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1 Democratização e oposição pública.

Robert Dahl começa a formulação de sua teoria com base em um questionamento: que
condições favorecem ou impedem a transformação de um regime fechado, onde os cidadãos
não possam se organizar e disputar eleições transparentes e idôneas, num regime onde tal
realidade seja possível? Dahl afirma que, num sistema democrático, a responsividade do
governo em relação às preferências de seus cidadãos (considerados politicamente iguais) é
contínua. Porém, Dahl parte do princípio que nenhum sistema é plenamente democrático.
(p.25)

Um sistema plenamente responsivo às necessidades de seus cidadãos pode ser considerado


um regime democrático. (p. 26).

Para que um governo continue sendo responsivo às necessidades de seus cidadãos durante
um certo tempo, todos os cidadãos plenos devem ter plenas oportunidades de:

1 – Formular suas preferências;

2 – Expressar suas preferências;

3 – Ter suas preferências igualmente consideradas na conduta do governo ou seja, sem


discriminação.

Tais condições são primordialmente necessárias para o exercício da democracia. (p. 26).

As instituições sociais devem fornecer aos cidadãos pelo menos oito garantias. Uma escala
refletindo essas oito condições tornaria possível comparar regimes diferentes segundo a
amplitude da oposição, da contestação pública ou da competição política permissíveis. (p26)

A contestação pública e a inclusão variam de forma independente.

“Um país com sufrágio universal e com um governo totalmente repressivo certamente
proporcionaria menos oportunidades a oposições do que um país com um sufrágio limitado
mas com um governo fortemente tolerante”. (p.28)

Obedecendo esta relação, mais inclusivo será o regime que tiver o maior número de indivíduos
que ele permitir usufruir dos direitos cidadãos plenos (p. 28).

O nível de democratização de um país pode ser dimensionado, a princípio, por dois fatores: a
contestação pública e o direito de participação (p 29).

Eis os regimes propostos: hegemonias fechadas, hegemonias inclusivas, oligarquias

competitivas e poliarquias, ou sociedades mais próximas do processo de democratização.

Pode-se entender as poliarquias como regimes relativamente democratizados, fortemente

inclusivos e amplamente abertos à contestação pública (p. 31).

O processo de democratização passa por diversas e amplas transformação históricas, dentre as


quais pode-se citar: 1) a transformação de oligarquias competitivas em quase poliarquias
2) a transformação de quase poliarquias em poliarquias plenas (p.33).

Quando regimes hegemônicos e oligarquias competitivas se deslocam na direção de uma

poliarquia, eles aumentam as oportunidades de efetiva participação e contestação e,

portanto, o número de indivíduos, grupos e interesses cujas preferências devem ser

levadas em consideração nas decisões políticas. (p.36)

Segundo a perspectiva dos governantes, a transformação traz novas possibilidades de

conflito e, em decorrência deles, substituição pelos representantes dos indivíduos ou

grupos opositores. (p.36)

Quanto maior o conflito entre governo e oposição, mais provável é o esforço de cada

parte para negar uma efetiva oportunidade de participação ao outro nas decisões políticas

(p. 36).

Os custo de uma supressão por parte de um governo ao seus opositores devem ser

calculados, pois ainda que a tolerância lhe cobre um preço, supressão poderia lhe custar

muito mais. Quanto mais baixos os custos da tolerância, maior a segurança do governo.

Quanto maior os custos da supressão, maior a segurança da oposição (p. 36 e 37).

2 Qual a importância da poliarquia?

Dahl apoia o ceticismo de Gaetano Mosca, em sua tese de que, no fim das contas, todo

regime é dominado por uma minoria governante (p. 39).

Segundo Dahl, não é seu objetivo analisar as condições sob as quais as mudanças de

regime são importantes. Porém, ele afirma há boas razões para se pensar que a

transformação de um regime de uma hegemonia num regime mais competitivo ou de uma

oligarquia competitiva numa poliarquia tem resultados significativos, conforme cita:

1) A existência das liberdades liberais clássicas oportunidade de exercer oposição ao governo,


manifestar-se sobre questões políticas, votar secretamente, direito ao contraditório, etc.
(p.39);

2) A combinação da participação ampliada com a competição política resulta em mudança na


composição da liderança política. Na medida em que novos grupos obtêm o sufrágio,
candidatos com características sociais mais próximas às das camadas recém incorporadas
ganham uma fatia maior dos cargos eletivos. (p. 39);

3) Na medida que um sistema torna-se mais competitivo ou mais inclusivo, os políticos buscam
o apoio dos grupos que agora podem participar mais facilmente da vida política. Tal apoio
pode ser baseado em candidatos que pareçam mais “próximos” do eleitorado. Há, ainda, a
modificação do programa político, do discurso, de forma a conquistar maior eleitorado. (p. 41).

A competição e a inclusividade provocam mudanças no próprio sistema partidário,


especialmente quando um regime hegemônico de partido único é rapidamente substituido por
uma poliarquia (p. 41).

Os partidos também mudam de estrutura e organização e sua crescente penetração em áreas


urbanas e rurais provocam mudanças ainda maiores na vida política, uma vez que a
competição por membros, simpatizantes e eleitores aumenta a politização do eleitorado (p.
41);

4) Em qualquer país, quanto maiores as oportunidades de expressar, organizar e representar


preferências políticas, maior a variedade de preferências e interesses passíveis de
representação na política ou seja, em qualquer país, a transformação de uma hegemonia num
regime misto ou numa poliarquia, ou de um regime misto numa poliarquia, provavelmente
aumentaria o número e a variedade de preferências e interesses representados na política
(p.42);

5) As consequências para as políticas governamentais de patamares de participação e de


contestação pública mais baixos são obscuras e observa-se a necessidade de se examinar
outros fatores para se descobrir o impacto dos regimes na política, em particular no quanto o
governo adota políticas que envolvem graves coerções físicas sobre quantidades relativamente
grandes de pessoas. (p. 42);

6) É possível que em períodos prolongados as diferenças de regime possam agir sobre crenças,
atitudes, cultura e personalidade (p. 44).

Parece evidente que regimes diferentes provocam consequências diferentes. Embora certas
pessoas possam refutar a importância dessas consequências, pelo menos os defensores da
poliarquia e seus adversários concordam que as consequências são significativamente
diferentes e importantes.

Uma virada da hegemonia para a poliarquia, embora não invariavelmente, é frequentemente


desejável, dadas os resultados sóciopolíticos positivos nas experiências históricas observadas,
como por exemplo, o aumento da parcela de população capacitada a participar do processo
político (p.44).

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