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UNIVERSIDADE

Núcleo de Educação a Distância


METROPOLITANA DE
SANTOS

Legislação
CRIAÇÃO
Aplicada
E
à Micro e Pequenas
DESENVOLVIM
Empresas
ENTODE/ Direito
Empresarial
NOVAS
EMPRESAS
ALEXANDRE
SALGADO
NOME PROFESSOR

SEMESTR
E1

SEMESTRE 5
ADMINISTRAÇÃO 1
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
METROPOLITANA DE
Créditos e Copyrights
SANTOS

CORRÊA, Márcia Marisa.


Legislação Aplicada à Micro e Pequena
Empresa. Santos: Núcleo de Educação a
Distância da UNIMES, 2015. (Material didático.
Curso de Administração).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Administração. 3.
Legislação Aplicada à Micro e Pequena
Empresa.

CDD 658

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ADMINISTRAÇÃO 2
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Núcleo de Educação a Distância
METROPOLITANA DE
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E
ECONÔMICAS
PLANO DE ENSINO

CURSO: Bacharelado em Administração

COMPONENTE CURRICULAR: Legislação Aplicada à Micro e Pequenas Empresas


/ Direito Empresarial

SEMESTRE: 5º

CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas

EMENTA

O estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Legislações e normas


legais para a Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). Normas de
Direito e da Legislação Tributária e Trabalhista aplicada à ME e EPP. Estudo das
Legislações pertinentes às Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
Programas de incentivo ao meio ambiente e às pesquisas de inovação para as
MPEs. Desenvolvimento da capacidade de raciocínio para a solução de problemas e
formulação de um pensamento apropriado à legislação empresarial do micro e
pequeno empresário.

OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos acadêmicos, habilidades e condições para entender o papel


econômico e social das MPE’s no desenvolvimento do país, bem como apresentar a
tipologia das micro e pequenas empresas (MPE’s) e suas perspectivas empresariais.
Propiciar o aprendizado do aluno na gestão das Micro e Pequenas empresas
conforme legislação vigente proporcionando conhecimentos específicos para
dominar os aspectos teóricos e práticos dessas típicas organizações
contemporâneas.

ADMINISTRAÇÃO 3
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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UNIDADE I - Gênesis e considerações gerais sobre as MPEs - Apresentar o
ambiente em que se inserem as MPEs e suas necessidades, bem como relacionar
os aspectos legais de novas modalidades de micro e pequena empresa.
UNIDADE II - Regras civis e empresariais para o pequeno empresário e o Simples
Nacional - Favorecer a reflexão e a correlação das regras civis, tributárias e
trabalhistas, com as Micro e Pequenas empresas. Entender o Simples Nacional e a
sua base cálculo.
UNIDADE III - Novas legislações aplicáveis as MPEs e o Microcrédito - Proporcionar
aos discentes habilidades de compreender a adesão e o recolhimento do simples
nacional, bem como as atualizações legislativas referentes as MPEs. Estudar o
Microcrédito e suas modalidades.
UNIDADE IV - Sociedades e cooperativas de créditos. O licenciamento ambiental e
as políticas de inovação para as MPEs - Apresentar aos discentes as sociedades e
cooperativas de crédito para o microempreendedor e proporcionar noções gerais
referentes as regras de licença ambiental para a MPEs, bem como as dificuldades
em implementar políticas de inovação disponíveis para as MPEs.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

UNIDADE I
Gênese e Considerações Gerais sobre as MPEs. Da Lei Complementar 128/08;
Isonomia e Gestão da Lei Geral. Sobre as pessoas jurídicas não incluídas na Lei
geral e da respectiva abertura de uma MPE. A Participação de uma MPE em
licitação pública; das relações trabalhistas. Sobre o Associativismo e o estímulo ao
crédito e a capitalização. Da inovação.
UNIDADE II
Algumas considerações sobre o antigo e o atual Código Civil. Regras civis e
empresariais sobre o pequeno empresário. Do protesto de títulos da MPE e do
acesso ao Juizado especial de pequenas causas. Tributos abrangidos pela Lei Geral
e o Parcelamento das dívidas tributárias. O simples Nacional ou super simples. Do
limite da receita bruta e dos impostos e contribuições no simples nacional. As MPEs
que não recolhem os impostos e as contribuições no simples Nacional e das
alíquotas e base de cálculo. Da base de cálculo do simples Nacional.
UNIDADE III
Modalidades de empresas que retêm receitas diferenciadas. Sobre o ICMS e o ISS
nas MPEs e a tributação sobre a receita excedente. Sobre o recolhimento do
simples nacional e da forma de adesão ao sistema. Considerações à serem feitas
sobre as novas legislações. Introdução à legislação do Microcrédito. Sobre as
modalidades do Microcrédito (parte I e II). Estudo da Lei 9790/99 (Parte I e II)

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UNIDADE IV

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Sociedades de crédito ao microempreendedor. Cooperativas de crédito. FAMPE.
PROGER e FUNPROGER. Banco popular do Brasil e depósitos especiais para
Microcrédito. O licenciamento ambiental para as MPEs. Dificuldades de uma política
de inovação para as MPEs.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo; Atlas, 2011. (F)
NIARADI, George. Direito Empresarial. São Paulo: Pearson, 2012. (e-book)
TAIPAI, Giselle M Braga (coordenação). Constituição da República Federal do
Brasil. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2003. (F)

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BATOCCLIO, Antonio; BIAGIO, Luiz Arnaldo. Plano de Negócios - Estratégia para
Micro e pequenas empresas. 2ª Ed. Barueri: Manole, 2012. (e-book)
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004. (e-book)
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração para Empreendedores. São
Paulo: Pearson, 2011. (e-book)
PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão
para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014. (e-book)
POSTIGLIONE, Marino Luiz. Direito Empresarial. Barueri: Manole, 2006. (e-book)

METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de
textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas,
envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo
ensino/aprendizagem.
AVALIAÇAO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial,
de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.

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Sumário
DE
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Aula 01_Gênese e Considerações Gerais sobre as MPEs ......................................... 8
Aula 02_Da Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. ...................... 10
Aula 03_Isonomia e Gestão da Lei geral .................................................................. 14
Aula 04_Sobre as pessoas Jurídicas não incluídas na ‘Lei geral’ e da respectiva
abertura de uma MPE ............................................................................................... 22
Aula 05_A participação de uma MPE em licitação pública ....................................... 25
Aula 06_Das relações Trabalhistas........................................................................... 28
Aula 07_Sobre o Associativismo e o Estímulo ao Crédito e à Capitalização ............ 31
Aula 08_Da Inovação ................................................................................................ 36
Aula 09_Algumas considerações sobre o antigo e o novo código civil ..................... 38
Aula 10_Regras Civis e Empresariais sobre o Pequeno Empresário ....................... 41
Aula 11_Do Protesto de Títulos das MPEs e do Acesso ao Juizado Especial das
Pequenas Causas ..................................................................................................... 44
Aula 12_Tributos abrangidos pela Lei Geral e o Parcelamento das dívidas tributárias
.................................................................................................................................. 47
Aula 13_O Simples Nacional ou Supersimples ......................................................... 49
Aula 14_Do Limite de Receita Bruta e dos Impostos e Contribuições no Simples
Nacional .................................................................................................................... 51
Aula 15_As MPEs que não recolhem os impostos e as contribuições na forma do
Simples Nacional e das alíquotas e base de cálculo ................................................ 55
Aula 16_Da base de cálculo do Simples Nacional .................................................... 60
Aula 17_Modalidade de empresas que retêm receitas diferenciadas ....................... 62
Aula 18_Sobre o ICMs e ISS nas MPEs e a tributação sobre a receita excedente .. 66
Aula 19_Sobre o Recolhimento do Simples Nacional e da forma de adesão ao
Sistema ..................................................................................................................... 69
Aula 20_Considerações a serem feitas sobre as novas legislações ......................... 75
Aula 21_Introdução à Legislação do microcrédito..................................................... 84
Aula 22_Sobre as modalidades do Microcrédito - Parte I ......................................... 89
Aula 23_Sobre as modalidades do Microcrédito - Parte II ........................................ 93
Aula 24_Estudo da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 - Parte I .............................. 97
Aula 25_Estudo da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 - Parte II ........................... 103
Aula 26_Sociedades de Crédito ao Microempreendedor ........................................ 110
Aula 27_Cooperativas de Crédito ........................................................................... 117

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Aula 28_FAMPE...................................................................................................... 123

SANTOS
Aula 29_PROGER - FUNPROGER ........................................................................ 126
Aula 30_Banco Popular do Brasil e Depósitos Especiais para Microcrédito ........... 130
Aula 31_O Licenciamento Ambiental para MPEs.................................................... 133
Aula 32_Dificuldades de uma Política de Inovação para as MPEs ......................... 135

ADMINISTRAÇÃO 7
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Aula 01_Gênese e Considerações Gerais sobre as MPEs

SANTOS
Antes da análise do atual Estatuto das MPEs devem-se conhecer algumas outras
legislações que vigoraram até então, e que também concederam àquelas empresas
tratamento diferenciado das demais.

Breve histórico:

No ano de 1984, por meio da Lei nº 7256 de 27 de novembro, promulgou-se o


Estatuto da Microempresa que consolidava em uma só lei diversos assuntos de
interesse administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de
desenvolvimento empresarial às microempresas.

Durante a vigência desta Lei, alguns dispositivos foram alterados e outros revogados
pelas Leis nº 8.864/94 e 9.317/96 - Lei do Simples -, que vigoraram até a publicação
do atual Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

Após 10 (dez) anos, em 28 de março de 1994, foi sancionada a Lei nº 8.864 que,
mesmo não causando impacto pela falta de regulamentação dos seus artigos, pois
esses dependiam de ato do Poder Executivo para regulamentar a plena execução
deles, chegou até a inovar com a elevação da receita bruta anual da microempresa
e surgiu, também, pela primeira vez, a figura da empresa de pequeno porte, de
acordo com o estabelecido na atual Constituição Federal.

Já no ano de 1996, no dia 05 de dezembro, sancionou-se a Lei nº 9.317, chamada


Lei do Simples, sendo esta uma das maiores conquistas das MPEs brasileiras. Esta
lei estabeleceu um tratamento diferenciado e simplificado relacionado aos impostos
e contribuições a serem recolhidos, ou seja, reduziu consideravelmente a carga
tributária e a forma dos recolhimentos, incluindo aí a adesão dos Estados e
Municípios para a concessão de benefícios junto ao ICMS e ISS, respectivamente.

Desta forma, a Lei do Simples conviveu pacificamente com as outras leis, pois
dispôs sobre matéria distinta das previstas nas Leis nº 7.256/84 e 8.864/94; isto quer
dizer que, enquanto o ‘Simples’ concedeu benefício na área tributário/fiscal,
dispondo sobre um novo regime tributário das MPEs, as outras leis estabeleceram
outros benefícios não regulados pelo ele, ‘Simples’.

A fim de exemplificar este assunto, cabe lembrar que o Poder Executivo e alguns
órgãos públicos baixaram outras normas que concederam benefícios as MPEs
daquela época, de acordo com o previsto no art. 2º, Inc 1 I e II da Lei nº 8.864/94, e
não pela Lei do Simples. Também, pode-se citar o art. 11 da Medida Provisória nº
1.894, e art. 2º da Lei nº 9.493/97, bem como demais benefícios concedidos pelo
INPI, SVS, CETESB etc.

Assim, recebeu o nome de Estatuto da Microempresa (ME) e da Empresa de


Pequeno Porte (EPP) em razão de ter recepcionado integralmente a Lei do Simples

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e, principalmente, por tratar de assuntos diversos de interesse destas empresas em
um só diploma legal.
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Portanto, com o advento do novo “Estatuto”, as MPEs continuam ainda a ser regidas
por leis distintas, uma vez que a Lei do Simples não foi revogada, encontrando-se
em plena vigência, e da qual se falará em aula específica sobre ela.

O novo ‘Estatuto’ passa a prever tratamento favorecido às MPEs nos campos não
abrangidos pela Lei do Simples, o que significa que, enquanto o Estatuto tem por
objetivo facilitar a constituição e o funcionamento da ME e da EPP, de modo a
assegurar o fortalecimento de sua participação no processo de desenvolvimento
econômico e social, o ‘Simples’ estabelece tratamento diferenciado nos campos dos
impostos e contribuições.

Atualmente, a Lei Complementar n.º 128, de 19 de dezembro de 2008, altera a Lei


Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24
de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 –
Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências

Em 22/12/08 foi publicada no Diário Oficial da União, a Lei Complementar n.º 128,
que altera as regras da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa
(Lei Complementar n.º 123/06).

Vale destacar que a presente Lei Complementar é fruto de debates ocorridos no


Congresso Nacional, com participação de diversos setores da sociedade. O projeto
da Lei Complementar (PLC 128/2008) é de autoria do Deputado Federal Antônio
Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) que, por sua vez, consolidou os PLP 002/2007 e
PLP 126/08.

A grande inovação trazida pela Lei Complementar n.º 128/08 é a criação


do Microempreendedor Individual e a inclusão de novos setores no
Simples Nacional.

O Estatuto da ME e EPP juntou dispositivos legais, que estavam em vigor, e ainda


resgatou outros, que não mais vigoravam, dispostos nas Leis nº 7.256/84 e 8.864/94
e em outras legislações esparsas, como nos exemplos dos seguintes dispositivos
que já estavam em vigor e foram reunidos no novo Estatuto: art. 4º; art. 5º; inciso II e
parágrafo único do art. 6º; art. 7º e seu parágrafo único; art. 9º; parágrafo único do
art. 11 etc. Já o artigo 6º, Inc. I e o art. 11 ressurgiram no novo ‘Estatuto’, pois já não
estavam mais previstos em nossas legislações.

Por outro lado, a inovação trazida pela Lei Complementar n.º 128/08 é a criação do
Microempreendedor Individual e a inclusão de novos setores no Simples Nacional.
A nova legislação trouxe boas inovações em seu texto, sendo algumas delas antigas
reivindicações.

Outra importante reivindicação atendida trata-se da alteração da Lei nº 9.099/95, que


torna possível somente às microempresas proporem ações perante o Juizado

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Especial que, pela sua natureza, julga causas de baixos valores econômicos, o que
por muito tempo inviabilizou a busca do judiciário por não compensar a contratação
de um advogado. SANTOS
A lei complementar Federal 133/2009, incluiu o setor cultural no Simples Nacional,
ampliando as atividades optantes pelo Simples.

No ano de 2011 ocorreu a sanção da Lei Complementar Federal 139/2011 Entre as


principais mudanças introduzidas na Lei Geral, está o reajuste em 50% das tabelas
de enquadramento das empresas no Simples que vão valer a partir de 1º de janeiro
de 2012. Os tetos passarão de R$ 36 mil para R$ 60 mil, no caso do
empreendedor individual, de R$ 240 mil para R$ 360 mil às micro empresas e
de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões às empresas de pequeno porte.

Estes limites referem-se apenas às receitas no mercado nacional. Como estímulo às


exportações pelas micro e pequenas empresas, a Lei Complementar 139/2011
estabeleceu que estas poderão ter receitas adicionais no mercado externo, até o
limite de R$3,6 milhões, sem perder o enquadramento. Também importante é a
medida do parcelamento da dívida tributária para os empreendedores que estão
enquadrados no Simples Nacional, o que até agora não era permitido. O prazo de
pagamento será de até 60 meses.

Em 2014, entra em vigor a Lei Complementar Federal 147/2014, implantando a


universalização do Simples Nacional, a blindagem do Microempreendedor individual
e o regramento da substituição tributária.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração para Empreendedores. 2. Ed.


São Paulo: Pearson, 2011.
_______

1 Inc = Inciso

Aula 02_Da Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008.

O Novo Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte se respalda na


promulgação da Lei Complementar nº 123, de 15 de dezembro de 2006, e na Lei

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Complementar nº 128 de 19 de dezembro de 2008, que promove profundas

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modificações na Lei Geral.

Assim, esta ‘Lei Geral’ ou o ‘Novo Estatuto das MPEs’, como é conhecida, e que
será nesta disciplina referenciada como Lei Geral, contempla uma fatia do mercado
econômico que gira em torno de 99,2%1 de todas as empresas deste país,
englobando-se aí 60% do mercado empregador e 20% do PIB Produto Interno
Bruto.

Além do mais, um gama infinito de oportunidades se abre para novos negócios e a


regularização daqueles que já existem e vivem na informalidade.

A maior pretensão desta ‘Lei Geral’ se encontra em se fazer uma maior justiça
tributária por meio da simplificação no pagamento de impostos, na diminuição para a
abertura e fechamentos de empresas/negócios, numa maior facilidade ao crédito, no
estímulo às exportações, às cooperações e inovações.

Cabe aqui informar que a grande inovação trazida pela Lei Complementar n.º 128/08
é a criação do Microempreendedor Individual e a inclusão de novos setores no
Simples Nacional.

A luta pela promulgação desta Lei atraiu grande mobilização nacional, sendo a sua
aprovação um marco de conquista para empresários, entidades setoriais, técnicos,
juristas, economistas, lideranças partidárias e outros.

Simples Nacional ou Supersimples entraram em vigor a partir de 01 de janeiro de


2007.

Há também os casos de muitas empresas que, embora admitidas na Lei Geral, não
são contempladas pelo sistema ‘Simples’ em razão das atividades que realizam.

No entanto, pode-se dizer que o novo Estatuto Nacional das Microempresas e das
Empresas e Pequeno Porte é a própria ‘Lei Geral’, que visa, por sua vez, a um
tratamento diferenciado e favorecido a estas empresas junto à União, aos Estados,
aos Municípios e ao Distrito Federal sustentados pelos artigos 146, III, “d”; 170, IX; e
179 da Constituição Federal.

É importante a leitura dos artigos da Constituição Federal em sua significação,

 Artigo146, III, “d”:

 Artigo 170:

 Artigo 179:

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Portanto, desprende-se que os principais benefícios, por tudo até então relatado,
deverão gerar:


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Regime unificado de apuração e recolhimento dos impostos e contribuição da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, inclusive com a
simplificação as obrigações fiscais acessórias;

 Desoneração tributária das receitas de exportação e substituição tributária;

 Dispensa do cumprimento de certas obrigações trabalhistas e previdenciárias;

 Simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento das MPEs;

 Facilitação do acesso ao crédito e ao mercado;

 Preferência nas compras públicas;

 Estímulo à inovação tecnológica;

 Incentivo ao associativismo na formação de consórcios para a fomentação de


negócios;

 Incentivo à formação de consórcios para acesso a serviços de segurança e


medicina do trabalho;

 Regulamentação da figura do pequeno empresário/empreendedor, criando


condições para a sua formalização; e em seu novo artigo 3º, acrescenta o
artigo 18-A que disciplina o Microempreendedor Individual (MEI), que
poderá optar pelo recolhimento dos impostos e das contribuições abrangidos
pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da
receita bruta por ele auferida no mês;

 Parcelamento de dívidas tributárias.

Para finalizar esta aula, leia a afirmação do Sr. José Luis Ricca, diretor-
superintendente do Sebrae - SP, ao defender a aprovação da Nova Lei Geral,
apresentada ao Congresso Nacional em junho de 2006.

O que se verificou é que, com o final do século passado, início deste século, o
mundo do trabalho mudou de eixo. Hoje você tem uma população economicamente
ativa, praticamente desempregada, e essa população cria uma necessidade de se
auto proteger através da geração própria de renda. Com isto, você criou inúmeros
candidatos a empreendedores, de vários níveis e de várias especialidades. Isso
mostra, inclusive, toda uma necessidade de você olhar agora para a questão do
empreendedorismo de uma forma um pouco mais ousada e não deixar a coisa vinda
de uma maneira inercial como antes.

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Bibliografia
METROPOLITANA DE
SANTOS
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

Revista Conexão - SEBRAE/SP - Ano II, nº 06. Lei Geral. Disponível em


<http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/noticias/revista_conexao/revista%20cone
xao%20edicao%206/files/001_edicao6_2006_dez_2007_jan_0.pdf> Acesso em
janeiro de 2008.
_____

1 Fonte: IBGE. Disponível no site: www.ibge.gov.br, pesquisado em fev/2008.

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Aula 03_Isonomia e Gestão da Lei geral

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Um dos valores mais prestigiados pelas sociedades ocidentais é a igualdade,
especialmente nesta época de modernidade, por ser a expressão concreta da ideia
de justiça, pois o tratamento discriminatório retrata uma das formas mais odiosas de
arbitrariedade. Desta forma, a igualdade é um dos pilares do ordenamento jurídico
nacional, ao estar encartada nos direitos fundamentais prestigiados na Constituição
Federal, de 1988, mais precisamente no caput do art. 5º, por meio do princípio da
isonomia, que é a sua expressão jurídica. Assim, pode-se afirmar que o Estado, e
como parte dele, a Administração Pública, deve tratar todas as pessoas sujeitas as
suas jurisdições com igualdade: sempre que o Estado pretender praticar ato que
gere benefício a alguém, todos os interessados no referido benefício devem e têm o
direito de ser tratados com igualdade por ele.

No entanto, sabe-se, também, que a isonomia não impõe que todos sejam tratados
com absoluta igualdade, ao contrário, as leis nada mais fazem do que discriminar
situações em detrimentos de outras, classificando grupos e setores, e a questão em
torno da isonomia redunda em precisar quais são estas diferenças toleráveis,
sublinhando-se, aqui, que o fato de o legislador ter estabelecido tratamento
privilegiado às microempresas e às empresas de pequeno porte não implica, por si
só, ofensa ao princípio da isonomia, isto é, ao direito das demais empresas, que não
sejam MEs ou EPPs, de serem tratadas com igualdade, isto porque não há
igualdade absoluta.

A própria Constituição Federal prescreve, no inc. IX do seu art. 170, que se deve
instituir "tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País", ou seja, obriga o
legislador a criar lei para favorecer as empresas de pequeno porte, partindo do
pressuposto de que elas são diferentes das demais empresas e, portanto, merecem
tratamento privilegiado. Trocando-se em miúdos, o legislador, ao privilegiar as
microempresas e as empresas de pequeno porte, não ofende, por si só, a isonomia,
o direito das demais empresas e pessoas à igualdade. O legislador, ao contrário,
atende ao princípio da isonomia, portanto ele privilegia quem a própria Constituição
Federal estabeleceu, que merece ser privilegiado.

Entretanto, ao legislador não é permitido criar qualquer tipo de norma,


estabelecendo privilégios que não sejam razoáveis. O ponto central desta discussão
reside na existência de um link lógico entre o tratamento que favorece às micro
empresas e às empresas de pequeno porte e a um mínimo de razoabilidade, pois ao
legislador não foi dada “carta-branca”, não lhe é dado incorrer no absurdo. Logo,
muito embora os privilégios criados pelo legislador às MEs e às EPPs não sejam de
antemão inconstitucionais, por suposta afronta ao princípio da isonomia, é
imperativo analisar as respectivas normas, avaliar, caso a caso, em que medida o
legislador desigualou tudo sob a mira da razoabilidade.

O segmento dos pequenos negócios é um dos principais pilares de sustentação da


economia nacional, tanto pelo número de estabelecimentos e distribuição
geográfica, quanto pela sua capacidade de gerar empregos. Ainda que reconhecida

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sua importância socioeconômica, o setor ainda encontra sérios obstáculos ao seu
crescimento, sustentabilidade e competitividade.
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O advento da “Lei Geral” veio unificar os impostos federais, estaduais e municipais
para essas empresas e, na maioria dos casos, reduzirá a carga tributária. E, isso
não é tudo, também facilita a formalização de empresas, acesso a crédito, à
tecnologia, a um consórcio especial e muito mais.

Assim, para propor, acompanhar e gerir todos estes benefícios proporcionados às


MPEs, dois órgãos, descritos a seguir, foram criados a fim de atuarem de forma
fundamental na implementação desta nova Lei Geral.

1. Comitê Gestor de Tributação

Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, composto


por 4 (quatro) representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, como
representantes da União, 2 (dois) dos Estados e do Distrito Federal e 2 (dois) dos
Municípios, para tratar dos aspectos tributários;

 Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da


Legalização de Empresas e Negócios, vinculado ao Ministério da Secretaria
da Micro e Pequena empresa, composto por representantes da União, dos
Estados e do Distrito Federal, dos Municípios e demais órgãos de apoio e de
registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo, para tratar do
processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas.

 A sua finalidade é regulamentar, administrar e gerir a implantação e o


funcionamento da Rede Nacional de Simplificação do Registro e da
legalização de Empresas e negócios (REDESIM), normatizar os aspectos
tributários do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno
Porte, nos termos do art. 2º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006.

2. Fórum permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte:

 Foi instituído, por sua vez, pelo Decreto nº 6.174 de 1 o agosto de 2007, e de
acordo com o Regimento Interno instituído pela Portaria nº 226 de 27 de
novembro de 2007 e alterado pelo Decreto 8001/2013.

 Tem por finalidade orientar e assessorar a formulação e coordenação da


política nacional de desenvolvimento das microempresas e empresas de
pequeno porte, bem como acompanhar e avaliar a sua implantação, além de

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promover discussões com o objetivo de encaminhar à SMPE/PR propostas
que visam garantir o tratamento favorecido e diferenciado a ser dispensados
SANTOS
ás microempresas e empresas de pequeno porte.

 Deve ser presidido e coordenado pela Secretaria da Micro e Pequena


Empresa da Presidência da República, juntamente com a participação de
outros órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor. Em
2014, a Presidência da República publicou o Decreto nº 8.364, de 17/11/14.

 De acordo com a nova legislação, serão convidados a integrar o Fórum


Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte as
instituições e os órgãos governamentais federais; os fóruns regionais das
microempresas e empresas de pequeno porte nas unidades da federação; e
as entidades de apoio e de representação nacional do segmento.

Do Estabelecimento dos Limites de Receita Bruta Anual das MPEs:

Já se sabe que, atualmente, há duas leis federais que definem microempresa e


empresa de pequeno porte, no entanto, a regulação das MEs e das EPPs quanto
aos limites de receita anual são definidos pela Lei Complementar 139/2011.

Tendo em vista a preocupação da Carta Magna em concretizar o Direito à igualdade,


a própria Constituição federal estabelece, no inciso IX, do seu artigo 170
“Tratamento favorecido para as Empresas de Pequeno Porte constituídas sob as leis
brasileiras, e que tenham sua sede e Administração no país”. Sendo assim o
legislador criou uma legislação que favorece as Empresas de Pequeno porte.

Desta forma, a Microempresa (ME) se define como uma pessoa jurídica que aufere
– em cada ano-calendário – a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00.

Já Empresa de Pequeno Porte (EPP) se revela como a pessoa jurídica que fatura –
em cada ano calendário – a receita bruta superior a R$ 360.000,00, ou ainda, igual
ou inferior a R$ 3.600.000,00.

E o Microempreendedor Individual (MEI) – Até R$ 60.000,00

É importante ressaltar o art. 3º da Lei Geral:

Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas


ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade
simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o
empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que:

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I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);
e SANTOS
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta
mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais).

§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste


artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em
conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos.

§ 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a


que se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de
meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver
exercido atividade, inclusive as frações de meses.

§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou


empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem
como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou
qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente
firmados.

§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado


previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art.
12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa
jurídica:

I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;

II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de


pessoa jurídica com sede no exterior;

III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento
jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput
deste artigo;

IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do
capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar,
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso
II do caput deste artigo;

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V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global
SANTOS
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;

VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;

VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;

VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de


desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou
de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de
arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de
previdência complementar;

IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de


desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5
(cinco) anos-calendário anteriores;

X - constituída sob a forma de sociedade por ações.

XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o


contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e
habitualidade. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 5o O disposto nos incisos IV e VII do § 4o deste artigo não se aplica à


participação no capital de cooperativas de crédito, bem como em
centrais de compras, bolsas de subcontratação, no consórcio referido
no art. 50 desta Lei Complementar e na sociedade de propósito
específico prevista no art. 56 desta Lei Complementar, e em
associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico,
sociedades de garantia solidária e outros tipos de sociedade, que
tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses
econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 6º Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte


incorrer em alguma das situações previstas nos incisos do § 4 o, será
excluída do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei
Complementar, bem como do regime de que trata o art. 12, com efeitos
a partir do mês seguinte ao que incorrida a situação impeditiva.

§ 7o Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de


atividades, a microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de
receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no
ano-calendário seguinte, à condição de empresa de pequeno porte.

§ 8o Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de


atividades, a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, não

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ultrapassar o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput
deste artigo passa, no ano-calendário seguinte, à condição de
SANTOS
microempresa.

§ 9º A empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o


limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput deste artigo
fica excluída, no mês subsequente à ocorrência do excesso, do
tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar,
incluído o regime de que trata o art. 12, para todos os efeitos legais,
ressalvado o disposto nos §§ 9o-A, 10 e 12.

§ 9o-A. Os efeitos da exclusão prevista no § 9o dar-se-ão no ano-


calendário subsequente se o excesso verificado em relação à receita
bruta não for superior a 20% (vinte por cento) do limite referido no inciso
II do caput.

§ 10. A empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendário


de início de atividade ultrapassar o limite proporcional de receita bruta
de que trata o § 2o estará excluída do tratamento jurídico diferenciado
previsto nesta Lei Complementar, bem como do regime de que trata o
art. 12 desta Lei Complementar, com efeitos retroativos ao início de
suas atividades.

§ 11. Na hipótese de o Distrito Federal, os Estados e os respectivos


Municípios adotarem um dos limites previstos nos incisos I e II do caput
do art. 19 e no art. 20, caso a receita bruta auferida pela empresa
durante o ano-calendário de início de atividade ultrapasse 1/12 (um
doze avos) do limite estabelecido multiplicado pelo número de meses
de funcionamento nesse período, a empresa não poderá recolher o
ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, relativos ao
estabelecimento localizado na unidade da federação que os houver
adotado, com efeitos retroativos ao início de suas atividades.

§ 12. A exclusão de que trata o § 10 não retroagirá ao início das


atividades se o excesso verificado em relação à receita bruta não for
superior a 20% (vinte por cento) do respectivo limite referido naquele
parágrafo, hipótese em que os efeitos da exclusão dar-se-ão no ano-
calendário subsequente.

