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CFS
2011
IMPRESSO NA SUBSEÇÃO GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
GUARATINGUETÁ, SP
2011
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DA EEAR
Todos os Direitos Reservados
Introdução........................................................................................................................01
1 TEORIA CONTRA INCÊNDIO..................................................................................03
1.1 História do fogo.............................................................................................03
1.2 Fogo e incêndio..............................................................................................03
1.3 Conceito de fogo............................................................................................04
1.4 Composição do fogo......................................................................................05
1.5 Elementos essênciais do fogo........................................................................06
1.6 Processo da combustão..................................................................................22
1.7 Fases do fogo.................................................................................................24
1.8 Velocidade da combustão..............................................................................28
1.9 Formas de combustão....................................................................................29
1.10 Produtos da combustão................................................................................32
1.11 Explosões.....................................................................................................37
1.12 Métodos de extinção do fogo.......................................................................38
1.13 Classificação dos incêndios.........................................................................43
1.14 Agentes extintores........................................................................................49
1.15 Gás liquefeito de petróleo (GLP).................................................................52
1.16 Exercícios.....................................................................................................58
Referências......................................................................................................................62
Gabarito...........................................................................................................................63
EEAR 1
INTRODUÇÃO
Este material possui um questionário (com gabarito) para testar seus conhecimentos,
pedimos a você que não consulte as respostas do questionário, caso não consiga responder
qualquer questão, releia o texto procurando compreendê-lo, utilize o gabarito somente para
conferir suas respostas.
Tenho certeza que ao final deste trabalho, sua conscientização para com a importância
deste aprendizado será e grande valia em nossa sociedade. Digo também que um bom
profissional não deve limitar-se ao conhecimento teórico que este material oferece, somente este
conhecimento não será suficiente para um desempenho ideal, sendo necessário também o
conhecimento prático, o bom condicionamento físico, a coragem, o senso de responsabilidade, a
confiança no material e principalmente na vontade de querer executar um bom trabalho.
A história contemporânea nos assegura que o fogo provavelmente foi descoberto pelo
homem primitivo que o conhecia como força misteriosa, servindo apenas como iluminação e
meio de aquecimento da caverna.
A partir da Idade da Pedra, passando pela Era dos Metais, pelas Guerras medievais, a Era
das Conquistas e a Revolução Industrial, notamos a presença do Fogo na transformação da
matéria bruta em produtos manufaturados, como armas de guerra, ou preparo de alimentos,
utensílios, etc.
Obviamente, para bem empregá-lo, sempre houve uma nítida preocupação em controlar
seus efeitos, visando obter seu emprego da melhor maneira possível.
Neste capitulo vamos estabelecer a diferença entre Fogo e Incêndio que para alguns
parecem palavras sinônimas, mas tecnicamente não tem o mesmo significado.
O Fogo para ser útil e amigo, deverá estar sob o controle do homem (Fig. 01); entretanto,
quando o homem perde seu controle, ele se transforma em verdadeiro monstro, com ilimitada
capacidade de destruição.
Figura 01 - FOGO
Figura 02 - INCÊNDIO
Após vários estudos concluiu-se que o Fogo, também denominado de combustão, poderá
ser conceituado de outras maneiras, são elas: Conceito do Instituto do Fogo, Conceito Químico e
Conceito do Bombeiro.
Combustão é uma reação química de oxidação, que se caracteriza pela liberação de luz,
calor, fumaça e gases.
Vimos que o Fogo é uma reação química, e para se viabilizar uma reação química, torna-
se necessária à existência de no mínimo 02 elementos que reajam entre si e em circunstâncias
favoráveis.
Durante muito tempo, considerava que o Fogo era composto de três (03) elementos
essenciais, o Combustível, o Oxigênio (Comburente), e o Calor (Agente Ígneo). Para efeito
didático estes elementos formavam um triângulo equilátero (Triângulo do Fogo), sendo que cada
um deles ocupava um lado deste triângulo (Fig. 03).
Figura 03
Figura 04
Para uma melhor compreensão dos elementos que compõem o fogo, vamos estudar,
separadamente, cada um deles.
Figura 05
Figura 06
Figura 07
fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas
menores que 20º C.
