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QUINTO TESTE – 3º PERÍODO

João Prior | nº16 11ºO | 2017/2018


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Resumos para o teste de filosofia

1. Caracterização do Senso Comum e da Ciência

Senso comum

• É um saber partilhado pelos membros de uma comunidade: liga-se à mentalidade social e cultural de
uma zona geográfica/época.
• É o modo mais elementar de conhecer o mundo
• É imediato  surge espontaneamente a partir do trato direto com as coisas e seres. é captado pelos
sentidos
• É empírico  baseia-se na experiência; incide em preocupações corretas
• Visa resolver os problemas da sua vida diária: logo é útil, prático e pragmático
• É um conhecimento subjetivo: provém da experiência sensível e pessoal do indivíduo, o qual utiliza
os sentidos como instrumentos de conhecimento e constrói juízos pessoais a respeito da realidade
onde intervêm emoções, valores e preconceitos.
• Suscitam apreciações subjetivas, construídas sem nenhum critério de rigor pelo que incidem mais na
aparência das coisas do que na verdade do real.
• Pode conter dados incorretos, imprecisos e contraditórios.
• É ametódico (sem método) e assistemático (não é estruturado racionalmente, não existe um plano/
projeto racional que lhe dê coerência).
• É um conhecimento ingénuo por não ser crítico (acrítico).
• É dogmático: aceita o que existe e o que lhe é dito sem se questionar sobre o assunto.
• É transmitido de geração em geração
• Abrange toda a atividade humana (saber enciclopédico), capaz de falar sobre tudo mas é incapaz de
explicar e fundamentar qualquer coisa.
• É um conhecimento genérico, simplista e superficial: não aprofunda o seu conhecimento da
realidade, não procura descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por
sua vez, permitia explica-los
• É um conhecimento do domínio da opinião
• É fragmentário já que é incapaz de estabelecer relações entre os factos e as experiências

Por tudo isto é um conhecimento insuficiente para dar respostas a situações ou problemas mais complexos.

Senso comum e o ponto de partida para outro tipo de conhecimento


Popper assume que o senso comum é o ponto de partida, ainda que inseguro, para outro tipo de
conhecimento mais aprofundado do real, desde que este seja criticado e corrigido. Já Bachelard encara o
senso comum como um “obstáculo epistemológico”, ou seja, um obstáculo para o conhecimento científico
e para a sua respetiva produção. Afirma ainda que é necessário romper com este tipo de conhecimento
vulgar.
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Ciência
• Cada ciência tem um objeto de estudo específico, tendo por isso uma visão parcelar da realidade.
• Desenvolve-se através de um trabalho da razão, que através de procedimentos organizados e
sistematizados, visa explicar as relações entre fenómenos.
• Exerce permanente contacto crítico com a realidade.
• É antidogmática
• As Leis Científicas são teorias construídas para explicar racional e objetivamente os fenómenos e
assim, ajudar o Homem a prever e controlar a realidade

As Leis Científicas

Não são definitivas. São devidamente fundamentadas


São sempre provisórias. O seu valor/validade depende da sua =
adequação à realidade; nunca se instalam como dogmas.
Conhecimento aprofundado
Exigem revisibilidade = aperfeiçoamento
A ciência é dinâmica e evolutiva = é um conhecimento jamais inacabado.

