Sei sulla pagina 1di 24

Apostila de Auditoria Ambiental – Prof.

Jalmir Cabral Júnior

CURSO TÉCNICO DE MEIO AMBIENTE

APOSTILA DE AUDITORIA AMBIENTAL

1
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Professora: Jalmir Cabral Júnior – 2010

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: Corresponde a um conjunto inter-relacionado de


políticas, práticas e procedimentos organizacionais, técnicos e administrativos de uma
empresa que objetiva obter melhor desempenho ambiental, bem como controle e
redução dos seus impactos ambientais.
Princípios básicos da Implementação de um SGA:
• Princípio 1: Conhecer o que deve ser feito: assegurar comprometimento com a
SGA e definir a Política Ambiental;
• Princípio 2: Elaborar um Plano de Ação para atender aos requisitos da Política
Ambiental;
• Princípio 3: Assegurar condições para o cumprimento dos Objetivos e Metas
Ambientais e implementar as ferramentas de sustentação necessárias;
• Princípio 4: Realizar avaliações qualiquantitativas periódicas da conformidade
ambiental da empresa;
• Princípio 5: Revisar e aperfeiçoar a Política Ambiental, os objetivos e metas e as
ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho
ambiental da empresa.
ISO HISTÓRICO
Em 1947: Com a participação de 26 países foi criada a ISSO International Organization
for Standardization (do grego ISSO: igualdade)
Finalidade: Criar normas técnicas para formação de padrões internacionalmente aceitos,
favorecendo o livre comércio internacional.
• 1991: A ISO deu origem ao Grupo Estratégico de Consultoria em Meio-Ambiente
(SAGE - Strategic Advisory Group on Enviroment) para discutir a necessidade do
estabelecimento de uma norma internacional
• A British Standard Internacional (BSI) sugeriu à ISO, que a norma existente
BS7750-1992 fosse adotada como norma internacional
• Fins de 1992: SAGE recomendou que fosse criado o Comitê Técnico (Technical
Committee TC207) para discutir e estabelecer uma norma internacional

Resultado: formação do "Technical Committee" TC 207 e o início do desenvolvimento da


série ISO 14.000. Membros: 61 países participantes, 15 países Observadores e 42
“Liaison Organisations”

SÉRIE ISO 14000 - VERSÕES DAS NORMAS


Normas emitidas em 1996 (pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas):
ABNT ISO 1400x
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL: refere-se à série de normas que aborda vários
aspectos do gerenciamento ambiental ambientais
ABNT: ISO14001 ESPECIFICAÇÃO E DIRETRIZES PARA USO da norma da série ISO
14000 que define a estrutura para um SGA. Esta é a norma na qual uma organização é
certificada.
ABNT: ISO14004 DIRETRIZES GERAIS SOBRE PRINCÍPIOS, SISTEMAS E TÉCNICAS DE
APOIO.
As normas da série ISO 14000 podem ser divididas em dois grandes grupos:
 Normas e diretrizes para Nível Organizacional;
2
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

 Implementação de SGA, auditoria ambiental e avaliação da performance


ambiental - ISO14001;
 Normas e diretrizes para Produtos e Serviços;
 Rotulagem ambiental, análise de ciclo de vida e aspectos ambientais de padrões
de produto;
ISO14001: Sistema de Gestão Ambiental Especificação e diretrizes para uso.
ISO14004: Sistema de Gestão Ambiental Diretrizes Gerais sobre Princípios, Sistemas e
Técnicas de Apoio.
IS014010: Diretrizes para Auditoria Ambiental Princípios Gerais.
ISO14011: Diretrizes para Auditoria Ambiental Procedimentos de Auditoria: Auditoria de
Sistemas de Gestão Ambiental.
ISO14012: Diretrizes para Auditoria Ambiental Critérios de Qualificação para Auditores
Ambientais.
ISO 14001
 Norma que estabelece uma estrutura de gerenciamento ambiental a qual permite
qualquer organização controlar os impactos ambientais de seus produtos,
atividades e serviços.
 NÃO é Uma norma de critérios de performance ambiental.
 NÃO é Limitada a certos tipos de empresa, ou seja, qualquer tipo de organização.
Pode desenvolver um SGA com base na ISO 14001.
 NÃO é Limitada a um tamanho particular de organização.

SEGUNDA AULA
Auditoria Ambiental: é um instrumento usado por empresas para auxiliá-las a controlar o
atendimento a políticas, práticas, procedimentos e/ ou requisitos estipulados com o
objetivo de evitar a degradação ambiental.
Classificação: segundo o objetivo da auditoria.
Auditoria de Conformidade Legal (compliance): avalia adequação de uma unidade
auditada com legislação e os regulamentos aplicáveis.
• Auditoria de desempenho ambiental: avalia a conformidade de uma unidade
auditada com a legislação, os regulamentos aplicáveis e indicadores de
desempenho ambiental.
• Auditoria de SGA: avalia o cumprimento de princípios estabelecidos no SGA da
empresa e sua adequação e eficácia.
• Auditoria de Certificação: avalia a conformidade da empresa com princípios
estabelecidos nas normas pela qual a empresa esteja desejando certificar
• Auditoria de descomissionamento: Avalia os danos ao ecossistema e à população
do entorno de alguma unidade empresarial em conseqüência de sua desativação
(paralisação definitiva de suas atividades).
• Auditoria de responsabilidade (due dilligence): destinada avaliar o passivo
ambiental das empresas, ou seja, suas responsabilidades ambientais efetivas e
potenciais. É geralmente usada nas ocasiões de fusões e aquisições.
Vantagens em aplicar auditoria Ambiental:
• Identificação e registro das conformidades e das não conformidades com a
legislação e normas e com a política ambiental da empresa (caso exista);
• Prevenção de acidentes ambientais;
• Melhor imagem da empresa junto ao público, a comunidade e ao setor público;
• Provisão de informação à alta administração da empresa, evitando-lhe surpresas;
• Assessoramento aos gestores na implementação da qualidade ambiental na
empresa;
• Avaliação, controle e redução do impacto ambiental;
• Minimização de resíduos gerados e dos recursos usados na empresa;
• Promoção do processo de conscientização ambiental dos empregados;