Figura 08
COMBUSTÍVEL
CONCENTRAÇÃO METANO PROPANO HIDROGÊNIO ACETILENO
LIMITE INFERIO 1,40% 5,00% 4,00% 2,00%
LIMITE SUPERIOR 7,60% 17,00% 75,00% 100,00%
Tabela 01
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são
inúmeros os combustíveis com seus limites de concentração. Procure aprender sobre os limites
de concentração dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 10
Existem corpos que possuem oxigênio em sua estrutura (agentes oxidantes), liberando-os
durante a queima ou em outras reações (são raros); portanto podem manter a combustão em
ambientes fechados, onde não exista oxigênio do ar: é o caso das pólvoras dos cartuchos de arma
de fogo.
Figura 09
Calor é o elemento que dá início ao fogo. É a forma de energia que eleva a temperatura,
gerada da transformação de outra energia, obtidas através de processo físico ou químico. Pode
ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração da
molécula que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento (Fig. 10).
Figura 10
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam (Fig. 11):
➢ energia química: a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão;
➢ energia elétrica: o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor,
como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico;
➢ energia mecânica: o calor gerado pelo atrito de dois corpos;
➢ energia nuclear: o calor gerado pela quebra ou fusão de Átomos.
Figura 11
O calor é a forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos
fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade do calor, os corpos
apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por
exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente aumenta sua temperatura e, a
seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma,
até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido para líquido. Continuando ainda
o aquecimento, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra
substância.
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus
condutores de calor, como por exemplo, o amianto (Fig. 12).
Figura 12
A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns
problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos por exemplo uma viga de concreto de
10m exposta a uma variação de temperatura de 7000 C. A esta variação, o ferro, dentro da viga,
aumentará seu comprimento cerca de 84 mm, e o concreto, 42 mm. Com isso, o ferro tende a se
deslocar no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga “empurra”
toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42 mm (Fig. 13).
Figura 13
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas,
pois, ao serem aquecidos até 2730 C os gases duplicam de volume; a 5460 C o seu volume é
triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação do calor, os gases liquefeitos comprimidos
aumentam a pressão no interior dos recipientes que os contém, pois não tem para onde se
expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança
que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes
do recipiente e pela violenta expansão dos gases. Os vapores líquidos (inflamáveis ou não) se
comportam como os gases.
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos
transformam-se em líquidos (liquefação), líquidos transformam em gases (gaseificação) e há
sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o
calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado
físico da matéria.
No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor elas adquirem
velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em um líquido (água) (Fig.
14).
Figura 14
A madeira, quando aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim
outros gases, diferentes, em sua composição, das moléculas originais da madeira. Essas
moléculas são menores e mais simples, por isso tem grande capacidade de combinar com outras
moléculas, as de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também gases venenosos ou explosões.
Figura 15
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados
pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além
de queimaduras, que nos casos mais graves (1°, 2° e 3° graus) podem levar a morte (Fig. 16).
Figura 16
1.5.3.3.1 Condução
Condução é a transferência de calor de molécula para molécula, ou seja, para que haja
transmissão por condução é necessário que os corpos estejam juntos. Se colocarmos a
extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor as moléculas desta extremidade
absorverão calor, elas vibrarão mais rigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas,
transferindo-lhes calor. Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia
calorífica, de modo que o calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na
condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o
calor (Fig. 17).
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se
fossem um só corpo.
Figura 17
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 18
1.5.3.3.2 Convecção
Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do
ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndios de edifícios, essa é
a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos
encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc. (Fig. 18).
Figura 18
1.5.3.3.3 Irradiação
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até
que ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de
uma fonte que irradie calor para protegê-los, evitando novos focos de incêndios. Para se proteger
o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água (como escudo) (Fig. 19).
Figura 19
Figura 20
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são
inúmeros os combustíveis com seus pontos de fulgor e ignição. Procure aprender sobre os pontos
de fulgor e ignição dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
Figura 21
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge
o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e
queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.
Figura 22
O principal efeito da pirólise é a possibilidade e a frequência com que, por pirólise, são
obtidos produtos cujos pontos de ignição estejam situados abaixo do ponto de ignição do
material que esta sendo pirolisado, de modo que esses produtos assim obtidos entram,
imediatamente, em combustão e determinam a auto-pirolisação das substâncias; por isso,
podemos ter num incêndio verdadeiros saltos de temperatura.
Para exemplificar este processo, observamos a queima da madeira que, o olho nu, tem-se
uma impressão errada do fenômeno. Na realidade, o que queima são os gases que ela desprende
na decomposição: ácido acético, álcool metílico e monóxido de carbono.
