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_________________________________________receitas para não se morrer de amor

CENA UM:

A atriz e os dois atores chegam juntos com o público.

O espaço de cena está vazio: o trio, então, o preenche com os objetos de cena e os de
cenografia. O espaço é organizado de diversas formas, revelando, inclusive, quais as
posições esses materiais assumirão ao longo da peça.

Para a construção dessa movimentação da cena, lembrar da qualidade de movimento


que buscamos com o exercício “laço que não enlaça”.

Silêncio entre os atores. A atriz, hora ou outra, cantarola “tudo era apenas uma
brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo...”. No mais, apenas o som da
movimentação dos corpos e dos objetos.

Quando acharem adequado, finalmente a atriz e os atores dão início à primeira


comunicação.

G: (cordial) Boa noite, senhoras. Boa noite, senhores. Que bom estarmos aqui, nessa
noite, dando início a mais uma sessão dos nossos trabalhos. Sem sombra de dúvidas,
consideramos preciosa essa rara e cara oportunidade de encontro. Saber que a nossa
pesquisa atrai o interesse de outras pessoas é recompensador.

F: Obrigado pela presença de vocês.

R: Muito obrigado.

F: Queremos também agradecer o espaço cedido pela/

R: Espera/

Instante. R verifica algo no projetor.

R: Achei que/

F: (fala do projetor) Isso foi testado.

G: (é quase um sussurro. Um comentário de algo que pode ter dado errado e que o
público não deveria notar) Acho que sim.

R: Tudo certo.

G: (ao público, retomando a comunicação) Bem: eu e meus companheiros de pesquisa


temos encarado com muito afinco e seriedade a busca de uma solução para esse
enigma que tem inquietado homens e mulheres de diferentes tempos, credos e
culturas: qual o mistério? A resposta? O antídoto? O passo a passo? O caminho de

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volta! A receita? As receitas? A resposta! Para qual pergunta? Para essa:
como_não_morrer_de/

Interrupção. A luz cai.

F: (...) com esses frutos.

G: Certamente.

R: E mais importante do que isso: não estamos sozinhos. O mundo inteiro tem se
atentado para essa questão. Trouxemos um mapa, cujos pontos em vermelho
demonstram/ (para F ou G) slide três: mapa detalhado com pontos em vermelhos/

G: Cadê o mapa?

R: Não ligou?

G afirma que não.

R: Tudo bem, tudo bem, tudo bem, já olho isso: deixa só eu completar a minha linha
de raciocínio. Eu dizia que o mundo inteiro tem criado uma espécie de consonância em
torno dessa busca/

G: E o que podemos afirmar nesse sentido é que, apesar do contexto sócio-político-


econômico atravessado pelo nosso país/

F: Que resultou em diversos cortes e retrocessos na nossa área, é importante frisar/

G: Isso: apesar desse contexto, continuamos páreo a páreo com outros países.

R: Graças ao nosso afinco/

F: Seriedade.

Instante: seriedade.

F: (...) estamos completamente implicados na pesquisa, como mostraremos a seguir.

R: Muita gente se alarma: “não, o que é isso? Como podem? Vocês perderam o juízo?!
Vocês podem se expor, se machucar, se ferir, serem vitimas de desgastes”. Sim,
senhoras e senhores: de todas essas coisas nós sabemos, mas, ainda assim, seguimos.

F: Quem não arrisca, não petisca.

Silêncio constrangido de R e G.

R: A rigor/

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F: O que quero dizer é que/

Interrupção: escuro.

F, G, R: (como se estivesse respondendo alguém da plateia) Não!

R: Há uma grande preocupação para que isso não aconteça.

G: Sempre que nos fazem esse tipo de pergunta – e sim estamos constantemente
sendo interpelados, principalmente pelos nossos pares, sobre a importância desse
trabalho – eu respondo que sim: consideramos justas, válidas e plausíveis e
necessárias e bonitas, todas as for/

Interrupção: um problema técnico no som não permite que a plateia ouça a parte final
do que G. diz.

