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DIREITO PENAL

Gustavo Junqueira

19/02/11
-PRINCÍPIOS
1º. Princípio da culpabilidade- esta implícito na CF e decorre da proteção
constitucional a dignidade da pessoa humana.
Subprincípios:
a) princípio da responsabilidade subjetiva- não pode haver punição sem dolo ou
culpa.
A punição SEM dolo ou culpa instrumentaliza o condenado como um meio para
satisfazer a comunidade violando sua dignidade.
b) princípio da proporcionalidade da pena- o mal da pena tem que ser
proporcional ao mal do crime.

2º. Princípio da humanidade das penas- significa que o condenado NÃO perde sua
condição humana.
-Penas proibidas/proscritas:
*Pena de MORTE, salva guerra externa.
*Pena de CARÁTER PERPÉTUO (nenhuma pena pode ser perpétua).
O artigo 75, do CP regulamenta a proibição da prisão perpétua limitando o
MÁXIMO de cumprimento de pena há 30 anos.
Denomina-se unificação de penas o procedimento por meio do qual o juiz das
execuções penais LIMITA há 30 anos a SOMA das penas que SUPERA tal valor.
*Pena de TRABALHO FORÇADO- trabalho forçado é aquele imposto mediante
grave constrangimento físico ou mental.
No entanto o trabalho do preso no Brasil é, em regra, OBRIGATÓRIO, ou seja,
imposto sob pena de perda de benefícios e castigos NÃO corporais.
Buscou proibir o trabalho mediante vara.
Trabalho forçado é DIFERENTE de trabalho obrigatório.
*Pena de BANIMENTO- banimento é a retirada forçada do território.
*Pena CRUEL- cruel é aquele que impõe intenso e ilegal sofrimento.
Quem determina se é cruel ou não é o Tribunal.
3º.Princípio da personalidade da pena ou intranscendência- a pena não poderá
ultrapassar a pessoa do condenado.
4º.Princípio da individualização da pena- a pena deve ser concretamente
adequada a gravidade do crime e circunstancias do autor.
5º.Princípio da subsidiariedade- a intervenção penal só é legitima quando
insuficientes as demais instancia de controle social.
A idéia da lei penal como a ultima “ratio”.
6º.Princípio da legalidade (art. 1º, do CP)- não há crime sem lei anterior que o
defina nem pena sem prévia cominação legal.
Princípios derivados:
*Princípio da estrita reserva legal- significa que apenas a lei em sentido estrito (lei
ordinária) pode veicular matéria penal incriminadora.
LEMBRAR: Medida provisória e lei delegada NÃO podem incriminar.
*Princípio da taxatividade- a lei deve esclarecer o que é e o que não é crime.
Classifica-se como fechado o tipo que cumpre a taxatividade.
Os tipos DOLOSOS DEVEM ser fechados.
Aberto é o tipo que não cumpre a taxatividade.
Os tipos CULPOSOS PODEM ser abertos.
*Princípio da exigibilidade de lei escrita- não é possível punir por semelhança, por
analogia.
LEMBRAR: lembrar que é possível analogia em favor do réu, ou seja, não é
possível utilizar a analogia para CONDENAR o réu.
*Princípio da legalidade das penas- a pena deve estar claramente prevista na lei.
A doutrina entende que limites muito amplos na fixação da pena violam o
princípio.
*Princípio da anterioridade- que a lei deve ser anterior ao fato.

- CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO


Que em direito penal nos termos do art. 2º vigora a retroatividade da lei penal
benigna.
A nova lei penal que de qualquer forma FAVORECER o réu será aplicada em seu
benefício, MESMO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO da condenação.
IPC-Abolitio criminis- é a norma penal que revoga tipo incriminador. É causa
extintiva da punibilidade e afasta TODOS os efeitos penais de eventual sentença condenatória
(só afasta o efeito PENAL).

-COMPETÊNCIA
Em regra a competência é do juízo perante o qual tramita o processo.
Nos termos da súmula 611 do STF a competência para aplicar a nova lei benigna
após o transito em julgado da condenação é do juízo das execuções criminais.
Súmula 611 “transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo
das execuções a aplicação de lei mais benigna”.

A combinação de leis (lei nova + lei antiga) em favor do réu: A posição tradicional é
pela INVIALBILIDADE, mas o STF tem entendido POSSÍVEL.

-TEMPO E LUGAR DO CRIME


TEMPO:
Quanto ao TEMPO do crime o Brasil adota a teoria da ATIVIDADE, ou seja,
considera-se praticado o crime no MOMENTO DA AÇÃO ou OMISSÃO, ainda que outro seja o
momento do resultado (art. 4º, CP).
Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.

LUGAR:
Quanto ao LUGAR do crime é adotada a teoria da UBIGUIDADE, segundo a qual
considera-se praticado o crime tanto no LUGAR DA AÇÃO OU OMISSÃO como no LOCAL EM
QUE OCORREU OU DEVERIA OCORRER O RESULTADO (art. 6º, CP).
A justificativa para a adoção da ubiguidade está nos crimes a longa distância ou de
espaço máximo, que são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado
ocorre ou deveria ocorrer em outro.
Art. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou da
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir o resultado.

20/09/11
Maria Patrícia Vanzolini Figueiredo

-FATO TIPICO
Elementos/componentes do fato típico:
IPC1. conduta
2. resultado
IPC3. nexo causal
4. tipicidade

1. CONDUTA
-CONCEITO: é toda a ação ou omissão humana voluntária e consciente, dirigida a
um fim.
OBS: se NÃO tem conduta conseqüentemente NÃO tem resultado, nem nexo
causal, nem tipicidade.

-SITUAÇÕES QUE EXCLUEM A CONDUTA


a) Ações ou omissões INVOLUNTÁRIAS
EX: ato reflexo- são movimentos corporais NÃO subordinados ao controle
neurológico consciente.
Coação física IRRESISTÍVEL- o coator utiliza o corpo do coagido para pratica o
crime como se fosse um objeto inanimado.

COAÇÃO FÍSICA COAÇÃO MORAL (art. 22, CP)


- O coator usa o corpo do coagido para - O coator OBRIGA o coagido a praticar o
praticar o crime; crime (o coagido age SOZINHO);
- Exclui a CONDUTA; - Exclui a CULPABILIDADE;

Em AMBOS aos casos o COATOR responde pelo crime.

b) Ações ou omissões inconscientes


- Sonambulismo
- Hipnose
IPC- CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES QUANTO À CONDUTA
a) Crimes praticados por AÇÃO (COMISSIVOS):
EX: art. 121- homicídio
EX: art. 155- furto
EX: art. 213- estupro

b) Crimes praticados por OMISSÃO (OMISSIVO):


EX: art. 135, CP
EX: art. 319, CP (crime comissivo e omissivo)
Analisam-se os VERBOS.