A madeira a 1000 C começa a evaporar (Fig. 23); a 1800 C escurece e começa a destilar,
liberando ácido acético, álcool metílico e CO (Fig. 24); a 2500 C, se houver ação de um agente
ígneo externo, se inflamam (Fig. 25).
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Como exceção e como casos raros existem combustíveis que se queimam diretamente no
estado sólido.
Exemplo: potássio, magnésio, cálcio, etc.
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EEAR 24
Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o fogo seja
descoberto no início e a situação resolvida; mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e
fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes proporções.
(CO) e outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos
combustíveis, e a temperatura do ambiente, neste estágio, está ainda pouco acima do normal. O
calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento do fogo (Fig. 26).
Figura 26
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito
da convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente, forçando a entrada de ar fresco pelas
aberturas nos pontos mais baixos do ambiente (Fig. 27).
Figura 27
Neste momento a temperatura nas regiões superiores do ambiente pode exceder 7000 C.
Figura 28
Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir o oxigênio, até atingir um ponto
onde o comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem
deixar de existir se não houver ar suficiente para mantê-las (Fig. 29).
Figura 29
Figura 30
Uma ventilação adequada (ventilação pelo ponto mais alto do ambiente) permite que os
gases combustíveis superaquecidos sejam retirados do ambiente.
São condições que podem indicar uma situação de backdraft (Fig. 31):
➢ fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
➢ fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do
ambiente em formas de golfadas;
➢ calor excessivo (nota-se pela temperatura da porta);
➢ pequenas chamas ou inexistência destas;
➢ resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
➢ pouco ruído;
➢ movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em
alguns casos ouve-se o ar assobiando ao passar pelas frestas).
Figura 31
Figura 32
Figura 33
combustão à temperatura ambiente (200 C), como o fósforo branco (Fig. 35). Ocorre
também, na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera
calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão. Por exemplo,
água + sódio (Fig. 36).
Figura 34
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 32
Figura 35
Figura 36
1.10.1 Chama
1.10.2 Calor
1.10.3 Fumaça
Os gases da combustão podem ser definidos como aqueles gases que permaneceram
quando os produtos da combustão são esfriados até alcançar temperaturas normais.
Uma análise nos produtos da combustão indicará a presença dos seguintes corpos
resultantes da combustão: o gás carbônico (CO2), o vapor de água (H2O), o anidrido sulfuroso
(SO2) e o monóxido de carbono (CO), como principais produtos, além de cinzas e outras partes
sólidas (Fuligem).
Figura 37
Neste artigo, interessa-nos os produtos nocivos da combustão (Fig. 37), são eles:
suficiente para privar o homem de suas faculdades locomotoras, 0,5% produz a inconsciência,
2% matam em uma hora e 10% imediatamente. Duas respirações profundas, em concentrações
de 2% de CO, podem matar uma pessoa em três minutos. Por este motivo quando o operador
sentir a mais leve dor de cabeça em um ambiente enfumaçado, deve abandoná-lo imediatamente
procurando respirar ar fresco, antes que o monóxido de carbono o impeça.
Nos incêndios em que se queima enxofre, ou seus compostos, teremos a formação do gás
denominado anidrido sulfuroso (SO2). É um gás incolor, de cheiro desagradável, sufocante, de
É utilizado para fabricação de ácido sulfúrico, como desinfetante, como alvejante de lã,
da seda. É vendido no comércio, comprimido sob pressão, em cilindros de aço.
1.11 Explosões
Figura 38
Observação: a tabela acima tem o intuito de exemplificar o texto, evite decorá-la, pois são
inúmeros os combustíveis com seus limites de explosividade. Procure aprender sobre os limites
de explosividade dos combustíveis que você tem contato no dia-a-dia.
Como exemplo do emprego deste tipo de extinção, citamos o aceiro praticado nos casos
de incêndios, em matas, florestas e campos, que interrompem a continuidade do fogo, facultando
o seu domínio. O fechamento da válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou
gasoso é outro exemplo do método de extinção através da retirada de material (Fig. 39).
Figura 39
1.12.2 Resfriamento
A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor, ser
facilmente encontrada na natureza e devido as suas características e propriedades torna-se fácil
sua utilização pelos bombeiros (Fig. 40).
Figura 40
emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de 20 0 C),
pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases
combustíveis.
1.12.3 Abafamento
Figura 41
Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo
voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram
que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível. Pode-se,
também, abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor
d’água, espumas, pós, gases especiais, etc.
