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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ARTIGO 5º DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Conforme o ART. 5º da Constituição Federal Brasileira de


1988, os direitos individuais fundamentais classificam-se em:
 Direitos de primeira geração: são os direitos civis e
políticos, por exemplo: direito à liberdade, propriedade,
vida e segurança;
 Direitos de segunda geração: são os direitos sociais,
econômicos e culturais, por exemplo: proteção ao
trabalho e à velhice;
 Direitos de terceira geração: são os direitos difusos e
coletivos;
Pode-se dizer que os direitos enunciados no ART. 5º dividem-
se em cinco grupos:
 Direito á vida;
 Direito à intimidade;
 Direito de igualdade;
 Direito de propriedade;
 Direito à segurança;
Os direitos de primeira geração correspondem a limitações do
Estado em relação ao cidadão. Na prática funciona como uma
prestação negativa do Estado, onde o cidadão fica protegido de
arbitrariedades.
Nos direitos de segunda geração, o propósito é melhorar as
condições de vida e de trabalho da população. Constituem uma
prestação positiva, onde o Estado não pode abster-se de tais
obrigações.
Os direitos de terceira geração são direitos coletivos como a
proteção ao meio ambiente, à qualidade de vida saudável, à paz, a
autodeterminação dos povos e a defesa do consumidor, da infância e
juventude. Esses direitos são denominados trans-individuais.
Cabe ressaltar que os direitos individuais não são absolutos,
visto que podem se chocar com os direitos de outra pessoa. Um
aspecto importante relativo a esses direitos é que são irrenunciáveis,
neste caso, cabe ao dono do direito apenas não exercê-los se não
quiser.
O Art. 5º tem como principal disposição o princípio da
igualdade formal ou princípio da isonomia, onde todos são iguais
mediante a lei. Porém, isso não quer dizer que essa “igualdade” de
tratamento seja absoluta. Em resumo, o princípio da igualdade é
tratado processualmente, de modo proporcional as partes, ou seja,
tratar igual os iguais, e desigual os desiguais.
A supremacia da Constituição Federal está ligada ao conceito
de soberania do estado Brasileiro, deste modo os ditames
constitucionais só atuam a quem está sob tutela estatal brasileira.
Assim, estão incluídos todos que se encontram em território brasileiro,
nacional ou estrangeiro, estrangeiros residentes ou em trânsito,
pessoas físicas ou jurídicas.
Vale ressaltar que o §2º do Art.5º da CFB, garante os direitos
oriundos de tratados internacionais, no qual deve-se preservar a
integridade da pessoa de outra nacionalidade que esteja no Brasil.
O princípio da isonomia está presente, conforme o elaborador
da lei e seu julgador em diversos momentos, como nas relações
internacionais (CF, Art. 4º,V), nas relações trabalhistas (CF, Art. 7º,
XXX, XXXI, XXXII e XXXIV), na organização política (CF, ART.
19, III), na administração pública (CF, ART.37, I ).
Como já foi dito os direitos individuais tem papel de limitar o
poder do Estado, pois são instrumentos de controle do poder, evitando
abusos, tais direitos são chamados normas declaratórias. Tais normas
demonstram a existência dos direitos e regras legalmente, mas para
assegurá-las existem as garantias individuais.
Existe, portanto, diferença entre direito e garantia. O primeiro
declara a existência da prerrogativa, o segundo garante a efetividade
do direito.
Os direitos e garantias individuais, abrangem diversos direitos,
como os individuais (art.5º, CF), os relativos à nacionalidade (art. 12,
CF), os políticos (arts. 14 a 17, CF), os sociais (art. 6º e 193 e segs.,
CF), os coletivos (art. 5º, CF) e os solidários (art. 3º e 225,CF).
Principais direitos:
 Direito à vida
O mais fundamental de todos os direitos, visto que dele
emanam os demais. A CF protege inclusive a vida uterina. Deste
direito subtende-se o direito à integridade física, compreendendo as
regras a seguir:
Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura, nem a
tratamento desumano ou degradante;
Art. 5º, XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e
insusceptíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e
os que, podendo evitá-los se omitirem;
Art. 5º, XLIX – é assegurado aos presos o respeito a
integridade física e moral;
Decorre ainda do direito à vida, o direito a integridade moral,
conforme as regras a seguir:
Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art.5º, XLIX - é assegurado aos presos à integridade física e
moral;
Art. 5º, X – são invioláveis à intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
Sobre a norma acima (Art. 5º, X) pode-se interpretar o direito à
privacidade de modo amplo, compreendendo informações íntimas as
quais se queira manter sigilo ou controle. Abrangendo a
inviolabilidade do domicílio, sigilo de correspondência e o segredo
profissional.
O direito penal tutela a honra contra a calúnia, a difamação e a
injúria.
Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
podendo nela penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o
dia, por determinação judicial;
Art. 5º, XlVI, “a” – não haverá pena de morte, salvo em guerra
declarada, nos termos do Art.84, XIX.
A eutanásia, entendida como morte provocada para aliviar
sofrimento de outrem, enfermo em doença terminal e considerada
incurável é vedada, mesmo com autorização do doente.
O aborto é tipificado como crime pelo Código Penal, tendo em
vista o direito à vida uterina, ou seja, o direito à vida se estende ao
feto, que já possui vida. No entanto há exceções, em que a interrupção
da vida pode ser justificada, como no caso de risco de vida da
gestante.