3
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

• Produção e organização de informações ambientais consistentes e atualizadas do


desempenho ambiental da empresa;
• Facilidade na comparação e intercâmbio de informações entre as unidades da
empresa
Desvantagens ou Benefícios?
• Necessidade de recursos adicionais para implementar o programa de auditoria
ambiental;
• Possibilidade de incorrer em dispêndio inesperado e expressivo de recursos para
atender às não conformidades detectadas nas auditorias ambientais;
• Indicar falsa sensação de segurança sobre os riscos ambientais caso a auditoria
seja conduzida de forma inexperiente ou incompleta;
• Possibilidade de que as indústrias sofram pressões de órgãos governamentais e de
grupos ambientais para demonstrar os resultados da auditoria ambiental.
Itens essenciais à aplicação da auditoria ambiental:
• Recursos suficientes para apoiar a auditoria;
• Adequada informação a respeito do objeto de auditagem permitindo definir
critérios claros de auditoria;
• Definição rigorosa, clara e prática do objeto e do escopo da auditoria;
• Organização da auditoria com definição de um plano completo para sua aplicação,
com a indicação dos critérios a serem utilizados;
• Cooperação por parte dos auditados;
• Equipe de auditores independentes e adequada à aplicação da auditoria
ambiental.

CONCEITOS – PARTE 2
SÉRIE ISO 14000: ELEMENTOS PRINCIPAIS DA ISO 14001
4. Principais elementos de um SGA:
4.1 Comprometimento e Política: comprometimento e liderança da alta administração;
avaliação ambiental inicial; Política Ambiental.
4.2 Planejamento: aspectos ambientais e avaliação dos impactos; regulamentos e
legislação pertinentes; critérios internos de desempenho; objetivos e metas ambientais;
programas de gestão ambiental.
4.3 Implementação: responsabilidades; capacitação / treinamento; ações de apoio;
documentação; preparação para emergências.
4.4 Medição e Avaliação: monitoramento; ação sobre a não-conformidade; manutenção
de registros; auditoria.
4.5 Análise crítica e melhorias: análise crítica do SGA; melhoria contínua.

SÉRIE ISO 14000 - ALGUMAS DEFINIÇÕES


Melhoria Contínua: Processo de aprimoramento do sistema de gestão ambiental, visando
atingir melhorias no desempenho ambiental global de acordo com a política ambiental da
organização.
Nota - Não é necessário que o processo seja aplicado simultaneamente a todas as áreas
de atividade.
Meio-Ambiente: Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água,
solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.
Nota - Neste contexto, circunvizinhança estende-se do interior das instalações para o
sistema global.
Aspecto Ambiental: Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
organização que pode interagir com o meio ambiente.
Nota - Um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto
ambiental significativo.

4
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Impacto Ambiental: Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica,


que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma
organização.
POR QUE O SGA? - NBR ISO 14.001?
DIFERENCIAL COMPETITIVO: Melhoria da imagem; Conquista de mercados; Aumento da
produtividade.
MELHORIA ORGANIZACIONAL: Gestão ambiental sistematizada; Integração da qualidade
ambiental à gestão dos negócios da empresa; Conscientização dos funcionários;
Relacionamento e parceria com a comunidade.
MINIMIZAÇÃO DOS CUSTOS: Eliminação dos desperdícios; Conquista da conformidade
com menor custo; Racionalização dos recursos humanos, físicos e financeiros.
MINIMIZAÇÃO DOS RISCOS: Segurança legal; Segurança das informações; Minimização
dos acidentes ambientais; Eliminação dos passivos ambientais; Minimização dos riscos
dos produtos; Identificação das vulnerabilidades.

SGA E ISO 14000 - IMPLANTAÇÃO


• CONSCIENTIZAÇÃO: Dar ênfase à conscientização dos colaboradores sobre os
conceitos da Norma facilitará a implantação e fortalecerá a sustentabilidade do
SGA.
• CONTRATADOS: O envolvimento sistematizado dos Contratados e Sub-
Contratados, principalmente nas ações preventivas e no comprometimento com a
Política Ambiental, reduz fragilidades do SGA.
• RELACIONAMENTO: As Empresas que envolvem os Órgãos Fiscalizadores do
Controle Ambiental durante as fases de preparação, implantação e das auditorias
da ISO14001, geram um clima de bom relacionamento, respeito mútuo e
confiança profissional entre as partes.
• PODER DE INFLUÊNCIA: As Empresas que fazem uso do “Poder de Influência”
sobre as partes interessadas, no tratamento das questões e conceitos ambientais,
saboreia as condições de conforto e de liderança diante das demais.

ISO 14001
IMPLEMENTAÇÃO DO SGA
Compromisso
Análise
Gerencial
crítica pela Política
Administraçã Ambiental
o

Melhoria
Contínua
Verificação
e Ação
corretiva Planejamento

Implementação
e Operação

5
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

ISO 14001
ELEMENTOS E REQUISITOS DO SGA
Análise Início
Política
crítica pela Comprometimento Ambiental
Administraçã
o

Melhoria Planejamento
Contínua
Verificação e
Aspectos Ambientais
Ação Corretiva
Requerimentos Legais e Outros

Objetivos e Metas
Monitoramento e Medição
Implementação e Programa de Gestão
Não Conformidade e Ação
Operação Ambiental
Corretiva e Preventiva

Registros
Estrutura e Responsabilidade
Auditoria do SGA
Treinamento, Conscientização, Competência
Comunicação
Documentação do SGA
Controle de Documentos
Controle Operacional
Preparação e Atendimento a
Emergência

Classificação de auditorias segundo a Resolução do Conselho Nacional de


Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-CONMETRO no 08/92:
• Auditoria de primeira parte: Corresponde a declaração feita pela própria empresa,
atestando, sob a sua exclusiva responsabilidade, que o produto, processo ou
serviço está em conformidade com uma norma;
• Auditoria de segunda parte: Corresponde ao ato pelo qual o comprador (segunda
parte) avalia o seu fornecedor, de modo a verificar se o produto, processo, serviço
e sistema está em conformidade com uma norma;Auditoria de terceira parte:
Procedimento pelo qual uma terceira parte (independe das partes envolvidas) dá
garantias,por escrito, de que o produto, processo ou serviço está de acordo com
as exigências especificadas.

