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SOBRE O AUTOR

TARSIUS LIMA

     Olá! Meu nome é Tarsius Lima, sou um músico, guitarrista e violonista,


conhecido na internet pelo meu trabalho como instrutor do site Cifraclub, que
disponibiliza videoaulas de músicas de vários estilos, videoaulas sobre técnica,
teoria, dicas e muito mais.
As perguntas que mais escutei durante os anos como instrutor do Cifraclub e
até hoje eu escuto bastante são desse tipo aqui:
“Você tira as músicas de ouvido? Como tirar cada detalhe delas?”
“Oi Tarsius, toco numa banda na minha cidade e preciso de dicas pra saber como tirar
o solos e riffs de ouvido. O repertório da banda é muito extenso e não encontro
material na internet sobre algumas delas. O que posso fazer?”
“Olá Tarsius, tudo bem? Eu toco em casamentos e fico dependente de sites,
videoaulas para tirar e pegar as músicas, como posso resolver essa minha limitação?”
“Tarsius, na música x, existem acordes muito complexos e a sonoridade deles me
agrada demais, mas de onde esse músico arranjou esses acordes? Existe alguma
escala especial pra isso?”

Nesse ebook, eu vou te apresentar os princípios e fundamentos, as ferramentas


e recursos que eu utilizo para tirar, tocar e extrair informações valiosas de cada
composição para a minha forma de tocar e ver o instrumento.
        Tirar qualquer música de ouvido, de qualquer estilo.
Tirar os acordes, riffs, solos, arranjos. Vamos usar exemplos de músicas simples
as complexas, pra extrair cada detalhe e criar arranjos para tocarmos de forma
completa e interessante.
        Ser capaz de tocá-las, é claro!
Através de exercícios, estudo de elementos, como escalas, arpejos, padrões
melódicos e frases e licks, você vai conhecer, desenvolver e aplicar diversas
técnicas de violão e de guitarra. Assim, você vai evoluir cada vez mais e tocar
com segurança o que for necessário.

        Compreender o que está sendo tocado, para que essas informações sejam
assimiladas e se tornem suas, para você aplicar da forma que você quiser, seja
na sua banda cover ou autoral, seja na igreja, seja tocando em barzinhos ou
apresentações solos, seja no seu grupo de casamentos e em qualquer outro
projeto em que você fizer parte.
Muita gente pode falar o seguinte:
- Ah! Procura na internet!
A internet ta ai pra ajudar a gente, com certeza. Na minha época, não tinha
nada disso. Internet? Só pra entrar em salas de bate-papo e ler mangás e hqs e
isso com muita dificuldade.
Eu comecei a tentar tocar violão, nessa época, em 1999/2000, mas eu era
péssimo, demorei MUITO tempo para aprender a tocar algumas músicas. Eu
tinha dificuldade em tocar levadas rítmicas, meus dedos da mão esquerda
pareciam pedra, na hora de mudar de um acorde para outro, era complicado,
as vezes eu não conseguia entender aonde os acordes teriam de mudar!
Mas eu nunca deixei de me empenhar e os resultados vieram, um pouco mais
lentamente do que a grande maioria das pessoas, mas vieram.
Hoje, vivendo apenas da música, eu vejo o lado positivo daquela dificuldade:
EU ACREDITO QUE TODOS PODEM APRENDER!
Isso, eu posso garantir, porque se eu, com toda aquela dificuldade, aprendi!
Porque outras pessoas não?
Eu acredito no talento, acredito nos dons, mas o esforço e dedicação sempre
pesam mais. Todos podem aprender. O que varia, é que uns aprendem mais
rápido, outros demoram um pouco e outros, um pouco mais.
Naquela época, não existia material disponível na internet, tínhamos que
pegar uma apostila que o fulano disse que o tio dele perguntou para o filho do
vizinho dele se ele tinha algum material de estudo disponível, dai pegávamos
emprestado, tirávamos um xerox ou as vezes, copiávamos na mão mesmo e
devolvíamos o material. Não sabíamos a procedência daquele material, não
sabíamos como aquilo poderia nos ajudar, mas era o que tínhamos em mãos.
Por isso, acabei desenvolvendo um habito muito saudável de extrair o máximo
possível de informações e de formas de aplicar aquele material e
conhecimento adquirido nas músicas em que eu tocava ou nas coisas em que
eu compunha.
A minha dica é a seguinte:
Assista os vídeos de guitarristas que você gosta, acompanhe as videoaulas, mas
num número limitado. Não baixe 70 videoaulas, 50 ebooks e 800 arquivos de
guitarpro. Controle esse número, se organize e saiba ganhar tempo no material
que você escolheu.
Por exemplo, uma videoaula de um guitarrista que você admira muito. Vamos
supor que essa videoaula marca 03h de duração. Amigo, você não vai
conseguir pegar tudo em 02 semanas…
Esse músico, espremeu 30, 40 anos de aprendizado e experiência no
instrumento em apenas 03h de curso, o material é muito extenso e você
poderia estudá-lo e crescer muito com ele, aprendendo realmente a aplicar o
conhecimento obtido ali por muito mais tempo.

