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Contemplatio Sapientiae

“Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida” Sócrates (469
a.C - 399 a.C)
quarta-feira, 22 de março de 2017

Consciência transcendental: Husserl, Descartes e


Voeglin
Uma das grandes conquistas da filosofia foi a
descoberta da consciência transcendental por
Descartes e Husserl como o fundamento do
conhecimento. Isso é que é fenomenologia, ou seja, a
redução dos entes a sua essência através da sua
descrição tal como nos aparecem na consciência. A
esses dois gigantes junta-se E.Voeglin, “o filósofo da
consciência”, que, partindo do pressuposto de que toda
experiência humana é transcendental por natureza,
transforma sua filosofia política numa fenomenologia
da política.

Descartes e Husserl
Edmund Husserl é o fundador da escola do
pensamento filosófico conhecida como fenomenologia
que, como assinalamos em um outro artigo em que
apresentamos algumas pequenas notas sobre uma
colectânea de prelecções do professor Olavo de Carvalho
publicadas com o título “Edmund Husserl contra o
Psicologismo”, é uma modalidade do aparecimento dos
entes mas não como percebidos enquanto empíria ou seja
como percepção imediata do dado sensível mas tal como
nos aparece na consciência de modo que a fenomenologia
é uma técnica filosófica da redução dos entes à sua
essência.

Husserl é, de longe, o homem que melhor


compreendeu Descartes e não é debalde que ele se
considera um cartesiano. Eu li aquelas que considero as
duas principais obras de Descartes, digo: “Discurso do
Método” e as “Meditações de Filosofia Primeira”. Essas
duas obras são complementares. É por isso que eu digo
que Descartes é um filósofo de verdade porque ele não
apenas tinha unidade do saber mas também buscava essa
unidade do saber na sua consciência e buscava a unidade
da consciência na unidade do saber. Agora, Husserl,
seguindo os passos de Descartes, chegou ao ego
cogito cartesiano como fundamento do conhecimento.
Porém, como vimos no artigo a que fiz referência acima,
Husserl adopta uma atitude diferente da do seu mestre. Ou
seja, Descartes após descobrir o ego cogito ele diz: “isso já
não é um problema para mim. Agora já posso dedicar-me
a busca do conhecimento objectivo”. Husserl, ao contrário,
depois de ter estudado amplamente a Matemática, quando
ele chega ao ego cogito que ele chama de consciência
transcendental, ele diz: “o conhecimento objectivo já não é
um problema para mim. Agora, eu vou permanecer aqui
na consciência transcendental”.

Sem compreender essa diferença de atitude entre


Descartes e Husserl torna impossível a compreensão da
fenomenologia. Ou seja, a fenomenologia consiste em
descrever o ente tal como ele aparece na consciência, i.e.,
como ele é percebido pela consciência. Ora, o que é
consciência? Consciência vem de cum+ sciencia o que
significa saber que sabe. Então, se você abandona a
consciência, e, neste caso, a consciência transcendental,
todo conhecimento objectivo perde o seu fundamento e
cai-se no psicologismo e no cepticismo.

Eric Voeglin
Para além de Descartes e Husserl podemos ligar essa
questão que estamos analisando com outro grande
filósofo, o judeu-alemão Eric Voeglin. Voeglin é
conhecido como “o filósofo da consciência”, portanto, sua
filosofia está, sem dúvida alguma, ligada com a
fenomenologia. Ora, o que é a filosofia de Voeglin ou para
Voeglin? Há uma sentença de Voeglin que diz: “não
estudem a filosofia de Eric Voeglin. Estudem a
realidade”(sic). Isso nos leva, então, a noção de política ou
se quisermos de filosofia política em Voeglin. Para
E.Voeglin a política, ou melhor, a filosofia política
consiste em descrever a realidade tal como ela nos
aparece. Ora, tal como ela nos aparece onde? Na
consciência. Por quê? Porque Voeglin é um filósofo da
consciência. De modo que a filosofia política de Voeglin
é, no final das contas, uma fenomenologia da política.

A fenomenologia é importantíssima na análise da


realidade, uma análise descritiva e não dedutiva, porque
como diz o próprio Voeglin “toda experiência humana é
transcendental por natureza”. Se ela é transcendental,
então, a realidade, reduzida fenomenologicamente a sua
essência, só pode ser descrita e nunca silogisticamente
deduzida porque sendo transcendental ela é percebida
intuitivamente.

O que seria uma intuição? Uma intuição é aquilo que


o filósofo Olavo de Carvalho chama de percepção
imediata de uma presença. Então, você pode perceber um
gato. Podemos pedir para você descrever o gato. O que
notaremos? Notaremos que a percepção é muito rica e
completa. De modo que falar em percepção errada não é
correcto. Uma percepção nunca é errada. Por exemplo,
pode passar uma hiena a sua frente e você dizer que viu
um lobo. Isso significa que a sua percepção foi errada? De
modo nenhum. Então, onde é que apareceu o erro: na sua
percepção de hiena ou na sua interpretação? É na sua
interpretação evidentemente. Então, aqui fica claro por
quê Husserl, tendo descoberto a consciência
transcendental, diz: “eu vou fixar-me aqui. Daqui não saio.
Aqui é que está o eixo do conhecimento”.
ESCRITO POR|XADREQUE
SOUSA|shathreksousa@gmail.com
às março 22, 2017
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http://contemplatiosapientiae.blogspot.com.br/2017/03/consciencia-transcendental-husserl.html

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