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ESRC Relatório de

Pesquisa

Resistência Antimicrobiana

&

Psicologia

Professor Ian Donald

Departamento de Ciências Psicológicas


Universidade de Liverpool,
e
Mulberry Pesquisa & Consultoria Ltda.
Agosto 2016

Sugestão para citação: Donald, I. (2016) Resistência Antimicrobiana e Psicologia: Relatório de


pesquisa. ESRC AMR Research Champion/Universidade de Bristol. Tradução de Professora Dra.
Juliana Radaelli e Acadêmica Melissa Damilano

Relatório compilado por:

ESRC AMR Research Champion


Escola de Medicina Social e Comunitária
Introdução

Resistência Antimicrobiana (RAM) pode ser considerada um dos maiores riscos globais
de saúde dos tempos modernos. Atualmente, mais de 700.000 mortes por ano podem
ser atribuídas à RAM. Se o desafio de lutar contra a RAM não for atendido, estima-se
que por volta do ano 2050 pelo menos 10 milhões de mortes anuais no mundo poderão
ser atribuídas à RAM. Além disso, também por volta de 2050, o custo financeiro da RAM
irá alcançar US$100 trilhões, com uma redução no PIB (Produto Interno Bruto) global
entre 2 e 2.5% (Pesquisa em Resistência Antimicrobiana 2016).
A Psicologia é uma disciplina tanto teórica quanto aplicada. Uma das características da
psicologia é estar na vanguarda dos desafios de um determinado período.
Recentemente têm-se verificado uma contribuição significativa da Psicologia no
desenvolvimento de soluções para a crescente epidemia de obesidade, incluindo, por
exemplo, estudos do impacto dos meios de comunicação e publicidade (Boyland,
Harrold, Kirkham, & Halford, 2012), e o impacto das normas sociais no consumo de
alimentos (Higgs, 2015). A Psicologia também tem dado uma significativa contribuição
para combater questões de sustentabilidade, mudanças climáticas e aquecimento
global, através de mudanças comportamentais e a promoção de comportamento pró-
ambiental (Stern, 2011). Bem colocada e estruturada, a Psicologia, como disciplina, é
capaz de dar uma enorme contribuição ao combate da RAM.
De base muito ampla, a Psicologia é uma disciplina que abrange da neurociência à
psicologia social; do estudo das sinapses até grupos sociais. Apesar dessa ampla
abrangência, os profissionais de psicologia ainda não fizeram uma marca significativa
nas pesquisas de RAM, e os periódicos da área ainda estão por publicar um volume
significativo de pesquisa sobre a RAM. Como disciplina profissional e acadêmica, a
contribuição direta da Psicologia para o entendimento da RAM tem sido, até agora,
muito pequena. Apesar disso, existem dois fatores que fazem a análise da Psicologia e
RAM significativa.
Primeiramente, apesar de os profissionais de Psicologia terem publicado poucos artigos
sobre a RAM, muitos autores têm apontado para problemas que, certamente, estão
relacionados com a Psicologia, além de terem dado importantes contribuições no
sentido de se discutir a RAM. O segundo fator é que há potencial significativo para os
profissionais de psicologia estudarem problemas relevantes relacionados à RAM e,
portanto, este estudo visa estabelecer algumas das áreas que se beneficiariam de
maiores contribuições da Psicologia, além de apresentar os principais questionamentos
para tais fins. Portanto, esta revisão examinará o que é atualmente conhecido sobre
fenômenos psicológicos relevantes à RAM, enfatizará as áreas em que a Psicologia e as
Teorias Psicológicas poderiam dar grandes contribuições, além de identificar algumas
das maiores lacunas a serem preenchidas pelos profissionais de psicologia.
A Chamada para as Pesquisas nas Ciências Sociais e Psicológicas

A oportunidade para a Psicologia fazer uma contribuição significante para mitigar a


ameaça da RAM. Isto foi esclarecido pelos comentários introdutórios no relatório do
grupo de trabalho do ESCR (Economic & Social Research Council) sobre a RAM. A
Presidente do grupo, a Professora Dame Sally Macintyre, observou que:

“Os mecanismos que levam à resistência antimicrobiana são biológicos. No


entanto, as condições que promovem ou lutam contra esses mecanismos
biológicos são de caráter profundamente social. A maneira como nossos
fazendeiros, veterinários e sistemas regulatórios administram a produção
agropecuária para o consumo humano; como as estruturas regulatórias e fiscais
incentivam ou impedem o desenvolvimento, a produção e o uso de
antimicrobianos; como o público e os profissionais de saúde entendem,
valorizam e usam antimicrobianos; o contexto no qual animais e humanos
interagem; as formas nas quais grupos particulares de humanos são expostos à
determinadas infecções microbianas; todas essas condições são moldadas por
fatores sociais, culturais, políticas e econômicas. As Ciências Sociais têm,
portanto, um papel fundamental no sentido de medir, modelar, compreender e,
se for o caso, mudar o ambiente social em relação à resistência antimicrobiana
(RAM)”. Professora Dame Sally Macintyre (Presidente do Grupo de Trabalho
ESCR)(ESCR, 2014). (ESRC Working Group Chair) (ESRC, 2014)

É claro, os comentários são direcionados para todo o alcance das Ciências Sociais, porém
ao posicionar o comportamento no centro da luta contra RAM também coloca-se a
psicologia em posição central. Simultaneamente, a chamada do ESCR para a pesquisa
sobre Resistência Antimicrobiana: Comportamento dentro e além do contexto da Saúde,
também abre espaço significativo para a Psicologia.

O outro pronto a se considerar no comentário da Professora Macintyre refere-se à


criação pecuária. Considerando que o uso de antibióticos em animais supera seu uso em
humanos, em termos de volume, claramente torna-se uma questão importante. O
comportamento que envolve o uso de antibióticos em animais já foi estudado, porém
com menor impacto do que os estudos envolvendo a saúde humana. Novamente, os
estudos não foram coordenados por psicólogos, sequer foram publicados por periódicos
da área de Psicologia.

