Geradores síncronos
Métodos de excitação
Bruna Moraes de Sousa
Acadêmica de Engenharia Elétrica
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP
Macapá, Brasil
brunamacapa@gmail.com
Resumo — Este artigo tem como objetivo falar sobre
geradores síncronos e seus tipos de excitação tentando deixar de
forma simples para o entendimento os modelos a serem
apresentados.
Palavras – chave — geradores síncronos; excitação;
I. INTRODUÇÃO
A característica principal de um gerador elétrico é
transformar energia mecânica em energia elétrica. Os
geradores síncronos giram em uma velocidade constante em
regime permanente, o campo girante e o rotor giram na mesma
velocidade, denominada velocidade síncrona. O sistema de
excitação tem a função de estabelecer a tensão interna do
gerador síncrono, sendo não somente responsável pela tensão
de saída como também pelo fator de potência e magnitude da
corrente gerada.
II. GERADOR CC
As máquinas de corrente contínua tem corrente contínua só
em seu circuito exterior devido a existência de um mecanismo
que converte as voltagens internas de corrente alternada em
voltagens de corrente contínua em seus terminais. Este
mecanismo chama-se agregador e por isso as máquinas de
corrente contínua também são conhecidas como máquinas
com agregador. Os geradores CC são máquinas CC usadas
como geradores que convertem energia mecânica em energia
elétrica de corrente contínua. os geradores classificam-se
em dínamos e alternadores, segundo que produzam corrente
contínua ou alternada, respetivamente. Posteriormente, cabe
destacar outro tipo de geradores (não são máquinas) que
transformam a energia química na elétrica como são pilhas e
acumuladores.
III. TIPOS DE GERADORES CC
Há cinco tipos principais de geradores CC, classificados de
acordo com o modo de produção do fluxo de campo:
1) Gerador com excitação independente;
2) Gerador em derivação;
3) Gerador em série;
4) Gerador composto comulativo;
Leandro Rios Leão
Acadêmico de Engenharia Elétrica
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP
Macapá, Brasil
Leandro.rleao@hotmail.com
5) Gerador composto diferencial;
1) Gerador com excitação independente
No gerador de excitação independente, o fluxo de campo é
obtido de uma fonte de potência separada do próprio gerador.
A tensão nos bornes é quase independente da carga da
máquina e de sua velocidade, já que a tensão pode ser
regulado por médio do reóstato de campo, embora
naturalmente, dentro de certos limites, porque a excitação do
campo indutor não pode aumentar para além do que permite a
saturação.
2) Gerador com excitação em paralelo (Shunt/Gerador
em derivação)
No gerador em derivação, o fluxo de campo é obtido pela
ligação do circuito de campo diretamente aos terminais do
gerador. O gerador com excitação shunt fornece energia
elétrica a uma tensão aproximadamente constante, qualquer
que seja a carga, embora não tão constante como no caso do
gerador com excitação independente. Quando o circuito
exterior está aberto, a máquina tem excitação máxima porque
toda a corrente produzida se destina à alimentação do circuito
de excitação; portanto, a tensão em bornes é máxima. Quando
o circuito exterior está curto circuitado, quase toda a corrente
produzida passa pelo circuito do induzido e a excitação é
mínima, a tensão diminui rapidamente e a carga se anula.
Portanto, um curto-circuito na linha não compromete a
máquina, que se desexcita automaticamente, deixando de
produzir corrente. Isto é uma vantagem sobre o gerador de
excitação independente em onde um curto-circuito online pode
produzir graves avarias na máquina ao não existir este efeito
de desexcitacão automática.
3) Gerador em série
No gerador série, o fluxo de campo é obtido ligando o
circuito de campo em série com a armadura do gerador. A
excitação de um gerador em série leva-se a cabo quando
os enrolamentos de excitação e do induzido se ligam em série
e, portanto a corrente que atravessa o induzido neste tipo de
gerador é a mesma que a que atravessa a excitação. Este
último enrolamento, está constituído por poucas espiras com
fio condutor de grande seção, pois o f.e.m. necessária para
produzir o campo principal consegue-se com fortes correntes e
poucas espiras.
4) Gerador composto comulativo (compound)
No gerador composto cumulativo, estão presentes ambos
os campos em derivação e em série, e seus efeitos são aditivos.
O gerador com excitação compound tem a propriedade de que
pode trabalhar a uma tensão praticamente constante, isto é,
quase independente da carga conectada à rede, como pela ação
do enrolamento shunt a corrente de excitação tende a diminuir
ao aumentar a carga, enquanto a ação do enrolamento série é
contrária, ou seja, que a corrente de excitação tende a
aumentar quando aumente a carga. Elegendo
convenientemente ambos enrolamentos podemos conseguir
que equilibrem seus efeitos sendo a ação conjunta uma tensão
constante qualquer que seja a carga. Inclusive, pode ser obtido
dimensionando convenientemente o enrolamento série, que a
tensão em bornes aumente se aumenta a carga, conexão que se
denomina hipercompound e que permite compensar a perda de
tensão na rede, de forma que a tensão permaneça constante
nos pontos de consumo.