§ 13. O impedimento de que trata o § 11 não retroagirá ao início das


atividades se o excesso verificado em relação à receita bruta não for
superior a 20% (vinte por cento) dos respectivos limites referidos
naquele parágrafo, hipótese em que os efeitos do impedimento
ocorrerão no ano-calendário subsequente.

§ 14. Para fins de enquadramento como microempresa ou empresa de


pequeno porte, poderão ser auferidas receitas no mercado interno até o
limite previsto no inciso II do caput ou no § 2o, conforme o caso, e,

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adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou
serviços, inclusive quando realizada por meio de comercial exportadora
SANTOS
ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 desta Lei
Complementar, desde que as receitas de exportação também não
excedam os referidos limites de receita bruta anual. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito)

§ 15. Na hipótese do § 14, para fins de determinação da alíquota de


que trata o § 1o do art. 18, da base de cálculo prevista em seu § 3 o e
das majorações de alíquotas previstas em seus §§ 16, 16-A, 17 e 17-A,
serão consideradas separadamente as receitas brutas auferidas no
mercado interno e aquelas decorrentes da exportação. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito)

§ 16. O disposto neste artigo será regulamentado por resolução do


CGSN. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 3o-A. Aplica-se ao produtor rural pessoa física e ao agricultor


familiar conceituado na Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, com
situação regular na Previdência Social e no Município que tenham
auferido receita bruta anual até o limite de que trata o inciso II do caput
do art. 3o o disposto nos arts. 6o e 7o, nos Capítulos V a X, na Seção IV
do Capítulo XI e no Capítulo XII desta Lei Complementar, ressalvadas
as disposições da Lei no 11.718, de 20 de junho de 2008. (Incluído
pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Parágrafo único. A equiparação de que trata o caput não se aplica às


disposições do Capítulo IV desta Lei Complementar. (Incluído pela
Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 3o-B. Os dispositivos desta Lei Complementar, com exceção dos


dispostos no Capítulo IV, são aplicáveis a todas as microempresas e
empresas de pequeno porte, assim definidas pelos incisos I e II do
caput e § 4o do art. 3o, ainda que não enquadradas no regime tributário
do Simples Nacional, por vedação ou por opção.

Cabe aqui informar que o início de atividade é o momento da primeira operação,


após a constituição e a integralização do capital que traga mutação no patrimônio da
pessoa jurídica. E, no caso do início desta atividade ocorrer no ano-calendário, os
limites estabelecidos pela Lei do Simples serão proporcionais ao número de meses
em que a empresa houver exercido atividade, incluindo-se aí até as frações dos
meses.

Entende-se por receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações
de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em
conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos concedidos.

ADMINISTRAÇÃO 20
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Bibliografia

SANTOS
CLÈVE, Clémerson Merlin. Direito Constitucional Brasileiro. 1ª.ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2014.

Revista Conexão - SEBRAE/SP - Ano II, nº 06. Lei Geral. Disponível em


<http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/noticias/revista_conexao/revista%20cone
xao%20edicao%206/files/001_edicao6_2006_dez_2007_jan_0.pdf> Acesso em
janeiro de 2008.

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Aula 04_Sobre as pessoas Jurídicas não incluídas na ‘Lei geral’ e da

SANTOS
respectiva abertura de uma MPE

De acordo com o artigo 3°, parágrafo 4º, da Lei Geral, não poderão se beneficiar do
tratamento jurídico diferenciado para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica que:
I – de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II – que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de
pessoa jurídica com sede no exterior;
III – de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como
empresário ou seja, sócia de outra empresa que receba tratamento
jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde
que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II
do caput deste artigo;
IV – cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento)
do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite
de que trata o inciso II do caput deste artigo;
V – cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI – constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII – que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII – que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e
de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de
capitalização ou de previdência complementar;
IX – resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma
de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um
dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
X – constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o
contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e
habitualidade.

Observações:

Procedimentos inseridos no capítulo III da Lei Geral, a saber: Da Inscrição e da


Baixa

Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e entidades envolvidos na


abertura e fechamento de empresas, dos três âmbitos de governo, deverão
considerar a unicidade do processo de registro e de legalização de empresários e de
pessoas jurídicas; para tanto devem articular as competências próprias com aquelas
dos demais membros, e buscar, em conjunto, compatibilizar e integrar

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procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de exigências e garantir a linearidade
do processo, da perspectiva do usuário.
SANTOS
O processo de registro do Microempreendedor Individual deverá ter trâmite especial
e simplificado, preferencialmente eletrônico, opcional ao empreendedor na forma a
ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios.

Ressalvado o disposto nesta Lei Complementar, ficam reduzidos a 0 (zero) todos os


custos, inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao
funcionamento, ao alvará, à licença, ao cadastro, às alterações e procedimentos de
baixa e encerramento e aos demais itens relativos ao Microempreendedor Individual,
incluindo os valores referentes a taxas, a emolumentos e a demais contribuições
relativas aos órgãos de registro, de licenciamento, sindicais, de regulamentação, de
anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de fiscalização do exercício de
profissões regulamentadas.

Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos três


âmbitos de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à disposição
dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores,
informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que
permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de
empresários e pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à
documentação exigível e quanto à viabilidade do registro ou inscrição.

Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos três


âmbitos de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à disposição
dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores,
informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que
permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de
empresários e pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à
documentação exigível e quanto à viabilidade do registro ou inscrição.

As pesquisas prévias à elaboração de ato constitutivo ou de sua alteração deverão


bastar a que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades competentes:

I - da descrição oficial do endereço de seu interesse e da possibilidade de exercício


da atividade desejada no local escolhido;

II - de todos os requisitos a serem cumpridos para obtenção de licenças de


autorização de funcionamento, segundo a atividade pretendida, o porte, o grau de
risco e a localização; e

III - da possibilidade de uso do nome empresarial de seu interesse.

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Vale aqui recapitular sobre as Espécies e Naturezas Jurídicas das Empresas.

SANTOS
A constituição de uma empresa depende de uma série de providências, bem como
da inscrição em vários órgãos públicos, podendo ser adotadas as seguintes
espécies jurídicas:

Firma Mercantil Individual

É a forma pela qual que o Titular responde pelo próprio negócio. Não há sócios. O
nome da empresa é o nome do empresário, por extenso ou abreviado. Nesta
modalidade de constituição, a responsabilidade da Pessoa física é ilimitada, pois
responde com seus bens pessoais pelos atos da Pessoa Jurídica.

Sociedade

A Sociedade é a forma de constituição de empresas em que duas ou mais pessoas,


juridicamente capazes, se reúnem contratualmente para a exploração de um objetivo
comum.

Os principais tipos de sociedade são:


a) A Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada;

b) A Sociedade por Ações (chamada também de Companhia ou de Sociedade


Anônima).

Os dois tipos de sociedade citados possuem responsabilidade limitada, ou seja, os


sócios respondem pela empresa até o montante do capital social.

As sociedades, na área privada, dividem-se, ainda, de acordo com sua essência


(natureza jurídica), em:

a) Sociedades Civis;
b) Sociedades Comerciais (Mercantis).
 As sociedades civis são constituídas para praticarem atividades de prestação
de serviços, com ou sem fins lucrativos.
 As sociedades comerciais são empresas constituídas para exercer atividades
mercantis, ou seja, atividades agropecuárias, industriais ou comerciais.
Atenção: mesmo que a sociedade tenha natureza civil, quando constituída sob a
forma de sociedade anônima assume caráter mercantil, para efeitos legais.
BIBLIOGRAFIA
Lei Geral. Disponível em <http://app.pr.sebrae.com.br/leigeralnacional/Home.do>
Acesso em 15 de agosto de 2015.
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004

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Aula 05_A participação de uma MPE em licitação pública

SANTOS
A “Lei Geral”, em seu capítulo V, define procedimentos diferenciados para as micros
e pequenas empresas nas licitações públicas, como a prevalência dessas
sociedades enquanto critério de desempate em relação a outras empresas, além da
possibilidade de realização de processo licitatório destinado, exclusivamente, à
participação de microempresas e empresas de pequeno porte.
Cabe ressaltar que Licitação é o procedimento Administrativo mediante o qual a
Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu
interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada
de atos vinculantes para a Administração Pública e para os licitantes. Portanto, a
Licitação é o antecedente necessário do contrato Administrativo, conforme dispõe o
artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal.
Hoje a matéria é regulada pela Lei nº 8666/93, que estabelece normas gerais sobre
Licitações e Contratos Administrativos pertinentes a obras, compras, alienações e
locações no âmbito dos poderes da União, Estados, Distritos Federais e Municípios.
Os principais benefícios permitidos às MPEs, em processos licitatórios devem
observar os termos da Lei nº8666/93.
A Lei Complementar prescreve normas que afetam as licitações públicas nos seus
artigos 42 a 49, a saber, da seguinte forma:
 Os artigos 42 e 43 enunciam normas sobre a comprovação da regularidade
fiscal por parte das microempresas e das empresas de pequeno porte;
 Os artigos 44 e 45 estatuem em favor delas "direito de preferência";
 O artigo 46 autoriza a essas empresas emitir cédula de crédito
microempresarial1, na forma de regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo;

•Os artigos 47, 48 e 49 dispõem sobre "tratamento privilegiado e simplificado para as


microempresas e as empresas de pequeno porte", desde que previsto e
regulamentado na legislação do respectivo ente.

Percebe-se, de início, que há dispositivos na Lei Geral nº 123/06 tocantes às


licitações que são auto-aplicáveis; outros dependem de regulamentação ou de lei
ordinária.

Esses dispositivos não dependem de regulamentação, sendo possível aplicá-los


automaticamente. No entanto, os funcionários dos órgãos envolvidos devem receber
instruções para cumprirem desde já o disposto legalmente, cabendo ao Fórum
Permanente da MPE ficar vigilante na imediata aplicação desta norma.

A Lei Geral estabelece preferência na contratação de MPE em caso de empate nos


processos de licitação. Entende-se, por empate, quando as propostas apresentadas
pelas MPEs são iguais, ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada,
pois na modalidade de pregão, o intervalo percentual é de até 5% superior ao
melhor preço.

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São procedimentos de desempate: a ME ou EPP melhor classificada poderá
apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora, caso em que
SANTOS
lhe será adjudicado2 o objeto licitado; já no caso da ME ou a EPP não poder ser
contratada serão convocadas as demais para o exercício do mesmo direito, na
ordem classificatória, desde que se encontrem no critério de empate; em caso de
equivalência dos valores apresentados por MPEs, será realizado sorteio entre elas
para que se identifique aquela que primeiro apresentará melhor oferta, e no caso de
pregão, a MPE melhor classificada será convocada para apresentar nova proposta,
no prazo máximo de cinco minutos após o encerramento dos lances.

Estes procedimentos, aqui vistos, somente se aplicarão quando a melhor oferta


inicial não tiver sido apresentada por MPE. O critério de desempate não requer
regulamentação, sendo possível aplicar automaticamente lei. O Fórum Permanente
da MPE deverá ficar atento aos processos licitatórios.

No intuito de promover o desenvolvimento econômico e social das MPEs, a


administração pública deverá realizar processo licitatório especial:

1. Destina-se exclusivamente à participação de MPE nas contratações de até


R$ 80 mil;
2. Poderá os licitantes, no caso as médias ou grandes empresas, a
subcontratação de MPEs;
3. Estabelece cota de até 25% do objeto para a contratação de MPEs para a
aquisição de bens de natureza divisível.

São condições para adoção dos procedimentos licitatórios especiais: deve haver, no
mínimo, três fornecedores competitivos enquadrados como ME ou EPP, sediados
nas proximidades e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento
de convocação; o tratamento favorecido para as MPEs deverá ser vantajoso para a
administração pública, e não representar prejuízo à contratação; os procedimentos
não serão admitidos se a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos da Lei nº
8.666/93, excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II do art. 24 da
mesma Lei, nas quais a compra deverá ser feita preferencialmente de
microempresas e empresas de pequeno porte, aplicando-se o disposto no inciso I do
art. 48

De acordo com o art.47, Nas contratações públicas da administração direta e


indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser
concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e
empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico
e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas
públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

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O Fórum Permanente da MPE tem importante função na viabilização e agilização de
incentivos como esses.
SANTOS
Acesso ao mercado Externo

A microempresa e a empresa de pequeno porte beneficiárias do SIMPLES


usufruirão de regime de exportação que contemplará procedimentos simplificados de
habilitação, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio, na forma do
regulamento. As pessoas jurídicas prestadoras de serviço de logística internacional
quando contratadas por beneficiários do SIMPLES estão autorizadas a realizar
atividades relativas a licenciamento administrativo, despacho aduaneiro,
consolidação e desconsolidação de carga, bem como a contratação de seguro,
câmbio, transporte e armazenagem de mercadorias, objeto da prestação do serviço,
na forma do regulamento.

BIBLIOGRAFIA

BORGES, Pereira. Cartilha SEBRAE - As Micro e pequenas empresas e a nova


Lei de Licitações Públicas. Disponível em
<https://www.tce.mg.gov.br/IMG/2015/AF%20Cartilha_MPE_licitacao_publica_Sem_
Marca_Corte.pdf> Acesso em 15 de agosto 2015.

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

______
1 Título de crédito que poderá ser emitido pelas micro e pequenas empresas titulares de direitos
creditórios decorrentes de empenhos do Poder Público liquidados por órgãos e entidades dos
entes federados, não pagos em até 30 dias contados da data de liquidação, aumentando, assim, sua
possibilidade de capitalização.
2 De adjudicação: ato judicial ou administrativo que dá a alguém a posse de determinados bens.

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Aula 06_Das relações Trabalhistas

SANTOS
Encontra-se regulamentada no Capítulo VI Da Simplificação das Relações de
Trabalho e respectivos artigos.
Assim, esta “Lei Geral” também reduz a formalidade nas relações de trabalho,
dispensando as MEs e EPPs de determinados procedimentos.
Conforme dispõe o artigo 50 da Lei Geral, a saber:
Art. 50. As microempresas e as empresas de pequeno porte serão
estimuladas pelo poder público e pelos Serviços Sociais Autônomos
a formar consórcios para acesso a serviços especializados em
segurança e medicina do trabalho.
No que diz respeito ao acesso à Justiça, esta nova ‘Lei’ facultará a essas empresas
de representarem junto à Justiça do Trabalho por terceiros que não possuam vínculo
trabalhista ou societário, permitindo, mais, que essas empresas ingressem com
ações perante o Juizado Especial.
Assim, nas questões trabalhistas, a ‘Lei Geral’ reproduz os benefícios já
anteriormente conquistados, e também traz inovações importantes. Os benefícios
que foram mantidos dispensam as MPEs:
1. Da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências;
2. Da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de
registro;
3. De empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais
de Aprendizagem;
4. Da posse do livro intitulado Inspeção do Trabalho;
5. De comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias
coletivas.
Deve-se ressaltar que fazer proposições de mudanças à legislação trabalhista não é
tarefa fácil, uma vez que envolve direitos conquistados a duras penas pelos
trabalhadores e, por isso, estas proposições enfrentam fortes resistências por parte
das organizações representativas: nossa sociedade apresenta grande desigualdade
social e a perda de direitos trabalhistas importantes pode agravar ainda mais esse
quadro. Isto equivale dizer que se trata de assunto polêmico e qualquer mudança
deve necessariamente passar por uma grande discussão nacional envolvendo
empregadores, governo, sindicatos, entidades de classe, e outros.

Entretanto, a Lei geral não dispensa as microempresas e as empresas de pequeno


porte dos seguintes procedimentos:

I – anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;

II – arquivamento dos documentos comprobatórios de cumprimento das


obrigações trabalhistas e previdenciárias, enquanto não prescreverem
essas obrigações;

III – apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do


Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP;

ADMINISTRAÇÃO 28
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IV – apresentação das Relações Anuais de Empregados e da Relação
Anual de Informações Sociais – RAIS e do Cadastro Geral de Empregados
SANTOS
e Desempregados – CAGED.

Sobre o acesso à Segurança e à Medicina do Trabalho

O art. 50, da ‘Lei Geral’, prevê que o poder público e os serviços sociais autônomos
deverão estimular as MPEs a formarem consórcios para sua maior facilidade ao
acesso dos serviços especializados em segurança e medicina do trabalho. Sabe-se
que as MPEs possuem enormes dificuldades em atender às Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, que exigem a contratação de serviços
especializados nessa área e, desta forma, a constituição de consórcios de MPEs,
para a contratação desses serviços, possibilitará a redução dos custos de
contratação de empresas especializadas, bem como uma maior eficiência no
acompanhamento das exigências relacionadas à segurança e à medicina do
trabalho.

Neste momento, deve-se lembrar que as empresas que não cumprem Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho põem em risco a saúde e a segurança
do trabalhador, e ficam sujeitas a multas, à interdição do estabelecimento e,
conforme o caso, ao pagamento de altas indenizações às vítimas.

Sobre a representação na Justiça do Trabalho

O empregador de MPE poderá enviar representante em audiência trabalhista, ainda


que sem vínculo trabalhista ou societário, desde que, para tanto, tenha
conhecimento dos fatos. Esta medida é muito oportuna, uma vez que o empresário
de MPE, em função da própria estrutura do seu negócio, possui grandes dificuldades
em deixar o estabelecimento para comparecer em audiências trabalhistas. E a
exigência da presença desse empresário nas audiências, pode fazer com que ele,
muitas vezes, feche o seu estabelecimento ou perca negócios importantes por não
ter com quem contar em sua ausência.

Fica, pois, estabelecido que o empresário de microempresa ou de empresa de


pequeno porte poderá se fazer representar nas audiências trabalhistas por
terceiros que conheçam os fatos, mesmo que não possuam vínculo
trabalhista.

Conforme dispõe o artigo 54 da Lei Geral, a saber:

54. É facultado ao empregador de microempresa ou de empresa de


pequeno porte fazer-se substituir ou representar perante a Justiça
do Trabalho por terceiros que conheçam dos fatos, ainda que não
possuam vínculo trabalhista ou societário.

ADMINISTRAÇÃO 29
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Sobre negociação coletiva

SANTOS
Houve uma pequena flexibilização na legislação trabalhista no que se refere à
possibilidade das empresas negociarem com o sindicato dos trabalhadores
a duração e o valor da hora, relacionadas com o tempo despendido pelo empregado
até o local de trabalho e retorno: isso, quando se tratar de local de difícil acesso ou
não servido por transporte público - as chamadas horas "in itineri"1, que são
consideradas pela lei como horas trabalhadas.

Sobre a fiscalização Orientadora

A fiscalização trabalhista, metrológica, sanitária, ambiental, de segurança e de uso e


ocupação do solo das MPEs deverá ser feita de forma orientadora sempre que a
atividade ou situação comportar grau de risco compatível com esse procedimento.

Desta forma, o fiscal deverá observar o critério da dupla visita antes de autuar o
empresário, uma vez que a autuação se dará de imediato somente se o fiscal
constatar falta de registro de empregado ou fraude, resistência ou embaraço à
fiscalização. Isto significa que a fiscalização deverá orientar o empresário,
concedendo-lhe prazo razoável para sanar as irregularidades.

Quanto à fiscalização, não há necessidade de regulamentação, contudo os


funcionários dos órgãos envolvidos devem ser instruídos sobre como proceder.
Comete abuso de poder o funcionário que descumprir a norma.

BIBLIOGRAFIA

GODOY, Dagoberto Lima. A lei geral das Micro e pequenas empresas e a


flexibilização da legislação trabalhista - o que falta avançar. Disponível em
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8889>
Acesso em 15 de agosto de 2015.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

Bibliografia

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.
______

1 Considera-se horas in itineri o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e o seu
retorno, utilizando-se de transporte público, em razão de trabalhar em local de difícil acesso.

ADMINISTRAÇÃO 30
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Aula 07_Sobre o Associativismo e o Estímulo ao Crédito e à Capitalização

SANTOS
Previstos nos Capítulos VIII e IX, e seus respectivos artigos na ‘Lei Geral’. Ver
Cartilha Informativa de Produtos Bancários para MPEs – Anexo 1.
A expressão associativismo1, muita usada nesta nova economia globalizada,
designa, por um lado, a prática social da criação e gestão das associações, como as
organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática:
assembléia geral, direção, conselho fiscal e, por outro lado, a apologia ou defesa
dessa prática de associação, enquanto processo não lucrativo de livre organização
de pessoas, como sócias, para a obtenção de finalidades comuns.
O associativismo, enquanto forma de organização social, caracteriza-se pelo seu
caráter, normalmente, de voluntariado, pela reunião de dois ou mais indivíduos,
sendo usado como instrumento da satisfação das necessidades individuais
humanas, nas suas mais diversas manifestações.
Sendo o aumento de competitividade e a inserção das MPEs em novos mercados
internos e externos uma realidade na economia nacional, a Lei Geral instituiu o
consórcio simples. O objetivo é permitir que as MPEs realizem negócios de compra
e venda, de bens e serviços, para os mercados nacional e internacional, por meio de
ganhos de escala, redução de custos, gestão estratégica, maior capacitação, acesso
a crédito e a novas tecnologias.
O Consórcio Simples é uma pessoa jurídica de Direito Privado, composta de
microempresas e empresas de pequeno porte, podendo ter a participação de
empresas não optantes pelo Simples Nacional e de uma entidade de apoio,
representação empresarial ou cooperativa. Este Consócio

Simples precisa ser regulamentado pelo Poder Executivo e a expectativa é de que


seja concedida isenção tributária para as operações realizadas por intermédio do
consórcio.

A matéria encontra-se regulada no artigo 56 e seguintes da Lei Geral, a saber:

CAPÍTULO VIII

DO ASSOCIATIVISMO

Seção Única

Da Sociedade de Propósito Específico formada por Microempresas e


Empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional

Art. 56. As microempresas ou as empresas de pequeno porte poderão


realizar negócios de compra e venda de bens e serviços para os mercados
nacional e internacional, por meio de sociedade de propósito específico, nos
termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal.

ADMINISTRAÇÃO 31
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o
SANTOS
 1o Não poderão integrar a sociedade de que trata o caput deste
artigo pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional.


o
 2o A sociedade de propósito específico de que trata este artigo:

I – terá seus atos arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis;

II – terá por finalidade realizar:

a) operações de compras para revenda às microempresas ou empresas de


pequeno porte que sejam suas sócias;

b) operações de venda de bens adquiridos das microempresas e empresas


de pequeno porte que sejam suas sócias para pessoas jurídicas que não
sejam suas sócias;

III – poderá exercer atividades de promoção dos bens referidos na alínea b


do inciso II deste parágrafo;

IV – apurará o imposto de renda das pessoas jurídicas com base no lucro


real, devendo manter a escrituração dos livros Diário e Razão;

V – apurará a Cofins e a Contribuição para o PIS/Pasep de modo não-


cumulativo;

VI – exportará, exclusivamente, bens a ela destinados pelas microempresas


e empresas de pequeno porte que dela façam parte;

VII – será constituída como sociedade limitada;

VIII – deverá, nas revendas às microempresas ou empresas de pequeno


porte que sejam suas sócias, observar preço no mínimo igual ao das
aquisições realizadas para revenda; e

IX – deverá, nas revendas de bens adquiridos de microempresas ou


empresas de pequeno porte que sejam suas sócias, observar preço no
mínimo igual ao das aquisições desses bens.

ADMINISTRAÇÃO 32
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o 3o A aquisição de bens destinados à exportação pela sociedade de
SANTOS
propósito específico não gera direito a créditos relativos a impostos ou
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional.


o 4o A microempresa ou a empresa de pequeno porte não poderá
participar simultaneamente de mais de uma sociedade de propósito
específico de que trata este artigo.


o 5o A sociedade de propósito específico de que trata este artigo não
poderá:

I – ser filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica


com sede no exterior;

II – ser constituída sob a forma de cooperativas, inclusive de consumo;

III – participar do capital de outra pessoa jurídica;

IV – exercer atividade de banco comercial, de investimentos e de


desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de
distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de
arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de
previdência complementar;

V – ser resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de


desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5
(cinco) anos-calendário anteriores;

VI – exercer a atividade vedada às microempresas e empresas de pequeno


porte optantes pelo Simples Nacional.


o 6o A inobservância do disposto no § 4o deste artigo acarretará a
responsabilidade solidária das microempresas ou empresas de
pequeno porte sócias da sociedade de propósito específico de que
trata este artigo na hipótese em que seus titulares, sócios ou
administradores conhecessem ou devessem conhecer tal
inobservância.


o 7o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo até 31 de
dezembro de 2008.

ADMINISTRAÇÃO 33
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Com relação ao estímulo ao crédito e à capitalização, a ‘Lei Geral’
estabelece uma série de ações relativas a eles, como o discriminado a
seguir: SANTOS
1. O Poder Executivo proporá, sempre que necessário, medidas que estimulem
o acesso ao crédito pelas MPEs;
2. Os bancos comerciais públicos e a Caixa Econômica Federal manterão linhas
de crédito específicas para as MPEs;
3. As instituições referidas no item anterior devem se articular com as entidades
representativas das MPEs, no sentido de proporcionar e desenvolver
programas de treinamento gerencial e tecnológico;
4. Para fins de apoio à exportação, foram utilizados os conceitos de
microempresa e empresa de pequeno porte, segundo as regras adotadas
pelo MERCOSUL. Estes parâmetros foram previstos no documento aprovado
pelo Grupo Mercado Comum do MERCOSUL, através da Resolução nº 59/98,
tendo sido adotados critérios quantitativo e qualitativo, conforme segue:

 Critério quantitativo:

Para os parâmetros de definição se aplicam dois critérios: pessoal empregado e


nível de faturamento. Para os fins da classificação prevalecerá o nível de
faturamento, o número de pessoas ocupadas será adotado como referência.

INDÚSTRIA

ADMINISTRAÇÃO 34
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Critério qualitativo:

SANTOS
As MPEs não deverão estar controladas por outra empresa, ou, ainda, pertencer a
um grupo econômico que em seu conjunto supere os valores estabelecidos. Outro
aspecto interessante que o Projeto de Lei previa, mas que foi vetado pelo Presidente
da República quando sancionou o Estatuto, era o que alterava a lei das cooperativas
permitindo a organização de ME e EPP na formação de cooperativas para fins de
desenvolvimento de suas atividades, inclusive cooperativas de crédito.

Segundo as razões do veto, a redação final do dispositivo inovaria o próprio conceito


de cooperativa singular, pois permitiria a constituição de cooperativas com a adesão
de microempresas e empresas de pequeno porte, não mais em caráter excepcional.
Além disso, ao suprimir os §§ 1º e 4º do art. 6º da Lei 5.764/91 (lei das
cooperativas), o Banco Central não poderia restringir o escopo de atividades dos
associados no caso de tais empresas. Como consequência, poder-se-ia estabelecer
cooperativas de crédito de grande porte, no que diz respeito ao número de
associados e ao escopo de atividades de seus integrantes. Disso resulta que tal
inovação daria margem à criação de, por assim dizer, bancos cooperativos
semelhantes às cooperativas Luzzatti 2, tendência incompatível com a política hoje
desenvolvida pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil.

5. Recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) serão


destinados para cooperativas de crédito de empreendedores de MPEs.

Para incrementação dos créditos às MPEs, várias medidas deverão ser


implementadas por parte do Poder Executivo, das instituições financeiras e do
Banco Central. O Fórum Permanente da MPE tem importante papel na implantação
destes incentivos.

Com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, as cooperativas de crédito


poderão oferecer empréstimos e financiamentos a juros menores e com prazos
maiores.

BIBLIOGRAFIA

BAGGIO, Adelar Francisco. Estratégias de cooperação e relações associativas.


Rio Grande do Sul: Unijuí, 2009

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

_____
1 Disponível em: www.wikipedia.org.br, pesquisado em15/ fev/2008.
2 São cooperativas de crédito sem restrição de associados. A abertura desse tipo de cooperativa não
é mais permitida pelo Banco Central. Atualmente, existem 13 cooperativas LUZZATTI em atividade
no Brasil (1,1% do total).

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Aula 08_Da Inovação

SANTOS
Prevista no Capítulo X e seus parágrafos na ‘Lei Geral’. Ver Cartilha para o
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação das MPEs – Anexo 1.
Antes de entrar no mérito da legislação, deve-
se esclarecer alguns conceitos, como:
Inovação1
Processo relacionado com o acréscimo permanente de novos elementos aos
produtos ou serviços existentes. Não se trata de um processo de invenção ou
criação de novos produtos, mas sim de introdução de melhorias em produtos
existentes com vista a obter vantagem competitiva. Para Thomas Edison, a inovação
é 1% de inspiração e 99% de esforço. Na língua inglesa, os pesquisadores do
Dicionário Oxford encontraram como definições para essa palavra, em 1597, “fazer
mudanças em algo estabelecido”; mais tarde, “introduzir novidade”; e, em 1818,
“tornar algo novo” e “renovar”. A importância da citação de 1597 é demonstrar que,
ao contrário do que muitos imaginam, inovação não é uma noção exclusiva da
modernidade. “Fazer mudanças em algo estabelecido” é um conceito social
poderoso, e os relatos históricos se caracterizam não pela permanência dos
modelos e práticas institucionais, mas pela sua mudança.
Agência de fomento 2
As agências de fomento têm como objeto social a concessão de financiamento de
capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade da Federação onde tenham
sede. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital fechado
e estar sob o controle de Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só pode
constituir uma agência. Tais entidades têm status de instituição financeira, mas não
podem captar recursos junto ao público, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva
no Banco Central, contratar depósitos interfinanceiros na qualidade de depositante
ou de depositária e nem ter participação societária em outras instituições financeiras.
De sua denominação social deve constar a expressão "Agência de Fomento"
acrescida da indicação da Unidade da Federação Controladora. É vedada a sua
transformação em qualquer outro tipo de instituição integrante do Sistema Financeiro
Nacional. As agências de fomento devem constituir e manter, permanentemente,
fundo de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser
integralmente aplicado em títulos públicos federais. (Resolução CMN 2.828, de
2001- no Anexo 1).