Psicólogos têm demonstrado uma certa conscientização em relação ao RAM e os


desafios que essa implica. (e.g., Tonkin-Crine, Yardly & Little, 2011). É provável que esse
interesse aumente à medida que se desenvolva uma consciência global e iniciativas de
financiamento para pesquisa sobre o tema. Da mesma maneira que as abordagens se
manifestaram para lidar com os demais desafios dos tempos atuais, seguramente irão
se posicionar em relação à RAM. Mas assim como as demais áreas, exige uma mudança
que incorpore a criatividade e imaginação. O periódico The Psychologist publicou
recentemente uma breve matéria que discorre sobre “o papel da Psicologia e dos
psicólogos abordando questões relevantes sociais”, sendo uma delas o uso responsável
de antibióticos.
“Professora Karen Rodham, Chefe do Departamento de Saúde em Psicologia, da
Sociedade Britânica de Psicologia, apontou porque a RAM apresenta-se como
um problema e como psicólogos, em particular, podem fazer parte da solução...
Primeiramente, fornecendo o treinamento de práticas comunicativas que visam
aumentar a confiança dos profissionais da área de saúde em suas capacidades
de terem a difícil conversa com seus pacientes da razão a qual é inapropriada a
prescrição de antibióticos; segundamente, treinando agentes de saúde a
engajarem-se nas decisões de seus pacientes, e por fim, desenvolvendo
materiais que buscam a conscientização sobre a eficiência dos antibióticos. Ela
conclui: “Resumidamente, os psicólogos da área de saúde estão completamente
bem posicionados e capazes de contribuir para a resolução dessa questão
complicada”
https://thepsychologist.bps.org.uk/championing-responsible-antibiotic-use 2
July 2016

Enquanto a Psicologia claramente tem papel em comunicação e em treinar grupos em


aptidões diferentes, o potencial da Psicologia é muito maior. A Psicologia é capaz de
contribuir e orientar diversas áreas de pesquisa e aplicação.

A ESCR direcionou as áreas primárias nas quais as ciências sociais devem focar sua
pesquisa sobre RAM. Entre elas compreendem-se as áreas de conscientização e
engajamento, de saúde pública como alternativa à antimicrobianos, de mercados
informais, de correta administração e uso apropriado de antibióticos, e redução de
barreiras para o desenvolvimento de novos antimicrobianos. Cada uma dessas áreas cria
um ambiente oportuno para a realização de pesquisas relevantes para a Psicologia. Por
exemplo, a área de conscientização e engajamento se beneficiaria a partir da análise das
melhores estratégias possíveis para o aumento da conscientização pública sobre o tema,
a partir da compreensão de como a RAM se encaixa nos sistemas de conceptualização
do público como ameaça à saúde pública ou ameaça global. De maneira semelhante, a
Psicologia demonstra também deter significativo papel na melhoria e manutenção da
saúde pública (e.g. Ewart,1991). Dessas cinco áreas de importância estratégica, o papel
da Psicologia se torna proeminente na área de condutas para a correta administração
de antibióticos.

No centro da discussão sobre RAM e os comportamentos envolvidos, desenvolve-se a


noção sobre a correta administração e uso de antimicrobianos, particularmente, o uso
de antibióticos. Tal administração de antibióticos essencialmente busca a maneira na
qual o uso de antibióticos seja o mais eficaz em todos os contextos em que sejam
aplicados. Isso inclui saúde humana, e se relaciona à clínicos gerais e médicos
especialistas em atenção básica ("médicos de família"), hospitais, prisões, casas de
repouso, dentistas ou qualquer outro ambiente em que antibióticos sejam prescritos. E
isso também inclui o uso de antibióticos em animais. Esse uso engloba uma grande
variedade de contextos, apesar de ser focada principalmente na indústria pecuária e
animais domésticos. Outros grupos também são relevantes, como cavalos de corrida e
piscicultura. Não são somente os prescritores de antibióticos que são importantes para
a pesquisa da RAM. Em relação aos animais, veterinários são responsáveis por
prescrever e fornecer antimicrobianos, porém frequentemente fazendeiros e
produtores também os administram. No contexto da saúde humana, os pacientes têm
um papel importante, por exemplo, reduzindo as suas expectativas de receber
tratamento com antibióticos. É então necessário incluir os usuários de antimicrobianos,
além dos seus prescritores para entender os mecanismos sociais e psicológicos
subjacentes à administração dos mesmos.

Comportamentos e Áreas de Pesquisa

Um grande número de importantes áreas de comportamento que são relevantes ao


desenvolvimento de RAM têm sido examinadas. Nas seções subsequentes algumas
dessas áreas com potencial significativo de pesquisa serão consideradas.

Influências em Prescrição

Como em outras áreas de pesquisa sobre RAM, psicólogos não têm sidos proeminentes
em pesquisar os fatores afetando administração e prescrição. Um grande número de
estudos tem, contudo, sido conduzidos por pesquisadores de outras disciplinas. Esses
estudos geralmente utilizam-se de conceitos da Psicologia além de apontar para áreas
aonde a psicologia tem o potencial de maior envolvimento.

Um estudo sistemático e meta-etnográfico sobre a prescrição de antibióticos por


clínicos gerais para infecções agudas do trato respiratório (IATR) (Tonkin-Crine, Yardly &
Little, 2011), liderada por psicólogos, evidencia nos fatores subjacentes que influenciam
as decisões de clínicos gerais. Uma das mensagens claras do estudo é que o
comportamento
relativo à tomada decisões para a prescrição de antibióticos é uma função complexa,
logo não deve ser reduzida à intervenções simples, generalizadas. Apesar do fato
não ser surpreendente, muitas vezes as soluções que são procuradas são simples e
generalizáveis. A Psicologia poderia enfrentar o desafio de ajudar a desvendar essa
complexidade.

A meta-etnografia conduzida por Tonkin-Crine et al. (2011) identificou sete temas na


percepção sobre as decisões de prescrição de antibióticos e cinco percepções de clínicos
gerais sobre as intervenções indicadas para a redução do uso inapropriado de
antibióticos. Os sete fatores que influenciam a tomada de decisões dos clínicos gerais
são: incerteza, experiências prévias, percepções sobre infecções agudas do trato
respiratório, pressão externa para a redução de prescrição desses medicamentos,
possíveis conflitos com pacientes, provisão de tratamento centralizado no paciente, e
pressão ocupacional. Cada um desses fatores exige uma pesquisa em seu contexto
individual e demanda também a compreensão de como esses fatores interagem como
um sistema em diferentes contextos. Existem também questões que indagam se essas
descobertas se limitam somente à IATR, clínicos gerais e saúde humana. Os fatores que
afetam as decisões dos veterinários será discutido posteriormente, mas detém de
mesma complexidade que a questão acima.

Uma característica particularmente interessante desse estudo meta-etnográfico é a


percepção dos clínicos gerais de que tipos de intervenções ajudaram o clínico geral a
prescrever a apropriadamente. O que inclui intervenções que conduzem o clínico a
refletir sobre o que prescreve ao seu paciente, auxílio para diminuir incertezas,
informações sobre a conduta apropriada para a prescrição desses medicamentos,
facilitar tratamentos centralizados no paciente, e que possa ser benéfico para
implementação nas clínicas e ambientes de atendimento. Outro estudo aponta que,
prover clínicos gerais com materiais de suporte e treinamento de habilidades de
comunicação possibilita a prescrição de antibióticos de maneira
apropriada. (Anthierens, et al., 2015).

