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TARSIUS LIMA
Compreender o que está sendo tocado, para que essas informações sejam
assimiladas e se tornem suas, para você aplicar da forma que você quiser, seja
na sua banda cover ou autoral, seja na igreja, seja tocando em barzinhos ou
apresentações solos, seja no seu grupo de casamentos e em qualquer outro
projeto em que você fizer parte.
Muita gente pode falar o seguinte:
- Ah! Procura na internet!
A internet ta ai pra ajudar a gente, com certeza. Na minha época, não tinha
nada disso. Internet? Só pra entrar em salas de bate-papo e ler mangás e hqs e
isso com muita dificuldade.
Eu comecei a tentar tocar violão, nessa época, em 1999/2000, mas eu era
péssimo, demorei MUITO tempo para aprender a tocar algumas músicas. Eu
tinha dificuldade em tocar levadas rítmicas, meus dedos da mão esquerda
pareciam pedra, na hora de mudar de um acorde para outro, era complicado,
as vezes eu não conseguia entender aonde os acordes teriam de mudar!
Mas eu nunca deixei de me empenhar e os resultados vieram, um pouco mais
lentamente do que a grande maioria das pessoas, mas vieram.
Hoje, vivendo apenas da música, eu vejo o lado positivo daquela dificuldade:
EU ACREDITO QUE TODOS PODEM APRENDER!
Isso, eu posso garantir, porque se eu, com toda aquela dificuldade, aprendi!
Porque outras pessoas não?
Eu acredito no talento, acredito nos dons, mas o esforço e dedicação sempre
pesam mais. Todos podem aprender. O que varia, é que uns aprendem mais
rápido, outros demoram um pouco e outros, um pouco mais.
Naquela época, não existia material disponível na internet, tínhamos que
pegar uma apostila que o fulano disse que o tio dele perguntou para o filho do
vizinho dele se ele tinha algum material de estudo disponível, dai pegávamos
emprestado, tirávamos um xerox ou as vezes, copiávamos na mão mesmo e
devolvíamos o material. Não sabíamos a procedência daquele material, não
sabíamos como aquilo poderia nos ajudar, mas era o que tínhamos em mãos.
Por isso, acabei desenvolvendo um habito muito saudável de extrair o máximo
possível de informações e de formas de aplicar aquele material e
conhecimento adquirido nas músicas em que eu tocava ou nas coisas em que
eu compunha.
A minha dica é a seguinte:
Assista os vídeos de guitarristas que você gosta, acompanhe as videoaulas, mas
num número limitado. Não baixe 70 videoaulas, 50 ebooks e 800 arquivos de
guitarpro. Controle esse número, se organize e saiba ganhar tempo no material
que você escolheu.
Por exemplo, uma videoaula de um guitarrista que você admira muito. Vamos
supor que essa videoaula marca 03h de duração. Amigo, você não vai
conseguir pegar tudo em 02 semanas…
Esse músico, espremeu 30, 40 anos de aprendizado e experiência no
instrumento em apenas 03h de curso, o material é muito extenso e você
poderia estudá-lo e crescer muito com ele, aprendendo realmente a aplicar o
conhecimento obtido ali por muito mais tempo.
APLICANDO A TEORIA
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16 ELABORANDO VERSÕES,
PADRÕES E ARRANJOS
TÉCNICA Á SERVIÇO
DA MÚSICA
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24 UTILIZANDO ELEMENTOS E
EXECUTANDO PADRÕES
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1.
ESCUTANDO
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Um passo aparentemente simples, mas essencial para desenvolver recursos
e ferramentas para tirar um material, é saber escutar os elementos musicais
de forma separada. Isso vai variar em relação ao gênero musical, número de
instrumentos, complexidade dos arranjos, harmônica e melódica,
complexidade técnica, entre alguns outros pontos que vamos destrinchar
agora.
Separando os instrumentos
Frequência
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As ondas graves são mais cumpridas e lentas (azul) e as ondas agudas, são
mais curtas e rápidas.
Uma caixa de bateria, é um grave / médio grave, ficando entre 100 a 250Hz
Podemos julgar esse espectro de uma forma mais familiar, como por
exemplo, julgar as frequencias em relação às cordas do violão ou da guitarra.
Amplitude
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Para ajudar no processo, vamos utilizar um exemplo que eu gravei:
AUDIO 01
AUDIO 02
Mesmo que nas músicas em que escutamos, não for possível “retirar” um
instrumento e escutá-lo separadamente como fizemos, esse processo ainda
funciona com muita eficiência, já que três aspectos fundamentais para esse
processo são assimilados de forma natural: O timbre, a amplitude e a
frequência.
Agora, o órgão:
AUDIO 04
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A Guitarra base, com riffs:
AUDIO 06
AUDIO 07
9
2.
APLICANDO
A TEORIA
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“Em que tom essa música está?”