5) Gerador composto diferencial
No gerador composto diferencial, estão presentes ambos os
campos em derivação e em série, mas seus efeitos são
subtrativos. Um gerador CC composto diferencial é um
gerador que contém os campos em derivação e em série, mas,
dessa vez, as suas forças magnetomotrizes subtraem-se entre
si.
IV. SISTEMAS DE EXCITAÇÃO DE GERADORES SÍNCRONOS
A função do sistema de excitação é estabelecer a tensão
interna do gerador síncrono. Em conseqüência, o sistema de
excitação é responsável não somente pela tensão de saída da
máquina, mas também pelo fator de potência e pela magnitude
da corrente gerada.
Até bem recentemente, a excitatriz da maioria dos sistemas
era um gerador de corrente contínua montado no eixo do
gerador. Atualmente, outros sistemas mais rápidos e que
exigem menos manutenção vão aos poucos substituindo o
sistema clássico.
A função do regulador de tensão é controlar a saída da
excitatriz tal que a tensão gerada e a potência reativa variem
da maneira desejada. Em sistemas primitivos, o operador
desempenhava o papel do regulador de tensão, observando a
tensão de saída e ajustando o reostato de campo da excitatriz
de modo a obter as condições de saída desejadas. Atualmente,
o regulador de tensão é um controlador que observa a tensão
(e possivelmente outras grandezas, como potência ativa e
corrente) de saída do gerador e então inicia a ação corretiva
através da variação do controle da excitatriz. A velocidade de
ação do regulador é fundamental do ponto de vista da
estabilidade do sistema de potência.
V. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS DE SISTEMAS DE EXCITAÇÃO
1) Sistemas clássicos
A configuração típica de um sistema de excitação com
excitatriz de correntecontínua auto-excitada.
Fig1. Excitatriz principal com controle do reostato de campo.
O regulador do sistema detecta o nível de tensão, compara-
o com uma referência e, se necessário, aciona um dispositivo
mecânico para controlar a resistência do reostato. Na etapa
seguinte de aperfeiçoamento do sistema a excitatriz principal,
ao invés de ser auto-excitada, passou a ser excitado por uma
excitatriz piloto. Isto propicia respostas bem mais rápidas que
as do caso auto-excitado, já que o controle de campo da
excitatriz é independente de sua tensão de saída. Com o
aumento da capacidade nominal dos geradores síncronos, o
uso de excitatrizes de corrente contínua começou a revelar
algumas inconveniências, taiscomo:
A) Altas correntes de excitação a baixa tensão, exigindo
muitas escovas;
B) Dificuldades inerentes ao comutador, provocando
faiscamento durante súbitasvariações de carga;
C) Dificuldades de acoplar grandes máquinas c.c. ao eixo do
gerador, que gira a altas velocidades no caso de turbo-
geradores.
Os itens (A) e (B), além dos problemas que causavam em
operação, também apresentavam o incoveniente de exigir um
serviço de manutenção de escovas e comutador mais intenso.
Quanto ao item (C), uma solução encontrada foi o uso de
engrenagens de redução, cuja complexidade reduzia a
confiabilidade do sistema de excitação, se comparado aos
sistemas que usam o acionamento direto do eixo do gerador.
2) Excitatriz de campo rotativo com retificadores estáticos
O esquema básico de um sistema de excitação usando
retificador estático é mostrado na Fig. 2, sendo esta montagem
típica para um gerador de 500 MW.

fig 2. Sistema de excitação usando retificador estático
O retificador de excitação é, em geral, montado em uma
série de cubículos, cada um deles sendo uma unidade trifásica
completa, conectada em ponte. Os cubículos são então
conectados em paralelo para fornecer a capacidade de corrente
necessária, sendo possível desconectar qualquer cubículo, no
lado alternado ou contínuo, sem interferência com a operação
dos demais. Esta estrutura modular permite a manutenção com
o retificador em serviço. Contudo, estudos demonstraram que
a ocorrência de defeitos nos retificadores é tão rara que
projetos mais recentes abandonaram a estrutura modular, o
que permite maior compactação do retificador.
3) Sistemas de excitação sem escovas
Com os sistemas de excitação a gerador de corrente
contínua ou com excitatriz de corrente alternada mais
retificadores, a potência de excitação deve ser transferida de
um equipamento - excitatriz c.c, retificador - para o campo do
gerador, exigindo para isto anéis coletores e escovas. O
projeto destes dispositivos torna-se mais difícil com o
aumento de potência de excitação necessária ou, em outras
palavras, com o aumento da capacidade nominal dos
geradores. Estes problemas de projeto estão principalmente
ligados ao resfriamento dos anéis coletores e à vida útil das
escovas. Uma maneira encontrada para resolvê-los foi a
utilização de excitatrizes c.c. de baixa velocidade acionadas
pelo eixo do gerador através de um mecanismo de
transmissão. Isto, contudo, implicava em uma redução de
confiabilidade.
