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Leitura Oral

As Travessuras de Afonsinho

Todas as tardes costumava passear com seu cãozinho de rodas pelas ruas do
bairro.
Certa vez, num desses passeios, Afonsinho deu de encontro a um pequeno
cãozinho de verdade preso num poste. Era um cão de raça, sem duvida, e muito bem
tratado. O cão devia pertencer a alguém rico, pois trazia na coleira uma inscrição em
prata com o nome: “Charles”.
- Coitadinho, observou o menino – quem teve a coragem de deixá-lo assim
sozinho... preso? E logo travou amizade com Charles. Ambos pareciam conhecer-se há
muito tempo. O cãozinho abanava o rabo e lambia os pés de seu novo amigo como quem
toma uma taça de sorvete.
Afonsinho sempre quisera um cãozinho daquele, mas não para prendê-lo
daquela maneira. Pensou então em levá-lo consigo...
- Não, isso seria roubo, pensou.
- Quem sabe se o seu dono quisesse vendê-lo? Isso! Vou esperá-lo aqui. Mas
logo perdeu o animo... – Um cãozinho desse deve custar muito caro ... não adianta
esperar.
Bastou um gesto de Afonsinho para que Charles compreendesse que naquele
momento perderia o amigo. E Charles chorou como nunca, parecia pedir que Afonsinho o
levasse. O menino, que também não queria abandoná-lo, pensou o seguinte:
- Bem, quem deixa um cãozinho preso a um poste não se incomodará se o
cãozinho for de brinquedo, assim não será um roubo, e sim uma “troca’.
Afonsinho libertou Charles de seu cativeiro e colocou o cãozinho de rodas que
trazia consigo, nele pendurando a inscrição que era de Charles.
E lá foi Afonsinho para casa com um cãozinho de verdade no colo.
Ao chegar em casa, todos cobriram-lhe de perguntas: “Quem lhe deu esse
cão?”, “Aonde o encontrou?” e outras perguntas de adulto...
Afonsinho então respondeu que uma fada havia transformado seu cãozinho de
rodas num cãozinho de verdade. É claro que ninguém acreditou, e todos passaram a
desconfiar dele...
Charles ganhou um novo nome: Chapisco.
Chapisco era mais unido a Afonsinho que à sua própria sombra... até futebol
ele jogava!
Uma semana depois da “troca” surgiu um anúncio no jornal em letras graúdas:
“Procura-se: cão de raça de pelo liso, cor-de-mel, que atende pelo nome de Charles. Paga-
se bem a quem o encontrar. Urgente. O cão foi inscrito numa exposição de cães de luxo.

S
Aquele anúncio explodiu como uma bomba na casa de Afonsinho, e fizeram-no
prometer que no dia seguinte devolveria o cão ao seu antigo dono. Afonsinho teve de
concordar, mas não aceitaria a recompensa porque ele não tinha querido “seqüestrar” o
cão e sim ser seu amigo.
À noite não conseguiu dormir. Ficou todo o tempo abraçado com Charles
prolongando a despedida... mas de súbito, com um clarão surgiu uma idéia na cabecinha
marota de Afonsinho.
Afonsinho correu para o banheiro, pegou o tubo de “tintura para cabelo” da
sua mãe, alguns rolinhos e mãos à obra! Tingiu o pêlo de Chapisco de um marrom bem
escuro e depois enrolou todo o pêlo formando cachinhos miúdos. O coitado do cão perdeu
todo o charme dos “pêlos lisos cor-de-mel”!
Quando o dia ainda estava clareando Afonsinho foi para o seu quarto, bêbado
de sono, acompanhado do seu fiel e transformado amigo.
Chegou a hora de ir devolver o cão. Afonsinho colocou Chapisco numa sacola e
La se foi...
Chegando à casa do dono de Charles, bateu à porta e um criado o atendeu.
- O que deseja garoto?
- Vim devolver o seu cão, li o anúncio no jornal e sei que hoje é o dia da
exposição. E mostrou Chapisco, ou Charles, ao criado. Este, indignado, só faltou bater em
Afonsinho...
- Está pensando o quê, que vai enganar com este vira-lata para ganhar a
recompensa? Pois não vai, não! Este não é o Charles. Olhe só esse pêlo horrendo! Garanto
que nem atende pelo nome de Charles, quer ver?
E o homem gritou o nome de Charles em vão, nem queria se lembrar dele.
- Fora daqui menino! Esse cão é seu, não é o nosso Charles!
Era isto mesmo que Afonsinho queria, e Chapisco também. O que diria quando
chegasse em casa? Que uma bruxa o havia transformado? Se não acreditarem na
primeira história não acreditaria na segunda. Diria a verdade e pronto!
Mesmo que lhe custasse algumas palmadas...
Chapisco era seu, não um objeto para exposição, mas um verdadeiro
companheiro.

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