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Mauro Froes Meyer, CEFET – RN, Professor do Curso de Geologia e Mineração – GERN
mf.meyer@terra.com.br
João Batista Monteiro de Souza, CEFET – RN, Professor do Curso de Geologia e Mineração
– GERN
Julio César de Pontes, CEFET – RN, Professor do Curso de Geologia e Mineração – GERN
RESUMO
Neste artigo são apresentados estudos de diversos tipos de cenários. Primeiramente, vamos
considerar as variáveis utilizadas e a metodologia empregada nesta análise. A simulação é
uma das generalizações da Pesquisa Operacional (P.O), que vem crescendo com a atual
modernização. A análise de cenários via simulação permite uma verificação dos dados e a
sumarização de uma variedade de relatórios para suporte ao gerenciamento de uma mina.
O trabalho contempla um estudo de caso realizado na mina do Tamanduá, da MBR -
Minerações Brasileiras Reunidas, no Quadrilátero Ferrífero. O objetivo deste estudo é
mostrar e comparar através de analises de cenários utilizando o simulador SIMIN, as
operações de carregamento e transporte de estéril desta mina.
ABSTRACT
In this article studies of several types of sceneries are presented. Firstly, we will consider the
used variables and the methodology maid in this analysis. The simulation is one of the
generalizations of the Operational Research (P.O), that comes growing with the current
modernization. The analysis of sceneries through simulation allows a verification of the data
and the summarization of a variety of reports for support to the management of a mine. The
work contemplates a case study accomplished in the mine of Tamanduá, of MBR -
Minerações Brasileiras Reunidas, in the Ferrous Quadrilateral. The objective of this study is
to show and to compare through you analyze of sceneries using the simulator SIMIN, the
shipment operations and transport of sterile of this mine.
A análise de cenários via simulação, possibilita assim, uma interpretação rápida do melhor
modelo a ser utilizado. Hoje em dia, o engenheiro de minas deve saber lidar com uma
linguagem de programação para atender à demanda de um mercado cada vez mais
exigente e qualificado. Grupos multidisciplinares de pesquisadores trabalhavam na
determinação da melhor forma de utilização de recursos limitados. Segundo Rasche e
Sturgul (1991) as aplicações de simulação na mineração remontam a partir da década de
60. Enquanto o mundo tem mostrado um crescente interesse no uso da simulação conforme
afirmado por Saliby (1993), na área mineral este crescimento ainda é um tanto quanto
tímido.
Normalmente, o que se faz é uma coleta de dados de tempos de ciclos de caminhões e
escavadeiras, colocando estes dados em planilhas e fazendo por tentativas a alocação
destes equipamentos. Infelizmente, esta prática conduz a muitos erros, tornando
praticamente impossível se chegar às causas da má distribuição dos equipamentos devido à
ausência de pessoal capacitado em programação. A atual tecnologia da computação
disponibiliza várias linguagens e programas para a melhoria do processo de simulação.
Entre as principais linguagens se destacam o DELPHI, FORTRAN, VISUAL BASIC, C ++
etc.
A metodologia de pesquisa mostra como foi feita a coleta dos dados na mina do Tamanduá
das Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) e a criação de um banco de dados sobre todas
as atividades dos equipamentos da mina para utilização no simulador SIMIN. E por último
são apresentados aqui uma série de resultados das aplicações do simulador SIMIN na mina
do Tamanduá através da análise de cenários e suas respectivas conclusões. O modelo foi
desenvolvido utilizando o Diagrama de Ciclo de Atividades – DCA e o simulador SIMIN.
O objetivo desta dissertação é mostrar como o uso da simulação pode ajudar na análise de
cenários produtivos em minas a céu aberto. Para tanto, foi simulada a operação de
carregamento e transporte de estéril da mina do Tamanduá, pertencente à Minerações
Brasileiras Reunidas – MBR. O modelo foi desenvolvido utilizando o Diagrama de Ciclo de
Atividades – DCA e o simulador SIMIN. Os cenários analisados, apesar de simples, serviram
para mostrar como a simulação pode ser utilizada na análise de sistemas de produção em
minas a céu aberto.
METODOLOGIA
A seqüência metodológica do trabalho foi a seguinte:
Identificação e caracterização do problema estudado
O problema estudado diz respeito ao carregamento e transporte de estéril da mina do
Tamanduá. Foi estudado com uso do simulador SIMIN, a produção dos caminhões fora-de-
estrada que trabalham no estéril e seus respectivos impedimentos operacionais.
Coleta de dados
Esta fase consiste da coleta de dados envolvidos nas operações da mina. Estes dados
dizem respeito a tipos e capacidade dos equipamentos, produção da mina, número de
equipamentos e tempos de duração de diversas atividades.
Construção do Modelo
Nesta fase foram identificadas as diversas entidades, atividades e filas que compõem o
sistema a ser analisado. Foi feita a representação gráfica do modelo utilizando o DCA
(Diagrama de Ciclo de Atividades) de todas as entidades do modelo.
Codificação do Modelo
Implementação do Modelo
A transformação do modelo desenvolvido via DCA para o SIMIN é bem simples, devido à
forma de como o SIMIN foi desenvolvido. Primeiro deve-se abrir o aplicativo SIMIN.DPR e
adicionar os componentes de distribuição de probabilidades e histogramas ao formulário
FDadosBasicos, conforme mostrado na figura 1. As propriedades destes componentes
devem ser preenchidas à medida que eles vão sendo fixados no formulário.