A Fig. 3 mostra esquematicamente o sistema de excitação
sem escovas simplificado. O sistema mostrado consiste de
uma excitatriz de corrente alternada e um retificador rotativo
montado no mesmo eixo do turbo-gerador. Também montado
no mesmo eixo está um gerador a ímã permanente, cujo sinal
de saída é retificado e comparado, no regulador de tensão,
com o sinal retificado da tensão terminal.
Fig 3. Sistema de excitação sem escovas
A grande dificuldade que teve de ser superada para o
desenvolvimento do sistema de excitação sem escovas foi a
intensidade dos esforços centrífugos a que os retificadores e
seus dispositivos de proteção estariam sujeitos. Também foi
necessário que as excitatrizes de corrente alternada
fornecessem a mesma tensão que as excitatrizes de corrente
contínua anteriores e também tivessem uma constante de
tempo baixa.
4) Excitação estática utilizando tiristores
Os sistemas de excitação foram muito beneficiados pelo
rápido desenvolvimento dos tiristores durante a década de 60.
O uso de tiristores reduziu consideravelmente o tempo de
resposta do sistema de excitação e a transistorização do
sistema de regulação de tensão melhorou as qualidades de
‘‘field forcing’’ (força do campo). A Fig.4 mostra um
diagrama de blocos do sistema.
Fig 4. Excitação estática com tiristores
A rapidez de resposta do sistema é devida ao fato de que
os únicos retardamentos existentes são na filtragem da tensão
terminal e no disparo dos tiristores, sendo que um valor típico
de atraso para este último equipamento é 3.3 ms a 50 Hz.
Outra vantagem é a redução do comprimento total da unidade
geradora, pois não há excitatrizes piloto ou principal.
5) Excitação sem escovas utilizando tiristores
Seria muito desejável aliar às facilidades de manutenção
do sistema sem escovas a rapidez de resposta obtida quando o
regulador de tensão comanda o circuito de disparo dos
tiristores através dos quais é alimentado o campo do gerador.
Porisso, pensou-se em utilizar um sistema de excitação sem
escovas e a tiristores, projeto ainda não totalmente
desenvolvido. Os problemas principais da montagem são: os
esforços centrífugos sobre os tiristores e equipamento
associado, como fazer o disparo de tiristores rotativos e a
supressão do campo, quando for necessário. O disparo dos
tiristores rotativos que está sendo testado é feito através de um
transformador de pulso rotativo, sendo necessária a
amplificação dos pulsos sobre o eixo. Quanto à supressão de
campo, é uma possibilidade facilmente realizável nos sistemas
de excitação convencionais, onde uma chave de campo e um
resistor de descarga dão condições de reduzir rapidamente a
corrente de campo do gerador, no caso de defeito grave (por
exemplo, curto circuito), minimizando os danos no estator
provocados pelas correntes de defeito ou sobretensão. Isto é
feito conectando-se o resistor em paralelo com o campo e
desligando-se a excitatriz e retificadores. No sistemas sem
escovas, contudo, é impossível a inclusão de equipamento
volumoso como são o resistor de descarga e a chave de
campo. Com tiristores, há a possibilidade de usar-se a
capacidade de inversão transitória dos tiristores para dar uma
supressão de campo tão boa quanto a dos sistemas
convencionais.
determinado nível de corrente de excitação a fim de manter,
em qualquer instante e condição de carga, a tensão de saída do
gerador rigorosamente constante.
O regulador eletrônico verifica continuamente a tensão de
saída do gerador e, se necessário, executa a correção do valor
da corrente de excitação.

Considerações Finais Referencias

A aquisição dos conhecimentos adequados e necessários [1]
do funcionamento das diversas de máquinas de corrente
[2]
contínua, determinam a capacidade de um engenheiro de
eleger o gerador e/ou motor ideal para a satisfação dos [3]
requisitos de qualquer processo para os quais seja necessário.
Como por exemplo, os geradores com excitação independente, [4]
cuja tensão nos bornes é independente da velocidade (já que é
regulada por um reóstato). Sem falar no conceito de excitatriz, [5]
que tem por finalidade enviar ao campo do alternador
Kosov, I.L., 1972 “Máquinas Elétricas e Transformadores”, 13 ed., São
Paulo, SP, Brasil, Editora Globo.
SANJURJO. Rafael. Máquinas elétricas. Primeira Edição. McGraw-
Hill. Espanha 1989
Fitzgerald, A. E.; Kingsley Jr, C.; Kusko, A. - Máquinas Elétricas- Mc
Graw Hill do Brasil, 1975.
Francisco, A., Motores Eléctricos. Automação Electrónica, ed. E.-E.T.e.
Profissionais. 2009.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. Ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.