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DISCERNINDO O IMPÉRIO DAS TREVAS

Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram
criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e
para ele.

Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos,


para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse
toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.

E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas
vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a
sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é
que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança
do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do
qual eu, Paulo, me tornei ministro.

(Colossenses 1:13-23)

Não existe nenhuma magia no evangelho; não existe nenhum tipo de complexificação
extraordinária. Ele é simples, e o poder dele está na simplicidade da verdade, na
verdade simples; porque tudo aquilo que, de fato, seja verdadeiro, é simples; e o que
é, de fato, essencialmente simples, podem ter certeza, é verdade.

O que Paulo diz aqui, para a maioria de nós, no curso dos anos, tem sido entendido
como aquilo que, de fato, ele não disse. Porque quando se ouve dizer que, em Jesus
(que aqui Paulo chama simplesmente de “Ele”), “Ele nos libertou do Império das Trevas,
e nos transportou para o reino do filho do seu amor, então, esse Ele é o pai, esse Ele é o
filho, esse Ele é o Espírito Santo, esse Ele é Deus, esse Ele é o “EU SOU“...

E nos libertou do Império das Trevas e nos transportou para o reino do filho do seu
amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. E aí Paulo diz: “Quem é Ele?“.
E constrói esse cântico extraordinário, essa declaração de amor e de adoração sobre a
percepção espiritual que ele tem acerca de quem é Jesus e do que Ele fez, e da
completude absoluta do que Ele veio realizar, cuja finalidade é reconciliar todos e
todas as coisas com o Pai por meio do sangue da sua cruz. Só que quando a gente ouve
isso inicialmente, geralmente a gente pensa no que não está dito. Porque durante
séculos, o que a Igreja e seus mestres e doutores nos ensinaram criou um equívoco
essencial acerca da afirmação desse texto do apóstolo Paulo.

Por quê?

Porque logo, logo, no curso do cristianismo, se desenvolveu a doutrina perversa,


maligna, pagã, idolátrica e diabólica de que fora da igreja não há salvação,
considerando-se que quando se falava em igreja, se estava falando na instituição que
tinha hierarquia — fosse o Papa católico, fossem bispos ou pastores em qualquer que
seja outro tipo de manifestação cristã. Mas de qualquer modo, igreja significava o
ambiente espaço-temporal constituído pelo templo, ou, na melhor das hipóteses, a
agremiação, a confraria caracterizada por aqueles que tinham assinado, com seus
nomes, um atestado de membresia, tendo recebido um batismo, “devidamente”
ministrado por um sacerdote “superior” aos demais homens porque ele, o sacerdote,
fazia parte do estado clerical do mundo sacerdotal, enquanto nós éramos apenas o
povo.

Desse modo, se instituía o mesmo paradigma da religião da terra, das religiões dos
povos, nas quais há ou um pajé ou um sacerdote ou um Xamã — uma figura
supostamente imantada com poderes especiais, a qual faz a mediação e a conexão
entre o povo alienado e as divindades exigentes. Ele, o sacerdote, é que conhece os
ritos, ele é que conhece as mandingas, ele é que conhece as manobras, ele é quem sabe
e discerne as mecânicas espirituais, ele é quem sabe quais são as poções...

E é desse mesmo espírito pagão que vem a herança do cristianismo, de fazer de certos
indivíduos pessoas especiais, sacerdotes que, supostamente, têm uma vinculação melhor
e maior com Deus, cuja oração é mais bem ouvida e cujo entendimento é superior ao de
qualquer outra pessoa, de tal modo que, conquanto nós não o chamemos de pajé ou de
Xamã, pajé e Xamã é o que ele — o sacerdote — é para nós!

E a igreja é a oca, é o gongá, é o altar, é a fisicalidade onde esses mistérios ocultos,


por um favor — que não chega a ser favor, porque é adquirido, pela lealdade
ignorante e burra dos fiéis — onde, em razão dessa realidade, esse indivíduo,
supostamente, abre alguns segredos da divindade pra nós. E esse lugar descrito, com
esse pajé, com essa figura, com essa estrutura, com essa hierarquia, com esse corpo de
doutrina, é aquilo que se convencionou chamar de igreja; portanto, fora desse ambiente,
fora dessa gestão, fora dessa pirâmide, fora do âmbito e do controle dessa ingerência
sacerdotal, “não existe salvação”.