CONCEITOS – PARTE 3

6
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Prevenção à Poluição em
Indústria de Celulose e
Papel
Estudo de caso- Unidade
Jacareí

Produção de celulose e papel


Maiores produtores: Estados Unidos; Canadá; Países nórdicos; Processo sulfito e Kraft;
Madeiras fibras curtas e longas.
Brasil: 7o produtor de celulose; 12o produtor de papel; Processo Kraft; Madeira-
eucalipto; Fábricas modernas.
O Brasil apresenta vantagens competitivas importantes devido ao menor custo da
madeira.

VCP - Unidades industriais

Fábricas integradas

Unidade Jacareí

Unidade Luiz
Antônio

Gestão ambiental na Unidade Jacareí


Programas de educação e conscientização ambiental
Prevenção à poluição
ISO 14001

7
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Educação e conscientização ambiental


Núcleos de educação Ambiental
Jornaleco: Voltado ao público infantil – editado desde abril/1995.
Seminários para professores: Voltado para professores de primeiro grau.
Semana de Meio ambiente e Jornal do Meio ambiente: Voltado para funcionários

CONCEITOS PARTE 4

Produção de celulose e o meio ambiente


Teve início na década de 70 – pressão para reduzir:
A geração de compostos orgânicos clorados;
O consumo de água;
As emissões atmosféricas
As emissões hídricas

8
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Legislação ambiental mais restritiva; Prevenção à poluição (BAT);

Contabilidade ambiental; Selos verdes; Sistemas de gestão; Relatórios de desempenho


ambiental; ACV-Análise do ciclo de vida.
Prevenção à poluição: A abordagem da VCP quanto à melhoria de performance
ambiental pode ser dividida em três partes:
(a) Uso das melhores tecnologias disponíveis e
(b) Otimização do processo produtivo pelo reuso e reciclagem
(c) Melhores práticas de gestão
Unidade Jacareí: Cerca de 900 funcionários próprios – (industrial)
Unidade integrada – Processo Kraft - fibra de eucalipto.
Tipos de celulose: ECF - VCF
Produtos: Celulose (450.000 ton/ano) papel (105.000 ton/ano).
A Unidade Jacareí foi comprada pelo grupo Votorantim em 1992.
Ampliou a produção de celulose em 1997. Está em fase de duplicação da produção de
celulose (start-up no final 2002).
Exporta celulose para diversos países europeus; americanos e asiáticos.
Prevenção à poluição-produção mais limpa.

9
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Prevenção à poluição-produção mais limpa


Produção
Mais Limpa

É uma estratégia
Preventiva e Instrumentos
Contínua Regulatórios
(governo)

Instrumento
s Para modificar Instrumentos
De Gestão
Tecnológicos

Produtos Processos Serviços

Assegurando

Melhoria do
Desempenho
Ambiental e redução
Dos custos

Prevenção à poluição-produção mais limpa

Mudança Boas práticas


tecnológica de operação

Mudança
Mudança
nos Produtos nos insumos

Processo

Reuso e
reciclagem interna

10
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

CONCEITOS – PARTE 5
Produção mais limpa - BAT (Best available techniques)
O uso de tecnologias mais limpas permite:
Reduzir o uso de água;
Reduzir a emissão de efluentes;
Reduzir a carga orgânica dos efluentes;
Reduzir a geração de compostos orgânicos clorados;
Reduzir as emissões atmosféricas
Aumentar a geração de energia
ABORDAGEM PREVENTIVA – PREVENÇÃO À POLUIÇÃO
VCP-melhores tecnologias disponíveis
1-Processo de cozimento – cozimento modificado; Ganhos ambientais; Maior remoção de
lignina-menor geração de carga orgânica; Menor consumo de reagentes químicos; Maior
recuperação de energia.
2-Processo branqueamento – deslignificação com oxigênio, uso de Ozônio e uso de
prensas; Ganhos ambientais; Maior remoção de lignina-menor geração de carga
orgânica; Maior reciclo de filtrados (menor consumo de água de lavagem); Maior
fechamento de circuitos; Menor geração de compostos orgânicos clorados (OX e AOX);
Menor consumo de produtos químicos; Maior recuperação de energia.
3-Sistema de coleta de derrames - Ganhos ambientais; Menor geração de carga
orgânica; Menor consumo de reagentes químicos.
4-Estação de tratamento de efluentes – lodos ativados; Ganhos ambientais; Maior
remoção de carga orgânica.
5-Lagoa de emergência - Ganhos ambientais; Maior garantia de performance da ETE.
VCP-melhores tecnologias disponíveis

11
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Lodos ativados em duplo estágio.


Deságüe de lodo em duas etapas.
Ar difuso por membranas.
Q = 3250 m3/h (projeto)
Otimização ambiental – Projeto fechamento de circuito.
Características: Teve início em 1999; Abrangente – toda a fábrica.
Objetivos: Identificar pontos de consumo de água e de geração de efluentes, visando
reduzir o uso da água e a geração de efluentes; Identificar e classificar os projetos em
termos de vazão e redução de carga orgânica; Estimar a infra-estrutura mínima e custos
dos projetos elencados.