“Como foi que ele fez isso? Como ele sabe tanto? Nossa, parece que precisam
de muitos anos para aprender tudo isso!”
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Por exemplo, você gosta muito da banda Charlie Brown Jr. e criou um
repertório de músicas para tirar e tocar. O ideal, é focar inicialmente, em
elementos que você vai encontrar nesse estilo/gênero de música, como
acordes, frases, licks, solos, riffs, bem como os timbres, técnicas utilizadas e
etc.
Viu? São casos diferentes e eles podem e devem ser organizados por você ou
pelo seu professor de música, para que haja crescimento de forma sólida e
saudável. Dessa forma, a teoria musical será sempre saudável para você
aprender e crescer musicalmente.
Musica Tonal
Vamos falar sobre a música tonal, que o tipo sistema mais utilizado para se
fazer música. No sistema tonal, nós temos um tom específico para cada
música, mas o que é tom?
Você já deve ter visto em uma cifra de uma música, essa informação logo
após o nome da música, não é? Mas o que é esse tom? Como definir o tom?
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A tônica é a no tá central, ou fundamental. Por exemplo, na descala de DÓ
MAIOR a nota tônica é o C (Dó), que é a nota principal ou fundamental, a
nota central.
Com isso, tendo uma tônica e uma tonalidade, possuímos um tom definido,
com uma sequência de notas selecionada pelo resultado de tônica +
Tonalidade. Essa sequência de notas é a escala musical.
Uma escala é uma sequência de notas, em que vamos utilizar como base
para tocarmos acordes, riffs, solos, frases, arranjos e tudo mais.
Vou deixar aqui, as escalas mais utilizadas, uma vez que fica impossível
identificar todas as escalas (são centenas):
Escala Maior e Escala Menor Naturais
Escala Menor Harmônica
Escala Menor Melódica
Escala Pentatônica Maior e Menor Naturais
Escala Pentatônica Menor 6
Escala Penta Mixo
Escala Penta Blues
Escala Blues Menor
Escalas Simétricas – Escala Cromatica e Tons Inteiros
Escala Alterada
Escala Diminuta
“Mas como funcionam todas essas escalas? Elas cabem no mesmo tom?”
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No primeiro exemplo, todas as notas e acordes estão dentro da escala de Dó
Maior:
Existe uma explicação simples para este – Bb5(9) - ou qualquer outro acorde
ou nota entrarem em músicas como essas ou músicas que apresentam uma
complexidade ainda maior em sua composição e entender como elas
funcionam é muito importante, pois além de obter maior propriedade, você
vai continuar usando essas informações musicais em MUITAS outras músicas.
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3.
ELABORANDO VERSÕES,
PADRÕES E ARRANJOS
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Quando queremos tirar uma música e escutamos a composição com
carinho (passo 01), podemos perceber os elementos num todo, como
dedilhados, solos, frases, riffs, linhas de teclado, baixo… ou seja, o arranjo por
inteiro, linhas de vários instrumentos, etc. Isso nos traz várias formas
diferentes de tocar as mesmas partes de uma música.
Nesse estudo que você está lendo, vamos tratar sobre a limitação, que é o
motivo de MUITA gente desistir de tocar solos, dedilhados, riffs, arranjos,
acordes e até a música inteira ou muitas vezes, desistir de tocar o
instrumento(!!!).
Quais as necessidades: Vamos tomar como exemplo, uma música que você
está escutando para poder tocar (seja original, acústica, com banda elétrica,
cover, etc) e nela, contenha várias linhas de guitarra, teclados e outros
instrumentos. E versão que você quer fazer é somente para você tocar no
violão… Neste caso, você não quer abrir mão do solo e dos acordes que você
escutou no teclado, por exemplo. Então, você já identificou quais as suas
necessidades nessa música e você vai precisar de adaptar esses elementos
na sua versão.
Não toque as partes de uma música de forma embolada, suja e feia, achando
que “passa”. Encare que não está legal e que precisa melhorar. Mas como?
Vou deixar de tocar esse trecho?
Se for assim, é melhor não tocar, não é? Errado! Precisamos aceitar, que no
momento, esse(s) trecho(s) ainda não estão limpos e por isso, vamos criar
uma versão mais limpa possível, sem aquele solo legal que você quer tocar
mas ainda não consegue, ou aquele ritmo complicado que te chamou a
atenção e por fora vamos treinar esses elementos e arranjos que você quer
colocar na música, inserindo gradativamente as partes que estivem ficando
limpas.
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– Treinar as partes separadamente – É um processo muito importante
para limparmos a versão (arranjo) que escolhemos tocar e pra isso, a gente
toca muitas vezes a mesma coisa em diferentes andamentos (velocidade), a
fim de deixar o som claro e bonito.
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4.
