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Extraído do site www.estudiodevoz.com.

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Por Mauro Andrea

RESPIRAÇÃO
A respiração no canto

O estudo do canto é recheado de temas polêmicos, isso se deve a enorme quantidade de “achismos” que
essa arte sempre se envolveu e de pesquisas que vem se envolvendo de algumas décadas para cá (como descrito os
tópicos postados neste blog anteriormente sobre a história da voz e do canto). Um desses assuntos que geram
discussões e debates entre professores de canto e entre professores de canto e cientistas da voz, e também entre
cientistas da voz, é a respiração, o uso do apoio respiratório, ou qualquer nome que ele receba.

Antes de falar da respiração no canto é importante conhecer como funciona a nossa respiração, e por mais
óbvio que isso pareça, não o é.

Ela consiste basicamente e fazer o ar entrar e sair, permitindo as trocas gasosas no pulmão, oxigenando o
sangue e nos mantendo vivos, e é assim que vemos a respiração normalmente, se estamos vivos é por que estamos
respirando, e não precisamos pensar nisso.

Porém, no canto a respiração ganha uma outra importância. O ar é a matéria prima do nosso som, é ele que
vai vibrar e ser vibrado nas pregas vocais, na laringe, e dele sairá o som que queremos produzir. Pode ser um som
longo, curto, fraco, forte, estável, instável, etc. Não vai bastar permitir que o ar entre e saia apenas, é preciso
permitir que isso ocorra de forma eficiente.

O ar não vai pra barriga

Existem algumas maneiras dessa respiração acontecer na fala, ela pode ser:

1. Torácica ou clavicular: quando estufamos o peito, erguendo a clavícula e os ombros na inspiração.


Está associada à fala menos expressiva e aos exercícios,como na natação,
2. Abdominal: aquela sensação de encher a barriga quando o ar entra. Utilizamos durante o repouso ou
momentos de maior relaxamento ou meditação.
3. Costo-diafragmática-abdominal (CDA): onde costelas, até nas costas, se alargam para que o
diafragma possa descer e o abdome participar do processo de suporte e sustenação do ar. De maior interesse para o
canto e a voz "projetada" em geral (atores, locutores, professores, palestrantes, etc.). Uma ótima base para
gerenciar se o controle de ar é eficiente.
4. Vertebral: a parte superior da coluna vertebral é acionada. Podemos ligar aos gritos, quando até
tomamos impulso com o corpo para produzir o som e já vi também acontecendo com tocadores de instrumentos
como o didgeridoo, enquanto praticam a respiração circular.
5. Mista, que mescla alguns tipos, portanto não podemos considerar como um outro tipo diferente de
respiração, mas surge em momentos mais intensos, em que o corpo todo se volta para aquela ação.
Plexo solar, no ponto verde, é projetado para a frente durante a inspiração CDA

A respiração costo-diafragmática-abdominal (CDA) no canto é a base do que é chamado de apoio


respiratório, portanto, a mais utilizada por cantores treinados, e ela pode ser encontrada com diversos
nomes, diafragmático, intercostal, costo-diafragmático, costo-diafragmática-abdominal, até mesmo abdominal,
dependendo da escola do professor de canto, da capacidade de propriocepção do cantor, da fonte de informação de
cada um, etc. Nesse tipo de respiração, é fácil sentir o movimento na região da altura das costelas mais abaixo e
também da musculatura na altura do chamado plexo solar/celíaco.

O que vai definir a maior ou menor influência desses tipos de respiração, ou tipos de "apoios respiratórios",
é a necessidade. Estilos musicais mais intensos, como ópera (e dentro da ópera temos várias escolas: italiana, alemã,
francesa, etc.), rock, teatro musical, sertanejo, gospel, axé, etc., demandarão maior controle de emissão de ar e
intensidade do fluxo aéreo (chamado pressão sub-glótica). A perda desse controle sobrecarrega o trabalho laríngeo
(veja as postagens sobre os registros vocais), dificulta a estabilidade da produção da voz e facilita a fadiga vocal
(cansaço das estruturas musculares ativadas no canto), consequentemente diminuindo a vida útil do cantor. Porém,
existem estudos preliminares e algumas correntes pedagógicas que reduzem bastante a importância do tipo da
respiração sobre o canto. É um tema polêmico e não resolvido que no final das contas vai depender da necessidade
de cada um.

Outro benefício da respiração "baixa" é a diminuição da ansiedade. Quando queremos nos acalmar,
respiramos fundo, lentamente, é a base da yoga, meditação, e demais práticas "relaxantes". A respiração lenta e
profunda diminui o ritmo cardíaco, reduzindo o estresse corporal e a afobação que a respiração rápida e superficial
causa. Para o canto é imprescindível estar tranquilo para uma melhor performance. Para a vida as vantagens dessa
respiração são incalculáveis. Pratique-a, mesmo que não for cantor.
E sobre a questão: respirar pelo nariz ou pela boca? Pense assim: Pelo nariz o ar é filtrado, aquecido e
umidificado, pela boca não, porém a entrada de ar da boca é muito maior que a do nariz. Portanto, se estiver
cantando e tiver pausas longas o suficiente para inspirar pelo nariz, ótimo, caso contrário, deixe o ar entrar
silenciosamente pela boca, ou até pelos dois em conjunto. Você terá maior conforto na região do pescoço e ainda
pode inspirar já preparando os ajustes do som que vai emitir.

