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Clínica Médica de Ruminantes

Enfermidades em Pré-estômagos/Estômago:

1-Indigestão Vagal:

-Definição: desordem primária da função motora do pré-estômago e/ou abomaso


causada por um impedimento na transmissão dos impulsos aferentes devido a lesão do
nervo vago. Principal seqüela da Retículo-Peritonite Traumática (RPT).

-Sinônimos: síndrome de Hoflund

-Anatomia: (nervo vago)

-Origem: centros gástricos na medula oblonga

-Divisão: 2 ramos

-Ventral: á direita, inerva retículo, omaso e abomaso; (geralmente


o mais afetado pela retículoperitonite traumática)

-Dorsal: à esquerda, inerva o rúmen;

-Tipos:

1-Estenose Funcional Anterior (EFA): falha na passagem da ingesta no


orifício retículo-omasal que ocorre por um relaxamento do esfíncter que circunda o
orifício. É a forma mais comum.

1.1-Estenose Funcional entre Retículo e Omaso com atonia do


retículo e do rúmen: causa timpanismo;

1.2-Estenose Funcional entre o Retículo e o Omaso com


motilidade normal ou hopermotilidade do rúmen e retículo.

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Rúmen distendido

2-Estenose Funcional Posterior (EFP): ocorre por falha na passagem de


ingesta pelo piloro.

2.1-Estenose Funcional permanente do piloro com atonia ou não


do retículo e rúmen.

Abomaso distendido

2.2Estenose Funcional incompleta do piloro: recidivante.

*Abdômen sempre com conformação ‘maçã/pêra’

-Epidemiologia:

-Vacas leiteiras adultas (geralmente no final de gestação) são mais


afetadas;

-Vacas e touros de corte adultos (menos comum);

-Animais com histórico de RPT são mais susceptíveis;

-Etiologia:

-Animais que desenvolveram RPT (semanas/meses) por causar lesão ao


nervo vago diretamente ou por aderências;

-Animais que passaram por deslocamento de abomaso à direita

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-Animais com infecções em linfonodos mediastinais (Ex.: tuberculose).

-Patogenia:

1-Estenose Funcional Anterior (EFA): há diminuição do transporte


omasal e há acúmulo de ingesta no rúmen e no retículo, podendo seguir dois caminhos:

-Rúmen com atonia: rúmen se distende, em forma de ‘L’.

-Rúmen com hipermotilidade: causa bradicardia (não ocorre em


todos os casos);

2-Estenose Funcional Posterior (EFP): há diminuição do transporte de


ingesta pelo piloro, ocorrendo impactação abomasal. Há o deslocamento de íons cloro
para o rúmen, causando uma Alcalose (pelo aumento de íons H+ e Cl- no lúmen) e
também há hipocloremia (pois não há a absorção normal no intestino delgado) e
hipocalemia sistêmica (pela diminuição da alimentação e também por eliminação renal
para tentar reverter a alcalose), causando distensão no abomaso ‘abdômen e forma de
‘L’’.

-Sinais Clínicos:

1-EFA:

-Inapetência, hipermotilidade ruminal (movimentos incompletos),


perda da estratificação ruminal, contorno abdominal (maçã/pêra), na palpação retal
(rúmen em forma de ‘L’), timpanismo leve ou moderado, fezes escassas (pastosas com
coloração verde-escura à enegrecidas), temperatura e freqüência cardíaca normais e 20-
30% dos animais apresentam bradicardia vagotônica (abaixo de 60 bat/min).

2-EFP:

-Inapetência, movimentos ruminais normais ou hipomotilidade


ruminal, acúmulo de ingesta no obomaso (impactação), distensão abomasal, fezes
escassas (pastosas e mucosas), desidratação, alcalose, hipocloremia e hipocalemia.

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais clínicos;

-Laboratorial:

-Dosagem de Cloretos: >30mEq/L (na EFP).

-Prova da Atropina: aplica-se 30mg via SC e após 15 minutos tem-se


aumento da freqüência cardíaca, então comprova-se que a bradicardia anterior era
vagotônica (aumento de 16% na frenquência);

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-Palpação retal: abomaso (estenose posterior);

-Laparotomia e Ruminotomia;

-EFA: orifício retículo-omasal encontra-se relaxado e omaso e


abomaso estão vazios.

-EFP: abomaso distendido (pelo acúmulo de ingesta).

-Necropsia:

-Rúmen e retículo aumentados e presença de conteúdo no orifício


retículo-omasal (na EFA).

-Abomaso aumentado e impactado (na EFP).

-Diagnóstico Diferencial:

-Obstrução intestinal, hidropsia (hidroalantóide), peritonite difusa e ascite


(mas todas essas enfermidades possuem contorno abdominal diferente). Diferenciar
EFA de corpos estranhos (pela laparotomia ou ruminotomia) e diferenciar EFP de RPT
(pela laparotomia). Também diferenciar de fitobezoares bloqueando o piloro
(diferenciação se da pela necropsia).

-Prognóstico:

-Desfavorável;

-Tratamento:

-ATB (penicilina, ceftiofur, etc.) via IM

-Ruminotomia com remoção do conteúdo;

-Transfaunação (10L + capim);

-Fístula ruminal (para o timpanismo crônico recidivante);

-Dexametasona (para diminuição de edema e processos inflamatórios):


IM;

-Vitamina B1 (para o metabolismo energético, no auxílio da


recuperação): IM;

-15 dias sem melhora: abate

-Prevenção:

-Evitar RPT (manejo adequado e magneto reticular profilático);

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Enfermidades em Fígado (Hepatopatias)

-Funções Hepáticas:

-Manutenção dos níveis de glicose;

-Síntese de proteínas plasmáticas;

-Síntese e excreção de sais biliares e excreção de pigmentos biliares;

-Síntese de protrombina;

-Detoxificação e excreção de substâncias tóxicas;

-Introdução:

-Sinais clínicos específicos aparecem quando há ¾ de comprometimento


do parênquima hepático.

