativas),
estratégia de contratação e seleção tecnológica.
* FEL III – corresponde à fase de engenharia básica (primeira fase da implantação de
um projeto onde são revistos os trabalhos de engenharia preliminar que consiste em
estudos de viabilidade, lista de equipamentos, fluxogramas e layouts) e visa o
desenvolvimento do projeto básico e do planejamento da execução do projeto. Nesta
fase, o escopo é fechado através do detalhamento do produto.
* FEL IV – implantação do projeto
* FEL V – operação
Segundo a metodologia FEL, o processo de comissionamento se inicia na Fase III
(projeto básico do empreendimento) e se estende até o final da Fase IV (implantação),
sendo o esforço principal realizado nesta última fase, conforme mostrado na figura a
seguir.
Figura 3
Posicionamento do comissionamento e transferência de instalações em um
empreendimento
Durante a Fase III o comissionamento atua de forma complementar, gerando pelo
menos os seguintes resultados:
* Identificação e definição preliminar dos sistemas operacionais;
* Definição preliminar da seqüência de partida do ativo;
* Análise do projeto básico com vistas à operabilidade do ativo;
* Definição da estratégia de contratação e execução do comissionamento na Fase IV
Na Fase IV o comissionamento exerce papel integrador no empreendimento, atuando
nas seguintes frentes:
* Apoio ao projeto executivo para assegurar a funcionalidade e a mantenabilidade do
ativo;
* Apoio aos suprimentos para assegurar que a aquisição de materiais e serviços
contemple os aspectos necessários de comissionamento;
* Apoio à gestão para assegurar que o planejamento incorpore todas as informações
relativas às atividades de comissionamento, em especial as de pré-operação e partida
do ativo;
* Apoio à construção & montagem para assegurar a integração entre as atividades
desta área e as do comissionamento;
* Apoio ao operador para assegurar que as condições de operabilidade sob
responsabilidade dele sejam atendidas, e que os subsídios necessários ao
comissionamento, em especial à pré-operação & partida, sejam colocados à
disposição conforme planejado;
* Apoio às empresas contratadas para assegurar que suas responsabilidades em
relação ao comissionamento sejam entendidas e cumpridas.
As principais atividades de comissionamento na Fase IV são:
* Contratação:
* Definição da estratégia de contratação do comissionamento
* Gerenciais:
* Planejamento e Gestão
* Documentação
* Campo:
* Preservação
* Condicionamento
* Pré-Operação & Partida
* Gestão de Pendências
* Operação Assistida
Estas atividades e seu encadeamento são mostrados na figura abaixo.
Figura 4
As atividades de comissionamento na Fase IV
Nota-se, de início, a duração preconizada para o processo de comissionamento. Ele
se inicia durante a fase de desenvolvimento do projeto de Engenharia (Executivo ou
Básico) e se estende até a completa entrega do ativo, bem após o encerramento da
C&M. É o processo mais longo do empreendimento, embora isso não signifique que
seja o mais caro ou o maior consumidor de recursos. Essa duração corresponde à
conveniência de inserir no empreendimento, o mais cedo possível, os conceitos, o
planejamento e as informações que servirão para atingir a meta da Operabilidade e,
no outro extremo, de assegurar essa mesma Operabilidade.
O Comissionamento verifica e registra o funcionamento e o desempenho de
componentes (itens), equipamentos e sistemas, identificando e solucionando as
pendências, não conformidades, defeitos e falhas, quando existirem, desde a fase de
projeto até a transferência das instalações ao operador.
A transferência de instalações do construtor para o operador deve ser ordenada e
segura, assegurando a confiabilidade operacional e a rastreabilidade das
informações.
O eixo principal do processo é composto pelas atividades de Condicionamento,
Preservação e de Pré-Operação & Partida, que conduzem à operação do ativo. Este
eixo é balizado por quatro documentos: Relatórios de Inspeção de Recebimento (RIR),
Certificados de Completação Mecânica (CCM), Teste de Aceitação de Performance
(TAP) e Termos de Transferência e Aceitação de Sistemas (TTAS), os quais marcam
os limites de início e fim de cada atividade.
A Transferência de Instalações se conclui com a emissão do Termo de Transferência
de Instalações (TTI).