OMISSIVOS PRÓPRIOS ou PUROS OMISSIVOS IMPRÓPRIOS ou COMISSIVOS


POR OMISSÃO
- São aqueles JÁ previstos na PARTE ESPECIAL - São os crimes COMISSIVOS quando
de forma omissiva; excepcionalmente praticados por OMISSÃO.
EX: art. 135 (omissão de socorro), art. 246 EX: art. 121 combinado com art. 13, §2º.
(abandono intelectual)... EX: art. 155 combinado com art. 13, § 2º.
- Eles SÓ podem ser praticados por quem tem
-EM REGRA pode ser praticado por o DEVER de agir;
QUALQUER pessoa; -Dependem de RESULTADO;
- INDEPENDEM de resultado; - Consumam-se com o RESULTADO;
- Consumam-se no momento da OMISSÃO - ADMITEM tentativa.
(no momento em que eu deveria agir e não
agi);
EX: o empresário vê uma criança na viela
pedindo ajuda e não a ajuda, pois estava
atrasado para uma reunião. Porém, depois do
término da reunião ele volta e socorre a
criança.
Mesmo assim ele comete OMISSÃO de
socorro, pois se consuma no MOMENTO da
OMISSÃO.
- Estes crimes NÃO admitem tentativa.

OBS: Na parte ESPECIAL ou o crime é OMISSIVO ou é COMISSIVO (específico).


OBS: OMISSIVOS IMPRÓPRIOS ou COMISSIVOS POR OMISSÃO- é uma “MUTAÇÃO”
do crime COMISSIVO (genérico).

EX: Maria não evitou que João morresse afogado, Maria responderá por qual
crime?
R: Depende se Maria:
-Tinha o dever de agir (mãe, babá, salva-vidas)- responderá por homicídio (art.
121 c/c 13, §2º, CP)
-Não tinha o dever de agir (banhista)- responderá por omissão de socorro (art.
135, CP)
CRIME COMISSIVO POR OMISSÃO
ART. 13, § 2º- posição de garante:
a) Quem tem por lei dever de cuidado, proteção ou vigilância (EX: pais, policiais...)
b) De outra forma assumiu o dever (EX: médico, babá...)
c) Quem, com seu comportamento anterior criou o risco da ocorrência do
resultado (EX: 02 nadadores, 01 experiente e outro inexperiente que vão atravessar uma
piscina. O inexperiente SÓ entrou na água porque confiou no EXPERIENTE).
OBS: o dever de agir exige, VIA DE REGRA, a presença FÍSICA do garante no
momento do perigo.

2. RESULTADO
1. Classificação dos crimes quanto ao resultado:
MATERIAL FORMAL MERA CONDUTA
- A lei prevê um resultado e -A lei prevê o resultado mais - A lei não prevê resultado.
exige que ele ocorra. não exige que ele ocorra. - Consuma-se com a
-Consuma-se com o -Consuma-se com a CONDUTA
RESULTADO. CONDUTA. -EX: 150, CP (consuma-se
-EX: art. 121, CP (consuma-se -EX: art. 159, CP (consuma-se com a conduta de entrar)
com a MORTE). com o seqüestro). Conduta- entrar
Conduta- matar Conduta- seqüestro Resultado- XXX
Resultado-morte Resultado- vantagem

3. NEXO CAUSAL
1. REGRA:
-Teoria da equivalência ou da “conditio sine qua non” – considera-se causa TODA a ação ou
omissão SEM a qual não teria ocorrido o resultado.

2. EXCEÇÃO:
- Causa superveniente relativamente independente- exclui a imputação do resultado. O agente
responde APENAS pelos atos praticados.

EX: “A” atira em “B”, com DOLO de matar.


“B” é atingido em região não vital.
“B” é levado ao hospital.
Existe um erro médico, um acidente ou um incêndio no hospital e “B” MORRE (causa
RELATIVAMENTE independente).
“A” responde APENAS pela TENTATIVA de homicídio.
OBS: SÓ responde até a causa superveniente aparecer.
09/04/11
Patrícia Vanzolini

RELEMBRAR:
→Conduta (ação/omissão voluntária e consciente) considerada culpável
(reprovável), ilícita (proibida) e típica (prevista em lei).

4. TIPICIDADE
DOLO e a CULPA “moram” na TIPICIDADE (o tipo deve prever o dolo e culpa),
consequentemente moram também na CONDUTA.
Típica- prevista na lei.

A tipicidade divide-se em 02 vertentes:


1. Formal (é a previsão legal, ou seja, na lei)
A tipicidade FORMAL pode assumir 02 perfis:
a) dolo
b) culpa

2. Material (é a lesão ou ameaça relevante a um bem jurídico)


EX: princípio da insignificância EXCLUI a tipicidade material.
1. DOLO (art. 18, CP)
a) Espécies de dolo:
-Dolo direto: o dolo direto é composto por CONSCIÊNCIA (elemento intelectivo) +
VONTADE (elemento volitivo)
“O agente prevê e deseja o resultado”

-Dolo indireto:
Existem em 02 modalidades:
*dolo alternativo = CONSCIÊNCIA + VONTADE ALTERNADA (o aquente quer um ou
outro resultado)
EX: tanto faz matar ou ferir
“O agente prevê e deseja um ou outro resultado”

*dolo eventual = CONSCIÊNCIA + ASSUNÇÃO (assunção é a idéia de assumir o


risco, ou seja, possui o sentido de TOLERAR/CONCORDAR)
“O agente prevê e assume o risco”
Dolo eventual- “Que se foda”
Culpa consciente- “eu sou foda”

b) Natureza
DOLO = consciência + vontade
Para o finalismo o dolo é puramente natural ou psicológico, ou seja, requer
apenas a CONSCIÊNCIA e a VONTADE de praticar a conduta mais NÃO inclui o conhecimento
da ilicitude da conduta.
2. CULPA (art. 18, CP)
a) CONCEITO:
Culpa é a inobservância de um dever de cuidado objetivo (dever de cuidado do
“homem médio”, ou seja, da prudência mediana).
b) EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO
Quer dizer que a culpa SÓ é punida quando houver EXPRESSA previsão legal.
O DOLO está IMPLÍCITO no tipo.
EXs:
TÍTULO I do CP (crimes contra a pessoa)- art. 121 e 154
Apenas o HOMICÍDIO (art. 121) e a LESÃO CORPORAL (art. 129) admitem tipo
CULPOSO.