Incubadoras 3

Incubadora de empresas ou de negócios é uma entidade que oferece as condições


e facilidades necessárias para o surgimento e crescimento de novas empresas e
negócios, gerando emprego, renda e desenvolvendo a cultura empreendedora nas
comunidades em que estão inseridas. As incubadoras oferecem infraestrutura física
e serviços compartilhados para as micros e pequenas empresas em fase de
incubação, além de assessoria técnica e empresarial para o desenvolvimento e

ADMINISTRAÇÃO 36
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aprimoramento de produtos e serviços, tornando-se catalisadoras do processo de
criação de novos empreendimentos.
SANTOS
A incubação de empresas é um processo dinâmico de desenvolvimento de
negócios; auxilia novas empresas a sobreviver e crescer durante os seus primeiros
anos de existência, período em que se observa o maior número de fechamento e
falências de novos negócios, tornando-se assim um importante instrumento do
desenvolvimento tecnológico e crescimento econômico de uma região. O objetivo
principal de uma incubadora é produzir empresas técnicas e administrativamente
preparadas para enfrentar o mercado. O período de permanência de uma empresa
na incubadora pode variar de 1 a 3 anos, durante os quais os empreendedores são
treinados e capacitados para compreender o seu mercado, administrar suas
empresas e gerar as ações necessárias a sobrevivência de seus negócios.

Após os relatos acima, pode-se dizer que os entes públicos, as entidades públicas e
as instituições de apoio manterão programas específicos para as MPEs, inclusive
quando se revestirem de incubadoras.

As pessoas jurídicas mencionadas terão por meta a aplicação de, no mínimo, 20%
dos recursos destinados à inovação para o desenvolvimento de tal atividade nas
MPEs. O Ministério da Fazenda poderá reduzir a zero a alíquota do IPI, da Cofins e
do PIS incidentes na aquisição de equipamentos e máquinas adquiridos por MPEs
que atuem no setor de inovação tecnológica.(mais informações consultar artigo 65 à
67 da Lei)

Depende de regulamentação por parte dos órgãos públicos e do comprometimento e


da iniciativa das entidades privadas. Compete ao Fórum Permanente da MPE
estimular a iniciativa dos envolvidos.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.
_____
1 Disponível em: http://eden.dei.uc.pt/gestao/forum/glossario/index_fk.htm, pesquisado em 20/fev/2008.
2 Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/af.asp, pesquisado em 20/fev/2008.
3 Disponível em: http://www.incubadoras.com.br/oque.htm, pesquisado em 20/fev/2008.

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Aula 09_Algumas considerações sobre o antigo e o novo código civil

SANTOS
O novo Código Civil iniciou sua vigência em 11 de janeiro de 2003, por meio da Lei
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e com a sua publicação fez-se necessário
informar as novas normas em vigor a todos aqueles que pretendiam abrir uma nova
empresa, como os que já a possuíam.
Assim, de acordo com o artigo 2031, da Lei nº 10.405/2002, as associações, as
sociedades e fundações constituídas na forma das leis anteriores teriam prazo de
um ano para se adaptarem às disposições deste novo Código, a partir de sua
vigência; igual prazo foi concedido aos empresários.
No entanto, no dia 30 de janeiro de 2004 foi aprovada a Lei nº 10.838, publicada no
D.O.U., em 02 de fevereiro de 2004, que concedeu prorrogação do prazo de
aprovação às novas regras do Código Civil.
Também, com a entrada deste Novo Código Civil brasileiro, deixou de existir a
clássica divisão existente entre atividades mercantis (indústria ou comércio) e
atividades civis (as chamadas prestadoras de serviços) para efeito de registro,
falência e concordata. Para melhor compreensão do assunto, faz-se necessário uma
rápida abordagem sobre este sistema que vigorou por mais de um século na
legislação brasileira.
Os códigos revogados, Código Comercial de 1850 e Código Civil de 1916, que
regulavam o direito das empresas mercantis e civis no Brasil até 11 de janeiro de
2003, adotavam como critério de divisão das empresas as atividades exercidas por
elas, isto é, dispunham que a sociedade constituída com o objetivo social de
prestação de serviços, no caso a sociedade civil, tinha o seu contrato social
registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, exceção feita às
Sociedades Anônimas e outros casos específicos previstos em lei. Para uma
sociedade mercantil constituída com o objetivo de exercer atividades de indústria
e/ou comércio ela tinha o seu contrato social registrado nas Juntas Comerciais dos
Estados, incluindo-se aí todas as Sociedades Anônimas e raras exceções previstas
em lei, como na área de serviços; e tratamento semelhante era conferido às firmas
individuais e aos autônomos.

Nesta antiga forma, o empresário/empreendedor que desejava atuar por conta


própria, sem a participação de um ou mais sócios em qualquer ramo de atividade
mercantil, no caso indústria e/ou comércio, ainda que prestasse algum tipo de
serviço, deveria constituir uma Firma Individual na Junta Comercial; ou, caso
quisesse atuar de forma exclusiva na prestação de serviços em caráter pessoal e
com independência, deveria registrar-se como autônomo na Prefeitura local.

Portanto, com o avento do novo Código Civil, ocorre que estas divisões não fazem
mais parte de nossa realidade porque o nosso sistema jurídico passou a adotar uma
nova divisão que não se apoia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é,
na indústria, no comércio ou serviços, mas sim no aspecto organizacional e
econômico de sua atividade, fundamentando-se na teoria empresarial.

Assim, dependendo da existência ou não do aspecto organizacional e econômico da


atividade, qualquer pessoa que desejar atuar individualmente, sem a participação de

ADMINISTRAÇÃO 38
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um ou mais sócios, em algum segmento profissional, enquadrar-se-á como
EMPRESÁRIO ou AUTÔNOMO, conforme a situação; no caso de preferir se reunir
SANTOS
com uma ou mais pessoas para explorarem alguma atividade, deverão então
constituir uma sociedade que poderá ser uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou
SOCIEDADE SIMPLES.

Portanto, a partir deste momento, deve-se acostumar à nova divisão entre:

 EMPRESÁRIO ou AUTÔNOMO e

 SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou SOCIEDADE SIMPLES.

De acordo com o novo Código Civil, em seu artigo 981 e parágrafo único, as
sociedades se definem da seguinte forma: contrato de sociedades entre pessoas
que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício
de atividade econômica em um ou mais negócios determinados, e a partilha, entre
si, dos respectivos resultados obtidos. Isto significa que sempre que duas pessoas,
ou mais, se reunirem com o objetivo de organizarem um negócio para explorarem
uma atividade qualquer e partilharem seus resultados, estarão constituindo uma
sociedade, que por sua vez poderá ser Empresária ou Simples, conforme o caso.

Cabe aqui uma melhor elucidação sobre o que vem a ser sociedade empresária ou
simples.

Sociedade empresária

Tem por objeto o exercício de atividade própria, de empresário sujeito a registro,


inclusive a sociedade por ações, independente do seu objeto, devendo inscrever-se
na Junta Comercial do respectivo Estado de acordo com o artigo 982 e seu
parágrafo único, no Código Civil. Isto é, a sociedade empresária é aquela que
exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços, constituindo, assim, os elementos de empresa;
pode-se dizer que sociedade empresária é a reunião de dois ou mais sócios para a
exploração, em conjunto, de atividade econômica organizada.

Sociedade simples

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É aquela formada por pessoas que exercem profissão intelectual de natureza
científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores,
SANTOS
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Desta forma, a sociedade simples é a reunião de duas ou mais pessoas que, caso
atuem individualmente, serão consideradas autônomas, que reciprocamente se
obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica
e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade
própria de empresário.

Deve-se, também, esclarecer que o objetivo da sociedade simples será somente a


prestação de serviços relacionados à habilidade profissional e intelectual pessoal
dos sócios, não devendo conter outros serviços estranhos, caso em que poderá
configurar o elemento de empresa que, neste caso, transformar-se-á em sociedade
empresária.

Exemplos:
 Dois médicos se unem e constituem um consultório para, juntos, explorarem
atividade intelectual relacionada aos seus conhecimentos científicos na área
médica.
 Dois arquitetos se unem e constituem um escritório para, juntos, explorarem
atividade intelectual relacionada aos seus conhecimentos artísticos na área
da arquitetura.

BIBLIOGRAFIA

NIARADI, George. Direito Empresarial. São Paulo: Pearson, 2012.

POSTIGLIONE, Marino Luiz. Direito Empresarial. Barueri: Manole, 2006.

ADMINISTRAÇÃO 40
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Aula 10_Regras Civis e Empresariais sobre o Pequeno Empresário

SANTOS
Vale aqui mencionar a Lei Maior - Constituição Federal - que conceitua Empresa
como a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
de serviços, tendo em vista a obtenção de lucros; e Empresário como a pessoa
jurídica (sociedade empresária), ou física (empresário individual) que explora uma
empresa.

Esses conceitos são extraídos da própria CF no Capítulo que dispõe sobre os


princípios gerais da atividade econômica, que são dos artigos 170 a 181.

Já de acordo com o artigo 966, do atual Código Civil, considera-se EMPRESÁRIO


quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços.

Porém, a figura do pequeno empresário não foi conceituada, mas os respectivos


artigos 970 e 1.179, § 2º, estabelecem tratamento simplificado ao ‘pequeno
empresário’, que ainda são dispositivos dependendo de regulamentação.

Dessa forma, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em


boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua
atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles
consignados.

Atenção: o sistema SIMPLES de tributação Federal e a legislação tributária não


sofreram nenhuma alteração com a entrada em vigor do novo Código Civil. Isto será
visto em aulas posteriores.

Cabe também mostrar que um ‘pequeno empresário’ também se representa na


figura dos produtores rurais, que é a pessoa física / natural e explora a terra visando
à produção vegetal, criação de animais, bem como a industrialização desses
produtos primários, reconhecida como uma produção agroindustrial. Assim, este
Produtor Rural passa a ser considerado um Empresário Rural, cuja atividade rural
constitua sua principal profissão, a partir do momento que requerer sua inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da sua respectiva sede; neste caso, depois
de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito ao
registro, no Registro Público de empresas Mercantis, conforme previsto no artigo
971, do Código Civil.

A lei dispõe que será assegurado tratamento favorecido, diferenciado e simplificado


ao Empresário Rural quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes, de acordo
com o artigo 970, do respectivo Código; entretanto, ainda não há regulamentação
deste dispositivo.

Alguns dados atuais1, para ilustração:

ADMINISTRAÇÃO 41
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Os principais tipos jurídicos que existem no Brasil são a sociedade limitada e
a firma individual (que com o NCC - Novo Código Civil - passa a ser
SANTOS
empresário individual). Segundo o Departamento Nacional de Registro do
Comércio (DNRC) que foi substituído pelo DREI (Departamento de Registro
Empresarial e Integração), das empresas constituídas em 2002, 52% eram
Sociedades e 48% eram do tipo Individual. A expectativa é que essa
porcentagem não tenha alteração significativa com as mudanças do NCC.

 Quanto às sociedades, a de Responsabilidade Limitada é o tipo mais usado


no Brasil: de acordo com os dados do DREI, em 2015, a maioria das
empresas constituídas legalmente adotaram este tipo, que protege o
patrimônio pessoal dos sócios. A omissão da palavra Limitada determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios.

Pode-se estabelecer um quadro com as mudanças ocorridas pelo NCC, como o que
segue:

 Registrar a empresa na Junta Comercial se exercer atividade econômica


organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.
 Registrar a sociedade em cartório se exercer atividades de natureza
intelectual, científica, literária ou artística.
 Adequar a razão social da empresa, acrescentando a atividade principal, se
Ltda.
 Concordância de 75% ou mais do capital social para tomar algumas decisões,
se Ltda.
 Formalizar a convocação de assembléias ou reuniões de sócios, se Ltda.
 Publicar em jornais de grande circulação os atos administrativos da empresa,
se Ltda.

No que tange à ‘Lei Geral’, em seu artigo 68, considera-se pequeno empresário,
para efeito de aplicação do disposto nos artigos 970 e 1.179, do NCC, e aqui já
vistos, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta
‘Lei Geral’ das Micro e Pequenas Empresas que aufira receita bruta anual de até R$
60.000,00 (sessenta mil reais).

Artigo 68 da Lei Geral:

Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do


disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), o empresário individual caracterizado como
microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita
bruta anual até o limite previsto no § 1o do art. 18-A.

ADMINISTRAÇÃO 42
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Nesta mesma ‘Lei Geral’, de acordo com o seu artigo 70 e seguintes, as
microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de
SANTOS
reuniões e assembléias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as
quais serão substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro
superior à metade do capital social; não se aplica isso caso haja disposição
contratual em contrário, caso ocorra hipótese de justa causa que obrigue a exclusão
de sócio, ou ainda, um ou mais sócios ponham em risco a continuidade da empresa
em virtude de atos de inegável gravidade.

As microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos da legislação civil,


acrescentarão à sua firma a denominação de “Microempresa” ou “Empresa de
Pequeno Porte”, ou suas respectivas abreviações, “ME” ou “EPP”.

BIBLIOGRAFIA

CLÈVE, Clémerson Merlin. Direito Constitucional Brasileiro. 1ª.ed. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 2014.

MACHADO, Antônio Cláudio da Costa (Org.). Constituição Federal Interpretada.


4.ed. Barueri: Manole, 2013.

NIARADI, George. Direito Empresarial. São Paulo: Pearson, 2012.


______

1 Boletim do Sebrae-SP sobre as Micro e Pequenas Empresas, nº4/2004, disponível no site: www.sebraesp.com.br, pesquisado em fev/2008.

ADMINISTRAÇÃO 43
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Aula 11_Do Protesto de Títulos das MPEs e do Acesso ao Juizado Especial das
Pequenas Causas
SANTOS
O protesto de títulos das MPEs está submetido na seção IV da Lei Geral, em seu
artigo 73 e incisos, onde prevê a redução nos emolumentos de protesto das MPEs
ao suprimir taxas, custas e contribuições destinadas ao Estado, entidades públicas
ou privadas, exceto as despesas de intimação.
Deve-se anotar, também, que os itens “a” e “b” a seguir, e que constavam no
anterior Estatuto das MPEs, foram mantidos pela Lei Geral:
a) O cartório não poderá exigir cheque administrativo para pagamento do título,
mas, feito o pagamento por meio de cheque, a quitação será condicionada à efetiva
liquidação do mesmo.
b) O cancelamento do protesto, fundado no pagamento do título, será feito
independentemente de declaração de anuência do credor, salvo na impossibilidade
de apresentação do original protestado.
Para uso desses benefícios, o devedor deverá provar sua qualidade de ME ou EPP
perante o Cartório de Protesto, mediante documento expedido pela Junta Comercial
ou pelo Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conforme o caso. Se o pagamento do
título ocorrer com cheque sem provisão de fundos, serão suspensos por um ano
todos os benefícios previstos.
Por fim, são vedadas cláusulas contratuais relativas à limitação da emissão ou
circulação de títulos de crédito ou direitos creditórios originados de operações de
compra e venda de produtos e serviços por MPEs.
Este dispositivo é auto-aplicável, devendo o Fórum Permanente da MPE
acompanhar a aplicação prática dessas normas.
Com relação ao acesso ao Juizado Especial, a regulamentação se encontra nesta
mesma Lei Geral, Capítulo XII, Seção I e seu parágrafo 74, onde:
Aplica-se às microempresas e às empresas de pequeno porte de
que trata esta Lei Complementar o disposto no § 1o do art. 8o da
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e no inciso I do caput do
art. 6o da Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001, as quais, assim
como as pessoas físicas capazes, passam a ser admitidas como
proponentes de ação perante o Juizado Especial, excluídos os
cessionários de direito de pessoas jurídicas.

Um melhor entendimento se faz necessário sobre esta parte da Lei Geral.

O art. 38 da Lei nº 9.841/99 (Estatuto da MPE) previa a possibilidade somente das


microempresas (ME) utilizarem os Juizados Especiais de Pequenas Causas para
proporem ações, e esta iniciativa foi providencial, pois essas empresas são presas
fáceis de ações abusivas praticadas no mercado; ou seja, muitas vezes as MEs são
vítimas de pequenos golpes, cujos valores não compensariam a contratação de
profissional de direito / advogado para buscar a reparação de seus direitos, e com o
acesso aos Juizados Especiais essas empresas podem evocar a jurisdição estatal
sem advogado, caso o valor da causa seja de até 20 salários mínimos.

ADMINISTRAÇÃO 44
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A partir de 20 até 40 salários mínimos, as MPEs devem ser representadas por
advogado, lembrando que os processos nos Juizados Especiais tramitam com maior
SANTOS
celeridade do que na justiça comum.

Assim, com a Lei Geral, em seu artigo 74, estenderam-se esses direitos às
empresas de pequeno porte (EPPs). Portanto, daí por diante, não só as
microempresas, mas também as empresas de pequeno porte poderão propor ação
perante o Juizado Especial. Em relação aos juizados especiais federais, fica mantida
a possibilidade tanto das MEs quanto das EPPs ajuizarem ações.

Atenção: Não depende de regulamentação.

Também, neste momento, deve-se ressaltar sobre a conciliação, mediação e


arbitragem, na Lei Geral, artigo 75, uma vez que as MPEs também são estimuladas
com campanhas, esclarecimentos e redução de custos a solucionarem conflitos em
que se envolvam com fornecedores, empregados, concorrentes, clientes, e outros,
extrajudicialmente, por meio da conciliação, mediação ou arbitragem.

Esse estímulo é de grande importância, pois os institutos da conciliação, mediação e


arbitragem agilizam significativamente a solução dos conflitos e reduzem os custos
para as partes. Os acordos trabalhistas, firmados em Comissões de Conciliação
Prévia instituídas pela Lei nº 9.958/2000, ganham força com a Lei Geral pelo fato de
tais comissões serem reconhecidas de pleno direito. O Poder Judiciário tem levado
anos para concluir os processos judiciais, gerando elevados gastos financeiros,
aborrecimentos, perda de tempo e paciência dos envolvidos. Decidir as questões
fora do Poder Judiciário tem se mostrado uma excelente alternativa para a
sociedade brasileira.

Na conciliação, as partes nomeiam uma terceira pessoa que atuará com o objetivo
de conciliá-las para que cheguem a um acordo e, para isso, deve fazer sugestões
para compor os interesses das partes da melhor maneira possível.

A mediação ocorre em um estágio posterior, onde o terceiro atua como um


verdadeiro mediador, orientando as partes para a solução do problema, porém sem
fazer sugestões. As partes têm autonomia em suas posições.

Por sua vez, a arbitragem funciona como uma espécie de tribunal, cujo árbitro
possui autonomia na condução para solução do litígio. O acordo ou a decisão
proferida por meio desses institutos será homologado em juízo e vincula as partes
ao seu cumprimento.

Atenção: A solução de conflitos extrajudiciais não depende de regulamentação, mas


do empenho e comprometimento das entidades, que podem e devem estimular sua
implementação.

ADMINISTRAÇÃO 45
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Estes institutos de conciliação, mediação e de arbitragem reduzirão de forma
significativa os custos e os prazos dos litígios.

BIBLIOGRAFIA
SANTOS
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

Revista Conexão - SEBRAE/SP - Ano II, nº 06. Lei Geral. Disponível em


<http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/noticias/revista_conexao/revista%20cone
xao%20edicao%206/files/001_edicao6_2006_dez_2007_jan_0.pdf> Acesso em
janeiro de 2008.

ADMINISTRAÇÃO 46
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Aula 12_Tributos abrangidos pela Lei Geral e o Parcelamento das dívidas
tributárias
SANTOS
O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições - Simples
Nacional (a ser estudado com detalhes em aulas posteriores), devidos pelas MEs e
EPPs implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação,
somente dos seguintes impostos e contribuições: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS,
Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica (20%), ICMS e
ISS, de acordo com o artigo 13 da Lei Geral.
Já este mesmo artigo 13, em seu parágrafo 3 o, estabelece que as MEs e EPPs que
optaram pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais
contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical,
de que trata o artigo 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço
social autônomo (Sistema S).
A nova sistemática da Lei Complementar nº 123/06 ou Lei Geral também não exclui
a incidência dos seguintes impostos ou contribuições: IOF, Imposto de Importação,
Imposto sobre a Exportação, ITR, Imposto de Renda Retido na Fonte e o auferido
com ganho de capital e rendimentos financeiros, CPMF (quando em vigor), FGTS,
Contribuição para o INSS relativa ao trabalhador e ao empresário, PIS, COFINS e
IPI sobre a importação, conforme o previsto no artigo 13, §1º.
No caso do ICMS, estão excluídas, de acordo com o artigo 13, parágrafo 1 o. XIV: as
operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; tributação
concentrada em uma única etapa e sujeitas ao regime de antecipação do
recolhimento do imposto com encerramento da tributação, envolvendo; a entrada de
petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados,
bem como energia elétrica, cigarros e outros produtos derivados do fumo; bebidas;
óleos e azeites; entre outros produtos apresentados na letra “a”, §1º do art. 13,
incluídos pela LC 147/2014.

Vale consignar as demais situações dispostas entre as letras “b” à “g”, envolvendo o
ICMS devido por ocasião do desembaraço aduaneiro; operação de aquisição ou
manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; a
operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; as operações com
mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, bem
como do valor relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, entre
outras situações.

Quanto ao ISS, também previsto neste mesmo artigo, estão excluídos: os serviços
sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte e a importação de serviços.

De conformidade com o artigo 14, consideram-se isentos do imposto de renda, na


fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, os valores efetivamente pagos ou
distribuídos ao titular ou sócio da MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional, salvo
os que corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados. A isenção fica
limitada ao valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucros do

ADMINISTRAÇÃO 47
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Imposto de Renda, sobre a receita bruta mensal, salvo na hipótese de a pessoa
jurídica manter escrituração contábil e evidenciar lucro superior a este limite.
SANTOS
As MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional estão sujeitas à retenção na fonte
de imposto de renda e das contribuições instituídas pela União, pois o dispositivo
que previa a isenção foi vetado pelo Poder Executivo.

A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de ME e


EPP, e regulamentada pelo artigo 16, dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato
do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário, podendo dar-se até
o último dia útil do mês de janeiro ou quando do início da atividade da pessoa
jurídica, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos
no ato do Comitê Gestor. Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as
pessoas já optantes pelo Simples, e o Comitê Gestor regulamentará a opção
automática. A opção pelo Simples Nacional implica a aceitação de sistema de
comunicação eletrônica, destinado dentre outras finalidades a cientificar o sujeito
passivo de quaisquer atos administrativos, encaminhar notificações e intimações e
expedir avisos em geral, as demais regras estão citadas na lei geral, artigo 16, § 1º
“A” à “D”.

O parcelamento das dívidas tributárias encontra-se regido pelo artigo 79 da Lei


Geral, onde o Comitê Gestor deverá regulamentar o parcelamento, em até 100

Parcelas mensais, dos débitos relativos ao INSS ou Fazendas Públicas federal,


estadual e municipal, de responsabilidade das MPEs, e de seu titular ou sócio,
relativos aos fatos geradores ocorridos até 30 de junho de 2008. O valor mínimo da
parcela mensal será de R$ 100,00, considerados isoladamente os débitos para com
a Fazenda Nacional, para com a seguridade social, para com a fazenda dos
estados, dos municípios ou do Distrito Federal. Esse parcelamento alcança inclusive
débitos inscritos em dívida ativa.

Para que o parcelamento atinja bons resultados, o Comitê Gestor deve


regulamentar esses dispositivos na data de entrada em vigor do Simples Nacional,
em 01/06/2007.

BIBLIOGRAFIA

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

POSTIGLIONE, Marino Luiz. Direito Empresarial. Barueri: Manole, 2006.

ADMINISTRAÇÃO 48
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Aula 13_O Simples Nacional ou Supersimples

SANTOS
No Capítulo I desta Lei nº 9.317, de 05/12/1996, encontram-se as disposições
preliminares, e em seu artigo 1o pode-se ler1:
Art. 1º Esta Lei regula, em conformidade com o disposto no art. 179
da Constituição, o tratamento diferenciado, simplificado e
favorecido, aplicável às microempresas e as empresas de pequeno
porte, relativo aos impostos e às contribuições que menciona.
O Simples Nacional é o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
instituído pela Lei Geral – Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. A
sua concepção originou-se da necessidade de unificar, dentro do possível, a
complexa legislação tributária atualmente aplicável às MPEs nos âmbitos federal, do
Distrito Federal e dos estados e municípios.
Desta forma, o sistema Simples Nacional ou Supersimples, como também é
conhecido, pretende substituir todas essas legislações; com isso a Lei Geral visa
facilitar a vida dos empresários, sócios e administradores das MPEs, bem como o
trabalho dos contabilistas e advogados que assessoram essas empresas. Portanto,
todos são obrigados a conhecer as legislações que envolvem as MPEs, seja em
razão do local em que estejam estabelecidas, seja pelas negociações
intermunicipais e interestaduais que acabam por envolver diferentes normas.
Em âmbito federal, as MPEs convivem com a Lei do Simples, Lei nº 9.317/96, acima
referenciada, que concede benefícios tributários às MPEs, e com o Estatuto das
MEs e EPPs, Lei Complementar nº 123/06 que prevê vantagens nas áreas
trabalhista, previdenciária, creditícia, mercadológica, dentre outras.
Os estados que se recusaram a aderir ao Simples Federal, incluindo o ICMS à
mesma sistemática de recolhimento dos impostos e contribuições
federais, acabaram por fazer suas próprias leis de incentivo às MPEs e, como
resultado, estas MPEs passaram a conviver com várias normas diferentes, o que se
pode ver em algumas dessas legislações estaduais que preveem regime tributário
diferenciado e favorecido às MPEs, notadamente em relação ao ICMS:
Alagoas Lei nº 6.271 De 03 de outubro de 2001.
Bahia Lei nº 7.357 De 04 de novembro de 1998.
Ceará Lei nº 13.298 De 02 de abril de 2003.
Minas Gerais Lei 15.219 De 07 de julho de 2004.
Paraná Lei nº 8.084 De 05 de junho de 1985.
Pernambuco Lei nº 11.515 De 29 de dezembro de 1997.
Rio Grande do Sul Lei nº 7.999 De 07 de junho de 1985.
Rio de Janeiro Lei nº 3.342 De 29 de dezembro de 1999.
Santa Catarina Lei nº 11.398 De 08 de maio de 2000.
São Paulo Lei nº 10.086 De 19 de novembro de 1998.

Vários municípios também possuem normas de incentivo às MPEs, embora grande


parte deles, diferentemente do que fizeram os estados, tenha preferido aderir à Lei
nº 9.317/ 96 Simples Federal , permitindo que as MPEs prestadoras de serviços

ADMINISTRAÇÃO 49
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recolham mensalmente o Imposto Sobre Serviços ISS , juntamente com os tributos
federais, por meio do Documento de Arrecadação Unificado Simples DARF Simples.
SANTOS
Deve-se esclarecer que o Simples Nacional da Lei Geral ficou mais complexo se
compararmos ao Simples da Lei nº 9.317/96, e a justificativa a ser feita é que a
sistemática adotada pelo Simples Nacional foi a forma encontrada para se
estabelecer justiça tributária não só às MPEs, como também aos estados e
municípios, conforme participação desses no Produto Interno Bruto PIB.

No que diz respeito às MPEs, a complexidade do Simples Nacional decorre da


necessidade de se desonerar essas empresas de tributos que não
deveriam recolher, como nos casos de substituição tributária e exportação. Não
obstante, ciente de que a MPE possa ter alguma dificuldade em calcular sua
tributação, o legislador estabeleceu no artigo 1º, parágrafo 15, que será
disponibilizado sistema eletrônico para realização do cálculo simplificado do valor
mensal devido referente ao Simples Nacional.

Assim, o Simples Nacional passou a vigorar somente a partir do dia 1º de julho de


2007. Da publicação da Lei Geral, de 14/12/2006 até a metade do ano de 2007, foi o
prazo negociado pelo Ministério da Fazenda com os congressistas, de modo que
pudessem regulamentar em tempo vários dispositivos desta Lei Geral.

Uma eventual opção pelo Supersimples deve ser sempre precedida de simulações e
de comparações com a carga tributária atual.

A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de ME e


EPP dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo
irretratável para todo o ano-calendário, quando do início da atividade da pessoa
jurídica, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos
no ato do Comitê Gestor. Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as
pessoas já optantes pelo Simples e o Comitê Gestor regulamentará a opção
automática.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração para Empreendedores. 2. Ed.


São Paulo: Pearson, 2011.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

______
1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9317.htm . Revogada pela lei complementar 123/2006

ADMINISTRAÇÃO 50
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Aula 14_Do Limite de Receita Bruta e dos Impostos e Contribuições no
Simples Nacional
SANTOS
O Simples Nacional adota os mesmos parâmetros de limite de receita bruta anual
que as MPEs, ou de acordo com a Lei Geral, que são:
 Microempresa (ME): receita bruta igual ou inferior a R$ 360 mil;
 Empresa de Pequeno Porte (EPP): receita bruta superior a R$ 360 mil e igual
ou inferior a R$ 3,6 milhões.
 A Lei Complementar nº128/08, no artigo 3º, acrescenta o artigo 18-A que
contempla a figura do Microemprendedor Individual (MEI).
 Para fins da Lei Complementar nº128/08, Microemprendedor Individual (MEI)
é o empresário que tenha auferido receita bruta, no ano calendário anterior,
de até R$ 60 mil, optante pelo simples nacional.
As MPEs que ultrapassarem os limites a que se referem os de receita bruta estarão
automaticamente impedidas de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples
Nacional, no ano-calendário subsequente em que houver ocorrido o excesso.

De conformidade com o artigo 13 da Lei Geral, o Simples Nacional implica o


recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes
impostos e contribuições:

I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

II – Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso


XII do § 1o deste artigo;

III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, exceto


importação.