CONCEITOS – PARTE 6

12
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

13
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

14
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

APLICAÇÃO DA AUDITORIA NO LOCAL - PARTE 7


Esta etapa tem objetivo obtenção, análise e avaliação de evidências de atendimento aos
critérios estabelecidos para auditoria, utilizando da verificação in loco dos
procedimentos, atribuições de responsabilidades, gestão empresarial interna, processo
produtivo da empresa, monitoramento, registros, controles, etc.
Esta verificação se dá por meio de observação, entrevistas, realização de testes e análise
amostral da documentação e dos procedimentos pertinentes á unidade submetida à
auditoria. Independentemente do tipo de auditoria que se está realizando, compreende:
Apresentação, Compreensão da unidade e sua gestão, Coleta de evidências, Avaliação
das evidências identificadas e Apresentação dos resultados.
• 1.1: Apresentação: A aplicação da auditoria ambiental no local se inicia com uma
reunião de abertura na qual os auditores se apresentam e expõem ao gerente da
unidade e aos demais membros, por ele indicados,os objetos da auditoria, o modo
pelo qual pretendem conduzi-las e os critérios para avaliação das conformidades e
das não- conformidades.
• 1.2: Compreensão da Unidade de sua Gestão: Na busca das evidências cinco
perguntas devem estar sempre na mente dos auditores: Quem? O Que? Como?
Onde? Quando? É necessário para que se identifiquem as evidências de
conformidade e não-conformidade; os potencias de riscos; as atribuições de cada
indivíduo dentro da unidade; a freqüência e o local de ocorrência. O processo de
compreensão da gestão da unidade começa com a obtenção de uma ampla visão
das atividades desenvolvidas, que se inicia na preparação da auditoria (pré-
auditoria), com análise das informações disponíveis. Na unidade é retomada com
a reunião de abertura e prossegue na condução dos seguintes procedimentos:
• 1: Reunião de Trabalho: reunião dos auditores com os membros indicados pela
gerência da unidade, quando são discutidos, dentro do escopo da auditoria, os
aspectos ligados à operação e a estrutura organizacional da unidade e onde são

15
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

estabelecidas as diretrizes gerais para a operacionalização da auditoria no local,


como a definição dos locais e horários das entrevistas e as pessoas da unidade
que acompanharão aos auditores nos locais e horários definidos.
• 2: Visita de Reconhecimento: A equipe de auditores visita a unidade
acompanhada pelos funcionários indicados. Esta visita possibilita à equipe obter
maior conhecimento relativo aos processos existentes e melhor avaliar como os
processos e procedimentos podem afetar o meio ambiente. Nesta visita, também,
os auditores já identificarem conformidades e não-conformidades.
• 3: Revisão do Plano de Auditoria: a equipe se reúne para verificar se considerou,
no protocolo ou na lista de verificação, todos os tópicos aplicáveis à auditoria na
unidade; confirmar se os recursos estão adequadamente distribuídos; e discutir
não–conformidades já identificadas de modo obter, na etapa seguinte, as
evidências.
• 1.3: Coleta de evidências: O maior tempo da auditoria será destinado à obtenção
das evidências que darão suporte às avaliações e conclusões da auditoria. As
evidências são obtidas em entrevistas com empregados, observação das práticas
de trabalho; exame de processo de produção; controle de equipamentos; revisão
de documentação, tais como, manuais de procedimentos, manifestos de
resíduos... O protocolo ou a lista de verificação auxiliam na coleta de evidências,
direcionando a atuação dos auditores. Conclui-se que a coleta de informações
precisas deve ir além da simples observação de documentos, para tanto, pode-se
usar três técnicas:
• A) Entrevista: pode desenrolar-se de maneira formal ou informal, em geral,
fazendo uso do material preparado durante a pré-auditoria.
• B) Observação: o auditor deve ser bom observador. Tudo aquilo que pode ser
visto, sentindo e entendido pode se constituir em elemento de informação e de
constatação.
• C) Teste de verificação: são úteis para avaliar os sistemas de controle interno,
bem como, para identificar a conformidade com os critérios da auditoria de
atividade anormais na unidade.
• 1.4: Avaliação das evidências: Os auditores devem avaliar criteriosamente as
evidências obtidas a partir da atividade local. Sua análise, aliada aos elementos
que conduziram os auditores a identificá-las, confirma se são factíveis de serem
incluídas no relatório da auditoria, isto é, se há provas suficientes para
caracterizá-las como evidências. A avaliação deve prosseguir até que as
evidências sejam confiáveis ou não. É recomendável que ao final do dia os
auditores se reúnam para apresentar e discutir as evidências encontradas e as
razões para caracterizá-las como tal, para que eventuais dúvidas possam ser
sanadas ali mesmo ou no dia seguinte.
Em geral, esta atividade é realizada ao final do dia em duas reuniões:
• 1: Reunião da equipe de auditores: cada auditor identifica se os itens do protocolo
ou lista de verificação a ele atribuída estão sendo respondidos. Apresenta o
sumário das evidências e observações obtidas naquele dia e os eventuais
obstáculos e dificuldades encontrados durante auditoria. Posteriormente, os
membros da equipe, em conjunto, discutem e identificam se as evidências e as
observações obtidas são objetivas e comprováveis e se os objetivos da auditoria
estão sendo alcançados e se as questões levantadas na fase anterior estão sendo
respondidas.
• 2: Reunião com o pessoal da unidade auditada: esta reunião tem por objetivo
apresentar as evidências e observações identificadas no dia pelos auditores e
esclarecer pontos polêmicos ou divergentes. Nesta reunião, o grupo de auditados
poderá esclarecer dúvidas sobre algumas não - conformidades incorretamente
detectadas pelos auditores.

