Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
5
© 2007 Angel-B. Espina Barrio / Editora Massangana
1a. reimpressão
Nota Editorial
Sully. Retrato de Um
Homem. Foto tirada
aproximadamente em 1870.
ANTROPOLOGIA E ANTROPOLOGIAS
Divisões da Antropologia
São muitas, mas quase todas se concebem de uma bipartição ema-
nada presumivelmente do mesmo ser humano em sua dupla dimen-
são de ser natural (corpóreo e biológico) e ser de cultura (civilizado,
simbólico). Traduzem-se aqui clássicas dicotomias (natureza-cultura,
biologia-sociedade etc). Uma antropologia se ocupará do pólo natu-
ral (antropologia física) e outra do sociocultural-simbólico (antropo-
logia cultural ou etnologia). Naturalmente que a estas duas divisões
empíricas do saber sobre o homem deve-se somar a especulativa, pró-
pria da antropologia filosófica.
Portanto, podemos definir a antropologia física (ou biológica) como
o estudo do homem enquanto organismo vivo, atendendo, além dis-
so, a sua evolução biológica dentro das espécies animais. Quer dizer
que o antropólogo físico tem que se ocupar da origem e evolução do
homem (processo de hominização) e das diferenças físicas que se dão
entre os seres humanos, da variação genética e das adaptações fisio-
lógicas do homem frente aos diversos ambientes. Para isso, conta com
uma série de estudos e de áreas de especialização: primatologia (estu-
do dos primatas, grupo animal próximo ao homem), paleoantropologia
(estudo da evolução humana através dos fósseis), antropomorfologia
(anatomia comparada de diversos tipos e raças humanas), genética
antropológica, ecologia humana etc. A atividade concreta destes ci-
entistas costuma consistir em trabalhos próximos da arqueologia,
recolhimento de fósseis, antropometria (medição de partes corporais
humanas, especialmente, o crânio – craneometria) e, ultimamente,
análises mais sofisticadas relativas às características serológicas, gené-
ticas ou fisiológicas e sua relação com o ambiente.
ANTROPOLOGIA
Etnografia
Etnologia
Antropologia social
ANTROPOLOGIA
Etnolingüística
Etnopsicologia
Etnopsiquiatria
Etnohistória
Antropologia social
Etnoeconomia
Etnografia
Marajás da Índia.
I | TEMAS INTRODUTÓRIOS
Conceito de cultura
Tanto o conceito de cultura como o de civilização estiveram asso-
ciados no Iluminismo à melhora progressiva das faculdades humanas
em todos os níveis (tal é o sentido outorgado por Herder, Jenisch etc).
Pouco a pouco se vão referindo os autores com estes vocábulos, so-
bretudo na Alemanha, à organização dos povos e ao conjunto dos
costumes. Desse modo, se oferecem algumas ten-
tativas de distinção às vezes contraditórias. As- 1 Decerto que esta
sim, Humboldt une a cultura às atividades mesma distinção é a
tecnoeconômicas (esfera do material) e a civiliza- que realiza Unamuno
ção ao espiritual e mais elevado; Spengler, por sua em seu famoso artigo:
“Civilización y
vez, diz que a civilização é a fase final, não criati- cultura”: “...deve-se
va, de uma cultura, e Weber, mais contraditório libertar a cultura da
ainda que o anterior, identifica “civilização” com civilização que a
sufoca, e romper o
o material e “cultura” com o espiritual. A civili- quisto que escraviza o
zação é irreversível, cumulativa, técnica, enquan- novo homem.”
to que os produtos da cultura são variados, UNAMUNO, M., Obras
Completas, Afrodisio
únicos, não imanentes.1 O que fica claro é que Aguado (Madri,
cada vez se oferece uma definição de cultura mais 1950)271.
3
os aspectos materiais) e do termo sociedade
Embora seja certo
que esta categoria é (base orgânica e humana), o conceito de cultu-
muito próxima em seu ra prevaleceu na antropologia. Por tratar algu-
uso pela escola de ma definição concreta de entre as muitas que
Durkheim,
do que entendemos se acumulam de tal termo, podemos terminar
hoje por cultura. este segmento do nosso manual analisando uma
Desta maneira, a que pode considerar-se muito generalizada en-
sociologia por eles
praticada poderia ser tre os antropólogos, segundo a qual a cultura é:
uma culturologia ao
estilo da propugnada
recentemente por um sistema integrado de padrões de con-
Herskovits, White etc. duta aprendidos e transmitidos de uma ge-
Normas culturais
Convém, sem mais delongas, definir claramente o que entende-
mos por norma cultural, que tipos de normas podem existir (além das
ideais e das reais) e que relação há entre elas.
Define-se norma como o modo de comportamento que compõe a
cultura de qualquer sociedade e que resulta da generalização da con-
duta da maioria dos membros dessa sociedade. Podem-se distinguir
entre as normas culturais algumas que devem cumprir todos os indi-
víduos, outras que só parte da população está obrigada a cumprir e
outras que são mais ou menos aconselháveis segundo as circunstânci-
as. Temos, assim, normas:
Universais: Formas de conduta que se esperam de todos os membros
de uma sociedade (ex.: cumprimento de horário, hábitos morais, lin-
guagem etc).
Especiais: Comportamentos próprios de um subgrupo ou classe soci-
al determinada, diferentes dos do resto do conjunto social (ex.: mo-
delos de relação entre jovens, determinados tabus dos feiticeiros etc).
Estas regras poderiam chegar a conformar uma subcultura, termo
que não carrega nenhum sentido pejorativo, ape-
nas designa uma cultura específica dentro de ou-
tra mais ampla. 7
Kluckhohn nos
Alternativas: Formas de comportamentos diferen- oferece uma
classificação mais
tes que a cultura considera igualmente válidas.7 completa ao nos falar
de normas:
Alguns autores utilizam o termo “tema” para obrigatórias (quando
só existe uma resposta
referir-se a um conceito identificável com o de aceitável para uma
“norma”, quando querem estudar os valores do- cultura), preferidas
minantes que expressam o pensamento e senti- (quando existem
várias respostas
mentos essenciais ou principais de uma cultura possíveis, mas uma se
concreta. Discutiu-se muito se estas normas ou considera melhor),
temas das culturas são unitários, coerentes entre típicas (quando a
cultura não
si, ou, inclusive, contraditórios. Revendo-se por hierarquiza as
alto toda a gama de possibilidades, temos em pri- respostas, mas uma se
meiro lugar o configuracionismo de R. Benedict, dá com maior
freqüência),
teoria que nos fala de poucas normas culturais, alternativas (várias
coordenadas entre si (ao menos nas culturas cha- respostas igualmente
madas integradas), e tendentes a um ideal soma- possíveis) e
restringidas (formas
tivo que percorreria a maioria das facetas da vida de comportamento
de um povo. Assim, ao estudar os kwakiutl, próprias das
Benedict observou um modelo cultural geral (ide- subculturas).
Índia Botocudo.
Daguerreótipo de 1844, por
E. Thiesson. Acervo do
Museu do Homem, Paris.
exata e que seria desejável maior rigor, controles mais precisos nas
pesquisas, observações etc. Entretanto, deve-se recordar que o obje-
to de estudo da etnologia é uma realidade abstrata, a cultura, de
sutil e difícil valoração ante tomografias cerceadoras ou imiscuidoras
e, embora se abstraia dos “atos” e dos “artefatos” próprios de cada
sociedade, consiste em um estilo ou norma ideal, que só se pode
perceber nas relações interpessoais mais íntimas e que, às vezes, fica
no âmbito do tácito. Por isso, segundo nosso enfoque, e porque a
metodologia sempre tem que se adequar ao objeto de estudo e não o
contrário, o trabalho de campo tem que se orientar ao estudo das
interrelações sociais em seu ambiente natural, procurando alterá-lo
o mínimo possível, embora ao custo de perder um pouco de exati-
dão. Se em quase todas as ciências a validade ecológica é importan-
te, neste que nos ocupa é fundamental.
Outras características mais concretas deste método de pesquisa
próprio da antropologia poderão ser vistas nos tópicos seguintes.
Por enquanto, é suficiente informar que o pensar sobre o humano
em conjunto é frutífero, desde que realizando as mínimas reduções
possíveis. Não existe contradição entre essas duas tarefas contra-
postas que deve levar a cabo o antropólogo (estudar a fundo um
povo, uma cultura, e dizer algo sobre o que é o homem em geral). É
a “luz intensa e o foco difuso” da antropologia.10 No trabalho de
campo, verdadeiro rito de iniciação dos antigos antropólogos, con-
centram-se os esforços empíricos em um lugar da humanidade; de-
pois, mediante o método comparativo, ficará evidente a variabilidade
e a qualidade dessa humanidade.
Traços físicos
Parâmetros sociais
Características lingüísticas
o Sagrado
II | TEMAS HISTÓRICOS
Cap. III. A ETAPA PRÉ-EVOLUCIONISTA. A antropologia cultural no mun-
do antigo. O descobrimento da América e os primeiros indigenistas:
Pané, Bartolomé de Las Casas, Motolinía, Acosta, Landa. Bernardino
de Sahagún e a cultura asteca. J.F. Lafitau e os iroqueses. O proto-
evolucionismo de W. Robertson.
Ibérica, por autores como Las Casas, Sahagún, Vitória, Suárez, Acos-
ta, Soto etc, perfizeram um elenco de dados e um corpus de obras
próximo da etnografia. Precisamente os iluministas prosseguirão em
suas filosofias sociais este gosto por discutir aspectos relacionados
com a idéia de humanidade e com os modelos que regem o aconte-
cer histórico e social. Autores como W. Robertson se aproximam
totalmente das teses que no século XIX sustentarão os evolucionistas
que, como se disse antes, inauguram definitivamente um âmbito or-
ganizado de obras e trabalhos que já se pode considerar como uma
nova ciência humanística. No entanto, a etnologia evolucionista con-
tinua sendo muito teórica e dedutiva em suas colocações e focos de
interesse, os quais giram em torno do desenvolvimento paulatino da
cultura humana, do que se denominava selvageria até o estado de
civilização atual. Contudo, é inegável o passo à frente que dá esta
escola evolucionista cultural já que a utilização de dados provenien-
tes de ciências como a geologia, a paleontologia, arqueologia etc,
assim como a mesma idéia de desenvolvimento gradual nas cultu-
ras1 significam uma mudança de perspectiva radical e nova. L.H.
Morgan, um dos principais representantes desta escola, nos ofere-
ceu um método um pouco mais confiável que a simples especulação
para reconstruir o passado cultural humano: o estudo da lingua-
gem, os símbolos e as terminologias de parentesco. Outros autores
menos preocupados com o método, ofereceram-nos, ao menos, im-
pressionantes recompilações de dados e costumes sociais e religio-
sos provenientes de todas as latitudes da Terra. Esse é o caso de
Frazer, Tylor, Mac Lennan etc. O principal defeito do trabalho de
todos estes autores foi uma preocupação excessiva com a generali-
zação histórica, o que os levou a estabelecer etapas e estágios uni-
versais inexistentes e a forçar os dados – além do mais, quase nunca
tomados de primeira mão – para fazê-los compatíveis com os seus
esquemas prévios. A este defeito e a essa linearidade de que padeci-
am todas as explicações evolutivas (que faziam
1
A idéia de evolução passar todas as culturas por um desenvolvimento
cultural foi já estabelecido e consideravam algumas culturas
influenciada pelo como estacionadas em estágios primitivos) vai res-
evolucionismo
biológico de origem ponder a escola difusionista na Europa e, depois,
darwiniana, mas foi na América do Norte, o movimento particularista
pioneira no tempo e ou reconstrucionista histórico de F. Boas. A revo-
sempre seguiu
caminhos algo lução antropológica boasiana se apóia em um
paralelos. interesse mais indutivo que histórico, em não se-
etc.4 Mas, sem dúvida, o autor grego que mais dados etnográficos
sobre culturas exteriores à própria recolheu em seus trabalhos foi o
chamado Pai da História, Heródoto. Sua obra
está repleta de dados de interesse antropológico 4
Para o
sobre povos como os lídios, citas, persas etc. E aprofundamento nas
não se detém só na descrição de suas crenças ou primitivas concepções
mitologias, mas muitas vezes trata do que hoje evolucionistas destes
autores pode-se
denominaríamos sua “estrutura social”. É o que consultar: CARO
acontece no caso dos lícios quando descreve um BAROJA, J., La aurora
perdido sistema matrilinear que servirá séculos del pensamiento
mais tarde a Bachofen para apoiar sua conhecida antropológico (la
antropología en los
teoria sobre o matriarcado. No caso dos citas, clasicos griegos y
Heródoto observa sua firme disposição à resis- latinos), CSIC (Madri.
