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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
38a Câmara de Direito Privado
T
^ U N A L DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACORDAO/DECISÂO MOIMOCRÁTICA
REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO ™«H8BJ
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
Apelação n° 7.380.168-4, da Comarca de Assis em que é
Apelante Banco Nossa Caixa S/A, sendo Apelado Willian
Roberto de Lima.

ACORDAM, em 38a Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "Por maioria de votos, negaram provimento ao
recurso, vencido o Exmo. Relator sorteado que dava parcial
provimento. Acórdão com o Exmo. Sr. Revisor", de
conformidade com o relatório e voto do Relator, que integram
este acórdão.

Presidiu o julgamento o Desembargador Maia da


Rocha e dele participaram os Desembargadores Souza Lopes
(relator vencido), Ruy Alberto Leme Cavalheiro e Camilo
Lellis.

São Paulo, 16 de setembro de 2009.

\uy Alberto Leme Cavalhein


Relator designado
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
38a Câmara de Direito Privado

VOTO N°: 8130


APEL.N°: 7.380.168-4
COMARCA: ASSIS
APTE. : BANCO NOSSA CAIXA S/A
APDO. : WILLIAN ROBERTO DE LIMA

*CADERNETA DE POUPANÇA - Plano Verão -


Ilegitimidade ativa. Afastada. Cessão de
direitos. Citação que supre a ausência de
notificação prévia. Intuito do legislador em
evitar pagamento indevido do devedor.
Ausência de prejuízo.- Prescrição - Não
ocorrência - É vintenária a prescrição nas
ações em que se cobra ou discute os
critérios de remuneração da poupança - Juros
remuneratórios - Incidência desde o depósito
efetuado a menor até a data do efetivo
pagamento - Aplicação da Tabela Prática do
TJ - admissibilidade - critério que garante
a manutenção do poder aquisitivo da moeda e
evita a incidência de mais um índice de
correção Preguestionamento - Desnecessidade
- Recurso não provido.*

Ao relatório da r. sentença de fls. 58/68,


acrescenta-se que o feito foi encaminhado à mesa e, vencido
o Relator sorteado, tendo prevalecido o voto que elaborei
como Revisor, nos seguintes termos:

Trata-se de apelação interposta em face da r.


sentença que julgou procedente em parte a ação de cobrança,
condenado o banco réu ao pagamento das diferenças entre os
rendimentos creditados e os devidos, estes com base no IPC
no percentual de 42,72%, relativamente ao mês de janeiro de
1989 (Plano Verão), sobre a conta-poupança indicada na
inicial e pertencente a Aparecido Roberto de Lima,
diferenças estas que deverão ser devidamente atualizadas
pela Tabela Prática do TJ/SP e acrescidas de juros
remuneratórios no percentual legal de 1% ao mês, a partir da
citação, tudo a ser apurado em sede de liquidação de
sentença.

Postula o banco apelante a reforma daquela


decisão—alegando ilegitimidade ativa uma vez que se trata de

VOTO 8130- Apelação 7.380.168-4-ASSIS - k


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cessão de credito sem a notificação prévia do devedor; a


ocorrência da prescrição; a compensação do índice de
fevereiro de 1989; não serem devidos os juros remuneratórios
até a data do efetivo pagamento; a inaplicabilidade da
Tabela Prática do Tribunal de Justiça; quer o
prequestionamento e a reforma da sentença.

O recurso foi regularmente processado e


respondido

Éo relatório.

Conforme se verifica nos autos, a cessão de


direitos foi firmada dois dias antes do protocolo da petição
inicial, tendo como cedente o genitor do cessionário, sendo
cedido apenas os direitos judiciais referentes à diferença
da correção monetária da conta poupança descrita nestes
autos.

Nesse diapasão, em concordância com a


sentença, de vez que a citação supriu o requisito da
notificação alegada pelo apelante, nos termos do artigo 290
do Código Civil, pois quis o legislador ao exigir a ciência
do devedor apenas resguardá-lo de pagar o credor primitivo
indevidamente.