Isso foi o que os teólogos católicos determinaram há muito séculos, e foi o que o
protestantismo, no início, negou, mas com o passar do tempo, se rendeu à mesma coisa:
não se concebe isso de outro modo, por exemplo, em qualquer que seja a versão do
cristianismo; seja ela, por exemplo, entre nós, a do catolicismo estrutural, piramidal,
eclesiástico, seja a do mundo evangélico, onde não há papa, mas há milhares de
“papinhas”; na qual não há papa, mas há apóstolos mais surtados do que os papas
mais enlouquecidos. Ali também se pratica a mesma coisa: se o indivíduo não estiver
presente numa reunião de domingo à noite, ou se ele se ausentar por quatro domingos
seguidos, ele começa a estar “desviado”. Se ele disser que crê em Jesus, mas não for
batizado, “uma obra não foi completada na vida dele”, de modo que Jesus pôde dizer
ao ladrão que ao seu lado morria na cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”,
mas a esse indivíduo que a igreja não batizou, ela declara que, sem batismo, não
haverá essa salvação nem essa graça!

Por mais que, doutrinariamente, se diga o oposto, na prática, é isso que se instila na
alma das pessoas, o que gera toda sorte de culpa, de tal modo que a afirmação de
Paulo de que Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do
Filho do seu amor “significa” que Ele nos tirou dos nossos amigos, das nossas amizades,
dos nossos relacionamentos, dos gostos que a gente tinha, dos bares que a gente
freqüentava, das festas que a gente achava gostosas, das músicas que nós
apreciávamos, dos cantores e compositores nos quais nós nos deleitávamos; Ele trocou
nossa roupa, o nosso biquíni por um maiô bem grande — um “burquíni” ao estilo
iraniano —; Ele me libertou do batom, Ele me libertou do brinco, Ele me libertou das
amizades gargalhentas que um dia eu tive... E agora Ele me colocou no “Reino do Filho
do seu amor”, onde eu dou tudo o que eu tenho, o que eu posso e o que eu não posso;
onde eu me mato e me esfolo; onde eu me entrego de maneira desesperadamente
culpada; onde a minha ausência pode significar uma tristeza profunda e mortal para
Deus, por isso eu tenho que comparecer pela “fragilidade” do Todo-Poderoso; do
contrário, a minha ausência O seca!

Essa é a salvação “cristã”!

Só pode ter sido proposta pelo Diabo!


E foi nesse espírito que a maioria de nós viveu e vive. Carregando a basicalidade desse
espírito pagão, sob o tacão dessas potestades perversas, disfarçadas de anjos de luz e
acachapando a alma da maioria de nós!

A pergunta é: O que Paulo queria dizer quando ele disse que Ele nos libertou do
Império das Trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor, no qual temos a
rendição e a remissão dos pecados?

Obviamente ele não tinha em mente nenhuma dessas coisas que acabaram empedrando
e engessando fixando e matando esse texto, fazendo dele apenas uma letra que indica
um endereço, que indica um horário de culto, que indica uma autoridade supostamente
espiritual que nos toma pela mão e que nos mantém num estado de imbecilidade crônica
pra nossa própria “salvação”!

O que Paulo queria dizer?

Que movimento é esse? De nos libertar do Império das Trevas e nos conduzir para o
Reino do Filho do seu Amor? Esse é um movimento geográfico? É um movimento cultural?

O que isso significa? Rupturas fraternas? Alienação do planeta? Evasão do mundo?

O que isso significa? Que nós vamos mudar nosso guarda-roupa? Que nós vamos
assimilar o processo de clonagem da religião, de tal modo que, em nós, não haverá
nenhum processo de individuação; pelo contrário, significa que todos nós seremos
absorvidos na massa clonada, e quem quer que mantenha e conserve a sua própria
identidade, pela sua própria identidade já se desviou do corpo e da totalidade que
não tem nada a ver com o evangelho de Jesus, mas tem a ver apenas com a
corporificação de um grupo sob controle e tirania do Império das Trevas disfarçado de
Reino do Amor de Deus?

O que Paulo queria dizer?


Que movimento é esse?

Primeiro é preciso que a gente se lembre de que quando Paulo falou de império, ele
estava falando sobre o Império Romano. Essa era uma palavra sacrossanta do ponto de
vista político. O Império Romano era adorado, e o imperador era considerado a
encarnação da divindade. Usar a palavra império com a conotação negativa e de
trevas que ele usa já é, em si, uma denúncia de natureza político-espiritual! Já carrega
o germe da subversão.