-Qualquer lesão difusa pode afetar a maioria ou todas as funções em um


mesmo grau;

1-Icterícia: é um sinal clínico que surge tanto em doenças do fígado e sistema


biliar, como também quando estes não estão lesados.

-Sem impedimento do fluxo biliar: então a icterícia ocorre por


superprodução ou icterícia hemolítica;

-Com impedimento do fluxo biliar: ocorre quando há degeneração


hepática, obstrução biliar ou colestase.

1.1-Icterícia Hemolítica:

Causas: toxinas bacterianas, protozoários, venenos inorgânicos,


reações imunológicas, anemia hemolítica

Definição: é caracterizada clinicamente por coloração amarelada


das mucosas e pela presença de hemoglobinúria em casos mais graves (avançados).

2-Hepatite:

Definição: refere-se a todas as doenças difusas degenerativas e


inflamatórias que acometem o fígado.

Classes: hepatites tóxicas, infecciosas, parasitárias, nutricionais, cirrose


gordurosa hepática, anomalia vascular portossistêmica.

2.1-Hepatite Tóxica:

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Causas: envenenamento por inorgânicos (cobre, arsênio), por
orgânicos (tetracloreto de carbono), plantas tóxicas (senécio, lantana e feno mofado) e
substâncias químicas.

2.2-Hepatite Infecciosa: (são raras)

Causas: Bacillus piliformis, Clamydia sp (Aborto epizoótico na


Califórnia), Salmonelose, AIE e Listeriose.

*Necessita necropsia para diagnóstico exato.

2.3-Hepatite Parasitária:

Causas: Fasciola sp e Ascaris sp

Patogenia: depende do número e do tipo de parasita. Na


infestação maciça por Fasciola sp tem-se insuficiência hepática aguda, manifestado por
edema submandibular (pela baixa síntese protéica).

2.4-Hepatite Nutricional:

-Síndrome da Vaca Gorda: pelo excesso de consumo de energia,


seguida pela súbita mobilização dos depósitos de gordura corpórea no final da gestação
ou no inicio da lactação.

-Lesão: necrose maciça e infiltração gordurosa.

2.5-Cirrose Gordurosa Hepática:

-Causa: não conhecida, mas ocorre em períodos chuvosos,


sugerindo deficiência nutricional ou possibilidade de micotoxinas;

-Lesão: fibrose hepática ou necrose

-Patogenia: alteração gordurosa do fígado com inicio de fibrose


na zona periacinar.

2.6-Anomalia Vascular Portossistêmica:

-Causa: fluxo sanguíneo alterado através do fígado e insuficiência


hepática secundária e/ou atrofia hepática.

-Patogenia: aumento de metabólitos da falha do metabolismo


hepático.

-Sinais Clínicos Gerais (Hepatites):

-Anorexia, depressão/excitação do SNC, fraqueza muscular,


icterícia, dor abdominal, pressão da cabeça contra obstáculos, perda de peso, sonolência,
decúbito e convulsões.

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3-Encefalopatia Hepática:

Definição: síndrome cerebral associada a severa insuficiência hepática


caracterizada por sinais clínicos de depressão, cegueira, ataxia e morte.

Etiologia:

-Causas de lesão e insuficiência hepática (pode-se ter


hipoglicemia, falha dos mecanismos de detoxificação e acúmulo de corpos cetônicos,
amônia e acetilcolina);

-Plantas hepatotóxicas: Senecio brasiliensis (maria-mole),


Crotalaria spp.

-Brachiaria spp e Panicum spp (saponinas);

-Doença do fígado gorduroso;

Patogenia:

Diminuição do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos.


Há diminuição da detoxificação dos produtos nitrogenados (aumento da amônia causa
lesão encefálica).

Sinais Clínicos Nervosos: hiperexcitabilidade, convulsões, tremores,


fraqueza muscular, desorientação, pressão da cabeça contra obstáculos, falha ao
responder estímulos externos.

Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Laboratorial:

-Perfil Bioquímico:

-AST e GGT elevadas;

-Amônia

-Biópsia hepática;

Diagnóstico Diferencial:

-Todas doenças neurológicas, intoxicação por chumbo,


poliencefalomalácia e raiva.

Necropsia: verifica-se lobulação evidente, necrose, icterícia, edema,


infiltração gordurosa e hemorragias focais.

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Tratamento:

-Retirada da causa (hepatotóxica);

-Glicose 5% intravenoso.

4-Tumores de Fígado:

-As lesões metastáticas da linfomatose dos bezerros são as neoplasias


mais comuns do fígado nos animais. Mas também ocorre adenoma primário,
adenocarcinoma e metástases de outras neoplasias na área drenada pelo sistema porta.

-A maioria delas não produz alterações de disfunção hepática.

-Pode-se ter aumento de volume do órgão (tornando-o palpável)

-O animal geralmente apresenta dor abdominal ocasionada pela distensão


da cápsula.

5-Fotossensibilização:

-Etiologia: agentes fotodinâmicos em concentração suficiente na pele


juntamente com a exposição desta à luz solar. Agentes fotodinâmicos são substâncias
ativadas pela luz e podem ser ingeridas pré-formadas (tipo I - causam
fotossensibilização primária), podem ser produtos de metabolismo alterado (tipo II -
causam fotossensibilização por síntese aberrante do pigmento) ou ainda produtos
metabólicos normais que se acumulam nos tecidos devido à falta de excreção pelo
fígado (tipo III - causam fotossensibilização hepatógena).

-Definição: comum em ruminantes em que o fígado é lesado por toxinas,


causando distúrbios hepáticos. Impedindo o órgão de fazer detoxificação do organismo.