V – Contribuição para o PIS/Pasep,

VI – Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a


cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei n o 8.212, de 24 de julho
de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que
se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5 o-C do art. 18
da Lei Complementar;

VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre


Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação - ICMS;

VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

ADMINISTRAÇÃO 51
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§ 1o O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos seguintes
impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em
SANTOS
relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas
jurídicas:

I – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a


Títulos ou Valores Mobiliários - IOF;

II – Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II;

III – Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou


Nacionalizados - IE;

IV – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR;

V – Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos


em aplicações de renda fixa ou variável;

VI – Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de


bens do ativo permanente;

VII – Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e


de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF;

VIII – Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

IX – Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao


trabalhador;

X – Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na


qualidade de contribuinte individual;

XI – Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela


pessoa jurídica a pessoas físicas;
XII – Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de
bens e serviços;
XIII – ICMS devido:

a) nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação


concentrada em uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação
do recolhimento do imposto com encerramento de tributação, envolvendo
combustíveis e lubrificantes; energia elétrica; cigarros e outros produtos derivados
do fumo; bebidas; óleos e azeites vegetais comestíveis; farinha de trigo e misturas
de farinha de trigo; massas alimentícias; açúcares; produtos lácteos; carnes e suas
preparações; preparações à base de cereais; chocolates; produtos de padaria e da
indústria de bolachas e biscoitos; sorvetes e preparados para fabricação de sorvetes
em máquinas; cafés e mates, seus extratos, essências e concentrados; preparações
para molhos e molhos preparados; preparações de produtos vegetais; rações para

ADMINISTRAÇÃO 52
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animais domésticos; veículos automotivos e automotores, suas peças, componentes
e acessórios; pneumáticos; câmaras de ar e protetores de borracha; medicamentos
SANTOS
e outros produtos farmacêuticos para uso humano ou veterinário; cosméticos;
produtos de perfumaria e de higiene pessoal; papéis; plásticos; canetas e malas;
cimentos; cal e argamassas; produtos cerâmicos; vidros; obras de metal e plástico
para construção; telhas e caixas d’água; tintas e vernizes; produtos eletrônicos,
eletroeletrônicos e eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores;
transformadores elétricos e reatores; disjuntores; interruptores e tomadas;
isoladores; para-raios e lâmpadas; máquinas e aparelhos de ar-condicionado;
centrifugadores de uso doméstico; aparelhos e instrumentos de pesagem de uso
doméstico; extintores; aparelhos ou máquinas de barbear; máquinas de cortar o
cabelo ou de tosquiar; aparelhos de depilar, com motor elétrico incorporado;
aquecedores elétricos de água para uso doméstico e termômetros; ferramentas;
álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas; detergentes; alvejantes; de
recolhimento do imposto com encerramento de tributação ; esponjas;palhas de
aço e amaciantes de roupas; venda de mercadorias pelo sistema porta a porta; nas
operações sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações anteriores; e
nas prestações de serviços sujeitas aos regimes de substituição tributária e de
antecipação

b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação


estadual ou distrital vigente;

c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive


lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia
elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização;

d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;

e) aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de


documento fiscal;

f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal;

g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do


recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito
Federal: com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do
§ 4o do art. 18 da Lei; ou sem encerramento da tributação, hipótese em que será
cobrada a diferença entre a alíquota interna e a insterestadual, sendo vedada a
agregação de qualquer valor;

h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias,


não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

XIV – ISS devido:

a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte;

ADMINISTRAÇÃO 53
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b) na importação de serviços;

SANTOS
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores.

O Comitê Gestor do Simples Nacional:

Disciplinará a forma e as condições em que será atribuída à microempresa ou


empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional a qualidade de substituta
tributária.

Assim, as MPEs que optarem pelo Simples Nacional também estão dispensadas dos
seguintes pagamentos:

 Das contribuições instituídas pelas entidades de serviço social autônomo,


dentre elas o SEBRAE, o SENAI, o SENAC, o SESI, o SESC, o SENAT e
outros;

 Da contribuição sindical patronal instituída pela CLT;

 Das demais contribuições instituídas pela União.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração para Empreendedores. 2. Ed.


São Paulo: Pearson, 2011.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

ADMINISTRAÇÃO 54
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Aula 15_As MPEs que não recolhem os impostos e as contribuições na forma

SANTOS
do Simples Nacional e das alíquotas e base de cálculo

Segundo o disposto no artigo 17 da Lei Geral não poderão recolher os impostos e


contribuições na forma do Simples Nacional as ME ou EPP que:

 Explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management),
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring);

 Que tenha sócio domiciliado no exterior;

 O capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta,


federal, estadual ou municipal;

 Possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as


Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não
esteja suspensa;

 Preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros;


exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de
transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em
área metropolitana para transporte de estudantes ou trabalhadores;

 Seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia


elétrica;

 Exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;

 Exerça atividade de importação de combustíveis;

 Exerça atividade de produção ou venda no atacado de:

a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e


pólvoras, explosivos e detonantes;

b) bebidas a seguir descritas:

1 – alcoólicas;

2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;

ADMINISTRAÇÃO 55
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3 – revogado;

SANTOS
4 – cervejas sem álcool;

 Realize cessão ou locação de mão-de-obra;

 Se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

 Realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a


prestação de serviços tributados pelo ISS.
 com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal,
municipal ou estadual, quando exigível.

A base de cálculo do tributo é o valor sobre o qual o contribuinte aplica uma alíquota,
e encontra o valor do tributo devido, e tanto a base de cálculo como as alíquotas
devem estar previstas em lei.

No caso do Simples e do Simples Nacional, a base de cálculo é o valor da receita


bruta mensal, onde as alíquotas são os percentuais previstos nas tabelas que
variarão conforme a soma das receitas brutas acumuladas. As regras estão na
Seção III da Lei Geral em seu artigo artigo 18.

No artigo 18 da Lei Geral, encontra-se o valor devido mensalmente pela


Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, que optarem pelo Simples Nacional,
mediante aplicação da tabela prevista no Anexo I da referida lei.

Artigo 18, a saber: “O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de


pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação
das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a VI desta Lei Complementar
sobre a base de cálculo de que trata o § 3o deste artigo, observado o disposto no §
15 do art. 3o..”

Partilha do Simples Nacional – Comércio Estradaremos as regras antes e depois da


alteração da LC 139/2011

Assim, Antes da LC 139/2011 (1ª, 2ª e última faixa do Anexo I)

Receita
bruta em 12
meses (R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
Até
120.000,00
4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De
120.000,00 a
240.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

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De
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2.280.000,01
a
2.400.000,00
SANTOS
11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Depois da LC 139/2011 (1ª e a última faixa do Anexo I)

Receita
bruta em 12
meses (R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
Até
180.000,00
4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De
3.420.000,01
a 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
3.600.000,00

Depois da Lei 147/2014 – Verificar as regras no Novo anexo VI da Lei


Complementar 123/2006

Para efeito de determinação da alíquota, a MPE utilizará a receita bruta acumulada


nos 12 meses anteriores aos do período de apuração. Pela Lei do Simples, a MPE
aplica a alíquota com base na receita bruta acumulada no próprio ano-calendário.

Vale lembrar, que com a Lei 147/14 a empresa poderá auferir receita bruta
anual de até R$ 7,2 milhões, sendo:

 R$ 3,6 milhões no mercado interno


 R$ 3,6 milhões em exportação de mercadorias e serviços.

Para efeitos de recolhimento de ICMS é importante ressaltar as regras do


artigo 19 da Lei Geral que será regulamentada pelo Comitê Gestor.

19. Sem prejuízo da possibilidade de adoção de todas as faixas de receita previstas


nos Anexos I a VI desta Lei Complementar, os Estados poderão optar pela aplicação

ADMINISTRAÇÃO 57
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de sublimite para efeito de recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em
seus respectivos territórios, da seguinte forma:
SANTOS
I - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de até 1%
(um por cento) poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das
faixas de receita bruta anual até 35% (trinta e cinco por cento), ou até 50%
(cinquenta por cento), ou até 70% (setenta por cento) do limite previsto no inciso II
do caput do artigo 3º;

II - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de mais de


1% (um por cento) e de menos de 5% (cinco por cento) poderão optar pela
aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até 50%
(cinquenta por cento) ou até 70% (setenta por cento) do limite previsto no inciso II do
caput do artigo 3º;

III - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja igual ou
superior a 5% (cinco por cento) ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita
bruta anual.

§ 1o A participação no Produto Interno Bruto brasileiro será apurada levando em


conta o último resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ou outro órgão que o substitua.

§ 2o A opção prevista nos incisos I e II do caput, bem como a obrigatoriedade


prevista no inciso III do caput, surtirá efeitos somente para o ano-calendário
subsequente, salvo deliberação do CGSN.

§ 3o O disposto neste artigo aplica-se ao Distrito Federal.

Art. 20. A opção feita na forma do art. 19 desta Lei Complementar pelos Estados
importará adoção do mesmo limite de receita bruta anual para efeito de recolhimento
na forma do ISS dos Municípios nele localizados, bem como para o do ISS devido
no Distrito Federal.

§ 1º A empresa de pequeno porte que ultrapassar os limites a que se referem os


incisos I ou II do caput do art. 19 estará automaticamente impedida de recolher o
ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, a partir do mês subsequente ao que
tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus estabelecimentos localizados na
unidade da Federação que os houver adotado, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 13
do art. 3o.

§ 1º-A. Os efeitos do impedimento previsto no § 1º ocorrerão no ano-calendário


subsequente se o excesso verificado não for superior a 20% (vinte por cento) dos
limites referidos.

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§ 2o O disposto no § 1o deste artigo não se aplica na hipótese de o Estado ou de o
Distrito Federal adotarem, compulsoriamente ou por opção, a aplicação de faixa de
SANTOS
receita bruta superior à que vinha sendo utilizada no ano-calendário em que ocorreu
o excesso da receita bruta.

§ 3o Na hipótese em que o recolhimento do ICMS ou do ISS não esteja sendo


efetuado por meio do Simples Nacional por força do disposto neste artigo e no art.
19 desta Lei Complementar, as faixas de receita do Simples Nacional superiores
àquela que tenha sido objeto de opção pelos Estados ou pelo Distrito Federal
sofrerão, para efeito de recolhimento do Simples Nacional, redução na alíquota
equivalente aos percentuais relativos a esses impostos constantes dos Anexos I a VI
desta Lei Complementar, conforme o caso.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

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Aula 16_Da base de cálculo do Simples Nacional

SANTOS
Como já vimos na aula anterior, a tabela da Lei do Simples e do Simples Nacional
apresentam alíquotas diferentes, porque os dois sistemas contemplam os mesmos
tributos federais.
Portanto, seguem as regras de pesquisa referente as tabela sobre Simples Nacional,
sendo que as mesmas encontram-se na Lei Geral 123/06 em seu anexos. Senão
vejamos:

Tabela I do Simples Nacional – comércio1


Tabela II do Simples Nacional – Indústria
Tabela III do Simples Nacional – Serviços e Locação de Bens Móveis
Tabela IV do Simples Nacional – Serviços
Tabela V do Simples Nacional – Serviços
Tabela V-A do Simples Nacional – Serviços Profissionais
Observa-se que as alíquotas dos tributos federais no Simples Nacional são bem
inferiores às do Simples e, mesmo que se considere a receita bruta acumulada nos
últimos 12 meses, a tributação no Simples Nacional se apresenta inferior. Assim,
extrair o ICMS e o ISS é necessário, pois estados e municípios possuem suas
próprias regras de incentivos às MPEs e essas diferenças de tratamento não
permitem fazer uma comparação nacional.
Questões:

 •Como fica a situação nos estados e municípios que concedem isenção ou


redução do ICMS e ISS mais significativas que os percentuais previstos nas
tabelas do Simples Nacional?

 As empresas serão prejudicadas com a inclusão ou o aumento desses


impostos nas tabelas do Simples Nacional?
 O estado de São Paulo isentou as MEs do ICMS. Como fica?

A solução encontrada, para as questões acima, está na Lei Geral, parágrafo 20, do
artigo 18, onde:

20. Na hipótese em que o Estado, o Município ou o Distrito Federal


concedam isenção ou redução do ICMS ou do ISS devido por
microempresa ou empresa de pequeno porte, ou ainda determine
recolhimento de valor fixo para esses tributos, na forma do § 18 deste
artigo, será realizada redução proporcional ou ajuste do valor a ser
recolhido, na forma definida em resolução do Comitê Gestor.

20-A. A concessão dos benefícios de que trata o § 20 deste artigo


poderá ser realizada:

I – mediante deliberação exclusiva e unilateral do Estado, do


Distrito Federal ou do Município concedente;

II – de modo diferenciado para cada ramo de atividade.

ADMINISTRAÇÃO 60
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BIBLIOGRAFIA

SANTOS
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

_____

1 Anexo I - Partilha do Simples Nacional - Comércio. Disponível em:


<www.receita.gov.br/publico/Legislacao/LeisComplementares/2006/LeiComplementar1232006
Anexo1.doc> Acesso em: 16 de março de 2009.

ADMINISTRAÇÃO 61
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Aula 17_Modalidade de empresas que retêm receitas diferenciadas

SANTOS
Esta aula descreve a modalidade de empresas que retêm receitas diferenciadas e
os incentivos às exportações e substituição tributária.

O Simples Nacional, assim como o Simples da Lei nº 9.317/96 estabelecem


diferenças na tributação de MPEs que atuam no comércio, na indústria e no setor de
prestação de serviços.

Desta forma, a Lei Geral optou por um sistema que desse maior justiça tributária às
MPEs e, para tanto, a separação das respectivas receitas nessas empresas foi a
medida encontrada para solucionar esta questão.

Portanto, o comércio, a indústria, os serviços e serviços profissionais são tributados


diferentemente e, além disso, houve a necessidade de desonerar algumas
operações que não poderiam ser alvo da tributação pelo Simples Nacional, como é o
caso das receitas de exportação e da substituição tributária.

Diante disso, o Simples Nacional estabelece que as MPEs devem segregar suas
receitas, isto é, contabilizar separadamente suas receitas, a fim de que cada
atividade seja tributada no justo limite de suas participações, de acordo com o
parágrafo 4º do art. 18 – abaixo transcrito - que dispõe que:

Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de


pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado
mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I
a VI desta Lei Complementar sobre a base de cálculo de que trata o §
3o deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3 o.

1o Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a


receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período
de apuração.

2o Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta


acumulada constantes das tabelas dos Anexos I a VI desta Lei
Complementar devem ser proporcionalizados ao número de meses de
atividade no período.

3o Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada


na forma do caput e dos §§ 1o e 2o deste artigo, podendo tal incidência
se dar, à opção do contribuinte, na forma regulamentada pelo Comitê
Gestor, sobre a receita recebida no mês, sendo essa opção irretratável
para todo o ano-calendário.

4o O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de


pagamento, as receitas decorrentes da:

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I – as receitas decorrentes da revenda de mercadorias;

SANTOS
II – as receitas decorrentes
industrializadas pelo contribuinte;
da venda de mercadorias

III – as receitas decorrentes da prestação de serviços de que trata


o § 5º B, bem como a de locação de bens móveis;

IV – as receitas decorrentes da prestação de serviços de que tratam os


§§ 5o-C a 5o-F e 5o-I deste artigo, que serão tributadas na forma
prevista naqueles parágrafos

V – locação de bens móveis, que serão tributadas na forma do Anexo III


desta Lei Complementar, deduzida a parcela correspondente ao
ISS;

VI - atividade com incidência simultânea de IPI e de ISS, que serão


tributadas na forma do Anexo II desta Lei Complementar, deduzida a
parcela correspondente ao ICMS e acrescida a parcela correspondente
ao ISS prevista no Anexo III desta Lei Complementar;

VII - comercialização de medicamentos e produtos magistrais


produzidos por manipulação de fórmulas

a) sob encomenda para entrega posterior ao adquirente, em caráter


pessoal, mediante prescrições de profissionais habilitados ou indicação
pelo farmacêutico, produzidos no próprio estabelecimento após o
atendimento inicial, que serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei
Complementar;

b) nos demais casos, quando serão tributadas na forma do Anexo I


desta Lei Complementar

§ 4o-A. O contribuinte deverá segregar, também, as receitas:

I - decorrentes de operações ou prestações sujeitas à tributação


concentrada em uma única etapa (monofásica), bem como, em relação
ao ICMS, que o imposto já tenha sido recolhido por substituto tributário
ou por antecipação tributária com encerramento de
tributação; (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

II - sobre as quais houve retenção de ISS na forma do § 6 o deste artigo


e § 4o do art. 21 desta Lei Complementar, ou, na hipótese do § 22-A
deste artigo, seja devido em valor fixo ao respectivo município.

III - sujeitas à tributação em valor fixo ou que tenham sido objeto de


isenção ou redução de ISS ou de ICMS na forma prevista nesta Lei
Complementar;

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IV - decorrentes da exportação para o exterior, inclusive as vendas
realizadas por meio de comercial exportadora ou da sociedade de
SANTOS
propósito específico prevista no art. 56 desta Lei Complementar.

V - sobre as quais o ISS seja devido a Município diverso do


estabelecimento prestador, quando será recolhido no Simples
Nacional.

Com base nessa legislação, e para efeito de tributação pelo Simples Nacional, as
atividades comerciais, industriais, de locação de bens móveis e de prestação de
serviços terão tabelas próprias, conforme as regras a seguir:

 Comércio: Anexo I.

 Indústria: Anexo II.

 Serviços relacionados ao §5º - B – Anexo III

 Serviço e Locação de bens móveis e corretagem: Anexo III, na locação de


bens imóveis deduz-se a parcela correspondente ao ISS

 Demais Serviços – verificar páragrafo 5º “A” a “I” do artigo 18


 Anexo V

1) Será apurada a relação (r) conforme abaixo:

(r) = Folha de Salários incluídos encargos (em 12meses) Receita Bruta (em 12
meses)

 Anexo IV. Nesse caso, o INSS patronal também deverá ser calculado e
recolhido separadamente nos termos da legislação comum.

Pode-se constatar que várias atividades de serviços que estavam fora do Simples da
Lei nº 9.317/96 foram admitidas no Simples Nacional. No entanto, essas atividades
tiveram tributação mais elevada em comparação àquelas que eram recepcionadas
pela Lei do Simples. Não obstante, na maioria dos casos, o Simples Nacional se
mostra mais vantajoso que a tributação pelo lucro presumido.

Atenção: recomenda-se que cada empresa faça uma simulação para conferir qual o
sistema que apresenta maior economia tributária, sem se esquecer de considerar os
demais incentivos previstos na Lei Geral, já visto neste estudo.

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BIBLIOGRAFIA

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MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014

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Aula 18_Sobre o ICMs e ISS nas MPEs e a tributação sobre a receita excedente

SANTOS
A Lei Geral ainda possibilita que estados e municípios adotem forma alternativa de
recolhimento fixo mensal do ICMS e do ISS para as microempresas.
De conformidade com o § 18, do artigo 18: s Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, no âmbito das respectivas competências, poderão estabelecer, na forma
definida pelo Comitê Gestor, independentemente da receita bruta recebida no mês
pelo contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS
devido por microempresa que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior, de até
o limite máximo previsto na segunda faixa de receitas brutas anuais constantes dos
Anexos I a VI, ficando a microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-
calendário, ressalvado o disposto no § 18-A
§ 18-A. A microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de receita
bruta previsto no § 18 fica impedida de recolher o ICMS ou o ISS pela
sistemática de valor fixo, a partir do mês subsequente à ocorrência do excesso,
sujeitando-se à apuração desses tributos na forma das demais empresas
optantes pelo Simples Nacional.
Contudo, a lei permite essa possibilidade desde que os valores não excedam a 50%
do maior recolhimento possível do tributo para a faixa de enquadramento prevista na
tabela, respeitados os acréscimos decorrentes do tipo de atividade da empresa.
Conforme dispõe o parágrafo 19 do artigo 18 da referida lei, a saber:
§ 19. Os valores estabelecidos no § 18 deste artigo não poderão
exceder a 50% (cinqüenta por cento) do maior recolhimento
possível do tributo para a faixa de enquadramento prevista na
tabela do caput deste artigo, respeitados os acréscimos
decorrentes do tipo de atividade da empresa estabelecidos no § 5 o
deste artigo.

Em relação ao ICMS e ao ISS, quais operações não são alcançadas pela tributação
simplificada de acordo com a Lei Geral?

Resposta: No caso do ICMS estão excluídas: as operações ou prestações sujeitas


ao regime de substituição tributária; o recolhimento por terceiro, ou responsável; a
entrada de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou
industrialização; o ICMS devido por ocasião do desembaraço aduaneiro; operação
de aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de
documento fiscal; a operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; as
operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do
imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal:

(Art. 13, §1º, XIII da Lei Geral). XIII – ICMS devido:

§ 1o O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos


seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte
ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável
às demais pessoas jurídicas:

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a) nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação
concentrada em uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de
SANTOS
antecipação do recolhimento do imposto com encerramento de tributação,
envolvendo combustíveis e lubrificantes; energia elétrica; cigarros e outros
produtos derivados do fumo; bebidas; óleos e azeites vegetais comestíveis;
farinha de trigo e misturas de farinha de trigo; massas alimentícias;
açúcares; produtos lácteos; carnes e suas preparações; preparações à base
de cereais; chocolates; produtos de padaria e da indústria de bolachas e
biscoitos; sorvetes e preparados para fabricação de sorvetes em máquinas;
cafés e mates, seus extratos, essências e concentrados; preparações para
molhos e molhos preparados; preparações de produtos vegetais; rações
para animais domésticos; veículos automotivos e automotores, suas peças,
componentes e acessórios; pneumáticos; câmaras de ar e protetores de
borracha; medicamentos e outros produtos farmacêuticos para uso humano
ou veterinário; cosméticos; produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
papéis; plásticos; canetas e malas; cimentos; cal e argamassas; produtos
cerâmicos; vidros; obras de metal e plástico para construção; telhas e
caixas d’água; tintas e vernizes; produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e
eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores; transformadores elétricos
e reatores; disjuntores; interruptores e tomadas; isoladores; para-raios e
lâmpadas; máquinas e aparelhos de ar-condicionado; centrifugadores de
uso doméstico; aparelhos e instrumentos de pesagem de uso doméstico;
extintores; aparelhos ou máquinas de barbear; máquinas de cortar o cabelo
ou de tosquiar; aparelhos de depilar, com motor elétrico incorporado;
aquecedores elétricos de água para uso doméstico e termômetros;
ferramentas; álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas;
detergentes; alvejantes; esponjas; palhas de aço e amaciantes de roupas;
venda de mercadorias pelo sistema porta a porta; nas operações sujeitas ao
regime de substituição tributária pelas operações anteriores; e nas
prestações de serviços sujeitas aos regimes de substituição tributária e de
antecipação de recolhimento do imposto com encerramento de tributação;

b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da


legislação estadual ou distrital vigente;

c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo,


inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados,
bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou
industrialização;

d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;

e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria


desacobertada de documento fiscal;

f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal;

ADMINISTRAÇÃO 67
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g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de
antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados
SANTOS
e Distrito Federal:

1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do §


4o do art. 18 desta Lei Complementar;

2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a


diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a
agregação de qualquer

h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou


mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do
imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

Quanto ao ISS estão excluídos: os serviços sujeitos à substituição tributária ou


retenção na fonte e a importação de serviços.

(Art. 13, §1º, XIV da Lei Geral).

§ 1o O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos


seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte
ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável
às demais pessoas jurídicas:

XIV – ISS devido:

a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na


fonte;

b) na importação de serviços;

Vale, neste momento, lembrar que se considera receita bruta o produto da venda de
bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o
resultado nas operações em conta alheia (operações realizadas pela empresa em
nome de terceiros, ex.: venda em consignação, intermediação de negócios etc.), não
incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. (Art. 3º,
§1º. da Lei Geral)

Atenção: A alíquota a incidir sobre a receita bruta na fonte será sempre a


correspondente à legislação municipal. Não existe retenção na fonte do ISS

BIBLIOGRAFIA
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.
PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão
para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014

ADMINISTRAÇÃO 68
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Aula 19_Sobre o Recolhimento do Simples Nacional e da forma de adesão ao
Sistema
SANTOS
A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de ME e
EPP dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo
irretratável para todo o ano-calendário, podendo ocorrer até o último dia útil do mês
de janeiro ou quando do início da atividade da pessoa jurídica, desde que exercida
nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor.
Art. 16, Lei Geral1, a saber:
Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada
na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na
forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável
para todo o ano-calendário.
§ 1o Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-
á microempresa ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta
no ano-calendário anterior ao da opção esteja compreendida dentro dos
limites previstos no art. 3o desta Lei Complementar.
1º-A. A opção pelo Simples Nacional implica aceitação de sistema de
comunicação eletrônica, destinado, dentre outras finalidades, a:
I - cientificar o sujeito passivo de quaisquer tipos de atos
administrativos, incluídos os relativos ao indeferimento de opção, à
exclusão do regime e a ações fiscais;
II - encaminhar notificações e intimações; e
III - expedir avisos em geral.
§ 1º-B. O sistema de comunicação eletrônica de que trata o § 1o-A será
regulamentado pelo CGSN, observando-se o seguinte:
I - as comunicações serão feitas, por meio eletrônico, em portal próprio,
dispensando-se a sua publicação no Diário Oficial e o envio por via
postal;
II - a comunicação feita na forma prevista no caput será considerada
pessoal para todos os efeitos legais;
III - a ciência por meio do sistema de que trata o § 1 o-A com utilização
de certificação digital ou de código de acesso possuirá os requisitos de
validade;
IV - considerar-se-á realizada a comunicação no dia em que o sujeito
passivo efetivar a consulta eletrônica ao teor da comunicação; e
V - na hipótese do inciso IV, nos casos em que a consulta se dê em dia
não útil, a comunicação será considerada como realizada no primeiro
dia útil seguinte.
§ 1º-C. A consulta referida nos incisos IV e V do § 1º-B deverá ser feita
em até 45 (quarenta e cinco) dias contados da data da disponibilização
da comunicação no portal a que se refere o inciso I do § 1º-B, ou em
prazo superior estipulado pelo CGSN, sob pena de ser considerada
automaticamente realizada na data do término desse prazo.
§ 1º-D. Enquanto não editada a regulamentação de que trata o § 1 o-B,
os entes federativos poderão utilizar sistemas de comunicação
eletrônica, com regras próprias, para as finalidades previstas no § 1º-A,

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podendo a referida regulamentação prever a adoção desses sistemas
como meios complementares de comunicação.
SANTOS
§ 2o A opção de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada no
mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do
primeiro dia do ano-calendário da opção, ressalvado o disposto no § 3 o
deste artigo.
§ 3o A opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade,
desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem
estabelecidos no ato do Comitê Gestor a que se refere o caput deste
artigo.
§ 4o Serão consideradas inscritas no Simples Nacional, em 1 o de julho
de 2007, as microempresas e empresas de pequeno porte regularmente
optantes pelo regime tributário de que trata a Lei no 9.317, de 5 de
dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por
alguma vedação imposta por esta Lei Complementar.
§ 5o O Comitê Gestor regulamentará a opção automática prevista no §
4o deste artigo.
§ 6o O indeferimento da opção pelo Simples Nacional será formalizado
mediante ato da Administração Tributária segundo regulamentação do
Comitê Gestor.
Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as pessoas já
optantes pelo Simples, e o Comitê Gestor regulamentará a opção
automática (Art. 16, Lei Geral).
Em caso de empresa recém-constituída, a opção produzirá efeitos a
partir da data do início de sua atividade, desde que exercida nos
termos, nos prazos e nas condições a serem estabelecidos no ato do
Comitê Gestor.

Exemplo:
A Papelaria C.A.R.O.L. Ltda, optante pelo Simples Nacional, obteve receita bruta
resultante exclusivamente da revenda de mercadorias não sujeitas à substituição
tributária; esta empresa não possui filial.
Convenções:
PA = Período de apuração;
RBT12 = Receita Bruta dos últimos 12 meses exclusive o mês do Período de
Apuração (PA);
RBA = Receita Bruta Acumulada de janeiro até o mês do PA inclusive.

Dados da empresa:
Receita Bruta de julho = R$ 25.000,00
RBA = R$ 135.000,00
Alíquota dessa faixa = 5,47%
RBT12 = R$ 220.000,00 (Anexo I)
Fluxo de faturamento (valores em milhares de R$):

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Simples Nacional devido no mês = (R$ 25 mil X 5,47%) = R$ 1.367,50
Não poderá recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a
ME ou EPP

De acordo com o Art. 17 da Lei Geral, a saber:

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do


Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:

I – que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de


serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos
(asset management), compras de direitos creditórios resultantes de
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II – que tenha sócio domiciliado no exterior;

III – de cujo capital participe entidade da administração pública, direta


ou indireta, federal, estadual ou municipal;

IV – que preste serviço de comunicação; (Revogado pela Lei


Complementar nº 128, de 2008)

V – que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social -


INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal,
cuja exigibilidade não esteja suspensa;

VI – que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de


passageiros;

VII – que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora


de energia elétrica;

VIII – que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis


e motocicletas;

IX – que exerça atividade de importação de combustíveis;

X – que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:


(Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

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a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo,
munições e pólvoras, explosivos e detonantes; (Incluída pela Lei
SANTOS
Complementar nº 128, de 2008)

b) bebidas a seguir descritas: (Incluída pela Lei Complementar nº 128,


de 2008) 1 – alcoólicas; (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de
2008)

2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;

3 – preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou


sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com
capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada
parte do concentrado; (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

4 – cervejas sem álcool; (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de


2008)

XI – Revogado (Redação da Lei Complementar nº 147/14)

XII – que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

XIII – Revogado (Redação da Lei Complementar nº 147/14)

XIV – que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

XV – que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto


quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS. (Incluído
pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro


fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível.

1o As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput


deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem
exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5o-B a 5o-E do art. 18
desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com outras
atividades que não tenham sido objeto de vedação no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008)

2o Também poderá optar pelo Simples Nacional a microempresa ou


empresa de pequeno porte que se dedique à prestação de outros
serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa neste artigo,
desde que não incorra em nenhuma das hipóteses de vedação
previstas nesta Lei Complementar

4º Na hipótese do inciso XVI do caput, deverá ser observado, para o


MEI, o disposto no art. 4o desta Lei Complementar.

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Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta
Lei
SANTOS
I – por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê
Gestor;

II – segundo códigos específicos, para cada espécie de receita


discriminada no § 4o do art. 18 desta Lei Complementar; (Revogado
pela Lei Complementar nº 127, de 2007)

III – enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia
útil da primeira quinzena do mês subsequente àquele a que se referir;

IV – em banco integrante da rede arrecadadora credenciada pelo


Comitê Gestor.

IV - em banco integrante da rede arrecadadora do Simples Nacional, na


forma regulamentada pelo Comitê Gestor. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 127, de 2007)

Do Recolhimento por Intermédio da Matriz:

Na hipótese da MPE possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional


dar-se-á por intermédio da matriz.