Todavia, obviamente Paulo não estava preocupado em criar qualquer tipo de


sublevação política ou de subversão nesse nível, porque a missão do reino de Deus é
muito mais profunda do que qualquer que seja a ação política terrena. Desculpem-me
os apaixonados pelo engajamento político, que tem sua hora e sua necessidade, mas
para Paulo isso era coisa ainda de uma mente que não tinha enxergado o significado
da guerra mais profunda e da luta mais radical e visceral que se trava no universo e
que tem a ver com mente de cada ser humano.

Ele nos libertou do império das trevas! Dizer isso, debaixo das barbas de Nero, ou antes
dele, de Calígula, era algo extremamente perigoso! Porque podia ser interpretado
como uma vocação e um chamado para a separação radical; para não ter nenhum tipo
de contato com qualquer que fosse a sociedade caracterizada pelo domínio romano.

Mas Paulo era discípulo de Jesus, e Jesus orou ao pai dizendo: “Eu não peço que os tire
do mundo, mas que os livres do mal”. Paulo era discípulo de Jesus, que disse: “Vós sois o
sal da terra.” Portanto não é para haver evasão, é pra se imiscuir.

Paulo era discípulo de Jesus, e Jesus disse que ninguém acende uma luz para colocá-la
sob o alqueire, mas no velador, para que ilumine a todos os que entrem na casa.

Portanto, em Jesus, não há nenhum convite à evasão, à fuga, à alienação; e se é assim,


prevalece e perdura a questão: O que Paulo estava querendo dizer quando fala dessa
retirada, desse êxodo do Império das Trevas, com uma transportação pro Reino do Filho
do amor de Deus? O que ele queria dizer? Onde acontece esse movimento? Em que
ambiente ele se dá?

Como qualquer outra coisa no evangelho, esse movimento só se dá no coração! Porque


Jesus disse: “O reino de Deus, acerca dele não se dirá, ei-lo aqui, ou ei-lo ali, porque
ele não vem com visível aparência, porque o reino de Deus está dentro de vós.”

Assim também é com o império das trevas! Se o reino está dentro de nós, o império das
trevas acontece dentro da gente também!

A gente preferiria mil vezes que o império das trevas tivesse uma geografia, porque
ficaria muito mais simples dizer: “Eu não pego nisso aqui! Eu não piso nessa fronteira,
porque ela é pervertida, é promíscua.”

É muito mais simples transformar a espiritualidade em fisicalidades, em fronteiras, em


realidades objetais do que ter que olhar e trabalhar com as categorias da percepção
da consciência acerca de um mundo de sentimentos, de entendimentos e de
invisibilidades, onde ou a gente olha para dentro com coragem ou a gente não enxerga
nada!
É extremamente mais simples demonizar geografias do que enxergar as realidades
existenciais demoníacas presentes no coração da gente.

É muito mais fácil tratar com o despacho da macumba na esquina do que verificar a
quantidade de vodu que a gente carrega na alma.

Aí o indivíduo diz: “Eu era do candomblé, da macumba, e agora eu sou da igreja de


Jesus! Aleluia!” — mas trocou apenas de potestade, porque se não mudou nada no
coração, ele continua debaixo da mesma macumbaria!

O império das trevas está aqui, dentro de nós! Você não precisa procurá-lo em
Manhattan, nem na “Boca do Lixo”, nem nos bordéis de São Paulo. O império das trevas
está aqui, no coração da gente! E o próprio Paulo descreve, em Efésios, quais são as
camadas de dominação desse império na interioridade humana, como ele funciona e
quais são as suas mecânicas, quando afirma, em efésios 2, o que nós todos sabemos de
cor, mas não discernimos com o coração, e que diz:

Ele nos deu vida estando nós mortos nos nossos delitos e pecados, nos quais todos nós
andamos outrora segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar,
do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.

Essa é a constituição do império das trevas! Tem a ver com manter a mente num estado
de harmonia com o fluxo do mundo!