TÍTULO II (crimes contra o patrimônio)- art. 155 a 183


Apenas a RECEPTAÇÃO (art. 180) admite crime CULPOSO.

c) ESPÉCIES DE CULPA
A culpa se divide em 02 espécies:
*culpa consciente ou culpa COM previsão- “o agente PREVÊ, mas espera que NÃO
OCORRA o resultado”.
*culpa inconsciente ou culpa SEM previsão- “o agente NÃO prevê, mas o
resultado era PREVISÍVEL”.

3. PRETERDOLO
a) CONCEITO:
Crime qualificado pelo resultado no qual há DOLO na conduta e CULPA no
resultado.
EX: lesão seguida de morte (art. 129, §3º, CP)
Conduta- dolosa de lesão (EX: eu queria bater, porém não queria matar)
Resultado- culposo de morte

-ERRO DE TIPO
I- Erro de tipo essencial (art. 20, “caput”, CP)
a) CONCEITO:
É o erro que recai sobre elemento essencial do tipo.
O agente NÃO tem consciência da presença dos elementos do tipo.

b) EXEMPLO:
1º. “A”, em uma caçada, mata “B”, pensando tratar-se de um Alce.
2º. “A” leva embora a bolsa de “B” acreditando trata-se da própria.

c) CONSEQUÊNCIA
-se o erro for considerado INEVITÁVEL/ESCUSÁVEL- EXCLUI o dolo e a culpa.
-erro era EVITÁVEL/INESCUSÁVEL- EXCLUI o dolo, mas permite a PUNIÇÃO por
culpa, se houver previsão.
Previsão legal (EX: não existe estupro culposo)
II- Erro acidental
1) Erro sobre a pessoa (art. 20, §3º)
a) CONCEITO:
O agente CONFUNDE a vítima com outra pessoa.

b) CONSEQUÊNCIA:
Ele responde como se tivesse atingido a pessoa pretendida.

2) Erro na execução ou “aberratio ictus” (art. 73)


a) CONCEITO:
O agente por erro no uso dos meios de execução atinge pessoa diversa da pessoa
pretendida.
b) CONSEQUÊNCIA:
É a mesma do erro sobre a pessoa, ou seja, reponde como se estivesse atingido a
pessoa pretendida.

3) Resultado diverso ou “aberratio criminis” (art. 74)


a) CONCEITO:
O agente por erro na execução atinge BEM JURÍDICO diverso (eu queria atingir
uma COISA, porém atinjo uma PESSOA).
Ex: eu queria atingir uma janela e atinjo uma pessoa.

b) CONSEQUÊNCIA:
O agente responde pelo que efetivamente tiver feito na modalidade culposa.
Ex: eu queria atingir uma janela e atinjo uma pessoa e ela morre, eu respondo por
homicídio culposo.

30/04/11
Patrícia Vanzolini

CRIME NÃO CONSUMADO

O crime NÃO se consumou por:


MOTIVOS ALHEIOS PRÓPRIA VONTADE ERA IMPOSSÍVEL
-tentativa (art. 14) -tentativa abandonada (art. -tentativa inidônea (art. 17)
15)
-responde pela tentativa do -responde apenas pelos atos -NÃO há punição (ex: a arma
crime pretendido. já praticados (resultado) não tinha bala, a pessoa já
(EX: “A” vai matar “B” ele (EX: “A” vai matar “B” ele estava morta)
dispara e o tiro atinge a dispara e o tiro atinge a
perna de “B”, porém por ato perna de “B”, porém “A”
alheio a vontade de “A”, o desiste VOLUNTARIAMENTE
homicídio NÃO se consuma. de cometer o homicídio, e
Mesmo assim “A” responderá assim sendo ele responderá
por TENTATIVA de pelo resultado, ou seja, pela
HOMICÍDIO) LESÃO CORPORAL)

1. TENTATIVA

a) Conceito:
Iniciada a execução o crime NÃO se consuma por motivos ALHEIOS á
vontade do agente.
OBS: os atos PREPARATÓRIOS NÃO são puníveis, salvo quando
constituírem crime AUTÔNOMO.
EX: compra uma arma clandestina para matar “X”, porém por atos alheios
a sua vontade NÃO realiza o homicídio. Porém poderá ser punido por porte ilegal de arma.

b) Classificação:
b.1. Quanto ao momento
A tentativa pode ser IMPERFEITA ou PERFEITA.
ANTES de terminar a DEPOIS de terminar a
execução execução
Motivos alheios Tentativa Tentativa
(tentativa) IMPERFEITA/inacabada PERFEITA/acabada/crime
falho
Própria vontade Desistência Arrependimento eficaz
VOLUNTÁRIA

b.2. Quanto ao resultado


BRANCA e VERMELHA - AMBAS são punidas
BRANCA ou incruenta VERMELHA ou cruenta
- a vítima NÃO sofre lesão - a vítima SOFRE lesão

c) Punição
REGRA: A pena da tentativa seja IGUAL a pena do CRIME CONSUMADO
REDUZIDA de ¹/³ a ²/³.
REGRA: Quanto a tentativa adota-se a teoria OBJETIVA TEMPERADA (o que
determina a redução da pena na tentativa é o resultado), ou seja, a diminuição da pena tem
relação com a PROXIMIDADE DA CONSUMAÇÃO.
EXCEÇÃO: SALVO, disposição legal em contrário.
EX: 352, CP: o LEGISLADOR atribuiu a mesma penas aos crimes tentados e
consumado.

