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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA.

Distribuição por dependência


ao processo nº xxxxxxxxxxx

JUAREZ DE MELO BUENO, brasileiro, casado, motorista,


inscrito sob o CPF nº xxxxxxx, RG XXXXXX, por seus advogados, bastante
procuradores (doc. 01), infra-assinados, vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, apresentar
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA
com fulcro no artigo 118 e seguintes do Código de Processo
Penal, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir declinados.

1 – DOS FATOS

O requerente é proprietário do veículo automotor HONDA


CIVIC 2011/2011, conforme certificado transferência anexo aos autos (doc. 02).

Na oportunidade do Inquérito Policial tombado sob o número nº


195/17, o referido veículo foi apreendido na posse de “Fernandinho Beira Mar”,
por estar dirigindo veículo produto de roubo, bem como estar utilizando-se do
mesmo para cometer delito de traficância.

Assim, posteriormente, foi determinada e realizada a Perícia do


referido veículo junto ao Instituto de Criminalística do Estado de Goiás, contudo
mantendo-se ainda retido o bem até a presente data, por entender, a
Autoridade Policial, que este ainda tinha relevância para a investigação.
2 – DO DIREITO

Como já informado, tendo sido realizado no veículo automotor


todos os procedimentos necessários relativos investigação criminal, denota-se
desarrazoado que continue apreendido o bem de propriedade do requerente.

Outrossim, vale destacar que o requerente possui a profissão


de motorista, desempenhando o serviço por meio do aplicativo UBER, estando
impedido de prestar a subsistência a sua família desde quando fora vítima do
roubo e continuando impossibilitado presta-la devidamente com a retenção do
bem em juízo.

Acerca da possibilidade de restituição das coisas apreendidas,


dispõe o Código de Processo Penal:

Art. 118. Antes de transitar em julgado a


sentença final, as coisas apreendidas não
poderão ser restituídas enquanto
interessarem ao processo.

Art. 119. As coisas a que se referem os


arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão
ser restituídas, mesmo depois de transitar
em julgado a sentença final, salvo se
pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-
fé.

Art. 120. A restituição, quando cabível,


poderá ser ordenada pela autoridade
policial ou juiz, mediante termo nos autos,
desde que não exista dúvida quanto ao
direito do reclamante.

§ 2º O incidente autuar-se-á também em


apartado e só a autoridade judicial o
resolverá, se as coisas forem apreendidas
em poder de terceiro de boa-fé, que será
intimado para alegar e provar o seu direito,
em prazo igual e sucessivo ao do reclamante,
tendo um e outro dois dias para arrazoar.
§ 3º Sobre o pedido de restituição será
sempre ouvido o Ministério Público.

Deste modo, tem se que não há dúvida quanto ao direito do


requerente, porquanto provou devidamente a propriedade do veículo. Por
conseguinte o artigo 119 do Código de Processo Penal permite a restituição do
objeto apreendido para a vítima.

Noutra esteira, a Autoridade Policial salienta que o que


impossibilita a restituição do bem é a relevância do mesmo para a instrução
criminal.

Ora, tal alegação, com a devida vênia, não merece prosperar,


uma vez que o objeto apreendido não interessa mais ao processo, haja vista
que já fora realizada perícia sobre ele, bem como, por sua natureza, não tem
qualquer relevância para a instrução do feito, pois tornou-se inócuo para a
prova da materialidade ou autoria de eventual delito. Além disso, trata-se de
objeto de uso lícito, razão pela qual sua restituição é permitida.

Em casos semelhantes a jurisprudência nacional já posicionou-


se pela possibilidade de restituição do bem apreendido. Vejamos:
I
PROCESSUAL PENAL. RECURSO DE APELAÇÃO EM
INCIDENTE DE RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA.
PERÍCIA REALIZADA. PERDA DO INTERESSE NA
MANUTENÇÃO DO BEM E DOCUMENTOS APREENDIDOS.
APELO PROVIDO. 1. Nos termos do
artigo 118 do Código de Processo Penal, antes
de transitar em julgado a sentença, as coisas
apreendidas não poderão ser restituídas
enquanto interessarem ao processo. 2. Se a
apreensão justificava exclusivamente para o fim
de possibilitar a realização de perícia no curso
da ação penal, a finalização dos exames técnicos
torna possível a devolução pleiteada, desde que
a coisa seja lícita e não constitua produto,
proveito ou instrumento de crime, justamente por
não mais interessar ao processo. 3. Apelo
provido, para determinar a devolução das coisas
apreendidas. (TRF-3 - ACR: 11574 SP
2003.61.05.011574-3, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL COTRIM GUIMARÃES, Data de Julgamento:
19/10/2010, SEGUNDA TURMA)
II
PENAL E PROCESSUAL. RESTITUIÇÃO DE BENS
APREENDIDOS. AUSÊNCIA DE INTERESSE PARA O
PROCESSO CRIMINAL. - Recomenda-se a restituição
de coisas apreendidas em inquérito que não mais
interessam à prova (perícia concluída), cuja
posse não constitui fato ilícito e não são
produtos de crime. - Bem objeto de ação de busca
e apreensão deferida pelo Juízo Cível.
Disponibilização do bem à Comarca de Rio
Formoso. (TRF-5 - ACR: 4083 PE
2004.83.00.011891-0, Relator: Desembargador
Federal Ridalvo Costa, Data de Julgamento:
06/04/2006, Terceira Turma, Data de Publicação:
Fonte: Diário da Justiça - Data: 23/05/2006 -
Página: 402 - Nº: 97 - Ano: 2006)

Por fim, estando comprovada de forma cristalina a propriedade


do objeto, conforme documentação acostada, não havendo necessidade da
mantença da apreensão do mesmo e flertando com a prática de injustiça, caso
continue a apreensão, tem-se como imperioso que seja imediatamente
restituído o bem ao requerente, devolvendo ao mesmo também a capacidade
de prover a subsistência de sua família.
3 – DO PEDIDO

Diante de todo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) O recebimento do presente pedido de restituição de bem,


autuando – se em apartado;

b) a oitiva do Nobre Representante do Ministério Público;

c) que seja que seja deferida a restituição do veículo HONDA


CIVIC, ANO 2011, renavam 1111, placa xxxx, para o seu legal
proprietário JUAREZ DE MELO BUENO, expedindo em seu
nome o competente ALVARÁ.

Termos em que,
Pede deferimento

Goiânia, 02 de maio de 2018.

Advogado Paloma
OAB 171/CP

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