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I CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO


18-21 julho 2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4.

FATORES DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NAS EDIFICAÇÕES

REZENDE, Marco Antônio Penido (1); ABIKO, Alex Kenya (2)


(1) Departamento de Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo da Escola de Arquitetura da UFMG,
mapere@arq.ufmg.br
(2) Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, alex.abiko@poli.usp.br

RESUMO
O objetivo do trabalho foi estudar os principais fatores determinantes da inovação na tecnologia
construtiva das edificações brasileiras. O marco teórico foi a Teoria de Sistemas e Produtos
Complexos e a Teoria Neo-Schumpeteriana sobre inovação. A partir dessas teorias foi feita uma
revisão da literatura que levou ao estabelecimento de 17 fatores fundamentais no processo de
inovação. Esses fatores foram utilizados para a compreensão do processo de introdução da estrutura
metálica no Estado de Minas Gerais revelando-se bastante eficazes. Espera-se que os resultados dessa
pesquisa sejam úteis não só ao planejamento governamental para o setor mas também para o
planejamento estratégico das próprias empresas.
Palavras-chave: inovação e edificações; inovação e tecnologia construtiva; estrutura metálica e
inovação
1. INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta alguns dos resultados e conclusões da pesquisa realizada para tese de
doutoramento do primeiro autor.
Objetiva compreender e sistematizar os principais fatores determinantes da inovação tecnológica na
construção das edificações brasileiras.
Dentro do universo da produção acadêmica a elaboração do trabalho justifica-se por três motivos
principais: a) para a compreensão do processo de inovação foram utilizadas – de forma inédita no país
- novas teorias; b) foi estudada uma inovação do subsetor ainda pouco analisada: a introdução da
estrutura metálica. c) ainda não havia sido feito um estudo que apresentasse de forma sistemática os
fatores determinantes da inovação tecnológica na construção das edificações brasileiras.
Do ponto de vista de desdobramentos e efeitos multiplicadores positivos sobre o desenvolvimento
econômico e social, o estudo também justifica-se amplamente uma vez que seus resultados poderão ser
úteis tanto para o planejamento governamental, como para empresas construtoras traçarem com maior
precisão as suas estratégias de atuação.

1.1. Método
Do ponto de vista do trabalho científico, a realidade nunca é dada mas sim, construída (BUNGE,
1973; VARGAS, 1994). Portanto, antes de discutir a “realidade”, era necessário construir um
arcabouço teórico que permitisse o exame dessa “realidade” e que ajudasse inclusive a determinar
quais de seus aspectos deveriam ser considerados para atingir o objetivo proposto.
Após alguns meses de revisão bibliográfica, chegou-se à teoria Neo-Schumpeteriana, como
fundamento básico para o trabalho, e à teoria dos Produtos e Sistemas Complexos como complemento
à primeira.
A teoria Neo-Schumpeteriana se tornou especialmente útil aos objetivos deste trabalho, porque, ao
indagar sobre o crescimento econômico, rompe com a tradição dos economistas clássicos e
neoclássicos para os quais o avanço tecnológico e científico é sempre dado como disponível e somente
o capital e o trabalho são considerados fundamentais ao crescimento econômico. Para a teoria Neo-
Schumpeteriana a inovação e o desenvolvimento tecnológico e científico são fatores fundamentais
para se alavancar o crescimento econômico. Por isso irá estudar mais detalhadamente a sua geração e
difusão, tornando-se muito útil para a compreensão desses processos. Essa deve ser a razão de sua
utilização em alguns trabalhos internacionais sobre inovação no setor da construção civil embora tenha
sido citada em apenas um trabalho nacional (AMORIM, 1995) e realmente estudada em profundidade
– sob o ponto de vista de sua aplicabilidade ao estudo da inovação no setor – em dois outros (
REZENDE e ABIKO, 2001; REZENDE, 2003)
A teoria de Produtos e Sistemas Complexos começou a se estruturar no final do século passado e
defende que existe uma categoria de produtos e sistemas com um processo de inovação tão diferente
dos demais produtos industriais, que é necessária a criação de um novo escopo teórico para estudá-los.
Essa teoria começou a ser utilizada por Winch (1998) para modelar o processo de inovação nas
edificações, com certo sucesso.
Definido o marco teórico, ainda havia outra opção importante a se fazer: a escolha da abrangência da
pesquisa em relação ao setor da construção civil. A particularidade dos processos construtivos e dos
tipos de empreendimento do setor da construção civil tem levado os estudiosos a tradicionalmente
dividi-lo em três subsetores, cada qual com características próprias: a) construção pesada – relacionada
à construção de infra-estrutura viária e urbana, obras de arte e de saneamento; b) construção industrial
− relacionada à montagem de indústrias, sistemas de geração e transmissão de energia e
telecomunicações, sistemas de exploração de recursos naturais; c) construção de edificações -
relacionada ao planejamento e construção de edifícios residenciais, comerciais, institucionais e
reformas (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO - FJP, 1984; FARAH, 1996). Além de obter uma
uniformidade na pesquisa (o que poderia justificar a opção por qualquer um dos três subsetores), a
decisão de trabalhar unicamente com o subsetor “edificações” e não com todo o setor da construção
civil se deu pelo interesse em analisar o subsetor envolvido com a questão da habitação e também tido
como o mais “atrasado” dos três (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO,1984).

