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IMPORTÂNCIA DA CONTINUIDADE DO PROCESSO DE INTERVENÇÃO ERGONÔMICA

ATRAVÉS DO COMITÊ DE ERGONOMIA: UM ESTUDO DE CASO


Fernanda Flávia Cockell
Fisioterapeuta, formada na Faculdade de Ciências Médicas Minas Gerais - FCMMG
Renata Campos Vasconcelos M.S.c
Fisioterapeuta, professora da Pontifícia Universidade Católica – MG

R. Dr. Plínio de Morais 461/201 Bairro Cidade Nova CEP: 31.170-170


Belo Horizonte, MG Tel: (31) 3484-5620
Email: fecockell@bol.com.br

Palavras-chave: Análise Ergonômica do Trabalho, intervenção ergonômica, comitê de ergonomia.

Este trabalho procurou demonstrar, através de um estudo de caso, a importância da continuidade do processo
de intervenção ergonômica dentro das indústrias. No ano de 1998, uma indústria química contratou um serviço
de consultoria ergonômica para modificar uma inadequação do trabalho em um setor. Na época, o serviço de
consultoria terminou com a apresentação de um relatório contendo as recomendações ergonômicas, ficando a
cargo da indústria a implementação e validação de todas as mudanças. O insucesso das mudanças executadas
pela fábrica gerou a criação de um comitê interno de ergonomia, na tentativa de solucionar os problemas
gerados pela intervenção realizada.

Keywords: Ergonomic Workplace Analysis, ergonomics interventions, ergonomics committee.

This work tried to demonstrate, through a case study, the importance of the continuity of the process of
ergonomic intervention inside of the industries. In the year of 1998, a chemical industry hired a service of
ergonomic company to modify an inadequacy of the work in a section. At that time, the ergonomic analysis
finished with the presentation of a report containig the ergonomic recommendations and the industry should do
the implementation and validation of all the changes. The failure in the changes executed by the factory
generated the creation of an internal committee of ergonomics, in the attempt of solving the problems generated
by the accomplished intervention.