2. TENTATIVA ABANDONADA (art. 15, CP)


a) Conceito
Iniciada a execução o crime NÃO se consuma em virtude da intervenção da
PRÓPRIA VONTADE.
OBS: se o crime SE CONSUMAR, independentemente de ter havido
o arrependimento e de ter tentado salvar a vítima, o agente é punido pelo crime CONSUMADO,
ou seja, o crime NÃO pode se consumar.
O arrependimento INeficaz de NADA serve.
EX: dou um tiro em “A”, depois me arrependo e o levo para o
hospital e pago o tratamento, porém “A” MORRE, eu serei punida pelo HOMICÍDIO
CONSUMADO.

b) Classificação
DESISTENCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ
-INICIADA a execução o agente *DESISTE de -TERMINADA a execução o agente **IMPEDE
prosseguir (deve estar no MEIO da execução); a consumação;
-é sempre OMISSIVA (desiste/para o ataque); -é ATIVA (impede, ou seja, faz alguma coisa);

* A desistência TEM que ser VOLUNTÁRIA (sem coação), mas NÃO precisa ser ESPONTÂNEA
(sem influência) (PODE ser espontânea).
**O arrependimento DEVE ser EFICAZ, ou seja, efetivamente evitar a consumação.

c) Punição
Será punido apenas pelos atos JÁ praticados (apenas os atos residuais são
puníveis).

Estes atos podem ser:


-Atípicos
-Típicos (EX: lesão)

OBS: A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são considerados


pela doutrina causas de exclusão da TIPICIDADE.
OBS: Arrependimento POSTERIOR (art. 16): trata-se de causa de
diminuição de pena aplicada ao crime JÁ consumado desde que presentes determinados
requisitos:
1. Crimes cometidos SEM violência ou grave ameaça a pessoa;
2. Reparação do dano ou restituição da coisa;
3. Até o recebimento da denúncia ou da queixa;
4. Por ato voluntário do agente.

3. TENTATIVA INIDÔNEA ou crime impossível


a) Conceito
O crime NÃO se consuma por ABSOLUTA impropriedade do objeto ou
ABSOLUTA ineficácia do meio.

*Impropriedade ou ineficácia RELATIVAS = tentativa


b) Classificação
b.1. Impropriedade do objeto material do crime.
Objeto: é a pessoa ou coisa que SOFRE a ação criminosa
EX: matar o morto; aborto SEM gravidez; furto SEM patrimônio; furto de
coisa própria.

b.2. ABSOLUTA ineficácia do meio


O meio utilizado para atacar o bem jurídico NÃO é eficaz.
EX: trabalho vudú; matar uma pessoa a tiros usando uma arma
desmuniciada; praticar o aborto com substância inócua.

b.3. Por obra do agente provocador (súmula 145, STF- flagrante


preparado)

c) Punição
O crime NÃO é punido.
É considerado um fato ATÍPICO.

14/05/11
Gustavo Junqueira

-ANTIJURIDICIDADE
É a contrariedade do fato com a totalidade do ordenamento, é a injustiça,
a proibição.
TODO fato típico é antijurídico, salvo se permito por uma excludente de
antijuridicidade. A tipicidade tem caráter INDICIÁRIO (indício) da antijuridicidade.
Indício: é muito provável

-REQUISITO SUBJETIVO DAS EXCLUDENTES:


Para ser beneficiado pela excludente o sujeito PRECISA conhecer as
circunstâncias que tornam sua conduta acobertada pela excludente.

EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE (art. 23, CP):


-Legítima defesa
-Estado de necessidade
-Estrito cumprimento do dever legal
-Exercício regular de direito

Legítima defesa (art. 25, CP):


Requisitos CUMULATIVOS:
1. Agressão injusta
Agressão: é o ato lesivo HUMANO.
Injusta: TODA agressão é injusta, salvo se presente um excludente.
É possível concluir a INVIABILIDADE da legítima defesa REAL RECÍPROCA,
ou seja, que duas pessoas esteja ao mesmo tempo em legítima defesa real uma CONTRA a
outra.

2. A agressão deve ser ATUAL ou IMINENTE, ou seja, a agressão NÃO pode


ser passada ou futura.
ATUAL: é a que está acontecendo.
EMINENTE: é a que vai acontecer no próximo instante.
Agressão futura - ex: NÃO cabe legítima defesa de JURA DE MORTE.

3. Bem jurídico próprio ou de terceiro


Deve haver RAZOABILIDADE entre o bem jurídico defendido e o objeto
da reação.
4. Meio necessário
É o meio menos lesivo ao alcance do sujeito suficiente para AFASTAR
a agressão.
5. Uso moderado
Uso moderado é o emprego do meio necessário da forma MENOS
lesiva suficiente para AFASTAR a agressão.

Estado de necessidade (art. 24)


Requisitos:
1. Situação de perigo atual NÃO criada voluntariamente pelo
sujeito.
2. Sacrifício INEVITÁVEL e RAZOÁVEL.
INVITÁVEL: é aquele que NÃO se pode evitar SEM risco pessoal.
RAZOÁVEL: é sacrificar um bem para salvar outro de MAIOR ou IGUAL
valor (EX: sacrificar vida para salvar vida, sacrificar o patrimônio para salvar vida...).
OBS: se o sacrifício NÃO for razoável NÃO estará excluída a
antijuridicidade pelo estado de necessidade, mas o Juiz PODE DIMINUIR a pena.
OBS: NÃO pode alegar estado de necessidade quem tem o DEVER
LEGAL de enfrentar o perigo.

Estrito cumprimento do dever legal


Dever legal é aquele que emana de NORMA genérica e abstrata. NÃO
basta a ordem de superior para inferior.

Exercício regular do direito


Esse direito emana de NORMA genérica e abstrata.
Tem que ser REGULAR.
EX: violência desportiva (o lutador de boxe dá um soco no adversário,
ele ofende a integridade física da pessoa, porém é regular).
EX: cirurgia estética
EX: ofendículo - é o aparato material predisposto para a defesa de
interesses (ex: cerca elétrica, cão bravo...).
OBS: para parte da doutrina os ofendículos configuram legítima
defesa predisposta ou pré-ordenada (NÃO prevalece na atualidade).
OBS: doutrina e jurisprudência ACEITAM a existência de causas supra
legais excludentes da antijuridicidade, como o consentimento do ofendido.

-CULPABILIDADE
Culpabilidade é censurabilidade. É o juízo de reprovação sobre aquele
que PODE e DEVE agir de acordo com o direito.
O que exclui a LIBERDADE e o que exclui a CULPABILIDADE.

Causas excludentes/dirimente da culpabilidade:


-Inimputabilidade;
-Erro de proibição inevitável;
-Inexigibilidade de conduta diversa (coação moral irresistível e
obediência hierárquica).

Inimputabilidade
São quatro as causas consagradas de inimputabilidade:
1º. Inimputabilidade etária
*Menor de 18 anos – aplica-se o ECA

2º. Silvícola NÃO adaptado


*A ele aplica-se o Estatuto do Índio
Perícia antropológica.