ISS Retido na Fonte:

A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte


optantes pelo Simples Nacional somente será permitida se observado o disposto no
art. 3o da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, e deverá observar as
seguintes normas:

 a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento


fiscal e corresponderá ao percentual de ISS previsto nos Anexos III, IV, V ou
VI desta Lei Complementar para a faixa de receita bruta a que a
microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior
ao da prestação;
 na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de
atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser
aplicada pelo tomador a alíquota correspondente ao percentual de ISS
referente à menor alíquota prevista nos Anexos III, IV, V ou VI desta Lei
Complementar;
 na hipótese do inciso II deste parágrafo, constatando-se que houve diferença
entre a alíquota utilizada e a efetivamente apurada, caberá à microempresa
ou empresa de pequeno porte prestadora dos serviços efetuar o recolhimento
dessa diferença no mês subseqüente ao do início de atividade em guia
própria do Município;

ADMINISTRAÇÃO 73
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na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar sujeita à
tributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá


SANTOS
a retenção a que se refere o caput deste parágrafo
Não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a
alíquota do ISS informada no documento fiscal for inferior à devida, hipótese
em que o recolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do
Município;
 valor retido, devidamente recolhido, será definitivo, não sendo objeto de
partilha com os municípios, e sobre a receita de prestação de serviços
que sofreu a retenção não haverá incidência de ISS a ser recolhido no
Simples Nacional.

Sobre o tratamento do Imposto de Renda dispensado à distribuição de lucros:

Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na declaração de ajuste do


beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da ME
e EPP optante pelo Simples Nacional, salvo os que corresponderem a pró-labore,
aluguéis ou serviços prestados. A isenção fica limitada ao valor resultante da
aplicação dos percentuais de presunção de lucros do Imposto de Renda, sobre a
receita bruta mensal, salvo na hipótese de a pessoa jurídica manter escrituração
contábil e evidenciar lucro superior a este limite. (Art. 14, §1º e §2º da Lei Geral).

BIBLIOGRAFIA

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

SEBRAE. As principais mudanças da Lei Geral das Micro e pequenas


empresas. Disponível em http://www.cdlcariacica.com.br/wp-
content/uploads/2016/10/anexo4.pdf. Acesso em 15 de agosto de 2016.

_____
1 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/LCP/Lcp123.htm

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Aula 20_Considerações a serem feitas sobre as novas legislações

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Considerações a serem feitas sobre a Lei Complementar 123/2006 1 e suas
alterações. Inclusão de nova figura jurídica EIRELI
O Supersimples unifica os impostos federais, estaduais e municipais: ISS, PIS,
Cofins, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS, e no lugar de várias guias de recolhimento,
com várias datas e cálculos diferentes, haverá apenas um pagamento, com data e
cálculo único de quitação. Tudo isso representa menos burocracia, pois haverá
redução da carga tributária.
A grande maioria das MEs e EPPs pagará menos impostos com essa integração,
uma vez que a redução média será de 20% para quem já opta pelo Simples Federal,
podendo chegar a 50% dependendo do estado em que a empresa estiver instalada.
Para aquelas empresas que agora poderão optar pelo Supersimples a redução
poderá chegar a 80%. Entretanto, é bom ressaltar que cada caso deve ser analisado
individualmente.
O capítulo tributário é o coração da Lei Geral, mas não é o único benefício que ela
trará quando os demais capítulos forem regulamentados pelos estados e
municípios.
A desburocratização para micro e pequenas empresas não ficou restrita só aos
impostos, chegou também para a abertura da empresa, pois serão necessários
menos comprovantes e documentos. Ao invés de vários números de identificação,
como inscrição estadual, inscrições municipais, CNPJ, dentre outros, haverá um
único número baseado no CNPJ. A abertura da empresa será efetuada mediante
registro simplificado dos seus atos constitutivos, dispensando as empresas de
inscrição em qualquer outro cadastro. Além disso, todas as exigências para a
abertura da empresa serão consolidadas e disponibilizadas de uma só vez, para que
o empresário saiba o que deve fazer para formalizar seu negócio.

A Lei Geral também ajuda aqueles empresários/empreendedores que precisavam


esperar meses até conseguirem fechar sua antiga empresa para abrirem um novo
negócio; e a baixa da empresa sem atividade há mais de 3 anos será automática,
sendo os débitos tributários assumidos pelos sócios.

No médio prazo será possível que a empresa tenha funcionamento imediato por
meio da emissão de um Alvará de Funcionamento Provisório. Os órgãos envolvidos
na abertura e no fechamento de empresas, e responsáveis pela emissão de
licenças, alvarás e autorizações de funcionamento somente realizarão vistorias após
o início operacional do estabelecimento, exceto nos casos de risco considerado alto
para empregados e consumidores dessas empresas.

A partir da regulamentação da Lei Geral, os órgãos públicos poderão dar preferência


aos pequenos negócios em suas licitações, pois está previsto que as licitações de
até R$ 80 mil poderão ser feitas, exclusivamente, para micros e pequenas
empresas. Também será permitida a sua subcontratação por empresas de maior
porte, e a possibilidade de fornecimentos parciais de grandes lotes, quando
empresas de pequeno porte terão preferência, se os preços forem próximos aos das

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grandes. Espera-se que R$ 34 bilhões sejam vendidos pelas pequenas empresas
para os governos dos municípios, dos estados e da União.
SANTOS
Neste momento é importante ressaltar que a Lei Complementar 123/2006 sofreu
modificações em razão da Lei Complementar 128/2008, que estudaremos a seguir:

Em 22/12/08 foi publicado no Diário Oficial da União a Lei Complementar n.º 128,
que altera as regras da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa
(Lei Complementar n.º 123/06), tratada em nosso material como Lei Geral.

Vale destacar que a Lei Complementar 128/08 é fruto de debates ocorridos no


Congresso Nacional, com participação de diversos setores da sociedade. O projeto
da Lei Complementar (PLC 128/2008) é de autoria do Deputado Federal Antônio
Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) que, por sua vez, consolidou os PLP 002/2007 e
PLP 126/08.

A grande inovação trazida pela Lei Complementar n.º 128/08 é a criação do


Microempreendedor Individual e a inclusão de novos setores no Simples Nacional
o que certamente irá beneficiar uma grande parcela daqueles que estavam na
informalidade.

A Lei Complementar n.º 128/08 disciplina o Microempreendedor Individual (MEI),


que poderá optar pelo recolhimento dos impostos e das contribuições abrangidos
pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita
bruta por ele auferida no mês.

Algumas das alterações :

Parcelamento de Débitos: Foi estabelecido que, para ingresso no Simples


Nacional, será concedido parcelamento em até cem (100) parcelas mensais e
sucessivas, dos débitos com o INSS ou com as Fazendas Públicas Federal,
Estadual ou Municipal, de responsabilidade da microempresa ou empresa de
pequeno porte e de seu titular ou sócio, com vencimento até 30 de junho de 2008.
Este parcelamento deverá ser requerido no prazo a ser estabelecido em
regulamentação do Comitê Gestor, e não se aplicará na hipótese de reingresso de
microempresa ou empresa de pequeno porte no Simples Nacional. O valor mínimo
da parcela mensal será de R$ 100,00 (cem reais), considerados isoladamente os
débitos com a Fazenda Nacional, com a Seguridade Social, com a Fazenda dos
Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal

Já em 2014, entrou em vigor a Lei Complementar 147/2014, a lei mais do que dobrou
o número de empresas que aderiram ao Simples – regime tributário simplificado e
menos oneroso. A Secretaria da MPE informou que 502.692 empresas solicitaram a
inclusão em 2015, ou seja, 125% a mais do que no ano anterior.

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Veremos à seguir as principais alterações da Lei 147/14:

NOVAS ATIVIDADESSANTOS
Poderá optar pelo Simples Nacional a partir de 01/01/2015 a ME ou EPP que
exerça as seguintes atividades:

1. Tributadas com base nos Anexos I ou II da LC 123/2006:


1.1 Produção e comércio atacadista de refrigerantes

A ME ou EPP envasadora de refrigerantes que venha a optar pelo Simples Nacional


permanece obrigada a instalar equipamentos de contadores de produção, que
possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca
comercial, na forma disciplinada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

2. Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006:


2.1 Fisioterapia
2.2 Corretagem de seguros
2.3 Corretagem de imóveis de terceiros, assim entendida a receita relativa à
intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis
2.4 Serviços prestados mediante locação de bens imóveis próprios com a finalidade
de exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios virtuais,
stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos,
parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou
negócios de qualquer natureza.

3. Tributada com base no Anexo IV da LC 123/2006:


3.1 Serviços Advocatícios

Consta de Resolução as seguintes atividades, que também poderão optar pelo


Simples Nacional a partir de 01/01/2015:

1. Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006:


- Serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, na modalidade
fluvial, ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou
realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de
estudantes e trabalhadores (retirando-se o ISS e acrescentando-se o ICMS)

2. Tributadas com base no Anexo VI da LC 123/2006:


- Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem
- Medicina veterinária
- Odontologia

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- Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia
e de clínicas de nutrição, de vacinação e bancos de leite
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- Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação
- Arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia,
testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e
agronomia
- Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e
serviços de terceiros
- Perícia, leilão e avaliação

Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração


- Jornalismo e publicidade
- Agenciamento, exceto de mão-de-obra
- Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de
serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica,
científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou
não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da LC
123/2006.

O novo ANEXO VI da LC 123/2006, vigente a partir de 01/01/2015, prevê alíquotas


entre 16,93% e 22,45%.

MEI – CONTRATAÇÃO POR EMPRESAS

A empresa que contrata MEI para prestar serviços diferentes de hidráulica,


eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos,
não está mais obrigada ao registro na GFIP e ao recolhimento da cota patronal de
20% (o art. 12 da LC 147/2014 revogou retroativamente essa obrigatoriedade).

Todavia, quando houver os elementos da relação de emprego, o MEI deverá ser


considerado empregado para todos os efeitos.

Adicionalmente, a resolução ratifica que o MEI não pode prestar serviços na


modalidade de cessão de mão-de-obra.

FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO

São tributadas com base no Anexo III as receitas decorrentes da comercialização de


medicamentos e produtos magistrais sob encomenda para entrega posterior ao
adquirente, em caráter pessoal, mediante prescrições de profissionais habilitados ou
indicação pelo farmacêutico, produzidos no próprio estabelecimento após o
atendimento inicial.

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São tributadas com base no Anexo I as receitas auferidas nos demais casos
(comercialização de produtos em prateleira).
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NOVA HIPÓTESE DE VEDAÇÃO À OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL

Não terá direito à opção pelo Simples Nacional e estará sujeita à exclusão do regime
o MEI, ME ou EPP cujo(s) titular(es) ou sócio(s) guarde(m), cumulativamente, com o
contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.

Em outras palavras: membro de empresa optante pelo Simples Nacional não pode
ser, na realidade, empregado de quem a contrata.

BENEFÍCIOS PARA A CESTA BÁSICA

A União, os Estados e o Distrito Federal poderão, em lei específica destinada à ME


ou EPP optante pelo Simples Nacional, estabelecer isenção ou redução das
Contribuições para a COFINS e para o PIS/Pasep e do ICMS para produtos da cesta
básica, discriminando a abrangência da sua concessão.

A medida depende de lei federal (COFINS e PIS/Pasep) e de leis estaduais ou


distrital (ICMS)

NOVAS REGRAS PARA VALORES FIXO DE ICMS E DE ISS

Os Estados, o DF e os Municípios poderão estipular valores fixos de ICMS ou de


ISS para a ME que tenha auferido, no ano anterior, até R$ 360 mil de receita bruta.

Hoje esse limite é de R$ 120 mil.

O valor fixo deixará de ser aplicado se, durante o ano calendário, a ME ultrapassar o
limite de R$ 360 mil de receita bruta.

A não aplicação do valor fixo ocorrerá no mês seguinte ao do excesso.

O ente federado que tenha valor fixo em vigência terá que efetuar a revisão até
31/12/2014.

DOCUMENTOS FISCAIS E DEMAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS NO PORTAL


DO SIMPLES NACIONAL

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A LC 147/2014 previu a regulamentação por parte do Comitê Gestor do Simples
Nacional e a disponibilização, no Portal do Simples Nacional, de aplicativos para
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emissão de documentos fiscais e demais obrigações acessórias relativas ao regime.

A implantação desses aplicativos demandará o desenvolvimento e implantação de


sistemas em conjunto com a Receita Federal, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Qualquer nova obrigação acessória relativa ao Simples Nacional terá que constar de
Resolução do CGSN.

Permanecem válidas as obrigações acessórias estabelecidas para a ME ou EPP


optante pelo Simples Nacional decorrentes de norma publicada até 31 de março de
2014, até que sejam unificados os procedimentos por meio de aplicativos
disponíveis no Portal do Simples Nacional.

ITENS QUE SERÃO REGULAMENTADOS OPORTUNAMENTE:

LIMITE EXTRA PARA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS

A partir de 2015, o limite extra para que a EPP tenha incentivos para exportar
passará a abranger mercadorias e serviços.

Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões,
sendo R$ 3,6 milhões no mercado interno e R$ 3,6 milhões em exportação de
mercadorias e serviços.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS

As alterações trazidas pela LC 147/2014 relativas à substituição tributária do ICMS


terão vigência a partir de 01/01/2016, devendo a regulamentação ocorrer ao longo
do ano de 2015.

Encerradas as principais alterações da LC 147/14, vale citar mais algumas


alterações significativas da Lei Complementar 128/08:

Empresário individual : O Código Civil (arts. 968 e 1.033) também foi alterado pela
LC 128 (art. 10), para dispor que, caso venha a admitir sócios, o empresário
individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a
transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária,
observadas as regras estabelecidas. (arts. 968, § 3º c/c 1.033, parágrafo único do
Código Civil).

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Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:

I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;

II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III - o capital;

IV - o objeto e a sede da empresa.

 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por


termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e
obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.

 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas


quaisquer modificações nela ocorrentes.

 3o Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao


Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de
empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que
couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela Lei
Complementar nº 128, de 2008).

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de


sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado;

II - o consenso unânime dos sócios;

III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo


indeterminado;

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta


dias;

V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente,


inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua
titularidade, requeira no Registro Público de Empresas Mercantis a transformação do

ADMINISTRAÇÃO 81
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registro da sociedade para empresário individual, observado, no que couber, o
disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela lei Complementar nº
128, de 2008) SANTOS
INSS - CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e Contribuinte individual:
No âmbito previdenciário foram alteradas: a Lei nº 8.212/1991, no tocante à
contribuição previdenciária do contribuinte individual referente ao período de
atividade remunerada alcançada pela decadência, e a Lei nº 8.213/1991, em relação
à inserção de dados e a consulta (INSS e segurado) no CNIS (arts. 8º e 9º da LC
128/08).

Registro de empresas: A lei cria o Comitê para Gestão da Rede Nacional para a
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios, para tratar do
processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas.

Redução de alíquotas: O texto possibilita a redução a zero das alíquotas do IPI, da


Cofins, do PIS/Pasep, da Cofins-Importação, do PIS/Pasep-Importação e do ICMS,
em relação à aquisição e importação de equipamentos, máquinas, aparelhos,
instrumentos, acessórios, sobressalentes e ferramentas que os acompanhem.

(art. 65, § 4º da LC 123/06)

§ 4º Ficam autorizados a reduzir a 0 (zero) as alíquotas dos impostos e contribuições


a seguir indicados, incidentes na aquisição, ou importação, de equipamentos,
máquinas, aparelhos, instrumentos, acessórios, sobressalentes e ferramentas que
os acompanhem, na forma definida em regulamento, quando adquiridos, ou
importados, diretamente por microempresas ou empresas de pequeno porte para
incorporação ao seu ativo imobilizado: (Redação dada pela Lei Complementar nº
128, de 2008).

I – a União, em relação ao IPI, à Cofins, à Contribuição para o PIS/Pasep, à Cofins-


Importação e à Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; e

II – os Estados e o Distrito Federal, em relação ao ICMS.

§ 5º A microempresa ou empresa de pequeno porte, adquirente de bens com o


benefício previsto no § 4º deste artigo, fica obrigada, nas hipóteses previstas em
regulamento, a recolher os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos,
acrescidos de juros e multa, de mora ou de ofício, contados a partir da data da
aquisição, no mercado interno, ou do registro da declaração de importação – DI,
calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago.

(Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008).

EIRELI – LEI 12.441/11

ADMINISTRAÇÃO 82
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Por fim, é importante citar a nova figura jurídica, ou seja a EIRELI, que nasceu em
julho de 2011, por meio da lei 12.441, que alterou o Código Civil, possibilitando a
SANTOS
inclusão na formalidade de um novo tipo de empresa individual. Agora, o
empreendedor que optar por, individualmente, exercer uma atividade empresarial
poderá escolher entre duas hipóteses: Empresário Individual ou Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada – EIRELI. Essa nova modalidade empresarial
dispensa o empreendedor de possuir um sócio e preserva o patrimônio pessoal dele,
já que atribui à sociedade as obrigações por ela assumidas, o que está de acordo
com o que já era previsto na legislação para uma sociedade limitada com mais
sócios.

Com a criação desse novo tipo, o empreendedor que optar por, sozinho, exercer a
atividade empresária poderá escolher entre duas subespécies:

1) Empresário Individual

2) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.

O Empresário Individual, como visto, não goza de personalidade jurídica nem de


limitação de responsabilidade, enquanto que a EIRELI possui personalidade e os
benefícios da separação de patrimônio e limitação de responsabilidade. A EIRELI
funcionará como uma empresa normal, podendo, inclusive, participar de licitações. A
Criação da figura do EIRELI, alterou dispositivos do Código Civil, além de colaborar
com a simplficação do pagamento de tributos, ao permitir a utilização do simples
nacional pela Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.

BIBLIOGRAFIA

PADOVEZE, Clóvis Luís; MARTINS, Miltes Angelita M. Contabilidade e Gestão


para Micro e pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes, 2014.

SEBRAE. As principais mudanças da Lei Geral das Micro e pequenas


empresas. Disponível em http://www.cdlcariacica.com.br/wp-
content/uploads/2016/10/anexo4.pdf. Acesso em 15 de agosto de 2016

_____
1 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/LCP/Lcp123.htm

ADMINISTRAÇÃO 83
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Aula 21_Introdução à Legislação do microcrédito

SANTOS
Introdução à Legislação de microcrédito e a Lei nº 11.110 de 25 de abril de 2005.
Conforme dispõe o artigo 1º, a saber: “Fica instituído, no âmbito do Ministério do
Trabalho e Emprego, o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado -
PNMPO, com o objetivo de incentivar a geração de trabalho e renda entre os
microempreendedores populares.”
Antes de entrar no mérito da legislação de microcrédito é preciso que se informe o
que vem a ser microcrédito e as demais terminologias a ele relacionadas.
O que são Microfinanças, Microcrédito e Crédito Tradicional? 2
As microfinança3 representam um segmento do setor financeiro voltado
para um público cujas necessidades não são propriamente atendidas pelas insti
tuições tradicionais;
O conceito de microfinanças está relacionado à oferta de serviços
financeiros para população de baixa renda, geralmente excluídas
do sistema financeiro tradicional. O microcrédito é parte integrante
do conceito de microfinanças e tem sido uma importante ferramenta
de inclusão social em diversos países. Entretanto, no Brasil, estima-
se que somente cerca de 2% da demanda potencial é atendida com
o atual volume de operações de microcrédito.
O microcrédito é a concessão de crédito produtivo a microempreendedores e
indivíduos, sendo que o acesso a fontes regulares inexiste ou é restrito.
O microcrédito visa à sustentabilidade, prioriza operações de pequena monta. Nele,
o crédito é ferramenta de política social e enfatiza o desenvolvimento de rede de
apoio mútuo entre empreendedores e os juros refletem os custos operacionais.
Apresenta, ainda, a confiança como ativo social e garantia.

O crédito tradicional visa apenas ao lucro, priorizando operações de maior vulto,


não considerando as funções sociais do crédito, apresentando juros e taxas
condizentes com infraestrutura pesada e alta tecnologia, e apresentando a exigência
de garantias reais.

Para o Sebrae 4, o Microcrédito é a concessão de empréstimos de baixo valor a


pequenos empreendedores informais e microempresas, com dificuldades de acesso
ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem como oferecer
garantias reais. É um crédito destinado à produção (capital de giro e investimento), e
é concedido com o uso de metodologia específica, tendo como característica a
desburocratização, a rapidez e a eficiência na concessão.

 Microcrédito tradicional: empréstimos para empreendimentos existentes que


pelos seus próprios meios atingiram a sustentabilidade.

ADMINISTRAÇÃO 84
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Microcrédito para criação novos negócios: empréstimo para pessoas
empreendedoras que possuem boas ideias, viáveis e que precisam de
SANTOS
recursos para montar o negócio.

Nos quadros a seguir constam as legislações em vigor e pertinentes ao Microcrédito,


que têm como fonte o Ministério da Fazenda.5

ADMINISTRAÇÃO 85
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SANTOS

Vale aqui mostrar algumas das lições de experiências bem sucedidas de


microcrédito 6:

- Trabalhar diretamente na comunidade: assistentes deveriam visitar os bairros e


vizinhanças pobres quase que diariamente, vendo se existem clientes e explicando
requisitos para potenciais clientes. Eles devem fazer encontros nas comunidades.
Se o projeto está sendo feito em uma área rural, assistentes devem visitar cidades e
vilas, talvez, semanalmente.

- Simplificar procedimentos de aplicação (questionários): a experiência tem


mostrado pouca diferença no retorno dos empréstimos entre projetos que "escrevem
um livro" em cada requerente e outros que reduzem a aplicação a uma ou duas
páginas. No pequeno empréstimo, confiar na observação atenta para escolher um
cliente é a ferramenta mais efetiva para a segurança do empréstimo.

- Fornecer o crédito rapidamente: requerentes de empréstimo ficam


desencorajados se eles têm de esperar meses antes de receber serviços. Eles estão
acostumados com pessoas que emprestam dinheiro (agiotas) e que fazem isso
imediatamente. Projetos bem administrados fornecem crédito em menos de um mês
e frequentemente dentro de uma semana. Eles distribuem subsequentes
empréstimos mais rápido ainda.

- Não há necessidade de registros e planos de negócios complexos: apenas


uma pequena quantidade de fazendeiros, comerciantes e pequenos fabricantes
fazem registro e planos de qualquer tipo. Logo, serão bem sucedidos os programas
que não fazem esse tipo de exigência potenciais: mecanismos alternativos, entre

ADMINISTRAÇÃO 86
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estes o aval solidário, onde donos de negócios são mutuamente responsáveis por
reembolsar empréstimos, substituem efetivamente as garantias convencionais. A
SANTOS
reputação individual na comunidade é mais importante do que a colateral.

- Não há necessidade de garantia eliminando a maioria dos candidatos


potenciais: mecanismos alternativos, entre estes o aval solidário, onde donos de
negócios são mutuamente responsáveis por reembolsar empréstimos, substituem
efetivamente as garantias convencionais. A reputação individual na comunidade é
mais importante do que a colateral.

-
Trabalhar com atividades econômicas existentes, não importa o quanto sã
o pequenas ou trabalhar com as que estão começando, de acordo com a
comunidade que se está trabalhando: iniciar por grandes empreendimentos
raramente leva ao sucesso e requer grandes investimentos por meses e às vezes
anos.

- Focar inicialmente no mercado local: empresários locais e pequenos


fazendeiros podem achar "nichos" geralmente invisíveis para especialistas de fora.
Esforços para achar novos mercados quase sempre são caros e difíceis.

- Iniciar com um pequeno empréstimo e ampliar gradativamente: iniciar por


pequenos empréstimos não só testa a capacidade do cliente de reembolsar, mas
também deixa o cliente ver se o empréstimo irá ou não, de fato, ajudar o
crescimento do seu negócio. Estes empréstimos devem ser pagos em prestações
iguais e frequentes (semanalmente, de duas em duas semanas ou mensalmente).

- Fornecer empréstimos maiores baseados em reembolsos bem sucedidos:


todos os programas bem sucedidos têm um sistema bem definido que fornece
empréstimos crescentes baseados em reembolsos bem sucedidos.

- Cobrar uma maior taxa de atração do que o mercado: pela perspectiva das
pessoas que pegam empréstimos, o crédito rápido é mais importante do que uma
taxa baixa de atração. Pela perspectiva de quem empresta, atração tem que cobrir
os custos da transação e os custos da operação do projeto.

-
Aceitar os clientes, com seus trabalhos de amizade e com suas relaçõe
s dentro da comunidade, terá um papel principal na promoção do projeto: os
clientes formam seus próprios grupos e dão uns aos outros conselhos e assistência,
reduzindo os custos do programa sensivelmente. Ao mesmo tempo, esta interação
intensa serve para desenvolver um comprometimento entre os clientes, para o
projeto e para eles mesmos.

- Desenvolver projetos em grande escala, auto-suficientes,


proveitosos, trabalhando em coordenação próxima com bancos locais: o
envolvimento do setor financeiro formal é vital se os esforços pretendem alcançar

ADMINISTRAÇÃO 87
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uma parte significante dos pobres rurais e urbanos de uma determinada área
geográfica.
SANTOS
- Trabalhar em horário compatível com as necessidades dos clientes pobres: o
horário em que o setor bancário formal funciona é incompatível com o horário dos
trabalhadores pobres.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

______

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11110.htm, acessado em fev/2008

2 Texto parafraseado com base na fonte: UNDP, MicroStart - a Guide for Planning, Starting and Managing a
Microfinance Programme - Tradução Karen Siqueira. Disponível em:
http://www.geranegocio.com.br/html/geral/p17-micro.htm, acessado em fev/2008.

3 http://www.microepequenasempresas.com.br/fgv-cria-centro-de-estudos-de-microfinancas/ em 16/03/2009

4 No site: http://www.sebrae-sc.com.br/faq/default.asp?vcdtexto=4528&%5E%5E, acessado em fev/2008.

5 Disponível no site: www.fazenda.org.br/spe, acessado em mar/2008.

6 http://www.geranegocio.com.br/html/geral/microcredito/mcred.html#2, acessado em mar/2008.

ADMINISTRAÇÃO 88
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Aula 22_Sobre as modalidades do Microcrédito - Parte I

SANTOS
Objetivos da Política de Microcrédito e Microfinanças

 Facilitar e ampliar o acesso ao crédito entre os microempreendedores formais


e informais, visando à geração de renda e trabalho;

 Facilitar e ampliar o acesso aos serviços financeiros (conta corrente,


poupança, seguros, créditos) pela população de baixa renda, garantindo
maior cidadania;

 Reduzir as taxas de juros nos financiamentos.

FASES RECENTES DO MICROCRÉDITO E DAS MICROFINANÇAS NO BR


ASIL

Fase 5: Do ano de 2005 aos dias atuais


 Criação do Programa de Microcrédito Produtivo Orientado;
 Aproximação entre instituições financeiras e de Microcrédito, vinculando
outros serviços financeiros ao microcrédito produtivo;
 Marco legal para o microcrédito produtivo, incluindo a regulamentação para o
repasse de recursos dos bancos para instituições de microcrédito - (depósitos
especiais e FAT);
 Viabilização de fundos de aval para as instituições de microcrédito;
 Desenvolvimento de Projetos de Desenvolvimento Institucional focados na
articulação entre instituições de microcrédito e na padronização de modelos
contáveis.
 Microcrédito Rural – PRONAF2
Algumas considerações:

O apoio ao desenvolvimento das famílias agricultoras vem sendo modificado nos


últimos anos. Além de criar condições para que a pequena produção possa se
expandir, melhorar seus produtos e processos de produção na busca pelo aumento
do ganho das famílias agricultoras, a ação do Governo Federal tem se ampliado
ainda mais. A meta é assegurar mais capital, mais proteção a produção e a renda,
através não apenas da ampliação do Crédito Rural do Pronaf, mas de sua
articulação com o mecanismo de seguro contra os efeitos do clima adverso que
pode afetar a produção e do seguro contra as variações de preços que diminui a
renda.

Este conjunto de políticas facilita o planejamento das atividades, permite o acesso à


melhor tecnologia e contribui para o aproveitamento de novas oportunidades
econômicas, o que permite às famílias agricultoras ampliarem a segurança alimentar
de suas famílias e contribui para o aumento da renda, com risco reduzido ou até
inexistente.

Os contratos do Crédito Rural do Pronaf financiam projetos individuais ou coletivos,


devem gerar renda e o os recursos empregados no seu pagamento retornam para

ADMINISTRAÇÃO 89
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novos empréstimos. Este mecanismo de incentivo à produção não é o “pagamento
de uma dívida social”, é uma política dirigida, focada, que incentiva as famílias
SANTOS
agricultoras e estimula o sentido de responsabilidade. As famílias agricultoras que
contratam financiamentos do Pronaf têm uma das menores taxas de inadimplência
entre todos os sistemas de crédito brasileiros.

Conquistas do Crédito Rural do Pronaf

 Grande alcance do Programa, distribuído em todo o território nacional e cerca


de dois milhões de famílias inseridas;

 As mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais;

 Alcance do público de mais baixa renda com cerca de 60% das operações
alcançando os grupos de mais baixa renda;

 Focalização dos subsídios aos mais descapitalizados e acesso as fontes do


Sistema Nacional de Crédito Rural, além do OGU;

 Baixa inadimplência (em torno de 2,5%);


 Compartilhamento dos custos e do risco com o sistema financeiro e a União;

 Dinâmica consolidada de construção dos Planos de Safra em parceria e


diálogo com os movimentos sociais rurais;

 Programa com subsídios da União, tanto para equalizar taxas de juros quanto
cobrir parte dos custos bancários;

 É operado principalmente por bancos públicos federais e cooperativas de


crédito;

 Atendeu em 2004/05 cerca de 1,5 milhões de famílias em diversas


modalidades de crédito;

 Ampliou de R$ 2,2 (2002) para R$ 6 bilhões (2004);

 O Pronaf B (renda até R$ 2 mil/ano) será operado na metodologia de


microcrédito produtivo orientado (crediamigo);

 Ações: Ampliação do alcance (especialmente nas regiões mais pobres) e


criação de um seguro da produção e da renda (parcial) para os agricultores
familiares.