G: Existentes na contemporaneidade.

R tosse. Os três concordam.

F: Temos observado atentamente o nosso redor. O nosso tempo. A vida.

R: Metodologicamente/ (tosse)

G: Deixa eu te ajudar/

R: Os experimentos enveredam/(tosse)

G: (para F) Projetar slide 04: aceitação/recusa – reações constatadas.

R: Por caminhos já conhecidos amplamente por todos nós/

F: (para G) Ou é o slide 06: erros e tendência a repetição?

R: Desde a tenra idade.

F: (cochicha algo para R).

R: (sobre o projetor estar desligado) Era pra estar funcionando. Não está funcionando?

G: Freud!

F: (sobre o projetor) Não está acontecendo nada.

Interrupção. Escuro.

Quando a cena é novamente iluminada estão os três em torno do projetor.

Interrupção. Escuro.

G: E Lacan!

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G: É esse o ponto!

F: É um fato!

R: (apaixonado) E é justamente o que: isso? Isso o que: O que há! Uma con-ver-gên-
cia de pontos de vista? Acerca de que? Da aproximação de pares! E também dos
opostos! Dos corpos! Do meu, do seu, do dela. Um olhar. Uma voz. A minha voz! Pode
ser que aconteça com alguém aqui hoje simplesmente pelo encontro da minha voz,
essa energia sonora, essa mobilização das partículas de ar iniciadas aqui, no instante
em que (tosse)/

G: É esse o ponto!

R: Eu me empolgo com essa possibilidade. Porque, de fato, é uma possibilidade linda.

Instante.

G: Tentarei ser mais precisa! Pensem comigo: uma vez que você encosta a superfície
da sua pele em uma panela – uma panela recém saída do fogão, imaginem – você
encosta a mão na panela! Queima! Sente dor! Não é isso? Geralmente, é isso sim que
acontece!/

F: Há casos e casos, mas geralmente sim.

G: O que quero dizer é que automaticamente você entende, aprende, apreende/ eu


gosto dessas duas palavrinhas aprende e apreende, elas são saborosas, parecidas e
abrem um campo vasto na anális da sua aplicação...

R: Aprende e apreende.

G: Não é uma delícia? Isso que é tão parecido, mas sutilmente, como eu posso dizer?
Enfim, agora me escapou a palavra. Do que eu estava dizendo? (recorre a um papel,
uma ficha, um roteiro que está segurando) Ah! Sim! A panela quente! Uma vez que
você encosta numa panela quente você aprende, definitivamente, que não deve
encostar numa superfície metálica recém aquecida.

F: É o que se espera.

G: Seguindo ainda por essa via de reflexão: se eu não sei nadar, teoricamente, em sã
consciência, eu não entro num corpo d’água desconhecido, turvo ou agitado, violento,
certo? Vocês entendem o que eu quero dizer com/

F: O que estamos tentando explicar é que é da nossa natureza assimilar o que nos
causa dor, o que pode provocar a nossa morte e, em conseqüência disso, nos
afastamos, evitamos essas coisas.

R: É natural.

F: Sim, é natural.

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Interrupção.

R: (...) esses casos. Elegemos para essa noite três.

Tenta novamente ligá-lo.

R: (enquanto tenta ligar o aparelho) No primeiro dele, vemos.../

G: Isso é feito para não funcionar.

R: Um instante.

G: Enquanto isso, acho que a gente já pode esclarecer as dúvidas surgidas até aqui.
(ao público) Estamos sendo compreensíveis?

Interrupção.

F: Estruturamos em experimentos os nossos achados.

Interrupção.

F: O que ela quis dizer com isso tudo/

G: Eu posso perfeitamente explicar o que eu quero dizer/

F: Eu não quis/

G: O que eu quero dizer é que/

F: Desculpem-me.

G: Então: por que uma cura? Para que receitas que prometem aliviar as dores de/

R: Pronto!

O projetor funciona.

F: Aí está ela.

R: Ms. Dorothy James.

F: Viúva, setenta e dois anos.