16
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

1.5: Apresentação dos resultados: Ao fim do trabalho de campo, a equipe de


auditores apresenta aos auditados as evidências e observações detectadas durante a
auditoria. Esta apresentação atende a dois objetivos:
 Assegurar que a empresa auditada conheça logo as evidências detectadas durante
auditoria;
 Permitir aos auditados sanar ou esclarecer eventuais desentendimentos por parte
dos auditores e apresenta suas observações quanto às não-conformidades
apresentadas.
Esta reunião deve ser: Amigável, na medida do possível; Conduzida pelo auditor líder,
que deve ter em mãos um relatório preliminar preparado em conjunto com os membros
da equipe, que deve conter um sumário das evidências detectadas que serão relatadas
em tópicos. Esta reunião encerra a atividade da auditoria no local, isto é, na unidade.
Pós-Auditoria: Relatório de Auditoria Ambiental
• O relatório da auditoria ambiental registra, formalmente, o seu resultado. Ele é o
documento onde a equipe de auditores apresenta as evidências de conformidades
e de não-conformidades da empresa com os critérios da auditoria.
• Os auditores devem garantir que os resultados da auditoria ambiental sejam
claramente comunicados no relatório, isto é, que todas não-conformidades
detectadas estejam adequadamente registrados e enviados aos clientes da
auditoria.
• Mesmo não existindo uma orientação única para elaboração de um relatório de
auditoria ambiental, existem alguns itens imprescindíveis para que este possa
atender a seu objetivo com eficácia.
Características usuais e os itens que devem estar presentes num relatório segundo as
Normas da Série ISO 14010 e ISO 14011.
1) Conteúdo do relatório: A Norma Série ISO14010 apresenta o conteúdo de um
relatório de auditoria ambiental;
 Identificação da unidade auditada e do cliente da auditoria, isto é, de quem
solicitou a auditoria;
 Objetivos e Escopo;
 Critérios utilizados;
 Data da condução da auditoria e período coberto pela auditoria;
 Identificação dos membros da equipe de auditores;
 Identificação dos membros da equipe auditada com participação mais efetiva na
auditoria;
 Sumário do processo da auditoria, incluindo os obstáculos encontrados;
 Conclusões;
 Certificação de confidencialidade da auditoria
 Lista de distribuição do relatório.
Conclusões segundo a Norma Série ISO 14011:
Evidência de conformidade do SGA da unidade auditada com os critérios usados na
auditoria; Indicação de que o SGA está apropriadamente implementado e mantido;
Indicação de que o processo de revisão da Gestão interna é capaz de assegurar a
continuidade da adequação e da efetividade do SGA.
O relatório deverá conter todas as evidências objetivas encontradas durante a auditoria,
que, por sua vez, devem ter devem ter sido apresentadas e discutidas com a equipe de
auditados na reunião final de auditoria.

2) Formato do relatório: Independentemente do objetivo da auditoria ambiental e de seu


destinatário final, existem algumas características básicas que devem estar presentes
em qualquer relatório de auditoria ambiental para que este cumpra sua função: clareza,
objetividade, precisão e concisão. Exemplos de referência de não-conformidade;
 O teor de Hg no efluente geral da fábrica é de 0,02 mg/l (Resolução CONAMA NO
20/86);

17
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

 Não foi apresentada documentação de treinamento do operador da estação de


tratamento de efluentes líquidos (Política de Meio Ambiente da Empresa);
 Não existe contenção para o tanque de óleo diesel do gerador de emergência
(Manual de Meio Ambiente da empresa, cap. 4).

Forma alternativa de apresentar um relatório de Auditoria Ambiental:


• Introdução; Objetivo; Escopo; Data e local; Participantes da auditoria; Sumário do
processo de auditoria; Requisitos legais; Critérios: Ar, água, resíduos...;
Conformidades: ar, água, resíduos...; Não-conformidades: ar, água, resíduos...
• Política: Evidências, ar, água, resíduos,...; Observações Gerais; Itens
preocupáveis.
• Conclusão; Anexos.

PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA AUDITORIA AMBIENTAL -


PARTE 7 E 8
Etapas da Auditoria Ambiental:
• Pré-Auditoria.
• Auditoria no local.
• Pós-Auditoria.
• Num processo de auditoria ambiental, inicialmente, são definidos, entre o auditor
líder e o cliente, o objetivo e o escopo da auditoria.
• Em seguida, são definidos os recursos e a equipe de auditores necessários a sua
execução.
• Paralelamente, é estabelecido um contato entre auditor/cliente e auditado, onde
os primeiros informam ao segundo o objeto da auditoria e solicitam-lhe
informações para subsidiar a preparação da auditoria.
• Ciente, o auditado fornece as informações solicitadas pela a equipe de auditores,
que de posse delas seleciona os processos, procedimentos, informações que
devem ser verificados para atender ao objetivo e ao escopo da auditoria e prepara
o material de apoio (lista de verificação ou check list).
• Os auditores vão a campo munidos do material que auxilia na verificação da
confiabilidade das informações fornecidas pelos auditados e na avaliação do
atendimento aos critérios estabelecidos para a auditoria.
• É estabelecida, então, a identificação das evidências sendo necessário que a
equipe de auditores busque confirmação destas conformidades e não-
conformidades obtidas durante o processo de auditoria.
• As evidências são geralmente baseadas em entrevistas, exame de documentos,
observações das atividades, resultados de medições e testes ou outros meios,
documentais, testemunhais, visuais e decorrentes de resultados de análise
laboratorial.
• As evidências obtidas são agregadas e analisadas em conjunto pela equipe de
auditores que emite sua opinião, apresentando os resultados e a conclusão da
auditoria a seu cliente.
Observações:
 É recomendável que os auditores estejam acompanhados de um representante
da unidade visitada, que poderá comprovar determinadas evidências, como
visuais.
 O uso de instrumento auxiliares durante a auditoria, como gravadores, máquinas
fotográficas, etc., deve ser evitado. Podem inibir os auditados, dificultando a
obtenção das evidências.
 Em geral, os resultados da auditoria são de caráter confidencial entre auditor e
auditado.

