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João Abreu Meyer Pires

Projeto: A Gestão do Conhecimento na Formação de Engenheiros


e Administradores: Possibilidades Curriculares

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM INDIVIDUAL

Inicialmente devemos observa que o processo de criação de conhecimento é em


essência o processo de apreender algo sobre o objeto observado. Assim, não se deve deixar
de estudar o processo de aprendizagem.
Gerações de pesquisadores têm investigado e estudado a maneira pela quais as
pessoas aprendem e quais as condições necessárias para que isso ocorra. A aprendizagem
tem sido tema muito abordado por eles, pois acreditam que está diretamente ligado ao
problema do conhecimento.
Há uma definição bastante genérica afirmada por Hilgard (apud CÓRIA-SABINI,
1986, p.64):
“Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada
pela reação a uma situação encontrada, desde que as características de mudanças não
possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados
temporários do organismo (por exemplo, fadigas, drogas, etc.)”.
Esta definição indica que a aprendizagem está atrelada a um processo de mudança.
Com isso, podemos considerar que aprendemos não só conhecimentos e habilidades, mas
também aprendemos preferências, conceitos e preconceitos. Além disso, podemos dizer que
aprendemos manias, comportamento e tique-nervoso, uma vez que são reações dos
indivíduos a certas situações ambientais.
Para Wardman (apud SILVEIRA, 2004), o aprendizado individual pode ser descrito
como um ciclo na qual a pessoa assimila um novo dado, reflete sobre as experiências que
possui, alcança uma conclusão e, em seguida, age. Esta definição se apresenta no desenho
abaixo:
João Abreu Meyer Pires
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APRENDIZADO INDIVIDUAL
REAÇÕES DO
AMBIENTE
INTERPRETAÇÃO
APRENDIZAGEM (SIGNIFICADO DOS PROCURA
DADOS FORNECIDOS) (COLETA DE DADOS)

MEMÓRIA AÇÃO TOMADA

AÇÃO INDIVIDUAL
MODELOS MENTAIS
INDIVIDUAIS

Figura n°1 – Ciclo de Aprendizado Individual


Fonte: Wardman (apud SILVEIRA, 2004).

Nesse sentido, Senge (apud SILVEIRA, 2004) identifica que o aprendizado


individual é armazenado em modelos mentais individuais, que podem ser levados ou não à
ação. Ele ainda afirma que isto estes modelos mentais influenciam a visão de mundo, ou
seja, como percebemos o mundo refletindo na forma de agir.
Somando-se as estas afirmações, Kolb (apud SILVEIRA, 2004) dá mais ênfase à
questão da aprendizagem individual como sendo um processo através do qual o
conhecimento é criado em razão da transformação da experiência, apresentando um ciclo
de quatro fases de como as pessoas aprendem: experiência concreta, observação e reflexão,
os quais são usados como fundamentos e conceitos para a aplicação em novas situações que
ocorrem na empresa.
Vemos assim que há diferentes definições sobre o que é o processo de
aprendizagem, mas quais as controvérsias entre elas?
Seguindo as afirmações de CÓRIA-SABINI (1986), pode-se afirmar que entre as
controvérsias sobre aprendizagem uma das principais é: qual o limite da aprendizagem? A
resposta para essa questão envolve a discussão de qual a participação do aprendiz no
processo de aprendizagem. Para esta autora, as teorias de aprendizagem podem ser
genericamente reunidas em duas categorias: as teorias do condicionamento e as teorias
cognitivas.
João Abreu Meyer Pires
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TEORIA DO CONDICIONAMENTO
Nesta categoria estão incluídos aqueles teóricos que assumem uma posição
ambientalista, ou seja, estes teóricos acreditam que os indivíduos são moldados
passivamente por forças ambientais. A ampla variedade de fatores que estão presentes nos
diferentes momentos da vida de uma pessoa determinaria o grau e a maneira como ela
reage às situações e conseqüentemente obtém conhecimento.

Até o momento, as teorias de condicionamento dominam todas as demais no campo


da aprendizagem. Esse domínio se faz sentir de tal maneira que, em muitos casos,
aprendizagem ficou conhecida como sinônimo de condicionamento, ou seja, controle do
comportamento por estímulos do meio.

