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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL


TERCEIRA PROCURADORIA

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO


DISTRITO FEDERAL

Representação nº. 3/2018 - DA

O Ministério Público de Contas, no desempenho de sua missão institucional


de defender a ordem jurídica, o regime democrático, a guarda da Lei e fiscalizar sua
execução, fundamentado no texto do artigo 85 da Lei Orgânica do Distrito Federal - LODF;
dos artigos 1º, inciso XIV e § 3º, e 76 da Lei Complementar nº 1/94 - LOTCDF; e do artigo
54, inciso I, da Resolução nº. 296/2016 - RI/TCDF, vem oferecer a seguinte

REPRESENTAÇÃO

para que o Egrégio Tribunal determine a apuração dos fatos a seguir descritos.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL


TERCEIRA PROCURADORIA

Chegaram ao conhecimento do Ministério Público de Contas informações


acerca de possível ilegalidade alusiva ao Edital nº 49/DGP/PMDF, de 18 de agosto de 2017,
relativo ao Processo de Seleção de candidatos para matrícula no Curso de Habilitação de
Oficiais Administrativos, Especialistas e Músicos (CHOAEM), da Polícia Militar do DF.

As informações trazidas à baila, apresentadas por Parlamentar, Deputada


Federal, pelo Distrito Federal, Erika Kokay, em síntese, tratam de questionamentos acerca do
quantitativo e da distribuição de vagas disponibilizadas, em especial, com espeque no artigo
32 da Lei nº 12.086/2009, em confronto com o item “2” do referido Edital, observando-se,
ainda, as alterações dadas pela Lei nº 13.459/2017, dentre outros dispositivos.

A nobre Parlamentar manifesta estranhamento em relação à aparente


ilegalidade relativa às vagas ofertadas e ao número de candidatos aptos a efetuar matrícula no
processo seletivo em questão, bem como quanto à “postura” da Corporação no tratamento da
matéria, levando em conta o fato de que as alterações introduzidas pela citada Lei nº
13.459/2017, objeto da conversão da MP nº 760/2016, teriam sido resultado de amplo debate
no Congresso Nacional, inclusive com a participação dos Comandos da PMDF e do CBMDF
e de representantes das Associações militares.

Assevera que a alteração legislativa objetivou, em suma, “solucionar o impasse


nas promoções na PMDF e CBMDF”, mormente pelo fato de que “a falta de promoção tem
ensejado a desmotivação entre as praças, policiais e bombeiros militares do DF, e, com isso,
estimulado o desligamento desses profissionais, em grade escala e de forma precoce, para a
inatividade”.

Assinala que a alteração legislativa “assegura a promoção de policiais e


bombeiros militares do DF ao quadro de oficiais das respectivas corporações”, e que “o
ingresso de praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) nos cursos de formação de
oficiais das respectivas forças dar-se-á também pelo critério de antiguidade”.

Anota que, pela Lei nº 12.086/09, as vagas para matrícula no CHOAEM serão
distribuídas da seguinte forma: 50% pelo critério de antiguidade entre as Praças mais
graduadas; 50% mediante aprovação em processo seletivo de provas, de caráter classificatório
e eliminatório, destinado a aferir o mérito intelectual dos candidatos, entre as praças que
preencham requisitos como o tempo mínimo de 18 anos de serviço”, acrescentando que, no
caso, “O total de vagas deverá ser apurado pelo somatório das vagas disponíveis no
respectivo Quadro ou Especialidade”.

Consoante Quadro que apresentou, extraído do “almanaque de Oficiais”, deu


conta que, à época do Edital, “constavam 322 (trezentos e vinte e duas) vagas disponíveis no
Quadro de Oficiais de Administração (QOPMA)”, e que, portanto, “50% dessas vagas
deveriam ter sido disponibilizadas para o processo seletivo de provas, ou seja, 161 (cento e
sessenta e uma) vagas”.

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Observa que, por sua vez, o Edital “levou em conta somente as vagas
disponíveis no Posto de Segundo-tenente (2º TEM), ou seja, 127 vagas”, disponibilizando,
apenas “70 vagas”, distribuídas na forma o item 2, das quais, tão somente, “63 (sessenta e
três) vagas par ao Quadro de Oficiais Policiais Militares de Administração (QOPMA)”.

Anota que, diante de questionamentos, a DGP/PMDF teria manifestado


entendimento no sentido que as alterações legislativas resultaram apenas em “ajustes
redacionais” ou “puramente estéticos”, sem efeitos práticos, posicionamento com o qual não
concorda, consoante extraiu da comparação da redação anterior com a atual, do artigo 32 da
Lei nº 12.086/2009, mediante textos que reproduziu.

Sob esse aspecto, no entender Ministerial, vislumbra-se que assiste razão à


nobre Parlamentar, porquanto, em consulta à base de dados do SINJ, bem como do Governo
Federal, verifica-se, das disposições do referido dispositivo, na redação atual, em confronto
com a parte sublinhada, afeta à redação anterior, que a novel Lei deu novos contornos à
matéria (negritos não consta do original). Eis o que contempla o aludido artigo 32, da Lei nº
12.086/2009 (observada a redação dada pela Lei nº 13.459/2017):

Art. 32. Para inclusão nos QOPMA, QOPME e QOPMM, o policial militar
deverá:

I - ser selecionado dentro do número de vagas disponíveis em cada


Quadro ou Especialidade, mediante aprovação em processo seletivo
destinado a aferir o mérito intelectual dos candidatos; (redação anterior)

I - ser selecionado dentro do somatório das vagas disponíveis no


respectivo Quadro ou Especialidade para matrícula no Curso de
Habilitação de Oficiais Administrativos, Especialistas e Músicos (CHOAEM),
sendo: (Redação dada pela Lei nº 13.459, de 2017)

Portanto, depreende-se que, a rigor, houve significativa alteração legislativa,


com vistas a deixar claro que o número de vagas a ser ofertada deveria corresponder ao
“somatório” inerente ao respectivo Quadro (ou especialidade). No caso, o “Quadro”:
corresponde ao: Quadro de Oficiais Policiais Militares de Administração: QOPMA.