5.1-Fotossensibilização Primária: se dá pela ingestão de agentes


fotodinâmicos exógenos (geralmente quando as plantas verdes estão em fase de
crescimento exuberante). Principais substâncias fotossensibilizantes:

-Hipericina (do Hypericum perforatum – erva de São João);

-Fagopirina (em sementes e plantas secas de Polygonum


fagopyrum – Trigo Sarraceno);

-Furocumarinas (do Cynopterus sp – Cenoura Selvagem);

-Perlolina (do Lolium perene – Azevém);

-Substâncias químicas (fenotiazina, bengala rosa e os corantes de


acridina);

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-Vacas tratadas com corticóides para induzir o parto podem
desenvolver uma dermatite por fotossensibilização nos tetos, úbere e no local da
marcação do animal.

5.2-Fotossensibilização devida à síntese anormal de pigmento: ocorre na


porfiria congênita, na qual há uma produção excessiva de porfirinas no organismo, as
quais são fotodinâmicas.

5.3-Fotossensibilização Hepatógena: a substância fotodinâmica é a


filoeritrina que é um produto final normal da clorofila, excretada pela bile. Quando a
secreção biliar está obstruída por hepatite ou por obstrução do ducto biliar, a filoeritrina
se acumula no organismo e pode atingir níveis cutâneos que tornam a pele sensível à
luz.

-Plantas:

-O fungo Pithomuces chartarum do azevém (causa eczema


facial);

-Algas (plantas aquáticas) de água proveniente de pequenos lagos,


represas e subterrânea – Microcystis flosaquae;

-Plantas de pasto e cultivadas;

-Gramíneas: painço e pânico (Panicum sp);

-Ervas: lantana (Lantana camara), alecrim (Holocalyx glaziovii).

-Patogenia:

A penetração dos raios nos tecidos sensibilizados causa morte


celular local e edema do tecido. Há intensa irritação devida ao edema e atinge as
camadas mais profundas. No estágio final a pele esfacela-se pela necrose gangrenosa.

-Sinais Clínicos:

Irritação local (prurido), vacas com os tetos acometidos tentam


escoicear o abdômen, ovelhas lactentes evitam que cordeiros mamem, em pequenos
ruminantes o sinal inicial é o lacrimejamento, se tem blefarospasmo e tumefação das
pálpebras, focinho com eritema (seguido de fissuras), edema local grave, disfagia (pela
tumefação dos lábios).

Em grandes extensões: tem-se aumento da temperatura corpórea,


aumento do pulso, fraqueza e sinais nervosos (devido à problemas hepáticos);

-Tratamento:

-Retirar animal da luz solar;

-Retirar de pastagens ou do material tóxico;

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-Utilizar anti-histamínicos (geralmente no início quando se tem
edema), antibióticos e AINEs.

-Nas lesões, deve-se fazer o uso tópico de pomadas anti-sépticas,


cicatrizantes e óleos.

-Prognóstico:

-Fotossensibilização Primária: reservado à favorável;

-Fotossensibilização Secundária: reservado à desfavorável;

-Fotossensibilização Terciária: desfavorável;

Outras Enfermidades:

1-Úlcera de Lactação:

-Sinônimos: filariose, estefanofilariose e ferida-de-verão;

-Introdução: as filarias são helmintos cujo vetores são mosquitos, que


inoculam as formas larvares denominadas microfilárias. Exemplos:
-Gênero Dirofilaria: parasita o coração e a artéria pulmonar de
cães provocando insuficiência cardíaca.
-Gênero Oncocerca: parasita o ligamento cervical dos bovinos e
no homem provoca cegueira.
-Gênero Stephanofilaria: parasita animais domésticos e silvestres
como, bovinos, búfalos, ovelhas, cabras, elefantes.
-Transmissão: no Brasil observa-se maior prevalência nos meses de
dezembro a março. Essa sazonalidade está relacionada à proliferação do vetor do
parasita. A Musca conducens (Musca spp) e a Haematobia irritans são apontados como
hospedeiros intermediários e transmissores da Stephanofilaria spp para os bovinos. A
Musca spp pousa em feridas e faz também o transporte de formas larvares.
-Sinais Clínicos: dermatite, com erupção papular progredindo para
nódulos, alopecia e úlcera crostosa, associadas ou não a prurido.
-Agente Etiológioc: Stephanofilaria sp

-Patogenia:

As lesões caracterizam-se por serem elevadas, circunscritas e com


ausência de pêlos. Acomete geralmente as regiões: da cabeça, pescoço, ao redor de
olhos e parte ventral do úbere (geralmente nos quartos craniais). No inicio ocorre uma
dermatite nodular ulcerativa. Por ação mecânica os nematódeos ferem e obstruem os
vasos sanguíneos e linfáticos da região (causando inflamação e fibrose). Há então a
redução da circulação local, havendo assim o impedimento ou retardo da cicatrização.

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-Epidemiologia:

-Maior prevalência nas estações de chuvas e verão.

-Menor número de casos no inverno, permanecendo quiescente


durante esta época.

-Diagnóstico:

-Exame direto do sedimento em solução salina isotônica (pesquisa


de filarias);

-Tratamento:

-Ivermectina (IM ou SC);

-Organofosforado 5-10% aplicação local (diariamente ou em dias


alternados – 7 aplicações);

-Cura espontânea: é possível em longo prazo.

-Prevenção:

-Uso de anti-helmínticos apropriados para extermínio de larvas


(Ex.: Milbemicina).

-Programa efetivo na redução de moscas e mosquitos no


ambiente;

2-Leucose Enzoótica:

-Definição: doença causada pelo vírus da leucemia bovina, determinando


um quadro crônico proliferativo dos linfócitos B, atingindo o coração (átrio direito),
rim, abomaso, linfonodos, útero e medula (lesão compressiva, causando paresia de
membros posteriores).