Obviamente, o usuário deve conhecer as rotinas da biblioteca do SIMIN para executar esta
programação. Após a programação, o aplicativo deve ser compilado. Depois de compilado,
o aplicativo gerado (SIMIN.EXE) pode ser então executado. O aplicativo incorpora o modelo
e cria todo um ambiente para simulá-lo. Para checar o modelo contra erros básicos de
construção deve-se clicar sobre o ícone de menu Parâmetros/Checar Modelo ou sobre o
primeiro botão. Caso o modelo apresente algum erro básico aparecerá uma mensagem na
tela.
Feito isto, deve-se clicar sobre ícone de menu Parâmetros/Dados da simulação ou sobre o
segundo botão. A tela mostra e deve-se informar ao SIMIN os seguintes dados:
• título dos Relatórios;
• duração das corridas de simulação;
• duração do aquecimento;
• número de corridas a serem realizadas;
• se deseja detalhar a simulação no vídeo (S para sim e N para não);
• se deseja realizar a simulação por passos (S para sim e N para não).
A execução da simulação é feita clicando-se sobre o ícone de menu Simular/Executar
simulação ou sobre o terceiro botão. Ao iniciar a simulação, é mostrada a tela da figura 3,
que contém diversas opções de controle e de visualização da simulação do modelo.
A mina opera com seis frentes de extração. São três frentes de minério e uma de estéril
extraído pela Sempre Viva (SV) e duas frentes de estéril extraída pela MBR (Minerações
Brasileiras Reunidas).
A mina possui oito CMFEST ( caminhões fora de estrada) sendo que cinco trabalham na
operação e três ficam na manutenção (dois na manutenção preventiva e um na manutenção
corretiva). Estes caminhões são utilizados para extração de estéril da mina. A mina opera
com duas escavadeiras elétricas (pertencentes a MBR) para extração de estéril e quatro
escavadeiras hidráulicas (pertencentes à Sempre Viva) para extração de minério.
A carregadeira é utilizada para substituição de uma das escavadeiras. Esta substituição
varia de acordo com o avanço da lavra nas duas frentes e também os impedimentos
operacionais como, por exemplo, as manutenções preventivas e corretivas.
Na tabela 1 são apresentadas as produções referentes aos meses de maio, junho e julho de
2001 coletados na mina. Além destas produções mensais foram coletadas a produção anual
de 2001 e as respectivas relações estéril / minério. Esta tabela de produção é importante
para comparação dos dados reais da mina com os dados de produção gerados pelo
simulador SIMIN.
Tabela 1 - Dados de Produção da mina do Tamanduá
Input
0.0001
Expon
0.0000
0.0 3.2 6.4 9.5 12.7 15.9
Values in 10^3
O modelo é representado pelo DCA – Diagrama de Ciclo de Atividades. Este DCA é a forma
mais simples de representar os dados coletados sob a forma computacional. O Diagrama de
Ciclo de Atividades (DCA) da mina do Tamanduá (figura 7) mostra a representação gráfica
das atividades e filas. O circuito dos caminhões fora-de-estrada está representado em
vermelho no DCA da mina e em preto está representado o circuito das escavadeiras /
carregadeiras.
DCA DA MINA DO TAMANDUÁ - MBR:
Esc_OC
F01
Manutenção
Esc Ag.
MNT
Esc Carga F1-Estéril Ag.
Carreg Ag.
F1-Est
Desloc.
Desloc. Vazio
Atraso Op. Ag. Vazio
Esc AO ChecESC Ag
Esc Chec
ESC
Hora Res.
Esc Ag. Iniciar_OPCAM
HR
Esc Ag.
Carga F2 -Estéril Carreg
F2-Est
Standby
Esc_OC CAM
F02
Pilha_Est
Standby Iniciar OC
ESC OP_ESC
Desc. Pilha-Estéril
Ag.
MNT Manutenção
CAM CAM
Ag
Ag. Chec
Ag.
Desloc. CAM
AO Atraso Operacional
Carreg. CAM CAM
MM
Desloc. Carreg. Ag Desc.
Pilha_Est Ag.
ChecCAM
HR Hora Reserva
DCA da MBR CAM CAM
LEGENDA: M
(Mina do Tamanduá) Caminhões
Escavadeiras
A simulação de um modo geral deve ser mais difundida no ambiente mineiro. As empresas
devem se conscientizar da importância do uso na simulação para facilitação de análise de
cenários de produção. A correta análise dos dados de entrada para determinação das
distribuições estatísticas que regem os tempos das diversas atividades é fundamental para
um resultado de simulação próximo da realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Rasche, T., Sturgul, J. R.(1991) "A simulation to assist a small mine: a case Study in
Iron Knob Mine”. In International Journal of Surface Mining, Reclamation and Environment.
p. 123 -128, Group BHP, Whyalla, S.A. Austrália.
Sturgul, J.R. (1997) “ Discrete mine system simulation in the United States” International
Journal of Surface Mining, Reclamation and Environment nº13, p.37 - 41.