18
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Seqüência da realização da auditoria ambiental: Planejamento da Auditoria; Preparação


do material de apoio; Atividade no local; Elaboração e apresentação do relatório da
auditoria.
Planejamento da Auditoria: O planejamento é essencial para que sejam definidos os
elementos-chave de uma auditoria ambiental: o escopo, o objetivo, os critérios, os
recursos necessários, a equipe de auditores e respectivas responsabilidades e as datas
de realização da auditoria in loco.
• 1.1) Definição do objetivo: O objetivo deve ser claramente definido de forma a
atender às expectativas e necessidades do cliente da auditoria e evitar
interpretações diversas, interferindo no resultado final. Define-se nesta etapa se a
auditoria pretende verificar a conformidade da empresa para com a legislação,
com sua política ambiental, com seu sistema de Gestão Ambiental, dentre outros
possíveis objetivos.
• 1.2) Definição do Escopo: O escopo deve estar definido de forma clara e objetiva
delimitando o campo de atuação da auditoria, de acordo com seu objetivo. Ele é
definido pelo auditor líder em conjunto com o auditado.
Na delimitação do escopo da auditoria considera-se:
• Localização Geográfica: define-se aonde a auditoria, isto é, que atividades dentre
as localizadas em uma determinada cidade, estado ou país.
• Limites Organizacionais: define-se os limites organizacionais da auditoria, isto é,
se a auditoria será aplicada em toda a organização; em algumas de suas unidades
ou em apenas em algumas áreas funcionais.
• Objeto de auditagem: define-se o que será auditado, isto é, se a auditoria
ambiental será aplicada em conjunto com auditorias de saúde, segurança do
trabalhador, qualidade do processo produtivo, e análise de risco.
• Período: define-se o período, isto é, a data da qual serão levantadas às
informações e as evidências de conformidade e de não-conformidade da unidade
submetida à auditoria.
• Tema Ambiental; avalia-se quais os itens serão avaliados na auditoria: poluição do
ar; da água; gestão de resíduos sólidos, uso de recursos naturais, riscos
ambientais, etc.
• 1.3)Definição de critérios: Os critérios da auditoria correspondem às políticas,
práticas, procedimentos ou regulamentos (legais, organizacionais, normas) que
serão utilizados pelo auditor como referência para coleta das evidências da
auditoria. Eles serão selecionados em função do objetivo e escopo, devendo ser
relacionados criteriosamente, de modo a agilizar o trabalho dos auditores.
• 1.4) Definição dos Recursos Usados na Auditoria: Os recursos devem ser
compatíveis com o objetivo e escopo da auditoria. Devem ser fornecidos recursos
humanos, físicos e financeiros suficientes para sua aplicação.
• 1.5) Seleção da Equipe de Auditores: A partir da delimitação do escopo e dos
recursos disponíveis define-se a equipe de auditoria, que deve ser imparcial e
independente com relação à unidade a ser auditada.
Observações:
 Algumas empresas não possuem auditores internos e, portanto, utilizam-se
apenas auditoria externa.
 A auditoria ambiental deve ser realizada por, pelo menos, dois auditores,
independente do tamanho da empresa auditada. Em geral, há um auditor líder
para cada equipe de auditores.
 O auditor líder é o responsável por assegurar a condução e a conclusão eficiente e
eficaz da auditoria, de acordo com o escopo e o plano aprovado.
 O auditor líder necessita apresentar habilidade para assegurar um efetivo
gerenciamento e liderança no processo de auditoria.
 Dentre as características pessoais indispensáveis a um auditor destacam-se
conduta ética, independência, objetividade, organização pessoal, capacidade

19
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

analítica, competência para expressar claramente conceitos e idéias (verbal e


escrito), autocontrole e perseverança.
 No que tange à capacitação técnica, a equipe deve ser formada de modo a ter
capacitação para poder verificar, analisar e avaliar a observância aos critérios
indicados para auditoria.
 Além dos atributos necessários a auditores em geral, o auditor ambiental deve ter
características específicas. A Norma 14012-Diretrizes para Auditoria Ambiental –
Critérios de Qualificação para Auditores Ambientais - estabelece a qualificação de
auditores ambientais.
Preparando a Auditoria Ambiental: É essencial à preparação e aplicação da auditoria
que haja aceitação e colaboração do auditado. A preparação da auditoria só deve ser
iniciada depois de concluído seu planejamento, ou seja, é necessário que tenha sido
estabelecida:
1) Definição rigorosa e clara do objetivo, escopo e critérios a serem elaborados;
2) Disponibilização de recursos suficientes para apoiar auditoria;
3) Seleção de equipes de auditores independentes e adequada á sua aplicação.
Nesta etapa, a auditoria é organizada objetivando minimizar o tempo despendido pelos
auditores na unidade o que representa maior ônus econômico para o auditado. É
importante que para a otimização desta etapa sejam fornecidas informações completas e
adequadas que minimize o trabalho de campo sem comprometer a qualidade dos
resultados da auditoria. Os auditores em contato prévio com os auditados e com base no
objetivo, escopo e critérios estabelecidos para a realização da auditoria ambiental
solicitam, por meio de um questionário, informações básicas para estruturação do
protocolo ou da lista de verificação (check list) , considerando os seguintes aspectos;
1. Razão social, registros e licenciamentos pertinentes à unidade auditada;
2. Organograma gerencial com identificações de responsabilidades;
3. Estrutura de gestão da unidade auditada;
4. Planta da unidade auditada;
5. Fluxograma do processo de produção;
6. Registro e inventário de poluentes (líquidos, gasosos, sólidos, ruídos, vibrações e
odores);
7. Registros de acidentes;
8. Relação de insumos utilizados;
9. Legislações, normas e regulamentos pertinentes;
10. Exigências específicas
para unidade ser auditada;
11. Registros de
treinamento;
12. Relatórios de
auditorias ambientais anteriores ou inspeções anteriores se for o caso.
Observações importantes:
• É importante que seja dado tempo aos auditores para reunir as informações
solicitadas pelos auditores e as enviar de modo que estas possam analisá-las e
preparar um plano de auditoria com o material adequado à otimização da
aplicação da auditoria no local.
• A partir desta fase a equipe de auditores deve conhecer e compreender o sistema
de produção, os aspectos ambientais, os mecanismos de controle e gestão, bem
como as atribuições de tarefas e responsabilidades da unidade auditada.
• Pode, também, ser identificada a necessidade de incorporar á equipe de auditores
especialistas numa questão ambiental. EX: a partir da análise do material enviado
pelos auditados, a equipe pode identificar a necessidade de incorporar à equipe
especialista de efluentes líquidos e que seja capaz de avaliar a tecnologia utilizada
na unidade.
• A data da realização da auditoria em campo é agendada entre auditores e
auditados. A equipe de auditoria deve enviar ao gerente da unidade auditada uma
20
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