• É objetiva: a descrição das relações entre os fenómenos é expressa sob a forma de leis matemáticas
e está isenta de qualquer tipo de subjetividade.
• Desenvolve-se com o auxílio da lógica e da matemática, as quais garantem um só valor de verdade,
coerência e exatidão e a possibilidade de demonstrar a validade da lei construída.
• É universal: as suas leis destinam-se a ser úteis a toda a humanidade e a sua validade não é a mesma
em todos os contextos.
• Sujeito científico = sujeito epistémico: é constituído por um grupo de cientistas que ao trabalharem
em conjunto (trabalhar em convergência mental) visam a anulação da subjetividade própria de cada
indivíduo e a construção de uma investigação mais fecunda.
• Usa processos metodológicos próprios (específicos de cada ciência) para explicar e compreender
fenómenos (naturais ou sociais). Sem método, nenhum conhecimento pode ser dado como científico.
• Os dados da ciência têm de ser operatórios: capazes de serem observados e experimentados, já que
só assim serão possíveis de quantificar e controlar.
• Exige uma linguagem formal: sem ambiguidades e equívocos e que é por isso rigorosa. Recorre a
conceitos técnicos, a símbolos e à linguagem matemática. Cada área de investigação tem a sua
linguagem específica.
• A epistemologia (atividade crítica e reflexiva da Filosofia) tem um papel importante no progresso da
ciência, porque ao estar constantemente a questionar a validade da adequação da lei científica à
realidade, procura identificar os seus pontos fracos. Esta permanente atividade crítica desencadeia
o emergir de duas outras características: a revisibilidade e a refutação.
A Revisibilidade atua quando a lei científica já manifesta uma certa desadequação face à realidade. Ao
efetuar aperfeiçoamentos nas verdades científicas possibilita que estas continuem ajustadas à realidade e a
ser capazes de “responder” aos problemas que a realidade lhes coloca.
Contudo, nem sempre é possível efetuar aperfeiçoamentos devido ao desgaste da própria verdade.
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Nesses casos, a teoria terá de ser refutada (contestada), uma vez que já não é explicativa e é substituída por
outra que realmente se adeque (à realidade).
A leitura refutada, apesar de não ter valor de verdade porque já não é explicativa da verdade, não deixa de
ser importante porque possui um valor histórico e é prova do processo contínuo de aperfeiçoamento da
ciência.
Segundo Karl Popper toda a teoria científica tem um dia de ser refutada, já que só deste modo se cumpre o
carater dinâmico da ciência e por consequência, o facto de as verdades serem sempre provisórias.
Objetividade: Matemática e Lógica. Método; Sujeito Epistémico; Dados operatórios; Linguagem formal;
Progresso: Verdades provisórias; Refutação; Revisibilidade; Sujeito Epistémico (convergência mental),
Epistemologia.

2. Classificação das Ciências

As ciências podem dividir-se em dois grupos que podem posteriormente ser divididas:

Ciências Formais: Ciências Empíricas Naturais:

• Estudam conceitos, estruturas e • Estudam factos e acontecimentos característicos da


processos puramente lógicos, natureza.
abstratos e simbólicos. (ex.: Biologia, Química, Física, Astronomia)
(ex.: Lógica e Matemática)

Apesar de podermos distinguir as ciências em função


do objeto e método de estudo, há muitas situações
Ciências Empíricas Sociais e Humanas: em que elas cooperam entre si. Porém, os trabalhos
desenvolvidos nas Ciências Naturais exigem
• Estudam factos e acontecimentos
habitualmente o uso da linguagem matemática, pois
característicos da vida social e humana.
esta permite quantificar, medir e traduzir os
(ex.: Sociologia, Psicologia, História, Economia) fenómenos naturais.
Já nas Ciências Sociais e Humanas nem sempre se
traduzem nesta linguagem, nem os resultados da
investigação científica permitem definir leis
universais.
3. Caracterização da conceção indutivista do método

INDUTIVISMO
Salienta a importância da indução para a ciência

• ao nível das descobertas científicas


• Ao nível da justificação de teorias
Francis Bacon destacou o papel da indução e da experimentação na construção do conhecimento
Só o método indutivo serve à ciência. Só ele conduz ao progresso do conhecimento Científico.
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Método
Observação  Formulação de Hipóteses  Experimentação  Lei

I. Observação dos Fenómenos


O cientista observa os factos ou fenómenos e regista-os de forma sistematizada para procurar encontrar
as suas causas.
A observação é neutra, objetiva e imparcial. O cientista não se deixa influenciar por quaisquer factos, ideias,
teorias ou expetativas.
A observação e o registo devem ser repetidos várias vezes. Tudo é definido com rigor e método, de modo
a proporcionar a medição, a análise e a leitura precisas do maior número de casos possível.
A observação precede a Teoria.
II. Formulação de hipóteses
Supõe:
- Análise e interpretação dos factos observados;
- Descoberta da relação existente entre os factos;
- Sentido criativo dos investigadores para descobrir relações entre os dados da observação e a causa que
os provocou.
A formulação da hipótese conjetura uma explicação / solução provisória para o problema que está a ser
investigado.
III. Experimentação
Verificação da hipótese, para a confirmar como solução para o problema. Caso não sirva de solução para o
objeto da investigação, a mesma é rejeitada.
Implica a utilização de instrumentos e técnicas.
Verifica-se se a relação encontrada anteriormente entre os dados /fenómenos observados pode ou não
ocorrer em novos casos semelhantes.
IV. Generalização Lei
A confirmação da hipótese leva à generalização da relação e a hipótese transforma-se em teoria ou lei
científica.
Na base deste procedimento está a indução. O raciocínio indutivo é a chave para a descoberta e
justificação das teorias científicas.
A lei que explica os dados observados e experimentados passa a ser considerada uma lei universal,
aplicável a todos os fenómenos do mesmo tipo, mesmo os ainda não observados.
Com base nessa lei podemos prever o que vai acontecer no futuro.
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4. Identificação e explicitação das críticas feitas ao indutivismo

O indutivismo é alvo de várias críticas. Destacam-se apenas duas.