A questão é: Sempre tem alguma coisa nova pra baixar, não é?


Se a gente não estudar com qualidade os materiais que a gente encontrou, de
que adianta ficar acumulando informações?
Isso causa aquela famosa sensação de que não saímos do lugar e ai nos
perguntamos o porquê. Acumular informações (por maior qualidade que elas
tenham) não te levam a lugar nenhum.
A qualidade do seu estudo numa quantidade limitada e progressiva, SIM, eu
posso garantir que dessa forma os resultados virão.
INDICE
05 ESCUTANDO

APLICANDO A TEORIA
10
16 ELABORANDO VERSÕES,
PADRÕES E ARRANJOS

 TÉCNICA Á SERVIÇO
DA MÚSICA
20
24  UTILIZANDO ELEMENTOS E
EXECUTANDO PADRÕES

4
1.

ESCUTANDO

5
   Um passo aparentemente simples, mas essencial para desenvolver recursos
e ferramentas para tirar um material, é saber escutar os elementos musicais
de forma separada. Isso vai variar em relação ao gênero musical, número de
instrumentos, complexidade dos arranjos, harmônica e melódica,
complexidade técnica, entre alguns outros pontos que vamos destrinchar
agora.

Separando os instrumentos

Precisamos aprender a separar e diferenciar, no ouvido e também da


percepção musical, quais são os instrumentos, onde esses instrumentos
estão e o que eles estão fazendo.

Para separar os instrumentos na nossa cabeça e aprender a diferenciar mais


de uma guitarra gravada, linhas de teclados distintas, entre outros
elementos, precisamos assimilar três propriedades do som: O Timbre, a
frequência e a amplitude.

O Timbre é a característica sonora de um determinado elemento ou


processo. Por exemplo, uma gota de água em um balde cheio d'agua, gera
um som caraterístico. Você consegue perceber que o balde está cheio
apenas pelo som, não é? E se o balde estiver vazio? Bom, sabemos que o som
vai ser diferente, ou seja, a característica sonora, é diferente em relação ao
outro balde, que estava cheio. Podemos perceber tudo isso apenas pelo
timbre.

O Timbre nos ajuda a caracterizar com maior precisão, sons, instrumentos,


interpretação, técnicas utilizadas, etc.

Frequência

A frequência, nada mais é, do que a característica que nos ajuda a diferenciar


se um som é grave ou agudo. As ondas graves são baixas e as agudas, altas.
Essas frequências são organizadas em relação a quantidade de vibrações de
uma onda sonora. Elas ocorrem num periodo de 01 segundo e é expressa em
Herts (HZ).

6
As ondas graves são mais cumpridas e lentas (azul) e as ondas agudas, são
mais curtas e rápidas.

Um bumbo de bateria, é um subrave / grave, ficando entre 40/60Hz.

Uma caixa de bateria, é um grave / médio grave, ficando entre 100 a 250Hz

Uma mizinha de guitarra tocada na 12ª casa, é um médio, ficando em 660Hz

Podemos julgar esse espectro de uma forma mais familiar, como por
exemplo, julgar as frequencias em relação às cordas do violão ou da guitarra.

Identificando a frequência e o seu valor (em relação a percepção musical, é


claro), já consguimos identificar a região do braço e que a nota vai ser tocada,
casa, corda e etc.

Amplitude

A amplitude, falando de forma crua, é o volume em que a nota está se


situando. Ela pode ser mais fraca (baixa) ou mais forte (alta).

Muitas vezes, vamos encontrar diferença em relação a amplitude de uma voz


a de u violão, por exemplo. De uma guitarra solo e de uma guitarra base e por
ai vai.

