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Resumo: O presente trabalho descreve qual foi o método utilizado para correção do sistema separador de água e
óleo de uma oficina mecânica localizada no município de Lajeado. Quando a oficina deu início a suas atividades
houve uma preocupação em relação aos aspectos ambientais e ao cumprimento de algumas normas vigentes, tal
como a resolução n° 128/2006 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), que dentre seus vários
aspectos fala sobre as condições de lançamento de efluentes no meio ambiente. Neste contexto, trata-se
especificadamente do efluente a ser tratado vindo da lavagem de peças e higienização das mãos dos funcionários
que contêm partículas insolúveis de óleo. Após algumas pesquisas viu-se qual método se mostra mais indicado a
ser utilizado. Em seguida, houve um estudo para o tratamento da borra oleosa com uma enzima disposta em
cinco porções diferentes para identificar se há alguma porção mínima que possa ser usada para tal tratamento.
Palavras-chave: Sistema separador de água e óleo. Oficina mecânica. CONSEMA. Borra oleosa. Enzima.
1 INTRODUÇÃO
Hoje em dia temos que ter uma preocupação a mais com os resíduos despejados pelas
oficinas mecânicas, pois se trabalha com trocas de óleo, lavagem de peças e as mãos dos
funcionários. Preocupado com o tema, o presente trabalho tratará sobre este assunto.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
sustentável, dando origem a regulamentações cada vez mais exigentes. Grandes centros de
cidades tem comprometendo a qualidade de seus mananciais devido ao descarte de efluentes
industriais e urbanos sem devido tratamento. O Brasil tem um problema que é seu tratamento
de esgoto sanitário, ele está presente, mas ainda em processo de implantação, deixando de
atender a grande maioria da população (BOHN, 2014).
Devido a resíduos oleosos lançados em corpos hídricos se tem danos estéticos e à vida
aquática, dificultando a reaeração, por formar-se sobre a superfície d’água uma película
oleosa, atrapalhando na utilização do oxigênio dos peixes, entupindo suas vias respiratórias
causando asfixia nos mesmos (SECRON; GANDHI; FILHO, 2010).
Tem como objetivo fazer com que decante todo lodo presente na água contaminada, a
passagem da primeira para a segunda repartição acontece por gravidade onde duas caixas são
separadas por uma parede e conforme vai enchendo irá transpor a barreira.
Ainda, na segunda repartição, ao fundo dela, são colocados tijolos do tipo furado e pedras
tipo brita, que diminuem a velocidade na qual há a passagem do efluente para a terceira
repartição. Essa passagem ocorre pelo fundo justamente por não haver camada de óleo superior na
anterior. Podendo, ainda, haver passado algum óleo sobrenadante ao final, onde se encontra um
joelho que serve justamente para coletar o efluente mais a abaixo do nível (LEPPA, 2015).
Digestão anaeróbia
Para MONTINAGA (2013) ela produz energia através do gás metano. Também
chamado de digestão anaeróbica ou biogaseificação, é um tratamento de decomposição para a
produção de biogás, compreendendo cerca de 60% de metano, o qual é queimado ou usado
como combustível.
Digestão aeróbia
RUBIM (2013) explica que ele é um processo simples e voltado para pequenas
instalações. Ele começa com uma fermentação de ácidos em que os açucares simples são
fermentados, transformando-se em acetato. Após o consumo de todo oxigênio, a digestão
anaeróbica produzirá metano.
Incineração
SECRON et al. (2010) definem que a opacidade nos efluentes derivados das operações
automotivas é claramente observada, devido a interferência dos produtos de apoio. Essas águas
tem detergentes, desengordurantes, desengraxantes chamados de produtos de apoio. Sem
adequada tratabilidade através de sua própria poluição, devido que no seu desenvolvimento, à
presença de compostos orgânicos refratários para ajudar a emulsionar e dissolver o óleo no
efluente são destinados a rede pública e ao meio ambiente.
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O que faz acontecer este resultado são os agentes tensoativos de formação de espuma,
com o objetivo de diminuir a tensão superficial dos líquidos, usado para tornar sobrenadante
substâncias insolúveis como óleos e gorduras (SECRON; GANDHI; FILHO, 2010).
3 METODOLOGIA
A pesquisa teve início com uma conversa com os funcionários do local, para se ter um
conceito da situação que estava acontecendo.
3.1 Situação
Como a empresa não apresenta processos formalmente definidos, num primeiro momento,
a rotina da oficina mecânica foi acompanhada para identificação dos processos que geram
efluentes que são destinados à caixa separadora de água e óleo e definidas três possibilidades de
melhoria do sistema de tratamento, que serão testados no desenvolvimento do trabalho.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a caixa vazia verificou-se as medidas de acordo com que constava na planta
fornecida pela prefeitura (ANEXO A). Realizou-se a etapa onde foram feitos os ajustes, tais
como a mudança da altura em que se encontrava o cano de entrada do efluente para 20 cm
acima do nível da água, para não haver contato do efluente entrando formando uma possível
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agitação ao fundo, e acrescentado outra peça de cano chamada de joelho, para captar o efluente
mais ao fundo na parte de saída do mesmo, para 30 cm abaixo do nível da água.
Visto ser mais viável para a oficina é feita a coleta da borra oleosa em um módulo
acoplado na caixa separadora de óleo, onde é depositada essa borra em uma lata metálica de 5L
provisoriamente, até que seja recolhida por uma empresa devidamente habilitada para que de a
destinação final correta.