-Sinônimos: linfossarcoma bovino e leucose bovina

-Epidemiologia:

-Doença mais comum em bovino adulto;

-Cosmopolita;

-30% dos afetados apresentam linfocitose persistene;

-5% dos afetados apresentam sinais clínicos;

-Causa perdas econômicas (por morte e por baixa da


produtividade).

-Etiologia:

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-Vírus da Leucose Bovina (BLV):

-Família: Retroviridae

-Sub-família: Oncovirinae

-Gênero: Deltaretrovirus

-Os vírus afetam coração, útero, rim, abomaso, linfonodos e


medula;

-Transmissão:

-Horizontal (pelo contato entre animais), o contágio de animal-


animal requer um íntimo e prolongado contato físico, não havendo a transmissão em
animais separados a mais de dois metros. -Por linfócitos B (colostro,
sangue e placenta);

-Insetos ou morcegos hematófagos (por linfócitos contaminados);

-Iatrogênica (parto, palpação retal, na descorna, alicates para


coloração de brincos, agulhas, transfusão, vacinas);

-Pode haver também transplacentária (menos de 10%).

-Patogenia:

Tem-se a infecção pelo vírus que é um vírus RNA, afetando o


DNA de células hospedeiras principalmente linfócitos B, nos quais produz uma infecção
persistente, mas pode também infectar linfócitos T. Os animais infectados por este
retrovírus tornam-se portadores pelo resto da vida. Normalmente cursa de forma
assintomática, mas uma pequena parcela de animais irá desenvolver a forma clínica da
doença. E a enfermidade caracteriza-se pela produção de tumores de origem linfóide,
como linfossarcomas ou linfomas malignos, em diversos órgãos como no átrio direito
onde linfócitos-B infiltram-se (causando cardiomegalia).

-Sinais Clínicos:

-Depende da localização do tumor e pode-se ter animais


assintomáticos. Mas os sinais clínicos são: emagrecimento progressivo, inapetência,
diminuição da produção leiteira, linfoadenopatia (aumento de linfonodos), arritmias,
efusão pericárdica (hidropericárdio), hipofonese de sons cardíacos, sopro cardíaco,
distensão venosa, ICC direita, edema de peito e submandibular e diarréia.

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

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-Exames Complementares:

 Hemograma:

o Linfocitose persistente;

o Atipia linfocitária;

 IDGA (imunodifusão em Agar gel)

 PCR e isolamento viral

-Interpretação do Teste:

Resultado Idade Contato com + Interpretação


+ <7 meses Mãe infectada Impossível distinguir,
testar após 7 meses ou
usar PCR
+ <7 meses Mãe sadia Animal Infectado
+ >7 meses ---------------- Animal Infectado
- <3 meses Contato com + Retestar após 3 meses
- >3meses ---------------- Animal não Infectado

 Necropsia: encontram-se massas tumorais brancas,


firmes e infiltrado linfocitário difuso.

-Diagnóstico Diferencial:

-Reticulo-peritonite traumática, endocardite, intoxicação por


ionóforos e tuberculose.

-Tratamento:

-Não existe;

-Prognóstico:

-Desfavorável;

-Prevenção e Controle:

-Separar animais positivos;

-Bezerros devem receber colostro e leite de vacas negativas;

-Não é uma zoonose;

-Sacrifício dos positivos;

-Cuidados (usar luvas, descartáveis instrumentos cirúrgicos


estéreis, transfusão somente com animais negativos e agulhas descartáveis);

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3-Pododermatite Infecciosa dos Ovinos (foot-rot)

-Definição: é uma doença de ovinos caracterizada pela inflamação da


pele na junção da pele com o estojo córneo, passando por baixo do casco, e inflamação
das lâminas sensitivas do pé e claudicação grave.

-Etiologia:

-Associação sinergia de: Dichelobacter nododus e Fusobacterium


necrophorum. Uma lesão inicial e superficial da epiderme facilita o estabelecimento da
Dichelobacter nodosus (bactéria gram negativa, anaeróbica e parasita obrigatória). Há a
invasão desta bactéria na junção pele-casco (tem afinidade por células epiteliais da
matriz do casco) e replica-se lentamente e sobrevive sob déficit nutricional. A
Dichelobacter nodosus produz fatores que favorece o crescimento da Fusobacterium
necrophorum.

-Pode ainda ter associação de outras bactérias (Arcanobacterium


pyogenes) que também produzem fatores que facilitam o crescimento da Fusobacterium
necrophorum.

*Fusobacterium necrophorum também pode atingir bovinos.

-Epidemiologia:

-Os ovinos e caprinos são as espécies principalmente acometidas.


Os ovinos do tipo Merino são mais suscetíveis

-É variável em relação as condições climáticas (pela umidade do


pasto e temperatura ambiente). Maior freqüência da doença nos períodos de chuvas
(outono/primavera);

-Maioria dos infectados se recuperam espontaneamente, mas


cerca de 10% persistem como ‘carreadores’ crônicos e não clínicos por muitos anos.

-Patogenia:

Inicia-se com uma dermatite local, causada pela infecção por


Fusobacterium necrophorum na junção corneocutânea. Pode não progredir mas pode se
complicar pela invasão do Dichelobacter nodosus e o desenvolvimento de uma
pododermatite clínica. Esta bactéria possui enzimas ceratolíticas que digerem o tecido
córneo e podem penetrar no casco (necrose).

-Sinais Clínicos:

-Tumefação ou umidade da pele da fenda interdigital, claudicação


que aumenta de intensidade com o tempo, decúbito, estojo córneo pode ser destacado,
anorexia e febre (reação sistêmica).