Uma ação que precede o efetivo início do processo de comissionamento é a definição
do seu modo de execução. Dependendo da estratégia adotada para o
empreendimento, este processo poderá ser assumido, em todo ou em parte, pela
própria equipe do empreendimento ou contratado de diferentes formas e em diferentes
momentos. Como diretrizes, cabe ressaltar a conveniência de contratar a empresa
responsável pelo comissionamento o mais cedo possível, as prováveis dificuldades
advindas da subordinação do comissionador ao construtor / montador e a função de
assessoria que esta empresa pode assumir junto à equipe do empreendimento nos
aspectos relativos à qualidade do produto (ativo físico). Como apoio à contratação dos
serviços de comissionamento foi elaborado um conjunto de Diretrizes Contratuais,
alinhado com a metodologia aqui apresentada e aplicável aos diversos tipos de
empreendimentos da Petrobras mediante a configuração de uma matriz de
responsabilidades e de alguns dados de entrada.
Outro ponto relevante é a terminologia. A multiplicidade de práticas de
comissionamento traz consigo uma variedade de nomenclaturas, o que evidentemente
dificulta a transmissão do conhecimento e o debate. Nomes diferentes para os
mesmos conceitos e definições pouco rigorosas exigiram que a construção da nova
metodologia se iniciasse pela criação de um glossário preciso para as várias etapas e
atividades do comissionamento. Os termos utilizados na metodologia aqui
apresentada procuram respeitar o uso comum, evitam na medida do possível
expressões em inglês e buscam associações claras entre termos e significados. Este
glossário encontra-se no Capítulo 2 desta apostila.
OPERAÇÃO ASSISTIDA
Atividade de apoio às equipes de operação e manutenção do operador após a
transferência de um SOP, com o objetivo de assegurar que o início da operação seja a
continuação segura da pré-operação & partida.
OPERADOR
Proprietário da instalação, ou cliente final do ativo em implantação. Não deve ser
confundido com a atividade funcional de operar uma instalação. Não deve ser
confundido com funcionário da operação.
FUNCIONÁRIOS DA OPERAÇÃO TREINADOS
Qualificação dos profissionais das equipes de operação e manutenção para executar
atividades de operação e manutenção nos Sistemas Operacionais testados.
ORIENTAÇÕES DE PRESERVAÇÃO DOS FORNECEDORES / FABRICANTES
Orientações passadas pelos fabricantes com as recomendações básicas para
preservação de equipamentos / itens. O atendimento a essas atividades é pré-
requisito para que a garantia do fabricante seja assegurada.
PARTIDA
Conjunto de testes de desempenho e de confiabilidade aplicados aos SSOP e SOP de
um ativo com o objetivo de comprovar sua plena funcionalidade e avaliar seu
desempenho em condições reais.
PASTA DE SISTEMA
Coletânea ordenada de todos os documentos de comissionamento relativos a um
dado sistema ou subsistema operacional.
PASTA DE TRABALHO
Conjunto de documentos e informações necessários para orientar e apoiar a
realização de uma ou mais tarefas de campo, e que deve ser portada pelo respectivo
executante.
PENDÊNCIA
Qualquer atividade pertencente ao escopo do projeto, não realizada conforme
planejado ou realizado de maneira não conforme.
PENDÊNCIAS SANADAS E ACEITAS
Pendências verificadas em conjunto com o operador devidamente resolvidas por parte
do executante.
PLANEJAMENTO DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM
Conjunto de documentos que definem como a C&M de um ativo deverá ser
organizada, coordenada, executada e controlada.
PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Atividade elaborada pelo responsável pelo processo de comissionamento para
planejar, organizar e controlar as atividades de treinamento de operação &
manutenção, assistência técnica de fornecedores e outras atividades similares.
PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE COMISSIONAMENTO
Atividade que define as diretrizes para organização, coordenação, execução e controle
das atividades de comissionamento e gerencia sua aplicação ao longo de todo o
processo.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DE TREINAMENTOS
Atividade de identificar as necessidades, planejar, coordenar e controlar a aplicação
dos treinamentos operacionais e de manutenção necessários ao funcionamento do
ativo. O responsável pelo comissionamento aplica diretamente os treinamentos
relativos aos SSOP e SOP, cabendo normalmente aos fabricantes os treinamentos dos
itens comissionáveis.
PLANO DE DOCUMENTAÇÃO
Documento que descreve as atividades desenvolvidas nas etapas de execução e
controle do processo de gestão da documentação técnica de um empreendimento.
Tem como objetivo permitir maior agilidade na execução das atividades de
documentação técnica e garantir sua entrega ao operador, no padrão acordado.