E que estado de harmonia é esse com o fluxo do mundo, senão que o nosso
entendimento nasceu morto para o discernimento da verdade e entregue, de maneira
marionetada, ao fluxo das coisas que acontecem e que para nós são como são — e,
portanto, nós fazemos parte dela, e pergunta alguma temos a fazer, senão entregarmo-
nos a esse levar diluviano que nos carrega de morte em morte, de dor em dor, de
angústia em angústia, de ódio em ódio, de ira em ira, de sentimentos perversos em
sentimentos perversos, de competitividade animal em competitividade animal, de
instintualidade em instintualidade, sem jamais termos a possibilidade de vermos a
consciência prevalecer conforme a lei do amor, abrindo o pacote da nossa existência e
perguntando pelo nome de cada demônio que se instalou no nosso entendimento como
valor e como conceito cultuado por nós e que precisam ser desinstalados de nós? Do
contrário, instaura-se em nós o domínio do império das trevas.

O buraco é mais embaixo, você está entendendo?

É fácil expulsar demoninho da esquina! Dar chute em galinha morta! Virar prato de
farofa em nome de Jesus! Isso é uma tranqüilidade! Eu quero ver é você ter coragem de
encarar a macumba da sua alma! E essa macumba é feita de muitos elementos!
Se bem-aventurados são os humildes de espírito, emacumbados são os arrogantes!

Se bem-aventurados são os misericordiosos, feiticeiros no coração são os implacáveis!

Se bem-aventurados são os mansos, demoniacamente existenciais são aqueles em cujo


coração existe apenas a vontade e o rompante de partir para o trucidamento do outro!

Se bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, demonizados são os


acomodados, indiferentes e dessensibilizados, que passam pela existência sem nenhum
tipo de sentimento para com a vida!

Se bem-aventurados são os pacificadores, malditos são aqueles que existem para a


intriga, para a contenda, para a provocação da inimizade, para a construção de fossos
entre as pessoas!

Se bem aventurados são os perseguidos por causa da justiça, malditos e filhos do


império das trevas são aqueles que por toda a injustiça conseguem passar ilesos pela
existência, alimentando-se de maldades e maldades!

Se o filho do reino de Deus é aquele que aceita ser sal da terra e se diluir na massa da
existência perdendo a importância da visibilidade, se dissolvendo no todo para dar
gosto à vida sendo sal da terra, emacumbado é aquele que não se entrega, que não se
dá, que não se dissolve na graça que o transformaria num ser que tempera a vida com
amor, sendo ele aquele que, aonde chega, amargura o que existe á sua volta.

Se os filhos do reino são luz do mundo, os que estão no império das trevas são os
promotores da luz negra da mentira e do engano.

Se os filhos do reino são aqueles que não resistem ao perverso; ao contrário, sem que o
temam, todavia o confrontam em amor, naquele amor corajoso, que não retrocede mas
não mata, os filhos do império das trevas são aqueles que carregam dentro de si o
ânimo homicida.

Os filhos do império das trevas são aqueles que, em causando mal, assistem-no como
obra de desconstrução do próximo até mesmo ao ponto e ao estágio no qual o próximo
seja considerado raca, ou seja, nada! Vacuidade! Coisa alguma! Zero à esquerda! E
não têm qualquer ânimo de restaurar esse ser; ao contrário, permitem que ele caminhe
dessignificadamente o seu caminho enquanto eles próprios gozam o gozo do orgasmo
da perversidade de terem dessignificado o outro ser humano!

Se os filhos do reino são chamados a não julgar, os filhos do império das trevas são
juízes togados!
Se os filhos do reino são chamados a não jogar pérolas aos porcos; ao contrário, a
terem o bom senso da sabedoria e saberem o modo, o meio, a hora e o tempo, os filhos
do império das trevas são só impulso, só ação animal, sem discernimento algum!

Se os filhos do reino são aqueles que têm consciência de que o ambiente do coração é
onde todas as coisas se instalam, de tal modo que o indivíduo pode nunca ter “pulado a
cerca” pra trair a mulher ou o marido com ninguém do ponto de vista físico, mas se no
coração ele é habitado por um bordel de fantasias, e justamente por isso ele cuida do
seu próprio coração, os filhos do império das trevas pensam o seguinte: “Eu só serei, de
fato, otário, se for flagrado com a boca na botija!”

O império das trevas é feito de religiosidade de aparências, de esmolas dadas e de


trombetas tocadas para que se chamem atenção sobre elas!

O império das trevas é feito daquela atitude que confunde a consciência da confiança
em Deus como pai misericordioso e, ao contrário disso, pensam que pelas vãs repetições
se conquista alguma coisa numa barganha oral com Deus.