Administração de antibióticos é, obviamente, multifacetada. Assim como os


prescritores, os possíveis usuários de antibióticos também são de suma importância
para assegurar a prescrição e o uso correto de antibióticos. Têm-se sugerido que clínicos
gerais sofrem pressão de pacientes que buscam ser tratados por antibióticos, mesmo
quando essas prescrições são impróprias e improváveis de serem eficazes. Assim como
o estudo de Tonkin-Crine et al (2011), outros estudos (e.g. Barden, Dowel, Schwartz &
Lackey, 1998; Palmer & Bauchner, 1997) mostram que existe algum embasamento para
essa conclusão. Porém, outras pesquisas têm sido menos esclarecedoras, sugerindo que
os processos podem ser sutis (Stivers, Smith & Elliot, 2003). Por exemplo, Stivers et al.
falharam em achar qualquer paciente solicitando diretamente a prescrição de
antibióticos. É interessante ressaltar que existe também indicação que a classe social do
paciente pode influenciar a intenção de prescrição de antibióticos, com clínicos gerais
sendo mais suscetíveis para prescrever antibióticos para pacientes de uma classe social
baixa. (Walker et al., 2001). Emergem-se então, diversas questões que merecem
exploração, como por exemplo, mais deve ser feito em busca da compreensão do
impacto cultural e fatores demográficos em relação à prescrição de antibióticos. Isso
também aponta para os perigos de supergeneralização.

Estudos analisaram os fatores que influenciam a prescrição de antibióticos na saúde


animal e produção agropecuária para fins alimentícios. Gibbons et al. (2013)
examinaram as influências não-clínicas na conduta de veterinários atuantes na indústria
agropecuária na Irlanda. A demanda do cliente representava uma grande pressão para
a prescrição de antibióticos, assim como o medo de ser culpado, caso o uso de
antibiótico fosse necessário posteriormente. Esse fator pode ser comparado à saúde
humana, onde nota-se o impacto do mesmo tipo de pressão, capaz de influenciar a
decisão de alguns médicos. Veterinários recebem remuneração separadamente por
prescrever antibióticos e pelas visitas, entretanto, esse fator não pareceu influenciar a
decisão de prescrição como os outros fatores analisados neste estudo. Nota-se também
uma propensão à prescrição de medicamento ao invés de oferecer outra visita, caso o
animal não apresente melhoria. Os autores sugerem que isso talvez signifique uma
tentativa de diminuição da jornada de trabalho por parte dos veterinários. De novo, é
possível traçar paralelos com a medicina humana. Como essas não são decisões
farmacológicas nem clínicas, é claro que a Psicologia tem muito a oferecer na
compreensão dessas decisões e sugere intervenções que possam aprimorar as decisões
feitas.

Coyne et al. (2014) analisaram a conduta de prescrição na indústria de suínos do Reino


Unido. Eles examinaram ambas as visões dos fazendeiros e dos veterinários num estudo
qualitativo. Seus resultados demonstraram que os dois grupos são influenciados por
fatores diferentes. Veterinários entrevistados se sentiram sujeitos à pressões externas,
clientes, legislação e percepção pública, as quais influenciaram suas condutas de
prescrição. Fazendeiros foram mais focados em produção e levaram em conta os
sistemas agronômicos e administrativos em decisões sobre uso de antibióticos.
Examinando a conduta de prescrição na indústria suína, Coyne et al (na imprensa)
revelaram que veterinários tinham um forte senso de responsabilidade social para o uso
apropriado de antibióticos. Identificaram também práticas de administração que
aumentaram a demanda de antibióticos, mas sentiram que mudanças não eram viáveis
por implicações de custo. Como com outros estudos, veterinários sentiram-se sob
pressão para prescrever antibióticos.

Influências Normativas

Algumas das pesquisas descritas sugerem a importância potencial de 'normas'. Dentro


da Psicologia o termo norma tem uma miríade de significados. O tipo particular da
norma será susceptível em influenciar o comportamento de diferentes maneiras. Uma
das distinções mais claras é entre normas descritivas e normas injuntivas. Normas
descritivas são os comportamentos que as pessoas normalmente se dedicam. Normas
injuntivas referem-se ao que é considerado moralmente correto de ser feito e o que
será aprovado ou desaprovado. Em relação à, por exemplo, prescrição de antibióticos,
pode haver uma norma descritiva, no sentido de que "todo mundo prescreve
antibióticos para dor de garganta", bem como uma norma injuntiva que "é moralmente
errado usar antibióticos para IATRs e que o Chief Medical Officer (entre outros)
desaprova". Fica claro que diferentes normas acessam diferentes comportamentos ou
motivações. Por conseguinte, na tentativa de criar-se mudanças comportamentais, é
importante identificar quais influências normativas são mais salientes.

Poucos estudos revelaram como as normas podem influenciar na conduta de prescrição


de antibióticos. Hallsworth et. al. (2016) examinaram o impacto das normas sociais na
conduta de clínicos gerais, que, em média, prescrevem 20% a mais comparado com os
demais médicos em clínicas associadas à NHS [National Health Services; nome dado ao
sistema público de saúde do Reino Unido]. O grupo experimental recebeu um folheto
sobre antibióticos e uma carta do Chief Medical Officer. Os detalhes da carta mostram
que evocava tanto normas descritivas como injuntivas (morais). A Carta, por exemplo,
apontava que "a maioria (80%) de clínicas… prescrevem menos antibióticos per capita
que a sua clínica". Também mostrava que "reduzindo prescrições desnecessárias em
atendimentos básicos ajuda a prevenir catástrofes de saúde pública". Outras condições
foram introduzidas depois, mas a conclusão importante é que aqueles que receberam a
carta reduziu o uso de antibióticos por uma margem estatística significativa e uma
significativamente maior dos que não receberam a carta.

Pode ser previsto pela teoria psicológica que fornecendo feedback normativo
provavelmente fará efeito no comportamento. Feedback normativo pode tomar
diversas formas e variar de acordo com o grupo normativo ao qual se refere o feedback.
Há vários exemplos na literatura da psicologia sobre a influência normativa. Uma
simples e efetiva ilustração é providenciada por Goldstein, Caldini e Griskevicius (2008).
Nesse estudo os pesquisadores deixaram mensagens para encorajar a reutilização de
toalhas em hotéis. Em uma ocasião, foi pedido aos convidados para simplesmente
ajudarem a salvar o meio ambiente. Na condição normativa eles pediram às pessoas
para se juntarem aos outros convidados para ajudá-los a salvar o meio ambiente. Houve
uma diferença estatística significante no comportamento dos dois grupos com o grupo
normativo mostrando mais reutilização. Os autores estenderam os estudos incluindo
uma variedade de grupos normativos relativos à diferentes identidades sociais, com
resultados interessantes. Os pesquisadores primeiramente estabeleceram as várias
identidades com que aqueles indivíduos se associavam. Apelos normativos foram então
dados para diferentes participantes. Os resultados demonstraram que os mais efetivos
apelos normativos não coincidem com as mais importantes identidades dos
participantes.