G: Vivia sozinha em seu apartamento, com seus dois gatos, antes de lhe acontecer o
inexplicável.

R: Em nossas investigações constatamos que Dorothy James foi vista pela última vez/

A projeção apaga. Os três se detêm.

R: Eu não posso ser o responsável por essa coisa sempre!

R. sai. Vai buscar ajuda para o projetor.

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G: Vamos avançar, vamos avançar...

F: Então: Ao que tudo indica, Dorothy James vivia bem, convicta de que finalmente
desfrutaria da brisa sossegada que soprava no alto dos seus setenta e dois anos.

G: Com seus dois gatos.

F: Até que um dia, uma carta/

G: Sempre uma carta/

F: Escorre para dentro do apartamento de Dorothy James.

G: Com dificuldade, ela se agacha para pegar a missiva.

R: Os dois gatos observam, com curiosidade, a dona, trêmula, rasgar o envelope e


tirar lá de dentro uma folha envelhecida.

G: Ms. Dorothy James é um desses casos que enxerga perfeitamente aos setenta e
dois anos.

F: Por isso, ali mesmo, ela lê as palavras fixadas naquela folha envelhecida.

G: O que está acontecendo com a senhora James? Ela está... Não chore Dorothy
James! Conte para nós, para eles, para os seus gatos: por que essas palavras te fazem
chorar?

F: Ms. Dorothy James?

G: Lentamente e com os passinhos curtos, Dorothy se dirige a poltrona mais próxima.


Ainda abismada. Senta-se. Quase que em cima de um dos gatos. Além dos soluços
baixinhos, Dorothy James também sussurra: “se eu tivesse esperado mais cinco
minutos, ele...”, “se eu tivesse esperado mais cinco minutos, ele...”

O refletor funciona. Projeta a imagem de Dorothy James. R. retorna.

R: Dorothy James, aí está ela! “A que definhou”. O que sabemos é que Dorothy James
um dia recebeu uma carta no apartamento que vivia e depois começou a definhar,
definhar, definhar... Até desaparecer.

G: Já adiantamos essa parte do assunto.

R: Já?

Instante constrangido.

R: Mas é a minha história!

R: Então vamos adiantar mais o assunto: fato é que Dorothy James sentou-se, enfiou
a o papel amarelado de uma vez, todo, na boca e engoliu cada palavra como se

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quisesse ter pelo menos uma vez, depois de tantos anos, de alguma forma, aquilo,
dentro dela, como se aquilo saciasse o desejo não saciado de possuir o objeto amad/

Interrupção. Escuro.

CENA DOIS

Esse é o que chamaremos de “EXPERIMENTO UM”.

Quando a luz acender, estaremos em outro espaço, digo atmosfera – a de um café?


Um café bem ordinário. Um estabelecimento bem perto do porto. Frequentado,
principalmente, por os homens, que vivem em trânsito. Eles, em sua grande maioria,
são mal-cheirosos, sujos e grosseiros.

Mas ainda assim uma mulher todos os dias vai a esse café alimentar suas expectativas.
Ela é quase um borrão nessa paisagem. Destoa de tudo e de todos. Seus gestos em
nada combinam com a arquitetura e os transeuntes do lugar.

R: O CAFÉ.

F: Há uma mulher que não suporta o cheiro de gordura de depois do almoço,


impregnado nesse lugar.

R: Mas mesmo assim, ela vem

F: Todos os dias a esse lugar que ela odeia

R: Na esperança de que alguém entre por aquela porta e a resgate da necessidade vir
aqui, todos os dias, para esperar que alguém entre por aquela porta e a resgate.

F: Um homem entrará por aquela porta/

R: Não os de sempre: outro. Ele é alto, branco, barba por fazer, pela cara não possui
antecedentes criminais, ele não votou nas últimas eleições do seu país, ele voltou a
fumar há pouco tempo... Ele é interessante/

G: (quase sussurrado) Ele é interessante.

F entrou por uma porta: assumiu o papel do homem assim como G assumiu o papel da
mulher há um tempo.

F: Não, eu não sou.