carta confirmando a data de aplicação da auditoria ambiental, objetivos, escopo e


critérios da auditoria ambiental e de seus objetivos.
• Todos os trabalhadores da unidade auditada devem ter conhecimento da
auditoria.
A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA - PARTE 8 – ÚLTIMA AULA
A preocupação com o meio ambiente está explícita na Constituição Federal, em seus
artigos 23 (incisos VI e VII), 225 (integralmente dedicado ao assunto) e 235.
Entretanto, o Brasil passou perceber a necessidade de elaborar leis específicas para o
meio ambiente a partir da década de setenta, quando alguns estados iniciaram a
elaboração de leis sobre o licenciamento ambiental para projeto/ instalação/ operação de
atividades potencialmente poluidoras. No estado do Rio de Janeiro, foi editado o Decreto
1633, que regulamenta o assunto.
 1981: A promulgação da Lei n0 6938 que tornou o licenciamento ambiental
obrigatório em todo território nacional. A competência das licenças ambientais
passou a ser então do IBAMA quando a atividade é do interesse nacional (caso das
usinas nucleares por exemplo) ou quando envolve fronteiras estaduais ou estados
onde não há legislação sobre o assunto. Estalei já trata os danos ao meio
ambiente como crime, sendo de fundamental importância ao desenvolvimento do
Direito Ambiental.
 1985: Foi editada a Lei n0 7347 que disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente. Dando grande poder ao
Ministério Público e autorizando-o a assinar Termos de Ajuste de Conduta (TAC)
com as empresas que causam danos ambientais.
 1998: Foi editada a lei n∧ 9605, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente. Esta lei foi considerada uma grande
novidade do direito brasileiro, pois trata da responsabilidade penal das pessoas
físicas e jurídicas, com penas restritivas de direitos, no que se refere a crimes
contra fauna e flora, o patrimônio cultural, o ordenamento urbano e administração
ambiental e a crime de poluição.
As Normas ISO série14000
Depois da experiência de sucesso das normas 9000 na padronização de sistemas de
gestão ambiental, criadas em 1987, a preocupação com o desempenho ambiental das
organizações deu origem, nove anos mais tarde, as ISO 14000. Ambas as famílias de
normas conduzem as organizações no percurso para melhoria contínua sustentada,
assumindo o papel de ferramentas práticas que as ajudam a assegurar a qualidade dos
seus produtos e serviços (ISO 9000) e a monitorizar o impacto ambiental das suas
atividades no ambiente (ISO14000). A série ISO14000 estabelece padrões de
desempenho que permitam minimizar os efeitos adversos que a sua atividade causam ao
meio ambiente. Para se adequar à norma, as organizações têm que implementar um
SGA, que é um processo cíclico através do qual a entidade revê e avalia periodicamente
a sua atividade em termos de impacto ambiental

NBR ISO 14001: Sistemas da gestão ambiental: Requisitos com orientações para uso:
1. Objetivo e Campo de aplicação: Esta Norma especifica os requisitos relativos a um
SGA, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos
que levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e
informações referentes aos aspectos ambientais significativos. Aplica-se aos aspectos
ambientais que a organização identifica como aqueles que possa controlar e aqueles que
possa influenciar. Esta Norma se aplica a qualquer organização que deseje: estabelecer,
implementar, manter e aprimorar um SGA; assegurar-se da conformidade com sua
política ambiental definida; Demonstrar conformidade com esta Norma ao fazer uma
auto-avaliação ou auto-declaração.

21
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

2. Referência normativas: Não há referência normativas citadas. Esta seção foi incluída
para manter a numeração de cláusulas idêntica à edição anterior (ABNT NBR ISO14001:
1996).
3. Termos e definições.
4. Requisitos do SGA
4.1.Requisitos gerais: A organização deve estabelecer, documentar, implementar,
manter e continuamente melhorar um SGA em conformidade com os requisitos desta
Norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos. A organização deve definir
e documentar o escopo de seu SGA.
4.2. Política Ambiental:A alta administração deve definir a política ambiental da
organização e assegurar que, dentro do escopo definido do seu SGA, a política:
a) seja apropriada á natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades,
produtos e serviços;
b) inclua um comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da
poluição;
c) inclua um comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis;
d) forneça estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas
ambientais;
e) seja documentada, implementada e mantida;
f) seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu
nome;
g) esteja disponível para o público.
4.3 Planejamento
4.3.1 Aspectos ambientais:A organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimentos para: Identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e
serviços, dentro do escopo definido de seu SGA; determinar os aspectos ambientais que
tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente. A organização
deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas.
4.3.2 Requisitos legais e outros: A organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimentos para: Identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis;Determinar
como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais.
4.3.3 Objetivos, metas e programas: A organização deve estabelecer, implementar e
manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis relevantes na
organização. Os objetivos e as metas devem ser mensuráveis e coerentes com a política
ambiental, incluindo-se os comprometimentos com a prevenção da poluição.
A organização deve estabelecer, implementar e manter programas para atingir seus
objetivos e metas. O programa deve incluir: Atribuição de responsabilidade para atingir
os objetivos e metas em cada função e nível pertinente da organização; os meios e os
prazos no qual eles devem ser atingidos.
4.4 Implementação e operação
4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades:A administração deve
assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar,
manter e melhorar o SGA. Esses recursos incluem recursos humanos e habilidades
especializadas, infra-estrutura organizacional, tecnologia e recursos financeiros.
Funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e
comunicadas visando facilitar um gestão ambiental eficaz.
4.4.2 Competência, treinamento e conscientização:A organização deve estabelecer,
implementar e manter procedimentos para fazer com que as pessoas que trabalhem
para ela ou em seu nome estejam conscientes: da importância de se estar em
conformidade com a política ambiental e com os requisitos do SGA; dos aspectos
ambientas significativos e respectivos impactos reais ou potenciais com seu trabalho e
dos benefícios ambientais proveniente da melhoria do desempenho pessoal; de sua
funções e responsabilidades em atingir a conformidade com requisitos do SGA; das
potenciais conseqüências da inobservância de procedimentos especificados.