Ações do Governo para garantir os objetivos propostos

 Ampliação do número de agentes financeiros que atuam com a população de


baixa renda;

ADMINISTRAÇÃO 90
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Criação do Banco Popular do Brasil para atuar com microfinanças;

 SANTOS
Ampliação da atuação da CEF em microfinanças;

 Ampliação do Crediamigo do Banco do Nordeste e adoção da mesma


metodologia pelo BASA;

 Permissão p/ constituição de Cooperativas de crédito de livre adesão;

 Estímulo aos bancos para atuarem neste segmento social;

 Alteração dos normativos facilitando a atuação das instituições financeiras


junto ao público de baixa renda;

 Conta corrente simplificada (sem comprovante de renda e saldo de até R$ 1


mil + crédito);

 Eliminação de algumas vedações operacionais para as instituições


financeiras operarem com crédito popular (alteração da 1559, procuração
pública);
 Regulamentação do crédito consignado para trabalhadores assalariados e
beneficiários do INSS;

 Redução e/ou eliminação de taxas e tributos nas microfinanças (taxa para uso
do Sisbacen etc.);

 Produtos e serviços financeiros mais adaptados à realidade da população de


baixa renda e dos microempreendedores formais e informais;

 Conta corrente e poupança simplificada (gratuita);

 Seguros simplificados e de baixo custo;

 Crédito de uso livre (pode ser destinado à geração de renda);

 Crédito para microempreendedor: geral, material de construção, kit’s de


ferramentas e equipamentos para grupos profissionais, associação (catadores
de papel, artesãos etc.);

 Redução da burocracia bancária;

 Fundo de aval (Sebrae e Funproger);

 Proger – Capital de Giro;

 Aumento das fontes de financiamento para o crédito popular e produtivo;

 Destinação de 2% dos depósitos à vista para o crédito popular e microcrédito;

ADMINISTRAÇÃO 91
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Taxa de juros de até 2% ao mês;

 SANTOS
Limite de R$ 600,00 para o crédito de uso livre - Limite de R$ 1,5 mil para
créditos destinados a microempreendedores;

 TAC de até 2% para 4 ou mais meses – crédito de uso livre e de até 4% para
crédito para microempreendedores;

 Disponibilizou cerca de R$ 1,4 bilhões para crédito.

Ações Específicas para IMF’s

 Permitir o cumprimento da exigibilidade das aplicações em microcrédito;

 Recursos repassados para SCM, por meio de Depósitos Interbancários de


Microcrédito destinados a operações de microcrédito produtivo orientado,
cujas taxas de juros efetivas cobradas do microempreendedor sejam de até
4% ao mês;
 Operações de microcrédito produtivo orientado adquiridas de SCM’s, OSCIP’s
e ONG’s, cujas taxas de juros cobradas do microempreendedor sejam de até
4% ao mês;

 Permissão para as SCM´s exercerem outras atividades, as quais serão


definidas pelo CMN, o que já permite que atuem como correspondentes
bancários.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

____

1 Fonte: Ministério da Fazenda. Disponível


em: <http://www.fazenda.gov.br/portugues/documentos/2005/Microcredito_Microfina
nças_do_Gov_ Lula_01-09-05.pdf>. Acessado em: mar/2008.
2 Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Disponível em:
<http://www.mda.gov.br/saf/index.php?sccid=274> Acessado em: mar/2008.

ADMINISTRAÇÃO 92
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Aula 23_Sobre as modalidades do Microcrédito - Parte II

SANTOS
Ações específicas para Cooperativas de Crédito – 1
 Permissão para a constituição de cooperativas de micro e pequenos
empresários (12/2002) e de Livre Adesão (cooperativas abertas);
 Permissão para os bancos cooperativos captarem poupança rural através de
cooperativas de crédito rural e de Livre Adesão;
 • Autorização para o BNDES atuar como repassador de recursos de custeio
do PRONAF para seus agentes credenciados, incluindo Centrais e Bancos
cooperativos;
 Permissão para que funcionários públicos possam participar de cooperativas
e associações (Lei 11.094/05).
Ações específicas para Cooperativas de Crédito – 2
 Isenção da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre atos
cooperativos para as sociedades cooperativas (Lei 10.865/04);
 Criação de uma linha de crédito para financiamento de cotas-parte para
cooperativas de crédito rural de pequeno porte (até R$ 1 milhão de Capital
Social);
 • Estímulo para realização de Depósitos Interbancários Rurais especiais para
o PRONAF – safra 04/05, facilitando o repasse de Bancos para Cooperativas
de crédito;
 Retirado das Cooperativas de Crédito de livre adesão e de
microempreendedores a obrigatoriedade de aplicação de 2% de seus
depósitos à vista em operações de Microcrédito.
 Em 2008, a Resolução nº 3.531 possibilita aos bancos cooperativos a
contratação de qualquer cooperativa de crédito como correspondente, para
fins de captação de poupança rural.
1
Fonte: Ministério da Fazenda. Disponível em:
<http://www.fazenda.gov.br/portugues/documentos/2005/Microcredito_Microfinanças_do_Gov_
Lula_01-09-05.pdf> Acessado em: mar/2008.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 1


 Objetivos: Ampliar o acesso aos empreendedores de atividades produtivas
de pequeno porte ao crédito produtivo orientado, direcionando-os para
geração de trabalho e renda;
 Público: Pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades
produtivas de pequeno porte, com renda bruta anual de até R$ 60 mil.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 2


Definição de Microcrédito Produtivo Orientado: É o crédito concedido para o
atendimento das necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas
empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte, utilizando metodologia
baseada no relacionamento direto com os empreendedores no local onde é
executada a atividade econômica, devendo ser considerado, ainda, que:
 O atendimento ao tomador final dos recursos deve ser feito por pessoas
treinadas para efetuar o levantamento socioeconômico e prestar orientação

ADMINISTRAÇÃO 93
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educativa sobre o planejamento do negócio, para definição das necessidades
de crédito e de gestão voltadas para o desenvolvimento do empreendimento;
 SANTOS
O contato com o tomador final dos recursos deve ser mantido durante o
período do contrato, para acompanhamento e orientação, visando ao seu
melhor aproveitamento e aplicação, bem como ao crescimento e
sustentabilidade da atividade econômica;
 O valor e as condições do crédito devem ser definidos após a avaliação da
atividade e da capacidade de endividamento do tomador final dos recursos,
em estreita interlocução com este.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 3


 Recursos: provenientes do FAT e do direcionamento de depósitos à vista
para Microcrédito;
o • Taxa de juros: Até 4% ao mês;

 • TAC – Taxa de Abertura de Cadastro: até 1% para até operações de até


30 dias; até 2% entre 31 e 119 dias; e até 3% para 120 dias ou mais;

• Limites de crédito: até R$ 5.000,00 por empreendedor, sendo permitido até 20%
dos contratos com valores de até R$ 10.000,00.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 4

 Instituições Financeiras Operadoras – IFO (Repassadoras);

 Recursos do FAT: as instituições financeiras públicas federais;

 Recursos do direcionamento de depósitos à vista: Bancos públicos e


privados;

 Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado IMPO (desde que


operem o microcrédito produtivo orientado);

 Cooperativas Singulares de Crédito;

 Agências de Fomento;

 Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – SCM;

 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP.

ADMINISTRAÇÃO 94
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METROPOLITANA DE
Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 5

SANTOS
 • As instituições financeiras atuarão no PNMPO por intermédio das
instituições de microcrédito produtivo orientado, por meio de repasse de
recursos, mandato ou aquisição de operações de crédito que se
enquadrarem nos critérios exigidos pelo PNMPO;

 Os Bancos de Desenvolvimento, os Bancos Cooperativos, as Cooperativas


Centrais de Crédito e as Agências de Fomento poderão atuar como Agentes
de Intermediação (AGI) de recursos das IFO´s para as IMPO´s;

 Para atuar diretamente no PNMPO, as instituições financeiras deverão


constituir estrutura própria para o desenvolvimento desta atividade, devendo
habilitar-se junto ao MTE demonstrando que suas operações de microcrédito
produtivo orientado serão realizadas em conformidade com o Programa.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 6

 O BNDES retomou seu programa de microcrédito produtivo, inclusive o PDI;

 O SEBRAE também ampliou seu PDI para IMPO’s;

 O MTE criou um PDI para o PNMPO;

 O Banco Popular, a CEF e o BNB estão estruturando diferentes mecanismos


para operar com as IMPO’s e para operar diretamente com o PNMPO;
 Alguns bancos privados já estão articulando-se com IMPO’s (ou participando
diretamente delas), ou, ainda, procurando conhecer sua atuação para iniciar
parcerias no PNMPO.

Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – 7


 Fundo de Aval para as operações entre instituições financeiras e as IMF’s
(SCM e OSCIP´s);
 Funproger (Fundo de Aval para a Geração de Emprego e Renda): ampliação
dos recursos e permissão para concessão de aval para as IMF’s nas
operações de microcrédito produtivo orientado realizadas no âmbito do
PNMPO;
 FAMPE (Fundo de Aval do Sebrae): Permissão para conceder aval parcial ou
total nas operações de microcrédito produtivo realizadas entre bancos e
IMF’s;

ADMINISTRAÇÃO 95
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METROPOLITANA DE
Permissão para a realização de operações de crédito deste programa sem a
exigência de garantias reais, as quais podem ser substituídas por formas
SANTOS
alternativas e adequadas de garantias.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

YUNUS, Muhammad. Um mundo sem pobreza: A empresa social e o futuro do


capitalismo. São Paulo: Ática, 2008.

ADMINISTRAÇÃO 96
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Aula 24_Estudo da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 - Parte I

SANTOS
Temática: Estudo da Lei 13.019, de 31 de julho de 2014 1 – “Marco Regulatório
das Organizações da Sociedade Civil” - Parte I

A Lei federal n. 13.019, criou dois novos modelos de parceria entre o Estado e as
entidades do terceiro setor: o ‘Termo de Colaboração’ e o ‘Termo de Fomento’.
Essas duas modalidades de parceira foram criadas para substituir os convênios, que
passarão a ser usados apenas em parcerias celebradas entre duas ou mais
entidades públicas. Com a entrada em vigência da nova lei, passam a existir no
Brasil as seguintes modalidades de parceria entre a Administração Pública e o
terceiro setor:
• Contratos de Gestão, celebrados com entidades qualificadas como
Organizações Sociais, nos termos da Lei federal n. 9.637/98;
• Termos de Parceria, celebrados com entidades qualificadas como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nos termos da Lei
federal n. 9.790/99;
• Termos de Colaboração e Termos Fomento, celebrados com
organizações da sociedade civil em geral, nos termos da nova Lei n. 13.019/14
Como todas as inovações legislativas, a Lei n. 13.019/14 traz uma série de desafios
à comunidade jurídica. Afinal de contas, leva-se algum tempo até que se
estabeleçam consensos acerca da interpretação dos textos legais e de sua correta
aplicação a casos concretos. Ainda que esse processo interpretativo esteja em seu
início, é possível assinalar algumas das principais mudanças que passam a ter
vigência a partir de 27 de julho de 2015, quando entra em vigor a nova lei.
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP
A antiga Lei Federal n.º 9.790/99 criou a qualificação para pessoas jurídicas de
direito privado sem fins lucrativos. Esse título público, conferido pelo governo
federal, pode ser obtido por associações civis e fundações de direito privado
mediante preenchimento de requisitos e adoção de procedimentos estabelecidos em
lei2.
A lei buscou reconhecer o caráter público de um conjunto de organizações da
sociedade civil até então não reconhecidas pelo Estado.
A lei nº 9790/99 em seu artigo 1º define quais pessoas jurídicas podem se qualificar
como OSCIPs3.

Artigo 1º, a saber:


Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública
e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de
atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos
em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação
Podemos observar uma certa confusão no que diz respeito ao termo OSCIP, que de
modo geral é entendido como uma instituição em si mesma; porém, OSCIP é uma
qualificação decorrente da antiga lei 9.790 de 23/03/99, e para entender melhor esse
assunto é preciso esclarecer uma outra questão relacionada a outro termo
diretamente relacionado a OSCIP, que são as ONGs Organizações não
Governamentais.

ADMINISTRAÇÃO 97
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Assim, as ONGs com a adoção da Lei 9790, passaram a ser chamadas de OSCIPs
que, por sua vez, são entidades privadas atuando em áreas típicas do setor público;
SANTOS
e o interesse social que despertam merece ser, eventualmente, financiado pelo
Estado ou por entidades privadas, para que suportem iniciativas sem retorno
econômico.

Podemos concluir que a qualificação OSCIP é opcional, significando dizer que as


ONGS já constituídas podem optar por obter a qualificação, e as novas podem optar
por começar já se qualificando como OSCIP; e, assim sendo, para se obter essa
qualificação é necessário o cumprimento de alguns pré-requisitos que a legislação
estabelece, mas, principalmente, se enquadrar em alguns dos objetivos sociais e
finalidades estabelecidas pela lei.

Assim, a nova Lei é aplicável:

A todas as organizações da sociedade civil, entendidas como as pessoas jurídicas


de direito privado sem fins lucrativos (que não distribuem os seus resultados entre
seus dirigentes, associados e colaboradores, destinando-os integralmente às suas
finalidades estatutárias) e que tenham interesse em celebrar parcerias com a
Administração Pública. A todos os entes da Administração Pública (União, Estados e
Municípios) que tenham interesse em celebrar parcerias, sob a forma de Termo de
Colaboração ou Termo de Fomento, com entidades do terceiro setor.

A Quem não se aplica:

Aos Contratos de Gestão celebrados entre a Administração Pública e entidades


qualificadas como Organizações Sociais, os quais seguem disciplinados pela Lei n.
9.637/98.

Aos Termos de Parceria celebrados com entidades qualificadas como OSCIP, que
seguem disciplinados pela Lei n. 9.790/99 e que sofrerão aplicação apenas parcial
da Lei n. 13.019/14 (a extensão dessa aplicação parcial deve ser definida no
Decreto que regulamentar a lei em cada ente da Administração Pública).

Às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou


autorizadas pelo Senado Federal naquilo em que as disposições dos tratados,
acordos e convenções internacionais específicas conflitarem com a nova Lei,
quando os recursos envolvidos forem integralmente oriundos de fonte externa de
financiamento.

Às transferências voluntárias regidas por lei específica, naquilo em que houver


disposição expressa em contrário.

ADMINISTRAÇÃO 98
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METROPOLITANA DE
MODALIDADES DE PARCERIA PREVISTAS

SANTOS
Termo de Colaboração e o Termo de Fomento. A disciplina jurídica de cada um
deles é idêntica, sendo que ambos têm por escopo a transferência voluntária de
recursos para a execução de planos de trabalho em regime de cooperação com
organizações da sociedade civil. A única diferença entre ambos é que no Termo de
Colaboração a iniciativa da parceria é da Administração Pública, enquanto no Termo
de Fomento a proposta da parceria é da entidade do terceiro setor.

ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS EM PARCERIA

Quaisquer atividades de interesse público que não envolvam, direta ou


indiretamente:

• delegação das funções de regulação, de fiscalização e do exercício do poder de


polícia;

• atividades exclusivas do Estado (a lei não especifica quais seriam essas


atividades exclusivas além daquelas mencionadas acima);

• prestação de serviços ou de atividades cujo destinatário seja o aparelho


administrativo do Estado;

• contratação de serviços de consultoria, com ou sem produto determinado; e

• apoio administrativo, com ou sem disponibilização de pessoal, fornecimento de


materiais consumíveis ou outros bens.

REQUISITOS GERAIS A SEREM PREENCHIDOS PELAS ENTIDADES PARA A


CELEBRAÇÃO DE PARCERIAS

Quaisquer atividades de interesse público que não envolvam, direta ou


indiretamente: Existência de no mínimo 3 anos, experiência prévia na realização do
objeto da parceria e capacidade técnica operacional. Estatuto contendo objetivos de
promoção de atividades de relevância pública, Conselho Fiscal, previsão de
destinação do patrimônio a outra entidade similar em caso de dissolução e
observância das Normas Brasileiras de Contabilidade e publicidade dos relatórios
contábeis. Documento de propriedade de imóvel caso este seja necessário à
execução do projeto, certidões de regularidade fiscal e de existência jurídica (cópia
de estatuto e alterações devidamente registrados), ata de eleição de diretoria e
relação nominal dos dirigentes, documento que comprove o funcionamento da
entidade no endereço informado no Cartão CNPJ.

UM NOVO ÓRGÃO FEDERAL

A lei prevê a criação do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração, a ser


composto por entidades e representantes governamentais, para divulgar boas

ADMINISTRAÇÃO 99
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METROPOLITANA DE
práticas, propor e apoiar ações voltadas ao fortalecimento das relações de
colaboração e fomento.
SANTOS
PLANEJAMENTO E TRANSPARÊNCIA DO PODER PÚBLICO

Exigência de que a Administração Pública publique nos meios oficias de divulgação


os valores aprovados anualmente para investimento em parcerias, bem como a
relação de todas as parcerias celebradas nos últimos cinco anos.

TRANSPARÊNCIA DAS ENTIDADES


Exigência de que a entidade publique em seu site todas as parcerias celebradas
com o Poder Público.

NOVO MODELO DE LICITAÇÃO PARA A CELEBRAÇÃO DE PARCERIAS

Determinação de que os Termos de Colaboração e os Termos de Fomento apenas


sejam celebrados após a realização de um processo licitatório específico,
denominado ‘Chamamento Público’. Esse processo é detalhado minuciosamente na
lei e tem como objetivo selecionar as entidades aptas a celebrarem ajustes com o
Poder Público. A lei traz requisitos do edital, procedimento, critérios de seleção,
hipóteses de dispensa e inexigibilidade, e vedações de participação. A lei afasta
expressamente a aplicação da Lei Geral de Licitações (Lei federal n. 8.666/93) aos
Termos de Colaboração e Termos de Fomento.

PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Por meio do ‘Procedimento de Manifestação de Interesse Social’, organizações da


sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos podem apresentar projetos de
atividades a serem prestadas em parceria com o Poder Público. Caso o projeto seja
aceito, o Poder Público lançará edital de Chamamento Público para selecionar a
entidade mais apta a executá-lo.

REGRAS GERAIS PARA EXECUÇÃO DAS PARCERIAS

 Regulamento próprio de aquisição de bens e serviços: As entidades


deverão adotar regulamento próprio para contratação de serviços e compras
de materiais com recursos públicos, observando os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, podendo a entidade
valer-se de sistema eletrônico disponibilizado pela Administração Pública.
 Prorrogação do prazo: Possibilidade de prorrogação do prazo de vigência
da parceria, desde que devidamente fundamentada e apresentada até 30 dias
antes do seu fim. Quando o Poder Público der causa a atraso na liberação
dos recursos, a prorrogação será no período exato ao do atraso.
 Alteração do objeto: Vedação da modificação do objeto, exceto no caso de
ampliação de metas, após aprovação e adequação do plano de trabalho.

ADMINISTRAÇÃO 100
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METROPOLITANA DE
Atuação em rede: Possibilidade de atuação em rede, por duas ou mais
entidades, sendo uma delas responsável pela parceria, devendo todas terem
SANTOS
mais de 5 anos de constituição, mais de 3 anos atuando em rede e
comprovada capacidade técnico-operacional para a execução do objeto.
 Movimentação Financeira: Os recursos recebidos em decorrência da
parceria serão depositados e geridos em conta bancária específica de
instituição financeira pública indicada pela Poder Público, podendo ser
aplicados em cadernetas de poupança, em fundo de aplicação financeira de
curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida
pública. Todos os rendimentos serão obrigatoriamente aplicados no objeto da
parceria. Todas as movimentações de recursos deverão ser efetuadas
eletronicamente, mediante depósito em conta bancária de titularidade dos
fornecedores e prestadores de serviços. Excepcionalmente os pagamentos
poderão ser feitos em espécie, observados os limites legais.
 Utilização dos Recursos: É proibida a utilização dos recursos da parceria
para pagamentos de despesas a título de taxa de administração, ou cuja
finalidade seja diversa da expressa em plano de trabalho, ou anteriores ou
posteriores à vigência da parceria; para remuneração de servidores públicos;
para pagamento de multas, juros e correção monetária; para publicidade
(exceto estritamente vinculada ao objeto da parceria); e para obras de
ampliação de estrutura física da entidade. Veda-se também a transferência
dos recursos para associações de servidores, clubes, partidos políticos e
entidades similares.

REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES

É permitida a remuneração de dirigentes e de pessoal diretamente vinculado ao


Plano de Trabalho com os valores recebidos, especificando quais valores podem ser
incluídos: impostos, contribuições sociais, FGTS, férias, 13° salário, verbas
rescisórias e demais encargos sociais. Estes gastos devem ser detalhados no Plano
de Trabalho e se relacionarem ao objeto do respectivo Termo.

CUSTOS INDIRETOS

É permitido o pagamento de custos indiretos em até 15% (quinze por cento) do valor
da parceria, desde que previstos no Plano de Trabalho e comprovados. São
considerados custos indiretos, dentre outros: gastos com internet, transporte,
aluguel, telefone, serviços contábeis e assessoria jurídica.

FISCALIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS

Ampla fiscalização e controle durante a vigência da parceria, com visitas in loco e


emissão de relatório técnico. Normas minuciosas de prestação de contas, com
apresentação de Relatório de Execução do Objeto e Relatório de Execução
Financeira, bem como apresentação de relatórios pelo gestor do termo (agente
público especificamente designado para gerir a parceria com poderes de controle e
fiscalização). Determinação de prazos para a prestação de contas, a análise
preliminar da Administração Pública e seu resultado final.

ADMINISTRAÇÃO 101
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SANÇÕES
METROPOLITANA DE
SANTOS
Em caso de execução inadequada da parceria, poderão ser aplicadas as
penalidades de advertência, suspensão temporária de participação em
chamamentos públicos e impedimento de celebrar parcerias por até 2 (dois) anos e
declaração de inidoneidade.

RESPONSABILIDADES

Responsabilidade exclusiva da entidade pelo gerenciamento


administrativo e financeiro dos recursos recebidos pelo pagamento dos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relativos ao funcionamento da
instituição e ao adimplemento do Termo de Colaboração ou Termo de Fomento.
Responsabilidade da entidade ou do dirigente pelo ressarcimento ao erário.
Responsabilidade solidária da autoridade administrativa competente caso não apure
as irregularidades da prestação de contas feita pela entidade. Responsabilização
penal, civil e administrativa pela restituição dos cofres públicos do administrador
público, do gestor do termo, da entidade e seus dirigentes, bem como do agente
público que assinar parecer concluindo indevidamente pela capacidade técnico-
operacional de entidade. O parecerista também será responsabilizado pelas
atividades que forem realizadas em desacordo com o aquilo que tenha sido atestado
no parecer.

NOVAS HIPÓTESES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A nova Lei alterou a Lei federal n. 8.429/92, criando novas hipóteses expressas de
atos de improbidade. Dentre os atos que causam dano ao erário, passaram a ser
considerados atos de improbidade, dentre outros: ‘frustar, burlar ou dispensar
indevidamente chamamento público, permitir a utilização dos recursos transferidos
via parceria sem a observância das formalidades legais, ser negligente em celebrar,
fiscalizar e analisar as prestações de contas e liberar recursos irregularmente’.
Dentre os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública, passou a
ser considerado ato de improbidade: ‘descumprir normas referentes à celebração,
fiscalização e aprovação de contas das parcerias’.

BIBLIOGRAFIA

SCHEUNEMMAN, Arno Vorpagel. Administração do terceiro setor. Curitiba:


InterSaberes, 2013.

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9790.htm (acessado em mar/2008).

2http://www.institutogrpcom.org.br/files/editor/files/Cartilha%20do%20Marco%20Regulat%F3rio%20Terceiro
%20Setor%20v.final%20-%20%20Instituto%20Atua%E7%E3o.pdf (acessado em dezembro/2015)

3 Buscou-se com a nova qualificação de OSCIP, por um lado, reduzir os custos operacionais e agilizar os
procedimentos para o reconhecimento institucional e, por outro lado, potencializar a realização de parcerias com
os governos, com base em critérios de eficácia e eficiência, além de mecanismos mais adequados de
responsabilização.

ADMINISTRAÇÃO 102
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Aula 25_Estudo da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 - Parte II

SANTOS
Temática: Estudo da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 1 – Parte II

Como já foi dito na aula anterior, a OSCIP é uma qualificação decorrente da antiga
lei 9.790 de 23/03/99, e, considerando a exposição feita sobre as ONGs, pode-se
então dizer que OSCIPs são ONGs que obtêm um certificado emitido pelo poder
público federal ao comprovar o cumprimento daqueles pré-requisitos também já
discriminados anteriormente.
As ONGs não existem em nosso ordenamento jurídico, mas constituem um
fenômeno mundial, onde a sociedade civil se organiza de forma espontânea para a
execução de determinado tipo de atividade, cujo cunho ou o caráter devem ser de
interesse público. A forma societária mais utilizada é a da associação civil (em
contrapartida às organizações públicas e às organizações comerciais), regida por
estatutos que têm finalidade não econômica e não lucrativa. Neste caso, as
Fundações também podem vir a ser genericamente reconhecidas como ONGs.
Por fim, juntando-se as peças desse quebra-cabeça temos que ONGs são em geral:
associações civis; sem fins lucrativos; de direito privado; de interesse público.
QUALIFICAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL COMO OSCIP's2
Dentre as mudanças concernentes à alteração na forma de atuação do Estado e de
organização e funcionamento da máquina administrativa, o Governo Federal buscou
obter a parceria junto à iniciativa privada nas ações de cunho social, de modo a
descentralizar atividades de caráter público. É exemplo dessa iniciativa a edição da
antiga Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, a qual prevê a possibilidade de que
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que atendam a
determinados requisitos possam ser qualificadas, junto ao Ministério da Justiça,
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP's - e nessa
condição serem beneficiadas com a transferência de recursos públicos para custeio
das atividades delegadas, levando em consideração a Lei atual 13019/14 em seu
artigo 2º.

A entidade sem fins lucrativos, mais conhecida como Organização Não-


Governamental (ONG), que pretenda obter a qualificação que foi estabelecida pela
Lei nº 9.790/99 e alterada pela Lei 13019/14 deverá elaborar ou adaptar seu
Estatuto às normas estabelecidas por essa Lei, que visa qualificar entidades sem
fins lucrativos como Organizações Civis de Interesse Público (OSCIP), estruturadas
de forma a facilitar eventuais parcerias com órgãos públicos. Para tanto, será
necessário prever no Estatuto o respeito aos princípios da legalidade, legitimidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, eficiência e eficácia na
administração da entidade. Além disto, deve-se prever que a entidade adotará os
princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade.

A qualificação como OSCIP permite à entidade usufruir de algumas vantagens,


como a estabelecida pelo Governo Federal, pela qual se passou a dar às OSCIPs o
benefício, antes concedido somente às entidades de Utilidade Pública, de que estas

ADMINISTRAÇÃO 103
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podem oferecer aos seus doadores pessoas jurídicas o desconto de suas doações
de até 2% (dois por cento) de seu lucro operacional bruto.
SANTOS
O investidor deposita os recursos na conta bancária em nome da entidade (ou
entidades, no caso de mais de uma) e esta lhe entrega uma declaração oficial,
padronizada pela Receita Federal, na qual assume o compromisso de usar os
recursos exclusivamente na realização de seus propósitos, inclusive, com a
designação da pessoa física responsável pelas tarefas. O doador deve guardar o
documento para fins de fiscalização.

Em ambos os casos, ampliam-se as oportunidades de obtenção de recursos para os


projetos e atividades promovidos pela entidade, tanto por meio da Parceria, como
por meio das doações feitas por pessoas jurídicas. Além das vantagens ora
destacadas, a qualificação como OSCIP em si agrega valor à entidade por
representar mais uma garantia de que ela tenha que primar pela eficiência contábil e
administrativa e pelo rigor no gerenciamento dos recursos e na promoção das suas
finalidades. Obviamente, o patrocinador ou doador particular terá todo interesse em
verificar a idoneidade e eficiência da entidade antes de apoiar uma ação ou projeto
por ela promovido

Roteiro para criação de uma Associação de Apoio ao Fórum de


Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (pessoa jurídica de direito
privado sem fins lucrativos).

- fazer o Balanço Patrimonial e a Demonstração dos Resultados do Exercício da


entidade;

- fazer a inscrição da entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

- fazer a inscrição da entidade nas Secretarias Estaduais e Municipais de Fazenda;

- tirar o Alvará de Funcionamento da entidade junto à prefeitura;

- fazer a declaração de Informações Econômico-Fiscais (declaração de isenção do


imposto de renda da entidade) na época apropriada;

- fazer as Obrigações Acessórias (RAIZ - Relação Anual das Informações Sociais -,


DMSP - Declaração Mensal de Serviços Prestados -, FGTS E INSS OU GCIP para
as entidades que não têm empregados).

Abrir conta em banco comercial em nome da entidade.

ADMINISTRAÇÃO 104
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Roteiro para a obtenção da Qualificação de Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público - OSCIP
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As OSCIPS devem providenciar, o requerimento de qualificação como OSCIP
acompanhado de cópias autenticadas dos documentos abaixo relacionados:

- Estatuto registrado em cartório (cópia autenticada);

- Ata de eleição da atual diretoria, autenticada em cartório;

- Balanço Patrimonial, autenticado em cartório;

- Demonstração dos Resultados do Exercício, autenticada em cartório;

- Declaração de Isenção do Imposto de Renda (Declaração de Informações


Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ), acompanhadas do recibo de entrega,
autenticada em cartório;

- Inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/ Cadastro Nacional de Pessoa


Jurídica (CNPJ), autenticada em cartório.

Uma OSCIP pode ser constituída por um número ilimitado de pessoas, porém o
número mínimo indicado seria de dez integrantes – o necessário para preencher os
cargos do Conselho de Administração, Diretoria e Conselho fiscal, exigidos por lei.

Para obter qualificação como OSCIP é necessário ser pessoa jurídica de direito
privado e não ter fins lucrativos. Também é exigido o enquadramento em alguns
objetivos sociais e finalidades já dispostos em lei, tais como os definidos no artigo 5º
da Lei 13019/2014:

I - o reconhecimento da participação social como direito do cidadão;

II - a solidariedade, a cooperação e o respeito à diversidade para a construção de


valores de cidadania e de inclusão social e produtiva;

III - a promoção do desenvolvimento local, regional e nacional, inclusivo e


sustentável;

IV - o direito à informação, à transparência e ao controle social das ações públicas;

V - a integração e a transversalidade dos procedimentos, mecanismos e instâncias


de participação social;

VI - a valorização da diversidade cultural e da educação para a cidadania ativa;

VII - a promoção e a defesa dos direitos humanos;

ADMINISTRAÇÃO 105
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VIII - a preservação, a conservação e a proteção dos recursos hídricos e do meio
ambiente;
SANTOS
IX - a valorização dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais;

X - a preservação e a valorização do patrimônio cultural brasileiro, em suas


dimensões material e imaterial.