7
Para ajudar no processo, vamos utilizar um exemplo que eu gravei:
AUDIO 01

Agora, vamos separar a bateria, o instrumento percussivo presente da


gravação. Vamos escutar somente ela. Escute o bumbo, a caixa, os pratos e os
tons com muita atenção, assimilando a levada rítmica, o groove dessa levada.

AUDIO 02

Agora, vamos escutar o áudio completo novamente. Encontrou cada


elemento da bateria na faixa? Ficou mais difícil de encontrar os pratos,
alguns bubos, caixas e tons com nitidez. Se precisar, refaça o processo para
você encontrar tudo o que você escutou separadamente.
AUDIO 01

Mesmo que nas músicas em que escutamos, não for possível “retirar” um
instrumento e escutá-lo separadamente como fizemos, esse processo ainda
funciona com muita eficiência, já que três aspectos fundamentais para esse
processo são assimilados de forma natural: O timbre, a amplitude e a
frequência.

Agora, o baixo separado:


AUDIO 03

Vamos escutar tudo outra vez ?


AUDIO 01
Encontrou o baixo? Essas frequências serão as que precisamos acentuar ou
retirar na nossa cabeça quando se trata do contrabaixo.

Agora, o órgão:
AUDIO 04

Em seguida, 03 guitarras diferentes:

A Guitarra Limpa (clean):


AUDIO 05

8
A Guitarra base, com riffs:
AUDIO 06

Uma guitarra com efeito de modulação, que funcionou como um elemento


mais estético.

AUDIO 07

E agora, a Guitarra Solo:


AUDIO 08

Durante o riff e as partes, toquei co variação nas técnicas e até nisso,


precisamos prestar atenção. As notas utilizadas são as mesmas, mas
precisamos ficar ligados na característica sonora de cada nota para
sabermos com precisão que tipo de técnica foi utilizada, como um bend,
ligados, slides e vibratos.

Esse processo, como eu já mencionei, pode ser repetido em qualquer


situação, pois com a assimilação de Timbres, Frequências e amplitudes, a
gente consegue identificar instrumentos, diferenciar notas graves, médias e
agudas, destacar sons de diferentes amplitudes, sendo elas fracas ou fortes.

9
2.

APLICANDO
A TEORIA

10
“Em que tom essa música está?”

Muitos de vocês já escutaram alguém perguntar isso, não é? E no momento


em que alguém respondeu, o sujeito já estava “em casa”, sabendo acordes,
progressões e cadências de diferentes níveis de complexidade, encaixando
frases, riffs, fazendo um solo bonito, casando com perfeição á base que ele
ainda nem tinha escutado antes!

“Como foi que ele fez isso? Como ele sabe tanto? Nossa, parece que precisam
de muitos anos para aprender tudo isso!”

Na verdade, temos uma ferramenta importantíssima, atualmente, de fácil


acesso e que traz resultados incríveis para a gente. A Teoria Musical.

Nesse importante passo, compreendemos qual caminho a música vai tomar,


seja uma parte ou mesmo um pequeno trecho. Podemos analisar cada parte
e compreender o funcionamento da música de forma harmônica, melódica e
rítmica. É muito importante pensar na teoria como uma ferramenta, uma
forma para você entender a música e aplicar os conhecimentos adquiridos
nesse estudo em outras músicas de seu gosto e também na hora de compor
as suas músicas e arranjos.

“Ahh! Mas teoria é só para quem é profissional! Eu realmente preciso aprender


teoria musical?”

Eu entendo esse ponto de vista, mas o problema é que acabamos tomando


como base de que os elementos teóricos são “infinitos” e “trabalhosos”
difíceis demais de assimilar e aplicar, quando na verdade, não é.

Eu posso te garantir de que a teoria musical vai te trazer inúmeros benefícios


sem te custar tanto como você pensa.

Novamente, eu bato na tecla da quantidade/excesso de informações à nossa


disposição como uma espécie de “retrocesso” em conhecer, aprender e
desenvolver a nossa música. Precisamos compreender até que ponto a
informação está sendo saudável para o nosso próprio aprendizado e isso não
é difícil de fazer.

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Por exemplo, você gosta muito da banda Charlie Brown Jr. e criou um
repertório de músicas para tirar e tocar. O ideal, é focar inicialmente, em
elementos que você vai encontrar nesse estilo/gênero de música, como
acordes, frases, licks, solos, riffs, bem como os timbres, técnicas utilizadas e
etc.