Figura 42
Assim é que se julgou que a ação extintora dos pós-químicos, a base de bicarbonato,
fosse devida principalmente à formação de CO2 conseqüente de sua queima; entretanto, a
experiência indicava que o pó era no mínimo duas vezes mais eficiente que a ação extintora de
igual quantidade de CO2 usada separadamente. Devido a este fato chegou-se a conclusão de que
a única teoria capaz de explicar a ação dos referidos agentes é a extinção de natureza química,
pois a reação destes agentes intervém na cadeia de combustão.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a
situação; é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico.
Entendemos como agentes extintores, todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos
elementos essenciais do fogo, cessando a combustão. As classes de incêndio são em numero de
quatro: A, B, C e D (Fig. 43).
Figura 43
São incêndios envolvendo combustíveis sólidos comuns (Fig. 44) como papel, madeira,
tecido, borracha, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por
queimar em razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.
Figura 44
Necessita de resfriamento para sua extinção (Fig. 45), isto é, do uso de água ou soluções
que a contenha em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em
combustão. O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima
em profundidade.
Figura 45
Figura 46
Figura 47
Para sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica (Ex.
CO2) e utilize o principio de abafamento ou interrupção da reação em cadeia (Fig. 49).
Esta classe de incêndio pode ser mudada para “Classe A”, se for interrompido o fluxo
elétrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam
energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.
Figura 48
Figura 49
Figura 50
Figura 51
1.13.5 Considerações
Pelo que foi exposto acima, verifica-se que os incêndios das Classes A e B caracterizam-
se pelo modo como se queimam. Os incêndios de Classe C e D pelo risco de vida que oferecem
aos operadores.
1.14.1 Água
A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade
de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a água conduz
eletricidade e seu usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico.
Quando utilizada em combate ao fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer
transbordamento do líquido que está queimando ou mesmo um “boil over”, aumentando, assim a
área do incêndio.
A água é utilizada, para extinção de incêndio, no estado líquido através de jato sólido
(compacto), jato pulverizado (chuveiro) e neblina; no estado gasoso é utilizada sob a forma de
vapor de água (um litro de água produz 1700 litros de vapor de água).
1.14.2 Espuma
A espuma química é obtida através de uma reação química de sulfato de alumínio com
bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador da espuma. Contém em suas bolhas CO2.
A espuma mecânica é obtida pelo batimento de uma mistura de água com um agente
espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar atmosférico através de um esguicho próprio.
São classificadas em protéica, fluorprotéica, sintéticas (AFFF e HiEX) e para solventes polares
(AFFF/ATC).
A rigor a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois se constitui de um
aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas em película de água.
São agentes extintores que extinguem o incêndio por abafamento (função principal),
resfriamento (função secundária) ou até mesmo o rompimento da cadeia iônica.
O gás carbônico ou CO2 é o mais utilizado, é um gás mais denso (mais pesado) que o ar,
sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso. Por não deixar resíduos nem
ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em equipamentos
elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).
1.14.4 Pós-químicos
O Pó Químico, quando aquecido (decomposto), produz 26% de seu peso em CO2; dai
vem a afirmação que o Pó Químico não age somente pelo abafamento, agindo também na quebra
da reação em cadeia do incêndio.
1.14.5 Halogenados
Além dos agentes já citados, podemos considerar como agentes extintores a terra, areia,
cal, talco, etc.
O GLP não é corrosivo nem poluente. Também não é tóxico, mas se inalado em grande
quantidade produz asfixia e efeito anestésico.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 52
Assim como a gasolina, o álcool ou o querosene, o gás de cozinha também pega fogo
com facilidade ao entrar em contato com chamas, brasas ou faíscas. Se houver um grande
vazamento em um ambiente não ventilado, o gás, por ser mais pesado que o ar, se acumulará a
partir do piso. Assim, qualquer chama ou faísca provocará uma explosão no ambiente e
conseqüentemente o incêndio.
Sei que você deve ter ouvido muitas vezes no jornal e mesmo na televisão, a seguinte
expressão: “o botijão de Gás EXPLODIU...”. Esta é uma idéia que as pessoas fazem de um
acidente com GLP: mas não caiam neste erro! Ao término desta exposição, você poderá dizer,
com toda a segurança de um especialista no assunto, que isto é praticamente impossível.
Uma maneira encontrada para prevenir acidentes com GLP foi a odorização do gás, pois
o GLP é produzido inodoramente, ou seja, sem cheiro. Se não fosse esse “cheirinho” artificial,
seria muito difícil saber se há vazamentos e o numero de acidentes aumentaria assustadoramente.