1.1.1. Estudo genérico ou específico?


Estabelecidos os aspectos mais genéricos do trabalho e sobretudo o marco teórico, foi possível voltar à
literatura sobre edificações e construir algumas hipóteses sobre o seu processo de inovação.
Para aprofundar este estudo e a compreensão dessas hipóteses, dois caminhos seriam possíveis:
a) tomando-se por base dados de levantamentos já feitos sobre o subsetor edificações verificar a
consistência dessas hipóteses, ou
b) estudar, em maior detalhe, um processo de inovação significativo no subsetor, verificar que fatores
foram importantes nesse processo e contrapô-los às hipóteses elaboradas.
No caso da primeira solução, os dados existentes sobre o subsetor passam a ser um aspecto chave. O
último levantamento sistemático feito sobre o subsetor parece ser o do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas de São Paulo – IPT, que foi publicado em 1988. Portanto, além de ser um estudo de mais
de quinze, não pôde incluir os reflexos da estabilização da economia que só aconteceu a partir de
1994. Mas, mesmo que se restringisse a pesquisa até aquela data, havia outro problema. Para o estudo
do processo de inovação seria necessária a coleta de mais dados sobre cada uma das inovações
introduzidas no subsetor, o que tornava essa opção ainda mais problemática. Sua grande vantagem
seria a visão do subsetor com um todo. Mas será que essa visão seria realmente representativa do
processo do subsetor ou conformaria um trabalho extremamente genérico onde, do ponto de vista da
confirmação das hipóteses, a fragilidade da base empírica, por apresentar dados incompletos, acabaria
por comprometer todo o trabalho?
Diante desse risco, a opção foi de trabalhar de acordo com a segunda solução, ou seja, escolher um
processo de inovação do subsetor, de preferência mais recente (mais representativo da situação atual),
e estudá-lo em profundidade. É evidente que a generalização das hipóteses para todo o subsetor fica,
nesse caso, comprometida. Mas esse resultado, embora mais “modesto”, é também mais seguro. Além
disso, abrirá caminho para a elaboração de outros estudos específicos, até que se obtenham da soma
desses diversos estudos hipóteses mais definitivas.
Dessa forma, esse caminho, embora “mais lento” e trabalhoso, poderá levar – na medida em que se
façam novas pesquisas – a resultados mais consistentes. Ao mesmo tempo, o resultado da presente
pesquisa já irá fornecer um bom ponto de partida para esse processo, cumprindo assim a sua função.
Aliás, é importante lembrar que vários autores1 têm privilegiado exatamente esse caminho na busca
da construção de suas teorias.

1.1.2. Escolha da inovação a ser estudada


Definida a opção pelo “estudo mais aprofundado”, tornou-se necessário escolher a inovação a ser
estudada.
Dentre as várias opções pensadas, destacou-se a estrutura metálica. Em primeiro lugar, por envolver
vários aspectos da construção, exigindo uma certa amplitude de transformações no processo de
produção para que se faça de maneira adequada; em segundo lugar, por se tratar de uma inovação
tecnológica relativamente recente no subsetor e ainda pouco estudada; por fim, por ter sido uma
inovação introduzida aqui muito depois que em outros países, o que permite estudar que
particularidades do subsetor brasileiro levaram a essa opção tardia.
O estado de Minas Gerais está entre os pioneiros na introdução da estrutura metálica com perfis
soldados no país. Nos anos 80, aí se constroem alguns dos primeiros edifícios em estrutura metálica
soldada do país e, nos anos 90, há um substancial aumento da utilização desse tipo de estrutura no
Estado. Desde os anos 80, as empresas mineiras de construções metálicas começam a construir em
vários outros estados do país, como Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro etc. É também em Minas onde se
instala a única siderúrgica criada exclusivamente para a produção de perfis para construção civil, a
AÇOMINAS. Portanto, não haveria como estudar a introdução da estrutura metálica soldada no país,
sem estudar como se deu esse processo em Minas. Por isso, diante da impossibilidade de se fazer uma
pesquisa mais rigorosa em todo o país, a estratégia utilizada foi delimitar geograficamente a sua
abrangência ao Estado de Minas Gerais.