1. INTRODUÇÃO número de funcionários ou em qualquer outro


aspecto relacionado à atividade, passavam a
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um comprometer a transformação realizada e muitas
conjunto de métodos de técnicas que tem o estudo vezes a invalidava (THIOLLENT, 1997).
das atividades das pessoas como fonte principal de
informação para as transformações de situações de Este artigo busca, através de um caso de insucesso de
trabalho (VASCONCELOS, 2000; WISNER, 1991). intervenção ergonômica, conduzir uma reflexão sobre
a importância do acompanhamento do processo de
A aplicação desta metodologia pressupõe a intervenção durante o período de implantação e
participação do trabalhador no processo de validação das mudanças propostas em um setor
intervenção ergonômica, bem como prioriza o estudo específico de uma indústria química.
da situação real de trabalho (VASCONCELOS et al.,
1999). Além disso, o processo de transformação 2. ANÁLISE ERGONÔMICA DA ATIVIDADE
ergonômico é dinâmico, ou seja, deve ser contínuo.
Para responder a tais características, torna-se Em seu livro A Inteligência no Trabalho, Wisner
necessária a implementação de equipes ou comitês (1991) conceitua a metodologia da AET e a divide
permanentes de ergonomia dentro das empresas em cinco fases não lineares:
a) Constituição e análise da demanda;
Conforme esta experiência de trabalho, a falta de um b) Análise do ambiente técnico econômico e social
comitê permanente de ergonomia causou muitos da empresa;
problemas, pois as intervenções propostas não c) Análise das atividades e da situação de trabalho;
acompanharam a dinamicidade do processo. d) Recomendações ergonômicas;
Pequenas alterações na organização do trabalho, no e) Validação da intervenção e eficácia das
lay-out dos postos, na matéria-prima utilizada, no recomendações.
Além de explicar cada fase desta metodologia, o O comitê deve verificar a eficácia da intervenção e da
autor aponta a sua meta e enfatiza que cada etapa tem implementação de mudanças, além de criar novas
importância e dificuldade distintas. alternativas, na medida em que o processo de
De acordo os pressupostos básicos que envolvem a validação avança. Para isto, o comitê deve ser
metodologia da AET, Vasconcelos, Suguihura e formado por uma equipe de pesquisadores da
Camarotto (1999) apontam, em seu artigo sobre a condição de trabalho (arquitetos, engenheiros,
análise ergonômica dos postos de trabalho, os enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, projetistas,
objetivos fundamentais da ergonomia e suas psicólgos, dentre outros) e por funcionários da
contribuições. Em citação a Wisner (1994), relatam empresa, se possível, representantes de todos os
que a ergonomia tem pelo menos duas finalidades: o níveis hierárquicos.
melhoramento e a conservação da saúde dos
trabalhadores e a concepção e funcionamento Ferreira et al (1994) consideram esta etapa como o
satisfatórios do sistema teórico, do ponto de vista da ponto crucial do ergonomista, já que o objetivo de
produção e da segurança. um estudo encontra-se na melhoria das condições de
trabalho, cujo êxito deve ser avaliado pelos próprios
Caso as etapas da AET tenham sido incompletas ou usuários, os trabalhadores.
imprecisas, o objetivo esperado poderá estar
comprometido. Desta maneira, as finalidades Desta forma, este trabalho demonstra a importância
apontadas pelo autor podem, em alguns casos, nunca do acompanhamento do processo de transformação,
serem alcançadas, pois diversos aspectos podem através do insucesso de uma intervenção ergonômica
interferir no êxito da intervenção ergonômica realizada em uma atividade de manuseio de carga, no
realizada. setor denominado “Dosagem de SCMC”. Este
produto, utilizado em indústrias químicas, evita a
No presente estudo, o campo do nosso interesse na cristalização de produtos, tais como sorvete e
AET, será a fase de validação da intervenção. detergente em pó.
Abrahão (1999) afirma que o ponto crítico da ação do
ergonomista situa-se no momento da avaliação da 3. A DOSAGEM DO SCMC
intervenção, pois é ali que a demanda negociada
mostra ou não o seu acerto. No ano de 1998, uma indústria química solicitou a
uma empresa de consultoria em ergonomia, a análise
Contudo, esta fase nem sempre está presente. ergonômica de todo o seu processo de produção
Menegon, Camarotto e Matusita (1998; pág. 46) devido ao aumento exponencial do índice de
comentam o quanto é rara a complementação do ciclo absenteísmo, causado pela incidência de lombalgia
da intervenção ergonômica, que deveria consistir no setor. Na época, o objetivo principal da
“da análise da demanda à validação das soluções contratação do estudo era reduzir os gastos com
adotadas”. Além do mais, mesmo nos casos onde a despesas médicas e melhorar as condições de
validação foi realizada precisamente, seus resultados trabalho.
podem ser diferentes do que era esperado. De acordo
com Wisner (1994), “a intervenção aprofundada e O estudo de todo o setor durou cerca de 9 meses e, ao
duradoura evita que as recomendações sejam final deste período, um relatório foi entregue
desprezadas, mal interpretadas ou esquecidas”. contendo uma série de recomendações.
Portanto, a intervenção realizada não pode ser
corretamente validada sem que a continuidade do Ficou a cargo da indústria a implementação e
processo de intervenção aconteça. validação das intervenções sugeridas. Algumas
modificações foram rapidamente implementadas,
Em sua dissertação de mestrado, Vasconcelos (2000) principalmente aquelas mais simples e baratas.
comenta que, para acompanhar os processos de Entretanto, a intervenção ocorrida na tarefa de
implementação e validação das mudanças, é dosagem de SCMC foi precipitada, ineficaz e gerou
necessário dar continuidade ao processo de grande insatisfação nos trabalhadores e na gerência.
intervenção ergonômica dentro da empresa, através Desde então, a dosagem do SCMC sofreu outra
de um comitê de ergonomia. Segundo a autora, a intervenção para remediar o problema. Porém, foram
função do comitê é assegurar e observar o processo mais de três anos entre a primeira intervenção e a
de diagnóstico e transformação, bem como prover situação atual.
sua validação com os trabalhadores.
É importante frisar que a empresa de ergonomia Todos os funcionários que realizavam esta tarefa
contratada em 1998 não participou de nenhuma das apresentavam queixas de dores nas costas ao final da
etapas ocorridas após a entrega do relatório final e dosagem e cerca de 86% já tinham faltado ao
nem mesmo capacitou os funcionários da indústria trabalho, nos últimos seis meses por lombalgia.
química para tal. O processo da implantação da Diante disto, a equipe de ergonomia que estava
primeira intervenção, reconstrução de um novo realizando o estudo identificou a altura de pega dos
projeto, prototipagem e validação da segunda sacos, o peso e a aceleração da tarefa (os funcionários
intervenção, teve que ser construído pela indústria, aumentavam o ritmo de trabalho durante a dosagem
em parceria com os seus trabalhadores e fornecedores de SCMC para poderem descansar antes de
da substância química. começarem as outras tarefas do dia) como sendo os
fatores responsáveis pelo problema.
Assim, este caso foi escolhido como exemplo pois,
apesar do insucesso da primeira intervenção e da Juntamente com os trabalhadores envolvidos na
exposição por mais de três anos às condições dosagem, a empresa sugeriu a substituição dos sacos
inadequadas de trabalho, o reprojeto gerou, na de 25 Kg pelo de uma tonelada de SCMC (Bag), que
indústria em questão, a criação de um comitê de deveria ser transportado por uma empilhadeira
ergonomia. elétrica até o setor e seria colocado em cima da
moega através de um sistema de talha elétrica
3.1. Contexto pré-intervenção horizontal.