-Diagnóstico:

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-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos (dermatite interdigital, odor forte de estojo


córneo necrótico);

-Laboratorial:

-Coloração de Gram, Imunofluorescência e Proteases;

-Graus:

1,2 e 3: são recuperáveis com tratamento;

4: agudo e não recuperável;

5: crônico e não recuperável;

-Diagnóstico Diferencial:

-Necrose bulbar infecciosa (abscesso digitais, tumefação, dor,


corrimento purulento), Ectima Contagioso (lesões proliferativas elevadas com crostas
persistenes na pele do cório e lesões ao redor da boca), Dermatite Ulcerativa (úlceras
granulosas no espaço interdigital, sem pus, geralmente ao redor da boca e na genitália
também), Língua Azul (coronite, separação do estojo e erosões graves ao redor da boca
e nas cavidades nasais), entre outras.

-Tratamento:

-Casqueamento corretivo;

-Antibióticos:

-Penicilinas e Estreptomicina: 70.000UI/kg penicilina G e


70mg de estreptomicina/kg

-Clindamicina;

-Manutenção do ambiente (colocar os animais em locais secos)

-Banho podal em formalina 5% - deve ser aplicada semanalmente,


durante 4 semanas. Ou banho podal em sulfato de cobre.

-Controle:

-Rodízio de pastagens (mínimo de 14 dias);

-Isolamento de positivos;

-Positivos são submetidos à pedilúvios com sulfato de zinco ou


formalina durante toda semana por 1 mês;

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-Vacinação (antes dos períodos predisponentes com reforço –
fêmeas 1/3 final de gestação);

-Banho podal com Licor de Vilati.

Enfermidades Cardiovasculares:

1-Endocardite:

-Definição: inflamação da camada endotelial do coração, causando uma


insuficiência cardíaca ou estenose valvular, determinando um quadro de insuficiência
cardíaca congestiva (ICC).

-Epidemiologia:

-Doença valvular mais comum (geralmente na válvula tricúspide);

-Acomete mais bovino leiteiro adulto;

-Infecções crônicas que podem causar endocardite (doenças


locomotoras sépticas como a pododermatite, RPT, abscessos, acidose láctea ruminal
aguda, ruminite abscesso hepático, pneumonia, metrite e mastite).

-Cateter intravenoso (causa flebite com posterior endocardite);

-Etiologia:

-Arcanobacterium pyogenes

-Staphylococcus spp

-Streptococcus spp

-Patogenia:

A endocardite pode desenvolver-se a partir da implantação de


bactérias nas valvas, provenientes da corrente sanguínea, ou por êmbolos bacterianos
nos capilares das valvas. É mais comum ser uma seqüela de infecção crônica. Tem-se
uma associação entre a bacteremia e uma lesão valvular, havendo a instalação de
bactérias neste local. Podem desenvolver-se lesões vegetativas ou ulcerativas, que
interferem com a passagem normal do sangue através dos orifícios cardíacos, resultando
em ICC. Fragmentos de lesões vegetativas podem se desprender e causar endarterite
embólica, com desenvolvimento de abscessos pulmonares ou em outros órgãos.

-Sinais Clínicos:

A progressão ocorre de uma semana à três meses. Há diminuição


da produção, inapetência, emagrecimento progressivo, febre persistente ou intermitente
(40 – 41ºC / característico), taquicardia, dispnéia, sopro sistólico, aumento da

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intensidade dos sons cardíacos, distensão e pulso da veia jugular e mamária, ascite,
edema submandibular, edema de peito, arritmia (10%), decúbito e morte.

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Exames Complementares:

-Hemograma:

 Leucocitose por neutrofilia;

 Anemia arregenerativa;

-Aumento das proteínas plasmáticas totais e aumento do


fibrinogênio;

-Abdominocentese: presença de líquido ascítico;

-Hemocultura (20ml): fazer 3 colheitas a cada 30 minutos


no pico febril ou 1 colheita a cada 6-8 horas quando não
febril.

-Ecocardiografia;

-Necropsia: hidropericardio, cardiomegalia, hipertrofia do


miocárdio, valva tricúspide ou mitral espessadas com
crescimento vegetativo na forma de couve-flor, congestão
hepática (fígado de noz-moscada) e infartos renais.

-Diagnóstico Diferencial:

-Para retículo-peritonite traumática (RPT), leucose enzoótica e


intoxicação por ionóforos.

-Tratamento:

-Antibióticos:

 Penicilina B: 30.000UI/kg IM por 21 dias;

 Ceftiofur: 1,1-2,2mg/kg IM por 21 dias;

 Sulfa+Trimetoprim: 30mg/kg IM ou EV;

-Na ICC:

 Furosemida: 0,5mg/kg IM (SID ou BID);

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-Prognóstico:

-Favorável: quando é feito um diagnóstico precoce.

-Desfavorável: quando se tem ICC;

-Prevenção:

-Prevenir afecções que causem bacteremia

Encefalopatias

-Principais:

1-Bovinos:

-Poliencefalomalacia*, herpesvírus tipo 5*, listeriose*, trama


medular e craniano, raiva, encefalite bacteriana, encefalopatia hepática, intoxicação por
uréia, intoxicação por chumbo, encefalopatia espongiforme, hipovitaminose A, cetose
nervosa, intoxicação por sal.

2-Caprinos:

-Listeriose, artrite-encefalite caprina (CAE), raiva e encefalopatia


hepática.

3-Ovinos:

-Listeriose*, raiva, encefalopatia hepática, scrapie* e coenurose.

1-Polioencefalomalácia:

-Definição: doença de ruminantes caracterizada pela necrose da substância


cinzenta do encéfalo, determinando sinais de cegueira, decúbito, convulsões, coma e
morte. Causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1). Afeta bovinos (entre 8 e 12
meses) e caprinos.

-Etiologia:

-Alterações no metabolismo da tiamina;

-Mudança alimentar, uso de antibióticos e vermífugos (benzimidazóis);

-Síntese microbiana inadequada;

-Tiaminases ruminais produzidas por microorganismos (Bacillus


thiaminolyticus, Bacillus aneurolyticus e Clostridium sporogenes).

*Não há reserva corporal de tiamina.