1.1.3. Método da pesquisa


As pesquisas nas áreas de ciências sociais e de ciências sociais aplicadas (administração, economia,
direito etc ) têm utilizado cada vez mais o “estudo de caso” como técnica de pesquisa, sobretudo
quando se busca analisar fenômenos sociais complexos, como é o caso da inovação tecnológica. Esse
método de pesquisa, inicialmente muito criticado, começou a ter uma aceitação progressiva, sobretudo
depois do trabalho de Yin (1984), que foi um dos primeiros a sistematizar de forma objetiva a sua
metodologia e defender a necessidade e a importância do estudo de caso como método para a
compreensão de fenômenos complexos. Segundo esse autor, quando o fenômeno a ser analisado
envolve muitos agentes e forças, quando não é possível isolar esses fenômenos em laboratórios e
quando as perguntas a serem feitas se referem mais a “como” e “por que” do que o “quanto”, o estudo
de caso se torna o método de pesquisa mais adequado. Roesch (1999) sintetiza bem as características e
qualidades do estudo de caso como estratégia de pesquisa: “permite o estudo de fenômenos em
profundidade dentro do seu contexto; é especialmente adequado ao estudo de processos e explora
fenômenos com base em vários ângulos” (ROESCH, 1999).
Tanto na área de engenharia civil como na de arquitetura, vários trabalhos feitos poderiam ser
classificados como estudos de caso, embora nem sempre esclareçam essa opção. Formoso et al (2000)
têm desenvolvido uma pesquisa mais sistemática da aplicação da metodologia de estudos de casos
nessas áreas e um bom número de trabalhos já começa a explicitá-la como é o caso dos trabalhos de
Rosseto (1998), Barros Neto (1999) e Rezende (2003) entre outros.
Portanto, o método da pesquisa será o do “Estudo de Caso” baseado em Yin (1984), que para o
desenvolvimento da pesquisa considera importante definir: a) se o estudo de caso será único ou
múltiplo; b) as questões do estudo; c) suas proposições, se houver; d) suas unidades de análise; e) a
ligação lógica entre os dados e as proposições; f) o critério para interpretar os resultados da pesquisa.

1
Em seu estudo sobre metodologia científica, Roesch (1999) cita, entre outros, Eckstein (1975), Yin (1981),
Eisenhart (1991) e Walton (1995).
De acordo com essas definições, este estudo trata de um único estudo de caso: a introdução e difusão
da estrutura metálica nas edificações do Estado de Minas Gerais. As questões do estudo (que fatores
provocam a inovação) e as conseqüentes proposições (apresentação dos principais fatores e suas inter-
relações) foram feitas a partir da contraposição entre o marco teórico com a revisão sobre a literatura
de inovação (e portanto já têm uma método próprio.) A unidade de análise são as empresas de
construção de estrutura metálica de edificações. É o “movimento” dessas empresas (e de seus
fornecedores e demais agentes interessados no processo) buscando conquistar o mercado que constitui
o foco central da pesquisa. Finalmente, a ligação entre os dados a serem levantados e as proposições
está na própria origem da escolha do estudo de caso, que foi constituído exatamente no sentido de
fornecer uma base empírica para a análise das proposições levantadas.
Em se tratando da pesquisa propriamente dita, a questão que se colocava era como recuperar todo o
processo de introdução e difusão da estrutura metálica nas edificações do estado, não só retratando
como esse processo aconteceu, mas buscando sobretudo compreender a sua dinâmica (determinar os
agentes e fatores mais importantes nesse processo, assim como a forma e o porquê de sua atuação).
Como não foi identificada qualquer pesquisa anterior sobre o tema, buscaram-se com os agentes
(empresas, pesquisadores, fornecedores, associações etc.) que atuam nesse processo as informações
necessárias. Foram utilizados basicamente três tipos de fontes.
a) Entrevistas
Segundo Roesh (1999), “a pesquisa em profundidade é a técnica fundamental da pesquisa qualitativa”.
A mesma autora comenta que para Elton Mayo, o fundador da Escola de Ciências Humanas da
Administração, a entrevista era considerada como o método básico das Ciências Sociais. Nesta
pesquisa - onde não havia muitas outras fontes de dados - ela se tornou ainda mais importante.
Buscou-se entrevistar todas as pessoas citadas pelos agentes (empresas, pesquisadores, fornecedores,
associações etc.) como importantes nesse processo. Cada entrevistado era, na verdade, também uma
fonte de determinação de novas pessoas a serem entrevistadas. Criou-se dessa forma um sistema de
convergência recíproca, onde o nome de algumas pessoas aparecia diversas vezes, mostrando-se a
importância de sua participação e, ao mesmo tempo, evitando-se que quem tivesse alguma forma de
participação não fosse lembrado. A forma de entrevista utilizada ajuda a esclarecer melhor esse
processo. Ela foi definida como uma forma aberta, semi-estruturada (ROESCH, 1999), onde se
buscou:
a) perceber a visão que o entrevistado tinha do processo como um todo;
b) fazer com que o entrevistado relatasse a sua participação e/ou de sua empresa no processo e a
forma como compreendia essa participação;
c) fazer com que o entrevistado relatasse a participação dos demais agentes envolvidos com o
processo;
d) abrir espaço para que o entrevistado revelasse os aspectos que considerou peculiares e importantes
no processo.
Como já se disse, as entrevistas foram um fator muito importante na pesquisa, e muitas delas foram
feitas mais de uma vez, no sentido de checar os dados e as impressões dos entrevistados. Outro
aspecto importante nas pesquisas foi o cruzamento de dados fornecidos pelos entrevistados,
permitindo uma boa visão final da inovação em estudo.
b) Registros existentes nas empresas, associações e instituições
Outra fonte importante de dados foram os dossiês de apresentação e a memória técnica registrados nas
próprias empresas (tanto construtoras quanto fornecedoras) e associações de classe2.
c) Estudos específicos
Foram pesquisadas também – de forma mais detalhada - as três empresas que tiveram a participação
mais significativa no mercado durante esse período. Esse estudo envolveu um histórico de cada