Teoricamente falando (Harmônica, melódica e ritmicamente), não vamos


encontrar elementos muito sofisticados neste estilo de música e nas músicas
deles. Por isso, são mais fáceis de assimilar e compreender, teoricamente
falando.

Neste caso, existe a necessidade de se estudar o campo harmônico X, Y, Z, a


raiz quadrada da escala alterada X a escala pirotécnica ao cubo?
A resposta claramente é não.

Quero deixar bem claro de que é importante saber, dominar e aplicar


informações mais complexas, é claro, mas neste caso, não.

Se eu gosto de Djavan e quero aprender a tocar as músicas dele, passa a ser


importante no momento em que eu encontrar determinados acordes em
que eu sentir “sair do natural”, eu ter o cuidado de saber porque aquele
acorde está ali.

Viu? São casos diferentes e eles podem e devem ser organizados por você ou
pelo seu professor de música, para que haja crescimento de forma sólida e
saudável. Dessa forma, a teoria musical será sempre saudável para você
aprender e crescer musicalmente.

Musica Tonal

Vamos falar sobre a música tonal, que o tipo sistema mais utilizado para se
fazer música. No sistema tonal, nós temos um tom específico para cada
música, mas o que é tom?

Você já deve ter visto em uma cifra de uma música, essa informação logo
após o nome da música, não é? Mas o que é esse tom? Como definir o tom?

Eu gosto de pensar no tom como um resultado de Tônica + Tonalidade.

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A tônica é a no tá central, ou fundamental. Por exemplo, na descala de DÓ
MAIOR a nota tônica é o C (Dó), que é a nota principal ou fundamental, a
nota central.

Já a tonalidade é um sistema hierárquico das notas. Ou seja, a tonalidade dá


a todas as outras notas uma função e um valor e relação a tônica.

Com isso, tendo uma tônica e uma tonalidade, possuímos um tom definido,
com uma sequência de notas selecionada pelo resultado de tônica +
Tonalidade. Essa sequência de notas é a escala musical.

Uma escala é uma sequência de notas, em que vamos utilizar como base
para tocarmos acordes, riffs, solos, frases, arranjos e tudo mais.

Vou deixar aqui, as escalas mais utilizadas, uma vez que fica impossível
identificar todas as escalas (são centenas):
Escala Maior e Escala Menor Naturais
Escala Menor Harmônica
Escala Menor Melódica
Escala Pentatônica Maior e Menor Naturais
Escala Pentatônica Menor 6
Escala Penta Mixo
Escala Penta Blues
Escala Blues Menor
Escalas Simétricas – Escala Cromatica e Tons Inteiros
Escala Alterada
Escala Diminuta
“Mas como funcionam todas essas escalas? Elas cabem no mesmo tom?”

Explicando de uma maneira extremamente direta e crua, sim.

Então, quando o tom da cifra é descriminado como C (Dó),


automaticamente, temos a escala de Dó MAIOR (C, D, E, F, G, A e B). As notas
que não compõem a escala (C#, D#, F#, G# e A#) não estarão em coesão
com a mesma (Escala Maior de Dó) - é claro – porém, serão utilizadas como
um “tempero” ou um “colorido”. Então, é comum a utilização de apenas uma
escala para tocar uma música inteira, no caso, em Dó maior, porém,
podemos tomar emprestado de todas essas escalas.
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Sabendo disso, temos uma infinidade de acordes, progressões, cadências,
frases e solos que vão muito além de uma escala natural, mas não podemos
nos esquecer que as notas “base”, ou seja, as notas da escala, terão maior
destaque e importância.

Por exemplo, vamos pegar um trecho de uma Música em Dó Maior:

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No primeiro exemplo, todas as notas e acordes estão dentro da escala de Dó
Maior:

Porém, no segundo exemplo, observamos o acorde de Bb5(9) traz o Bb, uma


nota fora da escala de Dó Maior:

Existe uma explicação simples para este – Bb5(9) - ou qualquer outro acorde
ou nota entrarem em músicas como essas ou músicas que apresentam uma
complexidade ainda maior em sua composição e entender como elas
funcionam é muito importante, pois além de obter maior propriedade, você
vai continuar usando essas informações musicais em MUITAS outras músicas.

     Assimilar – Assimilação de cada elemento teórico, com explicações


intuitivas e fáceis de digerir.

     Desenvolver – Exemplos, temas e trechos de músicas, para


desenvolvermos a sua capacidade e raciocínio musical.