-Patogenia:

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Há deficiência de difosfato de tiamina. A tiamina é um componente
essencial de diversas enzimas envolvidas no metabolismo intermediário e um estado de
deficiência resulta em aumento da concentração de piruvato no sangue, na redução da
proporção lactato/piruvato e na diminuição da transcetolase eritrocitária. Há diminuição
na atividade metabólica da via das pentoses (metabolismo de glicose) e conseqüente
diminuição de energia para o organismo, incluindo o sistema nervoso central. Com a
depleção de energia, há a parada da bomba Na+/K+ e ocorre um acumulo de Na+
intracelular (edema intracelular), levando a uma destruição neuronal.

-Sinais Clínicos:

Anorexia, diarréia, isolamento, cegueira central (amaurose – não


responde à reflexos de ameaça e sim ao pupilar), reflexo pupilar normal, ataxia,
depressão, opistótono, tremores musculares, bruxismo, nistagmo, estrabismo, decúbito
lateral, convulsões tônico-clônico, coma, morte por insuficiência respiratória (em 24-48
horas).

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Diagnóstico terapêutico (pela administração de tiamina);

-Laboratorial:

 Líquido Céfalorraquidiano: colher 3 tubos

o Pleocitose: que corresponde ao aumento de


células nucleadas (5-50cel/µL) o normal é
até 2cel/µL.
Descarta-se meningoencefalite
bacteriana o Proteinorraquia: 50mg/dL

o Aumento da pressão: 200-350mmHg

 Verificar pela punção


(normal é vir gotas e quando
se tem aumento da pressão
vem em jatos o LCR).

-Necropsia: verifica-se necrose cerebrocortical (malacia da substância


cinzenta), edema cerebral (achatamento dos giros e muito brilhante) e
com luz ultravioleta (evidencia-se local de necrose).

-Diagnóstico Diferencial:

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-Raiva (diferenciar no histopatológico), listeriose (tem-se paralisia
facial), intoxicação por chumbo, trauma encefálico (diferenciar pela anamnese),
acetonemia (urina apresenta corpos cetônicos), HVB-5 (lesão histopatológica – inclusão
citoplasmática) e babesiose.

-Tratamento:

-Tiamina: 10-20mg/kg IM (SID, BID, TID ou QID) por 7 dias;

-Dexametasona: 0,2 – 1mg/kg, podendo chegar até 4mg/kg IV ou IM


BID (para resolução do edema);

-Manitol: 0,5 – 2,0mg/kg IV solução 20% (para resolução do edema).

-DMSO: 1g/kg solução 10% IV SID por 3 dias – age diminuindo


produção de radicais livres, pode reduzir o edema

*Calcular com exatidão a dose, pois altas doses podem causar hemólise intravascular.

-Enfermagem: manipulação do animal, alimentação, hidratação.

-Prognóstico:

-Desfavorável: quando se tem um quadro agudo;

-Favorável: em casos menos graves (com diagnóstico e tratamento


rápidos);

-Prevenção:

-Adaptação gradativa na mudança alimentar;

-Suplementação com tiamina 20mg/kg em regiões endêmicas;

-Evitar alimentação rica em sulfatos e grãos;

2-Hespesvirus Bovino tipo 5 (HVB-5)

-Definição: doença viral não supurativa causada pelo HVB-5 caracterizada por
uma encefalite severa e fatal (100% de mortalidade).

-Etiologia: HVB-5 e geralmente necessita de algum tipo de imunossupressão


(terapia por corticóides, superlotação, transporte causando estresse).

-Patogenia:

Há a infecção do animal por aerossóis contendo partículas virais, as quais


afetam o trato respiratório superior e por via neurogênica atinge o nervo trigêmio
(podendo permanecer em latência)

-Sinais Clínicos:

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Letargia, anorexia, apatia, tremores musculares, andar em círculos,
salivação, head pressing, ataxia, decúbito, convulsões, movimentos de pedalagem e
opistótono.

-Diagnóstico Diferencial

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Exames laboratoriais

-Coleta de líquido cefalorraquidiano

 Proteinarraquia;

 Pleocitose (por mononucleares);

 Xantocromia;

-Testes microbiológicos:

 Sorologia (amostras pareadas);

 PCR;

 Isolamento Viral;

-Tratamento:

-Sem tratamento;

-Eutanásia;

-Prevenção:

-Vacinação (IBR reação cruzada e HVB-5) em regiões endêmicas.

3-Listeriose:

-Definição: encefalite ou meningoencefalite causada pela Listeria


monocytogenes determinando sinais neurológicos por lesões de pares de nervos
cranianos e tronco encefálico.

-Epidemiologia

-Bovinos, caprinos e ovinos;

-Raramente afeta eqüinos;

-Causa mais comum de meningoencefalite em adultos;

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-Alimentação a base de silagem de milho;

-Raramente se manifesta na forma de surto;

-Sinais Clínicos:

-Isolamento, timpanismo, febre ou normotermia, depressão (coma),


head-tilt, andar em círculos, tetraparesia ou tetraparalisia, ataxia, lesão dos pares de
nervos cranianos (V, VI, VII, VII, IX, X e XII), lacrimejamento, ceratite e úlcera de
córnea (pela lesão do VII par), giro ortotônico de pescoço

-Semiologia (Sistema Nervoso)

 Nervo Trigêmio (V): nervo misto (sensorial e motor)

-Teste (sensorial): sensação/sensibilidade facial, corneal, palpebral e


cabeça

-Teste (motor): músculos da mastigação – oferecer alimento

-Anormalidade: dificuldade de apreensão do alimento, atrofia do músculo


masseter (unilateral) e mandibular caída (bilateral).