2
Entre as associações de classe destacaram-se a Associação Brasileira da Construção Metálica – ABCEM e a
Associação Mineira da Construção Metálica – AMICEM.
empresa e de sua atuação no mercado, contrapondo os resultados efetivamente alcançados e a visão de
sua diretoria sobre eles.

2. HIPÓTESES

2.1. A teoria Neo-Schumpeteriana e o processo de inovação


A teoria Neo-Schumpeteriana (NELSON e WINTER, 1982; DOSI, 1988; FREEMAN e SOETE,
1997) permite uma nova compreensão do processo de inovação nas edificações . Essa compreensão
permite superar a dicotomia usualmente apresentada entre a tecnologia ou o mercado e a economia
como os fatores preponderantes no processo de inovação que perpassa a maioria dos trabalhos
desenvolvidos sobre o tema. Com esse conceito a tecnologia ganha um desenvolvimento e autonomia
próprios, mas sem desconhecer os vínculos com a economia, a sociedade e o mercado. Dessa maneira,
ao invés de se considerar apenas isoladamente cada um dos fatores (desenvolvimento tecnológico x
mercado), é possível compreender melhor a interação entre eles e também o próprio processo de
inovação.
Sob o ponto de vista da construção civil, não se trata de negar todas as questões e especificidades do
subsetor mas sim, de acrescentar a elas a tecnologia. Ou seja, o grau de desenvolvimento tecnológico e
sua trajetória passam a ser tão importantes na análise da inovação quanto as formas de acumulação de
capital, a organização da mão-de-obra ou outras características do subsetor.
Tomemos, a título de exemplo, a análise das diversas tentativas de mudanças mais amplas no processo
de construção de edificações ocorridas no Brasil nas últimas décadas. Segundo a visão até então
vigente, elas fracassaram sobretudo devido a problemas socioeconômicos e às inter-relações
características do subsetor. O que está se propondo é que o limite do desenvolvimento tecnológico
também foi um fator ligado ao fracasso dessas tentativas. Em outras palavras, elas não fracassaram
somente por causa da especificidade do processo construtivo das edificações em si, da questão
fundiária, das mudanças econômicas ou de qualquer outro fator levantado anteriormente, mas também
porque as tecnologias utilizadas não estavam evoluídas o suficiente. E, quando se diz isto, o que se
quer destacar não são os problemas técnicos; mas o fato de que nenhuma das tecnologias estava
evoluída o bastante para apresentar uma diminuição de custos ou um aumento de qualidade suficientes
para levarem à difusão dessas tecnologias.
Com base em uma análise crítica da bibliografia3, propõem-se 17 fatores como primordiais para a
inovação na tecnologia construtiva das edificações brasileiras. Esses fatores são apresentados a seguir.
1. Mudanças no produto edificação - as inter-relações da tecnologia construtiva com o seu produto,
a edificação, se dão de forma tão intensa e recíproca, que às vezes se torna difícil saber se a inovação
começou pelas novidades na edificação ou na tecnologia construtiva. De fato, mesmo historicamente é
possível constatar que até o séc. XIX, as inovações na tecnologia construtiva e no produto edificação
eram até mesmo geradas dentro de um mesmo universo de conhecimentos (BENÉVOLO,1976;
GIEDION,1982; REZENDE,2003). Somente no século XIX o conhecimento sobre o edificar foi
dividido em duas grandes áreas do saber - correspondentes, hoje, a aproximadamente as áreas dos
projetos e concepções arquitetônicos e da tecnologia construtiva - tendo cada uma desde então uma
certa autonomia em relação à outra. (BENÉVOLO,1976; GIEDION,1982). Entretanto essa divisão
não impede que mesmo hoje continue havendo uma grande inter-relação entre as duas, advinda
inclusive da questão básica da grande vinculação entre o produto - neste caso a edificação - e o seu
processo de produção, neste caso, a tecnologia construtiva. Evidentemente nem todas as mudanças no
produto edificação irão gerar mudanças na tecnologia construtiva. Mas um dos elementos importantes
da inovação na tecnologia construtiva são as transformações que ocorrem no produto edificação ao
longo do tempo.
2. Necessidades dos clientes / usuários – os clientes ou usuários podem ter novas solicitações em
relação à execução das obras, como por exemplo a exigência de um prazo mais curto ou um menor
impacto ambiental. Essas solicitações podem levar a mudanças na tecnologia construtiva. É importante
lembrar que se trata, nesse caso, de necessidades em relação à tecnologia construtiva e não, ao produto