Se os filhos do reino são aqueles que caminham sem se impressionar de modo algum
com aparência; ao contrário, procuram verificar o significado e a natureza de qualquer
que seja o ente, o ser ou mesmo a semelhança de uma árvore pelo fruto que ela produz,
os filhos do império das trevas são aqueles que acham que a imagem é tudo, e que se
eles conseguirem se vestirem de ovelhas, ainda que dentro da alma eles carreguem um
lobo, felizes eles são por enganarem os otários que os servem!

Se os filhos do reino são aqueles que não usam do nome de Jesus apenas como um
nome de poder, mas querem estar sob Jesus, com a consciência transformada por Ele,
tendo no entendimento as palavras do amor de Deus, inscritas pelo Espírito Santo, ao
contrário de simplesmente apresentarem fachadas performáticas e de interpretações
apenas emblemáticas e que não guardam nenhuma correspondência com as verdades
do coração...

Se os filhos do reino são esses para os quais o que vale é o significado do que foi
produzido dentro e que aparece como fruto do lado de fora, e para quem o nome de
Jesus não é um “nome de poder”, mas a consciência da Pessoa eterna e absoluta sob a
qual eu me coloco em submissão, para os filhos do império das trevas, o que vale é a
imagem, o que vale é o resultado; não vale o que está certo, só vale o que dá certo, de
modo que eles podem usar o nome de Jesus, pra expulsar demônios, realizar milagres,
profetizar... E eles não estão nem um pouco preocupados se conhecem Jesus ou não,
ainda que, no final, eles próprios venham a ouvir da boca de Jesus: “Eu nunca vos
conheci!”

O império das trevas é feito de escravidão, por isso é que se diz que Ele vos libertou do
império das trevas e vos transportou para o reino do filho do seu amor no qual temos a
redenção, porque a redenção é o que se dá ao escravo! É escravidão ao ódio, é
escravidão aos direitos animais, é escravidão à lei do poder estabelecido sobre o fraco,
é escravidão a vontades, a pulsões, a instintos, a caprichos que vilipendiam e passam
por cima da realidade da própria consciência do indivíduo, que com o passar do tempo
se cauteriza e morre! É escravidão ao medo da morte, que é o que gera esse frenesi
angustiado de uma existência que quer apenas consumir, consumir, consumir, porque o
pânico da morte incita o indivíduo a se entregar de maneira absolutamente escravizada
a qualquer que seja o impulso e o capricho, porque ele chama isso de “sorver a vida
enquanto é tempo”!

E aí eu quero perguntar a você, apesar de ter levado aquele batismo, com mais água
ou menos água, com aspersão ou um caldo batismal: Você está onde, meu irmão, dentro
de você?

Apesar de vir tomando, há anos, esse lanchinho eucarístico; há tantos anos, esse
pãozinho e esse cálice, você está onde, meu irmão, dentro de você?

Apesar de ter aprendido todas essas canções de guerra, que dizem que você pisou na
cabeça do diabo, dos inimigos todos, a pergunta é: Você está onde, meu irmão, dentro
de você?

Qual o espírito que prevalece dentro de você, meu irmão?

Por isso, neste momento, sem ilusão, sem fachada, sem brincadeira, eu quero apenas que
você pergunte se, de fato, você foi libertado do império das trevas! Porque a maioria
dos cristãos que eu conheço não foi! Eles continuam seguindo o curso deste mundo,
porque eles caíram naquela ilusão de que o curso deste mundo tem a ver com a
esteticidade das coisas; então, se eles se vestirem de maneira feia, eles romperam com
o mundo; se eles desconsiderarem o corpo, eles romperam com o mundo; se eles não
freqüentarem mais lugares de que antes eles gostavam, eles romperam com o mundo; se
eles controlarem o gosto e a vontade de gritar GOOOOLLLL! com alegria, numa
possível reviravolta Corintiana, eles romperam com o mundo!

É esse o estado de libertação do império das trevas que você, idiotadamente, achou
que conquistou?
Enquanto isso você pisa, enquanto isso você mata, enquanto isso você odeia, enquanto
isso você carrega espírito homicida no coração, enquanto isso você torce alegremente
pela desgraça das pessoas, sem saber que você ainda é filho do “Cão”!

Está chocado com o que eu falei?

Este é o evangelho! Ele não está na epiderme! Ele não é uma tatuagem no corpo! Ele
não é um amuleto pra carregar no peito! Ele não significa rupturas simples e culturais!
Ele mexe é com as entranhas da gente! A revolução dele é desinstalar o entendimento
da morte, desinstalar o fluxo deste mundo e instalar, em nós, o espírito da renovação
permanente da mente buscando não conformação com este aeon, com este século, mas,
ao contrário, nos transformarmos pela renovação da nossa mente conforme o significado
da verdade encarnada por Jesus.