     Aplicar – Aplicação das informações em diversos estilos musicais, visitando


composições simples às mais complexas.

15
3.

ELABORANDO VERSÕES,
PADRÕES E ARRANJOS

16
     Quando queremos tirar uma música e escutamos a composição com
carinho (passo 01), podemos perceber os elementos num todo, como
dedilhados, solos, frases, riffs, linhas de teclado, baixo… ou seja, o arranjo por
inteiro, linhas de vários instrumentos, etc. Isso nos traz várias formas
diferentes de tocar as mesmas partes de uma música.

Com esse importante recurso, nós temos condições de estruturar versões,


que atenderão as suas preferências, referências, necessidades e suas
limitações.

Nesse estudo que você está lendo, vamos tratar sobre a limitação, que é o
motivo de MUITA gente desistir de tocar solos, dedilhados, riffs, arranjos,
acordes e até a música inteira ou muitas vezes, desistir de tocar o
instrumento(!!!).

Precisamos compreender que nós não nascemos tocando nenhum


instrumento. Tocar bem e de forma livre não é uma coisa que se desenvolve
em pouco tempo, mas não significa que isso vai demorar uma eternidade
pra acontecer e principalmente, não significa que o processo de
aprendizagem precisa ser desagradável. Lembre-se que tocar o instrumento
que você escolheu é uma coisa maravilhosa e que você tocará melhor
amanha do que está tocando hoje, é uma questão apenas de escolha e
esforço.

 Criando uma versão

Depois de escutar a música, eu costumo me perguntar:


Como a minha versão vai funcionar? Quantos instrumentos vão tocar
comigo? Eu vou tocar sozinho? É uma música fácil de tocar? Quais são as
partes ais difíceis? Eu consigo tocar essas partes?

Essas perguntas precisar ser respondidas, de preferência, previamente, para


já começarmos a ter a nossa versão na cabeça e nos acostumarmos a julgar
esse processo mais naturalmente.

Vamos levar em consideração, alguns aspectos extremamente pessoais:


Quais as minhas referências e preferências: musicalmente, costumamos
tocar e estudar para ser ou soarmos dentro da nossa realidade musical, ou
seja, o que nós escutamos e o que temos como importante em nossa “vida
musical”, tanto como ouvintes, tanto como instrumentistas. 17
Isso faz muita diferença, pois uns prestam atenção na voz, outros, nos
acordes do violão, outros no solo, outros nos teclados, e por ai vai.

Quais as necessidades: Vamos tomar como exemplo, uma música que você
está escutando para poder tocar (seja original, acústica, com banda elétrica,
cover, etc) e nela, contenha várias linhas de guitarra, teclados e outros
instrumentos. E versão que você quer fazer é somente para você tocar no
violão… Neste caso, você não quer abrir mão do solo e dos acordes que você
escutou no teclado, por exemplo. Então, você já identificou quais as suas
necessidades nessa música e você vai precisar de adaptar esses elementos
na sua versão.

Quais as minhas limitações: Nós precisamos, sim, aceitar, compreender, e


trabalhar em relação às nossas limitações.

Não toque as partes de uma música de forma embolada, suja e feia, achando
que “passa”. Encare que não está legal e que precisa melhorar. Mas como?
Vou deixar de tocar esse trecho?

Se for assim, é melhor não tocar, não é? Errado! Precisamos aceitar, que no
momento, esse(s) trecho(s) ainda não estão limpos e por isso, vamos criar
uma versão mais limpa possível, sem aquele solo legal que você quer tocar
mas ainda não consegue, ou aquele ritmo complicado que te chamou a
atenção e por fora vamos treinar esses elementos e arranjos que você quer
colocar na música, inserindo gradativamente as partes que estivem ficando
limpas.

Dessa forma, é questão de TEMPO para tocarmos o que queremos de


verdade. Sempre é possível!

Eu costumo seguir um roteiro, vou apresentar ele aqui, dá uma olhada:

        – Dividir a música por partes – Introdução, primeira parte, segunda parte,


refrão, repetições, parte final…

        – Definir o que fazer em cada uma delas – Podemos fazer dedilhados,


solos, riffs, acordes,executar o que quisermos nela, porém, em tudo o que
fizermos, sempre vamos priorizar um som limpo e agradável.

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        – Treinar as partes separadamente – É um processo muito importante
para limparmos a versão (arranjo) que escolhemos tocar e pra isso, a gente
toca muitas vezes a mesma coisa em diferentes andamentos (velocidade), a
fim de deixar o som claro e bonito.