3
Não há como negar também a influência de contatos com empresários do subsetor e a própria vivência do
primeiro autor como construtor nessa proposições
em si. No caso de necessidades em relação ao produto, a influência será sobre o produto e depois, em
alguns casos, indiretamente sobre a tecnologia construtiva, como foi visto no item anterio.
Por outro lado, a própria construtora pode ser vista aqui também como uma usuária da tecnologia
construtiva, gerando também necessidades não satisfeitas, como por exemplo necessidade de
componentes com maior facilidade de armazenamento ou transporte.
3. Paradigma tecnológico – representa o limite tecnológico vigente, dentro do qual a tecnologia
construtiva irá se desenvolver (DOSSI, 1988). Mudanças no paradigma tecnológico poderão permitir
mudanças mais radicais na tecnologia construtiva.
4. Situação econômica – embora também influenciem boa parte dos demais fatores citados, os fatores
econômicos têm uma influência direta sobre a tecnologia construtiva. Eles podem levar à adoção ou
ao abandono de inovações tecnológicas, na medida em que interferem diretamente no custo da mão-
de-obra e dos demais insumos e na própria demanda do subsetor.
Dentre os aspectos econômicos, cabe destacar a política econômica adotada pelo governo. Kandir
(1983) viu nas políticas adotadas até então, um do motivos da instabilidade do mercado habitacional.
Ao mesmo tempo, existem alguns aspectos mais evidentes de sua influência como a facilidade ou não
na importação de produtos e o preço da moeda local em relação ao dólar que podem ser decisivos na
viabilização da introdução de novos produtos, equipamentos e/ou tecnologias.
Retornando à questão mais ampla da economia como um todo, a crise econômica dos anos 80, ao
provocar a busca por menores custos, e a estabilização da moeda (fim da inflação elevada), ao
valorizar os ganhos com as atividades produtivas em relação às financeiras, favoreceram a introdução
de melhorias na tecnologia construtiva (FARAH, 1996; AMORIM, 1995; BARROS, 1996; PICCHI,
1993; ABIKO, SILVA, SOUZA, 1992)
5. Novas formas organizacionais – novas formas de estruturar e organizar a produção já são, em si,
uma mudança na tecnologia construtiva. Além de permitir maior eficiência, diminuição de custos e/ou
aumento de qualidade, podem levar a mudanças em vários outros aspectos da tecnologia. Por outro
lado, novas formas de construir podem exigir novas formas organizacionais (AMORIM, 1995).
6. Novos materiais, componentes e insumos – essa tem sido uma das maiores origens de mudanças
na tecnologia construtiva. Os produtos que chegam ao canteiro de obras são, cada vez mais,
industrializados. A história de desenvolvimento do setor é a história da substituição de produtos mais
artesanais e trabalhados no próprio canteiro por produtos cada vez mais industrializados (LEMOS,
1989; FARAH, 1996). A introdução do cimento, assim com a dos materiais plásticos e, mais
recentemente, das paredes em gesso acartonado são exemplos desse tipo de modificação que, na
maior parte das vezes, não significa – ou não deveria significar – a simples introdução de um novo
material mas sim, a adoção de técnicas e materiais compatíveis com essa inovação.
O tipo de produto irá determinar o tipo de processo de inovação a ser adotado. Dessa forma, há desde
produtos que têm um processo de inovação muito semelhante ao dos demais produtos industrializados
e que são voltados – além das construtoras – para o cliente final, como no caso das cerâmicas ou das
tintas, até produtos mais parecidos com um típico Produto Complexo (PoSCo) como no caso dos
elevadores ou das paredes de gesso acartonado (WINCH, 1998).
7. Mão-de-obra – as características da mão-de-obra influenciam todo o processo de inovação
tecnológica – por exemplo, a falta de trabalhadores na Europa do pós-guerra influenciou
decisivamente a opção pelas construções industrializadas. Modificações em suas características podem
ser decisivas para mudanças na tecnologia a ser utilizada. Ao mesmo tempo, determinados tipos de
inovações só se tornam possíveis se há modificações em suas características.
A liberdade política de organização, a legislação trabalhista e a formação educacional e cultural