Do contrário, entre em todas as correntes e você ficará mais amarrado; pode entrar em
todas as filas de cai-cai, porque você vai continuar onde você está mesmo, caído e
erguido na presunção de estar em pé sem saber que você é apenas um ser rastejante
do império das trevas!

E a sutileza é enorme, porque a gente vai sendo conduzido pelo príncipe da potestade
do ar, pensando que é o anjo Gabriel! Vai sendo levado por um panteão de demônios,
escondidos atrás de simbologias cristãs que simplesmente empurrão a nossa existência
para um ambiente de escuridão, de medo, de temor, de fobias, de angústia, ou
revoltado contra a própria dor que sente, e acaba servindo a Deus com ira! E como não
podem se irar contra Deus e com Ele brigar, transformam sua raiva de Deus em
ortodoxia contra os irmãos, e ainda dizem: “Eu estou liberto!”

PALHAÇADA!

Eu não sei o que você pensa de mim, mas eu sei o que eu penso de mim. O que eu penso
de mim é o que eu penso acerca do evangelho. Eu nasci e estou aqui nesta terra, para,
em nome de Jesus, lhe dizer que esses demônios da religião que vêm cegando o
entendimento dos incrédulos, colocando a gente no fluxo do mundo carregando cruzes
com simbologias cristãs, mas que escondem a grande macumba e a grande feitiçaria...
Isso está desmascarado em nome de Jesus!

E você pode sair daqui com o auto-engano que queira, mas nunca mais vai dormir em
paz, porque eu sei que o poder do Espírito Santo vai fazer a minha voz ecoar na sua
alma até o fim da sua vida!

E TENTE DORMIR COM ESSE BARULHO!


Tente dormir com ele, porque eu sei que poderoso é aquele que está falando por meio
de mim!

Porque é a palavra da verdade que eu estou dizendo aqui. E eu a digo nas entranhas
do inferno, ou em qualquer outro lugar, sem medo de potestade nenhuma, porque elas
estão desmascaradas!

Ele nos libertou do império das trevas, mas Ele só nos libertou do império das trevas se
as trevas saíram da nossa mente; se nós, de fato, tivermos trocado a lei dos poderosos e
da prevalência dos mais fortes pelos mais fracos pela lei da graça.

Só teremos sido libertos do império das trevas e transportados para o reino do amor de
Deus se no nosso coração aquilo que antes era elevado como glória diante dos homens
se tornou abominável, e a nossa escolha é a escolha da simplicidade das coisas
essenciais às quais Jesus chama de vida; do contrário, nós continuamos no império das
trevas.

Eu sou filho do amor de Deus e sou cidadão desse reino de amor se o único dogma da
minha vida for amor, pois o único dogma do reino de Deus é amor, porque Deus é amor.

Eu fui transportado do império das trevas para o reino do filho do seu amor quando eu
reconheço que eu sou filho da graça do favor imerecido, da bondade incomunicável, da
misericórdia eterna, que só é constatável pelo fato de que ela se renova toda manhã,
mas eu mesmo não consigo explicar, tamanho o poder de auto-renovação. Eu apenas
aceito, sem entender, tamanha graça, e porque eu aceito que fui aceito, e aceito que fui
incluído sem razão nenhuma para o ser, e transformo isso no mesmo espírito de inclusão,
de aceitação, de perdão, de misericórdia pra com o meu próximo, eu fui transportado
pro reino do filho do seu amor; do contrário, não!

No reino do filho do seu amor nós temos redenção. A nossa e a redenção que a gente
oferece aos outros.

Nós somos aqueles que queremos ser redimidos e não queremos redimir ninguém! Mas
quem foi redimido pelo filho do amor de Deus, redime o próximo.

Quem confessa que teve uma multidão de pecados perdoados cobre uma multidão de
pecados.

Quem gosta de ver a boca do diabo silenciada sem mais nenhuma condenação ou
acusação, porque, pela fé, está oculto em Deus em Cristo Jesus, esse mesmo não tem
nenhum prazer na difamação de qualquer acusação contra quem quer que seja.
QUEM ODEIA SATANÁS TEM QUE DEIXAR DE SER SATANÁS NA VIDA DO SEU
PRÓXIMO!