Figura 3 - Caixa de inspeção, caixa separadora de óleo e caixa retentora de areia, ambas
vazias, após a limpeza
4.2 Eficácia dos produtos utilizados no auxílio da limpeza de peças e higienização das
mãos
Visto que a lavagem das mãos ocorria com a utilização de um detergente neutro,
decidiu-se fazer a substituição por um sabonete líquido que tem como objetivo emulsionar
qualquer substância hidrofóbica por causa de seu poder tensoativo, e a aplicação de um
desengraxante para a limpeza das peças sujas com óleo.
Quando foi feita a limpeza completa da caixa separadora de água e óleo, percebeu-se
que havia brita ao fundo do 2° compartimento, segundo informações do proprietário a brita
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Com a brita separada foi feito um teste com um novo produto que contém lipases com
o objetivo de fazer a biodegradação da borra oleosa. O produto atua no efluente, havendo a
dispersão das moléculas orgânicas especificas como proteínas, carboidratos, etc. Os
microrganismos realizam um processo onde ocorre um fluxo da solução pouco concentrada
em direção a outra mais concentrada, tendo a separação de do hidrogênio, carbono e sais
minerais inócuos ao meio ambiente segundo o fabricante do produto.
Para isso foram enchidas 6 (seis) bombonas com 3,5 L de água, e colocado um becker
de 500 mL cheio de brita em cada bombona. A seguir, em cada bombona foram postas
quantidades diferentes de enzima. O ideal sugerido pelo fabricante é a dosagem de 34g de
enzima para cada 1L de água.
Seguem fotos das bombonas com as seguintes dosagens de enzima propostas pelo
trabalho:
Figura 5 - Bombonas com adição de 120g, 100g, 80g, 40g, 20g e 0g de Enzilmp. - primeira
semana
Figura 6 - Bombonas com adição de 120g, 100g, 80g, 40g, 20g e 0g. - segunda semana
Figura 7 - Bombonas com adição de 120g, 100g, 80g, 40g, 20g e 0g. - oitava semana
Segundo informações obtidas pelo produtor da enzima, elas podem atuar seu trabalho
em sistemas de tratamento aerados ou anaeróbicos, devido a suas características aeróbicas,
anaeróbicas e facultativas. Mais especificações do fornecedor relatam reduzir os odores
oriundos desagradáveis em meio ao processo. Para se ter ao final do processo água, gás
carbônico e sais minerais, este em forma de elementos inócuos ao meio ambiente, as bactérias
são capazes de produzir enzimas para fazer a quebra das macromoléculas orgânicas em
moléculas menores, servindo para a realização das atividades metabólicas das mesmas. As
bactérias do Enzilimp atuam na decomposição das partículas deixando resíduos não
poluentes.
Apesar de não ser o objetivo do tratamento é importante ressaltar que o odor oriundo
que havia no começo do tratamento não estava presente, não apresentando odor algum.
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Figura 8 - Resíduos oriundos dos efluentes nas adições de 120g e 100g do Enzilimp,
respectivamente
Figura 9 - Resíduos oriundos dos efluentes nas adições de 80g e 40g do Enzilimp,
respectivamente
4.5 Considerações
Após três meses feito a limpeza houve a realização de uma coleta do efluente, com
dois frascos específicos adquiridos pelo laboratório responsável, no final da caixa separadora,
para se ter o resultado da quantidade de óleos e graxas finais na qual se procurou obter o
menor valor possível sendo o resultado demonstrado a seguir.
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Figura 11 - Resultados
O resultado obtido teve total satisfação por parte da oficina, a mesma comparou os
resultados com seus laudos anteriores e constatou uma melhora significativa, já que em
pesquisa a resultados anteriores, a quantidade encontrada era superior, chegando até 13 mg/L.
5 CONCLUSÃO
Com o presente estudo verificou-se que a eficiência desse sistema está diretamente
ligada à quantidade de material oleoso presente no efluente a ser tratado e a vazão do efluente
para não comprometer a eficiência do sistema. É claro que o efluente em questão não ficará
totalmente tratado, por isso é muito importante que haja um controle no sistema de
tratamento, sendo, ainda sim, a prevenção a melhor maneira de conservar o meio ambiente.
Levando-se em conta o que foi observado na análise visual da atuação da enzima na borra
oleosa contida na brita, é necessário que sejam feitas novas pesquisas para saber ao certo o que
contém o efluente após o tratamento, e qual o motivo do mesmo se tornar tão turvo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NUNES, Gerson B.; BARBOSA, Andra Francisca F. Gestão dos resíduos sólidos
provenientes dos derivados de petróleo em oficinas mecânicas da cidade de Natal/RN.
2012. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/enect/trabalhos/
Comunicacao_659.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2016.
RUBIM, Cristiane. Os desafios do tratamento do lodo. Revista TAE, ano III, n° 14 ago./set.
2013. Disponível em: <http://www.revistatae.com.br/artigos.asp?id=160&fase=c>. Acesso
em: 05 fev. 2016.
SECRON, Marcelo B.; GANDHI Giordano; FILHO Olavo B. Controle da poluição hídrica
gerada pelas atividades automotivas. Centro de Tecnologia Mineral, Rio de Janeiro, RJ,
2010. 74 p.
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ANEXOS
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