A dosagem do SCMC era feita por dois funcionários 3.2. A intervenção


no início da jornada de trabalho, uma vez por turno e
durava cerca de 1 hora. Dependendo do tipo de As recomendações feitas pela equipe de consultores
produto que estava sendo produzido no dia, o número foram rapidamente absorvidas pelos trabalhadores e
de sacos manuseados variava de 30 a 80 sacos. equipe médica da fábrica.

Os sacos ficavam organizados em pallets sendo que Desta forma, a partir do relatório apresentado, a
cada pallet era formado por 40 sacos de SCMC (pó), indústria colocou prontamente em ação as
de 25 Kg cada, dispostos em 8 camadas de 5 sacos; recomendações feitas, pois foi movida pelo interesse
com aproximadamente 1,20 m de altura. dos trabalhadores e pela possibilidade de excluir
definitivamente o manuseio de cargas e reduzir as
A tarefa de dosagem do SCMC consistia basicamente ações reivindicativas.
em: pegar o saco no pallet, transportá-lo até a moega,
abri-lo, despejar o pó e espalhá-lo na câmara da Em poucos meses, a indústria implantou o sistema de
moega, tipo de funil armazenador (Figura 01). talha elétrica, comprou empilhadeira elétrica, mudou
o formato da moega (a abertura da moega foi
transferida para a parte superior e um apoio para o
Bag foi projetado) e mudou o fornecedor do produto
(o SCMC passou a ser comprado em Bags de 1000
Kg). Para tal, vários setores da empresa (compras,
financeiro, médico, projetos, engenharia e obras)
tiveram que trabalhar juntos para conseguir
implementar na íntegra a sugestão que havia sido
feita.

3.3. Contexto da situação após a transformação

Em dezembro de 1999, a nova forma de dosagem do


SCMC já estava em funcionamento. Conforme
planejado, o funcionário transportava o pallet com o
Figura 01: Situação de dosagem antes da primeira
Bag até a moega com o auxílio da empilhadeira
mudança.
elétrica, e com a talha elétrica posicionava o Bag
sobre a moega (Figura 02)
Nos primeiros dias, os funcionários gastaram cerca
de 12 minutos para dosar todo o conteúdo do Bag,
mas à medida que os dias iam passando, o produto ia
ficando cada vez mais compactado e o tempo e a
força necessária para quebrar as pedras do SCMC ia
aumentando.

Diante de tal situação, os funcionários solicitaram ao


serviço de saúde da indústria uma nova avaliação da
atividade. Porém, diferente da primeira vez, a
indústria recusou-se a contratar uma consultoria em
ergonomia para esta finalidade.

Nesta época, a equipe do serviço saúde era formada


por um enfermeiro do trabalho, uma fisioterapeuta e
um médico. Juntos, decidiram primeiramente
identificar quais eram as queixas dos funcionários e
buscar, juntamente com todos os envolvidos na
intervenção, a explicação para o insucesso do
Figura 02: Situação da dosagem após a mudança. primeiro projeto.