 Nervo Abducente (VI): responsável pela movimentação do olho

-Teste: movimentação da cabeça e verificar movimentação do olho

 Nervo Facial (VII): responsável pela movimentação da orelha, pálpebras


e lábios

-Teste: movimento das pálpebras, orelhas e lábios (reflexo corneal e


palpebral, expressão facial e simetria da face).

 Nervo Vestibulococlear (VIII): responsável pelo equilíbrio e a audição

-Teste: equilíbrio e audição

-Anormalidade: inclinação de cabeça (head tilt), andar em círculos,


ataxia e nistagmo.

 Nervo Glossofaríngeo (IX): responsável pelos movimentos da língua e


deglutição.

-Teste: oferecer alimento e reflexo da deglutição

-Anormalidade: disfagia e regurgitação

 Nervo Vago (X): responsável pela deglutição

-Teste: oferecer alimento e reflexo da deglutição

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*Slap test: em eqüinos (estimulação da cernelha).

-Anormalidade: sons anormais durante a respiração e disfagia

 Nervo Hipoglosso (XII): inerva a língua

-Teste: tônus lingual e oferecer alimento

-Anormalidades: dificuldade de retração da língua, atrofia da língua e


dificuldade de apreensão e deglutição.

-Patogenia:

Animais que se alimentam com silagem de milho com alguma pré-lesão


nasal ou ocular. Há penetração do agente que alcança o sistema nervoso central pelos
nervos facial e trigêmio, formando microabscessos e causando uma meningite no
sistema nervoso

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Exames Laboratoriais:

-Hemograma: leucócitos com monocitose;

*Listeria é a única bactéria que desencadeia uma resposta inflamatória por monocitose e
não neutrofilia.

-LCR: pleocitose (por linhagem mononuclear) e proteínorraquia

-Cultivo e Antibiograma do LCR.

-Necropsia:

-Meningite;

-Histopatologia: confirmação pela verificação de micro-


abscessos.

-Diagnóstico Diferencial:

-Raiva, acetonemia, poliencefalomalácia e intoxicação por chumbo.

-Tratamento:

-Penicilina não ultrapassa a barreira hematocefálica, mas com um


processo infeccioso instalado pode-se ter a passagem deste antibiótico. Usar na dose de
40.000UI/LG IM (SID) por 15 a 20 dias;

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-Sulfatrimetoprim (principal): 30mg/kg SID por 15 a 20 dias;

-Oxitetraciclina: 20mg/kg SID IV

-Florfenicol

-Enfermagem (alimentação, hidratação);

-Tratar lesões oculares (utilizando a Tobramicina e cirurgia fazendo um


flap de 3ª pálpebra);

-Prognóstico:

-Desfavorável: quando o animal está em decúbito ou apresenta disfagia;

-Favorável: quando o diagnóstico é feito precocemente (pode ou não


apresentar seqüelas);

Enfermidades do Sistema Respiratório

1-Complexo Respiratório dos Bovinos (Pneumonia Enzoótica dos Bezerros)

-Agentes: os agentes primários são o Parainfluenzavírus 3 (PI-3), o vírus


respiratório sincicial bovino (BRSV), rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR – BHV-1),
diarréia viral bovina (BVD) e os agentes secundários são a Pasteurella hemolytica e
multocida, Micoplasmas, Clamídias, Estafilococus, Haemophilus somnus, Actinomyces
pyogenes, Arcanobacter pyogenes e Manheimia haemolytica.

-Etiologia: o Complexo Respiratório Bovino tem etiologia multifactorial,


sendo conseqüência de um conjunto de fatores ambientais, agentes patogênicos e fatores
inerentes ao hospedeiro. Os fatores ambientais (superpopulação, ventilação inadequada,
transporte, alterações na alimentação) funcionam como agentes imunossupressores, ao
mesmo tempo que podem ser propícias à propagação de agentes patogênicos entre os
animais. São muitos os agentes patogênicos envolvidos no Complexo Respiratório
Bovino, sendo aceito que um agente inicial (um vírus) altera as defesas imunitárias do
animal, criando condições propícias à colonização do trato respiratório inferior por
bactérias (agentes secundários).

*PI-3: em geral a infecção é subclínica, podendo não ocorrer a doença até que outros
patógenos estejam presentes. Mas a presença deste vírus, predispõe a doenças
respiratórias, favorecendo invasão de bactérias.

-Sinais Clínicos:

-Tosse, febre, depressão, anorexia, descargas nasais e dispnéia. À


auscultação é possível ouvir sons pulmonares alterados. Quando há infecção secundária
por bactérias tem-se aumento da temperatura corpórea, tosse dolorosa, freqüência
respiratória elevada, boca aberta, depressão intensa, salivação, tem-se diminuição da
produção. Animais podem morrer em poucos dias.

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Os animais tratados podem recuperar após tratamento, contudo acabam por ter
menores crescimentos e ganhos médios diários reduzidos. E animais que nas infecções
virais não complicadas por bactérias, recuperam-se ao fim de 4 a 7 dias.

-Patogenia:

Os vírus têm a capacidade de causar uma pneumonia intersticial virótica que


acomete os lobos craniais dos pulmões. E os vírus são capazes de reduzir a resistência
das mucosas, permitindo que bactérias invadam os tecidos.

A infecção pelo vírus sincicial bovino causa rinite, traqueíte, bronquite,


bronquiolite proliferativa e exsudativa, acompanhadas por colapso alveolar e formação
de células gigantes sinciciais multinucleadas.

A inoculação experimental em cordeiros com o vírus sincicial bovino e


Pasteurella haemolytica resulta numa doença respiratória mais grave e aguda do que a
produzida por qualquer dos agentes sozinhos.

-Instalação do agente leva a inflamação e pneumonia:

-Fase de Ingurgitação (hiperemia): hiperemia e exsudação severa


a fibrinosa;

-Fase de Hepatização: preenchimento dos bronquíolos e alvéolos


com fibrina, inflamação e necrose;

-Fase de Lise: dissolução por enzimas;

-Fase Fibrinosa: material fibrinoso, fibrose, fetalização (células


com menos diferenciação não fazem trocas gasosas);

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Sinais Clínicos;

-Necropsia;

-Laboratorial:

-Exames microbiológicos (sorologia ou


imunofluorescência) com swab ou lavados traqueobrônquicos.