        – Tocar sozinho e tocar a versão “base” - Aqui, a gente se preocupa em


tocar a música inteira e podemos fazer isso de duas formas: Tocando
sozinhos ou com a versão que a gente escolheu tirar. Assim, você não vai
tempo pra repetir a parte, caso você erre. É claro que não tem problema
algum em voltar a parte para deixar limpa e tal, mas a gente já fez isso
bastante anteriormente. Agora é o momento de tocar a música inteira,
apreciar esse processo é importante demais.

        – Grave e mostre para os seus amigos ou para outros músicos - Se grave


tocando, para você analisar direitinho a sua execução, tocabilidade, se o som
está bonito e limpo, se você gostou da versão, se precisa mudar alguma
coisa, etc. Não deixe de mostrar para algum amigo ou para algum outro
músico. A opinião de outras pessoas com um ouvido diferente do que o seu
vai ajudar muito no seu processo de crítica, análise e crescimento musical.

Repito, é uma questão de TEMPO para tocarmos o que queremos de


verdade. Sempre é possível!

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4.

TÉCNICA Á SERVIÇO
DA MÚSICA

20
     Vamos voltar aos momentos em que começávamos a dar os nossos
primeiros passos. Naqueles dias, nós ainda não andávamos e por isso,
engatinhávamos e com o tempo, aprendíamos a ficar de pé e fortalecer as
nossas pernas. E seguida, nossos pais (ou uma pessoa responsável) nos
guiavam os passos e com o tempo, conseguíamos dar alguns passinhos. Nós
costumávamos cair, tropeçar, bater uma perna na outra, etc. Depois de mais
um tempo, tínhamos alguns padrões para executar os movimentos de forma
eficiente para andarmos, depois assimilamos a mecânica correta para correr
com maior eficiência e por ai vai.

Esse exemplo que eu utilizei foi para ilustrar o que é a técnica no


instrumento para mim. Ela é o aprimoramento dos movimentos e formas de
executar as harmonias e melodias no instrumento. Se assimilarmos bem
uma técnica, vamos desenvolvendo durante o estudo e aplicando nas
músicas que gostamos ou precisamos tocar e também nas nossas
composições e arranjos.

     - Se eu escuto este solo:

     - Ou essa levada de samba:

     - Ou acordes simples como estes:

Cada elemento tocado, seja um acorde de G, uma frase com bends ou com
palhetadas rápidas, possui suas características e níveis de complexidade,
porém, todas são executadas graças a habilidades mecânicas/motoras
presentes em todos os instrumentistas, ou seja, qualquer pessoa pode
executar, se treinar para isso.

Como eu usei no exemplo sobre aprender a andar, primeiro engatinhamos,


depois ficamos de pé, depois damos os passos, em seguida, andarmos
livremente, depois começamos a correr… ou seja, é um processo… Tinguem
começa correndo, mas sim, correr é necessário. Nós não corremos o tempo
todo, mas corremos quando necessário, andamos devagar quando
necessário, apertamos o passo quando preciso, etc.

A questão é que precismos estar preparados para fazer de tudo o que for
necessário dentro da nossa realidade e pra isso, vamos desenvolvendo o
controle e qualidade técnica – falando sobre o instrumento.
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Para estarmos preparados tecnicamente, é importante termos um
determinado controle sobre a mesma, para a gente usar conforme as
necessidades forem aparecendo. Eu vou deixar aqui a minha rotina de treino
técnico, que serve muito para mim, mas pode não ser totalmente funcional
ou útil pra você.

Eu costumo separar o momento de estudo técnico da seguinte forma:

          – Afiando as técnicas principais: Nessa primeira parte, é onde eu utilizo


exercícios e elementos para manter as técnicas em dia. Nem sempre eu
consigo tirar um tempo mais prolongado para treinar tudo o que eu quero,
então, treino pelo menos o que preciso. Esse é o treino mais frequente e
rigoroso que eu faço, pois quero estar preparado para tocar de forma sempre
limpa ou o mais limpo possível.

Exemplo:
Técnicas de Palhetada – Alternada, Sweep-picking, Palhetada Hibrida.
Ligados – Hammer-ons, Pull-offs.
Tapping – 1, 2 e 3 dedos.
Bends, Vibratos e Slides.

1a - Exercícios visando a qualidade e controle técnico.