exercem influência direta sobre a mão-de-obra (AMORIM, 1995; WERNA, 1993; ABIKO, SILVA,
SOUZA, 1992)
.Merece destaque também a grande segmentação entre a mão-de-obra operacional (oficiais e
ajudantes) e a gerencial (engenheiros), as quais apresentam características bem diferenciadas e
portanto exigem tratamentos diferenciados no caso de processos de inovação. No Brasil, além da
grande importância da mão-de-obra operacional no processo de inovação (FARAH, 1996), alguns
estudos tem identificado no nível gerencial o entrave maior no desenvolvimento do setor
(MCKINSEY, 1999).
8. Novas ferramentas, equipamentos e máquinas – a introdução de novos equipamentos pode
provocar mudanças incrementais ou mesmo mais radicais, dependendo do tipo de equipamento
introduzido.
No Brasil, as betoneiras e as serras elétricas podem ser citadas como exemplos de equipamentos que,
por diminuírem custos e permitirem um aumento de qualidade, se tornaram obrigatórios até mesmo
em pequenas obras.
Com relação a esse fator, vale a pena lembrar ainda a existência e utilização das empresas de aluguel
de equipamentos, as quais têm um lógica de atuação distinta da de empresas que adquirem
equipamentos para o aumento de sua capacidade produtiva e podem servir de entrave ao processo de
inovação (BALL,1988; REZENDE, 2003)
9. Perspectivas de lucro – vários autores (MANSFIELD, 1965; DOSI, 1988; FREEMAN e SOETE,
1997) citam a perspectiva de lucro como um fator decisivo no processo de inovação. De fato, a
possibilidade de maiores lucros com a inovação – seja através da diminuição dos custos, ou seja
através da obtenção de uma melhor, ou nova, qualidade - tem-se mostrado como fator primordial ao
longo da história das mais importantes inovações (UTERBACK, 1996; FREEMAN e SOETE, 1997).
A construção de edificações não é uma exceção.
Durante muitos anos, os ganhos maiores com a comercialização do produto e a vinculação com a terra
urbana foram citados como causas fundamentais – e de certa forma insuperáveis - de um suposto
desinteresse do setor pela inovação. Ball (1988) e a própria história de desenvolvimento do setor
(FARAH, 1996) demonstram como essas visões são unilaterais. Sem negar, a importância desses
aspectos é preciso compreender que a perspectiva de lucros é um fator importante pois, a princípio,
quanto maior a possibilidade de lucros, maior a possibilidade de sucesso da inovação. Diz-se “a
princípio” porque, no processo de inovação, todos esses fatores que estão sendo estudados atuam ao
mesmo tempo, sendo portanto impossível vincular o processo a um só deles. Por exemplo, uma
inovação com perspectivas de bons lucros mas que apresente alto custo de implantação ou exija mão-
de-obra especial pode ter um processo mais lento que o de outra com perspectivas de menores lucros
mas que não demande modificações na mão-de-obra.
10. Concorrência / vantagem competitiva – a possibilidade de se ampliar o mercado de atuação na
medida em que se oferecem produtos com qualidade diferenciada (ou custos menores ) é também um
aspecto significativo no processo de inovação. Se, para os primeiros inovadores, a busca de uma
vantagem competitiva pode ser o fator decisivo, para os mais tradicionais, o receio de ser ultrapassado
pela concorrência pode ser o aspecto mais importante. Dessa forma, a necessidade de “ganhar” – ou,
pelo menos, não perder – clientes leva as empresas a inovar.
11. Problemas ou melhorias nas tecnologias existentes – problemas nas tecnologias existentes
podem levar ao aperfeiçoamento das mesmas ou até ao surgimento de novos insumos (produtos para
construção). Podem ainda ser feitas modificações visando à melhoria de performance da tecnologia
existente (SLAUGHTER, 1998; TATUM, 1987;). Esses tipos de modificações são em geral criadas
pelas próprias construtoras (SLAUGHTER, 1998; AMORIM, 1995).
12. Mediadores da inovação – Winch (1998) trouxe para o processo de inovação na construção o
conceito de “mediadores da inovação” (“innovation brockers”). Esses agentes atuariam no processo de
inovação, no sentido de criarem um “campo neutro” onde os novos produtos poderiam ser analisados e
discutidos com uma certa isenção em relação aos fornecedores e demais agentes envolvidos. Por esse