PLANO DE GERENCIAMENTO DA INTEGRAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Documento formal que integra e coordena os demais planos do empreendimento
(escopo, prazo, custos, riscos, qualidade, etc.), em uma base sólida e coesa.
PLANO DE GESTÃO DO EMPREENDIMENTO
Documento que define como um empreendimento deverá ser planejado, organizado,
coordenado, executado e controlado de modo a atender ao respectivo documento
contratual.
PLANO DE TRANSFERÊNCIA DE INSTALAÇÕES
Documento formal que contém os requisitos para a transferência da instalação
negociados entre o operador e a engenharia contratada.
PRÉ-OPERAÇÃO & PARTIDA
Conjunto de atividades de campo executadas sobre itens, malhas, subsistemas e
sistemas com o objetivo de levá-los da Completação Mecânica até o estágio de
operação plena.
PRESERVAÇÃO
Conjunto de atividades efetuadas sobre o material do ativo visando mantê-lo em boas
condições de conservação desde o momento de sua aceitação no canteiro até o
momento de sua utilização.
PRESERVAÇÃO DE ITENS COMISSIONÁVEIS
Conjunto de atividades efetuadas sobre os itens comissionáveis do ativo com o
objetivo de mantê-los nas condições em que foram liberados nas instalações dos
fornecedores até o momento da preparação para partida (início dos testes de
funcionamento).
PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM
Roteiros descritivos da forma de execução das atividades de C&M, elaborados pela
empresa responsável por esta atividade e liberados para uso pela engenharia.
PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE ENERGIAS
Documentos de caráter orientador voltado para o controle de atividades que envolvam
energias perigosas, visando à segurança dos executantes dos testes, da instalação
testada e do meio ambiente.
PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE TESTES
Documento de caráter orientador voltado para execução de testes, que apresenta a
sistemática de execução e registro dos resultados dos testes nos itens, malhas,
subsistemas e sistemas.
TESTE DE FUNCIONAMENTO
Conjunto de testes realizados em um SSOP ou SOP durante a fase de Pré-Operação
e Partida, iniciando-se após a emissão do CCM e concluindo-se na aprovação dos
TAP aplicáveis. Substitui o termo “Teste a Quente”.
TESTES DE MALHA
Verificações efetuadas sobre as malhas elétricas, de instrumentação, de telecom e de
tubulação com o objetivo de atestar sua funcionalidade.
As verificações de continuidade das malhas, realizadas na fase de Condicionamento,
são conhecidas como “blank test”, e as verificações de funcionamento, realizadas na
fase de Pré-Operação & Partida, como “loop test”.
TESTES FUNCIONAIS
Teste realizado sobre itens comissionáveis ou malhas na fase de Pré-Operação &
Partida, precedendo os Testes de Aceitação de Performance (TAP) do SSOP ou SOP
e tendo como objetivo atestar o correto funcionamento em vazio daquele item ou
malha.
TRANSFERÊNCIA DE SISTEMA OPERACIONAL
Evento da entrega de um SOP à operação pela engenharia executante.
TRANSFERÊNCIA DE INSTALAÇÕES
A transferência da instalação é um processo que visa ao encerramento da
implementação de empreendimento e compreende a transferência pela engenharia
executante para o operador da instalação (ativo) e da responsabilidade integral e única
pela gestão da Instalação, sendo a assinatura do Termo de Transferência de
Instalações (TTI) o principal marco do processo.
TRATAMENTO DE PENDÊNCIAS
Execução das ações corretivas determinadas para cada pendência identificada.
TREINAMENTOS REGISTRADOS
Treinamentos devidamente registrados para Qualificação dos profissionais das
equipes de operação e manutenção.
Figura 5
Sistemática Recomendável para Transferência de SOP
Onde:
* CCM = Certificado de Completação Mecânica
* ATF = Autorização para Testes de Funcionamento
* TAP = Testes de Aceitação de Performance
* TTAS = Termo de Transferência e Aceitação de Sistemas
* TLD = Teste de Longa Duração
A assinatura do Termo de Transferência e Aceitação de Sistemas Definitivo de um
dado SOP poderá ser efetuada a partir do momento em que este SOP tiver atendido
aos seguintes requisitos:
* Testes de Aceitação de Performance, de todos os SSOP pertencentes ao SOP,
tenham sidos realizados e aceitos;
* Não existam pendências de qualquer natureza atribuídas ao SOP;
* Toda a documentação pertinente tenha sido fornecida e atualizada (as-built);
* Todos os sobressalentes contratuais e ferramentas especiais tenham sido
transferidos para a operação;
* Todos os treinamentos acordados e contratados tenham sido fornecidos.