O processo respiratório no canto envolve uma série de músculos que precisam funcionar em harmonia - aqui
voltamos à discussão da importância de desenvolvermos a coordenação motora do nosso corpo e a propriocepção
(percepção de nós mesmos) para desenvolvermos esse, muitas vezes, novo comportamento, pois a maioria das
pessoas não possui esse domínio – O diafragma é o músculo principal da respiração, os músculos intercostais
(músculos situados entre as costelas), abdominais e mais alguns outros na região também tem participação decisiva,
formando o que é chamado de apoio ou sustentação e suporte.

O diafragma é um músculo que divide o tórax do abdome, e é o grande responsável pela respiração. Ele tem
formato de "paraquedas", e quando seu centro, que é rígido, se abaixa, contraindo, diminui a pressão de ar na caixa
torácica fazendo com que o ar fora do corpo seja empurrado para dentro (por isso a falta de necessidade de
puxarmos a inspiração com força, atitude que só ajuda a tencionar pescoço e laringe) esticando o tecido elástico dos
pulmões, que são preenchidos de ar. Traduzindo, quando o diafragma desce, o ar entra.

Faça o teste de frente para um espelho, tente direcionar o ar para o tórax, elevando a clavícula, e depois
para a região abdominal, sinta com as mãos a tensão que os dois tipos geram no pescoço e veja como a região dos
ombros se comportam em cada um dos tipos de respiração.

https://youtu.be/hp-gCvW8PRY

O vídeo mostra o diafragma trabalhando. Observe a movimentação das costelas associada ao do diafragma.

Quando o ar entra, o diafragma empurra os órgãos abaixo dele causando uma expansão na parte inferior do
tronco para todos os lados, as costelas se abrem e, se permitirmos, o abdome “infla” (daí a ideia que alguns tem de
que o ar vai para a barriga).

O diafragma, que está abaixado, quer rapidamente voltar a sua posição de relaxamento empurrando o ar
para fora, mas nós, cantores, podemos precisar desse ar dentro de nós por mais tempo que o normal, e é aí que
entra a sustentação, e aí que entram os músculos intercostais e acessórios (oblíquos e abdominais). Esse "apoio"
dado pelos músculos intercostais (estre as costelas) terá a função de segurar as costelas abertas impedindo o
retorno repentino do diafragma para sua posição relaxada, auxiliando o trabalho da laringe, que funcionará como
uma válvula para a saída aérea, mas jamais poderá ser sobrecarregada por essa coluna de ar que se forma dos
pulmões e pela traqueia.

Os abdominais (barriga) entrarão em cena empurrando o meio do diafragma para cima expulsando o ar da
forma desejada. Esse movimento abdominal é feito quase que inconscientemente quando treinado e não pode ser
exagerado, pois pode causar um grande aumento de pressão de ar contra a laringe, o que será bastante prejudicial.
Portanto, a ideia de pressionar o o abdome para cantar pode ser muito perigosa, e pode ser responsável por grande
parte do abuso vocal, e normalmente o é. Falei aqui do movimento abdominal para que você saiba o que acontece,
mas você dificilmente precisará forçar esse movimento, ele é totalmente natural do seu corpo e ocorre
normalmente quando a estrutura está bem montada.

Sobre a quantidade de ar necessária, quando o pulmão está cheio, eles fica mais pesado, e favorece o
abaixamendo da traquéia, diminuindo a força de fechamento das pregas vocais, auxiliando a uma emissão de ar
menos comprimida, e isso pode ser pensado de acordo com a necessidade de cada frase musical e tendência de cada
cantor.

Notem a necessidade de desenvolver o tônus (mas não enrijecer) e a coordenação de uma série de
estruturas para que esse movimento seja possível e realizado de forma tranquila, algumas pessoas já o fazem
naturalmente, outros precisam desenvolver esse mecanismo, e ele é facilmente gerado respeitando a necessidade
de ar que a laringe possui, é ela que vai guiar quanto ar o pulmão envia, e não a força de abdome ou diafragma.
Lembre-se que o abdominal faz força quando gritamos, defecamos, fazermos força, não quando cantamos, ao
menos, não é necessário fazer.

Para isso a postura deve estar ereta e o corpo precisa possuir resistência física para aguentar o trabalho
intenso, é um comportamento novo que deve e pode ser aprendido por qualquer um. É como ir à academia, quanto
mais você vai, quanto mais repete de forma correta, mais rápido ganha controle e agilidade.