tência guerreira que não é mais que um caso par- 1983)56-60, 66, 88-92
e 161. Para a teoria
ticular de sua adaptabilidade ao meio. Rios evolucionista de
caudalosos e grandes pastos que junto com seu Lucrécio, De rerum
nomadismo fazem com que seja o povo mais natura, pode-se ver:
PALERM, A., Teoría
5
irredento. Atento às diferenças e variações lin- etnológica, U. Ibero-
güísticas estuda os epônimos dos povos e os tem americana (México,
em conta na hora de reconstruir genealogias. É, 1967)66-70. Para a
caracterização da
pois, um autor preocupado e sensível às diferen- sociedade humana e o
ças culturais e ainda quando muitas vezes reduz o nascimento da
estranho ao próprio (ex.: no caso da divindades dicotomia natureza-
cultura na sofistica:
citas) sabe admirar os valores existentes em civi- PLATÃO, Protágoras.
lizações como a persa ou a egípcia. Tanto é assim 320c-323a; García
que alguns de seus compatriotas, tempos depois, GUAL, C. Prometeo:
mito y tragedia.
o acusaram de ser filobárbaro.6 Peralta (Madri,
No mundo romano, o autor mais importante 1979)52-68. E por
para esta pré-história da antropologia cultural último, vejam-se as
interessantes
é, sem dúvida, P. Cornélio Tácito que, em sua observações que faz
época de governador da Gália-Bélgica, recolheu sobre este tema
numerosas observações sobre os povos da região, García CASTELO. P.,
“Prometeo: la
especialmente sobre os germanos. No ano 98, educación
publicou sua Germania, onde pretendia dar uma insuficiente”. Campo
visão objetiva do povo aludido, de tanto interes- Abierto, 5. 1988. 167-
182.
se nesse momento para a política de Trajano. O
certo é que Tácito também será germanófilo, pos- 5 HERÓDOTO, IV, 46.
sivelmente o primeiro da história, pois pretende
denunciar as mazelas da civilizada Roma as pon-
6
PLUTARCO, De
herodoti malignitate.
do em paralelo com as virtudes do povo bárbaro- 12 (857a).
germânico, que encabeça assim uma longa lista histórica de bons povos
selvagens. Tácito se detém primeiro em descrever a vida econômica e
militar dos germanos, aspectos que mais podiam interessar em Roma,
mas traz também valiosas descrições sobre seu sistema político, religioso
e sobre seus costumes em geral. Tácito tinha uma intenção rigidamente
moralizadora que, às vezes – como quando trata dos judeus – o faz de
modo extremamente preconceituoso. Se foi o primeiro germanófilo, tam-
bém pode-se dizer que é o primeiro anti-semita de destaque.
Embora a história seja um contínuo discorrer e durante a Idade
Média tenha-se dado uma série de tratados, resenhados mais acima,
de grande importância para a etnologia, vamos analisar agora uma
nova etapa, crucial na gestação da disciplina que nos ocupa.
ta, inclusive, uma abordagem da questão muito mais laica. Foi dito que
este autor negava a humanidade aos índios, o que é totalmente falso,
embora fosse verdade que duvidava de sua
capacidade para o bom governo e a convi-
vência pacífica. Na realidade, Las Casas deve 15 SEPÚLVEDA. J.G., Tratado
representar os interesses do pontificado que sobre las justas causas de la
não quer renunciar a um grande número po- guerra contra los indios,
FCE (México, 1987)153. 58
tencial de fiéis que, ao fim e ao cabo, redun-
dará em uma maior influência e prestígio da 16 SEPÚLVEDA, J. G., Idem,
autoridade papal. Sepúlveda, por sua vez, re- 81.
presenta os interesses do imperador e da so- 17
Podem-se seguir estes
ciedade civil. Seu apoio na Política de títulos e normas, fundadores
Aristóteles o faz introduzir uma nova causa quase do direito
justa de guerra, dentro das já estabelecidas internacional no tratado De
Indis: VITÓRIA, F. de.
pela escolástica: a superioridade cultural.15 Doctrina sobre los indios,
O raciocínio é mais ou menos deste estilo: Ed. San Esteban
assim como o mais perfeito deve predomi- (Salamanca, 1989).74-105.
Nestas páginas fica claro
nar sobre o menos perfeito e os homens mais que não se pode invocar
probos e sábios têm que comandar os menos como causa justa de
dotados, assim as culturas mais perfeitas têm conquista o poder que o
que submeter as primitivas. Chega a nos di- imperador possa ter sobre
os senhores naturais
zer que é causa justa de guerra “submeter daquelas terras, nem
com as armas, se por outro caminho não é tampouco aduzir o poder do
possível, a aqueles que por condição natural Supremo Pontífice já que
não é de caráter secular.
devem obedecer a outros e renunciam a seu Também não é válido
império”.16 Este motivo de guerra está au- o direito de descobrimento,
sente em Vitória que, com uma posição in- pois as terras ocupadas não
estão despovoadas e nelas
termediária, nos fala de títulos legítimos e existem senhores. Deste
títulos ilegítimos da conquista espanhola das modo não se pode justificar
Índias (hoje diríamos colonização). Fala do a conquista argumentando a
negativa dos indígenas em
direito de comunicação natural dos homens receber a fé em Jesus
e dos povos, da necessidade de expandir o Cristo, nem ainda no caso,
Evangelho, assim como o direito que assiste pouco provável, em que
esta fé lhes tenha sido
à defesa dos convertidos e sua conservação insistentemente pregada.
na fé. Da mesma forma, é legítimo defender Por último, afirma Vitória,
os inocentes, preservar os direitos humanos não justifica nada, mas é
perigoso dizer que seja
mais fundamentais e proteger os aliados, destino fixado por Deus que
amigos e menos dotados. Mas tudo isto não esses índios sofram todo
pode ser feito mediante a força17, nem justi- tipo de males e
perseguições nas mãos
fica uma ação deliberadamente agressiva. dos espanhóis.
29
Pode-se notar uma
recebeu sempre apoio de seus superiores, mas,
desconfiança no tratamento às vezes, justamente o contrário. Mesmo o
dos temas religiosos nos estudo dos deuses e as antiguidades dos índi-
quais os informantes
não puderam demonstrar
os se fazendo para conhecer estes melhor, com
grande competência já que vistas à pregação e à erradicação da idola-
existia o risco de serem tria, muitas vezes era visto com suspeita e até
considerados idólatras.
Apesar disso,
com hostilidade. O texto enviado à Espanha
Sahagún teve que se perdeu no esquecimento, possivelmente foi
levar em conta as revisões presenteado por Felipe II como dote, quando
inquisitoriais a que
a sua filha se casou com Lorenzo o Magnífi-
sua obra devia submeter-se.
É curiosa a comparação que co, o que explicaria a sua redescoberta em
Sahagún estabelece entre os Florença quase trezentos anos mais tarde.
deuses mexicanos e A obra de Sahagún, mais extensa e equili-
os greco-romanos
(Tezcatlipoca é outro brada que a de outros cronistas espanhóis, é,
Júpiter; Chicomecóatl, outra com toda justiça, uma pesquisa etnográfica,
deusa Ceres; etc). por seu método e características, e, embora
As incompreensões
culturais também são padeça de alguns defeitos etnocêntricos, pode-
freqüentes em temas como se dizer que constitui uma avançada contri-
os da astrologia judiciária buição do gênio hispânico à antropologia.
(Livro IV), a astrologia
natural (Livro VII) etc.
O proto-evolucionismo de W. Robertson
Vimos que a idéia moderna de evolução cultural se foi forjando
pouco a pouco na consciência européia30 e não apareceu de repente no
século XIX. Isto é patente se nos detemos a considerar, mesmo que
superficialmente, a obra de W. Robertson. Alguns estudiosos afirma-
ram que a contribuição etnográfica deste autor, contida em sua Histó-
ria da América, de 1777, não é muito significativa para o conhecimento
dos povos ameríndios, mas o que não se pode negar é o emprego de um
esquema plenamente evolucionista. Robertson foi o primeiro a formu-
lar três etapas no desenvolvimento das culturas (selvageria, barbárie e
civilização) que depois se fariam famosas ao serem acolhidas e amplia-
das por L.H. Morgan. Do mesmo modo, seguindo uma tradição tam-
bém presente em Vico, realça o interesse dos conhecimentos
arqueológicos na hora de reconstruir culturas passadas, pois nos po-
dem acrescentar dados sobre os instrumentos e a tecnologia então exis-
tente. Neste sentido nos ofereceu uma seqüência cultural que tempo
depois ficaria demonstrada: culturas líticas-culturas do bronze-cultu-
ras do ferro.
Noutra ordem de coisas, esse presbítero escocês que chegaria a ser
reitor da Universidade de Edimburgo, reafirmou uma série de aspectos
já tratados pelo Pe. Acosta, como o princípio do paralelismo cultural
que proíbe fazer conexões superficiais entre similitudes culturais dis-
tantes, similitudes que devem ser explicadas por outros fatores. Do
mesmo modo, temos que informar que não foi o primeiro a predizer a
passagem do Velho ao Novo Mundo através
do estreito de Bering, pois já dissemos que
30
Leve-se em conta que a isto foi algo informado por Acosta, embora
concepção evolucionista será seja certo que, até o século XVIII, não se pôde
crucial no nascimento saber que o lugar concreto de passagem dos
formal da antropologia
empírica, como se discutirá povos orientais era o estreito de Bering. Além
no capítulo seguinte. Esta disso, deve-se destacar sua consideração da
idéia de evolução nas cultura como fator mais importante que a raça
culturas do mais simples ao
mais complexo, que já está
na determinação do caráter dos povos. Sob o
presente em Lucrécio, princípio do determinismo cultural tratou o
tomará a partir do século caráter nacional dos astecas e incas, compa-
XVIII formas definidas depois
dos estudos de filosofia da
rando as concepções do mundo e personali-
história de Vico, Hegel, dades destes povos com suas instituições
Locke, Hume, Voltaire etc; e sociais, inaugurando, desta maneira, ainda
do estudo etnológico que
agora comentamos
que imperfeitamente, um longo caminho de
de Robertson. estudos sobre cultura e personalidade.
Selvageria aborígenes e
médio linguagem e fogo
australianos
plantas e animais
pueblo e as altas
(Velho Mundo),
Barbárie médio culturas do México
irrigação e adobe
e do Peru
(Novo Mundo)
Antiga
Civilização escrita
Moderna
to entre pai e filha, depois entre mãe e filho e, por último, entre os
membros de gerações distintas no grupo consangüíneo. Tudo isto
ocorreu, pensava Morgan, nas etapas da selvageria média e superi-
or e uma cultura que apresentava indícios deste tipo de organização
era a havaiana, pois em sua denominação de parentes chamam pais
a todos os consangüíneos da geração superior e irmãos a todos os
consangüíneos da geração a que pertence um indivíduo, o que era
interpretado por Morgan como sinal de que em um tempo ainda
não muito longínquo essas denominações encerravam uma distin-
ção real. Com o estabelecimento do tabu entre irmãos se entra no
período de barbárie quando ainda os irmãos e irmãs se casam em
grupo, mas não entre si. Este tipo de organização explicaria o pa-
rentesco dos iroqueses que denominam da mesma maneira o pai e o
irmão do pai e têm um mesmo termo para a mãe e a irmã da mãe
porque tempos atrás nessas sociedades os irmãos do mesmo sexo
teriam feito o mesmo matrimônio. Vemos como Morgan aplica sua
teoria central de que a língua evolui mais lentamente do que os cos-
tumes sociais e, por isso, na mesma, podemos encontrar vestígios
das instituições já desaparecidas.
Por último, Morgan pensava que o matrimônio por emparelha-
mento, quer dizer, entre um só cônjuge e vários do sexo contrário,
deu passagem ao matrimônio estritamente monogâmico. No último
período da barbárie, se produziu uma substituição de instituições muito
importante, se passou da:
Barbárie Civilização
Poligamia Monogamia
Matriarcado Patriarcado
Agricultura Pastoreio
Esta radical mudança de cultura, defendida com convicção pelos
marxistas, aconteceu devido à introdução do pastoreio e a propriedade
mais ou menos individual dos rebanhos. A substituição do clã matri-
linear pelo patrilinear teve lugar porque os homens (por exemplo, o
marcado no esquema como (A) se opuseram a que sua herança e reba-
nhos passassem aos filhos de suas irmãs (C) aos que começavam a
considerar menos vinculados com eles que seus próprios filhos (B), con-
forme se pode demonstrar no esquema gráfico na página seguinte.