E mais, a nobre Parlamentar destaca que “o parecer da DGP resgata a redação


da Emenda Nº 16, apresentada pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF) no decorrer da
tramitação da MP 760/16”, que, então, “foi tacitamente rejeitada pelo legislador”, conforme
a redação que reproduziu: ou seja, que previa que a seleção se daria “dentro das vagas para o
posto de 2º tenente no respectivo Quadro ou Especialidade”, o que sequer consta da nova
redação. Ademais, não é despiciendo realçar a indicação de que a Parlamentar, ora
denunciante, atuou como “Relatora da Comissão Mista da MPV 760/16”, então convertida na
Lei nº 13.459/2017, oportunidade em que deliberou pela rejeição da citada Emenda nº 16,
devido ao se caráter limitativo, de disponibilização de vagas atinentes apenas ao “respectivo
círculo hierárquico”, e não as do quadro”.

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Dessa forma, na visão Ministerial, as questões trazidas à baila evidenciam


possível mácula na condução da referida seleção, com ofensa aos princípios da legalidade, da
isonomia, da razoabilidade, da igualdade, do interesse público, dentre outros que norteiam a
Administração Pública, o que requer a atuação da Corte de Constas, tendo em conta o seu
mister, atribuído pela LODF, e pela LO-TCDF, em simetria com os ditames constitucionais.

Verifica-se a existência do Processo nº 36.594/2017-e, que trata de matéria


correlata, qual seja, “Representação, com pedido de urgência, em face do Edital no 49-DGP-
PMDF, de 18.8.2017, da Polícia Militar do Distrito Federal, cujo objeto é a seleção de
Policiais Militares do Distrito Federal, por meio de processo seletivo, para ingresso no
Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos, Especialistas e Músicos (CHOAEM)”,
porquanto também aborda questões atinentes ao alcance das disposições do mencionado
artigo 32 da Lei nº 12.086/2009, dentre outras, vislumbrando-se, de bom alvitre que as
questões sejam analisadas em conjunto, com vistas a evitar decisões díspares.

Ademais, as questões já suscitadas naquele feito corroboram a existência de


possíveis máculas no referido processo seletivo, fato que também converge para o
conhecimento e regular processamento da presente Representação.

Sob esse aspecto, não é despiciendo realçar que, pela Decisão nº 372/2018,
produzida naqueles autos, o Tribunal, a par de não conhecer das novas Peças ali juntadas,
deixou assente que possíveis novas Representações que vierem a ser apresentadas, acerca do
tema ali versado, devem ser juntadas àquele feito. Eis o teor:
PROCESSO Nº 36594/2017-e
RELATOR : CONSELHEIRO JOSÉ ROBERTO DE PAIVA MARTINS
EMENTA : Representações, com pedidos de cautelares, oferecidas por
militares integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal acerca de possível
irregularidade na condução de Processo Seletivo (interno) para o ingresso no
Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos, Especialistas e Músicos –
CHOAEM daquela Corporação.
DECISÃO Nº 372/2018
O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: I –
tomar conhecimento: a) da Representação (e-doc E53431A6-C), sem
concessão de cautelar, reiterando o alerta constante do inciso VI da Decisão
nº 69/2018; b) do Ofício nº 350/2017-ATJ/DGP/PMDF (e-doc 8A216756-c); II
- deixar de conhecer da Representação (e-doc 3A4B9E08-c), uma vez que não
atende ao pressuposto de admissibilidade previsto no inciso III do § 2º do art.
230 do RI/TCDF; III - dar ciência desta decisão aos signatários das demandas
em análise; IV - permitir que as eventuais representações que, porventura,
vierem a ser protocoladas, tenham a análise de admissibilidade efetuada em
conjunto com o mérito das demais representações já conhecidas pela Corte;
V - autorizar o retorno dos autos à Secretaria de Fiscalização de Pessoal,
para adoção das medidas pertinentes. (destaque não consta)

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Nesse contexto, presentes os requisitos de admissibilidade previstos no art.


230 do RI/TCDF, em face das competências constitucionais do Tribunal de Contas para
fiscalizar os órgãos e entidades da Administração Pública do DF, bem como zelar pela correta
aplicação de recursos públicos e pela observância dos princípios insculpidos no artigo 37 da
Constituição Federal, o Ministério Público de Contas requer ao e. Tribunal que:

I – tome conhecimento da presente Representação e determine o seu


processamento em autos próprios, por que preenchidos os pressupostos de
admissibilidade previstos no art. 230 do RI/TCDF, ou, de forma alternativa,
mediante a juntada aos autos do Processo nº 36.594/2017-e, na forma
permitida pela Decisão nº 372/2018;
II – autorize o exame e a instrução pela Unidade Técnica competente, com a
urgência necessária, da Representação em tela, com a análise dos fatos
arrolados, levando em conta os dispositivos legais invocados, dentre outros,
autorizando a realização de Inspeção, se for o caso, com a oitiva do titular
da PMDF, para pronunciamento quanto aos termos apontados.

Brasília, 5 de março de 2018.

Demóstenes Tres Albuquerque


Procurador

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