TÉCNICA Á SERVIÇO
DA MÚSICA
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Vamos voltar aos momentos em que começávamos a dar os nossos
primeiros passos. Naqueles dias, nós ainda não andávamos e por isso,
engatinhávamos e com o tempo, aprendíamos a ficar de pé e fortalecer as
nossas pernas. E seguida, nossos pais (ou uma pessoa responsável) nos
guiavam os passos e com o tempo, conseguíamos dar alguns passinhos. Nós
costumávamos cair, tropeçar, bater uma perna na outra, etc. Depois de mais
um tempo, tínhamos alguns padrões para executar os movimentos de forma
eficiente para andarmos, depois assimilamos a mecânica correta para correr
com maior eficiência e por ai vai.
Cada elemento tocado, seja um acorde de G, uma frase com bends ou com
palhetadas rápidas, possui suas características e níveis de complexidade,
porém, todas são executadas graças a habilidades mecânicas/motoras
presentes em todos os instrumentistas, ou seja, qualquer pessoa pode
executar, se treinar para isso.
A questão é que precismos estar preparados para fazer de tudo o que for
necessário dentro da nossa realidade e pra isso, vamos desenvolvendo o
controle e qualidade técnica – falando sobre o instrumento.
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Para estarmos preparados tecnicamente, é importante termos um
determinado controle sobre a mesma, para a gente usar conforme as
necessidades forem aparecendo. Eu vou deixar aqui a minha rotina de treino
técnico, que serve muito para mim, mas pode não ser totalmente funcional
ou útil pra você.
Exemplo:
Técnicas de Palhetada – Alternada, Sweep-picking, Palhetada Hibrida.
Ligados – Hammer-ons, Pull-offs.
Tapping – 1, 2 e 3 dedos.
Bends, Vibratos e Slides.
Exemplo:
2a - Trechos de músicas em que eu apresentei dificuldades em tocar bonito e
de forma limpa.
2b - Elementos similares aos que me fizeram errar, mecanicamente.
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– Estudando Músicas – Aqui, eu trabalho as músicas que eu escolhi para
estudar Podem ser por algum estilo em que eu queira me aprofundar,
repertório de alguma banda que eu goste, um repertório de algum artista em
que eu esteja acompanhando ou mesmo o repertório do grupo de uma
igreja, etc. Eu posso organizar este estudo de duas formas:
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5.
UTILIZANDO ELEMENTOS
E EXECUTANDO PADRÕES
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Agora, vou entrar em um assunto mais complexo e sólido, um tema que
faz toda a diferença e um dos fatores mais causam aquela sensação de
distanciamento entre o músico estudante - iniciante, intermediário e até o
avançado – em relação à outros músicos que ele acompanha: A Experiência.
O que podemos aprender com tudo isso é que precisamos encontrar esses
atalhos e as formas de aplicarmos esses recursos em cada composição em
que tocarmos e sim, isso é completamente possível.
Vou apresentar ferramentas que vão te ajudar a obter maior fluência, afiar
seu ouvido, te dar uma percepção musical intuitiva e íntima sobre o
instrumento e o melhor, ao alcance de qualquer pessoa.
Vou deixar um exemplo simples, para você compreender melhor o que estou
querendo dizer:
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Ela é uma fôrma superutilizada em composições de diversos estilos musicais.
Vamos tocando ela, tocando, tocando, até memorizarmos esse desenho.
Agora, escute esses 04 exemplos de solos conhecidos:
Através desse pequeno exemplo, fica bem claro que por saber tocar essa
pequena fôrma de uma escala, eu tenho preparo para escutar as frases,
identificar as notas com maior precisão, de uma forma intuitiva e eficiente,
em uma rapidez surpreendente. APENAS por saber um pequeno desenho de
uma escala! E sempre que este desenho (ou algo parecido com ele) estiver
presente em umamúsica, será muito mais fácil de encontrá-lo e exercitá-lo
em uma música de uma forma cada vez mais fluente e precisa.
Dessa forma, mesmo que eu substitua um bend por um slide, um acorde por
outro, crie uma pequena variação de um padrão de dedilhado de improviso,
mesmo que eu erre em algum fragmento, eu tenho um padrão bem
desenvolvido em minha mente e nas inhas mãos e posso voltar a ela no
momento em que eu quiser ou que for preciso.
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CONCLUINDO
Não quero, de forma alguma, afirmar que aplicando esses passos, você será
capaz de pegar aquela música do Andy Mckee em um dia, ou aquele solo
fantástico do guitarrista que você gosta em minutos. Mas posso afirmar que
seguindo esses passos de fácil assimilação, podemos tocar qualquer música,
tema ou trecho, com maior eficiência e precisão.
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AGRADECIMENTO
Primeiramente, obrigado pelo seu interesse em ter
baixado o meu primeiro e-book!
Até mais!
Tarsius Lima
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www.tarsiuslima.com.br