A primeira crítica debate-se sobre a importância atribuída à observação enquanto ponto de partida para a
investigação científica:
1) A observação não é o ponto de partida do método científico e, ainda que o cientista recorra à
observação, ela não é totalmente neutra e isenta.
Com esta afirmação, concluímos que ao contrário do que a perspetiva indutivista afirma, a observação
dos fenómenos nunca é completamente neutra ou imparcial. O nosso conhecimento e as nossas
expetativas afetam a observação que temos das coisas, logo: A observação do cientista também é
afetada por pressupostos teóricos, teorias, conceitos e expetativas que desenvolve sobre a
investigação. “O que vemos depende do que sabemos”.

A segunda crítica debate-se sobre o procedimento utilizado (indutivo) para obter proposições gerais (como
as leis científicas) a partir de proposições particulares (como os casos particulares):
2) O raciocínio indutivo não confere o rigor lógico necessário às teorias científicas.
A indução constitui-se, em termos lógicos, numa operação que obriga a um salto do conhecido (proposições
particulares) para o desconhecido (proposições gerais). Porém, em termos lógicos, não é possível garantir
a validade dos argumentos indutivos só pela forma como se apresentam. O problema levantado, por Hume,
é mesmo este: Como se pode justificar a indução?
Segundo Hume, todo o conhecimento tem origem na experiencia e para reconhecermos os fenómenos da
natureza recorremos à indução. Conseguimos achar uma regularidade no modo como os fenómenos
ocorrem, como se obedecessem a um Princípio de Uniformidade.
Este princípio não constitui uma verdade necessária (a priori) pois não pode ser justificado com o
pensamento (não há nada que nos impeça de racionalmente o negarmos).
Este princípio também não pode ser provado empiricamente porque decorre do hábito (só quando se
repete várias vezes o mesmo caso é que o somos levados, por hábito, ao aparecimento de um acontecimento
e a esperar o que habitualmente o acompanha e a acreditar na experiência).
Segundo Hume, não é então possível provar empiricamente a existência de uma relação necessária de causa
e efeito entre os fenómenos. Deste modo a generalização indutivista é uma mera crença ou expetativa de
que os factos se vão repetir daquele modo (de forma uniforme).
O rigor e a verdade do conhecimento científico ficam comprometidos já que as conclusões indutivas não
podem ser empiricamente justificáveis e provêm de uma generalização indutiva da qual resultaram as leis
ou teorias científicas.
Reconhece-se assim o caráter ilusório do Indutivismo. Hume assume a indução apenas para construção de
conhecimento e não para a sua justificação.
Para garantir a cientificidade do conhecimento, outro filósofo (Karl Popper) propõe um método de
conjeturas e refutações e um critério de falsificabilidade, ainda que não resolva completamente o “problema
da indução”.
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5. A conceção da Ciência de Popper

Karl Popper defende o método conjetural (ou hipotético-dedutivo), afirmando que a construção de
conhecimento científico se faz por meio de conjeturas e refutações. Este filósofo contesta o método
indutivo, rejeitando o critério de verificabilidade, afirmando o critério que permite garantir a cientificidade
das teorias: o critério de falsificabilidade. Ao contrário da perspetiva que descreve a ciência como um
processo que vai desde a observação à hipótese, Karl Popper considera que a teoria precede a observação,
orientando-a para depois construir uma nova teoria. A experimentação refuta as hipóteses e caso não o
faça, mostra aceitabilidade para com as mesmas. Para o filósofo, a teoria científica é uma tentativa de
explicação da realidade, a qual é constantemente posta à prova. A essas teorias chamamos conjeturas. Na
sua opinião, apenas as teorias refutáveis ou falsificáveis são científicas, pois são as que são postas à prova.
Assim, Popper considera que o conhecimento científico é uma conjetura que busca a refutação e que a
ciência corresponde a uma conjetura e não a um conhecimento verdadeiro. Popper faz da falsificabilidade o
critério de demarcação entre a ciência e a pseudociência e propõe que se fale em conjeturação em vez de
verificação. Para este filósofo, e ao contrário do que se faz no método indutivo, as experiências têm como
função refutar as hipóteses, invés de as verificar. Quando uma hipótese é submetida ao teste da
falsificabilidade e não é invalidada, reforçando assim a sua credibilidade, diz-se que são corroboradas. No
entanto, o seu caráter conjetural e provisório não lhes é retirado, uma vez que embora sendo aceites como
válidas, nunca são definitivamente confirmadas, pelo que são sempre sujeitas ao critério de
falsificabilidade, podendo a qualquer momento ser colocadas de lado e substituídas por outra hipótese que
melhor se adeque à realidade.
Assim, podemos concluir que, para Karl Popper, a procura da verdade faz-se pela descoberta de erros, e
não pela verificação. Para este, o desenvolvimento do conhecimento é um processo de eliminação de
erros.