Quem diz: “Diabo, tu estás repreendido!", antes de dizer isso ao Diabo, deve dizer isso
ao diabo que existe nele próprio.

Diabo = diábolos = divisão


Satanás = adversário

O grande satanás a ser combatido e enfrentado não é aquele que vem de fora pra
dentro, é aquele que se constitui em psiquismo, em direito, em personalidade, em
individualidade, em constituição do ser, e que habita você e responde pelo seu próprio
nome! Batizado e tudo!

No reino do filho do seu amor, nós temos a redenção. Se nós temos a redenção, nós
compartilhamos redenção!

No reino do filho do seu amor, se tem lugar pra mim, podem ter certeza, tem lugar pra
todos! E no dia que eu disser que tem lugar pra mim, mas não tem lugar pra todos,
nesse mesmo dia, eu estou de fora sem saber! Porque no reino do filho do seu amor, nós
temos a redenção; e se ela é minha, ela é nossa, ela é de todos. Porque a intenção de
Deus é que por meio do sangue da sua cruz, Ele reconciliasse consigo mesmo todas as
coisas, quer nos céus, quer sobre a Terra, e até nós mesmos, que outrora éramos inimigos
no entendimento e pelas nossas obras malignas, mas que agora fomos reconciliados por
meio da sua carne, pelo sangue da sua cruz, se é que permanecemos firmes na nossa
mente não nos afastando do evangelho, que nós ouvimos, e nem nos deixando ludibriar
nem que seja por um anjo de luz!

Se você veio de casa e chegou aqui querendo ouvir uma coisa espetacular, não venha
nunca mais me ouvir; eu não tenho nada espetacular a dizer; o meu único espetáculo é o
da cruz. Vocês nunca vão me ver pulando no chão nem plantando bananeira; eu não
tenho o dom da lagartixa, não recebi o dom de cão. Falo em línguas no meu quarto, e
ninguém nunca me viu fazendo disso um espetáculo público. Se você gosta do circo da
perversidade religiosa, não venha me ouvir, porque eu não tenho performance nenhuma
a lhe oferecer!

A verdade é simples, simples é a verdade; agora, ela tem o poder de mudar a mente
da gente. De transportar a gente da sutileza desse império psicológico-espiritual, que
muitas vezes se disfarça, se camufla de religiosidades, de simbologias que nós
chamamos de coisas relacionadas a Deus, mas que são apenas os mantos da mentira
para que tudo continue exatamente entrevado dentro de nós!

Se esse é o espírito, se essa é a vontade, se essa é a decisão de não conversão, então


fique sabendo: continue “cristamente” no império das trevas. Continue carregando cruzes
e cruzes pro Diabo! Continue em sucessões de moveres e de batismos eternos que não
transformam a mente, não mudam o coração e não alteram o entendimento.

Agora, isso tudo só para concluir, aqui mesmo em Colossenses 2, onde Paulo nos diz
algo. Eu era menino e esse texto entrou na minha alma aos 18 anos de idade:

Nós fomos libertos do império das trevas e fomos transportados para o reino do filho
do amor de Deus, porque nEle nós fomos sepultados. Juntamente com Ele nós fomos
sepultados no batismo da morte, no qual igualmente nós fomos ressuscitados mediante a
fé no poder de Deus que ressuscitou a Jesus dentre os mortos. E a vós outros que
estáveis mortos pelas vossas transgressões, vivendo a cidadania do império das trevas,
e pela incircuncisão da vossa carne Ele vos deu vida, perdoando todos os nossos delitos,
tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças,
o qual nos era prejudicial, Ele removeu-o inteiramente encravando-o na cruz, e
despojando os principados e as potestades do império das trevas e que tem o seu
poder na nossa consciência, tem o seu poder na culpa latente em nós, tem o seu poder
na nossa dívida pra com a Lei, tem o seu poder na nossa justiça própria arrogante que
pretende se autojustificar, tem o seu poder justamente nesse espírito de acusação que
paira sobre a nossa vida, em razão da certeza que todos nós temos de que nós estamos
aquém e muito aquém e absolutamente aquém da santidade de Deus! Mas quando,
pela fé no que Jesus fez, nós cremos e assumimos, pela fé, o que está feito e consumado,
e sabemos que todo escrito de dívida que havia contra nós foi rasgado na cruz por
Jesus, e com Ele todas as ordenanças que nos eram prejudiciais, porque Jesus removeu
todas essas coisas inteiramente encravando-as na cruz, aí então, cessa o império das
trevas em nós. Porque nesse dia, nessa hora, nesse momento existencial, em fé no nosso
coração, Ele despoja os principados e as potestades, e como o fez na cruz, o faz hoje,
ante os nossos próprios sentidos e consciência, publicamente os expondo ao desprezo,
triunfando sobre eles na cruz, na nossa vida.

