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Caso P2

João Antônio, promoveu ação indenizatória em face da Corretora de seguros


Bem Forte S/A, com sede na capital paulista, sustentando em síntese, que teve
seu carro furtado no dia 10/05/2015 na cidade de Ribeirão Preto/SP, onde mora.
Referida ação fora proposta na comarca de São Paulo. OK. Mas poderia ajuizar
em Ribeirão Preto.

Citada, a ré alegou em sua defesa que:


a) O autor não é parte legítima para cobrar tal pagamento, visto que o bem
não lhe pertence, sustentando tal alegação no fato do autor ter preenchido
parcialmente e inclusive, assinado o DUT com data anterior ao fato,
caracterizando venda inconteste do veículo. Não comprova que o autor
não é dono do veículo.

b) Sustentou também sua ilegitimidade passiva, afirmando que eventual


legitimidade pertence a própria seguradora AVANTE E MAIS ALTO
SEGUROS, com sede no Rio de Janeiro, além do que, é apenas contratada
para realizar os negócios de seguro, não podendo ser responsabilizada
pelo sinistro. Por esta razão a Corretora de Seguros, citada, fez a
denunciação da lide da referida seguradora. Artigo 775 do Código Civil.
Ademais, por se tratar de relação de consumo, se mantém a corretora
também como parte.

c) Por fim, sustentou que a negativa de pagamento se fundou na hipótese


elencada em cláusula restritiva constante das Condições Gerais da Apólice,
sob as seguintes assertivas:
a. “O Segurado, independentemente de outras estipulações deste
seguro, obriga-se a: comunicar imediatamente à seguradora a
transferência do veículo de sua posse ou propriedade (...);”
b. Segundo a argumentação da corretora demandada, a efetivação da
venda do veículo segurado pode ser constatada através do
Documento Único de Transferência (DUT) preenchido com os dados
do novo proprietário, inclusive com reconhecimento de firma da
assinatura do autor (vendedor do bem). Nesse momento a
operação da venda já foi realizada, transmitindo-se à Secretaria da
Fazenda todas as informações em relação ao novo adquirente e
desonerando o antigo proprietário. A transferência não pode ser
constatada através do DUT, visto que a assinatura com
reconhecimento de firma por autenticidade do comprador não
consta no documento, conforme disposto na Portaria 1680/14 do
DETRAN/SP. Tampouco houve a tradição do bem.
c. Acrescentou que causa estranheza, nos dias atuais, alguém
providenciar o preenchimento do DUT e do reconhecimento de
firma antes da concretização do negócio. Também apresentou
documento emitido por empresa despachante demonstrando a
existência de uma anotação alusiva à comunicação de venda ativa,
realizada em 19 de abril de 2016 junto ao DETRAN/SP.
d. Não houve, portanto, a imprescindível e imediata comunicação à
seguradora de tal venda, em descumprimento à clausula contratual
específica e de pleno conhecimento do autor, mostrando-se correta
a negativa da indenização securitária. Não houve venda.

Em réplica, o demandante ratificou os termos da petição inicial, impugnando o


documento apresentado (comunicação de venda ao DETRAN) sob a alegação de
que foi gerado de maneira irregular/equivocada, segundo a Resolução do
Contran nº 310/2009. OK.
Sustentou ainda, que o preenchimento e assinatura do DUT se deveu a venda
frustrada pelo não pagamento por pretenso comprador do veículo e, como não
houve transcrição completa do bem (o comprador não assinou o DUT), nem tão
pouco tradição do bem, continua na posse da coisa, devendo ser reconhecida sua
condição de proprietário, logo, parte legítima para cobrar e receber o seguro. OK.

Sustenta que não se opõe a saída da ré do polo passivo, mas que a


SEGURADORA AVANTE E MAIS ALTO SEGUROS, deve, em verdade, ser colocada
no polo passivo da ação pela via do chamamento ao processo e não da
denunciação da lide como pretendido pela ré originária. Não. Denunciação da
lide está ok. Chamamento do processo é exceção e só se admite nos casos
previstos no artigo 130. Nenhum se aplica.

O juiz, sem realizar audiência de conciliação e dando-se por convencido,


dispensou a fase instrutória e julgou antecipadamente a lide, negando por
completo o pedido do autor, condenando-o ao pagamento das despesas
processuais e dos honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor
atribuído à causa. Juiz pode julgar a lide antecipadamente quando não houver
necessidade de produção de novas provas ou se o réu for revel, conforme o
artigo 355 NCPC. Artigo 374 NCPC elenca quais fatos não dependem de prova.
No caso, após a réplica do autor, o DUT deveria ser produzido como prova.