6. O método hipotético-dedutivo e respetivas críticas

Método hipotético-dedutivo (conjetural)


Karl Popper, um dos críticos do método indutivo, considera que o método da ciência é o hipotético-dedutivo.
Este método tem quatro momentos fundamentais:
Facto-problema  Formulação da hipótese ou conjetura 
Dedução das consequências Experimentação da hipótese
1 - Facto-problema

O ponto de partida da investigação científica são os problemas ou factos-problemas, os quais são factos em
contradição com as teorias existentes.
Estes problemas surgem num determinado contexto, provocando no cientista a vontade de o decifrar ou
resolver. Para isso, o cientista terá de propor uma explicação provisória, terá de formular uma hipótese,
conjetura, que possa candidatar-se a explicá-lo.
As tartarugas-de-pente depois de percorrerem milhares de quilómetros voltam, muitos anos depois, à
praia onde nasceram para desovar. Este é um facto-problema que pede explicações: como é possível as
tartarugas orientarem-se depois de vários anos e a uma distância tão grande?
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2 - Formulação da hipótese ou conjetura
A hipótese é uma explicação provisória de um facto/ fenómeno que necessita de comprovação; é uma
suposição que se expressa num enunciado antecipado sobre a natureza das relações entre dois ou mais
fenómenos.
A formulação da hipótese corresponde, pois, a um momento criativo da atividade científica, associado à
intuição e à imaginação.
A hipótese não surge indutivamente da observação, antes resulta de um raciocínio abdutivo (raciocínio
criativo).
3 -Dedução das consequências

Depois de a hipótese ter sido formulada, são deduzidas as suas principais consequências.
Ou seja, o cientista procura prever o que pode acontecer se a sua hipótese ou conjetura for verdadeira.
4 - Experimentação da hipótese
Agora será necessário descobrir se as previsões que cientista fez estão ou não corretas. Para tal é necessário
testar a hipótese, confrontando-a com a experiência.
A experimentação irá mostrar o "sucesso" ou o fracasso da conjetura proposta.
❖ Se for validada pela experiência, a hipótese é considerada como credível e passará a ser reconhecida
na comunidade científica - teoria corroborada.
❖ Se não for validada, teremos de a abandonar ou de a reformular - teoria refutada.

Críticas
a) O processo de refutação ou falsificação não é o procedimento mais comum entre os cientistas
Alguns defendem que a teoria falsificacionista não corresponde exatamente àquela que os cientistas
demonstram na atividade científica. De forma geral, os cientistas procuram confirmar aquilo a que as teorias
científicas se propõem e mesmo que dada observação implique a rejeição de uma previsão, isso não os
demove da investigação.
Não é uma observação falsificadora que surge no meio da investigação que faz o cientista abandonar a sua
teoria. É previsível que o cientista se concentre mais nas previsões bem-sucedidas do que naquelas que são
um fracasso. Estas previsões são fundamentais para o progresso da ciência.
b) Considerando a história da ciência, não parece que ela possa evoluir por um processo assente nas
refutações.

A história da ciência põe em causa a perspetiva falsificacionista e a ideia de que a ciência progride através de
conjeturas e refutações. Copérnico, Galileu ou Newton não abandonaram as suas teorias na presença de
factos que aparentemente as poderiam falsificar.
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7. Critério da Falsificabilidade

O critério da falsificabilidade consiste no critério da demarcação entre os conhecimentos que são científicos
e aqueles que o não são, porque só os conhecimentos que se submetem aos testes da falsificabilidade
podem ser considerados científicos. Todas as teorias que se afirmam como científicas, mas que não se
sujeitam aos testes da falsificabilidade, não são conhecimentos científicos, mas pseudociências. Uma
hipótese será científica se, e só se, for falsificável. Por exemplo, um enunciado como "Deus existe" não pode
ser falsificado porque não podemos apresentar provas de que Deus não existe e, por isso, por não se poder
submeter aos testes da falsificabilidade, não é um enunciado científico. Popper vê na experimentação a
possibilidade de procurar fenómenos que possam negar a hipótese. Uma teoria científica é válida enquanto
for resistindo às tentativas de a falsear e é tanto mais forte quanto mais resistir. Por tudo isto, é pelo critério
da falsificabilidade que uma teoria é refutada e é este facto que possibilitar a criação de uma nova
teoria/conjetura que já não incorpore o mesmo erro. Logo, é o facto de uma teoria ser refutada e substituída
por outra que melhor se adeque à realidade que impede que a ciência estagne ou se fixe a qualquer tipo de
dogma, contribuindo assim, para o progresso da ciência. Daí a relação direta entre falsificabilidade e
progresso da ciência.