motivo, teriam a vantagem de serem aceitos por todos os demais agentes da cadeia produtiva como
dignos de confiança, tornando-se assim um elo importante no processo de inovação. O papel de
“medidores da inovação” é em geral desempenhado por institutos de pesquisa ou universidades, com
financiamento governamental ou privado. No Brasil, um exemplo desse tipo de agente seria o Instituto
de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo -IPT.
13. Trajetória tecnológica – a trajetória tecnológica (NELSON & WINTER,1982), ou seja, o tipo de
tecnologia utilizada pelo subsetor, as razões dessa opção e as rotinas decisórias e de produção criadas a
partir dessas opções influenciam nas novas opções e na criação das tecnologias das empresas do
subsetor.
A partir de seu próprio conceito percebe-se que a trajetória tecnológica sofre grande influência da
cultura empresarial e local e da estrutura social. Portanto, a influência da cultura e da sociedade está
sendo considerada atuando não de forma direta sobre a tecnologia construtiva mas sim, de forma
indireta, como por exemplo sobre a trajetória tecnológica.
14. Normas / legislação – as normas e legislação podem facilitar o processo de inovação tanto ao
apresentarem novas necessidades a serem satisfeitas, quanto ao se basearem mais nos resultados a
serem obtidos das construções (avaliação de desempenho) do que nas características dos materiais e
componentes utilizados.
Normas e legislação que se prendam demasiadamente às características dos produtos existentes ou que
se preocupem em descrever mais as características dos produtos a serem utilizados do que o
desempenho necessário tendem a dificultar o processo de inovação4.
15. Associações de classe – as associações de classe atuam como importantes divulgadores de novas
tecnologias e também como local para troca de informação entre os profissionais. A importância que
podem ter depende muito da articulação que se estabelece em torno da inovação.
16. Custo para implantação da inovação – o custo para implantação exerce uma influência no
sentido inversamente proporcional para a introdução da inovação. Em geral, quanto maior o custo da
nova tecnologia, maior a dificuldade para sua de introdução.
17. Ação governamental – Há quatro tipos de ações principais do governo em relação às inovações
tecnológicas em geral: 1) no financiamento de pesquisas; 2) no preparo de mão-de-obra qualificada; 3)
nas diversas questões relativas à normalização e regulamentação, sobretudo nas voltadas à proteção do
consumidor e do meio ambiente; 4) enquanto importante consumidor/comprador de inovações
(FREEMAN e SOETE, 1997; GREGERSEN, 1995; PAVITT, 1991). No caso brasileiro percebe-se
que a ação governamental é importante e deve ser considerada pois, retomando cada um desses tipos
de ações temos: 1) do ponto de vista da pesquisa, o governo além de financiar, por meio das agências
específicas várias pesquisas na área, mantém alguns dos principais institutos de pesquisa como por
exemplo, entre outros o Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, o IPT, ou o Núcleo Orientado à Inovação da Edificação – NORIE da
UFRGS; 2) em relação a preparação da mão-de-obra qualificada também há uma atuação significativa
por meio das Universidades Públicas Federais e Estaduais, não só na graduação como também por
meio da pós-graduação; 3) a importância das normas e regulamentações no processo de inovação
tecnológica das edificações já foi vista. Cabe aqui destacar a importância da ação governamental no
estabelecimento de várias dessas normas como o novo código do consumidor, ou as várias legislações
municipais sobre as características das habitações; 4) finalmente com relação a utilização do poder de
compra do governo, cabe destacar a importância de programas como o QUALIHAB5 da Cia. De
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU-SP.
Além dessas atuações ainda pode haver um tipo de ação mais direta do governo conjugando uma
política de financiamento com uma de desenvolvimento tecnológico como aconteceu na Europa do
pós-guerra mais genérica, ou incentivando algum tipo de opção tecnológica mais específica como por
exemplo o uso de estruturas de aço, ou de materiais com menor impacto sobre o meio-ambiente.