3º. Embriaguez ACIDENTAL e COMPLETA

4º. Doença mental (art. 26, cp)


Nos termos do art. 26 do CP é inimputável aquele que em razão de
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado NÃO tem condição de
compreender o caráter ilícito do fato ou portar-se de acordo com tal entendimento.
Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado: causa biológica
NÃO tem condição de compreender o caráter ilícito do fato ou portar-
se de acordo com tal entendimento: é a conseqüência psicológica

-Deve ter a CAUSA BIOLÓGICA + a CONSEQÜÊNCIA PSICOLÓGICA.

-Se são necessárias a causa biológica e a conseqüência psicológica é


possível concluir a adoção da teoria BIOPSICOLÓGICA.
O inimputável do art. 26 que pratica FATO TÍPICO e ANTIJURÍDICO
será ABSOLVIDO de forma IMPRÓPRIA e receberá MEDIDA DE SEGURANÇA (absolvição
IMPRÓPRIA).

Erro de proibição
É a equivocada compreensão sob o que é proibido e o que é
permitido.
Classificação:
*inevitável ou escusável: é aquele em que o sujeito NÃO sabia e na
suas circunstâncias de vida NÃO poderia saber da proibição.
Conseqüência: AFASTA a culpabilidade

*evitável ou inescusável: é aquele em que o sujeito NÃO sabia mas


nas suas circunstâncias de vida DEVERIA conhecer a proibição.
Conseqüência: se provar DIMINUI a pena.
OBS: o DESCONHECIMENTO da lei é INESCUSÁVEL como diz o art. 21
do CP e o mesmo artigo esclarece que o ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL afasta a culpabilidade
e se evitável diminui a pena.
Compatibilidade: o erro não incide sobre a existência da lei que é de
conhecimento presumido de todos, mas sim sobre o CONTEÚDO proibitivo que ela veicula.

21/05/11
Patrícia
Resumo:
CULPABILIDADE:
Elementos-----excludentes
1. Imputabilidade:
- menoridade (Art. 27)
-embriaguez (Art. 28)
-doença mental (Art. 26)
*emoção e paixão NÃO excluem a imputabilidade
2. Potencial conhecimento da ilicitude:
-erro de proibição (Art. 21)
3. Exigibilidade de conduta diversa:
-coação moral (Art. 22)
-obediência hierárquica (Art. 22)
MEDECO

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA:


-Coação Moral:
1) Conceito: o coator OBRIGA o coagido a praticar o injusto (fato
típico e ilícito).
2) Consequência:
Para o COAGIDO
A coação moral pode ser:
-IRRESISTÍVEL
*Exclui a exigibilidade de conduta diversa
*Exclui a CULPABILIDADE
*Isenta de pena

-RESISTÍVEL
*É uma ATENUANTE (art. 65)

Para o COATOR: este RESPONDE pelo crime.

-Obediência hierárquica (art. 22)


1. Conceito: o superior ORDENA ao subordinado que pratique o
injusto.
OBS: SÓ há obediência hierárquica entre FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS.

2. Consequência:
- se a obediência hierárquica for a uma ordem NÃO manifestamente
ILEGAL:
*exclui a exigibilidade
*exclui a culpabilidade
*isenta de pena

- se a ordem for manifestamente ILEGAL (claramente ilegal):


*O subordinado responde, porém com uma ATENUATE (art. 65).

OBS: o SUPERIOR responde pelo CRIME realizado pelo subordinado,


em cumprimento a sua ordem.

CONCURSO DE AGENTES
-Arts. 29 a 31

I- TEORIA
1. REGRA: (art. 29, “caput”)- Teoria Monista ou unitária: TODO
aquele que concorre para crime incide nas penas a ele cominadas na medida de sua
culpabilidade.
2. EXCEÇÕES PLURALISTICAS: Cada um dos concorrentes responde
por crime AUTÔNOMO e DIVERSO, diferente dos outros.
IPC a) Parte GERAL do CP : instituto da “cooperação dolosamente
distinta” (art. 29,§2º)- se um dos concorrentes QUIS participar de crime MENOS grave, ser-le-á
aplicada a PENA DESTE. Essa pena será AUMENTADA até a metade se o resultado mais grave
era PREVISÍVEL, ou seja, mesmo assim ele NÃO responderia pelo crime mais grave.

b) Parte ESPECIAL do CP: EX: aborto (art. 124 e 126, CP)


A GESTANTE que CONSENTE no aborto responde por um crime (art.
124) e o TERCEIRO que provoca o aborto com o seu CONSENTIMENTO responde por OUTRO
(art. 126), ou seja, NÃO há entre eles concurso de pessoas.

II- REQUISITOS
1. Pluralidade de condutas (mais de uma pessoa fazendo mais de
uma coisa)
2. Relevância causal das condutas (todas as condutas têm que ter
contribuído com o resultado)
OBS: a participação por OMISSÃO (conivência) SÓ é punível
quando quem se omite tinha o DEVER DE AGIR para impedir o
resultado (dever JURÍDICO).
3. Liame subjetivo (todo mundo tem que querer a MESMA coisa)
4. Unidade no crime

III- ESPÉCIES DE CONCURSO


1. Autoria ou coautoria
-TEORIA OBJETIVO-FORMAL: segundo essa teoria AUTOR é quem
PRATICA, total ou parcialmente, a AÇÃO NUCLEAR TÍPICA.
-AUTORIA MEDIATA: é aquele que utiliza interposta pessoa, que
atua SEM culpabilidade ou induzida a erro, para praticar o crime
(através da utilização da pessoa realiza o crime).
-AUTORIA COLATERAL: trata-se da situação em que VÁRIAS
pessoas atual SIMULTANEAMENTE mas SEM qualquer vínculo
entre elas. NÃO há, portanto, concurso de pessoas e cada qual
responde por crime autônomo.
EX: “A” e “B” querem matar o “C”.
“A” NÃO combina com “B”, um age sem conhecimento do outro.
Ocorre que “A” e “B” decidem matar o “C” no mesmo dia, e na
mesma hora.
“A” atira e acerta “C”.
No mesmo minuto “B” atira e erra.
“C” morre.
“A” deverá ser punido por homicídio CONSUMADO.
“B” deverá ser punido por homicídio TENTANDO.
OBS: NÃO havia concurso

EX: “A” e “B” querem matar o “C”.