Após receber a Qualificação como OSCIP, fazer Regulamento de Aquisição de Bens


e Contratação de Obras e Serviços (esse Modelo está em fase de elaboração) e
publicar em jornal da cidade ou afixar na Prefeitura ou Fórum.

A partir daqui, a OSCIP está pronta para fazer Termos de Parceria com a Prefeitura
e órgãos dos governos estadual e federal.

Da prestação de contas:

- A prestação de contas deverá ser feita observando-se as regras previstas nesta


Lei, além de prazos e normas de elaboração constantes do instrumento de parceria
e do plano de trabalho.

- A administração pública fornecerá manuais específicos às organizações da


sociedade civil por ocasião da celebração das parcerias, tendo como premissas a
simplificação e a racionalização dos procedimentos.

- deverá conter elementos que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento


ou concluir que o seu objeto foi executado conforme pactuado, com a descrição
pormenorizada das atividades realizadas e a comprovação do alcance das metas e
dos resultados esperados, até o período de que trata a prestação de contas.

- Serão glosados valores relacionados a metas e resultados descumpridos sem


justificativa suficiente e os dados financeiros serão analisados com o intuito de
estabelecer o nexo de causalidade entre a receita e a despesa realizada, a sua
conformidade e o cumprimento das normas pertinentes.

- A análise da prestação de contas deverá considerar a verdade real e os resultados


alcançados.

- prestação de contas da parceria observará regras específicas de acordo com o


montante de recursos públicos envolvidos, nos termos das disposições e
procedimentos estabelecidos conforme previsto no plano de trabalho e no termo de
colaboração ou de fomento.

- A prestação de contas e todos os atos que dela decorram dar-se-ão em plataforma


eletrônica, permitindo a visualização por qualquer interessado

ADMINISTRAÇÃO 106
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METROPOLITANA DE
- A prestação de contas relativa à execução do termo de colaboração ou de fomento
dar-se-á mediante a análise dos documentos previstos no plano de trabalho e todos
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os relatórios descritos no artigo 66 do novo marco regulatório.

Os demais detalhes encontram-se disciplinados nos artigos 67 e 68 da Lei.

Da solicitação de qualificação como OSCIP

A entidade que deseja se qualificar como OSCIP deve fazer uma solicitação formal
ao Ministério da Justiça, na Coordenação de Outorga e Títulos da Secretaria
Nacional de Justiça, via requerimento, anexando ao pedido as cópias autenticadas
em cartório de todos os documentos relacionados

REQUERIMENTO

Instruções para requerer qualificação como Oscip - Organização da Sociedade


Civil de Interesse Público:

A entidade poderá encaminhar seu pedido de qualificação como OSCIP ao


Protocolo Geral do Ministério da Justiça, que deverá indicar data e hora do
recebimento, ou utilizar o Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública do
Ministério da Justiça (CNes).

Veja a seguir, o modelo do requerimento e os documentos necessários3:

ADMINISTRAÇÃO 107
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METROPOLITANA DE
SANTOS

A documentação deve ser encaminhada ao endereço abaixo:


Ministério da Justiça Secretaria Nacional de Justiça ou endereço eletrônico
www.mj.gov.br/cnes

Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação


Setor de Qualificação – OSCIP
Esplanada dos Ministérios, Ministério da Justiça, Ed. Anexo II – 3º Andar – Sala 326
CEP: 70.064-900 Brasília – DF Informações: oscip@mj.gov.br
Atenção:
 Antes de enviar ao Ministério da Justiça o pedido de qualificação como
OSCIP, sugerimos que a entidade utilize a Lista de Conferência dos
Requisitos para Qualificação como OSCIP, checando se todas as exigências
foram atendidas como, por exemplo, os documentos necessários e se o
estatuto da entidade contempla todas as normas estabelecidas na Lei.
 Caso a OSCIP deixe de preencher qualquer um dos requisitos legais que a
qualificaram, deverá comunicar ao Ministério da Justiça, o que implica a perda
da qualificação.

ADMINISTRAÇÃO 108
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-
METROPOLITANA DE
Se a entidade for de assistência social, o patrimônio deve ser destinado à
outra ‘OSCIP’ com o mesmo objetivo social e registrado no Conselho Nacional de
Assistência Social. SANTOS
- Se a entidade for uma Fundação, essa obrigatoriedade estatutária não se
aplica, uma vez que o Código Civil estabelece que as mesmas não se dissolvem,
mas são extintas por decisão judicial.

BIBLIOGRAFIA

SCHEUNEMMAN, Arno Vorpagel. Administração do terceiro setor. Curitiba:


InterSaberes, 2013.
_____
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9790.htm (acessado em mar/2008).
2 http://www.sebrae-sc.com.br/credito/produto.asp?vcdtexto=%201408&%5E%5E (acessado em mar/2009.
3 De acordo com o Ministério da Justiça

ADMINISTRAÇÃO 109
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Aula 26_Sociedades de Crédito ao Microempreendedor

SANTOS
Temática: Sociedades de Crédito ao Microempreendedor 1
(Lei nº 10.194/01 e Resolução CMN 2.874/01)2

A constituição e o funcionamento de uma SCM - SOCIEDADE DE CRÉDITO AO


MICROEMPREENDEDOR - dependem de autorização do Banco Central do Brasil.
No seu objeto social deve constar, exclusivamente, a concessão de financiamentos
a pessoas físicas, com vistas a viabilizar empreendimentos de natureza profissional,
comercial ou industrial de pequeno porte; e a pessoas jurídicas classificadas como
microempresas nos termos da legislação em vigor.

Conforme dispõe o artigo 1º da referida lei, a saber:

Art. 1o É autorizada a constituição de Sociedades de Crédito ao


Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte, as quais:
(Redação dada pela Lei 11.524, de 2007)

I - terão por objeto social a concessão de financiamentos a pessoas


físicas, a microempresas e a empresas de pequeno porte, com
vistas na viabilização de empreendimentos de natureza profissional,
comercial ou industrial, equiparando-se às instituições financeiras
para os efeitos da legislação em vigor, podendo exercer outras
atividades definidas pelo Conselho Monetário Nacional; (Redação
dada pela Lei 11.524, de 2007)

II - terão sua constituição, organização e funcionamento


disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional;

III - sujeitar-se-ão à fiscalização do Banco Central do Brasil;

IV - poderão utilizar o instituto da alienação fiduciária em suas


operações de crédito;

V - estarão impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos junto


ao público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados
à colocação e oferta públicas.

As Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte


(SCM) regem-se pela Lei n.º 10.194, de 14.2.2001, com as alterações introduzidas
pela Lei 11.524, de 24.9.2007, e têm por objeto social a concessão de
financiamentos a pessoas físicas, a microempresas e a empresas de pequeno porte,
com vistas na viabilização de empreendimentos de natureza profissional, comercial
ou industrial, de pequeno porte, equiparando-se às instituições financeiras para os
efeitos da legislação em vigor. Têm sua constituição, organização e funcionamento
disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional e sujeitam-se à fiscalização do
Banco Central do Brasil.

ADMINISTRAÇÃO 110
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A expressão ‘SCM’ deve constar da denominação social das SOCIEDADES DE
CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR, sendo-lhes vedada a adoção da palavra
SANTOS
"BANCO". Essas sociedades devem ter atuação restrita à região definida em seu
estatuto social, sendo proibida a participação societária, direta ou indireta, do setor
público no capital de sociedades de crédito ao microempreendedor; e, também, a
elas é facultada a transformação em ‘SCM’ de organizações que tenham por objeto
exclusivo a atuação no segmento de microcrédito, desde que suas operações ativas
e passivas estejam em conformidade com o disposto nas leis em vigor.

Portanto, essas ‘SCM’ somente podem praticar operações com recursos captados
no País e no exterior, originários de: organismos e instituições nacionais e
internacionais de desenvolvimento; orçamentos estaduais e municipais; fundos
constitucionais; doações; outras fontes, desde que expressamente autorizadas pelo
Banco Central do Brasil3.

Dependem de prévia autorização do Banco Central do Brasil os seguintes atos


societários praticados por SCM:

 • Autorização para funcionamento;

 • Transferência de controle;

 Reorganização societária por fusão, cisão, incorporação ou mudança do


objeto social;
o • Reforma do estatuto social ou alteração do contrato social;

 • Eleição/nomeação de membros de órgãos estatutários; e

 • Cancelamento da autorização para funcionamento.

As SCM devem ser constituídas sob a forma de companhia fechada, nos termos da
Lei n.º 6.404, de 15.12.1976, e legislação posterior, ou sob a forma de sociedade
limitada. A expressão "Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de
Pequeno Porte" deve constar de sua denominação social, vedado o emprego da
palavra "banco".

É vedada a participação societária, direta ou indireta, do setor público no capital de


SCM.

As SCM podem realizar suas operações por conta própria ou mediante contrato de
prestação de serviços, em nome de instituição autorizada a operar com empréstimos
nos termos da legislação e regulamentação em vigor.

ADMINISTRAÇÃO 111
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Às sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno
porte é permitida, exclusivamente, a realização das seguintes operações:
SANTOS
 • Concessão de financiamentos e prestação de garantias às microempresas
ou empresas de pequeno porte, bem como a pessoas físicas no desempenho
das atividades relativas ao seu objeto social, definido em lei;

 Aplicação de disponibilidades de caixa no mercado financeiro, inclusive em


depósitos à vista ou em depósitos interfinanceiros, observadas eventuais
restrições legais e regulamentares específicas de cada aplicação;

 Aquisição de créditos concedidos em conformidade com seu objeto social;

 Cessão de créditos, inclusive a companhias securitizadoras de créditos


financeiros, na forma da regulamentação em vigor;
o • Obtenção de repasses e empréstimos originários de:

I - instituições financeiras nacionais e estrangeiras;

II - entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de fomento e de


desenvolvimento, incluídas as Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público;

III - fundos oficiais;

 • Captação de depósito interfinanceiro vinculado a operações de


microfinanças (DIM), na forma da Circular 3.197, de 2003;

 Atuação na prestação de serviço de correspondente no País, nos termos da


regulamentação em vigor.

Às sociedades de crédito ao microempreendedor são vedadas:

 A captação, sob qualquer forma, de recursos junto ao público, bem como


emissão de títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta
públicas;

 A concessão de empréstimos para fins de consumo;

 A participação societária em instituições financeiras e em outras instituições


autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

ADMINISTRAÇÃO 112
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As sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte
devem prestar, nos termos estabelecidos na regulamentação em vigor, informações
ao Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR).

São obrigações das ‘SCM's’:

 • Não ultrapassar cinco vezes o respectivo patrimônio líquido ajustado;

 • Não ter cobertura do Fundo Garantidor de Créditos - FGC.

Em suas operações de crédito, as SCM devem observar o limite de diversificação de


risco.

Também são vedadas as ‘SCM’: a transformação em qualquer tipo de instituição


integrante do Sistema Financeiro Nacional; a captação de recursos do público; a
participação societária no capital de outras empresas; a contratação de depósitos
interfinanceiros na qualidade de depositante ou depositária; a concessão de
empréstimos para fins de consumo; a cessão de créditos com coobrigação.

Em contrapartida, é facultada às ‘SCM’ a instalação de postos de atendimento,


observando-se o seguinte: devem localizar-se dentro da área de atuação da
instituição; podem ser fixos ou móveis, permanentes ou temporários; o respectivo
movimento deve ser incorporado diariamente à contabilidade da sede; sua criação e
encerramento devem ser comunicados ao Banco Central do Brasil no prazo máximo
de cinco dias úteis de sua ocorrência.

A concessão de autorização para o funcionamento de uma ‘SCM’, assim como a


concessão de autorização para a transformação em uma ‘SCM’ de organização já
existente, e que tenha por objeto exclusivo a atuação no segmento de microcrédito,
está condicionada à protocolização do pedido no Banco Central do Brasil,
acompanhado dos seguintes documentos: duas vias do ato de constituição; duas
vias do estatuto ou do contrato social, conforme o caso; comprovante do
recolhimento, à referida autarquia, do depósito relativo ao capital social; formulário
específico fornecido pelo Banco Central do Brasil, devidamente preenchido por ser
referente ao cadastro dos administradores eleitos/nomeados; formulário também
fornecido pelo Banco Central do Brasil, preenchido sobre as ‘Informações sobre Ato
de Eleição ou Nomeação’; mapa de composição de capital fornecido pelo Banco
Central do Brasil, sobre a Instituição e das pessoas jurídicas que dela participam.

ADMINISTRAÇÃO 113
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No caso de transformação, a concessão de autorização está condicionada, ainda, à
prévia adequação da organização já existente às disposições da Resolução no.
SANTOS
2874, de 26/07/2001, onde se dispõe: a apresentação de relatório aprovado pelos
administradores, acompanhado das demonstrações financeiras do último exercício
social, atestando, inclusive, a qualidade da carteira de crédito; recolhimento ao
Banco Central do Brasil das quantias recebidas na subscrição, e nos aumentos de
capital em espécie das SCM devem ser observadas as disposições da Resolução n.
º 2.027, de 24 de novembro de 1993.

Dependem também de prévia autorização do Banco Central do Brasil os


seguintes atos relativos às ‘SCM’:

 Eleição/nomeação de membros de órgãos de administração;

 Alteração do capital social;

 Reforma do estatuto ou contrato social;

 Mudança do quadro de acionistas/sócios controladores;

 Fusão, cisão e incorporação;

 Mudança de objeto que transforme a instituição em empresa não integrante


do Sistema Financeiro Nacional;

•Liquidação ordinária.

Da obrigatoriedade da elaboração, remessa e publicação de demonstrações


financeiras por sociedades de crédito ao microempreendedor, as ‘SCM’ devem
atender aos critérios e procedimentos contábeis, bem como às regras para
elaboração, remessa e publicação das demonstrações financeiras padronizadas,
consubstanciados no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
- COSIF.

As ‘SCM’ devem remeter ao Banco Central do Brasil, observados os prazos e


procedimentos estabelecidos, as seguintes demonstrações financeiras:
mensalmente o Balancete Patrimonial Analítico; nas datas-base de 30 de junho e 31
de dezembro, o Balancete Patrimonial Analítico e o Balanço Patrimonial Analítico.

ADMINISTRAÇÃO 114
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As SOCIEDADES DE CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR devem publicar suas
demonstrações financeiras em bases semestrais, estando dispensadas destas
SANTOS
publicações as sociedades constituídas por quotas de responsabilidade limitada, ou
sociedades anônimas que atendam aos requisitos do art. 294 da Lei n. º 6.404/76.

Hoje vivemos um cenário de crise, para ilustrar nosso estudo é importante ressaltar
a reportagem a seguir:

Segundo estudo do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado,


programas públicos de microcrédito são fundamentais para o
desenvolvimento econômico do País4 - 17/06/2015

Programas públicos de microcrédito são fundamentais para o desenvolvimento


econômico do País e necessitam se integrar às ações dirigidas à população de baixa
renda e à formalização de mão de obra. Esse é um dos resultados do estudo de
avaliação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO),
realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em uma cooperação técnica
com o Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Universidade de Brasília
(DataUnB).

O estudo foi divulgado nesta terça-feira (16), durante o seminário "A Política e a
Atividade de Microcrédito como Instrumentos de Trabalho e Renda e Inclusão
Produtiva", que ocorreu na Universidade de Brasília (UnB).

O levantamento aponta a necessidade de ampliar a integração de políticas dirigidas


ao desenvolvimento social e econômico do País, bem como a troca de informações
com o Sistema Nacional de Emprego (Sine). Entre os resultados quantitativos, o
estudo aponta o crescimento de 20% no volume de oferta de microcrédito entre o
primeiro semestre de 2013 e o primeiro semestre de 2014. Nesse período, os
recursos ofertados chegaram a R$ 6,45 bilhões. O número de atendidos no período
da pesquisa aumentou 19% e chegou a 4,7 milhões de pessoas.

“A pesquisa foi dirigida principalmente aos agentes de crédito, mais do que aos
próprios clientes, que muitas vezes não conhecem os instrumentos, nem tem noção
das políticas dirigidas a eles", explica o diretor do DataUnB, José Angelo Belloni. Ele
ressalta que os micro e pequenos empreendedores possuem grande
responsabilidade e consciência no uso dos recursos, honram seus compromissos, e
têm baixa taxa de inadimplência, mas nem sempre buscam apoio para criar um
empreendimento.

De acordo com o ministro Manoel Dias, “o microcrédito produtivo atinge diretamente


aquelas pessoas que mais precisam da atenção do Estado e que precisam ser
orientadas, guiadas”, declarou. “Esse é um programa de grande alcance social, pois
as pessoas atingidas pelo programa vão multiplicar os efeitos, criando empregos,
produzindo renda e reproduzindo conhecimentos”, avaliou. Dias declarou ser

ADMINISTRAÇÃO 115
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fundamental que o País incentive políticas que priorizem esse setor e permitam a
inclusão e a formalização de todos os trabalhadores.

BIBLIOGRAFIA
SANTOS
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

YUNUS, Muhammad. Um mundo sem pobreza: A empresa social e o futuro do


capitalismo. São Paulo: Ática, 2008.

_____
1 Disponível em: http://www.sebrae-sc.com.br/credito/produto.asp?vcdtexto=1374&%5E%5E, pesquisado em
mar/2008.
2 Fonte: Ministério da Fazenda. Disponível em:
<http://www.fazenda.gov.br/portugues/documentos/2005/Microcredito_Microfinanças_do_Gov_ Lula_01-09-
05.pdf> pesquisado em mar/2008.
3 http://www.bcb.gov.br/?SFNSOCRED. Acessado em: ma/r2009.
4 http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/06/estudo-diz-que-microcredito-cresceu-no-brasil-entre-
2013-e-2014

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Aula 27_Cooperativas de Crédito

SANTOS
(Lei nº 5.764/71 de 16 de dezembro de 1971)2

Breve Histórico: As cooperativas no Brasil

O primeiro indício de cooperativa no Brasil data de 1847, com a fundação, no Sertão


do Paraná, da colônia Tereza Cristina. Com a constituição republicana de 1891,
surgem as primeiras cooperativas de cunho moderno, visto que essa carta
constitucional assegurava em seu art. 72, § 8º, a liberdade de associação.

Destaca-se nesta época o decreto legislativo n. 979 que trata do assunto ao se


referir à criação de caixas rurais de crédito agrícola e de cooperativas de produção e
de consumo, quando prevê aos profissionais da agricultura e indústrias rurais a
organização de sindicatos para defesa de seus integrantes.

Contudo, é a partir do final do século XIX que surgem, nos centros urbanos, as
primeiras cooperativas de consumo, dentre elas: a Associação Cooperativa dos
Empregados da Cia. Telefônica, em Limeira (1891) e a Cooperativa Militar de
Consumo, no Rio de Janeiro (1894).

No início do século XX, adquire relevância a Cooperativa de Consumo dos


Empregados da Viação Férrea (COOPFER), fundada em 1913, e que se expandiu
rapidamente com a criação de uma Casa de Saúde, escolas primárias, dentre outras
benesses voltadas para seus associados.

Também é no início do século XX, o surgimento das primeiras cooperativas na área


rural. Em 1902, no Rio Grande do Sul, são criadas as caixas rurais, e, em 1907, em
Minas Gerais, surgem as Cooperativas de Produtores Rurais.

Quanto às cooperativas de consumo, estas entraram em declínio a partir da década


de 1960, em razão, dentre outros fatores: a extinção do benefício fiscal (ICM) do
qual usufruíam, à inflação e ao surgimento de redes de supermercados poderosos,
com tecnologia avançada e de difícil concorrência.

As Sociedades Cooperativas3 estão reguladas pela Lei 5.764, de 16 de dezembro de


1971, que define a Política Nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico
das Cooperativas. Assim, entende-se que a Cooperativa é uma associação
autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer suas
necessidades econômicas, sociais e culturais, por meio de uma empresa de
propriedade comum e democraticamente gerida, sem fins lucrativos.

Características gerais da sociedade cooperativa:

1) É uma sociedade de pessoas;

ADMINISTRAÇÃO 117
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2)
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O objetivo principal é a prestação de serviços;

3) SANTOS
Pode ter um número ilimitado de cooperados;

4) O controle é democrático: uma pessoa = um voto;

5) Nas assembléias, o “quorum” é baseado no número de cooperados;

6) Não é permitida a transferência das quotas-parte a terceiros, estranhos à


sociedade, ainda que por herança;

7) Retorno proporcional ao valor das operações;

8) Não está sujeita à falência;

9) Constitui-se por intermédio da assembléia dos fundadores ou por instrumento


público, e seus atos constitutivos devem ser arquivados na Junta Comercial e
publicados;

10) Deve ostentar a expressão “cooperativa” em sua denominação, sendo vedado o


uso da expressão “banco”;

11) Neutralidade política, e não discriminação religiosa, social e racial;

12) Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de


dissolução da sociedade.

Deve-se aqui salientar que a cooperativa existe com o intuito de prestar serviços a
seus associados, de tal forma que possibilite o exercício de uma atividade comum
econômica, sem que tenha ela fito de lucro.

Formação do quadro social e associados

O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços


prestados pela mesma, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as
condições estabelecidas no estatuto (art. 29 da Lei 5.764/71).

Sobre o Capital Socia

Esse será fixado em estatuto e dividido em quotas-parte que serão integralizadas


pelos associados, observado o seguinte:

 O valor das quotas-parte não poderá ser superior ao salário mínimo;

 O valor do capital é variável e pode ser constituído com bens e serviços;

ADMINISTRAÇÃO 118
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METROPOLITANA DE
Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das
quotas-parte, salvo nas sociedades em que a subscrição deva ser
SANTOS
diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperado, ou ao
quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou
transformados, ou ainda, no caso de pessoas jurídicas de direito público nas
cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicação;

 As quotas-parte não podem ser transferidas a terceiros estranhos à


sociedade, ainda que por herança.

Da Denominação Social

Nesse tipo societário será sempre obrigatória a adoção da expressão “Cooperativa”


na denominação, sendo vedada a utilização da expressão “Banco”.

Sobre a administração da Cooperativa

A sociedade cooperativa será administrada por uma diretoria, ou conselho de


administração, ou, ainda, outros órgãos necessários à administração previstos no
estatuto, composto exclusivamente de associados eleitos pela assembléia geral,
com mandato nunca superior a quatro anos, e sendo obrigatória a renovação de no
mínimo, 1/3 do conselho de administração.

Forma de se constituir uma Cooperativa

A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da assembléia geral dos


fundadores, constantes da respectiva ata, ou por instrumento público.

São Público Alvo das Cooperativas de Crédito, Segundo a Resolução


3859/2010

a) cooperativas de crédito mútuo de empregados: constituídas por empregados,


servidores e pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter não eventual, de
uma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas, definidas no estatuto, cujas
atividades sejam afins, complementares ou correlatas, ou pertencentes a um mesmo
conglomerado econômico;

b) cooperativas de crédito mútuo de profissionais liberais: constituídas por


pessoas que desenvolvam alguma profissão regulamentada, como advogados,
médicos, contadores etc.; ou que atuem em atividade especializada, como
pedreiros, eletricistas, padeiros etc.; ou ainda, pessoas cujas atividades tenham

ADMINISTRAÇÃO 119
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objetos semelhantes ou identificáveis por afinidade ou complementariedade, como é
o caso de arquitetos e engenheiros; médicos e dentistas, entre outros;
SANTOS
c) cooperativas de crédito rural: constituídas por pessoas que desenvolvam,
atividades agrícolas, pecuárias, extrativas ou de captura e transformação do
pescado, desde que inseridas na área de atuação da cooperativa;

d) cooperativas de crédito mútuo de empreendedores: constituídas por


pequenos e microempresários que se dediquem a atividades de natureza industrial,
comercial ou de prestação de serviços, com receita bruta anual enquadrada nos
limites de, no mínimo, R$ 244.000,00 e, no máximo, R$ 1.200.000,00. Limites estes
fixados pelo art. 2º da Lei 9.841/99, para as empresas de pequeno porte. Neste tipo
de cooperativa podem ser incluídas as atividades descritas para as cooperativas de
crédito rural;

e) cooperativas de crédito de livre admissão de associados: cujo quadro social é


constituído e delimitado em função de área geográfica. Neste tipo de cooperativa,
qualquer grupo de pessoas, desde que corresponda às exigências da Lei 5.764/71
(Lei das Cooperativas) e das normas regulamentares emanadas do Banco Central,
pode formar uma cooperativa de crédito. Entre os anos 60 e 70 era proibida a
criação desse tipo de cooperativa, elas só voltaram a ser plenamente admitidas em
2003, com a Resolução nº3.106 do Banco Central.

As Cooperativas de Trabalho

Segundo o artigo 2º da Lei 12690/12, considera-se Cooperativa de Trabalho a


sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades
laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para
obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de
trabalho.

A autonomia de que trata o artigo deve ser exercida de forma coletiva e


coordenada, mediante a fixação, em Assembleia Geral, das regras de
funcionamento da cooperativa e da forma de execução dos trabalhos, nos termos da
Lei.

A Cooperativa de Trabalho pode ser:

I - de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a
produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de
produção; e

II - de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços


especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de
emprego.

As Cooperativas Sociais

ADMINISTRAÇÃO 120
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A Lei 9.867/1999 dispõe sobre a criação e o funcionamento de Cooperativas Sociais,
constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado
SANTOS
econômico, por meio do trabalho, fundamentadas no interesse geral da comunidade
em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos.

As Cooperativas de Crédito

As cooperativas de crédito têm por objetivo fomentar as atividades do cooperado via


assistência creditícia. Assim, é ato próprio de uma cooperativa de crédito a captação
de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados bem como a efetivação
de aplicações financeiras no mercado, o que propicia melhores condições de
financiamento aos associados.

Sobre a obrigatoriedade de escrituração contábil

A NBC 4 T 10.8, em seu item 10.8.2.1, estipula que a escrituração contábil é


obrigatória, para qualquer tipo de cooperativa. Portanto, mesmo uma pequena
cooperativa (por exemplo, uma cooperativa de pescadores), deve escriturar seu
movimento econômico e financeiro.

Sobre a Tributação das Cooperativas

 IRPJ: Os resultados (sobras) decorrentes dos atos cooperativos não são


tributáveis pelo IRPJ, conforme Lei 5.764/71, art. 3º, a saber: “Art. 3º
Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente
se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma
atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.”

 DIPJ – Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa


Jurídica: a cooperativa, assim como as demais pessoas jurídicas, é obrigada
a entrega da DIPJ anual, e o fato de operar somente com operações
cooperativadas, ou seja, não tributáveis pelo Imposto de Renda, não a
desobriga de apresentar a declaração respectiva.

 Sociedades Cooperativas de Consumo tem tributação integral dos


resultados: as sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto
a compra e fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se, a partir de
1998, às mesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de
competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas, mesmo que
suas vendas sejam efetuadas integralmente a associados. Conforme dispõe a
Lei 9.532/97. art. 69 , a saber:

Art. 69. As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e
fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de
incidência dos impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis às
demais pessoas jurídicas.

BIBLIOGRAFIA

ADMINISTRAÇÃO 121
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METROPOLITANA DE
CENTA, Sérgio Alexandre; TSURU, Sérgio Kazuo. Crédito no Varejo: para pessoas físicas
e jurídicas. Curitiba: Intersaberes, 2012.

______
SANTOS
1 Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/cooperativas.htm, acessado em mar/2008.

2 Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei5764.htm, acessado em mar/2008.

3 http://www.franca.unesp.br/Duarte%20Alexandre%20Oliveira.pdf (acessado em 23/03/09)

4 NBC = Normas Brasileiras de Contabilidade; NBC T 10.8: das entidades cooperativas

ADMINISTRAÇÃO 122
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Aula 28_FAMPE

SANTOS
(Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas - Lei nº 8.029 - de 12 de abril de
1990 e Lei 11.110/05 com as devidas alterações em 2010, 2012 2 2013)2

A falta de garantias reais é uma das maiores dificuldades para o acesso das MPEs
ao crédito, e como alternativa para modificar esse quadro desfavorável ao
fortalecimento dos pequenos negócios, o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas - se dispõe a ser avalista na operação. Para tanto,
criou o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas - FAMPE.

O FAMPE tem a função exclusiva de complementar as garantias exigidas pelo


banco, ou seja, o Fundo de Aval não substitui totalmente a necessidade de outras
garantias, nem pode ser utilizado se o cliente apresentar todas as garantias exigidas
pelo banco. O banco poderá exigir garantias somente para a parcela do
financiamento não coberta pelo FAMPE.

O Fundo de Aval está disponível para download nos bancos credenciados pelo
‘SEBRAE’, relacionados abaixo com os respectivos links sobre o FAMPE3 que
praticam.

Banco do Brasil - BB

Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG

Agência de Fomento de São Paulo – Desenvolve SP

Banco de Brasília – BRB

Banco Bradesco

Agencia de Fomento do Mato Grosso – MT Fomento

Agência de Fomento do Rio de Janeiro – AGERIO

Agência de Fomento do Rio Grande do Sul – Badesul

Agência de Fomento de Alagoas – Desenvolve AL

Agencia de Fomento de Pernambuco – AGEFEPE

Agência de Fomento da Bahia - Desenbahia

Considerações:

ADMINISTRAÇÃO 123
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•O aval do SEBRAE não é um seguro de crédito e tampouco uma linha de crédito.
Ele representa a confiança do SEBRAE no empresário em cumprir os seus
SANTOS
compromissos, já que o nome limpo na praça é o seu maior patrimônio.

Podem ser beneficiários do Aval do SEBRAE as microempresas e as empresas de


pequeno porte pertencentes aos setores industriais (inclusive agroindústria),
comercial e de serviços.

 As operações do FAMPE têm por finalidade a concessão de garantias


complementares necessárias à contratação de crédito às Micro e Pequenas
Empresas junto aos agentes financeiros credenciados, com as seguintes
destinações:

a) investimento fixo;

b) investimento fixo, com capital de giro associado; c) implantação de novos


empreendimentos;

d) aquisição/absorção de tecnologia e assistência técnica;

e) desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos e processos; f) aquisição de


equipamentos de controle de qualidade;

g) aquisição de veículos utilitários;

h) contratação de consultoria para implantação de Programas de Qualidade Total;

i) cobertura de custos com processos de habilitação e certificação nas Séries de


Normas ISO 9000/NBR-19000 e ISO 14000/NBR-14000;

j) produção e comercialização de bens destinados ao mercado externo, na fase pré-


embarque;

k) capital de giro puro;

l) outras que vierem a ser definidas pelo SEBRAE.

