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A carta de Caminha nos dias de hoje

Alteza da galáxia,

Peço humildes desculpas por ter de lhe enviar esta mensagem eletrônica neste dia, incomodando vossa excelência com tão
insignificante assunto, contudo, gostaria de relatar que após nossa saída do sistema Gregor, 200 bilhões de anos luz atrás, depois de
uma longa curva para evitar um buraco negro na galáxia de Egyti, chegamos a uma galáxia jamais explorada. Informo que esta vossa
frota de naves encontrou num canto muito distante de vosso universo, perdido em uma galáxia de um só Sol, um pequeno planeta
azul que resolvemos chamar de Água, pois este é o nome do líquido de cor bonita que mais existe neste lugar. Além de muita água (o
tal líquido que cobre 80% da superfície do planeta), existe uma população de seres que se denominam “humanos”, classificação que,
me parece, visa diferenciá-los dos outros seres, aos quais chamam de “animais”.

Estes seres humanos são muito estranhos, usam por cima da pele uma camada de tecido, que chamam “roupa”, para protegê-los do
clima do planeta porque aqui não se pode controlar a temperatura do ar. Os povos são divididos pelo planeta em regiões de
características topográficas e climáticas relativamente uniformes, delimitadas por fronteiras às quais os nativos dão o nome de países,
os povos destas unidades de terra falam línguas diferentes umas das outras e não-raro entram em guerra por recursos naturais ou
por dinheiro, unidade de valor que os nativos usam para adquirir bens. Parece não lhes ter ocorrido que a unificação dos territórios e
idiomas lhes traria mais vantagens evolutivas. Outra característica interessante destes seres é que são muito dóceis para conosco e
aceitam nossa amizade e aproximação em troca de um simples diagramador estelar ou um rélis relógio atemporal. Penso que será
fácil convencê-los de vossa santa intenção de trazer para este planeta nossa tecnologia que está a muitos bilhões de anos luz a frente
da que eles possuem.

Um caso particularmente engraçado ocorreu com nossa chegada, um ser vestido de forma que nos pareceu mais formal que a dos
demais veio até a nave mestra e nos fez menção de boas vindas, acredito que este seja o líder do país no qual aterrissamos.
Convidamos o referido ser para adentrar a nave e lhe mostramos um orniturrarium eletrônico, ele apontou para o protótipo e para
sua terra, como que quisesse dizer que na terra haviam orniturrariuns ou similares. Quando lhes mostramos uma bactozeia o
alienígena teve medo e nem quis tocá-la, trata-se de um povo muito ignorante.

O planeta está se deteriorando e os seres que aqui vivem não parecem estar preocupados com isto, tanto que estão poluindo a água
de que precisam para sobreviver, o ar que eles respiram também está poluído em grande parte na busca de produzir mais para
conseguir mais dinheiro. O planeta possui grande extensão de áreas verdes que estão sendo destruídas para a construção de mais
unidades produtivas. O espaço do planeta é muito mal utilizado, a maioria das pessoas vive aglomerada onde estão concentrados os
centros de produção e existem vastas áreas vazias. Me parece que as pessoas daqui gostam muito de ficar aglutinadas. Estamos
voltando e levando conosco um ser deste estranho e atrasado planeta para que possamos estudá-lo. Deixaremos aqui uma de nossas
naves com tripulação para que outros povos saibam que este planeta pertence à Vossa Alteza.

Desculpo-me mais uma vez pelo incômodo e termino minha mensagem com votos de longa vida ao Rei.
Original disponível em: http://culpadadirce.wordpress.com/a-carta-de-caminha-nos-dias-de-hoje/

SE PERO VAZ DE CAMINHA VIESSE AO BRASIL HOJE...

"Olá, meu amado rei. Aqui quem fala é Pero Vaz. Está me ouvindo bem? Peguei emprestado o celular de um nativo aqui da nova
terra. Tudo bem, o capitão Pedro está mandando um abraço. Chegamos na terça-feira, 21 de abril, mas deixei para ligar no domingo
porque a ligação é mais barata. É, aqui tem dessas coisas...
Os nativos ficaram espantados com a nossa chegada por mar. Não acharam que éramos deuses, majestade; acharam que éramos
loucos de pisar em um mar tão sujo...
A ligação está boa?
Pois é, esta terra é engraçada. Tem telefonia celular digital, automóveis importados, acesso gratuito à Internet, mas ainda tem gente
que morre de malária, e está cheia de criança barriguda de tanto verme. É meio complicado explicar...
Se já encontramos o chefe?
Olha, rei, está meio complicado. Aqui tem muito cacique para pouco índio. Logo que chegamos em Porto Seguro tinha um cacique lá
que dizia que fazia chover, que mandava prender e soltar quem ele quisesse. É, um cacique bravo mesmo...
Mais para o Sul encontramos outra tribo, uma aldeia maravilhosa e muito festiva, com lindas nativas quase nuas. (...)
Como vossa majestade pode perceber, é uma terra fácil de se colonizar, pois os nativos não falam a mesma língua. Sim, são pacíficos,
sim. É só verem um coco no chão para eles começarem a chutá-lo e esquecerem da vida.
Sabem, sabem ler, mas não todos. A maioria lê muito mal e acredita em tudo que é escrito. Vai ser moleza, fica frio.(...)
Olha, preciso desligar. O rapaz que me emprestou o telefone celular precisa fazer uma ligação. Ele é comerciante. Disse que precisa
avisar ao povo que chegou um novo carregamento de farinha.
Engraçado... Eles ficam tão contentes por trabalhar... A cada mercadoria que chega eles sobem o morro e soltam rojões.
É uma terra muito rica, majestade. Acho que desta vez acertamos em cheio!
Isso aqui ainda vai ser o país do futuro..."
http://web.archive.org/web/20070818025511/http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/brasil/

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