A partir de um conjunto de princípios específicos da aprendizagem, que permitiam


explicar a conduta do indivíduo ou animal, foram desenvolvidos pelo behaviorismo, dois
modelos teóricos de aprendizagem, o condiconamento clássico e o condicionamento
instrumental ou operante.
Estes modelos permitiram verificar que os princípios da aprendizagem não são
aplicados a todas condutas. Tem que se levar em conta a influência de fatores biológicos de
uma conduta e a predisposição evolutiva para aprender determinadas respostas ou
associações de estímulos. O embasamento teórico, a partir de experimentação e formulação
de princípios, que constituem a base do behaviorismo, aconteceu ao longo das primeiras
décadas do século XX nos Estados Unidos e na Europa.
Para Watson: (...)” a aprendizagem é um processo inconsciente, de sorte que a
consciência não desempenhava nenhum papel no aperfeiçoamento do pensamento. (...)
Todo pensamento ocorre na musculatura periférica (...) e opinava que os psicólogos deviam
arquivar os problemas “banais” problemas da cognição, até poder estabelecerem bases
firmes nos estudos dos processos mais simples”
De acordo com Pavlov (1849/1936), o condicionamento clássico, também chamado
respondente, foi originalmente estudado por Pavlov que iniciou suas pesquisas em um cão,
em situação de laboratório. Essa forma de condicionamento é o fundamento de uma série
de comportamentos reflexos involuntários Ao descobrir e iniciar a investigação do
condicionamento clássico, como método de análise da conduta, Pavlov, através dos seus
estudos sobre a conduta reflexa, embasou tecnicamente a Psicologia da Aprendizagem.
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Para ele o processo de aprendizagem consistia na formação de uma associação entre um


estímulo e um resposta aprendida através da contigüidade, envolvendo alguma espécie de
conexão no sistema nervoso central entre um S (estímulo) e um R (reflexo ou resposta).
O princípio básico desta teoria estava relacionado com o associacionismo, levando
Pavlov tentar associar, em experiência com animais em laboratório, um estímulo neutro
(som) com uma resposta (salivação) que em princípio estava associado a outro estímulo (a
comida).
Três pontos fundamentais destacam-se no pensamento de Watson: A rejeição da
introspecção como fonte insatisfatória de dados pela falta de objetividade, a rejeição ao
estudo da consciência e da análise da motivação em termos de instintos; A crença de que a
hereditariedade determina o comportamento humano e a afirmativa de que o efeito deste
ambiente se dá principalmente através de um processo de condicionamento de reflexos ou
involuntários. Sua Psicologia é conhecida como behaviorismo, termo que engloba todas as
teorias de condicionamento S-R.
Thorndike formulou “leis” da aprendizagem, a saber: A lei de prontidão – quando
uma unidade de condução (neurônio e sinapse envolvidos no estabelecimento de uma
ligação ou conexão) está pronta para conduzir, conduzir é gratificante e não conduzir é
irritante; A lei do efeito – uma resposta é fortalecida se seguida de prazer e enfraquecida se
seguida de dor ou castigo e a lei do exercício ou da repetição – quanto mais um estímulo-
resposta for repetido e se conecte com uma recompensa por mais tempo será retido.

TEORIA DO COGNITIVISMO

Para os teóricos cognitivistas o indivíduo não é passivo no processo de


aprendizagem. Estes estudiosos não enfatizam a mudança de comportamento, mas o
processo mental ligado a tal mudança. A aprendizagem seria resultante desse processo e
envolveria uma reorganização da percepção ou da personalidade como um todo. Para os
cognitivistas, o que é ensinado não é impresso igualmente na mente do aprendiz, mas é
interpretado e integrado. A aprendizagem é um processo de descoberta das relações
existentes entre os eventos, a pessoa que aprende responde à situação de acordo com sua
interpretação e percepção dessa situação.
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OS ESTUDOS MODERNOS DE APRENDIZAGEM


Porque falar de Piaget ou Vigotsky? Estes autores foram os grandes estudiosos
sobre o processo de aprendizagem para a teoria do conhecimento moderno.