“A” NÃO combina com “B”, um age sem conhecimento do outro.
Ocorre que “A” e “B” decidem matar o “C” no mesmo dia, e na
mesma hora.
“A” e “B” atiram no mesmo minuto e “C” morre, porém é
IMPOSSÍVEL saber quem fez o disparo fatal (autoria incerta).
“A” e “B” deverão ser punidos por homicídio TENTADO.
2. Participação
-TEORIA OBJETIVO-FORMAL: segundo a teoria é participe quem
INDUZ, INSTIGA ou AUXILIA SEM praticar o verbo do tipo.
Pode haver o partícipe moral (ajudar a pessoa a decidir) ou
material.
-Participação de MENOR importância (Art. 29, §1º): se o Juiz
concluir que um dos concorrentes teve participação de menor
importância PODERÁ diminuir a pena de 1/6 a 1/3.

IV- CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS (art. 30)


As circunstância pessoais NÃO se comunicam, salvo quando
elementares do crime.

04/06/11
Gustavo Junqueira

TEORIA DA PENA
Há duas espécies de sanção penal:
-pena;
-medida de segurança;

Características da pena:
1. Sofrimento (pena exige sofrimento)
2. Referência ao passado (tem que ter feito alguma coisa- se pune
pelo que fez)
3. Devido processo penal
As características são CUMULATIVAS.

Finalidades da pena (para que serve a pena):


São 03 teorias:
1. Absoluta, também chamada retributiva
A pena serve para fazer justiça retribuindo o mal do crime.

2. Teoria relativa/preventiva
A pena serve para prevenir novos crimes.

3. Teoria mista ou eclética


A pena serve para retribuir e prevenir.
Foi a adotada pelo Código Penal em seu artigo 59 (reprovação e
prevenção).

Espécies de pena:
1. Privativa de liberdade
2. Restritiva de direitos
3. Pena de multa
Artigo 32, CP

1. Pena privativa de liberdade


Espécies de pena privativa de liberdade
São 03 as espécies de pena privativa de liberdade (artigo 1º, Lei de
introdução ao Código Penal):
*Reclusão
-Pena para crimes;
-Admite regime INICIAL fechado (PODE ter regime inicial fechado).

*Detenção
-Pena para crimes;
-NÃO admite regime INICIAL fechado (PODE ter regime inicial
fechado, porém NÃO inicial).

*Prisão simples
-Pena para contravenção;
-NÃO admite regime fechado.

Regimes de cumprimento de pena (art. 33, CP):


*Fechado
-É o cumprido em estabelecimento de segurança máxima OU média.
-É cumprindo na PENITENCIÁRIA.

*Semiaberto
-É aquele cumprido em COLÔNIA AGRÍCOLA industrial ou similar.

*Aberto
-O sujeito trabalha SEM vigilância durante o dia e durante a noite e
nos dias de folga se recolhe em CASA DE ALBERGADO.

FALTA DE VAGAS no regime adequado:


a) No regime aberto
A prisão albergue domiciliar está prevista no artigo 117, da LEP ao
condenar em regime aberto nas seguintes circunstâncias:
-maior de 70 anos;
-gravemente enfermo;
-gestante;
-condenada com filhos pequenos ou portadores de deficiência.
O sujeito pode se recolher em sua própria casa.
Na falta de vagas em casa de albergado é pacífica a concessão de
regime aberto domiciliar mesmo FORA das hipóteses do artigo 117, da LEP.
OBS: Lembrar que a LEP prevê a possibilidade de monitoramento
eletrônico para prisão domiciliar e saída temporária.
Saída temporária é DIFERENTE de indulto.

b) Semiaberto
Pacífica orientação nos TRIBUNAIS SUPERIORES que deve aguardar a
vaga em regime ABERTO provisório (se não tem vaga no semiaberto, fica esperando a vaga no
aberto PROVISÓRIO).

c) Fechado
Caso não tenha vaga no regime fechado vai aguardar no regime
fechado (“empilha as pessoas”).
Sistema progressivo:
Admite progressão e regressão.
PROGRESSÃO:
Progressão é a passagem de um regime mais grave para um regime
mais ameno.
No mundo jurídico é PROIBIDA a progressão por salto (passa DIRETO
do regime fechado para o regime aberto).

Requisitos para a progressão:


*OBJETIVOS: é o cumprimento de PARCELA da pena:
- ¹/6 nos crime COMUNS;
- ²/5 nos crimes HEDIONDOS ou EQUIPARADOS primários;
- ³/5 nos crimes HEDIONDOS ou EQUIPARADOS reincidente;
OBS: nos termos da súmula 715 do STF, os benefícios da execução
penal serão calculados sobre a pena TOTAL aplicada e NÃO sobre a unificação em 30 anos (EX:
o indivíduo foi condenado há 90 anos, porém ele só cumprirá 30 anos, no entanto os
BENEFÍCIOS serão calculados sob a pena de 90 anos).
OBS: nos termos da súmula vinculante nº. 26 do STF e da súmula 471
do STJ, os marcos de ²/5 e ³/5 só podem ser exigidos nos fatos praticados a partir da NOVA
redação da lei de crimes hediondos (29 de maço de 2007).
Aos crimes hediondos e equiparados ANTERIORES é possível
progressão com ¹/6 (mais benéfico).

*SUBJETIVOS: é o mérito (tem que merecer).


Nos termos da súmula 439 do STJ o exame criminológico NÃO está
proibido, mas só pode ser determinado em decisão fundamentada com as peculiaridades do
caso concreto.
O exame criminológico é feito por psicólogo ou psiquiatra, estes
profissionais que dizem se o preso pode ou não progredir. Porém depende do caso concreto.
Caso não seja necessário o referido exame basta o ATESTADO CARCERÁRIO.

*Nos termos do art. 33, §4º, CP nos crimes contra a administração


pública a progressão fica condicionada a REPARAÇÃO DO DANO.
Todos os requisitos são CUMULATIVOS.
REGRESSÃO:
Regressão é a passagem de um regime mais ameno para outro mais
grave.
É possível regressão por SALTO.

Remição
Remição: é um desconto a pena a cumprir pelos dias trabalhados, na
proporção de 03 para 01.
OBS: só incide nos regimes FECHADOS e SEMIABERTOS.
OBS: nos termos da súmula 341, do STJ é possível remição pelo
ESTUDO.
A súmula vinculante 09 esclarece que é CONSTITUCIONAL a perda
dos dias remidos e NÃO se limita a 30 dias (perde tudo).