Por isso, ter saído do império das trevas e vindo para o reino do amor de Deus não tem
absolutamente nada a ver com comida ou com bebida, com dia de festa, ou lua nova,
ou sábado ou corrente dos 318 ou dos 424, porque tudo isso tem sido sombra de coisas
que haviam de vir, porém agora nós somos do corpo de Cristo. Ninguém se faça árbitro
contra vós outros, pretextando suposta humildade, ou até mesmo intimidade com os
anjos, baseando-se em visões, em subjetividades, em moveres, em invenções fantasiosas
da mente, enfatuado sem motivo algum; a sua mente é apenas carnal e vaidosa, e não
retendo a cabeça, não retendo o evangelho, não retendo a mente de Cristo, não
retendo a palavra de Cristo, da qual todo corpo suprido e bem vinculado pelas suas
juntas e ligamentos cresce o crescimento que procede de Deus.

Se morrestes com Cristo, para os rudimentos do mundo, para o império das trevas, para
o curso deste mundo, para a tirania do príncipe da potestade do ar, por que como se
vivêsseis no mundo, vos sujeitais a essas ordenanças perversas, sejam as da religião ou
sejam as ordenanças dos instintos desgovernados, seja o ascetismo, que diz: “Não
manuseies isso, não proves aquilo, não toques aquilo outro, segundo preceitos e
doutrinas de homens? Pois todas essas coisas com o uso se destroem, essas coisas, com
efeito, tem aparência de sabedoria como culto de si mesmo, falsa humildade e rigor
ascético, todavia não tem valor algum contra a sensualidade. Portanto, se fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive,
assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são daqui da
Terra, porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo em Deus.

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com Ele em glória.”

A VOZ INSISTENTE E MEIGA, TODAVIA PODEROSA DO ESPÍRITO SANTO, NOS


CONVENCE ACERCA DA VERDADE, QUE NOS LIBERTA TODO DIA, PORQUE NÓS
FOMOS LIBERTOS DO IMPÉRIO DAS TREVAS PARA SERMOS LIBERTADOS TODO DIA
NO AMOR, NO REINO DE DEUS.

Esse é o evangelho de Jesus, e quem tiver alguma coisa contrária, seja anátema. Porque
essa é a verdade eterna. Essa é a que fica, essa é a que transforma. É acerca dessa
que Jesus chama de evangelho. O resto é outro evangelho, é mentira, é camuflagem, é
engano, é tapeação do inferno, para você ficar mantido nesse estado de ilusão e
fantasia, pensando que está servindo a Deus enquanto serve principados e potestades;
fazendo grandes e ousadas confissões de fé enquanto a sua mente apenas segue o
fluxo deste mundo, e o seu coração não experimenta transformações que alterem a
essência do seu ser fazendo de você um filho do amor de Deus.

Essa palavra carrega cura, porque desinstala ódios, porque exorciza amarguras,
porque expulsa direitos homicidas, que a gente mantém no coração como bens
preciosos, como direito adquirido contra o próximo, sem saber que justamente isso é que
vai matando o próprio coração e destruindo a própria vida.
Quando ódios, amarguras e ressentimentos são desinstalados de nós pelo poder do
evangelho, que infiltra o amor de Deus na gente, o corpo é curado. Doenças
psicossomáticas são afastadas. Perversões da mente são banidas. E o andar da gente é
endireitado no chão da Terra porque antes foi consertado no chão do coração.

Minha oração é que toda ilusão sobre o reino do amor de Deus que tem estado sobre a
nossa mente, mantendo-nos cativos ao império das trevas sem que a gente discernisse o
tamanho do engano, tenha sido arrancada da nossa mente agora, em nome de Jesus. E
que o processo da verdadeira conversão esteja começando e não pare jamais. E que a
gente vá se conformando à imagem e semelhança do Senhor.
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Mensagem: “Discernindo o Império das Trevas” — Caio Fábio


Transcrição: José Abdon Luna Accioly
Revisão: Fausto R. Castelo Branco
14/OUT/08

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