1b – Elementos (fôrmas de escalas, padrões melódicos, arpejos, licks e frases).

* Estudo com/sem metrônomo, backing tracks e Drum Beats

          – Focando nas dificuldades: Ninguém melhor do que você mesmo para


dizer quais são as suas dificuldades, onde não está soando bem, onde está
sujo e mal tocado, onde você precisa trabalhar pra melhorar. Eu tenho as
minhas dificuldades e costumo observar nas músicas em que eu toco e nos
momento de estudo, quais são as minhas e como eu posso fazer para vencê-
las. O objetivo é vencê-las e não driblá-las ou contorná-las.

Exemplo:
2a - Trechos de músicas em que eu apresentei dificuldades em tocar bonito e
de forma limpa.
2b - Elementos similares aos que me fizeram errar, mecanicamente.

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          – Estudando Músicas – Aqui, eu trabalho as músicas que eu escolhi para
estudar Podem ser por algum estilo em que eu queira me aprofundar,
repertório de alguma banda que eu goste, um repertório de algum artista em
que eu esteja acompanhando ou mesmo o repertório do grupo de uma
igreja, etc. Eu posso organizar este estudo de duas formas:

3a – Tocando músicas em que eu já toco e limpando as partes para melhorar


a minha versão.
3b – Tirando músicas novas e dissecando os trechos para limpá-la
tecnicamente.

          – Treinando coisas Novas: Eu gosto de separar novidades para estudar e


adicionar a minha forma de tocar, novos elementos e possibilidades
musicais. Eu não vou me encher de materiais para ficar perdidão e não
conseguir assimilar nada, eu vou pegar alguns elementos para estudar
durante um mês ou mais. A questão é que eu preciso sempre me respeitar e
respeitar as minhas prioridades.

23
5.

UTILIZANDO ELEMENTOS
E EXECUTANDO PADRÕES

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     Agora, vou entrar em um assunto mais complexo e sólido, um tema que
faz toda a diferença e um dos fatores mais causam aquela sensação de
distanciamento entre o músico estudante - iniciante, intermediário e até o
avançado – em relação à outros músicos que ele acompanha: A Experiência.

Se você é fã de um músico que segura a guitarra há mais de 50 anos, você


precisa compreender uma coisa: Não existe uma fórmula que vai fazer você
compreender a música e o instrumento como este se “ídolo” musical.
Ele já conhece os caminhos, manhas, macetes e todos os recursos que a
experiência dele trouxeram com os anos empunhando o seu instrumento.

O que podemos aprender com tudo isso é que precisamos encontrar esses
atalhos e as formas de aplicarmos esses recursos em cada composição em
que tocarmos e sim, isso é completamente possível.

Vou apresentar ferramentas que vão te ajudar a obter maior fluência, afiar
seu ouvido, te dar uma percepção musical intuitiva e íntima sobre o
instrumento e o melhor, ao alcance de qualquer pessoa.

A utilização de elementos musicais e a construção de padrões de execução.

 Vamos tratar da primeira ferramenta, os Elementos Musicais. O que são eles?

Elemento musical pode ser qualquer fôrma, desenho ou fragmento utilizado


em uma música ou tema, como uma fôrma de acorde, um desenho vertical
ou horizontal de uma escala, um fragmento de um arpejo, por exemplo.
Estudar os elementos e desenvolvermos formas e situações de utilização
desses elementos, criarão uma abordagem mais profunda, precisa, intuitiva,
fluente e eficiente por todo o braço.

Vou deixar um exemplo simples, para você compreender melhor o que estou
querendo dizer:

Observe essa fôrma vertical da escala pentatônica de Dó Maior:

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Ela é uma fôrma superutilizada em composições de diversos estilos musicais.
Vamos tocando ela, tocando, tocando, até memorizarmos esse desenho.
Agora, escute esses 04 exemplos de solos conhecidos:

Starway To Heaven – Led Zeppelin

Highway To Hell – AC/DC

Belief – John Mayer

Deus Da Minha Vida – Thalles Roberto

O que esses solos têm em comum?


Todos eles foram compostos dentro dessa fôrma da escala. O que torna essa
análise ais interessante,que duas dessas músicas estão em outros tons, ou
seja, não seguem o tom de Dó Maior e mesmo assim, encontramos os
mesmos desenhos, só que em regiões diferentes.