A pesquisa de Goldstein et al. teve importância significativa para o projeto de


intervenções normativas. Médicos, veteranos e outros todos possuem múltiplas
identidades, incluindo sua identidade profissional, mas também identidades como pais,
esposos e cidadãos. Até a presente data os estudos aparentam referirem-se à apenas as
identidades profissionais, com sucesso variado. É possível que atingindo outras
identidades, como a de um pai, teria um efeito maior em prescrever o comportamento
do que, por exemplo, apelar para as identidades profissionais de médicos e veterinários.

Normas não existem dentro de um vácuo e não são independentes de outros atributos
ou crenças dos indivíduos que se comportam dentro de uma estrutura normativa. Por
exemplo, o grau no qual alguém confia em outros indivíduos pode mediar o impacto das
normas sociais no seu comportamento. Rönnerstrand and Sundell (2015) utilizaram-se
de um quadro de capital social para examinar o impacto da confiança e reciprocidade
no comportamento das pessoas para evitar uso de antibióticos. Capital social é
essencialmente a preocupação com a cooperação decorrente das normas sociais,
confiança, e estruturas que facilitam o comportamento cooperativo (Putman, Leonardi
& Nanetti). Há evidências que comprovam que a percepção das normas sociais é
importante para moldar o comportamento individual quando se estabelece dilemas
entre interesses pessoais e cooperação em busca de um bem comum (Putman, et al.,
1992). Normas de cooperação estão relacionadas com as normas de confiança e
reciprocidade (Putnam, 2000; Rönnerstrand & Sundel, 2015). Se as pessoas acreditam e
confiam que o outro irá se comportar em busca de um bem comum, elas também
desenvolvem conduta que sacrifica o interesse individual em detrimento do interesse
coletivo (Rönnerstrand & Sundel, 2015). Os pesquisadores conduziram dois
experimentos, os resultados mostram que há uma relação positiva entre quantos dias
os participantes estariam dispostos a adiar o uso de antibióticos e o seu nível geral de
confiança. Houve uma descoberta semelhante sobre a reciprocidade generalizada, com
uma relação estatisticamente positiva entre quantos dias os participantes estariam
dispostos a adiar o uso de antibióticos e a informação de quantos dias outros
participantes também adiaram o uso desses medicamentos.

Os resultados do experimento conduzido por Rönnerstrand e Sundell estão de comum


acordo com a pesquisa de Goldstein et. al (2008) sobre comportamento pró-ambiental.
A pesquisa realizada por Goldstein et. al (2008) porém, sugere importantes
direcionamentos que a pesquisa de capital social e comportamental em relação a
antibióticos pode ser levada. A direção mais clara é a necessidade de examinar o grupo
normativo comparado com o grupo foco em questão.

O impacto da educação e treinamento

Uma área importante para atingir o uso apropriado de antimicrobianos é a educação e


o treinamento de prescritores. Desde 1993, os trabalhadores da Sociedade Britânica de
Quimioterapia Antimicrobiana (SBQA) que usavam antimicrobianos concluíram que o
conhecimento necessário para prescrição de medicamento entre clínicos era
inadequado e era um fator no uso inapropriado de antimicrobianos (Davey, Hudson,
Ridgway, & Reeves, 1993). Apesar de sua importância, sabe-se relativamente pouco
sobre o ensinamento médico e veterinário de administração de antibióticos e o
conhecimento, atitudes e comportamento dos estudantes (Davey, et al, 1993; Pulcini &
Gyssens, 2013). Dos estudos que existem nessa ramo de pesquisa, há evidências que
sugerem que mesmo quando os estudantes possuem conhecimento de RAM, seu nível
de compreensão é algumas vezes superficial.

Castro-Sánchez et al. (2016) têm estudado a provisão de ensinamentos para


administração de antibióticos em educação médica, veterinária, de enfermagem,
dentária e farmacêutica no Reino Unido. Eles concluem que é revisado na grande
maioria dos cursos de graduação da área de saúde e veterinária, mas que em outras
áreas é disperso. Em um estudo americano, Abbo et al. (2013) demonstraram diferenças
entre as principais escolas de medicina no conhecimento sobre o uso antimicrobiano, a
preparação dos estudantes e os recursos dados ao ensino da matéria. Isso sugere uma
necessidade maior de auditoria na educação e alguns padrões dentro do treinamento.

Em um estudo relativamente novo nos Estados Unidos, Ibia, Sheridan e Schwartz (2005)
encontraram que existem falhas significativas no conhecimento dos estudantes de
medicina em prescrever apropriadamente antibióticos para infecções no trato superior
respiratório. Isso foi descoberto apesar de todos os estudantes (99%) terem sido
informados durante sua educação sobre os problemas com RAM. Uma pesquisa sobre
estudantes de medicina na Tailândia (Chuenchom, Thamlikitkul, Chaiwarith, Deoisares,
& Rattanaumpawan, 2006) descobriu que apenas a metade dos estudantes em seu
último ano, já praticando medicina, estavam cientes da existência de Programas de
Administração de Antibióticos em seus hospitais. Além disso Chuenchom et al. (2006)
descobriram que o conhecimento dos estudantes em relação à vários aspectos do RAM
era limitado, assim como era limitado o seu conhecimento sobre o uso de anti microbial.

Um estudo que inclui participantes de sete escolas de medicina na Europa


demonstraram que estudantes tinha um bom grau de conscientização de alguns
aspectos do RAM, mas não outros. Por exemplo, eles eram cientes que é um problema
significativo e que prescrever iria contribuir à resistência (apesar de apenas 66%
possuírem essa perspectiva) e que futuramente seria um problema. No entanto, em
questões pouco divulgadas eles possuem pouco conhecimento. Por exemplo, os
estudantes acreditando que a incidência do MRSA (Bactéria Staphylococcus aureus
resistente à meticilina) estava aumentando, quando o número de casos estava em
declínio, e significativamente superestimando a taxa de mortalidade relacionada ao
RAM em comparação a outras causas mortais incluindo câncer pulmonar (Dyar, et al.,
2013).