JEAN PIAGET

Jean Piaget, suíço, nasceu em 1896 e faleceu em 1980. Formado em biologia,


zoologia e psicologia, desenvolveu teorias de inteligência e padrões de aprendizado infantil
que influenciaram profundamente a Psicologia Cognitiva e do Desenvolvimento. Além
disso, suas teorias foram a base para novas metodologias na Teoria da Educação.
Sua prioridade, descrita no livro Epistemologia Genética (1990), foi na
Epistemologia Genética, onde procurou estudar a natureza biológica do conhecimento. Sua
teoria explorava o desenvolvimento da capacidade intelectual humana de cada ser. O foco
principal era a formação da linguagem e do raciocínio nas crianças e suas conseqüências na
percepção do mundo ao seu redor.
Quanto ao termo Genética, Piaget explica que a capacidade de conhecer é fruto de
trocas entre o organismo e o meio. Essas trocas são responsáveis pela construção da própria
capacidade de conhecer. Sem as trocas, a capacidade de conhecer não existe.
O desenvolvimento está relacionado com a gênese do conhecimento, daí a
designação de psicologia genética.
Criança e cientista conhecem o mundo da mesma forma, isto é valido tanto para a
criança que organiza o seu mundo, como para o cientista que descobre e organiza o campo
magnético. As diferenças entre um e outro conhecimento expressam níveis diferentes da
capacidade humana de conhecer.
Para exemplificar melhor, temos o caso de uma menina chamada Helen Keller.
Helen é cega, surda e muda. Iniciou sua reeducação aos 3 anos de idade, incentivada pela
professora Anne Sullivan. Antes àquele momento, ela não havia conseguido estabelecer,
em razão de suas deficiências, trocas significativas com o meio: não organizou seu mundo,
não construiu suas estruturas mentais, não teve oportunidade de conhecer. Até o momento
da reeducação, Helen apresentava retardo mental. Quando sua professora conseguiu fazer
com que entrasse em contato com o ambiente (através do tato), iniciou-se o fenômeno que
Piaget denomina de troca do organismo com o meio, que permitiu a construção da
capacidade de obter conhecimento do universo ao seu redor. Adulta, Helen Keller
transformou-se em uma mulher inteligente, escritora e conferencista. Piaget acredita,
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entretanto, que existem estruturas específicas para o ato de conhecer que sendo orgânicas
não estão programadas no genoma, sua construção vai depender das solicitações do meio.
Assim, diferentemente do que já vimos anteriormente, para Piaget o aprendizado
não se baseia no condicionamento, mas é uma estruturação progressiva da experiência, em
grande parte por meio de tentativa (experiência) e erro, durante o período de crescimento de
uma criança. A esse processo se deu o nome de Construtivismo.
Em sua concepção, o meio em que vivemos abrange não apenas objetos animados e
inanimados que cercam os seres. Para ele, no meio podemos encontram tudo que é objeto
para o sujeito do conhecimento: natureza, objetos, idéias, valores, relações humanas,
história e cultura. Obter conhecimento, ou seja, conhecer não é somente explicar. Conhecer
é algo que se dá a partir da ação sobre o objeto do conhecimento, para que este seja imerso
em um sistema de relações.
A teoria piagetiana busca definir conhecimento como sentido claro de organizar,
estruturar e explicar os acontecimentos a partir da experiência vivida pela pessoa. Mas,
vivência não é sinônimo de conhecimento, apenas auxilia a interpretação dos
acontecimentos.
Não existe conhecimento sem conceito, ou seja, o conhecimento se forma na ação
de uma pessoa sobre o meio em que vive, mas não ocorre sem a estruturação do sujeito da
ação. Coisas e fatos adquirem significado para o ser humano quando inseridos em uma
estrutura e isso é que Piaget chamou de assimilação.
O autor afirma que o sujeito do conhecimento é o sujeito epistêmico, um sujeito
ideal, universal, que não corresponde a ninguém em particular, embora sintetiza as
possibilidade de cada uma das pessoas e de todas as pessoas ao mesmo tempo.
O termo Epistemologia foi empregada por Piaget em sua teoria do conhecimento
pois ele acreditava que explicar o conhecimento de uma maneira geral seria o mesmo que
explicar como é possível o conhecimento científico.
Concluindo, para Piaget o conhecimento é a construção cognitiva do indivíduo.