G: Estrangeiro?

F: Eu?

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G: Eu posso trazer alguma coisa pra você beber

F: Eu não tenho pressa.

G: E você pretende voltar para sua terra?

R: Talvez. Eu acabei de chegar. Vi aquela porta aberta, alguém me disse lá fora


“entre” e então eu entrei.

R: Ela já o ama. Desde antes.

G: Eu vi você. Mais cedo. Parado. No coração da cidade. Um mar de gente alagava as


ruas e você lá.

R: Parado!

F: Aqui tem café?

G: Nesse café? Tudo, menos café!

F: Outra coisa quente para beber?

G: Fale mais um pouco.

F: Sobre?

G: Você.

F: Eu. Eu não tenho muito para falar.

G: É a sua primeira vez?

R: Aqui? Sim.

Instante.

G: Suas mãos.

R: Minhas mãos?

G: Estão desajeitadas.

R: Sim, elas são desajeitadas.

G: Como tudo que dança pela primeira vez.

Dançam. Ele, pela primeira vez. Ela, como se desde sempre estivesse envolvida
naquela dança. Até que um gesto abrupto acaba com a dança: o homem na verdade é
como todos os outros que freqüentam esse lugar.

G: A música sempre, nesse momento, para de tocar.

F: Eu acabei de enterrar o meu pai.

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Agora, sozinho em cena, é o homem que dança. Pela primeira vez, como já dito.
Apesar da solidão, envolve-se com o pano deixado pela mulher ao longo da sua
coreografia. Torna-o seu pai. Transforma-o em seu companheiro.

CENA TRÊS:

Experimento dois.

R: Então é uma cena simples.

G: Um possui um tempo e empresta um bocado para o outro.

R: Sentam-se juntos, frente a frente, naquele velho boteco e/

F: Pedem o de sempre para o velho garçom.

G: É noite. Luz fria. Horas avançadas.

F: Pouca gente pelas ruas.

R: Quase ninguém nesse bar.

F: Bebem. Os dois.

R: Bebem duas.

F: “Mais uma”, a “só mais essa”.

R: A saídeira.

F: A última, juro!

G: E com os ouvidos atentos, um apenas escuta.

R: O outro fala. Daquele.

F: Daquele outro, do mais bonito/

R: Do inteligente.

F: Do magrelo que é tão assim, sei lá.

R: Riem os dois sobre o caso com o mais baixo/

F: Com o mais esperto, com o cabeludo, com o poeta e também desse que está aqui
na frente, de verde, acompanhado de uma moça, está vendo ele ali?

R: Não para de olhar pra cá.

G: Riem tanto que perdem a conta.

R: Então pedem a conta, acertam tudo e/

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F: Vou ao banheiro. E ele vai.

G: O outro na mesa é assaltado.

R: Por um pensamento.

G: No meio do todo mundo da conversa de agora a pouco, percebeu-se como/

R: Um nada, um Zé Ninguém, sem nome nem sobrenome, nem história para contar no
meio de tantos amores, tanta gente, tanta coisa.

G: E contrariado continuaria assim, a menos que/

R: A menos que/

G: Ele exala uma ingênua coragem/

F: “Vamos?” E os dois se vão.

R: Em silêncio.

F: Eu acho que a gente passou da conta, diz ele quase que carregado pelo outro.

G: Estão agora em casa. Dia. Luz das primeiras horas.

F: Ele se joga na cama, sem tirar nem mesmo o jeans.

R: O outro certifica as trancas e as janelas. Cobre o corpo do que dorme.

G: Há uma ingênua expectativa, talvez o outro agora, finalmente lhe diga algo...

F: Ele diz.

Instante.

F: (sussurrando) Boa noite, muito obrigado! A gente se vê amanhã?

R: Resta-lhe apenas trancar todas as portas, em silêncio e sair.

CENA QUATRO:

Experimento três.

Uma mulher pare diversas imagens, formas e possibilidades com um tule que cobre
toda a cena.

Os dois homens colaboram com a sua performance.