Detração:
Detração é desconto na pena a cumprir ou no prazo mínimo da
medida de segurança (01 a 03 anos) do tempo de prisão processual ou internação processual.
O tempo de prisão processual desconta na medida de segurança e a
internação processual desconta na pena.

POLÊMICAS:
IPC É possível detração em processo diferente?
R: SIM, DESDE QUE o fato em cuja condenação se quer a detração
seja ANTERIOR a prisão processual. O objetivo é impedir a “conta corrente de pena”.

Prevalece na jurisprudência ser INVIÁVEL/IMPOSSÍVEL a detração


analógica, ou seja, descontar a pena de MULTA a prisão processual.

18/06/11
Gustavo Junqueira

PARTE GERAL

HOMICÍDIO (art. 121, CP)


-O conceito de morte adotado no Brasil é o de MORTE ENCEFÁLICA.
-O art. 121, caput, em regra NÃO é hediondo, SALVO se praticado em
atividade típica de GRUPO DE EXTERMÍNIO.

-Privilégios (Homicídio privilegiado (art. 121, §1º)):


Privilégio: motivo MENOS reprovável
*relevante valor social: é o praticado em prol da comunidade (EX:
traidor da pátria- temos que delatá-lo)
*relevante valor moral: é o aprovado pela moral prática (“eu também
faria”- EX: eutanásia)
*domínio de violenta emoção: domínio de violenta emoção logo após
injusta provocação da vítima.
IPC Domínio (privilégio) é DIFERENTE de influência (mera atenuante)
-Domínio (EX: cego de raiva)- privilégio
-Influência (EX: bravo)- mera atenuante
OBS: o homicídio privilegiado JAMAIS será hediondo.

-Qualificadoras:
I- Paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe
Outro motivo torpe é algo especialmente repugnante (EX: matar os
pais para receber a herança)
OBS: aquele que paga ou promete recompensa TAMBÉM responde
com a qualificadora.

II- Motivo fútil: é algo especialmente insignificante desproporcional


(EX: briga de torcida, briga de trânsito, matar a mulher porque serviu o jantar frio).

III- Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura


-Veneno: o veneno deve ser ministrado de forma insidiosa/escondida.
-Tortura: DIFERENÇA de HOMICÍDIO MEDIANTE TORTURA e TORTURA
COM RESULTADO MORTE.
HOMICÍDIO MEDIANTE TORTURA: o sujeito QUER matar e escolhe o
meio tortura (previsto no inciso III, do art. 121, do CP).
TORTURA COM RESULTADO MORTE: na tortura com resultado morte
o objetivo é a tortura e a morte é um resultado culposo (crime preterdoloso).

IV- Modos: traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que


dificulte ou tone impossível a defesa da vítima
-Traição: é a surpresa pela quebra da confiança.
-Emboscada: é a surpresa pela circunstâncias/armadilha/tocaia.
-Dissimulação: é a surpresa pela intenção escondida.
-Outro recurso: o recurso do inciso IV, para a maioria da doutrina,
deve SURPREENDER para qualificar.

V- assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de


outro crime
-Ocultação: o objetivo da morte é ESCONDER a existência de outro
crime.
-Impunidade: o objetivo é garantir que não se puna um crime cuja
existência é conhecida.
-Vantagem:
*prevalece que pode ser QUALQUER tipo de vantagem
*Só incide a qualificadora se NÃO configura crime autônomo (Ex:
comparsa que mata comparsa para ficar com o produto do crime- morte de comparsa em
crime contra o patrimônio).
OBS: o homicídio qualificado é EM REGRA hediondo.

É POSSÍVEL homicídio QUALIFICADO PRIVILEGIADO se a


qualificadora for OBJETIVA (inciso III- meios e inciso IV- modos).
NÃO será possível nas qualificadoras SUBJETIVAS dos incisos I, II e V.
O homicídio QUALIFICADO-PRIVILEGIADO NÃO é hediondo.

ABORTO (arts. 124 a 128, CP)


-Comentários Gerais:
*É a interrupção da gestação com resultado morte do feto (OBS: NÃO
importa se o feto morre DENTRO ou FORA do ventre materno – importa que ele morreu em
decorrência da gestação).
*Prevalece que só é possível aborto a partir da NIDAÇÃO.
Nidação: é o apego do ovo fecundado a parte do útero.
Entende-se que gestação inicia-se com a nidação.
*O aborto é crime DOLOSO, NÃO há previsão de crime de aborto
culposo.

*Art. 124 (auto-aborto):


Crime da gestante
É a gestante que PROVOCA ou CONSENTE com a manobra abortiva.
Consentir: significa permitir
REGRA: teoria monista (todos aqueles que participam de um crime
responde pelo MESMO crime)
EXCEÇÃO: aquele que provoca o aborto com o consentimento da
gestante responderá pelo crime do artigo 126. Trata-se de uma exceção a teoria monista, pois
cada colaborador responde por um crime diferente.
Aquele que provoca SEM consentimento responde pelo crime do
artigo 125.

*Art. 125: Provocado SEM consentimento


*Art. 126: Provocado COM consentimento
O artigo 126 traz o parágrafo único que manda aplicar a pena do
artigo 125 se o consentimento for obtido mediante VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA, FRAUDE,
MENOR DE 14 ANOS ou ALIENADA MENTAL.

*Art. 127: causa de AUMENTO de pena para os resultados:


-lesão grave
-morte da gestante
OBS: os resultados devem ser CULPOSOS. Se dolosos restará
configurado concurso de crimes.
OBS: As causas de aumento SÓ se aplicam aos crimes dos artigos 125
e 126.
*Art. 128: aborto LEGAL
Aborto legal: é o autorizado por LEI. Deve ser praticado por MÉDICO.

-Espécies:
*Aborto legal necessário: para salvar a vida da gestante.

DESNECESSÁRIOS (NÃO precisa):


1º. Ordem judicial
2º. Consentimento da gestante
-Se a manobra abortiva para salvar a vida da gestante for praticada
por TERCEITO (EX: enfermeira) que NÃO médico, NÃO há aborto legal, mas PODE configurar o
ESTADO DE NECESSIDADE (perigo atual).

*Aborto sentimental: se a gravidez decorre de estupro.


DESNECESSÁRIO (NÃO precisa):
1º. Condenação por estupro
2º. Ordem judicial

OBS: É necessária a solicitação da gestante ou de seu representante


legal.