No comentário ao artigo 290 do Código Civil,


Maria Helena Diniz1, menciona que "A formalidade do registro
de instrumento particular será desnecessária em relação ao
devedor-cedido, embora relativamente a ele a lei exija, para
que a cessão do crédito seja eficaz, a realização da
notificação judicial ou extrajudicial com o intuito de lhe
dar ciência da referida cessão, evitando que pague ao credor
primitivo. Deverá o devedor notificado da cessão pagar ao
cessionário, sob pena de arcar com as conseqüências oriundas
do pagamento feito indevidamente".

Desse modo, levando-se em conta o intuito do


legislador, tem-se como verdadeira a relação processual no
momento da propositura da ação, pois não houve prejuízo ao
banco, posto que não há provas de que tenha pago os valores
exigidos ao credor originário.

Código Civil Anotado, 12a edição, pág. 312

/f\ ) VOTO 8130 - Apelação 7.380.168-4 - ASSIS - k


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Cumpre registrar que se transcreve parte


substancial do voto do ilustre Relator sorteado por haver,
quanto a estes tópicos, expressa concordância:

'' No tocante à prescrição, já pacificada a jurisprudência que, em ações


desta natureza, o prazo prescricional é o do artigo 177, do antigo Código Civil.

É que, a relação de direito material dos poupadores foi estabelecida sob a


égide daquela lei (CC de 1916) e, já transcorrido mais da metade do tempo ali fixado, a luz do
artigo 2028 do Novo Código Civil, prevalece o prazo da lei anterior, qual seja, de 20 anos.

A esse respeito decidiu o Superior Tribunal de Justiça:

"Nas ações em que são impugnados os critérios de remuneração da


caderneta de poupança e são postuladas as respectivas diferenças,
a prescrição é vintenária, eis que discute-se o próprio crédito e não
seus acessórios (REsp n° 149488/SP rei. Min. Cid Flaquer
Scartezzini)."

Com relação à correção monetária e aos juros, cumpre assinalar que


incidem mensalmente e são capitalizados, por isso, perdem a natureza acessória e também se
submetem à prescrição vintenária. Neste sentido:

"CIVIL CONTRATO BANCÁRIO. POUPANÇA. CORREÇÃO


MONETÁRIA. JUROS REMUNERATÓRIOS. PRESCRIÇÃO. VINTE
ANOS.
1 - Os juros remuneratórios de conta de poupança, incidentes
mensalmente e capitalizados, agregam-se ao capital, assim como a
correção monetária, perdendo, pois, a natureza de acessórios,
fazendo concluir, em conseqüência, que a prescrição não é a de
cinco anos, prevista no art 178, §10, III, do Código Civil de 1916
(cinco anos), mas a vintenária. Precedentes da Terceira e da Quarta
Turma.
2 - Recurso especial conhecido, mas desprovido." (REsp 646.834-
SP, relator o em. Ministro Fernando Gonçalves, DJ 14.02.2005)."

O Apelado possui direito às diferenças de remuneração, eis que, embora


as regras editadas durante o denominado "Plano Verão" tenham sido de ordem pública, já havia
contrato em curso entre as partes, protegido, portanto, pelo direito adquirido e o ato jurídico
perfeito.

Essa questão foi apreciada nos autos da apelação n° 939.594-0, da


comarca de Porto Ferreira, pelo cultíssimo Desembargador Melo Colombi:

VOTO8130- Apelação7.380.168-4-ASSIS - k
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"De fato, não pode o legislador ordinário afrontar o art. 5o, XXXVI, da
Constituição Federal, violando o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada. Jamais teria podido o legislador, interferir
nas cadernetas de poupança, violentando o ato jurídico perfeito.
Note-se, que é da natureza das cadernetas de poupança, com a
manutenção do depósito após um "aniversário da conta" a avença
se renove automaticamente, fato que tem como pressuposto
inarredável, por parte do depositante, a continuidade das regras
vigentes no primeiro dia da renovação. Assim, tudo que vier a ser
alterado posteriormente, no curso do período renovado, somente
terá vigência ao término do mês já iniciado, permitindo no período
seguinte, o aplicador diante das novas regras, possa optar pela
manutenção ou não do depósito.
Como dito, as partes contratantes têm o direito de ver implementada
a avença nos termos estabelecidos. A caderneta de poupança não
foge à regra, porém, com a peculiaridade de que, tendo por ficção o
contrato refeito a cada mês, apenas no mês da imposição das novas
regras, prevalecem as antigas. Embora o Governo Federal possa
alterar as regras da aplicação, em contrapartida o poupador tem o
direito de decidir se, naquelas novas condições, manterá ou não seu
dinheiro na modalidade em questão"