Porém, quando o funcionário retirou as amarras da Inicialmente, o trabalho foi acompanhado por vários
boca inferior do Bag o escoamento do produto não dias consecutivos pela fisioterapeuta da equipe, para
ocorreu. Era esperado que o produto caísse com que todos os funcionários responsáveis pela tarefa
facilidade, já que outras indústrias trabalhavam com pudessem ser observados, cronometrados e
este sistema. No entanto, os funcionários tiveram que entrevistados. Além disso, uma análise cinesiológica
bater por fora do Bag com a ajuda de uma barra de e uma biomecânica da atividade foram realizadas
ferro, utilizada no setor para outros fins (peso = 3,0 para que todos os movimentos considerados críticos
kg e 2,0 m de comprimento) para desmanchar as fossem identificados e registrados.
pedras do SCMC e conseguir que o produto escoasse
(Figura 03). Os movimentos que os funcionários realizavam para
bater no Bag causavam grande sobrecarga e impacto
nas articulações dos ombros (Figura 04). Do ponto de
vista físico, além do impacto, acrescido de um peso
(barra de ferro), o funcionário realizava flexão dos
ombros acima de 90° quando batia na parte alta do
Bag (vale ressaltar que nessa posição a articulação
encontra-se muito instável sendo um grande fator de
risco para lesões osteomusculares).

Esta postura explica, em parte, o desconforto físico


percebido pelos funcionários na região da coluna
torácica pois, com os ombros acima de 90°, a
musculatura da cintura escapular mantém-se
contraída para fixar os ombros (HAGBERG et al,
1995). Também foi observado um grande desgaste
físico dos trabalhadores, comprovado pela presença
de sudorese excessiva e pela alta freqüência cardíaca.
Figura 03: Problema gerado após a implementação
(GRANDJEAN, 1998).
do Bag.
ocorreu nas outras indústrias que utilizavam o Bag de
SCMC.

Identificado o fator causal, a próxima etapa do estudo


foi a elaboração e implementação de medidas
paliativas que minimizassem o problema até que o
fornecedor do produto buscasse soluções para o
correto escoamento do SCMC.

Os representantes do comitê de ergonomia,


juntamente com os funcionários envolvidos na tarefa
de dosagem do SCMC, elaboraram uma série de
recomendações ergonômicas:
Figura 04- Postura inadequada dos membros a) O trabalho deveria ser sempre realizado por dois
superiores durante a dosagem do produto funcionários do setor, ao invés de apenas um,
como às vezes acontecia nos dias de maior
3.4. Comitê de ergonomia produção;
b) O trabalho deveria ser dividido igualmente entre
Feito o estudo, o serviço de saúde já dispunha de um todos os funcionários do setor, evitando que um
pré-diagnóstico do problema. Este pré-diagnóstico foi mesmo funcionário dosasse o Bag de SCMC por
de importância significativa, já que através dele a vários dias consecutivos;
gerência ficou sensibilizada com a precariedade da c) Os funcionários passariam a realizar pausas no
situação de trabalho. decorrer do turno, principalmente quando este
demandasse um tempo maior, devido à má
Diante da prioridade do caso, a gerência autorizou qualidade do pó;
uma reunião com todos os setores envolvidos no d) Todos os funcionários receberiam orientações
primeiro processo de implantação e alguns posturais da fisioterapeuta pois, durante o
funcionários do setor. Os objetivos deste encontro período de observação, foi constatada a adoção
eram, além de explicar o problema, formar um de algumas posturas inadequadas pelos
comitê de ergonomia responsável pelo estudo da funcionários inerentes às inadequações do posto;
situação de trabalho, identificar os motivos de e) O tempo de estocagem do produto seria reduzido
insucesso da intervenção e, principalmente, obter, ao mínimo possível;
através das sugestões dos funcionários, gerência e do f) Os Bags passariam a ser envolvidos em filmes
fornecedor do SCMC, meios para a melhoria da plásticos para reduzir a exposição à umidade do
situação. ar.
Após um período de três meses de entrevistas e
debates com as partes envolvidas, os representantes 3.5. Situação atual
do comitê identificaram o fator causal do problema.
Segundo eles, quando armazenado em Bags de uma No fim do ano de 2001 foi implantado, pelo
tonelada, o SCMC se compactava facilmente, fornecedor do Bags, um conjunto de massageadores
principalmente quando utilizado em locais muito do tipo pistão pneumático. Montado abaixo do Bag,
úmidos. O SCMC em pó absorve a umidade do ar e, este conjunto de massageadores facilitou o
quanto maior tempo de exposição ao meio, mais escoamento do pó, não sendo mais preciso a ajuda
difícil é o seu escoamento na moega. Além do mais, dos funcionários (Figura 05).
a distância entre o fornecedor da substância e a
indústria em questão ajudavam a compactação do Assim, a situação inadequada foi eliminada e os
produto devido a vibração ocorrida no transporte funcionários passaram a gastar menos tempo para a
rodoviário. dosagem. Consequentemente, ganharam mais tempo
para realizar as outras tarefas do setor. Vale a pena
Por isso, o problema não foi identificado nos testes ressaltar que nenhum funcionário foi demitido.
realizados pelo fornecedor do produto e nem mesmo
fato que o controle das situações inadequadas,
relacionados ao trabalho, pode ser adiado por longos
períodos, até anos, até que percebam a ineficácia das
alterações realizadas. Durante esse tempo, mais
trabalhadores podem adoecer, os custos com auxílio-
doença podem aumentar e a produtividade da
empresa pode cair (MARRAS, 2000).