Em algum momento ela cantará “Surabaya Joohny”, de B. Brecht e Kurt Weil.

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CENA CINCO:

Retorno às comunicações.

Quando a luz voltar, os comunicadores terão avançado com a comunicação. G está


explicando, com desenhos e riscos, o que acontece, biologicamente, com um corpo em
estado de:

G: Percebem? Nessa região?

CENA SEIS:

Há uma atmosfera de “arquivo confidencial”.

R: E eu? Adivinha o que eu trouxe?

R. está com uma peruca vermelha.

G: Não sei. Você está meio ridículo...

R: Eu e ela, a gente – nós nos conhecemos há o que?

F: Dez anos?

R: Oito! A gente se conhece há oito anos. A gente já viveu muitas coisas juntos. Muitas
primeiras vezes, inclusive...

G: (um tanto constrangida) Que isso, gente?

R: A primeira vez que eu a vi. Ela, esse mulher imensa, tinha um cabelo vermelho que
batia aqui/

G: É verdade.

R: Ela era passar e todo mundo: “Nossa!” Porque não bastava ser isso tudo de mulher.
Tinha ainda o cabelo. Tinha o sotaque.

G: Todo mundo confundia de que lugar eu era...

F: Eu vim de lá. Do lugar de onde ela era... Atrás dela. Pra não errar o caminho.
Mesmo tendo vivido aquela vez que eu e você/ a gente/ se perdeu... Lembra disso?

G: Dessa touca?

F: Paraguai! A gente saiu daqui mirando o Machu Picchu e foi parar no Paraguai...

G: É verdade.

F: Ela fez o mapa! Tinha uma rota/

G: Não foi bem assim/

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F: Claro que foi. “Passar por fora cortando o caminho”... Você não lembra de ter dito
isso?

G: Eu não. Eu disse Passar por dentro cortando o caminho/

F: Ela tem uma memória de peixe.

R: Ela é pisciana. O próprio estereótipo do pisciano. Foi com ela que eu andei de avião
pela primeira vez/ que eu realizei o meu primeiro trabalho nessa cidade/ a gente fez
isso junto, lembra? A gente acreditava numas coisas... Grupo, processo colaborativo...

F: A gente sentava, juntos, na esquina, de madrugada, na nossa cidade, pra comer


cachorro quente depois do trabalho/

G: Era o nosso cachê!

R: Eu não gostava de rock, mas foi ela que me apresentou o Queen! Você me obrigou
a ir num show da banda cover, lembra?

G: Eu obriguei?

F: Ela ama cachoeira! Lembra aquele dia que eu te levei pra conhecer aquela cachoeira
bem perto daqui. Um calor dos diabos! Aí a gente foi, sem pensar muito e a sua cara
era a própria felicidade.

G: Sim. Foi um dia maravilhoso. Mas um dia antes você gritou comigo. Não foi?
Naquela noite que você me deixou na porta daquela festa, só com as minhas chaves e
meu documento. Foi embora e me deixou lá sozinha...

R: Foi com ela que comi pela primeira vez tomate seco, peru com chocolate, biscoito
cream cracker com doce de leite/

G: Eu te ensinei isso?

F. traz um “bolo” feito de biscoito cream cracker e doce de leite. Ele e R. cantam
“parabéns pra você”.

R: Seu aniversário de vinte e sete anos!

F: Você estava gripada.

R: Não ia poder organizar uma festa. A gente organizou uma surpresa!

G: Aí você me acordou com uma chuva de pétala de rosas... Era cafona, mas na hora
eu achei aquilo uma das coisas mais bonitas/

F: Sim, você disse: é uma das coisas mais bonitas que já me fizeram.

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G: A gente tinha prometido nunca mais se ver porque você levantou a mão pra mim!

F: Você não está feliz?

G: Eu não sei, eu... Acho que já está bom de homenagem...

F: Que isso! Tem tanta coisa pra falar ainda. A gente está junto há mais de uma
década...

A cena evolui para a violência que representa a permanência de G. naquele lugar de


onde ela quer sair.

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