VYGOTSKY
Lev Semyonovich Vygotsky nasceu na Rússia em 1896 e faleceu 1934, devido a
tuberculose que o atacou por muito tempo. Intelectual soviético, Vygotsky nasceu,
coincidentemente, no mesmo ano em que nascia outro grande teórico: Jean Piaget.
Viveu, desde a infância, em um ambiente familiar muito culto e se interessou por
diferentes áreas de estudo. Escreveu sobre diversos assuntos, mas escrevia sobre educação
em geral e educação de crianças deficientes, descreve Barros (1996).
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Estudou medicina no anseio de compreender o funcionamento psicológico do ser


humano e os problemas neurológicos.
Vygotsky considerava básica a interação entre organismo e meio. Acreditava que a
aquisição de conhecimento era um processo construído pelo indivíduo durante toda sua
vida. Atribui especial importância à interação do indivíduo com outras pessoas, adultos e
crianças, para que, desde bebê, o indivíduo construa seu modo de agir, pensar e sentir seu
conhecimento do mundo.
Vygotsky considera o desenvolvimento da linguagem e suas relações com o
pensamento a principal questão da Psicologia humana. Para ele, a linguagem tem duas
funções básicas: a de comunicação do pensamento e a de instrumento do pensamento.
O autor focou seu estudou no desenvolvimento do pensamento e no instrumento de
comunicação, a linguagem. Assim, Vygotsky buscou a fonte de seus estudos o
desenvolvimento dessas habilidades desde criança até a fase adulta.
Afirmava que na obtenção de conhecimento, antes de desenvolver a fala a criança
seria capaz de utilizar de outros instrumentos e meios indiretos para solucionar seus
problemas práticos.
Assim, percebeu que no desenvolvimento humano existe: uma fase pré-verbal do
desenvolvimento da inteligência e uma fase pré-intelectual do desenvolvimento da
linguagem. Portanto, uma criança que não possui a habilidade da fala, por exemplo, para
pedir um brinquedo, ela utliza de habilidade corporal e vai em busca do brinquedo.
Seguinte a esta fase, há um desenvolvimento inicial da fala. Nesse período a criança
passa a ter a habilidade prática e o instrumento de comunicação, passando a possuir uma
grande característica de curiosidade de saber sobre as coisas ao seu redor. Esta fase se
caracteriza pelas perguntas: “O que é isso? Qual o nome disso? Para que isso serve?”. Mas
nesse período a criança ainda não sabe utilizar do raciocínio na fala, o pensamento não é
que produz a fala.
Por fim, Vygotsky afirma que há um momento que o pensamento torna-se verbal e a
linguagem torna-se racional nesse momento podemos identificar a criança em busca do
entendimento da realidade a sua volta, sua consciência inicia uma análise e interpretação da
realidade, ou seja, inicia-se o processo de criação de conhecimento.
João Abreu Meyer Pires
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Referência Bibliográfica

SEVERINO, A. J. Filosofia; São Paulo: Editora Cortez, 1992.


CHAUÍ, M. Convite a Filosofia; São Paulo, Editora Ática, 2001.
SILVEIRA, A. A. Gestão do conhecimento com ênfase na aprendizagem organizacional:
Um estudo multicaso no contexto bancário. Dissertação de Mestrado. UNIFEI, Itajubá,
Minas Gerais, 2004.
CÓRIA-SABINI, M. A. Psicologia aplicada á educação. São Paulo: Editora Pedagógica e
Universitária, 1986.
PIAGET, J. Epistemologia Genética, São Paulo: Editora Martins Fontes, 1990, Edição
2002.
BARROS, C. S. G. Psicologia e Construtivismo. São Paulo: Editora Ática, 1996.

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