Inconformado, apela o vencido pretendendo a inversão do resultado insistindo na


tese de que à época da ocorrência do sinistro o veículo era de sua propriedade e
posse, esclarecendo que, apesar do preenchimento e assinatura do documento
de transferência, a venda não se efetivou porque não houve o pagamento do
preço. Sustenta o autor que faz jus, portanto à prestação securitária reclamada.
Nada a comentar.

Recurso tempestivo e bem processado, oportunamente preparado e respondido.


Durante o processamento do apelo, cuidou este Relator de conferir oportunidade
às partes para manifestação sobre a possibilidade de ser reconhecido vício de
julgamento por cerceamento de defesa. A ré, apelada, peticionou afirmando,
essencialmente, que não houve de sua parte qualquer questionamento acerca
desta questão, enfatizando que o julgamento antecipado, por si só, não configura
cerceamento de defesa, pois o Juízo apenas cuidou de aplicar a norma do artigo
355, inciso I, do NCPC. Não houve, portanto, a ocorrência de qualquer vício. O
autor, apelante, por sua vez, quedou-se inerte. O autor poderia ter alegado o
cerceamento de defesa, mas quedou-se inerte.

No mérito, verifica-se que o sinistro se deu, portanto, antes da efetiva


transferência da propriedade àquele pretenso comprador, até porque houve
preenchimento apenas parcial do respectivo documento. Entretanto, a
seguradora se recusou ao pagamento da indenização porque não lhe foi
comunicada a venda. OK.

Seguiu-se a prolação da sentença de improcedência do pedido, considerando


incontroverso o fato de que houve descumprimento contratual por parte do
autor, ao deixar de comunicar à seguradora a transferência do veículo de sua
posse ou propriedade.

Questões
1) Sobre a configuração da legitimidade passiva:
a. Configura matéria preliminar ou prejudicial? Confirmada a ilegitimidade,
juridicamente é possível ela ser saneada? Justifique e fundamente.

Configura matéria preliminar de mérito, visto que devem ser alegada antes da
defesa de mérito, conforme disposto no artigo 337 do NCPC. Configurada a
ilegitimidade, é juridicamente possível de ser saneada, visto que o artigo 338 do
Novo Código de Processo Civil prevê que o juiz facultará ao autor, em quinze dias, a
alteração da petição inicial para substituição do réu caso este alegue, na contestação,
ser parte ilegítima ou não ser responsável pelo prejuízo provocado.

b. A alienação do bem é suficiente para excluir a responsabilidade da empresa


ré, ou a consequência é nada mais que a sub-rogação do débito, e, por efeito,
há alteração da legitimidade? Justifique e fundamente.

A alienação do bem não é suficiente para excluir a responsabilidade da empresa ré.


Conforme disposto no artigo 109 do NCPC, a alienação do bem em ato entre vivos, a
titulo particular, não altera a legitimidade das partes. A regra se aplica aos casos
onde a alienação ocorre no curso do processo, no entanto. Aplicação de perpetuatio
legitimationis No momento da propositura da ação as partes detinham legitimidade
ad causam e ad processum, que se mantém após a alienação.

2) Sobre a instrução probatória do caso proposto:


a. De acordo com o caso proposto é possível afirmar a ocorrência de
cerceamento de defesa?

Sim. Juiz julgou a lide antecipadamente quando haviam provas a serem produzidas.
Desrespeito aos artigos 355, 374 e 435 do NCPC. Desrespeito os princípios do
devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

b. As partes exerceram de modo suficiente os respectivos ônus probatórios?

Não. Inversão de ônus da prova, conforme artigo 373 NCPC. Caso de relação de
consumo, portanto regido pelo CDC (artigos 6 e 51).

3) Sobre litisconsórcio e intervenção de terceiros:


a. Indeferida a substituição do polo passivo, poderia a empresa Avante se
habilitar na condição de assistente do réu? Justifique e fundamente.

Sim, conforme disposto no artigo 119 do NCPC, e seu parágrafo único. O terceiro
juridicamente interessado no resultado da sentença, quando demonstrado que um
direito seu será atingido, pode intervir no processo como assistente do réu. Ainda
cumpre ressaltar que o assistente pode ingressar no processo em qualquer
procedimento e em qualquer grau de jurisdição.

b. Se possível tal assistência, ela se configura como simples ou litisconsorcial?


Justifique e fundamente.
Litisconsorcial, conforme expresso no artigo 124 do NCPC. A Avante integra a
relação jurídica de direito material discutida no processo, tendo relação tanto com o
assistido quanto com a parte contrária, visto que é a própria que de fato presta o
serviço de seguros.

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