8. O progresso da ciência segundo Popper

Para Popper, a verdade - entendida como correspondência das proposições científicas à realidade dos factos
– é a meta para a qual a ciência avança. O progresso científico deve, por isso, ser entendido como o
desenvolvimento da ciência em direção a um fim, podendo não ser alcançável, não deixa de ser pressuposto.
Popper propõe como critério a falsificabilidade das teorias, propondo que todas elas possam ser refutadas.
Neste sentido, nenhuma teoria (mesmo aquela que é corroborada), é completamente definitiva ou
verdadeira.
A ciência avança por meio de tentativas e erros, isto é:
 Parte de problemas (P1)
 Propõe hipóteses ou conjeturas, ou novas teorias-tentativas (TT) de explicação do mundo, que são
provisórias.
 Vai eliminando os erros (EE), submetendo as teorias à refutação.
 Conduz, neste processo, à descoberta de novos problemas (P2), e assim por diante.

P1  TT  EE  P2

No processo de construção da ciência as hipóteses sofrem uma espécie de processo de seleção natural: as
teorias mais fortes - as que resistem aos vários tipos de refutação – são as melhores, isto é, as que oferecem
uma boa explicação dos factos. As teorias menos aptas – as que não resistem aos testes experimentais –
são eliminadas e dadas como erros. Estes erros obrigam o cientista a procurar novas explicações dos factos
ou problemas.
Será a critica que permitirá a eliminação dos erros e consequentemente o avanço da ciência em direção à
verdade e não à posse da mesma. Este avanço faz-se por intermédio de teorias cada vez melhores. Procura
então novas respostas. A procura de novas tentativas de solução para os problemas, decorrente da
eliminação dos erros, impede que a ciência se estagne ou se fixe em qualquer tipo de dogma. A atitude
critica permitirá ao cientista avançar, em vez de se estagnar.
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Para Popper, o cientista é um sujeito ativo, comprometido com ideias, valores e princípios que funcionam
como um quadro teórico a ter em conta no seu trabalho. O cientista é um ser ativo e critico. Deste modo,
a objetividade alcançada nunca será total. É uma mera aproximação à realidade.
Como analisamos, mesmo as teorias corroboradas no presente podem ser refutadas no futuro. Por isso,
podemos dizer que dada teoria é verosímil.

Uma vez que a ciência é conjetural, ela não atinge a verdade, apenas se aproxima dela.

Exercícios
Que caraterísticas contribuem para o senso comum ser considerado um conhecimento que:
• nos pode induzir em erro;
• é insuficiente para dar respostas aos problemas mais complexos.
- Explicita que posições são tomadas por Popper e por Bachelard face à questão de o senso comum ser, ou
não, um ponto de partida para outro nível de conhecimento.
- Que caraterísticas da ciência contribuem para o progresso da mesma?
- Que caraterísticas da ciência garantem a sua objetividade e por consequência, a sua universalidade?
- Distingue senso comum de conhecimento científico.
- Identifica e carateriza as diferentes etapas do método indutivo (experimental).
- Identifica e explicita as críticas feitas ao método experimental.
- Elabora uma apresentação sobre a conceção de ciência de Popper.
- Identifica e carateriza as etapas do método hipotético-dedutivo.
- Explicita em que consiste para Popper o critério da falsificabilidade e explicita se existe alguma relação
entre este e o progresso da ciência.
- Identifica e carateriza as críticas feitas à teoria científica de Popper.
- Explicita como se desenvolve o progresso da ciência segundo Popper.
- Especifica o papel da crítica no progresso da ciência.
- A ciência segundo Popper propõe-se a alcançar a verdade. Esclarece o sentido da afirmação anterior no
contexto da conceção científica de Popper.
- A objetividade na conceção científica de Popper é plenamente alcançada? Justifica.
- Explicita em que aspetos a perspetiva de Popper se distingue da conceção indutiva.
- Identifica que analogias estudaste, nos textos analisados, entre a teoria de Popper e outras teorias e
pensadores.

FIM! BOA SORTE!


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