Através desse pequeno exemplo, fica bem claro que por saber tocar essa
pequena fôrma de uma escala, eu tenho preparo para escutar as frases,
identificar as notas com maior precisão, de uma forma intuitiva e eficiente,
em uma rapidez surpreendente. APENAS por saber um pequeno desenho de
uma escala! E sempre que este desenho (ou algo parecido com ele) estiver
presente em umamúsica, será muito mais fácil de encontrá-lo e exercitá-lo
em uma música de uma forma cada vez mais fluente e precisa.

Vamos a segunda ferramenta, os Padrões de Execução.

Padronizar a execução nos traz muitos benefícios importantíssimos. Esse


recurso ajuda:
    A desenvolver a sua capacidade de memorização de cada trecho e linha
em que você for tocar, em cada parte das músicas e temas em que você se
propor a tocar.
    A limpar as suas linhas, arranjos, solos, bases, enfim, limpar a sua execução.
Isso inclui avanço e controle técnico sobre o instrumento, desenvolvimento
rítmico e muitos outros benefícios.
    A criar seus arranjos e tocar de forma mais direta e eficiente,
estabelecendo maior coesão e solidez na forma de ver e executar o que você
for tocar. 26
Criar padrões não te impede de ser criativo, de experimentar coisas novas e
de desenvolver a sua musicalidade, mas te permite contar com caminhos
preestabelecidos, mantendo qualidade e clareza na sua execução, te
trazendo muita segurança e pegada em tudo que você tocar. Isso significa
muita coisa.

Vamos voltar ao solo de Higway To Hell. Eu toco o solo EXATAMENTE da


forma como está escrita.
Desde o momento em que eu me propus a tocar o solo, eu comecei a
formatá-lo, colocando um bend ali, outro aqui, assimilando a duração de
cada um deles, adicionando ligados e slides e finalizando uma determinada
parte de uma forma em que no momento de estudar o trecho, eu o toque
como eu o padronizei.

Parece que eu me limitei musicalmente, não é mesmo? Mas como eu disse


desde o princípio desse estudo, essa “limitação” é muito saudável e
necessária para um desenvolvimento sólido no instrumento. Dessa forma, eu
vou estudar esse trecho, tocando várias vezes, até que esteja soando bonito,
de forma limpa e dentro do ritmo.

Dessa forma, mesmo que eu substitua um bend por um slide, um acorde por
outro, crie uma pequena variação de um padrão de dedilhado de improviso,
mesmo que eu erre em algum fragmento, eu tenho um padrão bem
desenvolvido em minha mente e nas inhas mãos e posso voltar a ela no
momento em que eu quiser ou que for preciso.

Durante o curso, você vai aprender a assimilar elementos musicais de forma


rápida e eficiente, desenvolver a sua habilidade na utilização de cada um
deles e saber aplicá-los com segurança e propriedade, além de muitas dicas
de como criar os seus arranjos e padrões de execução.

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CONCLUINDO
Não quero, de forma alguma, afirmar que aplicando esses passos, você será
capaz de pegar aquela música do Andy Mckee em um dia, ou aquele solo
fantástico do guitarrista que você gosta em minutos. Mas posso afirmar que
seguindo esses passos de fácil assimilação, podemos tocar qualquer música,
tema ou trecho, com maior eficiência e precisão.

Os passos nem sempre precisam ser feitos nessa ordem ou em qualquer


outra ordem específica. Eles podem se tornar ferramentas individuais, onde
se usa para isso ou para aquilo. Isso é algo pessoal e que deve ser
aperfeiçoado de forma simples e que venha a atender as suas necessidades e
a sanar as suas dificuldades.

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AGRADECIMENTO
Primeiramente, obrigado pelo seu interesse em ter
baixado o meu primeiro e-book!

Foram muitos dias de dedição e de


comprometimento para trazer um conteúdo que
viesse a realmente, somar e te trazer novos recursos
ou novas formas de ver uma música e o seu
instrumento.

Eu criei esse e-book pensando nas centenas de


pessoas que já me procuraram com as dificuldades
que eu citei no ebook, procurando ajuda para
desenvolver a sua musicalidade e percepção musical.

Ao ver o e-book pronto, me sinto inspirado e pronto


para produzir muito mais materias para as pessoas
que querem aprender mais de música e a enxerga-la
de forma mais íntima, pessoal e natural.

Espero que este pequeno guia faça parte da sua vida


musical de agora em diante e que te ajude a crescer
sempre!

Até mais!
Tarsius Lima

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www.tarsiuslima.com.br

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