B C
Escultura egípcia em
bronze, representando o
deus Bastet. Acervo do
Museu Britânico, Londres.
Kroeber e “o superorgânico”
Os princípios filosóficos neokantianos relativos à história, sua for-
mação filológica e as teorias boasianas são as três principais fontes
onde vai beber a doutrina antropológico-cultural de Alfred Lewis Kro-
eber, que pode considerar-se como o primeiro de uma longa lista de
discípulos de Boas.
Kroeber começou, como muitos outros, criticando as teorias de Mor-
gan, mas possivelmente nos aspectos que hoje nos parecem mais sóli-
dos (como é a divisão dos sistemas de parentesco em classificatórios e
descritivos). Deste modo negou rotundamente que existisse grande re-
lação entre as terminologias de parentesco e as instituições sociais, quer
dizer, desqualificou a base dos estudos de Morgan e Rivers sobre este
tema. Certamente, Kroeber moderaria esta postura com o tempo con-
cedendo uma conexão entre as denominações e as instituições já que
ambas as expressões compartilham uma lógica inconsciente e modelos
conceituais. Não existia, para Kroeber, uma relação causal, nem nesta
conexão, nem em qualquer outra que pudesse expor-se no estudo da
cultura. A posição de Kroeber é radicalmente antinomotética. Vejamos
como chega a estas conclusões através do exame do mais importante
de seus artigos, aparecido em 1917, com o significativo título de O
superorgânico (The superorganic). Para Kroeber, neste artigo, o indiví-
duo não tem nenhum valor histórico, salvo como exemplo. O indiví-
duo é um agente cego das forças da cultura. O hegelianismo é patente
nesta postura que, embora não fale dos caminhos da “astúcia da ra-
zão”, utiliza o princípio da simultaneidade nas invenções e teorias ci-
entíficas para demonstrar que o trabalho dos estudiosos ou inventores
concretos não é tão decisivo como a preparação cultural que a facilita
e de alguma forma a determina. Estamos diante de uma posição próxi-
ma ao determinismo histórico. A crítica à mesma veio do próprio mes-
tre de Kroeber, Boas, que não entendia como esse fenômeno
superorgânico chamado cultura não tinha nada a ver com os indivídu-
os que participavam dele. Mistificou-se até tal ponto o conceito de
cultura que parecia mais referir-se a uma entidade transcendental,
superpsíquica, senhora por si só dos destinos
da humanidade. Ante esta demolidora análi-
37
Não é estranho que algum se Kroeber teve que delimitar melhor seu pen-
autor tenha falado do samento dizendo que o nível cultural era um
conceito de geocultura.
nível autônomo de fenômenos que embora pu-
KUSCH, R. Geocultura del
hombre americano. García desse reduzir-se em teoria a níveis inferiores,
Cambelro (B. Aires, 1975) na prática não era conveniente fazer essa re-
39
Referimo-nos a LOWIE,
R., La sociedad primitiva.
Amorrortu (B. Aires, 1972).
Também é muito
interessante, para um
conhecimento das escolas
anteriores a seu trabalho,
sua Historia de la
etnología, FCE
(México, 1974).
Desenho de Karel
Hlavácek. 1897.
Psicanálise e antropologia
A influência do enfoque psicanalítico no campo da etnologia criou
uma nova escola antropológica denominada “cultura e personalida-
de”. Veremos como o movimento a que nos referimos teve seu maior
êxito na década dos trinta coincidindo com o auge da chamada psica-
nálise culturalista americana (a que pertencem nomes como Horney,
Sullivan, Erickson, Kardiner, Fromm etc). A psicanálise foi uma das
primeiras interpretações psicológicas que concedeu extraordinária im-
portância às influências recebidas pela criança em sua idade mais ten-
ra. As primeiras experiências por que passa o ser humano em seu
desenvolvimento ontogênico parece que são decisivas no molde de sua
posterior conduta e personalidade. Existe, portanto, uma ligação forte
entre as práticas de criança de uma cultura e o tipo de caracteres
personológicos mostrados pelos adultos pertencentes à cultura. Mas
este elo não é unívoco e há diferentes modos de estudá-lo e de
compreendê-lo. Neste capítulo serão abordados os diferentes enfoques
que se deram ao longo do século XX em relação à problemática cultu-
ra e personalidade, deixando para a parte sistemática o tratamento
teórico dos diferentes aspectos que a dicotomia indicada apresenta.
Comecemos, assim, pelo que inaugura o estudo antropopsicológico: a
psicanálise freudiana.
Psicanálise culturalista
(Kardiner, Fromm)
O eco alcançado pelas idéias de Freud 53
Mendel, G., Idem, 91,
na América do Norte foi espetacular quase 156, 183, 275, 315,
desde a primeira década do século XX. Logo 334 e 346
daria lugar ao nascimento de uma escola es- 54
Mendel, G., Idem. 401
pecial de psicanalistas que modificando
substancialmente algumas posições freudia- 55
Mendel, G.,
nas mostraram grande atenção tanto aos Sociopsicanálisis I.
Amorrortu (B. Aires,
problemas individuais como aos sociais. 1974)19, 34 e 50.
Tanto é assim que o nome mais difundido
para referir-se a esta escola é o de “psicaná- 56
Mendel, G., Idem, 15.
1. Posições anti-cultura-personalidade (C P)
São as derivadas do sociologismo durkheiminiano ou weberiano
segundo o qual a ordem normativa cultural prevalece sobre o indi-
víduo constituindo-se em um sistema ambiental ao qual o referido
indivíduo tem que adaptar-se, mas que não pode permutar. Nesta
perspectiva, o modo com que as populações diferem psicologica-
mente é de pouca importância social. Tal seria a visão de Kroeber
no superorgânico ou a consideração mais aceita entre os intera-
cionistas simbólicos (Goffman, Young etc)
2. Posições reducionistas (P C)
A postura contrária à anterior afirma que os fatores psicológicos
individuais são causas independentes e prin-
cipais da conduta cultural e social. É o psi-
1 cologismo freudiano seguido por alguns
9
5 autores, especialmente por G. Roheim. Os
Emprego de psicanalistas culturais americanos (Kardiner,
3 10 ambos esposos
2 Fromm, Erikson etc) moderam este re-
Divórcio ducionismo psicológico admitindo variáveis
6 geográficas, econômicas etc, mas sempre
4 11 considerando que os motivos individuais in-
7 tervêm nas variações interculturais e nas mu-
8 danças gerais sócio-econômicas.
12 13
3. A personalidade-é-cultura (P = C)
R. Benedict e M. Mead falavam de diferen-
63
Os números correspondem
aos da série apresentada tes padrões de personalidade para as dife-
no texto. rentes culturas considerando-as como partes
Conclusões
Vimos ao longo deste capítulo como o tema tratado interessa a
muitos diversos especialistas: antropólogos, sociólogos, pedagogos e
psicólogos, principalmente. Portanto, se acumulam neste estudo to-
das as virtudes e problemas das matérias interdisciplinares. Por um
lado, se podem realizar sínteses muito valiosas e compreensivas do
modo de ser do homem, mas, por outro, corre-se o risco de cair em
generalidades pouco precisas e dificilmente empíricas, além da tenta-
ção funesta que aqui se oferece de mesclar métodos e estratégias per-
tencentes às diversas ciências implicadas. Possivelmente a única
metodologia que pode ser aplicável a este tema como própria é a que
se deriva do enfoque etnometodológico que prescreve uma observa-
ção não imiscuidora de alto valor ecológico, pois já apontamos antes
que no tema cultura-personalidade se entrecruzam várias dimensões:
Grupo de crioulos de
Madagáscar. Foto de Désirér
Charnay. 1863. Acervo do
Museu do Homem, Paris.
A sexualidade
nas sociedades primitivas
Outro dos temas preferidos por Malinowski é o da canalização e
modalidades que a sexualidade apresenta em sociedades não tão com-
plexas como as do Ocidente. Dedicou, com maior ou menor dente-
nimento, várias de suas obras a esta questão: A vida sexual dos
selvagens no noroeste da Melanésia, Jardins de coral, Crime e costu-
Triângulo edípico
trobriandês
Representação da divindade
Majipat Lakhe, em
Katmandu. Acervo Gérard
Toffin. Reprodução da
revista Oceanos, Lisboa.
As nomenclaturas do parentesco
(As estruturas elementares do parentesco)
Denominações de grupos humanos
68
Observe-se até que ponto (O totemismo na atualidade)
pôde influir em nosso século Classificações primitivas de plantas e animais
a antropologia filosófica de
E. Cassirer e sua concepção
(O pensamento selvagem)
do homem como “animal A linguagem mítica
simbólico”. Veja-se: E. (Mitológicas, I-IV; A oleira ciumenta etc)
CASSIRER. Antropología
filosófica, FCE (México,
A linguagem das máscaras
1974)49. (A via das máscaras).70
80
C.R BADCOCK. Lévi-
Strauss.El estructuralismo y
la teoría sociológica, FCE
(México, 1979)155.
vilégio polígamo dos chefes ou dos bruxos, no que pese a sua aparên-
cia de exceção, transtorna todo o equilíbrio natural dos sexos, já que
os adolescentes varões às vezes não encontram esposas disponíveis en-
tre as mulheres de sua geração.92
Existem soluções para esta dramática situação – mais angustiosa se
se considerar o lamentável destino a que se vêem lançados os solteiros
destas sociedades – que passam pela instauração da poliandria fraterna
ou pela homossexualidade. Com relação a esta última escolha, Lévi-
Strauss se mostra meio contraditório ao longo de sua obra já que, por
um lado, parece que a apresenta como uma solução de substituição93 e,
no entanto, tem sua própria regulação independente. No caso dos nam-
biqwara se dá entre os primos cruzados, que, se supõe, não terão pro-
blema para obter matrimônio, pois depois intercambiarão suas irmãs.
Além disso, este amor mentira começa em uma etapa inicial da adoles-
cência e sempre deixará resquício no comportamento mutuamente
afetivo dos adultos.94 Mas, no que pese o fato da sexualidade humana
ter uma grande variedade de manifestações culturais e, é obvio, não se
atenha com exclusividade à heterossexualidade monogâmica, Lévi-
Strauss pensa que a tendência poligâmica, quase diríamos promíscua,
de tal instinto, faz com que sempre apareça escasso o número de com-
panheiras acessível. Por esta razão o matrimônio nunca é algo dual,
deve ser sancionado e limitado pela sociedade.
No triângulo matrimonial lévistraussiano estão os membros do
casal, mais “o que poderia estar” em lugar de um dos dois membros.
Este “ausente” – que deve representar o gru-
po – influi na estruturação do matrimônio
mais do que poderia pensar-se. Este fato, 92 C. LÉVI-STRAUSS, Las
que depois porei em relação com o proble- estructuras elementales del
ma do avunculado e do átomo do paren- parentesco, o.c. 74.
tesco, é o que se pode generalizar para todas 93 Assim é considerada a
as culturas. homossexualidade por C.
LÉVI-STRAUSS em: Tristes
Triângulo matrimonial universal
trópicos, o.c. 337-338.
94
Veja-se C. LÉVI-STRAUSS.
Rival Las estructuras elementales
GRUPO del parentesco,
o.c. 560-561.
As demais afirmações, com que Lévi-
Strauss acompanha a explicação do mesmo, 95
Cujas características
não acredito que possam sair do contexto podem ser acompanhadas
em: C. LEVI-STRAUSS,
que limita um dos sistemas de parentesco Idem, 81.
mais bem conhecidos por nosso autor que é o dos nambiquara.95 Estes
indígenas, aos quais já me referi antes, apresentam uma organização
matrimonial muito interessante em que o chefe tem uma série de prer-
rogativas que recordam moderadamente as do antigo “chefe” da horda
darwiniana. Na realidade, e como veremos, Lévi-Strauss substitui o
pai universal freudiano, extraído da patriarcal Viena, pelo cunhado
universal dos matriarcais trobriandeses.