Outra medida adotada diz respeito ao modo de construção dos recipientes (botijões). Eles
são fabricados com chapas de aço, capazes de suportar altas pressões, seguindo as Normas
Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também são construídos sob
A cada lote de 200 recipientes, 01 (um) sofre teste a 34 Kgf/cm 2; a cada 1000, 01 (um)
recebe pressão até o rompimento da chapa, que não pode ser inferior a 84 Kgf/cm2.
Além de todos estes cuidados o botijão possui uma válvula de segurança (plug fusível)
1.15.2 Capacidades
Figura 52
Agora daremos algumas dicas para uma boa instalação e uso do GLP, são elas:
➢ verificar se o recipiente está lacrado (Fig. 53), se não existe pontos de corrosão, se não
está amassado e as condições da válvula de alívio (plug fusível);
Figura 53
Figura 54
Figura 55
➢ quando em uso, nunca deite ou vire o botijão, pois pode haver escoamento de gás na
fase líquida, e anulando a função do regulador de pressão (Fig. 54);
➢ mantenha os queimadores do fogão sempre limpos (lavar com água quente);
➢ para uma boa utilização do fogão obedeça a seguinte seqüência: abra o registro de gás,
acenda o fósforo, aproxime o fósforo do queimador e ligue o queimador;
➢ se o fogão for de acendimento automático, abra sempre a porta do forno quando for
acendê-lo;
➢ feche o registro de gás sempre que não estiver utilizando o fogão;
➢ quando em uso, mantenha as crianças longe do fogão.
1.16 Exercícios
1- Responda as questões.
g) Por qual motivo é dado o nome de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao gás de cozinha?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
h) Em quais capacidades o GLP é comercializado?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
I) ( ) calor
II) ( ) oxigênio
III) ( ) combustível
IV) ( ) reação em cadeia
b) Quando o calor é transferido de moléculas para molécula, ele está sendo transmitido por;
I) ( ) condução
II) ( ) irradiação
III) ( ) convecção
IV) ( ) solidificação
c) Quando determinados combustíveis atinge seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma
queima instantânea e concomitante desses produtos, podendo provocar uma explosão ambiental,
estamos falando de:
I) ( ) combustão incompleta.
II) ( ) combustão completa.
III) ( ) flashover.
IV) ( ) pirólise.
I) ( ) fases da combustão.
II) ( ) formas de combustão.
III) ( ) produtos da combustão.
IV) ( ) velocidades da combustão.
e) É o método de extinção do fogo mais simples na sua realização, pois é executado com a força
física:
I) ( ) agentes extintores.
II) ( ) métodos de Extinção.
III) ( ) produtos da combustão.
IV) ( ) classificação de incêndio.
g) O GLP é:
I) ( ) tóxico.
II) ( ) poluente.
III) ( ) corrosivo.
IV) ( ) não tóxico.
I) ( ) hipertensão.
II) ( ) dor nos olhos.
III) ( ) efeito anestésico.
IV) ( ) congelamento dos orgãos.
c) Convecção é a transmissão do calor por ondas de energia calorífica que se desloca pelo
espaço.
( ) certo
( ) errado
g) Calor excessivo, fumaça escura, pequenas chamas, pouco ruído, fumaça sob pressão, (...) são
condições que podem indicar situações de “Backdraft”.
( ) certo
( ) errado
h) O CO, na proporção de 12,5 a 74%, misturado com o ar torna o ambiente explosivo.
( ) certo
( ) errado
m) Os incêndios classe C e D caracterizam-se pelo risco de vida que oferecem aos operadores.
( ) certo
( ) errado
REFERÊNCIAS
[s.l], [19--].
[s.l.], [19--].
GABARITO
1 -Respostas
a) Combustão é uma reação química de oxidação, que se caracteriza pela liberação de luz, calor,
fumaça e gases.
c) Decomposição química da matéria pela ação do calor, passando diretamente do estado sólido
para o estado gasoso.
g) Por ter a característica de ficar em estado líquido quando submetido a uma certa pressão.
2 -Respostas
a) III
b) I
c) III
d) II
e) II
f) I
g) IV
h) III
3 -Respostas
a) certo
b) certo
c) errado
d) errado
e) certo
f) errado
g) certo
h) certo
i) errado
j) certo
k) certo
l) certo
m) certo
n) certo
o) certo
p) errado
q) errado
r) certo
s) certo
t) errado