Pesquisa na educação da RAM e o uso de antimicrobianos enfatiza que enquanto o


treinamento existe, ele é variado entre as disciplinas, instituições e países. Além do mais,
o impacto nos estudantes e, posteriormente, o conhecimento dos residentes de
medicina pode ser inadequado. Tem-se visto que estudantes estão à procura de maior
instrução em relação à RAM e a prescrição na Europa (Dyar et al., 2014) e nos E.U.A.
(Abbo, et al. 2013; Minen, Duquaine, Marx, & Weiss 2010). Existem inúmeros desafios
que a psicologia pode encontrar ao identificar maneiras de aprimorar a educação e
aprendizado, enfatizando os métodos mais eficazes de aplicar e melhorar o
desenvolvimento do currículo.

Diretrizes e suporte à decisão

Relacionado ao impacto da educação e treinamento sobre a prescrição é a provisão de


ferramentas de suporte à decisão. Como parte da administração e na tentativa de
melhorar a prática de prescrição cada vez mais existem diretrizes e protocolos para os
profissionais de saúde a seguir. Alguns estes são apoiados por auxiliares de tomada de
decisão, incluindo sistemas informatizados e aplicativos de celular. Como mostram os
psicólogos que trabalham em outras áreas, como a sustentabilidade, a introdução de
soluções tecnológicas e ajudas não garante que as pessoas as utilizem (Stern, 2011). Por
isso, é importante entender como os guias e apoios de decisões são experimentados e
percebido e que essas explicações e percepções sejam levadas em conta durante a
implementação.

Um estudo interessante em Cingapura examinou a introdução, ao longo de dois anos,


de um sistema informatizado; Utilização da Resistência Antibiótica e Vigilância-Controle
(ARUSC) (Chow et al., 2016). O sistema hospitalar é acionado automaticamente quando
um antibiótico restrito é prescrito. Além disso, ele pode ser usado para ajudar a tomada
de decisão de um médico fornecendo orientação sobre o antibiótico apropriado. O
exame de seu uso descobriu que havia uma maior probabilidade muito maior de que o
conselho e orientação fossem seguidos quando havia sido requisitado (89%) em
comparação com quando o sistema foi ativado automaticamente (40%). Chow et al.
também identificaram diferenças entre a equipe júnior e senior em suas percepções do
sistema. A equipe junior achou o sistema útil, em comparação com funcionários seniors
que o consideraram confiável, mas muitas vezes em conflito com suas preferências de
prescrição. A diferença entre a equipe júnior e senior e o comportamento de prescrição
é algo evidente em outros estudos, inclusive em relação aos veterinários.

Venugopalan et al. (2016) examinaram as reações a um Programa de Manejo


Antimicrobianos em um hospital dos EUA. Enquanto a maioria dos participantes,
médicos, achava que isso melhorou o cuidado com os pacientes, semelhante ao sistema
informatizado em Cingapura, um número significativo (45%) sentiram que sua
autonomia foi limitada pelo programa. Um terço dos médicos residentes (House
Oficiais) sentiu que o programa obrigou-os a prescrever antibióticos que eles achavam
que eram
inapropriado. Tal como acontece com o estudo de Chow et al., é necessário
compreender as percepções da programa para otimiza-lo.

Há uma quantidade muito pequena de trabalho sobre o uso de diretrizes em práticas


veterinárias. Em um estudo realizado sobre práticas veterinárias com pequenos animais
no Reino Unido, Hughes et al. (2012) descobriram que apenas 3,5% de sua amostra
possuía uma política de uso de antimicrobianos.

Fica claro que a aceitação de um sistema não é automática, mesmo que seja considerada
confiável e que seja elevados em conta fatores como idade, experiência e status.
Estudos são necessário considerar a aceitabilidade de diferentes sistemas. No entanto,
é importante que esses estudos também examinem a introdução de sistemas dentro do
contexto e em relação a experiência e dados demográficos daqueles que os usarão.
Enquanto o trabalho de Venugoplan et al. e Chow et al. forneceu um ponto de partida
útil, coletas de dados mais sofisticadas e a analises utilizando modelos psicológicos
provavelmente poderão produzir melhor insights.

Abordagens para o Comportamento compreensivo e AMR

Existem várias abordagens conceituais e teóricas que tem em seu cerne processos
processos decisórios. Dois desses com potencial significativos são os dilemas sociais e a
Teoria do Comportamento Planejado. Ambas as teses tem sido usadas com bom efeito
teórico e prático em áreas onde a psicologia é aplicada.

Dilemas Sociais e a Tragédia dos Commons

Embora não seja explicitado pelos autores, o estudo de Rönnerstrand e Sundell (2015),
citado anteriormente, aponta diretamente na direção do dilema social. Dilema social
como uma área de pensamento e estudo ganharão interesse particular após a
publicação de Hardin's The tragedy of the commons (Hardin, 1968). O que caracteriza o
dilema comum é a presença de recursos limitados que serão esgotados através do uso
excessivo e da falta de cooperação.

A noção de dilema dos bens comuns está bem estabelecida nas ciências sociais incluindo
economia, ecologia humana e psicologia. É um conceito ou abordagem que tem sido
particularmente útil em áreas que lidam com grandes problemas sociais e globais. Esse
modo de pesar sobre os problemas foi aplicado, por exemplo a questões de
sustentabilidade, mudanças climáticas e uma variedade de comportamentos pró-
ambientais específicos. O uso de AMs, especialmente antibióticos e AMR é um excelente
exemplo do tipo de dilema que poderia se beneficiar do estudo.

Baquero e Campos (2002) foram os primeiros a identificar a quimioterapia


antimicrobiana como uma tragedy of the commons. Metlay, Shea, Crossette e Asch
(2002) no mesmo ano apontaram "o melhor uso [de antibióticos] da perspectiva da
comunidade (reservando mais novos agentes para uso futuro) não é sempre consistente
com o uso ideal da perspectiva do paciente individual (prescrevendo agentes mais novos
e mais amplos)", embora eles não consideram isso como dilema social ou uma tragedy
of the commons.

Os dilemas sociais têm três características. Primeiro, se um indivíduo é egoísta ou não


coopera, eles irão se beneficiar mais do que se cooperarem. Em segundo lugar, quando
os indivíduos não conseguem cooperar, o resultado para outros é sempre prejudicial em
comparação com o resultado da cooperação. Finalmente, a quantidade total de danos
causados a outros é maior que o benefício para o indivíduo (Kopelman, Weber &
Messick, 2002). É claro que o uso desproporcionado de antibióticos levará ao
esgotamento de um recurso, que terá consequências significativas para a população
mundial. A falta de novos AMs enfatiza ainda mais os limites deste importante recurso.