O Termo de Transferência e Aceitação de Sistemas (TTAS) é o documento que
formaliza a transferência da responsabilidade sobre um Sistema Operacional e pode
ser dividido em duas etapas:
* Quando os Testes de Aceitação de Performance (TAP) dos SSOPs de um SOP
tiverem sido executados satisfatoriamente, porém existirem pendências não-
impeditivas de qualquer natureza e/ou for previsto um teste de longa duração (TLD),
será emitido um Termo de Transferência e Aceitação de Sistema Provisório (TTAS-1).
O TTAS-1 deverá conter obrigatoriamente a lista de pendências não-impeditivas
correspondente.
A emissão do TTAS-1 caracteriza a transmissão da responsabilidade de operação e
manutenção para a Operação, mantendo-se, porém a responsabilidade de solução
das pendências com a empresa contratante. A partir da emissão do TTAS-1, inicia-se a
etapa de Operação Assistida deste SOP.
* O Termo de Transferência e Aceitação de Sistema Definitivo (TTAS-2) será emitido
após a solução de todas as pendências e, quando aplicável, a finalização do teste de
longa duração (TLD). O TTAS-2 não encerra a as atividades de Operação Assistida do
SOP.
Recomenda-se que a transferência de Sistemas Operacionais siga o fluxo conforme
descrito na Figura 4 anterior. Porém, existirão casos em que ocorrerá a necessidade
de adequação deste processo devido às especificidades de cada empreendimento.
Para estes casos, é sugerida a utilização de fluxos de transferência alternativos,
conforme item a seguir.
Fluxos de transferência de sistemas alternativos
O objetivo deste item é apresentar alternativas para possibilitar o atendimento às
necessidades específicas de cada projeto.
Estes fluxos alternativos são resultado de características técnicas específicas dos
projetos, e, portanto conhecidas deste a elaboração do projeto executivo, podendo ser
previsto com a antecedência necessária durante a etapa de planejamento, além de ter
feito parte da Matriz de Responsabilidades presente no Plano de Transferência da
Instalação contido nos documentos contratuais.
A seguir serão apresentadas as possibilidades que podem ser aplicadas, conforme as
especificidades de cada empreendimento:
Especificidade 1
Caso o documento ATF não for aplicável ao processo, desde que acordado entre as
partes em documento contratual, e com as responsabilidades pela execução dos
Testes de Funcionamento esclarecidas na Matriz de Responsabilidades, o fluxo deve
ser alterado conforme Figura 5 abaixo.
Figura 6
Caso seja negociado entre as partes que o ATF não será aplicável
Especificidade 2
Quando houver a necessidade de que os SSOP sejam operados pelo usuário final
(Operação) antes da transferência e aceitação completa do SOP através de TTAS,
deve ser utilizado o documento Termo de Responsabilidade Operacional (TRO) para o
mesmo, de forma a permitir a continuidade dos Testes de Aceitação de Performance
dos SSOPs do mesmo ou de outros SOPs.
Este documento transfere a responsabilidade operacional do SSOP, mantendo a
responsabilidade técnica e manutenção do SSOP com a empresa contratada.
Recomenda-se a utilização deste documento quando a operação optar por executar
TAP2 e/ou TLD com o acompanhamento da empresa contratada. Assim sendo, o fluxo
deve ser alterado conforme Figura 7 abaixo.
Figura 7
Caso o TRO seja necessário
Especificidade 3
Caso a Operação opte por assumir a operação & manutenção integral dos SOPs a
partir da conclusão satisfatória dos TAP1 (exemplo, após a conclusão dos testes com
fluido seguro em todos os SSOPs) e, desde que esta decisão esteja firmada em
cláusula do contrato, o fluxo deve ser alterado da seguinte forma:
Figura 8
Caso a Operação opte por assumir integralmente a responsabilidade pelo SOP após
TAP-1
Neste caso específico, caberá à empresa contratada iniciar a Operação Assistida do
SOP mantendo as responsabilidades técnicas e pelo saneamento das pendências
não-impeditivas.
As pendências impeditivas, que porventura surgirem durante a execução do TAP-2,
deverão ser solucionadas conforme as responsabilidades acordadas em contrato. O
Termo de Transferência e Aceitação Definitivo (TTAS-2) só poderá ser assinado
quando os requisitos estabelecidos para TAP2 e/ou TLD forem comprovados.