A legislação penal é quem define a criminalização ou não do
aborto, pois se trata de crime doloso contra a vida, sendo nesse caso
necessária a instituição do júri para julgamento (Art. 5º, XXXVIII,
“d”).
No que se refere a transplante e remoção de órgãos, a
constituição em ser art. 199, § 4º, confere a legislação
infraconstitucional disciplinar essa matéria. Porém, proíbe em seu
texto qualquer tipo de comercialização de órgãos, tecidos e sangue
humano. Sendo a remoção dessas partes do ser humano permitida
somente após a morte, ou no caso de vida, sem prejuízo do doador. A
lei 9.434/97, que regulamenta o parágrafo, exclui o sangue, o esperma
e o óvulo.
 Direito à igualdade
O princípio da igualdade não é rígido a ponto de não fazer
discriminações quando o caso concreto o exigir, desde que seja
compatível com o objetivo da norma. Exemplo prático é o caso da
imposição de limite de idade em concursos públicos, que só podem
ocorrer, quando possa ser justificada pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido (Súmula 683, STF).
Caso parecido ocorre em relação ao tratamento entre homem e
mulher, que embora a seja vedada pela Constituição (Art. 5º, I), ela
própria determina situações específicas que os desiguala.
Art. 5º, I – homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta constituição;
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei a proteção aos locais de cultos e suas
liturgias;
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Art. 5º, XLI – a lei punirá qualquer tipo de discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Art. 5º, XLII – a prática de racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da
lei;
Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo de exceção;
Art. 5º, LII – ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente;
Aqui se ressalta a garantia de juiz imparcial, independente, e
competente. Resguardado o direito ao contraditório e a ampla defesa.
Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade de seus bens
sem o devido processo legal;
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
A igualdade perante a justiça está assegurada por sua
acessibilidade.
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça de direito;
Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena;
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
 Direito à liberdade
Esse direito é uma conquista do Estado Democrático de
Direito. Logicamente não é um direito absoluto porque pode sofrer
restrições quando em conflito com outros direitos assegurados
constitucionalmente.
Existe a liberdade interna e externa. A interna é a de cunho
subjetivo, psicológico, moral, de diferença ou do querer, é o livre
arbítrio como manifestação da vontade. A externa é aquela que, após
tomada a decisão, ela é possível, objetiva.
Vale ressaltar que a liberdade não tem sentido de não coação,
visto que há necessidade de manter a convivência harmônica em
sociedade.
As formas de liberdade são:
a) Liberdade de pessoa física: revela-se na liberdade de
locomoção e circulação;
b) Liberdade de pensamento: direito de exprimir, por
qualquer forma, o que se pensa em relação a religião,
ciência, arte ou o que faz;
c) Liberdade de expressão coletiva:
 Direito à informação – Art. 5º, XIV e Art. 5º, XXXIII;
 Direito a representação coletiva – Art. 5º, XXI;
 Direito dos consumidores – Art. 5º, XXXI (ver art.170,
V, CF/88);
 Liberdade de reunião – Art.5º, XVI;
 Liberdade de associação – Art. 5º, XVII a XX;
d) Liberdade de ação profissional: corresponde a livre
escolha e de exercício de trabalho, ofício e profissão
(Art. 5º, XIII);
e) Liberdade de conteúdo econômico: liberdade
econômica, livre iniciativa, liberdade de comércio,
liberdade ou autonomia contratual, liberdade de ensino
e de liberdade de trabalho;
Art. 5º, XV - é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens;
Art.5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias;
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos, por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Art. 5º, V – é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
Art. 5º, LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
os quais de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família do preso ou pessoa por ele indicada;
Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta proporcional ao
agravo além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art. 5º, IX – é livre a expressão material da atividade
intelectual, artística e de comunicação, independente de censura ou
licença;
Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas de dados e das comunicações telefônicas,
salvo, no último caso, por ordem judicial nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal;
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional;
 Direito de propriedade
A Constituição garante o direito de propriedade (Art. 5º, XXII),
desde que atenda a sua função social (Art. 5º, XXIII – a propriedade
atenderá sua função social).
Art. 5º, XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
Art. 5º, XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Art. 5º, XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em
lei desde que trabalhada pela família não será objeto de penhora ou
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento;
Art. 5º, XXX – é garantido o direito de licença;
Antigamente propriedade era entendida simplesmente como
uma relação entre uma pessoa e uma coisa de caráter absoluto, natural
e imprescritível. Hoje, entende-se como uma relação entre o indivíduo
(sujeito ativo) e um sujeito passivo universal integrado por todas as
pessoas, o qual têm o dever de respeitá-lo.
 Outras regras
Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada;
Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória;
Trata-se da presunção de inocência, lembrando que as prisões
provisórias não violam tal regra (Súmula 9, do STJ).
Art. 5º, LIX – será admitida ação privada nos crimes de
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Tal situação será admitida quando houver inércia do
Ministério Público.
Art. 5º, LXVII – não haverá prisão por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
No caso do depositário infiel, o STF entendeu a
constitucionalidade da prisão civil em alienação fiduciária, já em
relação à falta de pagamento de pensão alimentícia o TJSP vem
decidindo por ser inadmissível.
A constituição brasileira não admite deportação nem
expulsão de brasileiro, lembrando que o envio compulsório de
brasileiro para o exterior constitui banimento, pena proibida
constitucionalmente (art. 5º, XLVIII, “d”).
Para a garantia dos direitos fundamentais tem-se os
chamados “remédios constitucionais”.

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