'Brien et al. (2014) realizaram um estudo interessante no qual analisaram as crenças de


especialistas em doenças infecciosas sobre as conseqüências individuais e sociais do uso
de antibióticos. Resultados mostraram que 96% acreditavam que o uso excessivo de
antibióticos poderia resultar em uma "tragedy of the commons - tragédia dos comuns".
Do ponto de vista da redução do uso de antibióticos, isso pode ser positivo. No entanto,
os escolhas e as decisões podem ser mais complexas. Os autores demonstraram isso,
perguntando também sobre os pontos de vista dos participantes dos programas de
tratamento em massa se eles poderiam ter benéficos a nível social. Os programas de
tratamento em massa envolvem tratamento, muitas vezes, com antibióticos, à grandes
populações para uma determinada doença. O objetivo é reduzir a mortalidade associada
com a doença. O estudo descobriu que mais de 90% dos especialistas em doenças
infecciosas acham que não podem ser eficazes. A evidência é que muitos desses
programas podem, de fato, ser benéficos em termos da doença alvo e como efeito
colateral reduzir os riscos de outras doenças (Coles et al., 2012). Isso é importante
porque enfatiza a complexidade dos dilemas sociais enfatizando que a redução do uso
de antibióticos pode não ser universalmente a melhor prática. Os estudos têm que levar
em conta estas ocorrências de alto uso positivo.

É interessante que os médicos reconheçam a tensão entre o indivíduo e a comunidade.


Em grande medida, isso é o cerne das ações para melhorar a administração dos
antibióticos nos campos humano e animal. Uma parte importante do esforço de
pesquisa é tentar entender como os profissionais lidam com esse dilema, que é uma
área que a psicologia pode contribuir de muitas maneiras. A indicação importante do
estudo de O'Brien et al. (2014) é que os profissionais podem estar sacrificando outros
benefícios da comunidade provenientes do uso de antibióticos. É possível prejudicar a
comunidade se acreditar que os programas de tratamentos não devem estar envolvidos,
e os antibióticos serem usados de forma inapropriada. A outra dimensão é que os
programas de tratamento em massa são mais frequentes em países de baixa e média
renda do que nos países mais ricos. Se coloca um segundo dilema social; o benefício dos
programas de tratamento em países de baixa renda são sacrificado em benefício da
eficácia de antibiótica em países mais ricos.

Houve pouca pesquisa de AMR em psicologia realizada no quadro de dilemas sociais,


mas parece que tem um potencial significativo, porque médicos e veterinários, lidam
diariamente com dilemas sobre o uso de antibióticos. Os mecanismos pelos quais isso
deve impactar suas decisões não são susceptíveis de serem simples ou óbvios. A forma
como as pessoas tomam decisões estará em parte determinada pelas normas, e como
elas acreditam que os outros verão seu comportamento. Ao resolver um dilema social,
a pessoa que decide terá que avaliar a visão de mais de uma pessoa ou grupo. Milinski,
Semmann e Krambeck (2002) mostraram como as pessoas estão envolvidas em muitos
relacionamentos diferentes, que essas relações podem exigir reciprocidade e que as
preocupações com o risco reputacional podem manter o comportamento positivo para
o bem comum. Portanto, enquanto um indivíduo pode se beneficiar de um ato egoísta,
o prejuízo que causará a sua reputação irá impedir que eles se envolvam no
comportamento. Da mesma forma, se a pessoa requer uma ação de apoio recíproca de
outros, eles podem novamente resistir a engajamento na atividade puramente egoísta.
Milinski, et al. (2002) apontam para reputação e reciprocidade que influenciam a
tomada de decisão de dilema social, mas haverá muitos outros. Isto é, por conseguinte,
fornece uma via de pesquisa interessante e potencialmente produtiva para a psicologia.

Os campos do dilema social ou comum e do capital social provavelmente serão


fructíferos em compreender o comportamento e abordar a AMR. Essas áreas de
pesquisa são muito amplas e vão além desta revisão. No entanto, há uma série de
trabalhos que oferecem uma visão geral detalhada. Van Lange, Joireman, Parks e Van
Dijk (2013) revisaram o campo dos principais dilemas sociais e destacaram algumas das
áreas psicológicas interessantes que poderiam ser investigado em relação ao AMR em
geral e à administração em particular. Estes incluem orientação de valor social,
confiança, enquadramento de decisão, iniciação, heurística e emoção. Kopelman et al.,
(2002) forneceram uma revisão de algumas abordagens e estudos experimentais na
psicologia dos dilemas sociais.

A Teoria do Comportamento Planejado: Atitudes, Normas e Comportamento.

Um dos modelos mais poderosos na psicologia social que tem um considerável potencial
para compreender o comportamento em relação com AMR é a teoria do
comportamento planejado (TPB; Ajzen, 1988; 1991). A aplicação da pesquisa TPB para
o AMR poderia fornecer um modelo empiricamente fundamentado para ajudar a
compreender os condutores comportamentais da AMR. O TPB considera a intenção
geral como o determinante imediato do comportamento correspondente. As intenções
capturam os fatores que influenciam o comportamento e são indicadores de como os
profissionais estão dispostos a tentar, ou de quanto esforço eles estão planejando
exercer, a fim de melhorar o comportamento (Ajzen , 1991). A intenção está fortemente
relacionada ao comportamento (Sheeran, 2002). Portanto, se a intenção pode ser
prevista, o comportamento real também pode ser previsto.

A intenção comportamental é prevista por medidas de atitude, norma subjetiva e


percepção de controle de comportamento (PBC). Estes referem-se à avaliação de uma
pessoa de realizar o comportamento, sua percepção das visões normativas de outras
pessoas sobre o comportamento e seu controle percebido ao realizar o comportamento.
Por exemplo, no comportamento de prescrição, uma pessoa prescreverá um antibiótico
se avaliá-lo positivamente, perceber a pressão social para usá-lo e acreditar que eles
tenham as oportunidades e habilidades necessárias para usá-lo. Claro, o inverso deste
também se aplica. Uma pessoa pode decidir não prescrever um antibiótico se eles
avaliarem a não-prescrição positivamente, perceberem a pressão social a não usar
antibióticos e acreditarem que possuem as oportunidades e habilidades necessárias
para tratar o paciente com um método alternativo. O TPB traça as causas do
comportamento através de uma série de processos interpostos para as crenças do
indivíduo. A premissa central do modelo é que a seqüência que leva da crença ao
comportamento é um processo racional, no qual os indivíduos consideram
sistematicamente, processam e utilizam a informação disponível para chegar a uma
decisão comportamental. A utilidade desta abordagem reside no seu potencial para o
desenvolvimento de intervenções educacionais ou de comportamento bem-sucedidas,
visando o componente mais importante, com a visão de modificar comportamentos.