Ao aplicar índice distinto para a remuneração da caderneta de poupança


o Banco descumpriu o contrato, nascendo, desta forma, para o Autor, o direito de ver reparada a
lesão sofrida.

No que pertine ao pedido de compensação de crédito da correção


monetária referente ao mês de janeiro/89, considerando-se o mês de fevereiro/89, não há como
ser acolhido.

Primeiro, porque o reconhecimento de eventual crédito do Banco contra o


Apelado só poderá ocorrer por ação, na qual se exerça o contraditório.

Segundo, porque a inicial pede a remuneração apenas do mês de janeiro


de 1989.

Ademais, o Banco também não o fez em sede de reconvenção, como


deveria.

Por fim, conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça, o índice


aplicado em fevereiro/89 foi um reflexo lógico necessário da redução do índice de janeiro/89.
Neste sentido:

" (...) CORREÇÃO MONETÁRIA - FEVEREIRO/89 - APLICAÇÃO DO


IPC DE 10,14% • (...) Pacificou-se o entendimento deste STJ quanto à
aplicação do IPC de fevereiro/89 (10,14%) na atualização monetária

VOTO 8130- Apelação 7.380.168-4-ASSIS - k


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de débitos judiciais, reflexo lógico necessário, em conseqüência da


redução do índice de 70,28% para 42,72%, relativo aos 31 dias do
mês de janeiro/89, pela eg. Corte Especial; (...) - Recursos especial
do INCRA não conhecido. - Recurso dos expropriados parcialmente
provido."

Conforme se verifica do documento de fls. 36, a conta poupança do Autor


foi encerrada somente quando da transferência dos valores excedentes a Ncz$ 50.000,00 ao
Banco Central, ou seja, na implantação do Plano Collor I.

Portanto, não há qualquer equivoco na aplicação dos juros


remuneratórios (contratuais) desde a data do expurgo, ou seja, Plano Verão, até a do efetivo
pagamento e de forma capitalizada, eis que são inerentes à remuneração das cadernetas de
poupança e passam a integrar o próprio capital, o qual seria recebido pelo Autor, ainda que não
houvesse surgido a demanda, pois só assim se pode restabelecer o equilíbrio entre as partes.

A esse respeito cumpre relembrar o magistral voto do insigne Des.


Silveira Paulilo, integrante da Colenda 21 a Câmara, quando da Apelação n° 7.100.390-8:

"Os juros remuneratórios (contratuais) devem incidir desde o


expurgo indevido até o efetivo pagamento, de forma capitalizada.
Somente assim o poupador poderá receber valor equivalente ao que
teria obtido em sua caderneta de poupança se o banco-réu tivesse
creditado o índice de atualização correto e remunerado a conta na
forma legalmente prevista."

E ainda:

"RECURSO ESPECIAL N°329.267-RS (2001/0063815-1) RELATORA :


MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE: MAURO PEREIRA DE
ALMEIDA • ESPÓLIO RECORRIDO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL -
CEF
EMENTA - Processual Civil. Ação rescisória. Cabimento. Correção
monetária. Termo a quo. Incidência a partir da data em que foi
procedido o indevido expurgo do índice inflacionário do mês de
janeiro do ano de 1989. IPC. Plano verão. Lei n. 6.899/91. Princípio
geral do direito que veda o enriquecimento sem justa causa. Art.
485, inciso V, do CPC.
-A expressão "violar literal disposição de lei", contida no inciso Vdo
art 485 do CPC deve ser compreendida como violação do direito em
tese, e abrange tanto o texto estrito do preceito legal, como a idéia
de manutenção da integridade do ordenamento jurídico que não se
consubstancie, numa determinada norma legal, mas que dela possa
ser extraída, a exemplo dos princípios gerais do direito.
-A adoção de critério de correção monetária deve observar, como
termo inicial, a data em que o índice oficial foi expurgado,