IMPORTANTE: É permitido a empresa contratada adotar combinações entre as três
especificidades
Responsabilidades e composição mínima dos documentos de transferência de SOPs
O Termo de Transferência e Aceitação de Sistema Provisório (TTAS-1) é de
responsabilidade da empresa contratada, devendo ser assinado após a comprovação
dos requisitos de transferência de um SOP estabelecidos no contrato.
O TTAS-1 deve conter minimamente os seguintes anexos, previamente acordados em
contrato:
* Lista de Equipamentos – Lista contendo relação dos equipamentos pertencentes ao
SOP;
* Lista de documentos – Lista contendo relação de:
* Documentos comprobatórios de treinamentos dos operadores;
* Procedimentos e Manuais de O&M do respectivo SOP;
* Relação de consumíveis, sobressalentes e ferramentas especiais pertencentes ao
SOP e igualmente transferidos.
* Lista de pendências não impeditivas – Lista contendo relação de pendências não-
impeditivas sob responsabilidade da empresa contratada;
* Lista de TAPs aprovados – Lista contendo a relação dos TAPs de todos os SSOPs
que compõem os SOP aprovados.
O documento deve conter a informação sobre a responsabilidade da empresa
contratada no tratamento de todas as pendências contidas na lista anexada ao TTAS-
1, sendo que esta não deverá ser alterada ou sofrer inclusões de novas pendências,
exceto nos casos de realização de testes previstos após a emissão do TTAS- 1,
visando à emissão do TTAS-2.
Na emissão do Termo de Transferência e Aceitação de Sistema Definitivo (TTAS-2), o
mesmo será assinado após a solução de todas as pendências de responsabilidade da
empresa contratada, listadas no TTAS-1, e atendido aos demais itens mínimos
estabelecidos em prévio e comum acordo no contrato.
A assinatura destes documentos não exime a empresa contratada, seus fornecedores,
subcontratados e terceiros de responsabilidades contratuais e/ou civis quanto à
garantia funcional e técnica do projeto e sua execução.
Após a realização dos TAPs dos SSOPs que compõem o SOP, e a eventual
inexistência de pendências de qualquer natureza e atendimento integral aos demais
itens mínimos definidos em contrato, a transferência definitiva do SOP poderá ser feita
diretamente através da assinatura dos campos do TTAS-1 e TTAS-2 simultaneamente.
Apesar de não ocorrer a transferência provisória, todos os demais anexos,
excetuando-se a lista Ed pendências inexistente, deverão estar anexos ao formulário e
apresentados.
3.7 Operação Assistida
A operação assistida é a atividade de apoio da empresa contratada às equipes de
operação e manutenção, por especialistas das diversas competências necessárias ao
funcionamento por sistemas operacionais e pela instalação, após a transferência,
mesmo que provisória (TTAS-1) de um SOP, com o objetivo de assegurar que o início
da operação seja a continuação segura da Pré-Operação & Partida. O encerramento
da Operação Assistida de cada SOP ocorre ao término do prazo estabelecido em
contrato.
Os dados necessários e documento de entrada nesta etapa são:
* Termo de Transferência e Aceitação de Sistemas (TTAS)
* Rede de Precedência de Partida
* Cronograma do empreendimento
* EAP detalhada
E o resultado esperado ao término do prazo das atividades de Operação Assistida de
cada SOP consiste em um SOP em operação normal.
As qualificações e as condições de nível de serviço devem ser definidas por meio de
instrumentos contratuais, de forma a garantir a continuidade operacional do sistema.
Deve-se registrar que a Operação Assistida inicia-se após a emissão do TTAS-1, e
portanto, até a emissão do TTAS-2 a empresa contratada deverá manter distintas as
equipes de Operação Assistida, que deve estar à disposição da Operação, e a equipe
de solução de pendências.
A conclusão da Operação Assistida marca a conclusão do escopo do
Comissionamento.
Orientações adicionais
A empresa contratada deve prestar os serviços de Operação Assistida durante os
horários de funcionamento do Sistema Operacional, em três níveis:
* Através de atendimento remoto, com a colocação à disposição dos operadores de
correio eletrônico e número de telefone específicos para essa finalidade.
* Através de atendimento local emergencial, através do comparecimento do
especialista à presença dos operadores quando solicitado.
* Através de atendimento local programado através da presença do especialista
durante a realização de atividades ou operações específicas onde a necessidade de
sua participação seja previsível (desde que esta programação seja feita com
antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas).