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PLANEJAMENTO DAS AQUISIÇÕES:

MATERIAIS, EQUIPAMENTOS
E MÃO DE OBRA

Vania Maria Ducap


Arquiteta pela FAU-UFRJ desde 1979, especialista em Engenharia Sanitária, Ecologia e Meio Ambiente
pela UERJ, mestra em Arquitetura pela FAU-UFRJ. Exerceu funções de chefia de setores e departamentos
na rede de hotéis Othon, na Golden Cross e na Companhia Industrial Farmacêutica, onde desenvolveu,
além dos projetos de arquitetura, o planejamento e a supervisão das obras. Atuou como consultora de
condomínios, elaborando diagnósticos de danos e reparos construtivos, planejamento e fiscalização de
obras e gerenciando licitações e contratos. É construtora autônoma, elaborando planos de execução de
obras adequados à capacidade financeira da clientela. É professora convidada e pesquisadora do Núcleo
de Pesquisas em Planejamento e Gestão do Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da
UFRJ, onde desenvolve pesquisas com foco em instalações prediais e reabilitação predial e urbana.

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Sumário

1 Apresentação
1.1 Introdução
1.2 Objetivos da disciplina
1.3 Conteúdo programático
1.4 Termologia adotada nesta apostila
2 Selecionando mão de obra e fornecedores
2.1 Formas de contratação
2.2 Comprando ou solicitando um serviço
2.3 Analisando as propostas
2.4 Recebendo e pagando pelos serviços contratados
3 Etapas do planejamento das aquisições para obras civis
3.1 Estrutura analítica do trabalho
3.2 Elaborando a EAT de uma construção
3.3 Tabelas de composição de preços de obras
4 Calculo de recurso para obras civis
4.1 Memória de cálculo
4.2 Cronograma das aquisições
4.2.1 Serviços preliminares
4.2.2 Fundações e estruturas
4.2.3 Elementos divisórios
4.2.4 Instalações
4.2.5 Esquadrias e ferragens
4.2.6 Revestimentos
4.2.7 Pinturas
4.2.8 Tratamentos especiais
4.2.9 Forros, telhados e coberturas
4.2.10 Louças, vidros, metais e acessórios

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APRESENTAÇÃO

1.1 Introdução
A indústria da construção civil é um setor produtivo onde se encontra um dos maiores índices de
desperdícios de recursos. Este desperdício incide sobre insumos materiais, horas improdutivas da
mão de obra, custos com equipamentos subutilizados. Do ponto de vista da lógica capitalista,
bastaria repassar o custo deste desperdício ao consumidor final, na forma do valor de venda do
imóvel. Assim, a construção civil brasileira foi, durante séculos, uma produção essencialmente
artesanal, grande geradora de resíduos e empregando mão de obra sem qualificação específica.
A forma como as empresas gerenciam seus tempos passou a ser o grande diferencial
na comparação de seus desempenhos. (...) Até alguns anos atrás, os setores que
resistiam à industrialização no Brasil eram a agricultura, o têxtil e a construção civil. A
agricultura se modernizou é hoje é responsável pelo superávit da balança comercial
brasileira; o setor têxtil deu a volta por cima, conseguiu preços internacionalmente
competitivos e hoje exporta seus produtos; já a construção civil... (...) A facilidade de
repassar os custos para os produtos inibiu o desenvolvimento tecnológico e de gestão
na indústria da construção civil (CEOTTO, L. H., engenheiro, diretor da Construtora
InPar, Seminário Inovação na Construção).

Esta visão simplista funcionou enquanto o número de construtores foi limitado e os consumidores,
“alheios” ao valor pela falta de opções. Na economia de mercado dos dias atuais, em um cenário
de competitividade, o consumidor busca comprar pelo menor preço.

Fonte: Conforte, Marcio Escobar/2011

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Desta forma, diminuir o desperdício e o tempo tornou-se ponto chave na construção civil, pois,
além das questões ambientais relativas à geração de entulho, a empresa que produzir com o
menor desperdício e em menos tempo, mantendo a qualidade, oferecerá seu produto por um
menor preço que o do concorrente.
É nesta visão pragmática que se coloca o Planejamento das Aquisições de uma obra. O
planejamento é a atividade humana que possibilita o exercício da previsão de fatos reais,
mensuráveis. Por meio do planejamento podemos avaliar opções de diferentes soluções para uma
mesma questão, quantificá-las, distribuí-las no tempo e no espaço e especificar os recursos
necessários à execução de cada uma delas.
Quanto mais simples a questão, em geral, menos planejamos. Também dispensamos o
planejamento quando já possuímos planos “armazenados”, já conhecidos. Entretanto propósitos
mais complexos, que exigem grande quantidade de recursos ou envolvem um alto grau de risco,
precisam ser planejados. É senso comum que, quanto mais bem planejado for um evento, maior a
possibilidade de êxito. Assim, planejar as aquisições para a execução de uma obra é um processo
mental de deliberação.
O cálculo preciso dos recursos necessários a um determinado serviço e a previsão correta do
momento em que estes recursos serão necessários no canteiro de obras possibilitarão o controle
do desembolso e da logística necessária para compra, recepção e estoque de materiais e a
contratação das diferentes equipes executoras do serviço. Iremos deliberar sobre onde, quando e
como adquirir estes recursos e dimensionar a mão de obra para a execução das etapas.
Quanto mais detalhado for o planejamento, menor as chances de surpresas indesejáveis. Além de
possibilitar a previsão cuidadosa das saídas de caixa, um bom planejamento das aquisições
permite otimizar a mão de obra, reservar espaço para armazenagem de materiais, alocar
ferramentas e equipamentos.
Outra grande utilidade do ato de planejar é que ele possibilita o controle da execução. Desta
maneira, se calculamos corretamente 35 m³ de argamassa para emboço de um pavimento tipo,
podemos procurar por erros de execução caso o consumo tenha sido sensivelmente maior – ou os
tijolos eram por demais irregulares ou a equipe que executou a alvenaria foi descuidada em
relação ao prumo e/ou ao alinhamento. Em ambas as situações poderemos aprender: ou
trocamos de fornecedor ou treinamos melhor nossos pedreiros. Se a quantidade de argamassa
tivesse sido apenas estimada, não teríamos a possibilidade do controle e não aprenderíamos
nada, repetindo o mesmo erro em obras futuras.
A partir deste planejamento será possível comparar soluções diferentes para uma mesma etapa
de obra: adoção de produtos pré-fabricados, diminuindo-se o tempo de execução; entregas de
material no sistema “estoque zero”, diminuindo-se os espaços de armazenamento; emprego de

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equipamentos mecânicos para manuseio de grandes peças pré-fabricadas, exigindo mão de obra
especializada. Todas estas soluções influenciarão a logística do canteiro de obras e a qualificação
do operário.
O planejamento das aquisições permitirá comparar estes processos e observar que, ainda que os
processos evoluídos venham a custar mais caro, a maior qualidade na execução e a possibilidade
de maior controle compensarão esta opção.

1.2 Objetivos da disciplina

 Apresentar as ferramentas mais comumente utilizadas nos cálculos de quantitativos de


materiais, mão de obra e equipamentos necessários aos principais serviços de obras civis.
 Desenvolver a habilidade de planejar no tempo todos os recursos destinados aos serviços da
construção civil.
 Apresentar situações-problema a fim de estimular a compreensão do conjunto de fatores que
podem influenciar a adoção de diferentes soluções para os serviços da construção civil.
 Despertar nos alunos a consciência de outros fatores que possam vir a influir no custo da
construção.

1.3 Conteúdo programático

Em função da disponibilidade de tempo (18 horas-aula), serão analisados os principais tópicos componentes
das grandes etapas da obra. Para todos eles será feita a programação das aquisições de recursos ao longo
do tempo.
 Serviços preliminares: demolição, limpeza de terreno, abrigo de obra e ligações provisórias.
 Sondagens e fundações: sondagem do subsolo, sapatas moldadas in loco.
 Estrutura de concreto armado: pilares, vigas, lajes e moldados in loco.
 Instalações elétricas de baixa tensão.
 Instalações hidrossanitárias.
 Alvenaria de elevação, estrutural e autoportante.
 Impermeabilização e isolamentos.
 Esquadrias: metálicas, de madeira e de PVC, ferragens.
 Revestimentos: de parede, pisos e tetos, externos e internos: chapisco, emboço, cerâmica, pedras, pintura.
 Aparelhos e metais sanitários, acessórios.

Em cada um destes tópicos serão analisados os recursos necessários e a disposição dos mesmos
no cronograma de obra.

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Como base para exemplos práticos e exercícios de aula serão adotados o projeto, as
especificações e o cronograma de obra elaborados como projeto final de graduação em
Engenharia Civil (Ênfase em Construção Civil) pelos graduandos Ivo Hochleitner Junior e Marcelo
Araujo Rupp, a quem agradecemos, desejando muito sucesso na profissão.

1.4 Terminologia adotada nesta apostila

Cubagem: quantificação de material. Deve ser feita a partir de medidas fornecidas pelo projeto e
pelo levantamento de áreas a demolir. Atenção especial deve ser dada às unidades para que, ao
usar a tabela (TCPO ou outra), os números estejam compatíveis. No caso do uso da TCPO, as
perdas aceitáveis já estão incluídas. Observar que há quantitativos (mínimo) definidos por norma,
como pontos de sondagem, área de vestiários (se não houver projeto) etc. Cuidados especiais
devem ser observados quando há mais de um material a ser usado em obra. Deve-se calcular
separadamente cada um: azulejos 20 × 20, azulejos 20 × 30; concreto aparente, concreto
revestido; alvenaria de tijolos furados; alvenaria de tijolos maciços, alvenaria de blocos de
concreto.

Desperdício: no contexto de nossa disciplina, o desperdício é toda e qualquer ineficiência no uso


de materiais, ferramentas, equipamentos e mão de obra. Pode ocorrer por cálculo errôneo,
preparo excessivo de materiais que sofrem processo de cura, transporte e armazenagem
inadequada, retrabalho, roubo, dosagem inadequada, tempo ocioso de mão de obra, manuseio
equivocado de equipamentos, falta de ferramentas adequadas e muitos outros motivos que, se
bem observados, indicarão a falta de planejamento.

Equipe: conjunto de profissionais necessários para executar um determinado serviço. No caso do


concreto armado precisaremos de pedreiros, carpinteiros de forma, armadores e ajudantes. Nesta
apostila a supervisão do mestre-de-obras e do engenheiro ou arquiteto responsável pela
execução da obra não fará parte da composição dos itens, uma vez que entendemos ser
imprescindível a participação de ambos durante todo o período de execução. Pelo mesmo motivo
não listamos, nas composições, o equipamento de proteção individual (EPI) mínimo necessário
aos profissionais: uniformes, crachás, botas, capacetes e luvas.

Estoque zero (just-in-time): é a situação ideal em que um determinado material será entregue
exatamente no dia de sua aplicação. O melhor exemplo do estoque zero é o concreto usinado.
Numa situação limite, se todos os materiais fossem entregues desta forma, não haveria
necessidade do almoxarifado.

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Ferramentas e equipamentos: ferramentas, nesta apostila, são todas as peças de uso manual
necessárias à execução dos serviços, descartáveis quando perdem sua capacidade de trabalho.
São ferramentas: pás, enxadas, carrinho de mão, rolos e pincéis de pintura, ponteiros, talhadeiras,
metro, trena, nível, prumo, esquadro. São equipamentos: todas as peças de uso mecânico, como
betoneira, elevadores, furadeiras (e brocas), serra-mármore (e discos), equipamentos de solda.

Insumo: é todo e qualquer material necessário à execução de um serviço. Assim, para o concreto
armado teremos: cimento – pedras (britas) – areia – água. O material necessário nem sempre é
incorporado à construção, mas sem ele o serviço não acontece corretamente. As lixas d’água,
para perfeito alisamento da massa de acabamento, são um exemplo de insumo.

Mão de obra: trata-se de todo e qualquer profissional necessário para execução de um serviço.
Supondo que a construtora possua carro e motorista para carretos de alguns materiais, o número
de horas de trabalho do motorista deverá ser incluso na composição do serviço. A mão de obra
poderá ser própria ou terceirizada.

Perdas aceitáveis: coeficiente a ser aplicado às quantidades de recursos em função de perdas


inevitáveis (p. ex., corte de tijolos, azulejos etc.).

Recursos: são conjunto de insumos, mão de obra, ferramentas e equipamentos necessários a um


serviço, adicionado do tempo, ao qual deve ser dada atenção especial ao tempo, pois ele é o
único recurso que não pode ser reposto (substituído).

Resíduo de construção civil: todo e qualquer material que tenha sido adquirido para a obra e
não tenha sido utilizado, independente de poder ser utilizado em outra obra, ser reciclado ou
descartado e chamado de resíduo.

Tempo de vida da mistura (pot-life): é o tempo máximo em que a mistura dos componentes de
um determinado material deverá ser empregada, após o qual as reações químicas tornarão o
material não utilizável. São exemplos: gesso em pasta, cal em pasta, concreto, argamassa etc.

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2. Selecionando mão de obra e fornecedores:

2.1 Formas de contratação


A contratação da mão de obra pode ser feita de três maneiras:
● por vínculo empregatício, quando os trabalhadores passam a ser funcionários da construtora
(terão o registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social [CTPS]).
● pela contratação de serviços a profissionais autônomos;
● pela contratação de serviços a terceiros, por empreitada (subempreitada, terceirização).
Em qualquer dos casos é necessário analisarmos a experiência da pessoa que se candidata ao
cargo, e esta análise pode ser feita pelos registros anteriores (na CTPS), quando o profissional os
possuir. A abundância de mão de obra primária e a escassez de empregos fazem que muitas
pessoas aceitem trabalhar sem este registro. Por outro lado, os empregadores aceitam esta
situação em função da pesada carga tributária que incide sobre as contratações formais. Assim,
não tendo como comprovar a experiência de um candidato pela CTPS, é de bom alvitre que
consultemos os empregadores anteriores citados pelo candidato. Visitar obras executadas por
quem se habilita a trabalhar também é uma boa forma de avaliar o profissional/empreiteiro.
Esta consulta evita que contratemos pessoas que se oferecem como mão de obra especializada
(pedreiros, eletricistas, ladrilheiros etc.) e que, na verdade, foram ajudantes de profissionais e,
aspirando a um salário melhor, se apresentam como o que não são de fato.
Na cidade do Rio de Janeiro já se sente falta de determinados profissionais, como, por exemplo, e
principalmente, eletricistas. Infelizmente, no Brasil, o baixo nível educacional da mão de obra
primária faz que haja abundância de pessoal sem preparo. Se aceitarmos um candidato que se
diz eletricista e que não o seja, correremos sérios riscos em relação à qualidade da execução de
seus serviços. Numa situação ideal teríamos, por exemplo, todos os eletricistas formados em
cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Uma solução para tal problema é
a própria construtora treinar seu pessoal*.
No caso de profissionais autônomos, além de observarmos se tem ou não experiência, é
necessário respeitarmos as leis que regem sua contratação, para que não se configure o vínculo
empregatício, sob o risco de sermos processados no Ministério do Trabalho.
Estes cuidados também se aplicam quando contratamos determinado serviço a empreiteiros. Os
funcionários do empreiteiro poderão requerer em juízo o pagamento, pela empresa, dos serviços
executados e não pagos pelo empreiteiro.

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A professora desconhece casos semelhantes.

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No caso de contratarmos determinado serviço a outra empresa, devemos observar se ela recolhe
os tributos que incidem sobre a mão de obra, sob pena de termos que quitá-los. Devemos ter
sempre em mente que somos os construtores responsáveis pela obra. Qualquer serviço feito por
outros que não nossos próprios funcionários representam corresponsabilidade nossa, inclusive
danos a terceiros, sinistros etc.

2.2 Comprando ou solicitando um serviço


Quando solicitamos preço para compra de qualquer material, ferramenta ou equipamento,
devemos especificar o melhor possível o que queremos. Não pedimos “um caminhão de areia”,
mas 7 m3 de areia – o fornecedor poderá nos atender com dois caminhões com capacidade de 3,5
m3 cada. Devemos dizer claramente a data limite para a qual esperamos a entrega – na qual
devemos sempre incluir um “pulmão” de tempo, se a descarga tem limitações de horário e se há
limitações relacionadas com as intempéries e o peso dos caminhões (situação comum em
condomínios).
Precisamos orçar uma compra em pelo menos três fornecedores, a fim de compararmos preços,
prazos de entrega e formas de pagamento†. Estabelecer multas por atraso na entrega também é
muito conveniente para eliminar fornecedores que não costumam honrar os prazos acertados.
Formar uma carteira de profissionais e fornecedores é muito útil. Ainda que pela Internet
tenhamos fácil acesso a um grande número de opções, devemos formar nossa carteira a partir de
quem já nos atendeu bem.

2.3 Analisando as propostas


Ao analisarmos as propostas dos fornecedores, devemos estabelecer os critérios de julgamento.
Assim é que, se precisamos colocar as bancadas de granito com muita urgência, pelo fato de a
obra estar atrasada, o critério que terá mais peso será o prazo de entrega. Não havendo urgência,
o preço e a forma de pagamento irão definir a escolha.
Atenção especial deve ser dada para descontos oferecidos para pagamentos à vista, pois nem
sempre o desconto é superior à taxa de remuneração de uma aplicação bancária no mesmo
prazo. Muito cuidado com formas de pagamento em que a maior parte do custo é paga antes do
recebimento do material ou serviço.
Além destas premissas, analisa-se com cuidado se as propostas oferecem o mesmo produto, na
mesma quantidade e, em alguns casos, da mesma marca; observar as unidades – metro


A professora costuma orçar em cinco fornecedores, pois a prática mostrou que pelo menos dois não enviarão as propostas a
tempo de decidirmos a compra.

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quadrado, metro cúbico, peças, conjuntos etc. – se o frete está incluso (alguns valores de frete
tornam a oferta mais cara do que o concorrente) e se a descarga do material será feita por quem o
está fornecendo ou por nossa própria mão de obra.
Na elaboração de um contrato de fornecimento de insumos ou de mão de obra, devemos definir,
também, prêmios e penalidades. Os prêmios por execução dentro do prazo só devem ser pagos
após o recebimento dos serviços (testes de estanqueidade e funcionamento, para
impermeabilizações e condicionamento de ar, por exemplo). As multas só podem ser aplicadas se
o atraso não for causado por terceiros.
Alterações nos serviços por medição (para mais ou menos) ou por modificação nos materiais e/ou
serviços especificados serão motivo para aditivos contratuais.

2.4 Recebendo e pagando pelos serviços contratados


Remuneramos os serviços de acordo com o que foi previamente estabelecido em contrato. Se os
profissionais receberão por produtividade, a medição dos serviços deverá ser feita a tempo de se
solicitar e processar o pagamento. Deverá haver um apontador encarregado deste serviço. O
empreiteiro (ou o responsável pela empresa contratada) poderá acompanhar esta medição,
oportunidade em que recusaremos ou aceitaremos todo o serviço ou apenas parte dele. Nenhum
pagamento deverá ser totalizado sem os testes de desempenho.
Também só liberamos o pagamento dos insumos após a conferência dos mesmos. Alguns
materiais precisam ser minuciosamente conferidos – como os azulejos, por exemplo – para
recusarmos a entrega de material de segunda categoria, quando o que foi comprado seria de
primeira.

3. Etapas do planejamento das aquisições para obras civis

3.1 Estrutura Analítica do Trabalho

EAT (WBS em inglês) é a ferramenta básica do planejamento. Graficamente, é uma árvore que se
desdobra do ramo mais geral para os mais específicos, decompondo o trabalho em etapas. A EAT
de uma obra deve ser completa e organizada o suficiente para que se possa acompanhá-la.
Na Wikipedia (http://ptwikipedia.org/wiki/estrutura_analitica_do_projeto) há um exemplo de EAT
para pintar uma sala. Podemos observar que por esta EAT teremos que calcular a quantidade de
tinta, rolos, removedor e pincéis; também saberemos que vamos precisar de escada, jornais e
lençóis velhos e que, após terminada a pintura, deveremos dar destino às sobras de tinta, jornais
e lençóis, limpar e guardar pincéis e rolos. Um aluno mais atento perceberia que falta um item

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importante: a bandeja para pintura. Observe que a tarefa “pintar uma sala” foi desdobrada em
quatro.
Não é necessário desdobrarmos a EAT em demasia – supondo a instalação de uma porta,
bastaria chegarmos ao item “colocação da fechadura”. Este item já nos permitiria planejar a
compra da fechadura completa; não nos serviria de nada chegarmos ao item “apertar os
parafusos”, uma vez que a colocação da fechadura já incluiria este serviço.

Fonte: Wikipedia.

3.2 Elaborando a EAT de uma construção

A situação ideal para o planejamento de uma construção é que conhecemos todos os detalhes e
especificações projetados para ela. Mas, considerando-se que, muitas vezes, os projetos
complementares só são elaborados durante o início da construção, iremos elaborar a EAT a partir
apenas do projeto de arquitetura e de algumas definições básicas a fim de considerarmos as
instalações e os revestimentos. Fica claro que, neste caso, a EAT elaborada será menos
detalhada e nosso planejamento, menos preciso.
O edifício é composto por um pavimento térreo, nove pavimentos tipo mais um de cobertura e
telhado com caixa d’água, ocupando um terreno de 30 x 100 metros. A estrutura será de concreto
armado com fck = 25 MPa e aço CA-50, com fundações tipo sapatas. Todos os projetos de
instalações complementares foram elaborados.

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Para preparar a EAT podemos adotar a técnica de “tempestade de ideias” (brainstorm). Vamos
listando todos os serviços/etapas dos quais nos lembramos e, posteriormente, os colocamos em
ordem de precedência. A partir da lista final ordenada, vamos elaborar a composição de todas as
atividades necessárias a cada etapa. Não é preciso, durante a prática do brainstorm, nos
preocuparmos com subitens; o mais importante é exercitar a memória, de modo que, ao final,
todas as etapas de obras tenham sido listadas.
Será a partir de cada uma das etapas do serviço que poderemos planejar os recursos necessários
à execução do mesmo.

3.3 Tabelas de composição de preços de obras

A TCPO, da editora PINI, o software CONSTRUIR e as diversas planilhas eletrônicas para


orçamentos de obra disponíveis na Internet (ver http://www.construirnet.com/planilha.htm) são
instrumentos facilitadores do planejamento de uma obra. Apresentam a composição dos custos
diretos de uma obra – materiais, ferramentas, equipamentos e mão de obra necessária à
execução das etapas da obra. Todas são baseadas na observação do consumo de materiais e na
produtividade de mão de obra brasileira.
Entretanto qualquer profissional da construção civil pode elaborar sua própria composição de
custos. Esta composição personalizada poderá atender ao emprego de materiais não usuais e
mão de obra incomuns, frequentes em serviços de restauração – específicos para cada
edificação, com materiais e técnicas executivas não mais utilizados –, como a recomposição de
uma parede em pedra de mão e óleo de peixe, ou o retoque de uma folheação em ouro.
Há uma diferença básica entre o Planejamento dos Custos e o Planejamento das Aquisições. Ao
elaborarmos um orçamento, bastará quantificar o número total de homens-hora, por profissão, e
as quantidades totais de materiais e equipamentos, e então teremos o valor final do serviço, ao
qual serão adicionados os impostos, BDI etc. Mas, ao planejarmos as compras e as equipes para
um serviço, precisaremos transformar a quantidade de homens-hora em dias efetivamente
trabalhados, após o que iremos distribuir os materiais e equipamentos por este prazo. Também
devemos nos lembrar, ao utilizarmos estas tabelas, de que os materiais não se deslocam
sozinhos, e de que este deslocamento nos consome recursos, sendo necessário conferirmos se o
seu transporte está incluído na composição.

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4. Cálculo de recursos para obras civis

4.1 Memória de cálculo

A memória de cálculo deve ser tratada como um documento valioso a partir do qual exerceremos
o controle da obra. Deve ser feita em fichas para cada serviço, de modo que, havendo grande
diferença no consumo de recursos, seja possível identificar o erro.

Nesta ficha deverão ser anotados, em detalhes, a medição feita para a cubagem e o tipo exato do
serviço, especificando-se claramente cada unidade (tanto do serviço quanto do consumo de cada
recurso). Constarão observações como o número de demãos a ser aplicada, se o material
demolido será reaproveitado etc.

Exemplo de ficha memória de cálculo


MEMORIA DE CÁLCULO
Obra: ENDEREÇO DA OBRA
Etapa: Serviços preliminares
Subitem: Demolição
Serviço: Telhado, com reaproveitamento das telhas
Unidade m2
Medição:
Telhas: 0,70 x 5,28 x 2 + 7,39*(3,26 + 5,28) = 70,5 m2
Cubagem: 70,5 m2
Composição do serviço:
Profissional Quant. Unid. Total
Pedreiro 0,06 h
Servente 0,6 h 70,5 m² 42,3

Observamos que, com um só servente, precisaremos de 42,3 horas de trabalho, mais do que
cinco dias úteis (considerando-se a jornada de trabalho semanal com 40 horas, 8 horas a cada
dia útil). Se desejarmos executar toda a remoção das telhas em um só dia, basta calcularmos a
produtividade de um servente em 8 horas e fazer o cálculo (por regra de três simples), deixando-o
anotado na memória de cálculo.