 Os Limites e condições gerais de concessão de garantia (AVAL) o SEBRAE


autoriza e, por isso, só os bancos credenciados podem conceder aval às
operações de financiamento

Sobre a elaboração dos projetos e propostas

Ficarão por conta dos próprios interessados, que poderão contar com o apoio de
consultores indicados pelo Sebrae, e é muito importante que o projeto demonstre
claramente sua viabilidade técnica, econômica e financeira, de forma que o banco e
o SEBRAE fiquem convencidos de que o financiamento pretendido será pago. A
apresentação do projeto ao banco não implica necessariamente a concessão do

ADMINISTRAÇÃO 124
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crédito, ainda que tenha a garantia do FAMPE. O banco, na análise da operação,
levará em conta suas normas internas relativas a cadastro e ao cumprimento das
SANTOS
instruções operacionais.

Condições e Limites

O Fampe pode garantir de forma complementar até 80% de um financiamento junto


a uma instituição financeira conveniada, dependendo do porte empresarial e da
modalidade de financiamento, cujas faixas de garantia (aval) variam de R$ 10 mil a
R$ 700 mil.

BIBLIOGRAFIA

MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel


das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Administração para Empreendedores. 2. Ed.


São Paulo: Pearson, 2011.
_____

1 Fonte: Sebrae. disponível no site: www.sebrae.com.br, acessado em dezembro/2016.

2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/l11110.htm, acessado em dez/2015.

3 http://www.uasf.sebrae.com.br/uasfareas/uasfgarantias/uasffampe/index_html/bbadt/download

ADMINISTRAÇÃO 125
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Aula 29_PROGER - FUNPROGER

SANTOS
Lei nº 9.872, de 23 de novembro de 1999 1

A lei nº 9.872/99 cria o Fundo de Aval para a Geração de Emprego e Renda 2 -


FUNPROGER -, altera o art. 11 da Lei no 9.365, de 16 de dezembro de 1996, e dá
outras providências.

Art. 1o. Fica criado o Fundo de Aval para a Geração de Emprego e


Renda - FUNPROGER, de natureza contábil, vinculado ao
Ministério do Trabalho e Emprego, gerido pelo Banco do Brasil
S.A., com a finalidade de garantir parte do risco dos financiamentos
concedidos pelas instituições financeiras oficiais federais,
diretamente ou por intermédio de outras instituições financeiras, no
âmbito do Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER,
Setor Urbano.

O FUNPROGER foi criado a partir da constatação de que grande número de


empreendedores permanecia à margem do crédito bancário por não possuírem
garantias e meios suficientes para auferir o financiamento dos seus projetos.

Características do FUNPROGER

O FUNPROGER pode cobrir até 80% do valor financiado; a garantia compreende


todo o prazo do financiamento, inclusive o período de carência. O mutuário pagará
ao FUNPROGER uma Comissão de Concessão de Aval que corresponde a 0,1% do
valor garantido, multiplicado pelo prazo do financiamento em meses.

Ex.: para obter um financiamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) pelo prazo de 36
meses, com 80% de garantia do FUNPROGER, o mutuário pagará uma comissão
de R$ 2.880,00. (100.000 x 80% x 0,1% x 36).

O valor da garantia fica limitado a 40% do teto de financiamento da linha de crédito.

O PROGER Urbano Micro e Pequena Empresa, será autorizado quando o


financiamento for somente para Investimentos.

Os agentes financeiros exigirão dos mutuários contra garantias reais e/ou


fidejussórias que totalizem valor igual ou superior à parcela do financiamento
garantida pelo FUNPROGER, não sendo computados os avais de outros fundos
garantidores para suprir esta exigência.

Será admitida a constituição de garantias de risco por conta do FUNPROGER


juntamente com a de outros fundos garantidores, desde que o montante garantido não
ultrapasse 80% do valor da operação e o limite de 40% quando o financiamento se
tratar apenas de investimentos.

ADMINISTRAÇÃO 126
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O montante apurado pelo cálculo da TCA poderá ser financiado e pago juntamente
com o financiamento pretendido.
SANTOS
Neste momento, faz-se necessário explicar o que vem a ser “PROGER”, sua
destinação e implementação.

Assim, o PROGER é um conjunto de linhas de crédito destinadas a financiar quem


quer iniciar ou investir no crescimento de seu próprio negócio, tanto na área urbana
quanto na área rural; portanto, o PROGER Urbano, o PROGER Rural e o PRONAF,
destinados ao fortalecimento da agricultura de base familiar, têm por objetivo gerar e
manter emprego e renda para a população.

Finalidade

O PROGER tem por finalidade incrementar a política pública de combate ao


desemprego, no meio urbano, mediante financiamentos a micro e pequenos
empreendedores privados, nos setores formal e informal da economia, com apoio
técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE - e
outras entidades credenciadas, em operações de investimento e capital de giro, que
gerem emprego e renda.

O dinheiro aplicado neste programa é originário do Fundo de Amparo ao


Trabalhador (FAT) e sua aplicação obedece às prioridades definidas pelos
Conselhos/ Comissões Estaduais e Municipais do Trabalho/Emprego. O PROGER
prevê não só o crédito, mas também a capacitação gerencial do beneficiário,
acompanhamento e assistência técnica, ações estas importantes para a
permanência do empreendimento no mercado.

Desta forma, os recursos do PROGER destinam-se:

 Às pessoas que, hoje, estão trabalhando de maneira informal, em pequenos


negócios familiares, como, por exemplo, as que fazem serviços de
marcenaria, fabricam roupas, comidas, doces caseiros, artesanato etc., aos
profissionais recém-formados, aos mini e pequenos produtores rurais, aos
pescadores artesanais (com fins comerciais), aos seringueiros que se
dedicam à exploração extrativista da seringueira na Região Amazônica,
dentre outros;
 Às pequenas e microempresas - MPEs;

 Às cooperativas e associações de produção, formadas por micro ou


pequenos empreendedores, urbanos e rurais.

ADMINISTRAÇÃO 127
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Os interessados em obter crédito por meio do PROGER devem dirigir-se às
entidades técnicas qualificadas para elaboração do projeto, ou às agências do
SANTOS
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e demais agentes financeiros
credenciados pelo BNDES; ou, ainda, poderão procurar para informações e
orientações as Agências/Postos do Trabalhador, pois nesses locais poderão obter
informações detalhadas sobre a elaboração do projeto e as condições de
financiamento.

Limite de financiamento

De acordo com a análise econômico-financeira da empresa, até 80% do valor do


projeto, limitado a R$ 50.000,00; a parcela de capital de giro associado não poderá
ser superior a 50% do valor total do projeto.

Itens financiáveis3

- Bens/serviços inerentes à atividade e capital de giro associado;

- Máquinas e equipamentos novos;

- Máquinas e equipamentos usados (exceto de informática), mediante recibo, desde


que o vendedor possua a nota fiscal de aquisição e o laudo de avaliação (bens não
podem pertencer a pais, irmãos, cônjuge ou filhos do proponente);

- Veículos automotores utilitários e caminhões novos ou usados com até cinco anos
de fabricação, necessário comprovar a utilização nas atividades do empreendimento
financiado;

- Veículos de passeio podem ser financiados para empresas locadoras de veículos;

- Importados básicos e motocicletas até 125 cc: somente novos.

Itens Não Financiáveis:

- Recuperação de capitais ou pagamento de dívidas;

- Prazo de carência para capital de giro. Geralmente é menor do que para


financiamento de investimentos fixos/ mistos, sendo que financiamento de longo
prazo é, em média, de 6 a 12 meses

O PROGER Rural e o PRONAF, destinados ao fortalecimento da agricultura de base


familiar, possuem especificações próprias que podem ser encontradas nos agentes
financeiros desses programas.

ADMINISTRAÇÃO 128
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BIBLIOGRAFIA

SANTOS
MARTINELI, Dante Pinheiro; JOYAL, André. Desenvolvimento Local e o Papel
das Pequenas e Médias Empresas. Barueri: Manole, 2004.

SEBRAE: Garantias. Disponível em


http://www.sebraepr.com.br/PortalSebrae/sebraeaz/Garantias. Acesso em 15 de agosto de
2016.

______

1 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L9872.htm, acessado em


mar/2008 2 Conforme o artigo 1º da referida lei, a saber: Acessado em: 26/03/09

3 Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Conhe%C3%A7a-o-Programa-


de-Gera%C3%A7%C3%A3o-de-Renda-(PROGER)Acessado em: 17/12/15

ADMINISTRAÇÃO 129
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Aula 30_Banco Popular do Brasil e Depósitos Especiais para Microcrédito

SANTOS
Temática: Banco Popular do Brasil e Depósitos Especiais para Micro
crédito1

A Lei 10.735/2003, que dispõe sobre o direcionamento de depósitos à vista captados


pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população de
baixa renda e a microempreendedores, autoriza o Poder Executivo a instituir o
Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social - PIPS, e
dá outras providências.

Instituiu as bases para operações de microfinanças no País, ao permitir que 2% dos


depósitos à vista captados pelas instituições financeiras fossem destinados a
operações de crédito com juros máximos de 2% ao mês. Em setembro de 2003, o
Congresso Nacional promulgou a lei 10.738, aprovando medida provisória que
autorizou o Banco do Brasil a criar uma subsidiária integral para atuar junto ao
mercado informal. Surgia, assim, o Banco Popular do Brasil cuja carta-patente de
funcionamento foi publicada em dezembro do mesmo ano no Diário Oficial da
União.

O Banco Popular do Brasil iniciou suas operações com capital social de R$ 24,5
milhões, valor que, em maio de 2004, foi aumentado para R$ 92 milhões. O primeiro
ponto de atendimento foi inaugurado em 12 de fevereiro de 2004, no Distrito
Federal. A Subsidiária do BB fechou o ano de 2004 com 5.530 pontos em 1.500
municípios do país, incluídas todas as capitais, abrangendo um total de 1 milhão de
clientes. Em 25 de abril de 2005, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, sancionou a Lei que passou a regular o microcrédito produtivo orientado. Na
ocasião, o Banco Popular do Brasil assinou o primeiro convênio nessa matéria com
a Vivacred, uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), com
atuação no Estado do Rio de Janeiro.

O Banco Popular do Brasil é uma subsidiária integral criada pelo Banco do Brasil
para oferecer serviços à população de menor renda. A empresa atende pessoas que
ganham até três salários mínimos e que não tenham nenhum tipo de conta em
outros bancos. Atuando, preferencialmente, junto aos trabalhadores do setor
informal, residentes em áreas urbanas de todo o País, o Banco proporciona a esses
brasileiros a oportunidade de estarem inseridos no sistema financeiro 2.

O Banco Popular do Brasil, sendo subsidiária integral do Banco do Brasil, empresa


de economia mista, deve prestar contas anualmente aos órgãos de controle,
evidenciando o desempenho de sua gestão e a correta aplicação dos recursos
públicos, em conformidade com as normas às quais está subordinado.

ADMINISTRAÇÃO 130
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Dentre os produtos e serviços disponibilizados pelo Banco Popular do Brasil estão:
conta corrente simplificada, crédito de R$ 51,00 a R$ 600,00 com juros de 2% ao
SANTOS
mês, além de pagamentos diversos; um conjunto de itens especialmente
desenvolvido a partir da realidade econômica dos milhões de brasileiros até então
não contemplados pelo setor bancário tradicional.

Os clientes do Banco Popular do Brasil são atendidos por meio de uma rede de
correspondentes localizados próximos à sua residência ou ao local de trabalho. São
estabelecimentos como supermercados, mercearias, farmácias e lojas de material
de construção, dentre outros, nos quais é possível realizar todas as transações
bancárias oferecidas pelo Banco. Para abrir uma conta no Banco Popular do Brasil
não é preciso comprovar renda.

Os clientes do Banco Popular do Brasil são atendidos por meio de uma rede de
correspondentes localizados próximos à sua residência ou ao local de trabalho. São
estabelecimentos como supermercados, mercearias, farmácias e lojas de material
de construção, dentre outros, nos quais é possível realizar todas as transações
bancárias oferecidas pelo Banco.

Para abrir uma conta no Banco Popular do Brasil não é preciso comprovar renda.

A conta corrente simplificada é a porta de entrada do cliente do Banco Popular do


Brasil, e, para habilitar-se ao crédito ou qualquer outro produto, é necessário possuir
uma conta simplificada, que é uma conta bancária de depósito à vista movimentada
exclusivamente por meio de cartão magnético. O limite máximo de movimentação
mensal é de R$ 1mil e os correntistas não podem manter conta corrente em
qualquer outra instituição financeira. Para abrir a conta simplificada, basta preencher
o formulário de proposta em um ponto de atendimento do Banco Popular do Brasil,
levando original do CPF e do documento de identidade. Se você não tiver CPF - e
for maior de 18 anos - poderá se cadastrar no próprio ponto de atendimento. Não é
necessário apresentar comprovante de renda ou residência. Com a conta corrente
simplificada é possível realizar saques, depósitos e pagamentos diversos. Essas
operações podem ser feitas em qualquer ponto de atendimento do Banco Popular do
Brasil. Vale lembrar que, a cada mês, estão isentos de tarifas quatro extratos, quatro
saques e quatro depósitos.

No Banco Popular do Brasil há o crédito sem fiador e sem comprovante de renda,


com as melhores taxas do mercado. O primeiro passo é você tornar-se cliente do
Banco Popular, ou seja, abrir uma conta corrente com sua identidade e CPF em
qualquer Ponto de Atendimento. Para habilitar-se ao crédito: ser maior de 18 anos,
não ter restrição cadastral; ter crédito aprovado pelo Banco Popular; e movimentar a
conta corrente por, no mínimo, 90 dias. 3

Segue o organograma do Banco Popular do Brasil

ADMINISTRAÇÃO 131
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Microcrédito Produtivo

O Microcrédito Produtivo oferece recursos a quem deseja iniciar um


empreendimento ou para aqueles que procuram aumentar o seu negócio,
contribuindo para a geração de trabalho e renda nas comunidades.
É um empréstimo para empreendedores de micro e pequenos negócios, em
especial, os informais que não têm acesso ao crédito nos formatos convencionais
oferecidos pelos Bancos em geral. Trata-se de um crédito destinado à produção de
bens e serviços, que podem ser utilizados para a fabricação de artesanatos, roupas,
doces etc.
No Microcrédito Produtivo, o Banco Popular atua também em parceria com a
Estratégia Negocial de Desenvolvimento Regional Sustentável - DRS - do Banco do
Brasil, que apóia atividades produtivas, identificadas pelas agências do BB e que
tenham potencial para gerar desenvolvimento e sustentabilidade nas regiões onde o
Banco do Brasil está presente.

Acessem as Leis!!!

Lei nº 10.735/03 e Lei nº 10.738/03.

1 Disponível no site: http://www44.bb.com.br/appbb/portal/voce/pop/index.jsp, pesquisado em março/2008.

3 http://www.bb.com.br/portalbb/page251,8900,8920,0,0,1,0.bb?codigonoticia=7972&codigomenu=5412
acessado em 30/03/2009

3 http://www.bb.com.br/portalbb/page56,8900,8907,0,0,1,0.bb?codigoNoticia=7535&codigoMenu=5400acessad
o em 17/12/2015

2 http://www.bb.com.br/portalbb/page27,8900,8909,0,0,1,0.bb?codigoNoticia=7543&codigoMenu=5401
acessado em 17/12/2015

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Aula 31_O Licenciamento Ambiental para MPEs

SANTOS
Temática: O Licenciamento ambiental para MPEs1

A publicação das Cartilhas sobre Licenciamento Ambiental, visa à orientação dos


procedimentos para o licenciamento ambiental das atividades de baixo potencial
poluidor por meio do Sistema de Licenciamento Simplificado – SILIS -, contribuindo
para a conscientização das MPEs quanto a sua responsabilidade na utilização desse
sistema. Este trabalho integra a série Licenciamento Ambiental e as Micro e
Pequenas Empresas, resultante da parceria CETESB/FIESP, cujo objetivo é
promover, por meio da educação ambiental, a reflexão da classe empresarial quanto
a sua responsabilidade na prevenção e controle da poluição ambiental, enquanto
membro de uma comunidade, de forma a efetivar a integração da produção
industrial com o meio ambiente rumo a uma economia durável e sustentável.

É importante ressaltar que a definição legal de meio ambiente surgiu com o advento
da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, segundo a qual o meio ambiente é
“um conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

A expressão Meio ambiente não é uma expressão jurídica propriamente dita, mas
sim derivadas de outras ciências, sendo que o Direito Ambiental integra o Sistema
Jurídico Nacional e se apoia na Carta magna. O legislador constituinte de 1988
dedicou especial atenção ao tema reservando um capítulo do texto constitucional
para tratar exclusivamente do Meio Ambiente.

O Licenciamento Ambiental se define como um ato administrativo de caráter


vinculado que outorga ao interessado, titular de um direito abstrato e potencial de
empreender, a possibilidade de concreção através do exercício deste direito. O
órgão ambiental competente estabelece as regras, condições, restrições e medidas
de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa
física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou
atividades que se utilizam dos recursos ambientais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras, ou ainda aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.

O licenciamento Ambiental está intimamente ligado à avaliação prévia de impactos


ambientais, desde que a obra, ou atividade, que se pretende instalar venha a ser
potencialmente causadora de significativa degradação ambiental.

Desta forma, a licença ambiental é uma ferramenta fundamental, pois permite ao


empresário tomar conhecimento das possíveis fontes de poluição e de riscos
existentes na sua atividade e de que maneira estas podem ser controladas. A
licença permite o funcionamento da atividade de forma compatível com os padrões
de qualidade ambiental, garantindo o desenvolvimento sustentável. O controle da

ADMINISTRAÇÃO 133
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poluição ambiental contemplado nas licenças foca aspectos relativo ao ar, solo,
águas, ruído e vibração.
SANTOS
No Estado de São Paulo, após a publicação da Lei 997, em 31 de maio de 1976,
regulamentada pelo Decreto 8.468, de 08 de Setembro de 1976, é obrigatório o
licenciamento ambiental das atividades industriais. Assim, as empresas instaladas, a
partir desta data, que funcionam sem a licença, estão sujeitas às sanções previstas
em lei tais como: advertências, multas, paralisação temporária ou definitiva da
atividade. Com advento da Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, o funcionamento sem as devidas licenças ambientais, além de estar sujeito
a penalidades administrativas, passou a ser considerado crime.

Por sua vez, a licença ambiental se constitui em uma forma de contrato entre a
empresa e o poder público estadual, e é por meio dela que a empresa conhece seus
direitos e obrigações, tornando-se referência para o relacionamento com o órgão
ambiental e a sociedade. Assim, o atendimento aos termos exigidos na licença
torna-se o principal respaldo da empresa para o equacionamento de eventuais
conflitos, como reclamações da comunidade, fiscalização dos órgãos competentes,
denúncias de concorrentes, dentre outros.

Ao estarem em conformidade legal, as empresas aumentam sua competitividade e


credibilidade junto ao mercado, e, nos dias atuais, cada vez mais a licença ambiental
é requisito para obtenção de financiamentos, aprovação da empresa como
fornecedora na cadeia produtiva, e, sobretudo, na certificação de produtos tanto
para o mercado interno quanto para o externo.

Cartilhas de Licenciamento Ambiental e as MPEs – Acesse as cartilhas no site


www.ciesp.com.br

BIBLIOGRAFIA

SIRVINSKAS, Luis Paulo. Legislação de Direito Ambiental. 11ª ed.- São Paulo: Rideel,
2016

STRUCHEL, Andrea. Licenciamento Ambiental Municipal. São Paulo: Oficina de Textos,


2016.
_____

1 Disponível em: www.ciesp.com.br/arquivo-download/?id=13486 acessado em dez/2015

ADMINISTRAÇÃO 134
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Aula 32_Dificuldades de uma Política de Inovação para as MPEs

SANTOS
As políticas de desenvolvimento industrial e tecnológico no Brasil, no caso das
políticas de apoio às MPEs, são horizontais e estão focadas, na maioria dos casos,
em empresas isoladas, buscando suprir deficiências de informação e de crédito
destas empresas. As iniciativas mais recentes de apoio às MPEs vêm se
concentrando na oferta de crédito.

A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


aprovou a criação do programa de Capital Semente (Criatec) com o objetivo de
garantir suporte financeiro e gerencial adequado às micro e pequenas empresas
inovadoras em estágio nascente. O programa tem como foco, basicamente,
negócios voltados para Tecnologia da Informação, Biotecnologia, Novos Materiais,
Mecânica de Precisão, Nanotecnologia e Agronegócios. O fundo tem como base
legal a Instrução CVM nº 209.

O Criatec1

Nascido a partir de iniciativa do BNDES e gerido por empresas de Gestão de


Recursos, o Criatec é um Fundo de Investimentos de capital semente, destinado à
aplicação em empresas emergentes inovadoras. Tem como objetivo obter ganho de
capital por meio de investimento de longo prazo em empresas em estágio inicial
(inclusive estágio zero), com perfil inovador e que projetem um elevado retorno.

Com investimentos de até R$ 1,5 milhões, o Criatec se torna sócio da oportunidade.


O Fundo faz o aporte de recursos na empresa em troca de participação acionária.
Mesmo que o empreendedor ainda não tenha uma empresa formalizada, é possível
submeter a oportunidade para avaliação. Neste caso, se ela passar pela pré-
aprovação, será necessário criar uma pessoa jurídica (empresa) para receber o
aporte. A equipe do Criatec atua ativamente junto ao empreendedor para resolver
todas estas questões.

Além do investimento, o Criatec participa ativamente da gestão das empresas,


dando suporte estratégico e gerencial ao empreendedor, ajudando na seleção e
formação da equipe, definindo metas e acompanhando os resultados. A meta é um
elevado retorno com a realização do potencial da oportunidade. Este retorno ocorre
no momento da venda da participação do Criatec para um investidor estratégico (um
grande cliente da empresa, por exemplo) ou financeiro (um Fundo de Investimento
em médias empresas, por exemplo). A venda da participação (saída do Criatec do
empreendimento) acontece em um período que pode variar 2 a 10 anos após o
investimento.

Missão:

Atuar ativamente na evolução da sociedade brasileira através do apoio a empresas


nascentes de base tecnológica

ADMINISTRAÇÃO 135
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Objetivos:

 SANTOS
Gerar retorno para os empreendedores e investidores;

 Gerar retorno para a sociedade através de oferta empregos qualificados,


pagamento de impostos e criação de riqueza;
 Promover uma integração de esforços entre os governos, as universidades e
instituições de ciência e tecnologia, e a comunidade empresarial local;
 Atuar na realização do potencial tecnológico brasileiro;

 Criar um modelo brasileiro de capital semente;

 Fazer parte ativa no desenvolvimento econômico e social do país;

 Incentivar o empreendedorismo e descentralizar conhecimento e riqueza

 Regionalizar o conceito e a prática de capital semente.

Por que o CRIATEC?

A equipe gestora do Criatec possui estreita relação com universidades, centros de


pesquisa e demais agentes atuantes no sistema de inovação do Brasil. As
oportunidades alvo do Criatec possuem particularidades que tornam esses
investimentos menos atrativos para investidores tradicionais.

O grau de incerteza em empresas nascentes de base tecnológica costuma ser um


obstáculo ao empreendedor que busca recursos para o desenvolvimento de seu
negócio. A equipe gestora do Criatec possui experiência na avaliação de
oportunidades inovadoras (empresas ou tecnologias) e tem foco no capital
realmente semente, onde o estágio de maturação da empresa é ainda embrionário,
com riscos envolvidos e elevado potencial de retorno.

O Criatec aporta muito mais do que apenas dinheiro. Ele aporta experiência na
geração e gestão profissional de empresas nascentes de base tecnológica. Voltado
para ação próxima do empreendedor nas decisões, atua diretamente na construção
do negócio desde o início e aporta conhecimento gerencial, práticas e ferramentas
bem sucedidas, rede de contatos, visão estratégica formação de equipe. Enfim, o
Criatec pode conferir prestígio ao empreendimento e é um importante parceiro no
desenvolvimento do negócio, hoje temos o Criatec I, II e III.

O Regulamento do Criatec estabelecerá as principais regras atendidas pelas


empresas a serem investidas, cabendo destacar:

ADMINISTRAÇÃO 136
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• Poderão ser apoiadas empresas com faturamento líquido de, no máximo, R$ 6
milhões, no ano anterior à capitalização do Programa.


SANTOS
o mínimo 25% do patrimônio do Fundo deverá ser investido em empresas
com faturamento de até R$ 1,5 milhão.

 No máximo 25% do patrimônio do fundo deverá ser investido em empresas


com faturamento entre R$ 4,5 milhões e R$ 6 milhões.

A FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos

A FINEP é uma empresa pública vinculada ao MCT. Foi criada em 24 de julho de


1967 para institucionalizar o Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e
Programas, criado em 1965. Posteriormente, a FINEP substituiu e ampliou o papel
até então exercido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e seu Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (FUNTEC),
constituído em 1964, com a finalidade de financiar a implantação de programas de
pós-graduação nas universidades brasileiras.

Em 31 de julho de 1969, o Governo instituiu o FNDCT - Fundo Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico, destinado a financiar a expansão do
sistema de C&T, tendo a FINEP como sua Secretaria Executiva a partir de 1971. Na
década de 1970 a FINEP promoveu intensa mobilização na comunidade científica,
ao financiar a implantação de novos grupos de pesquisa, a criação de programas
temáticos, a expansão da infraestrutura de C&T e a consolidação institucional da
pesquisa e da pós-graduação no País. Estimulou também a articulação entre
universidades, centros de pesquisa, empresas de consultoria e contratantes de
serviços, produtos e processos.

Iniciativas de C,T&I de empresas em parceria com Instituições Científicas e


Tecnológicas (ICTs), que tiveram grande sucesso econômico, também estão
associadas a financiamentos da FINEP, como, por exemplo: o desenvolvimento do
avião Tucano da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), que abriu caminho
para que os aviões da empresa se tornassem um importante item da pauta de
exportações do País; um grande programa de formação de recursos humanos, no
País e no exterior, assim como inúmeros projetos da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de universidades, que foram essenciais para o
desenvolvimento tecnológico do sistema agropecuário brasileiro, tornando-o um dos
mais competitivos do mundo; projetos de pesquisa e de formação de recursos
humanos da Petrobras, em parceria com universidades, que contribuíram para o
domínio da tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas e que estão
fazendo o País alcançar a auto-suficiência no setor.

A capacidade de financiar todo o sistema de C,T&I, combinando recursos


reembolsáveis e não-reembolsáveis, assim como outros instrumentos, proporciona à

ADMINISTRAÇÃO 137
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FINEP grande poder de indução de atividades de inovação, essenciais para o
aumento da competitividade do setor empresarial.
SANTOS
É importante ressaltar que a FINEP mantém convênio com entidades congêneres
em outros países, entre eles:

- na Espanha, com o CDTI (Centro para o Desenvolvimento Tecnológico e


Industrial);

- na França, com a OSÉO que foi incorporada pelo Bpifrance , na Alemanha,


com a DFG e a Fraunhofer.

- com diversas entidades do Reino Unido, Dinamarca, Finlândia, Estados Unidos


e África do Sul.

A FINEP também representa o Brasil como organismo gestor do Programa CYTED -


IBEROEKA, juntamente com outras 20 instituições de países ibero-americanos. O
IBEROEKA oferece oportunidades de parceiros para projetos inovadores entre
empresas dos países participantes.

Além disso, a FINEP participa em Comitês Gestores dos Acordos de Cooperação


firmados entre o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil e seus parceiros de
outros países.

O PAPPE é uma iniciativa do MCT, realizada pela FINEP em parceria com as


Fundações de Amparo à Pesquisa – FAP’s estaduais, que busca financiar atividades
de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de produtos e processos inovadores
empreendidos por pesquisadores que atuem diretamente ou em cooperação com
empresas de base tecnológica.

Já o PIPE - Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas,


destina-se a apoiar o desenvolvimento de pesquisas inovadoras, a serem
executadas em pequenas empresas sediadas no Estado de São Paulo, sobre
importantes problemas em ciência e tecnologia que tenham alto potencial de retorno
comercial ou social.

A operação deste Programa baseia-se no apoio direto ao pesquisador, associado a


uma empresa já existente, ou em criação, pelo financiamento de seu projeto de
pesquisa de criação de um novo produto ou processo. São apoiados, no âmbito
deste Programa, projetos que estejam em fases que precedem a comercialização.

O PAPPE foi criado com a finalidade de:

ADMINISTRAÇÃO 138
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Estimular pesquisadores a se associarem a empresas de base tecnológica
em projetos de inovação tecnológica;


SANTOS
Contribuir para a criação e o fortalecimento de uma cultura que valorize a
atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação em ambientes
empresariais, propiciando um aumento no espaço de atuação profissional
para pesquisadores das diversas áreas do conhecimento;

 Melhorar a distribuição geográfica dos investimentos em pesquisa e


desenvolvimento no país;

 Oferecer incentivos e oportunidades para que as empresas de base


tecnológica, existentes ou em criação, e preferencialmente aquelas
associadas a incubadoras de empresas, desenvolvam atividades inovadoras
em termos tecnológicos (P,D&E) de impacto comercial ou social;

Estimular o desenvolvimento de inovações tecnológicas e, ao mesmo tempo,


viabilizar uma maior aplicação prática de pesquisas realizadas com o apoio das
agências de fomento.

O MCT, a FINEP e as FAP's acreditam que, além do desenvolvimento econômico do


país, pelo fortalecimento das empresas de base tecnológica e o lançamento de
produtos inovadores no mercado, o PAPPE propiciará o aumento no espaço de
atuação profissional de pesquisadores nas diversas áreas do conhecimento.

BIBLIOGRAFIA

POSSOLLI, Gabriela Eyng. Gestão da Inovação e do Conhecimento. Curitiba: Intersaberes,


2012.
_____

1 ttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Inovacao/criatec_pag_excluida_dez2013.html
acessado em 17/12/15

ADMINISTRAÇÃO 139

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