O caso abordado ressalta que a ação ergonômica não


pode ser reduzida à aplicação de uma acessoria
temporária. Diante de tal situação, fica cada vez mais
evidente a necessidade do acompanhamento contínuo
do processo de transformação, para que o diagnóstico
feito pelo ergonomista não se torne ultrapassado e
Figura 05: Situação atual. muitas vezes ineficaz, antes mesmo da implantação
das mudanças.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, mesmo que todas as etapas da AET tenham
Em relação a este estudo de caso, nenhuma das sido feitas com êxito e que as mudanças propostas
finalidades da ergonomia foi alcançada no primeiro tenham sido validadas, a efetividade de uma
momento, já que esta intervenção não atendeu aos intervenção ergonômica só será alcançada se o
objetivos da tarefa, nem foi capaz minimizar ou processo for acompanhado continuamente.
eliminar os fatores indesejáveis. Pelo contrário,
surgiram novos problemas como o aumento da 5. AGRADECIMENTOS
sobrecarga dinâmica nas articulações dos membros
superiores, transferência das queixas de lombalgias Aos funcionários do setor e equipe de saúde da
para dores na região da coluna torácica, além de fábrica.
desgaste físico excessivo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Apesar do insucesso da intervenção realizada ter
gerado vários problemas e dificuldades, esta situação ABRAHÃO, J. I., & Pinho, D. L. M . (1999). Teoria e
conseguiu demonstrar a importância de se prática ergonômica: seus limites e
implementar um comitê interno de ergonomia nas possibilidades. Em M. G. T. Paz & A. Tamayo
empresas. (Orgs.), Escola, saúde e trabalho: estudos
psicológicos. Brasília, DF: Editora da UnB.
Apesar de ter conseguido eliminar as condições
inadequadas desta situação, o comitê de ergonomia FERREIRA, L.L., MACIEL, R.H., PARAGUAY,
não teve o seu surgimento planejado durante a A.I. A contribuição da ergonomia. In:
intervenção realizada pela equipe de consultoria. Pelo BUSCHINELLI, J.T.P., ROCHA, L.E.,
contrário, ele foi estruturado em conseqüência de um RIGOTTO, R.M. (Orgs.) Isto é trabalho de
problema e por isso, seus representantes não gente? Vida, doença e trabalho no Brasil.
receberam nenhum tipo de treinamento. Petrópolis : Vozes, 1994.

Desta forma, caso não houvesse nesta indústria GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia:
segmentos interessados em implementar um comitê adaptando o trabalho ao homem. 4º. ed.
interno de ergonomia, os problemas encontrados após Porto Alegre: Bookman, 1998. 338 p.
a intervenção ergonômica poderiam não ter sido
resolvidos, pois a indústria recusou-se a fazer novos HAGBERG, M., et al. Work related
gastos com a contratação de consultorias musculoskeletal disorders (WMSDs): A
ergonômicas. reference book for prevention. London : Taylor
& Francis, 1995.
Infelizmente, o custo de intervenções ergonômicas
ineficazes é significativo, não somente devido aos MARRAS, W.S., ALLREAD, W.G, BURRY, D.L &
recursos perdidos na modificação, mas também pelo FATHALLAH, F.A. Prospective validation of a
low-back disorder risk model and assessment of
ergonomics interventions associated with
manual materials handling tasks. Ergonomics,
v.43, n°11, p.1866-1886, 2000.

MENEGON, N.L., CAMAROTTO, J.A.,


MATUSITA, S.M. LER: Diagnóstico, Projeto e
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técnicas e as confrontações no
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Lesões por Esforços Repetitivos. São Carlos,
2000. Dissertação (Mestrado em Ergonomia) -
Departamento de Engenharia de Produção,
Universidade Federal de São Carlos.

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