O TPB tem sido utilizado com sucesso em muitas áreas da psicologia. Por exemplo, tem
sido bem sucedido em relação a questões sociais significativas, como mudança climática
e comportamento sustentável (Donald, Cooper & Conchie, 2014). Também foi aplicado
ao comportamento relacionado à saúde em geral (e.g. Godin, Bélanger-Gravel, Eccles e
Grimshaw, 2008). Alguns estudos abordaram questões relacionadas ao AMR, mas não o
tiveram como foco central (e. g., Liabsuetrakul, Chongsuvivatwong, Lumbiganon e
Lindmark, 2003; Limbert & Lamb, 2002). Por exemplo, Limbert and Lamb, ambos
psicólogos, usaram o TPB para examinar os fatores envolvidos em médicos hospitalares
seguindo diretrizes médicas (Limbert & Lamb, 2002). Eles incluíram diretrizes para o uso
de antibióticos, mas seu foco era seguir as diretrizes, e não a questão do uso de
antibióticos. Até o momento, houve um número surpreendentemente pequeno de
estudos AMR usando TPB. Daqueles que foram realizados, os resultados não são
particularmente consistentes. Isto é provavelmente porque eles abordam diferentes
populações de profissionais médicos em diferentes áreas dos sistemas de saúde e em
diferentes países. A consciência da AMR e o papel dos antibióticos estão em rápido
movimento. Portanto, estudos realizados há vinte anos atrás foram realizados em uma
paisagem muito diferente da de hoje.

O primeiro estudo usando a versão anterior do TPB (Theory of Reasoned Action, onde
inclui PBC) examinou a prescrição de antibióticos em um ambiente de managed care
setting nos EUA (Lambert et al., 1997). Olhando para o comportamento de prescrição
de 25 médicos ao longo de um período de 3 meses em 1994, nem atitude, norma
subjetiva nem intenção foram predictivos de comportamento. A hipótese dos autores é
que, em contextos de managed care settings há um conjunto de fatores não psicológicos
envolvidos na prescrição que, essencialmente, substituem fatores psicológicos
individuais, como atitudes. O que isso sugere é que as realidades de um contexto médico
e os muitos fatores envolvidos na tomada de decisões são prioritárias sobre os fatores
psicológicos individuais. Embora isso possa reduzir a aparente importância da psicologia,
levanta questões sobre como as circunstâncias podem ser criadas onde os processos
psicológicos, como a atitude, dominarão ou, pelo menos, será um fator significativo na
tomada de decisões. Isso é importante porque, se os fatores psicológicos são
substituídos por outras pressões, não será possível mudar o comportamento abordando
coisas como conhecimento, atitudes e normas.
Parece ser o caso no entanto, de os processos psicológicos fazem parte de outras
instancias. Walker, Grimshaw e Armstrong (2001) realizaram outro estudo inicial de TPB
que investigou a intenção do GP de prescrever antibióticos para dor de garganta. Os
autores examinaram medidas diretas e indiretas de TPB. Estes previram 48% da variação
na intensão para prescrever. A variável adicional do comportamento passado
representou mais 15% da variância. Os autores também examinaram as crenças
salientes subjacentes à intenção de prescrever. Há uma série de resultados
interessantes, mas em particular sobre aqueles que não pretendiam prescrever
antibióticos acreditavam mais fortemente que a AMR é uma preocupação. Esse estudo,
ao contrário de Lambert et al., mostram que os fatores psicológicos são importantes.
Mas, claro, Walker et al. não mediu o comportamento de prescrição real, apenas a
intenção, que, no caso de prescrição, pode não ser um preditor adequado de
comportamento. Esta é, portanto, uma área que se beneficiaria de esclarecimentos de
pesquisas psicológicas futuras.

Os autores da Cortoos, Schreurs, Peetermans, De Witte e Laekeman (2012) realizaram


mais recentemente um estudo baseado em TPB que examina a intenção de seguir
diretrizes de prescrição de antibióticos. Eles realizaram suas pesquisas em ambientes
hospitalares na Bélgica, investigando a intenção em relação a atitudes, norma subjetiva
e PBC. Eles também incluíam o hábito além das variáveis TPB. Isso é útil e interessante,
já que os estudos anteriormente relatados mostram que o comportamento passado (o
que poderia implicar o hábito) prevê a intenção de prescrever. Em geral, os resultados
da regressão linear hierárquica, com intenção como variável independente, mostraram
que, quando todas as variáveis e hábitos demográficos e TPB foram inseridos na
regressão, os únicos preditores de intenção eram PBC e hábito, com 13,4% da variação
em intenção sendo contabilizada. Uma análise posterior revelou uma diferença entre
residentes (house officers) e funcionários (consultants). Para os residentes, o PBC era o
único preditor, enquanto que para os funcionários, o hábito era o único preditor de
intenção.

Os resultados da pesquisa de Cortoos et al. indicam que diferentes processos


psicológicos podem atrapalhar o comportamento de diferentes grupos, neste caso, os
médicos de inicio de carreira e os mÉdicos com mais tempo de profissão. O corolário
disso é que as intervenções deveriam ser diferentes para diferentes grupos. No caso de
residentes médicos, pode ser, por exemplo, importante para garantir que eles tenham
conhecimento e habilidades para diagnosticar e tratar pacientes sem usar antibióticos.
No caso de médico sênior, uma intervenção pode ser mais frutífera direcionada para
romper seus hábitos de prescrição de antibióticos.

No entanto, a conceituação do hábito no estudo é problemática. A intenção é


considerada como um resultado de atitude, norma subjetiva e PBC. Essas são
componentes conscientes de um processo de tomada de decisão que leva à formação
de uma intenção, o que então leva ao comportamento. O hábito não é um processo
consciente, mas sim automático, vinculando-se diretamente ao comportamento. A
intenção não pode, portanto, ser considerada como uma variável dependente em
relação ao hábito (Donald, et al., 2014). Ou, em outras palavras, os processos
psicológicos que levam ao comportamento como resultado do hábito são diferentes
daqueles que levam à intenção; eles são caminhos diferentes para o comportamento.
Esta distinção foi considerada em outras áreas da psicologia onde o TPB foi aplicado.
Seria útil realizar investigações sobre o papel do hábito de maneira mais
conceitualmente sólida.