VOTO 8130- Apelação 7.380.168-4-ASSIS - k


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indevidamente, qual seja, no caso concreto, o IPC, a partir do mês


de janeiro do ano de 1989, e, assim, recompor o patrimônio do
poupador.
Brasília (DF), 26 de agosto de 2002(Data do Julgamento). MINISTR
ARI PARGENDLER, Presidente MINISTRA NANCY ANDRIGHI,
Relatora."

(...)

No tocante ao prequestionamento, já se pronunciou o Colendo Superior


Tribunal de Justiça:

"Em tema de prequestionamento, o que deve ser exigido é apenas


que a questão haja sido exposta na instância ordinária. Se isto
ocorreu, tem-se a figura do prequestionamento implícito, que é o
quanto basta." (RT 654/192)".

(...)

Quanto a atualização dos valores devidos deve


ser calculada pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça e
não pelos índices da caderneta de poupança, uma vez que a
adoção desse critério garante à manutenção do poder
aquisitivo da moeda e evita a incidência de mais um índice
de correção. Além disso, este critério corresponde a maioria
dos julgados deste Tribunal.

Nesse sentido, o voto n" 11.812, referente a


apelação 7.336.449-3, julgada em 30/07/2009, v.u. do
Desembargador RICARDO NEGRÃO, da 19a Câmara Criminal que bem
ilustra esse entendimento:

"ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - Caderneta de


poupança - Diferença de rendimentos apurada
- Plano Verão - Incidência da Tabela Prática
do Tribunal de Justiça — índices oficiais
empregados que não traduzem prejuízo ao
banco — Inadimplemento contratual observado
Entendimento da 19a Câmara de Direito
Privado nesse sentido e da maioria das
Câmaras da Seção de Direito Privado do E.
TJSP — Cobrança procedente - Recurso do
poupador parcialmente provido para este
fim".

(...)

VOTO8130- Apelação7.380.168-4-ASSIS - k
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"Não ê demais ressaltar que a adoção da


Tabela Prática como concluiu a Turma
Julgadora se pauta na observação de que nela
estão incluídos os mesmos índices de
remuneração da caderneta de poupança,
acrescidos dos índices expurgados, sem
importar em prejuízo para banco que
pretende, exatamente, o uso dos índices da
caderneta de poupança.

Acrescenta-se que tal orientação também é


adotada na Seção de Direito Privado deste E,
Tribunal, em maior parte de seus
integrantes, pelas C. lia Câmara (Apel. n°
7.210.626-8 - Rei. Des. Gilberto dos Santos
- j . em 13/3/2008), 12a Câmara (Apel. n°
7.203.7008 - Rei. Des. José Reynaldo - j .em
20/2/2008), 14a Câmara (Apel. n° 7.198.983-2
- Rei. Des. José Tarciso Beraldo - j . em
30/01/2008), 15a Câmara (Apel. n° 7.217.555-
2 - Rei. Des. Araldo Telles j . em
11/3/2008), 20a Câmara (Apel. n° 7.168.641-0
- Rei. Des. Miguel Petroni Neto - j . em
06/2/2008) , 21a Câmara (Apel. n° 7.210.2080
Rei. Des. Silveira Paulilo - j . em
5/3/2008), 22a Câmara (Agravo Regimental n°
7.204.016- 5/01 - Rei. Des. Matheus Fontes -
j . em 4/3/2008), 23a Câmara (Apel. n°
7.192.248-4 - Rei. Des. Paulo Roberto
Santana - j . em 5/3/2008) e 24a Câmara
(Apel. n° 7.203.602-7 - Rei. Des. Roberto
Mac Cracken - j . em 6/3/2008)".

Dessa forma, conhecendo-se do apelo, nega-se

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