Se um indivíduo refreia o seu instinto, o faz, em primeiro lugar,
porque precisa relacionar-se com outros e, em segundo, porque sabe
– supõe – que outro fará o mesmo. Aliança ou rivalidade, não cabe
outra opção a alguém com quem necessariamente terá que contar. A
aliança se estabelece primordialmente por intercâmbio, troca de pre-
sentes, de mercadorias e, sobretudo, de mulheres. Na mulher o inter-
câmbio alcança o ápice, pois ela é um signo associado a um valor e,
além disso, serve para a satisfação de um instinto:
Renuncio à minha filha ou à minha irmã com a condição de que o
meu vizinho também renuncie às suas; a violenta reação da comuni-
dade frente ao incesto é a reação de uma comunidade doente96, acres-
centaria, em sua causa fundante: a que impede que as famílias se
fechem em si mesmas como mônadas, à larga, letais.
Lévi-Strauss tem que recorrer aqui a fatores de tipo psicológico
(situações sociais “não cristalizadas”, produção de sentimentos amis-
tosos etc) para dar base a seu conceito-chave da ordem do parentes-
co: o princípio da reciprocidade.
Com clara influência de M. Mauss e sua “regra do dom”97, Lévi-
Strauss funda a ordem social em uma justiça comutativa que maneja
com fatores de índole diferente da econômica: potência, simpatia etc.
Seria, em todo caso, uma economia de alianças e rivalidades que, no
extremo, não deixa de ser paradoxalmente psicológica.
Mas nosso autor não quer deter-se nos fundamentos deste princípio
de reciprocidade e prefere analisar sua atua-
ção no estrato grupal. A reciprocidade se dará,
96
C. LÉVI-STRAUSS, Idem, preferentemente, no intercâmbio entre os gru-
102. pos. Haverá grupos doadores e grupos recep-
tores que, ao final, equilibrarão de alguma
97
Que é desenvolvida por
Mauss em seu “Essai sur le forma suas posições desiguais. Nesta chave
don”, que pode encontrar- se decifram duas das instituições de parentes-
se em castelhano em: M. co mais atraentes: a organização dualista e o
MAUSS, Sociologia y
Antropologia, o.c. 169-171, matrimônio dos primos cruzados. Não resta
principalmente. dúvida de que estas intuições sobre o princí-
a1 / a2 // b1 / b2
123
N. CHOMSKY. El lenguaje
y el entendimiento. Seix
Barral (Barcelona, 1986)
128 e 230-265
O neoevolucionismo de L. A. White
O professor Leslie A. White, falecido em 1975, em seu livro A
ciência da cultura, nos diz que o homem se esforça, entre outras coi-
sas, por perpetuar sua espécie e por fazer sua vida segura e suportá-
vel. Sua necessidade primária e fundamental é o alimento. Depois
existem outras necessidades: amparo, companhia etc. O homem, di-
ferentemente de outros animais, possui algo que o faz adaptar-se ao
meio ambiente com grande variabilidade: a ferramenta. Com este
meio desenvolve uma cultura que é a forma concreta que tem de agar-
rar-se ao mundo. Uma cultura compreende uma organização social,
sistemas de parentesco e matrimônio, instituições, normas de condu-
Antropologia pós-moderna
A antropologia pós-moderna é a versão
feita pela antropologia interpretativa ameri-
cana das propostas pós-estruturalistas euro- 136
LISÓN TOLOSANA, C,
Antropología social y
péias. Seu objetivo se centra en estudar a hermenéutica, FCE (Madri.
própria antropologia (é uma meta-antropo- 1983)137.
logia), que trata de criticar as monografias
clássicas anteriores, dado que não há mais
137
LISÓN TOLOSANA, C,
Idem. 158.
novos nativos para estudar. Concretamente,
se trata de esclarecer o conceito de cultura, a 138
Muitos outros nomes
partir da prática antropológica contemplada deveríamos mencionar aqui:
A. González Echevarría. J.R.
desde a complexa trama de implicações e Llobera, J.M. Gómez
referências que subjazem na literatura antro- Tabanera, S. Rodríguez
pológica. Existem três caminhos: Becerra, I. Moreno, A. Ortiz-
Osés, L. Pereña, J. Maestre
a) Meta-reflexão e análise crítica sobre Alfonso, O. Martínez Veiga e
o discurso etnográfico e os recursos retóricos um vastíssimo etcétera.
A árvore do alfabeto.
Johannes Zainer, 1490.
..
ETNOL NGU T CA
m
m
NO NGU C NO NGU C
m m
m m
m m
ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA ETNOLINGUÍSTICA
ngüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etnográfica Etnografia lingüística Lingüística etno
uda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura Estuda os fatos lingüísticos Estuda a cultura
nquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas) enquanto determinados (”saberes” sobre as coisas)
pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto pelos “saberes” enquanto
sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada sobre as coisas manifestada
( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li ( lt ) l li
língua cultura
NORMA
fala conduta
A diversidade lingüística
Na atualidade, existem mais de 2.500 línguas faladas em todo o
planeta. Passamos a resumir os principais troncos lingüísticos e sua
localização geográfica:
Chinês
Tibetano
Família sino-tibetana
Tai (siamês)
Birmano
Línguas do Cáucaso
Línguas dravidianas (Índia)
Japonês
Coreano
Malaio
Tronco malaio-polinésio Javanês
Tagalo
Afro-asiáticas (hebreu, árabe, língua da Etiópia, bereber, egípcio
ÁFRICA
antigo, arameu..)
Nilo-saarianas Kanuri (Nigéria)
Khoisanas Hotentotes e bosquimanos (Tanzânia)
Nigero-cordofanianas Grande grupo de mais de 400 línguas (ex. Bantu)
Família esquimó-aleutiana
Norte Tronco athapascano (navajo, kutchin,
AMÉRICA
cheroqui, dakota-assinibione...)
Náhuatl (centro do México)
Central Otomí (México)
e Sul Maya (Yucatán, Guatemala)
Tupi-guarani (Brasil, Paraguai)
Quéchua e aimara (Peru e Bolívia)
A origem da linguagem
Pouco se conhece desta questão que não deixa vestígios arqueoló-
gicos, mas sobre a qual podemos conjeturar a partir de inferências
4
Área cerebral 44, da
articulação da linguagem,
que é exclusivamente
humana.
A
B C 1.000 anos
6
Por exemplo,
suponhamos duas línguas 19% 19%
que compartilhem 30,6% de
seus vocabulários básicos. 81% 81%
Como a cada 1000 anos a
variação é de 34%, por uma Italiano Francês
simples proporção podemos 66% - 34%
estimar em 900 anos o
tempo de separação Tal como se ilustra no esquema, ao cabo
de tais línguas. de mil anos cada língua conservará 81% do
muito mais bem preparadas que outras para compreender certos fe-
nômenos físicos. Esta última consideração foi fortemente criticada já
que as linguagens ordinárias, como “logos semântico”, são igualmente
válidas para expressar os conhecimentos intuitivos sobre a realidade
e nenhuma linguagem supõe por si mesma uma trava para a atividade
do pensamento. É principalmente o vocabulário o que se vê mais afe-
tado pelas inquietações e interesses das coletividades humanas e não
tanto a gramática ou a fonologia. Recorde-se que o léxico junto com
as diferentes formas de vida e mentalidades se transformam muito
mais rapidamente que as estruturas gramaticais básicas de uma lín-
gua. Além disso, se cada língua levasse consigo uma particular meta-
física oculta, então seria impossível realizar corretamente uma
tradução. É certo que as línguas não “falam” com as mesmas pala-
vras nem com as mesmas expressões, mas podemos dizer que podem
“falar” das mesmas coisas. A nenhuma língua, por mais tosca que
nos pareça, é-lhe proibido referir-se a qualquer aspecto da realidade
por mais que não tenha um vocábulo preciso destinado para esse uso,
posto que sempre podem ser utilizadas outras palavras e distinções
complementares. Como conclusão, podemos dizer que nossa língua
nos facilita a expressão de determinadas idéias e nos predispõe em
favor de certas linhas de pensamento, mas não podemos sustentar de
nenhum modo que nossa língua predetermine realmente nossa forma
de pensar nem que limite absolutamente nossa visão do mundo.
As “regiões” do simbólico
Dentre as muitas definições que se deram do conceito de símbolo
tomaremos aquela que o faz ser um signo, quer dizer, uma união en-
tre um significante e um significado, de características muito especi-
ais. Segundo esta definição,7 o símbolo é um signo que, através de sua
significação imediata e manifesta, remete a outra significação que se
revela e se oculta na anterior.8 Se em todo signo existe uma dupla dua-
lidade (interna, entre significante e significado; e externa, entre signo e
objeto designado) no símbolo se geram novas dualidades: entre o signi-
ficado 1º e o significado 2°; e entre o símbo-
lo e o objeto simbolizado). Mas, para que
7
Que pode encontrar-se em
âmbitos da expressão humana são adequa-
autores tão variados como
dos ou se empregam os símbolos? Fundamen- Ricoeur, Sperber, Morin etc.
talmente lhe são próprias três “regiões”: o Veja-se: RICOEUR, P., Freud:
sonho, a poesia e a religião (Nesta última una interpretación de la
cultura. Siglo XXI (México,
toma muitas vezes a forma de relato, de mito). 1975)12-21; SPERBER, D., El
No sonho, como veremos, o símbolo se simbolismo en general.
produz acima de tudo para ocultar um de- Anthropos (Barcelona,
1978)58-59, 147 e 167; e
sejo proibido pela censura do superego. Na Morin, E., El método. El
poesia se utiliza para dar à luz um sentimen- conocimiento del
to ou uma intuição que de outra maneira conocimiento. Cátedra
(Madri, 1988)170.
seria inefável. A religião também se expres-
sa mediante símbolos, pois as experiências 8 Para Ricoeur, no símbolo
às quais se remete são deste modo afetivas confluem duas funções
e inexprimíveis através da linguagem deno- contrapostas que geram sua
radical ambivalência: por
tativa ou ordinária. um lado, se trata de
Os símbolos traduzem um conhecimen- descobrir e, por outro, de
to intuitivo, não racional, sintético. A ima- ocultar os objetivos de
nossas pulsões. Disso nasce
ginação humana articula estes símbolos em o símbolo que aparece
um discurso que é intraduzível porque é es- realmente próximo do
sencialmente polissêmico, embora isto não conceito de sublimação e do
trabalho da cultura.
queira dizer que seja arbitrário ou irracio- RICOEUR P., Idem, 434-435.
Características do mito
Por sua vez, o mito é um relato, mas um relato especial: uma nar-
ração simbólica. Tudo o que foi dito antes para o símbolo vale dizer
agora para o mito, o qual se produz principalmente para transmitir
experiências relacionadas ao religioso que exigem uma expressão nar-
rativa. A narração mítica nos fala de coisas que aconteceram em um
tempo “primordial”, fora da dimensão ordinária do tempo. Esta épo-
ca em que atuam deuses ou heróis semideuses é a da “origem”, quer
dizer, o mito nos remete a um tempo fundador, criador e sustentador
da realidade agora existente.9 A narração não tem que tomar-se em
seu sentido ordinário (pois desta maneira só seria uma pura lenda
incrível), mas em sua aparência simbólica que nos revelará um senti-
do profundo inesgotável como o demonstram o interesse que ainda
seguem suscitando em nossa cultura mitos
como os que nos falam de Idade de Ouro,
9
Destas opiniões: ELIADE, Abraão, Édipo, Eterno Retorno, Prometeu,
M., Mito y realidad. Labor Dilúvio Universal, Hamlet, O Andrógino, D.
(Barcelona, 1985)17-18.
Juan, Fim do Mundo etc.
10
Sendo o símbolo a base da O homem continua se expressando com
cultura – quando se mitos, inclusive em nossa cultura tão cientí-
apresenta em seus aspectos fica, já que sua força arrasta os homens e,
mais afetivos e polivalentes,
enlaçando uma multidão de fascinando-os, atraindo-os, pondo-os em
significados e cristalizado movimento. Os mitos aparecem no cinema,
em belos prismas na literatura, no trabalho dos filósofos e dos
mitológicos – pode
colaborar, inclusive, para antropólogos. Esse “animal fantástico” que
que aquela tome caminhos é o homem precisa expressar seus desejos e
muito mais auspiciosos. ilusões e sonhar com outros mundos possí-
Assim, os mitos de Narciso e
Orfeu – amor narcisista e
veis dentro deste mundo.10
perverso, respectivamente –
representam desejos que
hoje em dia devem ser
assumidos por nossa
sociedade, em lugar de ser
reprimidos. Consulte-se,
sobre este tema: MARCUSE,
H.. Eros y civilización, Ariel
(Barcelona, 1981)159-161.
a) Teorias simbólicas:
12
Entre elas cabe destacar a Teorias anteriores a este movimento consi-
visão de J.G. Frazer, genial
compilador de relatos e
deravam o mito como um modo de racioci-
dados de muitos continentes nar primitivo, infantil, imperfeito, próprio
e culturas, mas com escassa das origens da humanidade.12 A psicanálise,
elaboração interpretativa.