O TPB também foi aplicado à saúde animal em geral (Christley, Robinson, Moore,
Setzkorn e Donald, 2011) e no uso veterinário de antimicrobianos em particular. Jones
et al. (2015) realizaram um estudo que examina o uso de AMs nas fazendas de gado de
leite e os fatores de atitude que estimulam suas decisões. Curiosamente, eles apenas
encontraram uma fraca correlação entre o comportamento passado e a intenção. O
preditor mais forte da intenção de reduzir o uso de antibióticos foi normativo e incluiu
suas "redes sociais e consultivas". Novamente, esses pontos apontam para a
importância do contexto social e das normas sociais, que foram identificados em muitos
dos estudos descritos. Uma adicional e interessante descoberta feita por Jones et al. foi
que quanto mais conscientes eram os produtores de leite, mais provável que eles
pretendessem reduzir o uso de antibióticos. Em geral, as descobertas indicam a utilidade
de comunicar os pontos de vista normativos, por exemplo dos veterinários, e os
benefícios financeiros de reduzir o uso de antibióticos.

A McIntosh, Dean e colegas publicaram uma série de trabalhos usando o TPB para
examinar o uso de antibióticos por operadores de alimentação e veterinários nos EUA
(por exemplo, Dean & Scott, 2005; Dean, McIntosh, Scott e Barling, 2011; McIntosh et
al., 2009; Jan, McIntosh, Scott, Dean, 2010; Jan, McIntosh, Dean, & Scott, 2012 ). Os
resultados dessas publicações apresentam um relatório detalhado de suas descobertas.
Eles também são trazidos e resumidos em um artigo de McIntosh e Dean (2013). Estes
artigos demonstram a complexidade dos fatores de comportamento em relação ao uso
de antibióticos e destacam a necessidade de ser claro sobre os contextos particulares
em que eles estão sendo utilizados e os particulares atores envolvidos. Por exemplo, ao
considerar a norma subjetiva, eles descobriram que as circunstâncias em que os
antimicrobianos seriam utilizados (por exemplo, gado agudo ou cronicamente doentes)
influenciou quem os veterinários ou operadores percebem como um grupo normativo
importante.

O TPB é um dos modelos psicológicos mais poderosos dentro Psicologia Social. Houve
algum uso no campo da AMR, mas há problemas significativos com os estudos até à
data. É muito difícil comparar os resultados de forma significativa e, portanto, o
conhecimento cumulativo do trabalho é limitado. No entanto, a pesquisa usa os pontos
TPB para algumas áreas claras que seriam proveitosas para examinar ou desenvolver
ainda mais.

Avaliações Adicionais

Duas áreas que foram mencionadas em seções anteriores e que são críticas na pesquisa
AMR são a mudanças de comportamento e o uso de AMs em animais. Segue aqui duas
avaliações dessas áreas descritas e recomendadas.

Mudança de Comportamento
Por toda essa revisão, referências ocasionalmente explícita e implícita foi feita sobre a
mudança de comportamento. As áreas foram discutidas, como a administração, que
exigem mudança de comportamento, enquanto outras seções lidam com fatores que
sublinham o comportamento, incluindo normas e atitudes, que podem ser alvo de
intervenções de mudanças de comportamento. Há poucos, peer reviewed artigos que
abordam a mudança de comportamento em relação à AMR que usam a teoria
psicológica reconhecida. No entanto, tem começado a abordar esta questão central.
PublicHealth England publicou recentemente uma excelente revisão da pesquisa sobre
mudança de comportamento e discutiu sua aplicação para reduzir o uso de antibióticos
(Pinder, Sallis, Berry, Chadborn, 2015). Há uma série de teorias que podem apoiar a
mudança de comportamento, e algumas já foram discutidas aqui. A consideração de
outras teorias da mudança de comportamento está além do escopo desta revisão. No
entanto, um bom lugar para começar é Public Health EnglandReview.

Veterinários e Agricultores.

Uma série de trabalhos de pesquisa que examinam o uso de antibióticos por veterinários
e agricultores foram mencionados nesta revisão. Uma revisão recente da avaliação de
evidências rápidas da literatura sobre antimicrobianos realizada em nome da DEFRA
fornece um recurso útil para considerar ainda mais as questões relacionadas à AMR e o
uso de antibióticos em animais.

A revisão usou uma variedade de termos de busca resultando na identificação de 31


documentos, vários filtros e critérios foram aplicados. Os autores do relatório observam
de forma útil as principais disciplinas dos pesquisadores do estudo. Nenhum psicólogo
é nenhum. A maioria dos estudos identificados não se relaciona diretamente com
problemas psicológicos, mas um pequeno número. Dos artigos, um foi publicado em
uma revista de psicologia, embora os autores sejam de sociologia e medicina veterinária.
Quatro dos artigos podem ser considerados como contendo problemas psicológicos
razoavelmente centrais em suas preocupações. Outros seis artigos podem ser
considerados limítrofe em termos de lidar com questões psicológicas. Embora esta seja
uma avaliação pessoal, sem verificação de confiabilidade, dá uma indicação do volume
de pesquisas relevantes sobre pesquisa psicológica disponíveis. Os estudos que
abordam claramente os problemas psicológicos são Coyne et al (2014); Gibbons et al
(2013); Dean et al (2011); Jan et al (2010); eMcIntosh et al (2009). Todos estes foram
mencionados aqui anteriormente.

Aqueles que abordam questões psicológicas, mas talvez um pouco menos, estão
incluídos na seção de referência deste relatório, embora não na revisão. Estes são Busani
et al (2004), Friedman et al (2007); Green et al (2010); Higgins, Dryden e Green, (2012);
Pinchbeck etal. (2012); e Swinkels et al (2015).

Conclusões

A contribuição da psicologia para a luta contra a AMR não tem sido, até o momento,
particularmente significativa. Isso é, no sentido de um psicólogo que conduzem órgãos
importantes de pesquisa, revistas de psicologia publicando um corpus de pesquisa. No
entanto, há uma coleção crescente de pesquisas fora da disciplina que se baseia em
conceitos e teorias psicológicas; alguns, e de modo algum todos, dos quais foram
identificados aqui. Conceitos e teorias psicológicas já deram frutos em termos de base
para intervenções. O chamado crescente para a pesquisa de ciências sociais e
comportamentais inevitavelmente vai levar mais psicólogos no campo da pesquisa AMR.
Isso não deve ser somente psicólogos de saúde, mas deve incluir psicólogos econômicos,
na modelagem de tomada de decisão, por exemplo; os psicólogos organizacionais na
análise de como as práticas em organizações como hospitais e estilos de gerenciamento,
entre outras coisas, podem influenciar o comportamento relacionado ao AMR. Os
psicólogos sociais têm sido pioneiros na pesquisa sobre comportamento, atitudes e
mudanças de comportamento. Os psicólogos ambientais terão um papel a desempenhar
para examinar como o uso de espaços e construções pode ser usado para abordar
questões relacionadas à AMR. Dado os recursos substanciais em andamento Na
pesquisa da AMR pelos conselhos de pesquisa, governos e outros, juntamente com o
potencial da psicologia, é inevitável que a contribuição futura da disciplina vá além do
que ela fez até agora.

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