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MEMORIA DE CÁLCULO
Obra: ENDEREÇO DA OBRA
Etapa: Serviços preliminares
Subitem: Demolição
Serviço: Telhado, com reaproveitamento das telhas, a ser executado em um só dia
Unidade m2
Medição: Responsável pelos cálculos:
Telhas: 0,70 x 5,28 x 2 + 7,39*(3,26 + 5,28) = 70,5 m2
Cubagem: 70,5 m2 Produção de um servente em um dia de trabalho:
Composição do serviço: 8/0,6 = 13,3 m2
Número de serventes necessários p/ todo o serviço em
Profissional Quant. Unid. Total um só dia: 70,5/13,3 = 5,3 serventes
Pedreiro 0,06 h
Servente 0,6 h 70,5 m² 42,3

Chegamos a 5,3 serventes. Como o número de serventes é inteiro, precisaremos de seis


serventes. Podemos programar, então, algum outro serviço a ser feito com o tempo que sobrará
com o servente a mais. Também podemos deixar este excedente como margem de segurança,
uma vez que na TCPO não é considerado o aproveitamento das telhas – portanto, haverá mais
cuidado na remoção das mesmas, o que consumirá mais tempo.

Observações:
1ª. A presença do pedreiro, neste serviço, é muito inferior à do servente. A produtividade de um
pedreiro, em um dia de trabalho, é de 133 m2. Assim, mesmo que aumentemos o número de
serventes, não será necessário elevarmos o número de pedreiros.
2ª. Neste serviço não está incluso o transporte das telhas para o nível do solo (transporte vertical)
e até o caminhão (transporte horizontal) nem a carga do material no caminhão.
3ª. No caso de não haver composição de custos que atenda ao serviço que estamos planejando,
podemos adotar alguma outra parecida, ou ajustar a que encontramos. No caso da demolição de
telhas de barro com aproveitamento, poderemos adotar uma margem de tempo extra por causa
do cuidado necessário com a retirada (será uma remoção, e não uma demolição).

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4.2 Cronograma das Aquisições
Por causa da adequação ao tempo, é conveniente elaborarmos um cronograma de serviços dia a
dia para sabermos exatamente quando e quanto de recursos será preciso e o valor a ser pago no
final de semana (ou da tarefa, quando o contrato de mão de obra assim for feito).

Este cronograma deve caber em, no máximo, uma folha de papel A3, configurada para paisagem.
Assim ficará mais fácil manuseá-la, levar e trazer da obra para fazer os ajustes necessários. Se
este espaço não for suficiente, devemos dividir o cronograma em intervalos menores – mês a
mês, quinzena a quinzena, semana a semana, sem perder de vista as datas críticas de entrega
das diferentes etapas/serviços.
No término do trabalho de planejamento faremos um cronograma “final” que englobe todas as
atividades, dividindo-se o tempo em meses, sem as anotações de materiais, mão de obra e
equipamentos e ferramentas.
Deve haver, no cronograma, os mesmos dados da ficha de memória de cálculo – endereço da
obra, datas de início e término esperadas, nome do responsável pela elaboração do mesmo. Os
itens e subitens a serem lançados no cronograma serão os que estabelecermos na EAT.
Deverão ser marcados os dias em que normalmente não se trabalharia (sábados, domingos,
feriados), para que possamos nos “valer” deles em caso de emergência.
A cada dia marcaremos todos os profissionais alocados naquele dia. Profissionais que estarão em
obra por todo o prazo de execução (p. ex., engenheiro júnior, mestre de obras etc.) não precisam
estar especificados, desde que nos lembremos de incluí-los no orçamento da obra.
É conveniente que os profissionais sejam identificados por letras e números, pois poderemos ter
25 serventes, quatro pedreiros, dois eletricistas, três encanadores, por exemplo, em um mesmo
dia. Podemos identificar as equipes por cores (recurso que exige uma impressora em cores).
Se uma determinada equipe for subcontratada, deverá haver algum tipo de diferença na anotação,
de modo que possamos acompanhar o número de pessoas que efetivamente deveriam estar em
obra (e reclamar com o empreiteiro, caso haja um número menor).
Os insumos necessários também aparecerão em cada dia. Junto a eles aparecerão as
ferramentas e equipamentos necessários à execução dos serviços, incluindo os EPIs.

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4.2.1 Serviços Preliminares
4.2.1.1 Demolição
O primeiro cuidado com os serviços de demolição é assegurar a segurança dos trabalhadores e
das pessoas que eventualmente estejam circulando próximo à área a ser demolida. Demolições
em revestimentos de fachadas altas exigem o “encamisamento” do edifício. As demolições podem
ser feitas manualmente – com ponteiros, talhadeiras, marretas –, com equipamentos mecânicos
ou com explosivos.
Em função da Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, devemos estimular a
reciclagem dos materiais. Assim, tudo o que puder ser aproveitado deverá ser removido e
armazenado/removido em separado. As demolições em edifícios e a remoção de material deverão
ser feitas dentro do horário permitido pelo condomínio.
A contratação do serviço de remoção pode incluir a disposição de caçambas para recebimento do
entulho. De qualquer forma, resíduos menores deverão ser ensacados.
Antes de remover paredes e emboço, devemos umedecer estes substratos, de modo a minimizar
a formação de poeira.
Obras de manutenção ou de reabilitação de fachadas terão inclusos nesta etapa o
encamisamento do edifício, a construção de bandejas salva-vidas (para-lixo) e do duto para
descida do entulho, a instalação do andaime (tipo Jahu ou fachadeiro) e os tapumes para desvio
do tráfego de pedestres.
Atenção à cubagem do entulho graúdo – se vamos abrir um vão de 0,70 x 2,15 m em uma parede
de 15 cm de espessura, teremos 0,23 m3 de demolição, mas 0,37 m3 de entulho
(aproximadamente 60% de aumento, em função dos vazios entre os pedaços do entulho).
Demolições de concreto justificam a utilização de marteletes (britadeiras).

4.2.1.2 Preparo do terreno


Deveremos considerar as condições atuais do terreno – se está coberto de capim alto, se há
árvores a retirar, se haverá movimento de terra, escora de taludes, drenagem superficial,
rebaixamento do lençol freático. Em casos raros precisamos descontaminar o terreno.
Serviços como sondagem de reconhecimento do subsolo e levantamento topográfico deverão ser
inclusos neste período da obra.

4.2.1.3 Ligações provisórias e abrigos temporários


Em relação ao local da construção, precisamos saber se há energia elétrica, água canalizada,
rede coletora de esgoto, rede de telefonia. Não havendo, teremos que trazer a energia até o local

17
(ou disponibilizar um gerador), abrir poços e instalar fossas (sépticas e anaeróbicas). Devemos
conferir se o local permite tráfego de veículos, especialmente de caminhões.
O número de pontos sondados deverá atender, pelo menos, às normas NBR 8.036/83, NBR 6.484
e NBR 9.603/86. Em obras menores, nas quais não será feita a sondagem, devemos determinar a
altura do lençol freático para sabermos da necessidade de rebaixamento do lençol.
Em relação aos abrigos temporários, deve haver um projeto, ainda que simples, para que se
possa programar a execução de vestiários, sanitários, escritórios, almoxarifado e estande de
vendas. Caso não haja projeto, deve-se observar a legislação vigente de Saúde e Segurança do
Trabalho na Construção Civil (NR-18 do Ministério do Trabalho).
Atenção especial deve ser dada ao espaço necessário para o depósito de materiais e para a área
de carga e descarga de caminhões, prevendo-se local adequado à instalação da grua e à
descarga de caminhão betoneira.
O construtor ou o incorporador deverá definir se estes abrigos serão alugados ou construídos.
Atenção aos serviços subempreitados: o tempo exigido para a execução feita pelo empreiteiro
deve ser o mesmo que foi calculado como se a mão de obra fosse da própria empresa.
Materiais perecíveis devem ser armazenados em lugares bem abrigados. Ferramentas, pequenos
equipamentos e materiais miúdos devem estar a salvo de furtos.

4.2.2 Fundações e estruturas


4.2.2.1 Movimento de terra

Ao planejarmos os serviços de escavação e/ou aterro, devemos, inicialmente, calcular os volumes


de terra a serem movimentados.
Se este volumes forem idênticos (ou quase), precisaremos apenas das ferramentas e
equipamentos.
Se o volume de escavação for maior que o de aterro, planejaremos a retirada do excedente o
mais rápido possível.
Se a situação for contrária, precisaremos comprar aterro.
Neste último caso, há que se ter cuidado com o recebimento do mesmo – checar o volume
efetivamente entregue em obra e sua composição (pois não devemos usar sobras de madeira em
reaterros, pois poderão atrair cupins, tampouco resíduos industriais e orgânicos).
A entrega deste material deverá acontecer no mesmo dia de sua disposição, a fim de que não
precisemos de espaço para armazená-lo.
A mão de obra será composta principalmente de serventes, mas deverá haver também pelo
menos um encarregado de equipe.

18
O aluguel de retroescavadeiras deve ser considerado caso o volume de terra a ser movimentado
seja muito grande. Carrinhos de mão, pás e enxadas para a remoção e pilões para os reaterros
são as ferramentas mais comuns.

4.2.2.2 Fundações e estruturas de concreto armado

O concreto armado tem sido a opção mais frequentemente usada nestes sistemas.
O concreto poderá ser preparado em obra – em betoneiras de pequeno a grande porte alugadas
ou da própria empresa; ou virado a mão, em pequenas quantidades de cada vez, para assegurar
bom amassamento. Também poderá ser comprado em usinas de concreto. A logística necessária
a cada uma destas situações é bastante diferente.
Também as formas e as armaduras poderão ser encomendadas a empresas especializadas.
Nestes casos, as formas precisam ser apenas montadas e escoradas em obra; as armaduras
chegam ao canteiro prontas. Em qualquer caso, deverão ser reaproveitadas ao máximo.
As ferramentas e os equipamentos usuais para a fase das estruturas são: bate-estacas, trados
(mecânicos ou manuais), mangueira para descarga do concreto, dosadores, jericas, carrinhos de
mão, pá, enxadas, ferramentas de corte e dobra do aço e dos materiais dos quais as formas se
compõem.
Quando preparamos o concreto em obra, devemos ter os insumos necessários devidamente
armazenados na obra. A Tabela 1 apresenta alguns comentários sobre estes insumos.

19
Tabela 1 – Insumos necessários à produção de concreto armado

TEMPO DE
MATERIAIS APRESENTAÇÃO COMO ESTOCAR CONSIDERAÇÕES
ESTOCAGEM
Cimento Em sacos de 50 Iniciar a pilha de Máximo de 60 Perecível, reage com
kg. Conferir se a cimento sobre estrado dias a água e com a
carga veio de madeira, a pelo umidade,
protegida da chuva menos 30 cm do chão. empedrando. Apenas
e se é o Não empilhar mais do pequenas

especificado (CP I, que 10 sacos quantidades devem
II, III etc.) ser estocadas
Areia A granel ou em Protegida por um Sem restrições O cercado deve ser
sacos de diversos cercado de madeira, feito em local seco, se
tamanhos. Vale a coberta por lona ou possível coberto. As
pena conferir o plástico para evitar águas (chuvas/poças)
teor de umidade acúmulo de impurezas carreiam a areia
Pedra britada A granel, em No canteiro de obras, Sem restrições Como a areia, deve
e pedrisco diversos depositado em cercado estar em local plano e
tamanhos. feito de madeira. Pode cercado. Não é
Cuidado com estar exposta à chuva preciso proteção com
entregas de britas lona ou plástico
diferentes no
mesmo caminhão
Aço Entregue em No canteiro de obras a Máximo de 60 Não deve ficar a céu
barras. Conferir céu aberto e separado dias aberto por longo
espessuras das de acordo com o período: a oxidação
barras ao receber. diâmetro das barras compromete o
Telas para lajes material. Idem em
são vendidas a períodos chuvosos
metro ou rolo
Madeira para Tábuas, sarrafos e Madeira maciça pode Sem restrições Este tipo de material
formas e pontaletes, chapas ficar a céu aberto. deve ser
escoras de compensado ou Chapas compensadas reaproveitado ao
de aglomerado. ou aglomeradas devem máximo. Cuidado na
Conferir as seções ficar sobre pontaletes, desforma para
das peças maciças longe do solo e assegurar o
cobertas por plásticos reaproveitamento
Formas e Conjunto Podem ser estocadas O ideal é usar Ao se desformar um
escoras completo. Conferir sobre a laje após a imediatamente pavimento, as peças
metálicas as quantidades desforma da mesma devem subir para o
pavimento superior
Aditivos Em garrafas, No almoxarifado. São De acordo com a O consumo diário
galões, baldes e produtos caros e informação do deve ser muito bem
latas podem ser furtados fabricante dosado para evitar
desperdício
Pregos, O arame é O arame, junto ao aço. Sem restrições Sobras devem
arames entregue em rolos. Os pregos, no retornar ao
Os pregos, em almoxarifado almoxarifado
sacos
Água Não havendo rede Em caixas d’água de O ideal é usar Cuidado para não
de água potável, fibra de vidro, bem imediatamente. confundir a água para
comprar caminhão tampadas. O gelo Água parada é consumo humano


Quanto maior a pilha, maior o peso sobre os primeiros sacos da pilha. Isso faz que seus grãos sejam de tal forma comprimidos, que o cimento contido nesses sacos fica
quase endurecido, sendo necessário afofá-lo de novo antes do uso, o que pode acabar levando ao rompimento do saco e à perda de boa parte do material. A pilha
recomendada de 10 sacos também facilita a contagem na hora da entrega e no controle dos estoques. (http://www.abcp.org.br/duvidas_frequentes.shtml)

20
pipa. Só usar água deve ir diretamente caldo de cultura com a do preparo de
de poço se para a betoneira para diversos materiais
atender à NBR microrganismos
15.900
Espaçadores Em pacotes No almoxarifado Sem restrições
Fonte: a autora.

Cimento Areia Brita

Armadura pronta Chapas para formas Madeira para formas

Aço em barras Aditivos Formas metálicas

Figura 1. Armazenamento de insumos para produção de concreto armado.


Fonte: a autora.

21
Observamos que podemos adquirir de uma só vez toda a quantidade dos agregados, das
armaduras e das formas. Mas não devemos estocar os aditivos nem o cimento. Este último, em
especial, deveria ser sempre comprado com a programação de entrega just-in-time ou, no máximo
(por segurança), com um ou dois dias de antecedência. Em locais ou em épocas em que a
temperatura ambiente é muito alta, vale a pena usar água gelada ou mesmo gelo para amassar o
concreto. A temperatura é fator decisivo no tempo de início e fim da cura. A falta de observação
deste fator causa um retraimento acelerado do concreto, o que sempre resulta em fissuras. Não
devemos perder de vista as garantias que a construtora tem que prover a seus edifícios – a
economia de recursos ou a execução não correta vão causar despesas no pós-obra (incluindo
despesas com processos judiciais).

Cubagem: o concreto é sempre calculado em metros cúbicos. Não se devem descontar vãos de
passagem de tubulações. Lajes pré-fabricadas devem ser medidas em m2, assim como todas as
formas. As armaduras costumam vir especificadas em projeto, em quilograma, por cada tipo de
aço. Vale a pena transformar estas quantidades em barras, a fim de facilitar a conferência na hora
da descarga do caminhão.

A. Preparação
Quando preparamos as formas em obra, devemos ter bancadas para o trabalho do carpinteiro
com as seguintes ferramentas e equipamentos: serra circular, serrote e martelos. O corte e a
dobra das armaduras também exigirão bancada e equipamentos específicos: chaves de dobrar e
máquinas (hidráulicas) de dobramento. Assim, devemos prever estes espaços no barracão
provisório. Se vamos alugar betoneira e vibradores, devemos computar, além do valor do aluguel,
o consumo de energia. Ao recebermos estes equipamentos, devemos checar se estão em perfeito
estado de funcionamento e se a tensão é adequada à disponível em obra. Existem armaduras
pré-fabricadas (kit sapatas e cintas, da Gerdau, por exemplo). É possível também
encomendarmos as armaduras e formas prontas a empresas especializadas.

B. Montagem das formas e colocação das armaduras


As formas devem ser montadas em seus locais e devidamente escoradas. As armaduras devem
ser dispostas nas formas apoiadas em espaçadores (principalmente as de vigas e lajes maciças).
Deve-se assegurar prumo às armaduras de pilares.

22
C. Lançamento e adensamento do concreto
O concreto tem vida útil limitada – as reações que produzem o endurecimento começam pouco
após a adição da água. O tempo máximo permitido pela NBR 6.118/78 entre o amassamento e o
lançamento é de 1 a 2 horas. Assim, supondo a produção de 1 m 3 de concreto a ser lançado em
estrutura (1,62 h de pedreiro e servente) e a jornada de trabalho terminando às 16 h, devemos
preparar a última “betonada” às 14 horas:
Cálculos:
1,62 * 60 min = 97 min = 1 hora e 37 minutos
16:00 – 1:37 = 14:23 – tempo de preparo e amassamento (± 0:23 ) = 14 horas
Este intervalo deve ser observado também quando o concreto é usinado.
Uma vez lançado, deve ser adensado imediatamente com vibradores. Devemos ter um número
suficiente de vibradores a fim de que todo o concreto lançado na betoneira seja vibrado. Se os
vibradores forem alugados, devem ser testados ao nos serem entregues.
Outra observação válida com vistas ao não desperdício de materiais é o volume a ser preparado.
No exemplo anterior, precisaríamos de 315 kg de cimento. Como o saco de cimento vem com 50
kg, temos dois problemas:
1º. precisaremos pesar 15 kg do último saco – será necessário ter uma balança e consumir tempo
com esta pesagem;
2º. terminaremos a tarefa com o sétimo saco aberto, o que não é bom, pois, depois de aberto, o
acesso à umidade é sempre maior.
Se vamos continuar a produzir concreto durante este dia, não há problemas, usaremos este saco
logo após. Se não, temos duas opções: concretizaremos menos elementos, de modo a usarmos
apenas seis sacos (0,95 m3) ou produziremos 1,10 m3.
Na segunda opção, o que fazer com 0,10 m3 a mais?
Sugestões: vergas para esquadrias, placas para calçamento, frades e moirões. Para que isso
realmente aconteça, é necessário que as formas e as armaduras destes elementos também
estejam prontas.
A aquisição de concreto usinado deve ser bem planejada. Assim que chegar ao canteiro, deverá
haver recursos suficientes para levá-lo ao local de consumo: pedreiros, ajudantes, carrinhos para
o transporte, mangueira para o bombeamento, vibradores etc. Em relação ao tempo, o transporte
via grua é muito mais rentável do que por jerica, mesmo usando-se elevador de obra.

23
Figura 2. Descarga e disposição do concreto.
Fonte: Conforte, M. E. (2011).

A grua também será de grande utilidade na descarga e na distribuição de perfis de aço de


estruturas metálicas, chapisco e emboço usinado, tijolos de qualquer tipo, vedações pré-
fabricadas etc. O suporte para a mangueira de bombeamento, um equipamento simples, libera o
ajudante de segurar a mangueira.

Figura 3. Grua e suporte para mangueira de recalque do concreto.


Fonte: Conforte, M. E. (2011).

4.2.3 Elementos divisórios


Há diferentes materiais para a execução das paredes de um edifício. O mais comum é o tijolo de
barro furado, encontrado nas dimensões 19 x 19 x 9 cm e 29 x 19 x 9 cm. Ele também é a opção
mais irregular entre os materiais divisórios. A unidade usual de compra é o milheiro, mas pode-se
comprar também em unidades. O recebimento deste material requer cuidados e está previsto na

24
NBR 7.171/92, no item 6.2: “as exigências quanto às dimensões nominais, ao desvio em relação
ao esquadro e à planeza dos blocos devem ser verificadas por dupla amostragem”, sendo o
número de amostras igual a 13 tanto na primeira quanto na segunda amostragem. A perda
aceitável por cortes e danos é de 10%.

Tijolos de barro maciço


Os tijolos de barro maciços permitiram a construção de muitas casas brasileiras antes do advento
do concreto. Ainda são encontrados em diversas dimensões, mas também podem ser achados
com propriedades refratárias – os mais utilizados em churrasqueiras. As perdas aceitáveis estão
em torno de 10%.

Blocos de concreto
Os blocos de concreto estão entre os materiais “modernos” na execução de vedações,
principalmente as externas. Existem blocos com ambas as funções: vedação e estrutura. As
dimensões mais comuns são 14 x 19 x 39 e 19 x 19 x 39. Têm as faces bastante lisas e absorvem
menos umidade que os de cerâmica, podendo ser usados em paredes sem revestimento. Podem
ser encontrados: meio bloco, canaleta e meia canaleta, além de diversos modelos de elementos
vazados. Por serem mais resistentes ao manuseio, têm perda admissível de 5%. São mais
pesados do que os de cerâmica e não devem ser cortados, exigindo encunhamento caso a altura
da alvenaria não seja múltiplo da soma de sua altura mais a junta (± 20 cm).
Há outros materiais disponíveis para as vedações e divisórias: blocos silicocalcáreos, de gesso,
de concreto celular, de vidro, painéis metálicos e os de gesso acartonado.
Todos estes materiais poderão ser adquiridos, em sua totalidade, de uma só vez. Sua estocagem
em obra permitirá a negociação de preços, mas exigirá espaço e logística de transporte.
Na data de sua entrega deverá haver pessoal e/ou equipamentos para o transporte horizontal,
pelo menos. A entrega programada é o ideal para evitar o grande espaço necessário para o
estoque e o deslocamento em obra. A grua poderia entregar, em cada pavimento, a quantidade
comprada para ele, assim como a argamassa para seu assentamento.
A pilha máxima de tijolos ou blocos deverá ter 1,5 m de altura. Atenção para não misturar tijolos
de tamanhos diferentes. Se ficarem expostos ao tempo, é melhor cobri-los com plástico ou lona.
A argamassa de assentamento poderá ser feita com diferentes misturas: cimento e areia; cal e
areia; cimento, cal e areia; cimento, areia e saibro; gesso (para os blocos de gesso).
Se as divisórias também exercerem função estrutural, precisaremos do aço para as armaduras.
Comentários sobre os insumos necessários à confecção das alvenarias/divisórias (os insumos
que também fazem parte do concreto) encontram-se na Tabela 2.

25
Tabela 2 – Insumos necessários à produção de elementos divisórios
TEMPO DE
MATERIAIS APRESENTAÇÃO COMO ESTOCAR CONSIDERAÇÕES
ESTOCAGEM
Cal Em pó ou já Empilhar sobre estrado 60 dias Reage com a água e
hidratada, em sacos de madeira em local a umidade. A cal em
de 20 kg seco e fechado pó é extremamente
higroscópica
3
Saibro A granel (m ) ou em Protegida por um Sem restrições O cercado deve ser
sacos de diversos cercado de madeira feito em local seco, se
tamanhos. Vale a coberto por lona ou possível coberto. As
pena conferir o teor plástico para evitar águas (chuvas/poças)
de umidade acúmulo de impurezas carreiam o saibro
Gesso Em pó, em sacos de Protegida por cercado 60 dias Mesmos cuidados
40 kg. Também há de madeira coberto por para com o cimento e
sacos menores, de lona ou plástico para a cal
até de 1 kg evitar acúmulo de
impurezas
Placas pré- Em unidades Na posição vertical, Sem restrição O transporte deve ser
fabricadas de com calços entre elas e cuidadoso, pois as
gesso afastadas do piso, em placas se quebram
local seco e coberto facilmente
Blocos de Em milheiros ou Em pilhas de, no Sem restrição Se expostos ao
concreto ou de unidades máximo, 1,5 m de tempo, cobri-los com
cerâmica altura lona ou plástico
Blocos de vidro Em unidades (há Sobre estrado de Sem restrição Todo cuidado no
caixas com 12 madeira. Observar o transporte e no
unidades também) limite máximo de manuseio
empilhamento indicado
pelo fabricante
Fonte: a autora.

Cal Tijolos cerâmicos Transporte dos tijolos

Bloco de concreto Meia canaleta


Canaleta de concreto

Bloco de gesso Gesso acartonado Bloco de vidro


Figura 4. Insumos para produção de elementos divisórios. Fonte: a autora.

26
4.2.3.1 Cubagem

As planilhas oferecem composições a partir do metro quadrado de divisórias. Ao medir, deve-se


separar as quantidades em função do material. Em fachadas com os elementos de concreto
aparente, vale a pena separar, na memória, as alvenarias externas das internas, mesmo que
sejam feitas de materiais diferentes. Esta providência nos irá fornecer as áreas que receberão
revestimentos diferentes.

Também devemos abrir fichas de memória de cálculo para todas as esquadrias e descontar o
somatório de todas elas, por pavimento, do total da alvenaria. Com isso, podemos medir as
paredes sem interrupções, e ainda teremos o levantamento das esquadrias a meio caminho.

Atenção especial deve ser dada aos cálculos das alvenarias dos pavimentos tipo, pois, em geral,
calculamos apenas um pavimento e multiplicamos pelo número total deles. Erros de 10% a mais
em um edifício de 10 pavimentos representarão material para mais um pavimento, além de se
multiplicarem pelos revestimentos. Deve-se observar que as paredes sob vigas têm altura
diferente das que vão até a laje.

Também calcularemos, para toda a alvenaria, os insumos necessários à argamassa de


assentamento.

4.2.3.2 Planejamento da compra e recebimento

O transporte dos materiais ao pavimento de execução deve ser feito com cuidado, a fim de que
não se perca material por quebra. A grua continua sendo ótima opção para o transporte vertical.
Se usarmos elevador, devemos observar o limite de carga. O transporte horizontal é muito mais
rentável quando feito por porta-pallets, principalmente se os blocos/tijolos forem entregues
embalados.

Os blocos de concreto são muito mais pesados do que os tijolos cerâmicos, e isso deve ser
levado em consideração quando o transporte for manual.

A produção de argamassa de assentamento tem as mesmas características do concreto. Poderá


ser feita em usina (da obra ou fora dela), em betoneira ou de forma manual. Em qualquer situação
só deveremos produzir o suficiente para o consumo de 2 horas, sempre observando a
temperatura ambiente e lembrando de não preparar argamassa sob a chuva.

Betoneiras de pequeno porte permitem preparar as argamassas no pavimento em que será


usada. Neste caso, o transporte será o de seus insumos.

27
O uso de masseiras de plástico é vantajoso quando preparamos a argamassa manualmente.
Quando se prepara sobre a laje, é possível que reste alguma porção sobre ela, criando desníveis,
o que irá requerer maior consumo de contrapiso.

4.2.3.3 Planejamento da execução

A primeira fiada de qualquer elemento divisório (inclusive os painéis pré-fabricados) deve ser
executada com todo cuidado. Erros de alinhamento resultam em maior consumo de argamassa de
revestimento. No caso de blocos, a segunda fiada é tão importante quanto a primeira, uma vez
que as juntas verticais dos mesmos não devem ser coincidentes. Os cantos em esquadro devem
estar realmente a 90º. O alinhamento com as partes estruturais é fundamental. Deve-se reservar
um pouco mais de tempo para estas fiadas do que para as outras, e a supervisão deve ser
presente.

É importante que, ao levantarmos as paredes, tenhamos as vergas prontas (sejam de concreto


pré-fabricado ou de perfis componentes do sistema de alvenaria de blocos de concreto), de modo
a que a alvenaria acima dos vãos de esquadrias possa também ser levantada: nenhuma
esquadria é dimensionada para suportar o peso de alvenarias sobre elas, então não devemos
instalar os caixonetes e sobre eles erguer o restante da alvenaria. Contramarcos de argamassa
armada e tacos de madeira também precisam estar disponíveis para serem colocados durante a
etapa dos elementos divisórios.

As ferramentas necessárias são nível de bolha, nível de mangueira, prumo, esquadro, colher de
pedreiro e, no caso dos blocos, bisnaga para aplicação da argamassa.

O planejamento da execução deve ser feito com vistas a acompanhar a desforma do concreto.
Podemos ter diversas equipes trabalhando em um mesmo pavimento, desde que fique bastante
claro para cada uma em que área cada qual vai trabalhar.

28
4.2.4 Instalações

4.2.4.1 Instalações elétricas e de comunicações (telefonia, dados, antena coletiva de TV, TV


a cabo, interfone, circuito de segurança)

As instalações de energia elétrica e telecomunicações são executadas a partir de fios condutores.


Em edifícios de serviços, comércio e indústrias é comum a disposição em calhas das quais
derivam eletrodutos aparentes fixados às paredes por abraçadeiras. Neste sistema os pontos de
consumo também ficam sobrepostos às paredes. Existem também calhas e pontos de consumo
sobrepostos às paredes, mas com acabamentos mais elaborados, como o sistema X da Pial
Legrand. Em edifícios residenciais e nas áreas “nobres” dos edifícios de comércio e serviços, o
modo de instalação mais frequente é a dos condutores dispostos em eletrodutos, e estes
embutidos na alvenaria e nas lajes.

A – Cubagem

A.1 – Condutores

Devemos medir e calcular em separado os condutores, por seção, dos eletrodutos, também por
seção, porque os eletrodutos podem variar de seção, mesmo em um mesmo circuito, em função
do número de fios dentro dele. Atenção às cores dos condutores: fios fase – preto, cinza,
vermelho ou branco; fio neutro – azul claro; fio terra – verde ou listrado de verde/amarelo.

Como, por norma, cada circuito terá um condutor com a mesma seção até o último ponto de
consumo, mediremos a distância do QDL até este ponto (não esquecer os caminhos verticais,
que não aparecem em planta baixa).

Em nossa memória de cálculo deverão aparecer os condutores por bitola, por pavimento, o que
facilitará o controle da execução e a expedição, pelo almoxarifado, dos rolos de fios.

Também não devemos esquecer que cada circuito tem uma composição diferente: um fio fase
mais um neutro; dois fios fases mais um terra etc. Se houver interruptores three-way ou four-way,
deveremos somar os fios extras para estes sistemas. O valor obtido pela medição do QDL até o
último ponto de consumo deverá ser anotado na ficha da memória de cálculo para cada cor de fio
(p. ex.: 53 m de fio vermelho, cinza ou preto [fases], 53 m de fio azul [neutro], 53 m de fio verde
[terra]).

29
A.2 – Calhas e eletrodutos

Devemos abrir uma memória de cálculo para cada seção de eletroduto, por pavimento. Ao
medirmos, não devemos esquecer os caminhos verticais, que não aparecem em planta
baixa.

Se a especificação de material indicar eletrodutos rígidos, contar, junto com a medição, as


conexões (curvas, luvas etc.), também por bitola, abrindo memória de cálculo para cada uma
delas, por pavimento.

A.3 – Caixas, tomadas, interruptores, disjuntores, pontos de telefone, antena, interfone

Abriremos uma ficha de memória de cálculo para cada um destes itens, por tipo, tamanho, modelo
e por pavimento. Observar que existem poucos tamanhos de caixas, mas os “espelhos” podem ter
uma grande variedade de composição: uma, duas, três ou quatro tomadas/interruptores, tomadas
e interruptores conjugados, campainhas, comandos de ventiladores, de intensidade de luz etc.

A.4 – Argamassa, abraçadeiras, acessórios

Em todos os casos de instalações embutidas haverá necessidade de prevermos a compra dos


materiais para execução de argamassa para “chumbar” caixas e eletrodutos na alvenaria. Os
insumos necessários são os mesmos das argamassas de assentamento dos tijolos/blocos.

Deverão ser calculadas as abraçadeiras com seus parafusos e buchas, nas diferentes seções,
para os condutores não embutidos – presos às lajes e paredes.

Fitas isolantes também devem ser calculadas para cada pavimento.

A.5 – Ferramentas necessárias

Ponteiro, talhadeira, abre-rosca, máquina para cortar alvenaria, guias para passagem dos fios,
metro, trena, nível de bolha, prumo, multiteste, alicates de corte, chaves de fenda, bancada, arco
e lâminas de serra para montagem dos eletrodutos, limas, abre-roscas, etc.

B. Planejamento da compra e da execução

O recebimento dos materiais deve ser feito por pessoa capaz de conferir, além do número de itens
comprados, as bitolas de eletrodutos e fios e a cor dos fios.

O deslocamento horizontal e vertical de tubos é sempre complicado, em função do tamanho dos


mesmos. Como estes serviços só devem ser feitos após a execução das lajes, o ideal seria que
os eletrodutos rígidos fossem entregues antes da execução da alvenaria de vedação e, ao serem

30
retirados do caminhão, seguissem em linha reta até a grua/guincho/roldanas e daí fossem alçados
para o pavimento e, à medida que outros pavimentos tivessem suas lajes prontas, eles seriam
removidos e distribuídos. Todos os outros materiais devem ficar estocados no almoxarifado.

Figura 5. Materiais para instalação elétrica.


Fonte: Barrientos, 2008.

Um detalhe importante: com exceção dos tubos (eletrodutos) e da argamassa, todos os outros
materiais são facilmente furtáveis. Assim, tanto eles quanto as ferramentas de uso manual (caso
não sejam as dos próprios profissionais) devem ser entregues à equipe de trabalho contrarrecibo.

Devemos considerar que a abertura das paredes e o chumbamento das caixas e eletrodutos
podem ser feitos pela equipe de pedreiros e que estes serviços precisam estar prontos antes da
enfiação. Na realidade, poderiam estar inclusos nos serviços de elementos divisórios. O eletricista
é necessário para a passagem dos fios, a ligação dos pontos de consumo e colocação das placas
(espelhos) de acabamento.

Poderíamos planejar a execução das instalações elétricas da seguinte forma:

● 1a etapa: chumbar caixas e eletrodutos – logo após a execução da alvenaria;

● 2a etapa – passar fios – logo após a execução do emboço;

● 3a etapa – ligar pontos de consumo – após a conclusão dos revestimentos que necessitam de
argamassa e colas (cerâmicas, pedras, laminados etc.);

● 4a etapa – colocação dos espelhos (placas de acabamento das caixas) – somente após a
conclusão de todo o revestimento (pintura, rejunte e limpeza de cerâmicas e pedras etc.).

Podemos preparar o planejamento a partir de cada item (colocação de eletrodutos, de caixas,


passagem de fios, instalação dos pontos de consumo e dos espelhos). Mas a TCPO nos fornece

31
composições para pontos secos, muito convenientes para a primeira etapa; para passagem dos
fios, que usaremos na segunda etapa; para instalação das tomadas, interruptores e pontos de luz,
a serem planejados para a terceira etapa; para a colocação das placas, na quarta e última etapa.

Exemplo:

1a etapa: TCPO - composição 16.100.8.3.1


Ponto seco para instalação de som, TV, alarme e lógica, incluindo eletroduto de PVC rígido e
caixa com espelho – unidade:
Componentes Unid. Consumos
Ajudante de encanador h 2
Eletricista h 1
Caixa de ligação de PVC 4” x 4” Unid. 1
Eletroduto de PVC rígido, com conexões, diâmetro 25 mm m 6
Espelho para caixa 4” x 4” Unid. 1

2a etapa: TCPO – composição 16.120.8.3.2


Cabo coaxial em EPR – 0,6 kV – 90o C – flexível – unidade: metro, seção 1,5 mm2
Componentes Unid. Consumos
Ajudante de eletricistas h 0,1
Eletricista h 0,1
Cabo isolado em EPR 0,6 kV/1kV - 90 m 1,02

3a etapa: TCPO – composição 16.143.8.8


Instalação da tomada
Componentes Unid. Consumos
Ajudante de eletricista h 0,29
Eletricista h 0,29
Tomada de embutir para pino Jack 1/4 Unid. 1

4a etapa:
Colocação da placa de acabamento (espelho) da caixa – unidade: unidade, placa 4” x 4”
Componentes Unid. Consumos
Ajudante de eletricista h 0,06
Eletricista h 0,06
Placa (espelho) para caixa Unid. 1

32
Observações: na realidade, podemos ter um ponto desta instalação onde a medição de
eletrodutos nos indique 4 m ou 7 m. Se consultarmos a TCPO, encontraremos as composições
para instalação do eletroduto de 25 mm (16.132.8.1), das curvas e luvas necessárias para chegar
até o ponto (16.132.8.4 e 16.132.8.5), da caixa 4 x 4 (16.132.8.14) e do espelho para caixa 4 x 4.
O planejamento obtido desta forma é mais preciso do que da maneira genérica, porque podemos
prever materiais e mão de obra.

4.2.4.2 Instalações hidrossanitárias (água fria, quente, da chuva, incêndio, esgoto)

As instalações de água fria podem ser executadas em tubos e conexões de PVC rígido
rosqueável ou soldável, em ferro galvanizado, em aço carbono galvanizado, em cobre e
polietileno; as de água quente, em CPVC, ferro galvanizado, aço carbono galvanizado, cobre e
polietileno; as de esgoto, em PVC colável. Existe uma infinidade de conexões em cada um desses
materiais. Também precisaremos de registros diversos, misturadores para torneiras, chuveiros,
bidês etc. A montagem tradicional é extremamente artesanal, motivo pelo qual é nas instalações
de fluidos que encontramos o maior número de problemas no pós-obra. Como evolução deste
processo encontramos sistemas prontos para instalação em painéis de gesso acartonado (sistema
PEX). Atenção: instalações de água para combate a incêndios não podem ser executadas em
PVC nem em CPVC.

A. Cubagem

Na montagem tradicional o planejamento se faz da mesma forma: a partir dos pontos de consumo
medem-se as distâncias, observando-se os diâmetros de cada subrramal/ramal até os registros.
Abriremos ficha de memória de cálculo para cada um dos diâmetros, por material e por pavimento,
pois as colunas de água mudam de diâmetro à medida que descem. Enquanto medimos, também
anotamos as conexões e os pontos de consumo. Não se deve esquecer dos caminhos
verticais, que não aparecem em planta baixa!

Devemos também levantar as quantidades dos materiais complementares: fita teflon, colas,
soldas químicas, soldas metálicas para tubos de cobre, anéis de vedação, registros, misturadores
e, aproveitando, todos os metais (chuveiros, torneiras, acabamentos para misturadores etc.).

33
B. Planejamento da compra e da execução

Assim como com as instalações elétricas, quem receber o material das instalações
hidrossanitárias deverá conferir, além do número de tubos e conexões comprados, as bitolas de
cada um deles e saber distinguir o material de PVC para água fria do de esgoto. Em relação à
movimentação em obra dos tubos, repetimos a logística prevista para os tubos de instalações
elétricas.

A armazenagem de tubos deve obedecer ao material e às bitolas dos mesmos. As conexões, se


compradas em caixas, devem ser armazenadas com anotações que facilitem sua identificação.
Conexões e todos os outros produtos devem ser estocados em almoxarifado e retirados sob
recibo. Qualquer produto de PVC ou CPVC pode ficar exposto ás intempéries, mas não aos raios
solares por muito tempo, pois os raios UVA e UVB provocam reações nos polímeros.

Figura 6. Armazenando tubos de PVC.

O cálculo de mão de obra e a sequência de serviços seguem também o mesmo esquema


apresentado para as instalações elétricas. A partir da TCPO podem ser feitos ponto a ponto,
esmiuçando-se seus componentes – tubos, conexões, registros, pontos de consumo – ou por
pacotes de pontos de consumos.

A diferença entre a metodologia de execução das instalações elétricas e a das hidrossanitárias é


que, nesta a instalação, está pronta após a chumbagem com argamassa nos rasgos de alvenaria

34
e/ou fixação dos tubos em suas abraçadeiras, o que demanda que usemos um fechamento (plug,
tampão) em cada ponto de consumo até que o metal seja instalado – somente depois que todos
os revestimentos e pinturas do ambiente estejam prontos. Assim, a disposição dos tubos na
alvenaria deve ser feita pelo encanador, e não pelo pedreiro.

Os profissionais devem ter à sua disposição todas as ferramentas necessárias: abre-roscas, lixas,
estopa, furadeiras, brocas, equipamento para solda metálica, metros, trenas, níveis, lâminas e
arcos de serra, além dos EPIs imprescindíveis. Deverá haver uma bancada para o encanador
cortar e abrir roscas nos tubos.

O planejamento da execução deve acompanhar o término dos elementos divisórios. Podemos ter
mais de uma equipe no trabalho, mas é preciso considerar se esta solução vale a pena: se a
execução da alvenaria depende da execução do concreto (curado e desformado), só compensa
termos mais de uma equipe de encanadores (e de eletricistas também, no caso das instalações
elétricas e de telecomunicações) se tivermos área de trabalho suficiente para estas equipes.

4.2.5 Esquadrias e ferragens

Para a maioria dos construtores, a etapa das esquadrias começa antes dos revestimentos. Isto
porque, ao assentarmos aduelas, batentes e caixonetes de madeira, fornecemos uma guia para
alinhamento e prumo do emboço.

As ferragens podem ser encontradas em uma enorme variedade de modelos, materiais e


acabamentos. Algumas delas já vêm incorporadas às esquadrias. Quando adquiridas em
separado, devem ser especificadas em função do seu uso e, no caso de dobradiças de portas e
janelas, também em função da carga que vão suportar.

Nos livros de composição de custos também é frequente que as ferragens façam parte de um item
em separado, pois só as instalamos após o término dos revestimentos. Mas estas premissas nem
sempre acontecem com as esquadrias de outros materiais.

Não devemos, no entanto, instalar as folhas das esquadrias, tampouco seus vidros, antes de
acabados os revestimentos. Assim, devemos planejar esta etapa em dois momentos.

As esquadrias devem vir especificadas em projeto. Podem ser adquiridas prontas ou sob
encomenda. São encontradas em boa variedade de materiais – madeira, ferro, aço, alumínio,
plástico – e vendidas em unidade. É bastante comum a subempreitada de esquadrias de alumínio
e ferro. São encomendadas ao serralheiro e só precisam chegar à obra na época de sua
instalação. Estas esquadrias, assim como as de aço e PVC, chegam à obra com suas respectivas

35
ferragens, as quais também devem ser especificadas em projeto, uma vez que a variedade de
modelos, acabamento e materiais é muito grande.

Esquadrias de madeira Esquadrias de ferro

Esquadrias de alumínio Esquadrias de aço

Esquadrias de PVC Ferragens diversas


Figura 7. Esquadrias e ferragens.

36
4.2.5.1 Cubagem
Devemos abrir uma ficha de memória de cálculo para cada tipo e tamanho de esquadria e
anotar as respectivas quantidades, especificando, nessa ficha, se a esquadria será montada
em obra ou se chegará pronta.
As ferragens são contadas por unidade e cada tipo deverá ter sua própria memória de cálculo.
É conveniente anotar, na memória, a qual esquadria a ferragem se destina (p. ex., porta dos
quartos do pavimento tipo).
Na composição de custos encontramos os insumos necessários à instalação da esquadria
completa. No caso de as ferragens não serem instaladas junto com as esquadrias, devemos
separar a composição em duas etapas.

4.2.5.2 Planejando a compra e o recebimento

As esquadrias de ferro, aço e alumínio podem ser encomendadas ao serralheiro, autônomo ou


empresário. Devemos enviar para cada um destes empreiteiros o projeto detalhado de cada
uma delas. Encomendas mal definidas serão de nossa responsabilidade. Também podemos
comprar esquadrias, inclusive as de madeira, prontas, escolhendo os modelos na loja ou nos
sites dos fabricantes, ou atendendo às especificações do projeto. Esquadrias não devem ficar
muito tempo estocadas: as madeiras podem empenar e os metais, ser danificados por quedas
e/ou armazenamento e manuseio descuidados.
Quem receber as esquadrias deverá conferir as quantidades, por tipo, e as medidas de todas
elas. O transporte vertical das esquadrias deve ser feito por grua, elevador (se couberem) ou
guindaste. O horizontal, por unidades, costuma requerer dois serventes.
Ao chegarem ao canteiro de obra, as esquadrias devem ser armazenadas em ambiente
fechado. Como costumam ocupar bastante espaço, é conveniente separarmos um “quarto” já
edificado, com porta provisória e chave, para guardá-las. Esquadrias de alumínio, anodizado
ou não, são riscáveis e mancham em contato com cimento e cal. Se não forem entregues
protegidas por filmes plásticos, devem ser embaladas, ainda que de modo grosseiro, por papel
ou plástico do tipo “cobre-tudo” ou papel crepom e separadas por calços. Estes cuidados
também devem ser observados quando as esquadrias forem montadas em obra, com todas as
peças que vão fazer parte dela. As peças de madeira não podem ficar em contato com a água
nem próximo à terra, para não serem atacadas por cupins e brocas. As esquadrias de PVC
costumam ser entregues totalmente prontas (com ferragens e vidros). Se ficarem
armazenadas, devemos ter especial cuidado com os vidros.

37
As ferragens podem ser compradas com grande antecedência, aproveitando-se liquidações e
pontas de estoque, desde que fiquem muito bem guardadas no almoxarifado, pois, em sua
maioria, são facilmente furtáveis, requerendo pessoa de confiança para o recebimento e
imediato estoque no almoxarifado, de onde só devem sair mediante recibo. Ao recebê-las,
devem-se conferir as quantidades de cada modelo e acabamento e não retirá-las de sua caixa
original. As caixas com as ferragens não devem ficar em locais sujeitos a chuva, goteiras e
umidade.

4.2.5.3 Planejando a execução

Todos os materiais e as ferramentas necessárias à instalação das esquadrias devem estar


disponíveis quando o serviço começar. Esquadrias de vidros autoportantes, sem estruturas,
devem ser instaladas no final da obra. As de madeira devem ser presas às suas estruturas
pelas ferragens definitivas e permanecer fechadas. Quanto às esquadrias de PVC, com suas
ferragens e vidros, deve-se manter o filme plástico sobre elas.
Devemos planejar a colocação das esquadrias em função do material: se forem de madeira,
ferro ou alumínio (com contramarcos) em duas etapas – caixonete ou contramarcos na primeira
etapa, folhas na segunda; se forem de PVC ou não possuírem contramarcos, em uma única
etapa. Mais uma etapa será necessária para a colocação das ferragens.
As ferramentas e os equipamentos mais comuns são as máquinas de furar com brocas
adequadas ao material, nível e esquadro para conferência da regularidade dos vãos e diversos
tamanhos de chaves de fenda. Quando este serviço é subempreitado, a empresa (ou o
profissional contratado) deve fornecer as ferramentas.
Em relação às ferragens, o carpinteiro ou o serralheiro devem retirar do almoxarifado apenas
as ferragens necessárias ao trabalho de um período do dia, sob recibo. Após a instalação, as
ferragens devem continuar protegidas pelo filme plástico que as envolve desde a fábrica ou, na
falta dele, por fita crepe ou vaselina sólida.

4.2.6 Revestimentos

4.2.6.1. Chapisco e emboço/contrapiso

O chapisco tem a função de tornar a superfície dos elementos divisórios o mais rugosa possível, a
fim de conferir aderência ao revestimento que será colocado sobre ele.
O emboço tem diversas funções. Nas vedações externas, ele é um dos responsáveis pela
estanqueidade à água. Nas internas, pode ser, ele próprio, a última camada de revestimento para

38
servir de base para outros materiais: cerâmica, ladrilhos, mármore, granitos, pedras decorativas. A
argamassa para contrapisos tem a função principal de nivelar a laje, permitindo caimentos quando
forem necessários. Enquanto o chapisco e o contrapiso quase sempre são feitos de cimento e
areia, há uma grande variedade de insumos para produzirmos o emboço, em função dos materiais
naturais disponíveis em cada espaço geográfico e das tradições em construção.
Qualquer que seja a composição destes revestimentos, seu principal componente, o aglomerante,
reage com a água e, com os agregados, forma uma pasta densa e manuseável, que tem vida útil
pequena, endurecendo com o passar do tempo. Desta forma, assim como o concreto, ele deve
ser preparado em porções suficientes para o tempo de trabalho.
Tanto o chapisco quanto o emboço/contrapiso podem ser produzidos em obra – em betoneiras de
pequeno a grande porte, alugadas ou da própria empresa – ou virado à mão, em pequenas
quantidades de cada vez, para assegurar bom amassamento. Podem ser feitos a partir da
dosagem de cada um dos componentes ou de argamassas industrializadas. Também podem ser
adquiridos em usinas, e a logística para seu recebimento será idêntica à do concreto.
As ferramentas e os equipamentos mais comuns para a produção destes revestimentos são:
mangueira para descarga da mistura, dosadores, jericas, carrinhos de mão, pá, enxadas, baldes;
bombas de recalque, máquinas de aspersão de chapisco e emboço.
Os aditivos impermeabilizantes para emboço e contrapiso são bastante úteis em superfícies
sujeitas A chuva e/ou molhamento diário, como paredes de boxes. Ao chapisco também podemos
adicionar produtos que facilitam sua aderência ao substrato.
Quando preparamos as argamassas em obra, devemos ter os insumos necessários devidamente
armazenados na obra. A Tabela 3 apresenta alguns comentários sobre os insumos mais comuns
para esta produção, além do cimento, da areia, do pedrisco e da água, já citados para o concreto:
Tabela 3 – Insumos necessários à produção de argamassas
TEMPO DE
MATERIAIS APRESENTAÇÃO COMO ESTOCAR CONSIDERAÇÕES
ESTOCAGEM
Gesso Em sacos de 40 ou Empilhar sobre estrado 60 dias Empedra em contato
50 kg de madeira em local com a umidade e a
seco e fechado água

Cal Em sacos de 20 kg Empilhar sobre estrado 60 dias Empedra em contato


de madeira em local com a umidade e a
seco e fechado água
Saibro, A granel ou em Protegida por um Sem restrições O cercado deve ser
areola sacos de diversos cercado de madeira, feito em local seco, se
tamanhos. Vale a coberto por lona ou possível coberto. As
pena conferir o teor plástico para evitar águas (chuvas/poças)
de umidade acúmulo de impurezas carreiam estes
materiais)

39
Aditivos Em garrafas, No almoxarifado. São De acordo com a O consumo diário
galões, baldes, latas produtos caros e informação do deve ser muito bem
passíveis de furto fabricante dosado para evitar
desperdício
Fonte: a autora.

A – Cubagem
As argamassas são sempre calculadas em metro cúbico de consumo, em relação à superfície que
vamos cobrir. Atenção às unidades: a área é em m2, mas os insumos devem ser calculados em
peso ou em metro cúbico. O chapisco deve ter, no máximo, 5 mm e o emboço, 20 mm de
espessura. Assim como o cimento, o gesso e a cal são comprados por sacos, portanto devemos
transformar o número de quilos em sacos. O saibro e a areola (arenoso) são vendidos por metro
cúbico. Os aditivos são calculados em função da água de amassamento e vendidos em litros,
galão, baldes e bombonas. Cuidado com a compra de grandes quantidades – estes produtos
devem ficar em suas embalagens originais muito bem fechados, ou perderão suas características.

B – Preparação
Recebimento do material: conferir o número de sacos e se não há algum já empedrado; cubar a
caçamba do caminhão e checar o teor de umidade dos outros insumos.
Transporte em obra: o ideal é que o caminhão tenha acesso ao barracão onde os sacos ficarão
estocados e às baias de areia, saibro, pedrisco etc. Não sendo possível, descarregam-se os
sacos diretamente em porta-pallets e os agregados, em um monte o mais perto possível do
barracão, aonde chegará levados por carrinhos e jericas.
Se as argamassas forem compradas usinadas, deve-se ter uma boa quantidade de serventes,
carrinhos de mão e jericas para a descarga, além do elevador de obra para o transporte vertical. A
melhor opção, neste caso, é o bombeamento da argamassa: a mangueira e a bomba de recalque
devem estar a postos para lançá-las ao pavimento onde serão utilizadas. É sempre bom ter um
conjunto de mangueira e bomba de recalque de reserva. As ferramentas serão pá, enxada,
colheres de pedreiro, réguas de alumínio para sarrafear o emboço, esponjas para o alisamento do
mesmo e baldes. Em qualquer situação, a grua, o guindaste e o elevador de obra facilitam o
transporte, diminuindo a necessidade de serventes.

C – Planejamento da execução
Tradicionalmente estes revestimentos são lançados aos substratos usando-se a colher de
pedreiro. A aplicação com máquinas específicas para este fim proporciona uma produtividade
quase três vezes maior. A área a ser revestida deve estar livre para movimentação dos

40
funcionários e o emboço deve estar seco. Deve-se prever montagem e desmontagem de
andaimes para as áreas internas e andaimes fachadeiros ou do tipo Jahu para as fachadas.
Antes de iniciarmos o serviço precisaremos instalar “guias” no substrato para mantermos
alinhamento, nivelamento e prumo nestes revestimentos a cada 2 metros. Chapisco e emboço
não devem ter a função de regularizar substratos!§
Os caixonetes das esquadrias também podem servir de guia, desde que tenham sido instalados
corretamente. O emboço deve ser iniciado somente após 24 horas de aplicação do chapisco.
Chapisco e emboço em tetos têm composição própria, em função da dificuldade maior com o
plano de trabalho.
Uma vez lançado, o chapisco estará pronto. O emboço poderá ter dois acabamentos, dependendo
se vai receber argamassa colante – quando deverá ser apenas sarrafeado, com régua de
alumínio, deixando-se o acabamento áspero (ver NBR 13755, ABNT, 1996) – ou se vai exercer
função de revestimento final, recebendo, no máximo, a pintura – quando deverá ser desempenado
com desempenadeira de madeira.
Os contrapisos deverão atender à sua principal função: regularizar as superfícies horizontais e
prepará-las para receber os revestimentos. Para tanto precisamos de caimentos em todos os
locais sujeitos ao recebimento de água: boxes, áreas de serviço, piscinas, terraços etc. Como não
devemos executar grandes espessuras de argamassa, se for necessária uma espessura maior
que 3 cm, fazê-lo em mais de uma demão.

4.2.6.2. Reboco
A massa de acabamento do emboço poderá ser branca, própria para receber tintas, ou colorida,
texturizada ou lisa. Deve ser sempre aplicada em camadas muito finas, com desempenadeira.
Como é um material de acabamento, quase sempre é aplicada pela equipe de pintura. Pode ser
preparada em obra, a partir de argamassas de gesso ou cal. Neste caso, todas as premissas
adotadas para estes materiais se repetem aqui. Também podem ser compradas prontas, em lojas
de materiais de construção. Estas massas industrializadas podem ser à base de resina PVA ou
resina acrílica. O produto à base de acrílico é especialmente indicado para áreas externas.

§
No caso de precisarmos de uma espessura de emboço maior do que três centímetros, deveremos fazer camadas sucessivas
(aguardando-se a cura da anterior) até atingir a espessura necessária. Em alguns casos vale mais a pena refazer o trecho de
alvenaria.

41
A – Cubagem
A composição de custos é feita em função da área a ser revestida. Os insumos devem ser
calculados em volume (litros, metro cúbico). A aplicação no teto possui composição própria.

B – Preparação
A massa de acabamento industrializada chega à obra em galões ou baldes de 18 ou 20 litros,
pronta para uso. Se formos preparar em obra, poderemos usar os mesmos equipamentos da
produção de emboço, seguindo a composição indicada.

C – Execução
A área a ser revestida deve estar livre para movimentação dos funcionários e o emboço, estar
seco. Observar se há paginação de cores/texturas diferentes, o que produzirá mais de uma
composição, e prever montagem e desmontagem de andaimes para as áreas internas e andaimes
fachadeiros ou do tipo Jahu para as fachadas.

4.5.2.3. Revestimentos cerâmicos (pisos e paredes, azulejos, porcelanatos etc.) e pedras


ornamentais (mármores, granitos e rochas ornamentais)
O planejamento para a colocação destes revestimentos deve ser o mais criterioso possível. Antes
de cubar o serviço deve-se observar se há projeto de paginação dos mesmos, pois as paginações
interferem de modo crítico na cubagem das peças.

A – Cubagem
Em m2 ou peças, dependendo da paginação. Devemos abrir uma ficha de memória de cálculo
para cada um dos acabamentos especificados – por material, cor, acabamento e tamanho. Em
paredes/pisos em que haja paginação bem definida (p. ex., tabeiras, tozetos etc.), contar o
número de peças – se forem em cerâmica, transformar este número em caixas, no caso das
peças maiores, ou em pacotes, no caso dos listelos, roda-tetos e tozetos. Devemos incluir
algumas caixas para reposição eventual, pois as cerâmicas podem sair de linha em seis meses
após seu lançamento. Observar a quantidade de recortes e a posição em que as cerâmicas ou
pedras serão colocadas – assentamentos fora do esquadro do ambiente consomem mais peças.
Não se esquecer de incluir os rodapés quando forem da mesma cerâmica do piso ou abrir uma
ficha exclusiva para eles quando forem de qualquer outro material. Nesta etapa também se deve
quantificar e planejar as soleiras, os peitoris, as bancadas de cozinha e o banheiro.

42
B – Planejamento da compra e recebimento
Deve-se comprar sempre um pouco além do que calculamos, mas tomando cuidado com as
quantidades de pavimentos tipo para não comprarmos em demasia.
No caso das cerâmicas, deve ser claramente especificado, na cotação de preços, que só serão
aceitas partidas diferentes quando cada uma delas contiver a quantidade mínima a ser utilizada
em um mesmo ambiente, para que não tenhamos o dissabor de encontrar tonalidades diferentes
em caixas diferentes.
A compra de produtos em “pontas de estoque” pode ser vantajosa se conseguirmos toda a
quantidade necessária para um mesmo ambiente, mas, neste caso, precisaremos comprar o
restante fora da “ponta de estoque”. O desconto obtido em tão pouca quantidade talvez não
compense o tempo despendido em duas compras. Além disso, sempre haverá o risco de
adquirirmos produtos fora de linha e, se por alguma desventura precisarmos adquirir mais, não o
encontraremos.

Figura 8. Armazenamento de caixas de cerâmica.


Fonte: Barrientos, 2008.

A compra de granitos, mármores e pedras ornamentais também exige seus cuidados. Peças
grandes não devem conter veios grosseiros, e placas de ardósias devem ter a mesma espessura.
Cuidado com os nomes destas pedras, pois cada fornecedor tem sua própria nomenclatura.
Devem-se enviar aos fornecedores os desenhos com as paginações, especialmente se forem
muito elaboradas. Os acabamentos devem ser claramente especificados, principalmente em pisos
que terão acabamentos diferentes na mesma peça.
A descarga não deve ser feita sob chuva, já que, uma vez molhadas, as embalagens de
cerâmicas perdem sua capacidade de contenção. Ao transportar para o depósito, assegurar-se de
que as faces polidas das pedras fiquem voltadas uma para a outra, jamais em contato com a face

43
áspera. Tanto a cerâmica quanto as pedras devem ser estocadas em locais limpos e secos, onde
não corram risco de entrar em contato com ácidos ou graxas. As caixas de cerâmica devem ser
guardadas horizontalmente, respeitando-se o empilhamento máximo indicado pelo fabricante,
nunca ultrapassando a altura de 1,5 m. As pedras devem ser arrumadas em posição subvertical,
sobre papelão, ripas de madeira mole (exceto em materiais claros), isopor ou correias de
borracha.
Se recebermos cerâmicas de modelos/tamanhos/cores/tonalidades diferentes (lotes diferentes),
vale a pena despender tempo arrumando-as por suas características. O risco de misturar lotes
diferentes, ao retirarmos as caixas para o assentamento, pode resultar em retrabalho e
desperdício de recursos.

C – Planejamento da execução
Para qualquer um destes revestimentos, as tabelas oferecem composições diferentes para a
colocação em paredes e em pisos, dependendo, inclusive, do posicionamento das peças.
Devemos nos lembrar dos insumos que serão necessários: argamassas de assentamento, que
obedecerão aos prazos de aplicação para não empedrarem; rejuntes e sua limpeza com estopas
e esponjas; espaçadores. Todas as ferramentas devem estar dispostas no local do assentamento
– serra-mármore e discos, martelos de borracha etc.

4.2.7 Pinturas
Quando vamos executar o acabamento em pintura, é costume designarmos uma equipe de
pintores para o trabalho. É correto assim proceder, ainda que este serviço seja de mais fácil
execução em relação a muitos outros da construção, porque demanda cuidados nos acabamentos
e com os revestimentos já executados. Há uma grande variedade de tintas à disposição: desde a
obtida pela mistura de cal, água e corantes, muito antiga, até a de alta tecnologia, com
propriedades de impermeabilização e magnetismo. Também podemos escolher cores preparadas
em máquinas, que não estão disponíveis em linha comum.

4.2.7.1 Cubagem
Tintas e vernizes são calculados em função da área em que serão aplicados. A maioria dos
produtores disponibilizam catálogos, inclusive na Internet, nos quais podemos encontrar os
rendimentos de cada uma delas em função do substrato onde serão aplicadas. Também em
função dele precisaremos, ou não, de fundos preparadores (primers, seladores) e de solventes
para diluição.

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Devemos ter uma ficha de memória de cálculo para cada tipo de tinta, por cor e acabamento, e
medir todas as superfícies em que serão aplicadas (não esquecer dos tetos), além de transformar
a área total em litros de tinta/verniz/selador. A partir destes valores compraremos as tintas em
galões (3,6 litros) ou latas (18 litros). Existem embalagens menores, de ¼ e 1/8 de litro, para
serviços que demandem menor consumo.
Devemos listar, além das tintas, vernizes e seladores, todas as ferramentas e os materiais
necessários à execução do serviço: rolos de lã ou de espuma, rolos para acabamento texturizado,
bandejas grandes e pequenas, solventes para esmaltes e tintas a óleo, fita crepe para proteção de
superfícies contíguas que não serão pintadas, plásticos para cobrir os pisos, estopa, esponjas,
pincéis adequados a cada utilização.

4.2.7.2 Planejamento da compra e do recebimento dos insumos


Podemos comprar todo o material de pintura de uma só vez, negociando preços e prazos de
pagamento. Mas há cuidados a serem tomados: tintas e vernizes são materiais perecíveis, não
devendo, por isso, ultrapassar seis meses de estocagem. Ao comprar grandes quantidades de
uma mesma tinta, não se devem aceitar partes de fabricantes diferentes, pois a tonalidade pode
diferir. Tintas com cores “feitas” na máquina devem ser adquiridas de uma só vez. Em qualquer
situação, é aconselhado guardar a referência de cada cor.
Ao chegarem à obra, as tintas devem ser levadas ao almoxarifado, onde devem permanecer em
local seco e fora da sala de trabalho do almoxarife.

4.2.7.3 Planejamento da execução


Pinturas só podem ser iniciadas após curar-se e lixar-se o reboco. Podemos ter várias equipes em
obra ao mesmo tempo, mas é conveniente separá-las por unidades (apartamentos, conjunto de
salas, pavimentos etc.). Antes de iniciar a pintura propriamente dita é necessário cobrir todos os
revestimentos, móveis (se houver) e proteger as superfícies que não serão pintadas com fita
crepe. O serviço feito em ambientes sem ventilação deve ser planejado para execução lenta, para
que o pintor não fique exposto por muito tempo aos componentes voláteis dos produtos,
especialmente os óleos, esmalte e vernizes. Todos os pintores, mesmo os que se disserem não
alérgicos, devem usar máscaras (este procedimento também se aplica ao lixar-se o reboco e
aplicarem-se impermeabilizantes).

4.2.8 Tratamentos especiais


Uma vez terminadas as instalações e os contrapisos, podemos planejar e executar as
impermeabilizações e os isolamentos térmicos e acústicos. É frequente que as construtoras

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contratem estes serviços de empresas especializadas. Em qualquer dos casos, com mão de obra
própria ou subempreitada, a garantia de seu desempenho perante os usuários da edificação é da
construtora. Os reparos nestes serviços costumam exigir consertos em outros, gerando uma
quantidade grande de retrabalho. Assim, alguns cuidados devem ser observados em seu
planejamento.

4.2.8.1 Cubagem
Estes tratamentos são calculados em metros quadrados. A área a ser tratada, no caso de
impermeabilizações em pisos, deve incluir a altura para de rodapés (usualmente 30 cm). Nos
boxes, calcular a área de toda a parede que receberá umidade, até pelo menos 2 m de altura. Em
saunas úmidas, calcular todas as paredes e pisos (há quem impermeabilize até a laje de teto, o
que não será necessário se houver um bom caimento nela e se ela for revestida com materiais
impermeáveis, como cerâmica, borracha clorada etc.). Nas piscinas, incluir as calhas de retorno
ou, quando for do tipo “borda infinita”, o espaço necessário para a que o material tenha solução de
continuidade com o plano horizontal.
Isolamentos acústicos e térmicos devem ser calculados de modo que não existam “frestas” no
ambiente a ser isolado.
Uma vez calculada a área a ser tratada, devemos consultar os manuais dos fabricantes do
material a ser utilizado a fim de calcularmos as quantidades necessárias. Estes manuais (Sika,
Otto Baungarten, Denver, no caso das impermeabilizações) costumam listar todos os recursos
necessários ao serviço. Como os produtos são vendidos em garrafas, galões, baldes, tambores,
deve-se transformar o volume necessário em unidades comerciais.
As mantas são vendidas em rolos de 5,5 m x 10 m, mas devemos nos lembrar de que uma
unidade cobre 5 m2, e não 5,5 m2, em função do recobrimento para colagem.
Em serviços de reabilitação predial, sugere-se abrir ficha de memória de cálculo para todos os
recursos necessários ao tratamento da ferragem.

4.2.8.2 Planejamento da compra e do recebimento


Se vamos contratar empresa especializada, devemos providenciar pelo menos três orçamentos.
Ao solicitarmos este preço, devemos especificar muito claramente qual será o material utilizado –
argamassa rígida, tinta asfáltica, manta, cristais – e se há juntas de dilatação a serem tratadas.
Nos casos de obras de reabilitação e manutenção predial, especificar se o contrapiso deve ser
removido, total ou parcialmente, se há ferragem exposta na estrutura a ser tratada ou recomposta
e se o serviço inclui a troca do barrilete ou da tubulação da piscina.

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Devemos definir quem removerá a terra de jardineiras, os revestimentos existentes no caso dos
isolamentos, as limitações de umidade do ar em função do material a ser utilizado, o horário de
trabalho, a proteção contra chuva, a remoção do entulho e os testes de estanqueidade, sem o que
não devemos dar aceitação aos serviços. A empresa subcontratada deverá nos fornecer um
atestado de garantia pelos serviços executados.
Os insumos que chegarem ao canteiro deverão ser armazenados em locais secos, e os materiais
de pequeno volume, como os tratamentos para ferragem, guardados no almoxarifado.

4.2.8.3 Planejamento da execução


Para cada tipo de material será necessário abrirmos uma ficha de memória de cálculo,
independente da forma pela qual vamos executar o serviço – subempreitada ou com nossa
própria mão de obra. Considerar, cuidadosamente, para as impermeabilizações expostas ao
tempo, as épocas de chuva, reservando um “pulmão de tempo” para elas. Se o local em que
estamos trabalhando é sujeito a chuvas tropicais diárias (em geral, no final da tarde), é
aconselhável diminuir em pelo menos 1 hora o dia útil de trabalho.
O local deverá estar vazio, limpo e seco, e o trânsito totalmente interrompido no caso de
tratamentos de piso até que suas proteções ou acabamentos estejam prontos.

4.2.9 Forros, telhados e coberturas


Os forros podem ser encontrados em rebaixamento de tetos e como acabamento de coberturas. O
mais comum é aquele executado em placas de gesso, pois são de fácil execução e permitem
composições decorativas; podem também ser em chapas de fibra de madeira, tábuas de madeira
maciça e outros materiais com propriedades isolantes do calor e som.
Frequentes nas casas e pouco comuns nos edifícios, os telhados requerem planejamento e
execução cuidadosos, a fim de que desempenhem corretamente suas funções de proteção. São a
estrutura das coberturas e devem ser projetados de acordo com o tipo de telha que vão receber.
Podem ser executados em madeira ou aço, sendo o de madeira o mais comum.

4.2.9.1 Cubagem
Qualquer que seja o material, os forros e coberturas serão quantificados em metro quadrado
(cuidado com os forros que acompanham os caimentos do telhado: a área a ser calculada é a
área do plano inclinado, e não a de projeção em planta). Em coberturas, transformar a metragem
em unidades/milheiro mediante o rendimento das telhas.
As estruturas (o telhado) deverão ter uma ficha de memória de cálculo para cada material – por
tamanho, seção e tipo de madeira, se for o caso. Pregos, parafusos e quaisquer outras peças

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necessárias deverão constar no nosso planejamento. Não havendo projeto executivo de telhado,
deve-se chamar o carpinteiro de telhado (no Rio de Janeiro há quem o chame de “telhadista”) e
pedir que ele faça uma lista o mais completa possível, inclusive das ferramentas e equipamentos.
Não se pode esquecer dos equipamentos de segurança individual e coletiva, posto que estes
serviços podem causar sérios acidentes por serem executados em altura.

4.2.9.2 Planejamento da compra e do recebimento


Se o serviço dos forros for subempreitado, deve-se especificar exatamente o que será feito: a
área, os desenhos e recortes (se houver), o rodateto (se houver), as luminárias (em quantidade,
tipo, dimensão e localização). Uma boa planta de forro informará todas estes dados.
Ao chegar em obra, as placas de gesso deverão ser imediatamente levadas ao local de execução,
se possível, pois são facilmente danificadas no transporte e manuseio. Este mesmo cuidado
deverá ser obedecido em relação às telhas de cerâmica. Placas de gesso e telhas são empilhadas
na vertical e cobertas por plástico. O gesso em sacos, para o rejunte, poderá ser guardado como
indicado na etapa de revestimentos.
Qualquer outro material de forro, cobertura e telhados deverá ser armazenado longe da umidade e
da chuva.

4.2.9.3 Planejamento da execução


O primeiro serviço, quando houver os três na mesma área, será o da estrutura (telhado). Uma vez
colocadas todas as peças, começa-se a cobertura, após a qual será feito o forro. Se o forro for de
gesso, deverá ser executado antes do assentamento do revestimento do piso e da aplicação de
reboco e pintura. Forros de materiais pré-fabricados podem ser instalados após a pintura. Se
subempreitado, incluir no contrato a limpeza de eventuais sujeiras e os reparos que seu
assentamento causar às paredes. A área deverá estar vazia e limpa. Andaimes devem ser
providenciados para maior segurança, e escadas também podem ser úteis. Toda a fiação das
instalações de energia elétrica e de comunicações deverá estar pronta, com os fios pendentes a
um comprimento maior do que a altura do forro. Todas as instalações hidrossanitárias deverão
estar prontas e devidamente fixadas à laje superior. Após o término destes serviços, providenciar
a limpeza das áreas.

4.2.10 Louças, vidros, metais e acessórios


Os vidros são materiais extremamente frágeis e que exigem mão de obra especializada para sua
correta instalação, devendo ser encomendados incluindo-se transporte e colocação.

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As louças são materiais também frágeis, mas de manuseio mais seguro. Os acessórios são
encontrados em uma grande variedade de usos, materiais, acabamentos e cores. Na etapa da
colocação dos acessórios devemos incluir a instalação dos acabamentos de registros de
chuveiros, torneiras etc.

4.2.10.1 Cubagem
Os vidros são especificados em função de suas dimensões, espessura, cores e texturas, devendo
também ser anotadas as formas de instalação; os acessórios, os metais (sifões, chuveiros,
duchas, torneiras, saboneteiras, papeleiras, cabides, armários, acabamentos de registros, tampas
de ralos) e as louças, por unidade. Deve haver uma ficha de memória para cada um deles.

4.2.10.2 Planejamento da compra e do recebimento


Podemos comprar todos estes itens com muita antecedência, até mesmo em pontas de estoque.
Mas só devemos recebê-los em obra na época de sua instalação. Os vidros só deveriam chegar à
obra no dia de sua colocação.
As louças podem ser armazenadas no almoxarifado, pois, apesar de serem volumosas, podem
ser furtadas. Muito cuidado deve ser tomado no transporte para que o acabamento não seja
danificado. Todos os metais e acessórios devem ficar muito bem guardados no almoxarifado e
entregues somente para colocação mediante recibo.

4.2.10.3 Planejamento da execução


Os vidros devem ser colocados pela vidraçaria. A nós só cabe especificar se serão instalados com
massa de vidraceiro ou com baguetes, em esquadrias, e com molduras ou “a seco”, em espelhos.
Após a colocação, devemos checar se realmente cobriram todo o vão para o qual foram feitos,
não deixando frestas nem estando apertados demais.
As louças, os metais e os acessórios só devem ser instalados após a conclusão de todos os
serviços de revestimento e da instalação de portas e ferragens, pois deveremos fechar a chave os
compartimentos onde eles já foram instalados.

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Bibliografia recomendada
AGOPYAN, V.; SOUZA, U. E. L.; PALIARI, J. C.; ANDRADE, A. C. Alternativas para a redução
do desperdício de materiais nos canteiros de obras. Relatório final. São Paulo: EPUSP, 5 v.,
1998.

CHOMA, A. Como gerenciar contratos com empreiteiros. Manual de gestão de empreiteiros na


construção civil. 2. ed. São Paulo: Editora PINI; 2005.

JUNGLES, A. E.; SANTOS, A. P. L. Como gerenciar as compras de materiais na construção


civil. 1. ed. São Paulo: Editora PINI; 2008.

MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras passo a passo: aliando teoria e prática. 1.


ed. São Paulo: Editora PINI.

PINTO, T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos:


Universidade Federal de São Carlos; 1989.

SOIBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: sua incidência e


controle. 1993. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 1993.

SOUZA, U.; Lemes E. Como reduzir perdas nos canteiros. Manual de gestão do consumo de
materiais na construção. 1. ed. São Paulo: Editora PINI.

SKOYLES, E.R. Site accouting for waste of materiais. Building research establishment. CP
5/78, 1976.

TCPO Modelato. Tabela de composição de preços de obras. São Paulo: Editora PINI, 2011.

VIEIRA, H. F. Logística aplicada à construção civil. 1. ed. São Paulo: Editora PINI.

Para ler na Internet


http://www6.ufrgs.br/norie/indicadores/de%20cesare.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/5111
http://perdas.pcc.usp.br/
http://www.ibape-ms.com.br/?a=artigos-
ler&id=19&titulo=Artigo%20t%E9cnico:%20As%20perdas%20na%20constru%E7%E3o%20civil
http://www.oei.es/salactsi/colombobazzo.htm
http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/Monografia%20Lia.pdf
http://www.deciv.ufscar.br/sibragec/trabalhos/artigos/161.pdf
http://www.obra24horas.com.br/noticias/construcao-civil--perdas-encarecem-obra-e-viram-entulho

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