NÃO é considerado aborto legal (NÃO é permitido):


*Aborto econômico: por falta de condições financeira
*Aborto honoris causa: para salvar a honra da gestante (para NÃO
saberem que ela não é mais virgem)
*Aborto eugênico: possui alguma “doença”
REGRA: em regra NÃO é permitido.
EXCEÇÃO: Controvérsia é a questão da anencefalia

19/06/11
Gustavo Junqueira

FURTO
Subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem.
Subtrair: é a tirada de forma clandestina (tira sem autorização de
quem de direito).
Coisa: tudo que pode ser apreendido com valor patrimonial
relevante. O parágrafo 3º equipara a coisa móvel á energia com valor econômico, como a
elétrica (ou seja, a energia elétrica PODE ser objeto de furto- O parágrafo 3º equipara energia
-ex: energia elétrica, energia de reprodução...- a coisa móvel).
Alheio: o que é de terceiro.
Se a coisa for COMUM configura o crime do art. 156 (furto de coisa
comum) e tem ação pública CONDICIONADA.
Móvel: NÃO se aplicam as presunções de imobilidade da lei civil.
Para si ou para outrem: ânimo de asenhoramento DEFINITIVO. Na
AUSÊNCIA de tal especial intenção fica configurado o furto de uso que é fato ATÍPICO.
*§ 1º (causa de aumento de ¹/3)
Repouso noturno: é o período durante a noite em que as pessoas da
comunidade costumam repousar (tem haver com o habito do local/comunidade).

*§ 2º (privilégio)
-Requisitos (CUMULATIVOS)
*réu primário: primário é o NÃO reincidente
*pequeno valor da coisa: é aquele que NÃO supera um salário
mínimo.
-Conseqüência do privilégio:
*a pena DIMINUI de ¹/3 a ²/3 e/ou converte a reclusão em detenção
e/ou converte em multa.

*§ 4º (furto qualificado)
-Qualificadoras:
I- Rompimento de obstáculo: deve ser empregada violência contra o
obstáculo.

II- Abuso de confiança, destreza, escalada, fraude


»Abuso de confiança: NÃO basta a mera relação empregatícia.
Necessário ESPECIAL vínculo.
»Destreza: é a especial habilidade do punguista (“mão leve”) de não
permitir que a vítima perceba a subtração.
OBS: a destreza só qualifica se NECESSÁRIA e por isso prevalece que
a coisa deve estar pregada/próxima/encostada ao corpo da vítima.
OBS: É possível tentativa de furto mediante destreza se é TERCEIRO
quem percebe a subtração.
»Escalada: é o ingresso no local do furto por via ANORMAL com
esforço SENSÍVEL.
»Fraude: diferença do FURTO MEDIANTE FRAUDE do ESTELIONATO.
No FURTO MEDIANTE FRAUDE a mentira e usada para AFASTAR a
VIGILÂNCIA do ofendido facilitando a SUBTRAÇÃO.
No ESTELIONATO a mentira ILUDE a vítima que ENTREGA a coisa (com
ânimo definitivo).

III- Chave falsa: TODO instrumento apto a abrir mecanismo de


segurança de forma NORMAL.

IV- Concurso de pessoas: CONTA a pessoa MENOR.


Súmula 442- STJ: nos termos da súmula 442 do STJ o concurso de
pessoas QUALIFICA o furto e NÃO apenas aumenta a pena em ¹/3 como no roubo.

*§ 5º
Tem ESPECIAL qualificadora se o furto é de VEÍCULO AUTOMOTOR
que venha a ser transportado para outro ESTADO ou para o EXTERIOR.

ROUBO
Roubo: FURTO + VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA ou VIOLÊNCIA
IMPRÓPRIA
Violência imprópria: é o outro meio capaz de reduzir a vítima á
impossibilidade de resistência (EX: hipnose, “boa noite cinderela”-narcótico).

-Momento consumativo do roubo


Prevalece nos tribunais superiores que o roubo se consuma com a
MERA DETENÇÃO da coisa ainda que por poucos instantes. O mesmo entendimento tem que
aplicado ao furto (NÃO precisa ter a posse tranqüila da coisa).

-§ 2º (Causas de AUMENTO do crime de roubo)


A pena aumenta de ¹/³ - ¹/2
I- Emprego de arma: NÃO basta estar armado. NECESSÁRIO algum
USO (tem que empregar a arma, basta mostrá-la).
OBS: Prevalece nos tribunais superiores que a arma de BRINQUEDO
NÃO aumenta a pena do roubo.
II- Concurso de pessoas
III- Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o sujeito
conhece a circunstância
IV- Veículo automotor para outro Estado ou exterior
V- Restrição da liberdade da vítima: NÃO é a hipótese do seqüestro
relâmpago que hoje tem previsão específica no art. 158, § 3º.
A causa de aumento incide sobre a privação da liberdade RELEVANTE
e NECESSÁRIA para o roubo. Se irrelevante faz parte da violência. Se desnecessária configura
concurso de crimes com o seqüestro (ou seja, não precisava da privação).

LATROCÍNIO (art. 157, §3º, in fine)


É o roubo seguido de morte.
A morte pode ser DOLOSA ou CULPOSA.
Ainda que a morte seja DOLOSA a competência é do Juiz SINGULAR,
pois trata de crime contra o PATRIMÔNIO (súmula 603- STF).
No termos da súmula 610 do supremo NÃO importa se o roubo se
consuma: o latrocínio será consumado com a MORTE da vítima (o latrocínio se CONSUMA com
a MORTE- não importa se o roubo foi tentado ou consumado, ou seja, morte consumada o
latrocínio consumado- NÃO importa se conseguiu roubar ou não, importa que ocorreu a
morte).

ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS NOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (art.


181 e 182, CP)
Nos crimes SEM violência ou grave ameaça a pessoa incidem as
escusas absolutórias que podem ser classificadas como ABSOLUTAS e RELATIVAS.
As ABSOLUTAS estão previstas no artigo 181 e ISENTAM de pena. As
RELATIVAS estão no artigo 182 e tornam a ação PÚBLICA CONDICIONADA (precisa de
representação).

-Escusas ABSOLUTAS (hipóteses):


*crime entre cônjuges
*ascendentes e descendentes em QUALQUER grau (ex: filho que furta
do pai)

-Escusas RELATIVAS
*cônjuges SEPARADO
*crimes entre irmãos
*tios e sobrinhos que coabitam

OBS: NÃO incidem as imunidades se a VÍTIMAS é IDOSA.


OBS: as imunidades NÃO se comunicam.

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