-Hemograma:

-Neutrofilia (quando se tem bactérias) ou


leucopenia e linfopenia (quando se tem vírus);

-Fibrinogênio:

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-Aumentado na inflamação aguda;

-Diagnóstico Diferencial:

Pneumonias inalatórias, tuberculose, febre catarral maligna, difteria dos


bezerros.

-Tratamento:

-Dos casos agudos:

-Antibióticos (para combater infecções secundárias):

-Sulfa-Trimetoprim:30mg/kg IV,SC ou IM SID

-Amoxicilina e ácido clavurônico: 8,75mg/kg IM

-Ceftiofur: 1mg/kg IM

-Enrofloxacina: 2.5-5mg/kg SC. SID

-AINES:

-Flunixin-Meglumine: 2,2mg/kg IV, IM SID

-Fenilbutazona: 4,4 mg/kg IV, IM SID

-Mucolíticos:

-Dembrexina: 0,3mg/kg VO BID

-Bromexina: 25-30mg/kg VO BID

-Dos casos crônicos:

-Antibióticos:

-Tilosina: 4-10mg/kg IM

-Oxitetraciclina: 10mg/kg IM SID

-Controle:

-Os bovinos estabulados são mais susceptíveis à propagação de agentes, devido


à grande proximidade física entre si. É recomendável adaptar um programa de
vacinação e assegurar:

-Vacinação dos bezerros até aos 6 meses de idade (principais agentes


patogênicos do trato respiratório bovino: IBR, PI-3, BRSV,
Pasteurela, Hemophilus somnus e BVD, ou com base na história da exploração;

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-Revacinar 4 semanas depois, ou segundo recomendações do fabricante da
vacina;

-Vacinar os animais introduzidos na propriedade;

-Colocar os novos animais em quarentena antes de os juntar ao grupo;

-Aperfeiçoar condições de maneio e instalações;

-Assegurar que os animais foram vacinados, desparasitados e descornados pelo


menos 3 semanas antes do transporte;

-Assegurar que os bezerros ingiram quantidades suficientes de colostro nos


primeiros dias de vida (especialmente nas primeiras duas horas de vida).

-Assegurar uma boa higiene da exploração e um bom controle de pragas


(roedores, moscas) de forma a evitar a propagação mecânica dos vírus.

Enfermidades Ósseas

1-Osteomalácia:

-Definição: é uma doença de animais adultos, que atinge os ossos nos


quais a ossificação endocondral tenha sido completada. A lesão característica é a
osteoporose e a formação de uma matriz excessiva não-calcificada. Claudicação e
fraturas patológicas constituem a sintomatologia clínica comum.

-Etiologia:

-As mesmas do raquitismo (deficiência de vitamina D, cálcio e


fósforo), exceto que a causa predisponente não é um aumento nas necessidades para o
crescimento, mas a espoliação pela lactação e prenhes. Quebra na relação Cálcio fósforo
(2:1) e Insuficiência renal crônica.

-Epidemiologia:

-Ocorre principalmente em bovinos;

-Em animais de engorda, a ingestão excessiva de fósforo sem


cálcio e vitamina D é uma causa provável;

-Patogenia:

A reabsorção aumentada da reserva óssea mineral para suprir as


necessidades da prenhez, da lactação e do metabolismo endógeno acarreta osteoporose,
fraqueza e deformidade nos ossos.

-Sinais Clínicos:

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-Estágio Inicial: queda da produtividade, fertilidade e perda da
higidez (sinais característicos da deficiência de fósforo). Lambedura e mastigação de
objetos inanimados, podendo levar à obstrução oral, faríngea e esofágica, RPT,
intoxicação por chumbo e botulismo.

-Sinais Específicos: dor nos ossos e articulações, marcha rígida,


claudicação, sons de criptação durante a marcha e arqueamento do dorso. Atinge mais
comumente os membros posteriores e os cascos podem sofrer rotação para dentro.
Animais relutam em se mover, permanecem deitados e hesitam em se levantar. Fraturas
ósseas e separação das ligações tendinosas ocorrem freqüentemente.

-Diagnóstico:

- Anamnese e História Clínica;


-Sinais clínicos;
-Exames complementares:
-Patologia Clínica:
-Aumento da atividade sérica da fosfatase alcalina
(FA);
-Diminuição dos níveis séricos de Fósforo;
-Exame radiológico:
-Diminuição da densidade e silhueta óssea;
-Amostras para confirmação do diagnóstico:
-500g de alimento (dosagem de Ca, P e vit D);
-Histologia – paratireoide e ossos fixados em
formalina.
-Necropsia:
-Pode ser difícil diferenciar qualquer alteração.

-Tratamento:

-Suplementação com sais de Ca++, P e Vitamina D (sal mineral);

-Tratamento das fraturas ósseas

-Alimentação adequada;

-Controle:

-Fornecer alimentos com suficiente quantidade de Ca, P e vit D;


-Evitar fornecimento excessivo de P para animais em
confinamento;

Referências Bibliográficas

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D.C. BLOOD, O.M. RADOSTITS. Clínica Veterinária. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 1991.

FEITOSA F.L.F. Semiologia Veterinária: A arte do diagnóstico. 2 ed. São Paulo:


Roca, 2008.

Acesso em 27 de Abril de 2011:

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/viewFile/5352/4863

http://www.cbpv.com.br/rbpv/documentos/17supl.12008/Helmintol_Nota_004.pdf

http://www.bayervet.com.pt/pt/animais_producao/ruminantes/tracto_respiratorio/srb.ht
ml

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