22
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

4.4.3 Comunicação: Com relação aos seus aspectos ambientais e ao SGA, a organização
deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para:Comunicação interna entre
os vários níveis e funções da organização; Recebimento, documentação e resposta á
comunicação pertinentes oriundas de partes interessadas externas.
4.4.4 Documentação: A documentação do SGA deve incluir: Política, objetivos e metas
ambientais; Descrição do escopo do SGA; Descrição dos principais elementos do SGA e
sua interação e referência aos documentos associados; Documentos incluindo registros.
4.4.5 Controle de documentos: A organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento para: Aprovar documentos quanto á sua adequação antes do seu uso;
Analisar e atualizar e reaprovar documentos; Assegurar que as alterações e a situação
atual da revisão de documentos sejam identificadas; Assegurar que os documentos
permaneçam legíveis e prontamente identificáveis.
4.4.6 Controle operacional: A organização deve identificar e planejar aquelas operações
que estejam associadas aos aspectos ambientais significativos identificados de acordo
com sua política, objetivos e metas ambientais para assegurar que elas sejam realizadas
sob condições especificadas.
4.4.7 Preparação e resposta às emergências: A organização deve estabelecer,
implementar e manter procedimentos para identificar potenciais situações de
emergência e potenciais acidentes que possam ter impactos sobre o meio ambiente, e
como a organização responderá a estes. A organização deve periodicamente analisar e
quando necessário revisar seus procedimentos de preparação e resposta à emergência,
após a ocorrência de acidentes ou situações emergenciais.
4.5 Verificação
4.5.1 Monitoramento e medição: A organização deve assegurar que equipamentos de
monitoramento e medição calibrados ou verificados sejam utilizados e mantidos,
devendo-se reter os registros associados.
4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros: A organização deve manter
registros dos resultados das avaliações periódicas.
4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva:A organização deve
estabelecer, implementar e manter procedimentos para tratar as não-conformidades
reais e potenciais, e para executar ações corretivas e preventivas. Os procedimentos
devem definir requisitos para: Identificar e corrigir não conformidade e executar ações
para mitigar seus impactos ambientais;Investigar não conformidade, determinar sua
causa e executar ações para evitar sua repetição; Avaliar a necessidade de ações para
prevenir não conformidade e implementar ações apropriadas para evitar sua ocorrência;
Registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas; Analisar a
eficácia das ações corretivas e preventivas executadas.
4.5.4 Controle de registros:A organização deve estabelecer e manter registros, conforme
necessário, para demonstrar conformidade com os requisitos de seu SGA e desta Norma,
bem como os resultados obtidos. Os registros devem ser legíveis, identificáveis e
rastreáveis.
4.5.5 Auditoria Interna:Procedimentos de auditoria devem ser estabelecidos,
implementados e mantidos para tratar: das responsabilidades e requisitos para se
planejar e conduzir as auditorias, para relatar os resultados e manter registros
associados; da determinação dos critérios de auditoria, escopo, freqüência e métodos.
4.6 Análise pela administração: A alta administração da organização deve analisar o
SGA, em intervalos planejados, par assegurar sua continuada adequação, pertinência e
eficácia. A análise da alta administração deve incluir: Resultados de auditorias internas e
das avaliações do atendimento aos requisitos legais; Comunicação proveniente de partes
interessadas externas, incluindo reclamações; O desempenho ambiental da empresa;
Extensão na qual foram atendidos os objetivos e metas; Situação das ações corretivas e
preventivas; Ações de acompanhamento das análises anteriores; Recomendações para
melhoria;
Correspondência entre a ABNT NBR ISO14001: 2004 e a ABNT NBR ISO9001: 2000
Requisitos Gerais: ISO9001: Mais detalhada (PDCA) ISO14001: Mais abrangente
23
Apostila de Auditoria Ambiental – Prof. Jalmir Cabral Júnior

Política:
ISO9001: Disponível internamente (pessoas que trabalham em nome da empresa) (o
item melhoria contínua é muito marcante).
ISO14001: Disponível ao público.
Planejamento:
ISO9001; Produto/cliente
ISO14001: Processo/ Exigências legais
Requisitos Legais:
ISO9001: Requisitos relacionados ao produto
ISO14001: Legislação
Objetivos, Metas, Programas:
ISO9001: Visa ao produto
ISO14001: Visa ao meio ambiente
ISO9001: Resultados
ISO14001: Estabelece os processos antecipadamente
Implementação e Operação: Recursos, funções, responsabilidades e autoridades)
ISO9001: Representante indicado pela direção
ISO14001: Própria direção
Competência, treinamento e conscientização:
ISO9001: Treinamento voltado para competência
ISO14001: Treinamento voltado para a conscientização
Comunicação:
ISO9001; Comunicação interna (cliente)
ISO14001: Comunicação interna e externa.

24

Potrebbero piacerti anche