Veja-se o que diz a propósito
sem superar totalmente estes preconceitos,
do mito de Prometeu: já nos dá um contexto teórico mais adequa-
“...dificilmente podemos do para tratar do mitológico. No mito se
evitar concluir que o modo
de acender o fogo mediante
expressam coletivamente conteúdos simila-
percussão de pedras deve res aos que o indivíduo expressa no sonho.
ter sido descoberto São conteúdos, neste caso, não plenamente
independentemente, uma e
conscientes, embora tampouco absolutamen-
outra vez, ao longo e ao
largo do mundo; e pouca te inconscientes. De alguma forma desvelam
necessidade temos neste e, ao mesmo tempo, ocultam nossos desejos
caso de recorrer à hipótese mais íntimos.13 Esta associação sonho-mito14
de um descobridor único, um
Prometeu solitário, cujo influirá no tipo de interpretações que se ofe-
afortunado invento tivesse recem de ambos os fenômenos. Assim, o con-
passado de mão em mão de teúdo manifesto onírico deveria ser o relato
um limite a outro da
Terra...” do mito, e o conteúdo latente, o pano-de-
FRAZER. J.G.. Mitos sobre fundo pulsional que terá que se descobrir e
el origen del fuego. Alta que faz ser aceito socialmente esse discurso
Fulla (Barcelona. 1986)209.
como incompreensivelmente interessante.
13
Veja-se: RICOEUR, Entre ambas as versões se encontram os pro-
P.. Ibidem. cessos inconscientes descobertos por Freud15:
14
Há autores que afirmavam
inclusive que o mito era o – Condensação: o mito resume, em figu-
sonho da coletividade. ras conjuntas, elementos que antes estavam
Veja-se: RANK. O., “El sueño separados, e vice-versa. Desta forma, por e-
y el mito”, em: Freud, S., La
interpretación de los xemplo, no mito de Prometeu, as figuras de
sueños. Alianza (Madri, Prometeu e Epimeteu são desdobramentos
1976)128. de uma figura que seria a humana conjunta.
15
Que descreve em sua
Ou, poderíamos dizer que a figura de Pan-
obra: La interpretación de dora condensa aquilo que é apetecível e belo,
los sueños, em: Obras com todos os males que podem sobrevir à
Completas. Biblioteca Nueva
(Madri, 1973) 494-592.
humanidade.16
16
Faço referência nos – Deslocamento: o que é importante em
exemplos ao mito de um mito, em outro passa a ser uma questão
Prometeu, já que,
posteriormente, ensaiarei o secundária. Ou o que parece no relato ma-
exame eclético (estrutural e nifesto como pouco importante, tem um pa-
dinâmico), principalmente pel decisivo no latente.
do mesmo.
c) Estruturalismo:
Na análise dos fenômenos culturais, e também no caso da mitolo-
gia de uma cultura, o estruturalismo parte de alguns princípios ema-
nados, em sua maioria, da lingüística de Saussure. Como já sabemos,
a aplicação destes princípios à antropologia e, concretamente, ao mito,
é feita principalmente por Lévi-Strauss em suas extensas Mitológicas
I-IV, e em A oleira ciumenta, Mito e significado etc.21
A análise estrutural decompõe o mito em seus elementos significa-
tivos e os ordena em uma seqüência que nos revela seu “significado”
estrutural da mesma maneira que se se tratasse de:
uma partitura orquestral que um aficionado perverso hou-
vesse transcrito, pentagrama após pentagrama, em for-
ma de uma série melódica contínua, e
cujo ordenamento inicial terá que re-
construir. Como se apresentasse uma
20
MALINOWSKI, B., Magia,
sucessão de números inteiros, do tipo:
ciencia y religión. Ariel
(Barcelona, 1982)181. 1, 2, 4, 7, 8, 2, 3, 4, 6, 8, 1, 4, 5, 7, 8,
1, 2, 5, 7, 3, 4, 5, 6, 8, e nos propuses-
21
Veja-se, no capítulo VIII se como tarefa reagrupar todos os 1,
do presente projeto, a parte
intitulada “O pensamento todos os 2, todos os 3 etcétera, em for-
selvagem e o mito”. ma de tabela:
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5 6 7 8 22
d) Cognitivismo:
Para explicar o especial processamento mental que se opera nos
mitos os seguidores da antropologia cognitiva recorrem a um meca-
nismo diferente do conceptual que denominam dispositivo simbólico.
É, na realidade, um segundo modo de acesso à memória a longo pra-
zo que se produz quando o primeiro acesso conceptual não pode dar-
se por alguma razão. Trabalha, pois, sobre
informações não muito claramente compre-
ensíveis e realiza uma série de processos que 22
LÉVI-STRAUSS, C.
são universais. Em primeiro lugar, situa o Antropología estructural I,
discurso em um plano diferente do ordiná- o.c. 236.
rio ou denotativo – põe-no entre aspas – e 23
LÉVI-STRAUSS. C. Idem.
se focaliza na condição subjacente pela qual 234.
a informação não pôde processar-se concep-
tualmente. Evoca ao redor desta condição 24 Todos estes processos
um campo semântico, segundo as normas podem seguir-se com mais
detalhe na obra de
definidas pela gramática generativa.24 SPERBER. D., El simbolismo
O mito será a forma de expressar reali- en general. Anthropos
dades, experiências profundas, pulsões etc; (Barcelona, 1978)147ss. Em
relação à gramática
que não podem ser satisfatoriamente com- generativa, consulte-se:
partilhadas de outro modo. O mito procede CHOMSKY, N., El lenguaje y
do corpus disponível de mitos de uma soci- el entendimiento. Seix
Barral (Barcelona.
edade dada e de sua elaboração pelo meca- 1986)195-265.
1986)433-486.
consciência, o subconsciente e o 28
DIEL, P., El simbolismo en
superconsciente (intelecto, perversão la mitología griega. Labor
e espírito).28 (Barcelona, 1976)237.
meteu e com uma parte de sua rocha. Sempre ficará encadeado mas,
ao fim, só a algo simbólico. Há interiorizado o temor de castração
em um superego interno que provém do castigo paterno tão temido,
mas já não necessário.
Estas explicações psicanalíticas, ou outras que poderíamos acres-
centar, não são mais que novos mitos, versões novas do mito de Pro-
meteu. O símbolo não tem nunca uma tradução unitária; o máximo a
que podemos aspirar é associar ao mesmo um novo discurso que con-
tinuará sendo simbólico. Assim funciona o mecanismo transforma-
dor dos mitos: do corpus mítico que cada cultura tem ao seu dispor, e
por modificações (metafórico-metonímicas) concretas, se passa a
novos mitos revitalizados e adequados às preocupações de cada tem-
po. Os conteúdos concretos e seu significado outorgado dependem
muito do momento social e existencial. Mas não as regras de trans-
formação estrutural que são sempre as mesmas. Naquelas versões
onde se sobressaem mais os aspectos semânticos e conceituais (no
exemplo de Prometeu, das versões de Platão) as regras propostas por
Lévi-Strauss são mais difíceis de rastrear.31 Aí o pensamento selva-
gem fica quase totalmente eclipsado por elaborações conceituais “do-
mesticadas”. No mito, para Lévi-Strauss,
prevalece a forma sobre o conteúdo.32 Mas
não é que se dê uma ausência de significado
radical, mas uma superabundância do 31 É neste sentido que se
significante: o sentido não se decreta, não deve entender a crítica que
P. Ricoeur faz da exegese
se acha em nenhuma parte se não se encon- estruturalista, que agora
trar em qualquer parte.33 passarei a considerar.
A crítica de Ricoeur, Kirk etc, à teoria Vejam-se as seguintes
passagens: RICOEUR, P.,
de Lévi-Strauss é adequada quando se quer Hermenéutica y
evitar um reducionismo perigoso: o do es- estrutucralismo.
truturalismo radical que se esquece de todo Megápolis (B. Aires, 1975)
48, 55, 57, 65 etc.
efeito de sentido. Uma inteligência estrutu-
ral, afirma Ricoeur, não vai jamais sem um 32 Veja-se: LÉVI-STRAUSS, C,
grau de inteligência hermenêutica, mesmo Antropología estructural I,
o.c. 227.
que esta não esteja tematizada.34
Estou de acordo com isso, mas discordo 33 LÉVI-STRAUSS, C. En el
de sua posição quando cai no vício contrá- totemismo en la actualidad.
rio ao que quer corrigir, isto é, quando afir- FCE (México, 1980)133.
ma que os relatos tradicionais dependem 34 RICOEUR P.. Idem. 65.
mais da sobredeterminação dos conteúdos
da remanescência das estruturas.35 35
RICOEUR P.. Idem. 57.
Sendo verdade que nenhum texto pode entender-se sem seu con-
texto e que todo sentido é um segmento da compreensão de si36, tam-
bém é certo que o mundo do significante tem suas próprias normas de
conexão e transformação que não dependem diretamente do indiví-
duo. Não se pode esquecer em uma hermenêutica nem a estrutura
(sintaxe), nem o conteúdo (semântica), seja o discurso que se consi-
dera um mito primitivo ou uma lenda ocidental (relato bíblico etc).
No primeiro caso, é possível que possa dar-se um excedência de signi-
ficante (como diz Lévi-Strauss) e no segundo uma excedência de sig-
nificado (como opõe Ricoeur), mas, em ambos, uma exegese correta
tem que considerar as duas dimensões.37
Kirk, além de assinalar uma pretendida ambivalência na exegese
lévistraussiana (entre uma posição algébrica e uma funcional), desta-
ca outro defeito interpretativo que poderíamos denominar redução
binarista.38 No mito se reflete uma tensão,
36
Frase de Ricoeur colhida
um choque entre duas posturas contrapos-
em: LÉVI-STRAUSS. C, tas que, pela mediação do mesmo mito, vêm
Elogio de la antropología. ao final a conciliar-se. Mas este binarismo
Caldén (B. Aires. 1976)54.
mítico é mais radical ainda, já que vai refle-
37
A este respeito devo dizer tir a estrutura polarizada do mesmo espírito
que a psicanálise, humano, pois, para Lévi-Strauss, o espírito
contrariamente ao que frente a frente consigo mesmo, e escapando
afirma P. Ricoeur, não é uma
aposta no significado contra da obrigação de compor com objetos, vê-se
a gramática dos de certo modo reduzido a imitar-se a si mes-
ordenamentos. Na mo como objeto.39
psicanálise, e não só na
lacaniana, há uma Certamente que não se pode reduzir tudo
preocupação importante a alguns contrastes bipolares; não acredito
com os processamentos que Lévi-Strauss o faça, pois, no caso do
(sejam primários ou
secundários) e não mito, fala-nos de, ao menos, quatro meca-
exclusivamente com os nismos principais:
conteúdos. Veja-se:
RICOEUR, P., Idem. 66.
Semelhança
Continuidade
38
Kirk não o chama assim
exatamente, mas se refere Oposição
a algo parecido. Veja-se: Inversão
KIRK, G.S., El mito, Paidós
(Barcelona, 1985)91-92.
O funcionamento destes mecanismos,
39
LÉVI-STRAUSS. C. considerados em sua vertente cognitiva, é a
Mitológicas I. Lo crudo y lo tarefa mais importante da moderna antro-
cocido. FCE (México, pologia de D. Sperber – quando esta se apli-
1982)20.
ca ao simbólico – e implica na a continuação
40
Realiza-se principalmente
na obra anteriormente
comentada: SPERBER, D., El
simbolismo en general,
o.c.; e em: El
estructuralismo en
antropología. Losada
(B. Aires, 1975). Veja-se o
que afirmei sobre este
enfoque cognitivo
do mítico no tópico
anterior deste capítulo.
41
TURNER, V.W., El proceso
ritual, Taurus (Barcelona.
1988)18.
Problemática do capítulo
Poderíamos definir os dois conceitos referidos na epígrafe deste
capítulo da seguinte maneira:
Ritos de iniciação
O ser humano precisa marcar socialmen-
te as mudanças que balizam o discorrer de
sua vida. O tempo passa de maneira contí- 46
ILLICH. I., La sociedad
nua; entretanto, é necessário estabelecer sal- desescolarizada, Barral
tos e datas tanto nos ciclos vitais como nos (Barcelona, 1973). Veja-se
também sobre este tema:
anuais. Quando se passa de um status a ou- CARPENTER, E. e
tro – de um ano ao seguinte ou de uma esta- MACLUHAN. M., El aula sin
ção a outra – destaca-se sempre um lapso muros. Investigaciones
sobre técnicas de
de tempo intermediário. É um tempo limite comunicación, Laia
especial, de alguma forma sacralizado, fes- (Barcelona, 1974).
Cultura x impulsos
Já dissemos na parte histórica que a influência do enfoque psicana-
lítico no campo da etnologia criou uma nova escola antropológica de-
nominada “Cultura e personalidade”. Também temos feito notar que a
psicanálise foi uma das primeiras interpretações psicológicas que con-
cedeu extraordinária importância às influências recebidas pela criança
em sua idade mais tenra. As primeiras experiências que acontecem ao
ser humano em seu desenvolvimento ontogênico são decisivas para
moldar a sua posterior conduta e personalidade. Isto é assim inclusive
para enfoques muito afastados do psicanalítico, por exemplo o con-
dutista, que também observa que muitas das reações dos adultos se
derivam de padrões de conduta condiciona-
dos na infância. Junto a isto, também ficou
claro o predominante influxo das figuras >> E como exemplo do que
foi dito sobre nossa terra,
parentais no desenvolvimento psíquico da cri- veja-se o que dizíamos a
ança. Claro que esta influência é mais desta- propósito da Huebra
cada em nossa cultura, onde as famílias são (Salamanca):
“O evento que marcava
nucleares, do que em outras onde existem gru- socialmente a passagem de
pos de parentesco próximo onde convivem menino a moço era, por
muitos indivíduos dos dois sexos de gerações excelência, o denominado
‘pagar a entrada’. Dava-se
muito variadas. Nestes últimos casos a intera- aos dezesseis anos e
ção afetiva se diversifica e pode não parecer- coincidia com a entrada do
se aos famosos conflitos edípicos ocidentais. neófito no grupo de iguais.
Consistia no convite a umas
Do que não resta dúvida é que, desde muito jarras de vinho: Quando um
cedo, a criança tem que aprender um número jovem se incorporava ao
impressionante de comportamentos e tem que grupo de jovem se lhe
‘cobrava o vinho’ e, se não
submeter-se, em qualquer geografia, a uma quisesse pagar, ele era
variada porção de controles. Em um lapso de atirado a uma poça ou a um
tempo curto a criança aprende todo tipo de charco (hondura de
Huebra). Desta singela
normas sociais, cuidados com a higiene, regras maneira o menino se
de etiqueta, comportamentos na mesa etc. In- tornava um rapaz para todos
clusive tem que adquirir modelos de compor- os efeitos, embora, como se
sabe, a passagem seguinte
tamento adequados a seu nível social e sexual. pelo período militar deveria
As seqüências que ilustram as seguintes frases confirmar uma maturidade
correspondem à progressiva tarefa de identifi- que não seria plena até o
matrimônio.” ESPINA, A.B. e
cação do menino: JUEZ, E., “Creencias y
rituales asociados al ciclo
1°.- Sou Pedrinho. vital en la Huebra
(Salamanca): mocedad,
2°.- Sou Pedrinho, um menino. noviazgo y matrimonio”,
3°. - Sou Pedrinho, um menino, que não Folclore, 116, 1990, 56.
ma, não são independentes da vontade dos indivíduos. Por esta bre-
cha – a crítica profunda das normas ideais culturais e o reforço das
personalidades concretas – a psicanálise deve atacar em sua batalha
contra as irracionalidades que povoam nossa organização social.
Certamente que não basta expôr os desejos reprimidos, ou os ocul-
tos canais que levam e transformam esses desejos em obra cultural.
Isto não contribui automaticamente para a “cura”. O homem é mais
complicado e, em seu fundo pulsional, também existe o choque, a
agressão, a autopunição... A constatação desta fatal inércia humana
é o que faz Freud variar as felizes perspectivas que nos apresentava
em 1910, e o que lhe valeu depois uma auréola de pessimismo para o
conjunto de sua visão sobre o homem. Acredito que não são só as
atrocidades da guerra de 1914, mas as próprias experiências clínicas
que influem na queda do otimismo inicial. E, a bem da verdade, con-
cordo em afirmar a grave dificuldade que existe em organizar de uma
forma sã a convivência de mais de duas pessoas – e, inclusive, de
duas. Não se pode ser triunfalista neste campo onde os avanços se
obtêm com muito esforço e onde as contradições humanas se desdo-
bram às vezes com toda a sua negatividade. Tudo faz suspeitar que no
homem existem mais forças que as coesivas ou eróticas, tendo elas
uma orientação tão disruptiva e irracional que fere o nosso narcisismo
civilizado.55
A dificuldade de rastrear a origem deste
impulso tanatalógico e as diversas interpre-
tações de sua gênese56 não reduzem nada da 55 E que serão explicitadas
tangibilidade de sua ação. Contudo, não se pela primeira vez na obra
de Freud: Más allá del
deve pensar que Freud cai em uma postura principio del placer (1920).
imobilista ou resignada. O pensamento Depois da análise
freudiano está tão próximo do de Hobbes da chamada obsessão
de repetição.
como pode estar do de Rousseau, por mais
que só se costume indicar a primeira influên- 56 Possivelmente o maior
cia. E, além disso, todos estes problemas e contraste, em uma etapa
tensões que, como disse antes, povoam a alma inicial, é o que se dá entre
Freud e Reich. O primeiro
humana – aos quais certamente nunca se dará considera a força instintiva
solução definitiva – não nos devem levar a aludida como radicalmente
uma visão desesperançada do ser humano. oposta a Eros e, portanto,
não reprimível em sua
Embora seja certo que a concepção negativa totalidade (1920), e Reich
do prazer schopenhaueriana impregna a teo- como impulso derivado,
ria pulsional de Freud, também são patentes nascido da repressão e
posterior inversão
as facetas objetivas desta, como estou ten- do Eros inicial.
Ananké
Sublimação não-repressiva
Princípio REALIDADE
Princípio de REALIDADE Princípio do PRAZER
FREUD
Princípio de ATUAÇÃO
Sublimação repressiva
63
MARCUSE, H.. Idem, 87.
Alegoria da Loucura.
Quentin Metsys. 1510 (c.)
64
Pode-se seguir uma
cronologia semelhante em: O conceito metacultural
CARDÍN, A., “Lacan y Lévi-
Strauss”, Cuadernos del de doença psíquica
Norte, 3, 13, 1982. 54-55. Um dos problemas onde a etnopsiquiatria
pode levar a cabo uma tarefa frutífera é no
65
Pode-se encontrar no
final referência bibliográfica
da delimitação da normalidade/anormalida-
de todas as obras de psíquica ou, dito de outra maneira, no da
assinaladas. definição satisfatória do que é a doença men-
67
Precisamente estas Psicose do Whitico:
características das
Observa-se este quadro entre os esquimós
sociedades tribais são
recolhidas na terapia da baía de Hudson (ao norte do Canadá) e
chamada de “redes sociais” entre os índios salteaux e ojibwa. É uma
e exploradas em um dos síndrome de possessão que começa com al-
momentos da intervenção
– chamado de tribalização – terações gástricas, náuseas etc. O indivíduo
onde se dão progressivamente se fecha em si mesmo, vol-
interconexões grupais ve-se pensativo e começa a ter medo de con-
parecidas à base de
movimentos rítmicos, verter-se no Whitico, gigante legendário de
danças etc. Veja-se: SPECK, gelo que comia os humanos. Cada vez se tor-
R., e ATTNEAVE, C, Redes na mais lento, retraído e atemorizado, até
familiares. Amorrortu (B.
Aires. 1974). que pode chegar a crer-se que é o Whitico e
Amok:
Em algumas tribos africanas e entre os malaios de Bornéu, quando
uma pessoa, geralmente varão, acha-se retraída e pensativa durante
um longo tempo, às vezes, e repentinamente, levanta-se muito agitada,
toma uma arma (que costuma ser uma faca curta) e corre sem nenhum
controle dando navalhadas em todos que encontra. Se consegue prendê-
lo, cai no sono e, ao acordar, não se lembra de nada.
TRIÂNGULOS PSIQUIÁTRICOS
enfermidade
enfermo psiquiatra
que uma das atividades mais valiosas que o antropólogo pode desem-
penhar é preparar os povos que estuda para receber de forma adequa-
da a aculturação da sociedade industrial que cedo ou tarde lhes sobrevirá.
É obvio que a antropologia também pode empregar-se mal e converter-
se em um mero instrumento dos governos para apoiar medidas políti-
cas ou para guiar certas propagandas. O certo é que ainda não terminou
de todo a época das colônias, os protetorados etc, e que por trás da
retórica de proteção se pretendem esconder intenções estratégicas e
uma exploração econômica que podemos chamar selvagem.
Os antropólogos têm que abandonar definitivamente as posturas
nostálgicas do passado, ao ver que as sociedades tribais vão desapa-
recendo, e olhar o fato da mudança cultural como uma oportunidade
para fazer novos estudos sobre os efeitos positivos e negativos da
aculturação. Os indígenas estão passando a utilizar produtos novos
para eles, novas ferramentas, novas formas de ganhar a vida etc. Es-
tas mudanças expõem um monte de problemas, como o são: a depen-
dência de monoculturas (café, borracha, fumo etc) com o risco da
queda de preços no mercado internacional, sem alternativas possíveis
para confrontar tal diminuição de lucros. Outro problema está na
progressiva redução do território que se deixa aos indígenas para que
subsistam, a competição de emigrantes não-índios – ex.: garimpeiros
– na exploração dos recursos desses já reduzidos territórios, a intro-
dução inadequada dos indígenas no mercado de trabalho etc. Na zona
subsaariana existem jovens que trabalham como assalariados a enor-
mes distâncias de seus povoados familiares aos quais não voltam por
anos a fio, o que implica não ter contato com sua família, não se
enculturar devidamente, não se casar etc. Quando voltam trazem idéias
novas que se chocam com o quietismo de suas aldeias, o que provoca,
por sua vez, disputas com suas famílias e que todo o sistema cultural
entre em desintegração.
Existem muitas formas de introduzir mudanças sociais:
a) De maneira voluntária
b) Por normas governamentais
c) Por introdução de novas técnicas e ferramentas
d) Por introdução da moeda e os salários etc.
= = = =
76
Dão-se endogamias muito
características na Índia,
no Paquistão e Oriente
Médio etc. Muitas vezes
adotam a forma de
matrimônio entre
primos paralelos.
(313)
Bilateral ou simétrico
Ego
Unilateral ou assimétrico
(48)
a) Matrilateral
Matrimônio de
(377)
primos X
Ego
(16)
b) Patrilateral
Ego
suas filhas a seu sobrinho. Tal doação pode fazer-se já que a filha,
prima cruzada do moço, não pertence ao grupo deste.
Existem mais enlaces matrimoniais típicos como os que se deno-
minam matrimônios de substituição, de continuação ou entre afins.
Tais uniões se produzem depois que uma união prévia se extinguiu,
por divórcio ou, normalmente, por morte de um dos cônjuges. Exis-
tem vários tipos:
= =
Levirato Sororato
= = = =
Ego Ego
77
Se o irmão que deve
casar-se é o mais jovem, o
matrimônio se designa, na
etnologia anglo-saxã, como
“levirato júnior”. O primeiro caso (A) se dá em sociedades
patrilineares, onde as filhas pertencem ao
78
E que não se deve
confundir com a poliginia grupo do pai; e o segundo (B) em sistemas
sororal que é a coabitação matrilineares, onde os moços pertencem ao
simultânea de um homem grupo da mãe e de seu tio materno.
com várias mulheres
que são entre si irmãs.
Conjugal F. de orientação
G1
nuclear F. de procriação
Conjugal F. Comp. poliândrica
FAMÍLIAS G2
composta F. Comp. poligínica
F. ext. patrilinear
Conjugal composta
F. ext. matrinear G3
ou estendida
F. unida
=
Ego
= = = =
F. poliândrica F. poligínica
G.3
= = = =
= =
G.4
=
= = = =
F. unida patrilinear
Geracional
(sexo + geração)
=
2 1 1 2 2 1
Ego
Linear ou esquimó
(sexo + geração+
linear/colateral) =
3 4 1 2 3 4
Ego
LOWIE
Colateral bifurcado
(sexo + geração+
linear/colateral+ =
patri/matrilocal) 3 4 1 2 3 5
Ego
Amalgamante bifurcado
(sexo + geração+
paralelo/cruzado) =
3 1 1 2 2 4
Ego
= = = = =
2 1 1 2 2 1
3 4 3 4 3 Ego 4 3 4 3 4
Parentesco havaiano
= = = = =
4 3 1 2 4 3
7 7 7 7 5 Ego 4 7 7 7 7
Parentesco esquimó
81
Em 8% da culturas da 9 10 11 12 7 Ego 8 13 14 15 16
amostra do Murdock. Parentesco sudanês
= = = = =
4 1 1 2 2 3
7 8 5 6 5 Ego 6 5 6 7 8
Parentesco iroquês
= = = = =
4 1 1 2 2 3
= =
1 4 5 6 Ego 5 6 5 6 7 8
9 10 7 8
Ego chama com o mesmo termo (2), a seu pai, ao irmão de seu
pai, ao filho da irmã de seu pai, ao filho da filha da irmã de seu pai,
simplesmente porque para ele todos eles são membros varões da
matrilinhagem a que pertence seu pai. O mesmo ocorre com a irmã
do pai, com a filha da irmã do pai, com a filha da filha da irmã do pai
etc, todas têm a mesma denominação (3) já que todas são fêmeas da
82
A terminologia crow matrilinhagem do pai. A outra particulari-
se segue em 53 sociedades. dade é a extensão do termo (8) para desig-
Na omaha são 49.
nar o próprio filho de Ego e ao filho do irmão
83
No estudo dos temas sobre da mãe de Ego, e a do termo (7) para cha-
família e parentesco, leve-se mar à filha do próprio Ego e à filha do ir-
em conta os seguintes mão da mãe de Ego. Poder-se-ia explicar o
conceitos: patrilinearidade,
patrilateralidade, caso em que Ego e todos os varões de sua
patrilocalidade, matrilinhagem tivessem que casar-se com
patrilinhagem, patriarcado; mulheres de uma mesma matrilinhagem. Co-
matrilinearidade,
matrilateralidade, mo os filhos passariam a pertencer à matri-
matrilocalidade, linhagem da mãe, Ego usaria os mesmos
matrilinhagem, matriarcado; termos para referir-se a todos os filhos e fi-
bilateralidade,
virilocalidade, lhas nascidos de varões de sua linhagem, in-
uxorilocalidade, cluídos os próprios, que seriam membros do
troncolocalidade, grupo doador de mulheres.
avunculocalidade,
neolocalidade; parente A terminologia omaha segue estes mes-
cognado, cogenético ou mos princípios, mas para linhagens patri-
consangüíneo, agnado, lineares.82
uterino,linear, colateral,
afim; família nuclear de
orientação, nuclear de
procriação, nuclear = = = = =
cognática ou cognatícia, 4 1 1 2 2 3
conjugal composta;
poliandria, poliginia,
= =
poligamia, família unida,
1 4 5 6 Ego 5 6 5 6 7 8
linhagem, clã, frátria, grupo
de acampada, casta, classe,
descendência unilinear,
9 10 7 8
dupla descendência, sistema 83
classificatório e descritivo,
primo paralelo, primo
cruzado, sistema geracional, Análise de dois casos de família unida:
linear, colateral bifurcado,
amalgamante bifurcado,
apache e tanala
metade (moitié), sistema Examinemos dois tipos de famílias uni-
elementar, complexo, das diversas e a conexão que podem ter com
semicomplexo, união, união
preferenclal, endogamia,
outras variáveis culturais. Referimo-nos à
exogamia, sistema simétrico família apache matrilinear e à família unida
e assimétrico, preço da tanala patrilinear. Na primeira se dão qua-
progênie, servidão do
tro tipos de relações fundamentais:
pretendente, herança filial,
poliginia sororal,
matrimônios entre afins a) As que unem indivíduos consangüíneos de
extendidos, sororato,
gerações diferentes (pais-filhos, tios-sobri-
levirato, levirato júnior,
matrimônios de substituição. nhos, avôs-netos) que são cordiais, embora
= = == =
= = == =
= = == =
=
A razão de todas as diferentes normas que regem as relações de
parentesco está no fomento da solidariedade e da coesão dentro do
grupo e das necessárias relações com as demais famílias unidas. Em
primeiro lugar, os filhos são o potencial humano e econômico da fa-
mília unida. Os filhos que são perdidos ao casar-se são substituídos
pelos maridos das irmãs que assim permanecem sempre no seio da
família. Eis aí a razão de que se fomente a solidariedade entre irmãos
e primos de igual sexo já que sempre permanecerão unidos, seja em
uma mesma residência, como é o caso das fêmeas, ou formando gru-
= = =
= = =
Familia troncolocal
85
DIVISA INDIVISA
Crescimento demográfico + -
Mobilidade da população - +
Desenvolvimento industrial + +
Eficácia agrícola - +
85
A significação dos signos é
a seguinte: (+)
Superpopulação, (-) Nível
local, (-) Migração violenta,
(-) Migração gradual, (+)
Indústrias pequenas, (+)
Indústrias em urbes, (-)
Descapitalização, (+)
Agricultura avançada.
Fraternidades tribais
Os homens, freqüentemente guerreiros, tendem a agrupar-se em
associações nas quais se exercitam, aprendem canções, danças, reali-
zam festas etc. Na África há também grupos secretos, como os “leo-
pardos”, que executam uma série de assassinatos rituais e que intervêm
clandestinamente na política de suas tribos. Também encontramos
clubes de homens entre os índios pueblo e especialmente em Nova
Guiné onde estes grupos, exclusivos para homens, contam com um
amplo local que não só serve para o recreio mas também onde se
realizam trabalhos coletivos (canoas, casas etc). A influência destas
organizações é tão grande que em alguns casos podem intervir na
aprovação do matrimônio dos membros e no intercâmbio que tal união
implica. Em todo caso, o grupo é crucial na preparação das festas
importantes que exigem a reunião de grandes quantidades de porcos,
raízes, taro ou outros mantimentos.
Representação de
xamanismo. E. Castro.
O sagrado e o profano
Esta importante dicotomia para entender antropologicamente o
papel da religião na cultura foi proposta por Durkheim. Mais adequa-
da do que a que fala do natural e o sobrenatural – já que em algumas
culturas é difícil situar tal divisão – divide o mundo em dois domínios:
o do cotidiano, ordinário (profano) e o do estranho, misterioso, pouco
comum (o sagrado). Tanto a magia como a religião têm a ver com esta
última esfera e sua origem terá que ser situada nela. Mais do que as
especulações ou reflexões é o sentido do sagrado, numinoso, tabu etc,
o que está no início da religião. A experiência humana do sentido do
sagrado serve de fundamento a todos os fenômenos do culto, o mito, a
oração e o sacrifício. O numinoso não só é misterioso e ultraterreno,
mas também fascinante, terrífico, monstruoso, sublime. Deve ser con-
duzido com cuidado, com respeito. As leis que imperam neste setor da
vida cultural costumam ser negativas, proibitivas (tabus). O caráter
sagrado afeta pessoas, animais e coisas, embora também exista a cren-
ça em forças sobrenaturais que não emanam de nenhum tipo de ser:
são em princípio impessoais, embora possam manifestar-se em certos
seres (como é o caso do maná melanésio).
Mas nem todos os autores conceberam o religioso desta maneira;
alguns o reduzem a uma realidade mais psicológica e emocional (Tylor,
Lévy-Bruhl), outros a uma variável sociológica a mais (Frazer, Dur-
kheim); alguns a uma justificação da moral, a uma ideologia cultural
mistificada etc. Repassemos brevemente algumas teorias sobre a ori-
gem, funções e expressões do religioso.
quando se produz a morte essa parte (a alma) já não volta nunca mais
ao corpo e este perece. O conceito de alma, que Tylor considerava
universal, é a raiz do animismo e este, por sua vez, é a de todo tipo de
crença religiosa posterior (culto às almas dos antepassados, aos espí-
ritos em geral, à natureza, aos deuses ou a uma só divindade).86
Embora Frazer estabelecesse como dois estágios diferenciados e
progressivos os referidos à magia e à religião, na realidade, está assi-
nalando duas dimensões muito imbricadas entre si, já que ambas se
apóiam na crença em forças e seres sobrenaturais. Contudo, há algu-
mas diferenças: na religião a disposição mental do indivíduo é muito
especial, pois o crente reconhece a superioridade dos poderes sobre-
naturais e trata de atraí-los para sua causa mediante orações, rogos
etc, efetuados com supremo respeito e veneração. No caso da magia
o praticante dos rituais considera que com a execução de suas fórmu-
las obterá automaticamente o efeito desejado. Já fizemos referência
no quarto capítulo à distinção devida a Frazer entre magia contagiante
e magia imitativa e a tradução de ambas as modalidades à nomencla-
tura lingüística: magia metonímica e metafórica, respectivamente.
Correntemente os atos mágicos podem ser executados por qualquer
indivíduo e, em alguns casos, funcionam, ora por sugestão, por atua-
ção sobre indivíduos muito sensíveis à superstição, por acaso etc.87 É
obvio que é difícil concordar com Frazer em que a magia é o prece-
dente da ciência, já que a causalidade mágica não tem nada a ver com
a causalidade científica apoiada na observação, medição e compara-
ção de circunstâncias. As práticas mágicas costumam ser mais indivi-
dualizadas que as religiosas que aglutinam em certos atos um grande
número de pessoas.
Gravura de Arlequim.
Giuseppe Maria Mitelli.
1. Caça-recolecção
2. Pastoreio
3. Agricultura extensiva
4. Agricultura intensiva
5. Industrialização
91
Em climas desérticos a
tenda oferece a solução
mais funcional, pois
proporciona o máximo
espaço fechado com o
mínimo de materiais.
Também a solução do iglu
nos esquimós é um
surpreendente exemplo de
perfeição no amparo em
relação aos problemas
ambientais: faz-se
facilmente; apresenta um
isolamento total com
respeito ao vento e, dada
sua forma, resiste às
tormentas e conserva o
calor, irradiado de um
abajur de azeite posto em
seu centro, de maneira
quase ideal.
Sociedades
hierarquizadas igualitárias
Elementos Desiguais Repetição de iguais
Espaço vazio Muito pouco Grande quantidade
Simetria Assimetria Simetria
Figuras Limites marcados Sem limites externos
Suposto retrato
de Cristovão Colombo.
A.1. Livros
A.A. El libro de los Libros de Chilam AGUIRRE, A. (ed.). Los sesenta conceptos
Balam. México: FCE, 1988. claves de la Antropología cultural.
Adivinanzas de la gitana Azucena. Barcelona: Daimon, 1982.
Cadiz: Universidad de Cadiz, 1989. La Antropología cultural en España.
Relación de Michoacán. Madri: Barcelona: Anthropos, 1986.
Historia 16, 1989. Diccionario temático de
ABAD, F. y otros. Classes dominantes et Antropología. Barcelona: PPU, 1988.
societé rurale in Basse-Andalousie. AGUIRRE LICHT, D. Fundamentos
Madri: Publicaciones de la Casa de morfosintácticos para una gramática
Velazquez, 1971. embera. Bogotá: Universidad de los
ABÉLÈS, M. El lugar de la política. Andes, 1998.
Barcelona: Ed. Mitre, 1983. AGUIRRE MARTIN, G. Cuijla. México:
ABELLAN, J.L. Mito y cultura. Madri: FCE, 1985.
Seminarios y Ediciones, 1971. ALARCO, C. Cultura y personalidad en
La cultura en España. Madri: Ibiza. Madri: Editora Nacional, 1981.
Cuadernos para el Diálogo, 1971. ALASTRUE CAMPO, I. Estudio de las
ACEVES, J.B. El Pinar: social factors fiestas celebradas en Alcalá de
related to rural development in a Henares. Madri: U. Complutense,
spanish village. Atlanta: Universidad 1988.
de Georgia, 1968. ALBÓ, X. (comp.) Raices de América: el
Aspects of cultural change. Atlanta: mundo Aymara. Madri: Alianza, 1988.
U. Georgia, 1972. ALBORES ZARATE, B. Tules y Sirenas. El
Cambio social en un pueblo de impacto ecológico y cultural de la
España. Barcelona: Barral, 1973. industrialización en el Alto Lerma.
ACINAS VAZQUEZ, J.C. Crisis civilizatoria México: El Colegio Mexiquense, 1995.
y marginalidad. La Laguna: ALCINA FRANCH, J. Fuentes indígenas de
Universidad de La Laguna, 1987. México. Ensayo de sistematización.
ACOSTA, J. Historia natural y moral de Madri: Inst. Gonzalo Fernández de
Las Indias. México: FCE, 1979. Oviedo, 1956.
ADLER, A. El carácter neurótico. En torno a la Antropología cultural.
Barcelona: Planeta, 1984. Madri: Porrúa, 1975.
ADORNO, T.W. Crítica cultural y Arte y Antropología. Madri: Alianza,
sociedad. Barcelona: Ariel, 1970. 1982.
AGUILAR CAMIN, H. En torno a la cultura El descubrimiento científico de
nacional. México: Conaculta, 1989. América. Barcelona: Anthropos,
AGUILAR CRIADO, E. Cultura popular y 1988.
folklore en Andalucía: los orígenes Mitos y literatura maya. Madri:
de la Antropología. Sevilla: Alianza, 1989.
Diputación de Sevilla, 1990. Mitos y literatura quéchua. Madri:
mitos 10. Pemon. Quito: Eds. Abya- AUZIAS, J.M. El Estructuralismo. Madri:
Yala, 1993. Alianza, 1969.
ARNALOT, J. Lo que los achuar me han Antropología contemporánea.
enseñado. Quito: Eds. Abya-Yala, Caracas: Monte Avila, 1977.
1992. AXELOS, K. El pensamiento planetario.
ARREBOLA, A. La espiritualidad en el Caracas: Arte, 1969.
cante flamenco. Cadiz: P. Argumentos para una investigación.
Universidad de Cadiz, 1988. Madri: Fundamentos, 1973.
ARRIBAS, P. El santuario de El Henar. AYALA, F.J. Origen y evolución del
Valladolid: Imp. Gráficas Andrés hombre. Madri: Alianza, 1980.
Martín, 1971. AYLLÓN TRUJILLO, M.T. Factores de los
ARROM, J.J. Mitología y artes procesos migratorios de Yucatán.
prehispánicas de las Antillas. México: Madri: Ed. M. TAT, 1999.
Siglo XXI, 1975. AZARA, F. Descripción general del
ARTAUD, A. Los tarahumara. Barcelona: Paraguay. Madri: Alianza, 1990.
Tusquets, 1985. AZCONA, J. Antropología biosocial.
ARVELLO-JIMENEZ, N. Relaciones Darwin y las bases modernas del
políticas en una sociedad tribal. comportamiento. Barcelona:
Estudio de los Ye’cuana, indígenas Anthropos, 1982.
del Amazonas venezolano. Quito: Etnia y nacionalismo vasco (Una
Eds. Abya-Yala, 1992. aproximación desde la
ASAMBLEA DE EXTREMADURA. Antropología). Barcelona: Anthropos,
Antropología cultural en 1984.
Extremadura. Mérica: Editora Para comprender la Antropología.
Regional de Extremadura, 1989. La cultura. Estella: Verbo divino,
ASELMEIER, U. Antropología biológica y 1988.
Pedagogía. Madri: Alhambra, 1983. Para comprender la Antropología.
ASIN PALACIOS, M. El Islam cristianizado. La historia. Estella: Verbo divino,
Estudio del sufismo a través de las 1989.
obras de Abenarabí de Murcia. Madri: BACHELARD, G. El aire y los sueños.
Peralta, 1971. México: FCE, 1958.
ASTURIAS, M.A. Leyendas de Guatemala. El agua y los sueños. Ensayo sobre la
Buenos Aires: Losada, 1975. imaginación del movimiento. México:
Los ojos de los enterrados. Madri: FCE, 1973.
Alianza, 1982. El agua y los sueños. Ensayo sobre
Hombres de maiz. Madri: Alianza, la imaginación de la materia.
1991. México: FCE, 1978.
ATTERBURY, A.P. Islam in Africa. BACHOFFEN, J.J. El matriarcado. Madri:
Westport: Greenwood Press, 1969. Akal, 1988.
AUGE, M. El viajero subterráneo. Un BACKES-CLEMEN, C. Lévi-Strauss.
etnólogo en el metro. Barcelona: Barcelona: Anagrama, 1974.
Gedisa, 1987. BADAL, F. El Berguedà. Municips i
El genio del paganismo. Barcelona: comarques. Material gràfic per
Muchnik, 1993. treballar l’àmbit local i comarcal.
Los “no lugares”. Espacios del Barcelona: Universidad Autónoma,
anonimato. Una Antropología de la 1989.
sobremodernida. Barcelona: Gedisa, BADCOCK, C.R. Lévi-Strauss. El
1994. estructuralismo y la teoría
Hacia una Antropología de los sociológica. México: FCE, 1979.
mundos contemporáneos. Barcelona: BAER, Ph. y MERRIFIELD, W.R. Los
Gedisa, 1995. lacandones de México. México:
AUGÉ, M. (ed.) Les domaines de la Instituto Nacional Indigenista, 1981.
parenté. París: Maspero, 1975. BAEZ-JORGE, F. Los zoque-popolucas:
I | TEMAS INTRODUTÓRIOS
Cap. I. O OBJETO DE ESTUDO DA ANTROPOLOGIA CULTURAL: A CULTURA HUMANA. Conceito
de cultura. Cultura ideal e cultura real. Normas culturais. Aprendizagem e cultura, 27
Cap. II. O MÉTODO DA ETNOLOGIA. Interesse do estudo antropológico dos povos com
culturas tradicionais. Relativismo cultural versus etnocentrismo. O trabalho de campo
como método próprio da antropologia cultural. Observação participante e técnica, 37
II | TEMAS HISTÓRICOS
Cap. III. A ETAPA PRÉ-EVOLUCIONISTA. A antropologia cultural no mundo antigo. O des-
cobrimento da América e os primeiros indigenistas: Pané, Bartolomé de Las Casas,
Motolinía, Acosta, Landa. Bernardino de Sahagún e a cultura asteca. J.F. Lafitau e os
iroqueses. O protoevolucionismo de W. Robertson, 51
Cap. XIV. ETNOHISTÓRIA. MUDANÇA CULTURAL. Síntese das principais teorias sobre a
mudança cultural. A evolução e o progresso social. A antropologia e as mudanças soci-
ais em todo o mundo, 213
BIBLIOGRAFIA, 269
BIBLIOGRAFIA DE ANTROPOLOGIA NO BRASIL, 359
ÍNDICE REMISSIVO, 371
Angel-B. Espina Barrio
Índice remissivo
Austrália 88 cântabros 51
australopithecus, 158 capitalismo 103
avunculado, 117, 225 Cardín A. 151
Ayora, Juan da 63 Caribe, caribes 57, 227 (herança)
Aztlán, 66 Carlos V 60
Carpenter, E. 186
B Carpine, Pian de 51
Bachofen, Johan Jacob 55, 74, 81(ju- Carril 45
rista) Cassirer, E. 124
baloma, espírito dos defuntos 117 castas 30
bantu, cultura 209 castração 174 (o temor da), 175
Barandiarán, J. M. 45, 151(pai da Catalunha 241
antropologia basca) Cátedra, M. 151
barbárie 51 (bárbaros), 75, 76, 83 Cattell 183
Barbier, o antropólogo 207 Cencillo, L. 151
bari, 40 centro de Anáhuac 66
Baroja, J Caro 55, 151 cerimônias 145
Bastian, 81 certas árvores, objeto de culto 254
Bastide, 202 chegada dos “doze” 63
Beals, 29 Chiapas, Nova Espanha 60
behiques 58 (xamãs) Chicomecóatl 69
Benedict, R 28, 31, 32, 53, 77, 91, Child 105, 107
98(concepção configuracionista), China 51
108, 201 Chomsky N. 141, 170
Sahagún, Bernardino de 66, 64 (frade chuva, objeto de culto 254
franciscano), 69 ciência da cultura, de . A. White 145
Boas, Franz 28, 37, 52 (revolução ciência do homem 19
antropológica de) 77, 79, 87, 88, 89 ciências humanas 19, 37, 137
(o método de), 90, 98 (e Freud), 115 círculos, complexos culturais 88
bom selvagem 57 (imagem mítica), cita, o povo 55
204 civilização 27, 28 (o termo; distinção
Bornéu, malaios de 205 de sociedade; identificando com a cul-
bororo 125 tura), 75, 83, 99
Brasil, 10 Clã 76, 92 (unilinear), 222, 233
Broca, área de 158 Clifford, J. 152
bruxaria, rituais de 204 coca, cocaína 41
cognitiva 20
Buezas, Calvo 151
cognitivismo 171
Colombo 56 (volta de viagem de),
C 57(descobridor), 58 (e a venda de es-
Cabeza de Vaca, Alvar Núñez 64, 69 cravos),
caça às bruxas 146 Colombo, Diego 59, 60
Cairo 87 comida, ingestão desnecessária de 190
Camarões 205 communitas 149, 150
Cambridge, sábios de 80 complexo 101(materno), 102 (de édipo)
canibal 57 comportamento, comportamentos
culturais 29, 30
kula, no que consite o anel 117 94, 235, 236 (sistema geracional)
Kusch, R 90 lua, objeto de culto 254
kwakiutl 31, 89 (etnia),104 Lucrécio 54, 55, 73
Luque, E. 151
L luta de classes, a teoria da 82
La Venta, jazimento de 66 luz intensa, foco difuso, a expressão 39
Lacan 137, 138
Lafitau, Jean-François 69, 73, 75 M
Lamarck 82, 83 machismo 146
Landa, Diego de, 56, 66 (bispo frei) Macluhan, M.. 182, 186
Laplanche 190 Macorix 58
Laplantine (a produção da doença Madagáscar 41 (os tanala de), 207
mental) 202 Madalena, província da 57
Las Casas, Bartolomé de 52, 56, mãe, simbologia sobre a 101
57, 59 (encomendero), 60 (nomeado magia 78, 79 (etapas fundamentais
bispo), 61, 63, 64 da),102, 251, 252
Leach, E. 188 maia 64, 66
Lennan, J.F. Mac 52, 81 Maine, Henry Summer 80, 81 (con-
leopardos, grupos secretos 245 tribuições de), 92, 221
Levine, Robert A. 105, 108,109, 110 mais-valia, teoria da 103
Levinson 109 mal 206
levirato 92, 226, 227, 242 Malinowki, Bronislaw 37, 53, 98,
Lévi-Strauss 12, 53, 100, 116, 119, 99, 102, 116 (o método de) 117,
123-141,149, 167, 170, 175, 176, 118, 119, 123, 170 (a função do
209, 222, 223, 225, 234, 236 mito), 223
Lévy-Bruhl 115, 251 maravilhas do mundo 51
libido 195 Marcuse, H. 103, 167, 194
lícios 55 marquesas 104
lídio, o povo 55 Marx 81, 82 (paralelo com Darwin),
língua e cultura 161 83, 103, 148, 149
linguagem, o origem da 157 marxismo 75 (autores do), 125
línguas faladas em todo o planeta 156 marxistas e neomarxistas, teorias 214
lingüística, 20, 124 (o campo) massai, análise do caso 245
linhagens 233 Mateo, Juan, Guaicabanú batizado 58
Linneo 159 materialismo cultural 81, 92
Linton, R. 105, 106 materialistas, antropólogos não 29
Lisón Tolosana 151 matriarcado, a teoria de Bachofen 55,
literatura oral 42 81 (primitivo)
lógica do concreto 135 matriarcal, etapa 81
logos semântico 162 matrilinearidade 133
Londres 117 matrilocalidade 133
Lorenz 190 matrimônio 76, 128, 133 (de primos
louco 208 cruzados), 222, 226 (entre afins), 237
loucura 199 (o fenômeno), 202, 205 (de primos cruzados)
(dos esquimós), 206 Mauss, M. 115, 116, 127, 123, 132
Lowie, Robert 53, 82, 91-97, 107, McLennan 222