Como mencionado anteriormente, é um trabalho integrado, uma parte ajuda e precisa da outra. O objetivo é
a respiração livre e eficaz para o canto e o controle da emissão sonora, o método é o treino consciente e
direcionado, não há truque para o sucesso, não há alento mágico, não há dicas especiais, apenas trabalho e
dedicação.

A laringe vai regular a quantidade de ar necessária para cada canção ou estilo musical que estiver
executando, e não o contrário.

"Cantar pelo diafragma"

Já escrevi aqui sobre suporte respiratório, mas cada vez mais eu continuo vendo coisas por aí do tipo “você
tem que cantar pelo diafragma”, “você não chega no agudo por falta de apoio”, "precisa empurrar o diafragma", etc.

Vamos relembrar.

O diafragma é uma membrana muscular que “divide” o corpo em duas partes, abaixo (na cavidade
abdominal) e acima (na cavidade torácica) das vísceras, ele está logo abaixo dos pulmões e cobrindo os órgãos do
aparelho digestivo.

Ação diafragmática e intercostal

Sua função principal é contribuir com a respiração. Quando relaxado assume forma de cúpula, comprimindo
os pulmões para cima expulsando o ar, e quando contraído o topo da cúpula abaixa empurrando as vísceras e
esticando os pulmões para baixo. Esse alongamento dos pulmões faz com que a pressão de ar interna seja menor
que a pressão externa fazendo com que o ar na atmosfera entre no nosso corpo (aí a razão para não precisarmos
fazer força para puxar, sugar, o ar quando inspiramos), e o ciclo se completa com o diafragma relaxando e
empurrando os pulmões para cima de volta, expulsando o ar. Ou seja, respiramos graça a ação do diafragma,
constante e automática.

Outras ações causadas ou auxiliadas pelo diafragma são: tosse, espirro, parto, defecação e soluço,
dependendo da força e do sentido do movimento, para cima ou para baixo.

O apoio diafragmático, ou respiratório, também chamado de


suporte, se dá quando o diafragma está contraído (abaixado) e os
músculos intercostais, auxiliados por toda uma estrutura em volta,
composta por músculos abdominais, costais e até lombares, sustentam
as costelas abertas, aumentando a capacidade da caixa torácica e
impedindo que o diafragma relaxe suba novamente, expulsando o ar de
uma vez só. É nessa hora que conseguimos controlar a saída de ar
(importante para o canto, principalmente nos momentos mais intensos
das músicas) e a pressão com que esse ar é expelido. Lembre-se, o ar
sobe dos pulmões e faz a muscosa das pregas vocais vibrarem na laringe,
aí entram em ação os músculos CT e TA controlando o tipo de som
resultante (fraco, forte, leve, pesado, etc.).

Portanto, o controle dessa pressão é importantíssimo, pois, se for baixa, o ar não dará "combustível"
suficiente para as pregas vocais agirem de forma plena (pouca ação dos músculos adutores, que fecham as pregas
vocais e geram o som), e uma pressão mais forte do que o necessário causará constrição na laringe (aperto e
possivelmente dor) pois elas não aguentarão a força enviada e isso causará tensão em toda estrutura que está
envolta, gerada por mecanismos de compensação que o corpo acabará criando para "ajudar" o que não veio correto.

Muita, muita pressão

Sabendo disso percebemos que o suporte aéreo, ou o controle do


diafragma é vital para conseguirmos cantar sem forçar as estruturas
envolvidas na produção da voz com um som satisfatório. Nós controlamos o
diafragma (que tem ação involuntária o dia todo e voluntária quando
queremos), e os músculos ao redor, que vão ajudar no suporte pare que o
diafragma não suba de uma vez (como na respiração), jogando todo o ar pra
fora com força, que é o que ele foi programado para fazer desde o nosso
primeiro fôlego.

Esse controle aéreo não é o único responsável pelo canto, e sim um


fator que pode contribuir positiva ou negativamente para o bom
funcionamento da laringe, e é lá que as coisas acontecem. Ser capaz de
emitir um fluxo de ar constante e equilibrado é pré-requisito para manter o som homogêneo e os Modos de Fonação
estáveis, evitando quebras indesejadas. Fazendo uma analogia, a respiração é a bomba de combustível do carro, sem
ela o carro não anda, mas quem vai fazer o carro subir, descer, correr, andar, dar ré, etc. é o motor, e o motor é a
laringe. Um vai facilitar a vida do outro, e nenhum vai resolver nada sozinho.

“Cantar pelo diafragma” é uma frase distorcida e possivelmente nociva, pois pode gerar tensões e forças
desnecessárias, que podem contrair também a laringe, limitando o canto. Porém, essa imagem é compreensível
quando se pensa na história do desenvolvimento e estudo do canto, coisa que já abordei, ou na sensação que muitos
podem ter com as contrações musculares que acontecem na região ao tentar produzir os sons.

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