3. HIPÓTESES X PESQUISA DE CAMPO


São discutidos a seguir resultados da pesquisa de campo contrapostos às hipóteses apresentadas
anteriormente.
1) Mudanças no produto edificação:
Esse primeiro fator diz respeito às necessidades criadas a partir de modificações no próprio produto
edificação.

4
A questão das relações entre normalização e inovação é complexa, e não se pretende esgotar o seu debate aqui.
A tendência atual parece ser não só buscar normas baseadas no desempenho, como elaborar normas específicas
para as novas tecnologias. Ver CIB. Working with performance approach in building. Roterdam: CIB., 1982.. e
CIB. Importance of technical approval in civil contruction. Roterdam: CIB,1994
5
Bem resumidamente, esse é um programa onde a CDHU-SP só compra de empresas que tenham obtido um
determinado patamar de desenvolvimento da Qualidade
Durante o período estudado, ocorreram modificações no produto. Os anos 80 foram os anos em que a
chamada arquitetura “pós-moderna” começou a se expandir no país. Entretanto, não se identificou
qualquer vínculo entre essas mudanças e a introdução das estruturas metálicas. Enquanto a arquitetura
dos anos 80 e 90 se tornou mais flexível e aberta a mudanças – e esse aspecto pode, de alguma forma,
ter facilitado a introdução de inovações – os primeiros edifícios se fizeram dentro da tradicional
arquitetura moderna.
Lembre-se ainda que, no resto do mundo, o surgimento da estrutura metálica se deu simultaneamente
com a arquitetura moderna, não havendo qualquer incompatibilidade, entre elas; ao contrário, pode-se
dizer que a arquitetura moderna até mesmo facilitou a utilização da estrutura metálica.
Resumindo, não foi possível identificar mudanças no produto edificação que fossem significamente
responsáveis pela introdução ou aceleração da difusão da estrutura metálica, exceto por um aspecto –
difícil de quantificar – de maior “abertura” à novidade advindo da arquitetura pós-moderna no período
de difusão (anos 90).
2) Necessidade dos clientes / usuários:
O segundo fator refere-se às necessidades dos clientes ou dos usuários da construção. O empreendedor
da primeira obra executada manifestou interesse em ter um domínio da tecnologia, pois imaginava
que, sendo um pioneiro, poderia ter vantagens competitivas. Nesse sentido, a necessidade do
empreendedor (cliente) de obter vantagem competitiva por meio do domínio tecnológico pioneiro,
poderia ser citada como um aspecto importante na introdução da tecnologia6.
Do ponto de vista dos clientes, uma necessidade freqüentemente citada tanto por eles quanto pelas
empresas de construções metálicas foi o tempo de execução. Esse foi um fator importante para a
escolha da tecnologia em boa parte das obras. Uma outra necessidade que a estrutura metálica ajudou a
solucionar foi a de organização e equacionamento do canteiro de obras em pequenas áreas.
Do ponto de vista dos usuários, ou seja, daqueles que compraram salas ou apartamentos, não se
identificam, segundo os empreendedores, preferências ou rejeição pela estrutura metálica.
Concluindo, as necessidades dos clientes foram um fator importante para a introdução das inovações.
3) Paradigma tecnológico:
A introdução dessa tecnologia fez-se dentro do paradigma tecnológico vigente. Aliás é uma inovação
que já havia sido criada em outros países e que apenas não estava sendo ainda utilizada no Brasil.
Portanto o paradigma tecnológico vigente permitiu, sem problemas, a introdução desse tipo de
inovação.
4) Situação econômica:
Embora o primeiro prédio em estrutura metálica tenha sido iniciando em 1975, o desenvolvimento da
efetiva utilização dessa nova tecnologia pela firma pioneira só se deu durante a década de 80. Já a sua
maior disseminação ocorreu na década de 90.
Como as modificações que começaram a ocorrer no setor – primeiro, por causa da crise nos anos 80 e,
depois, pela estabilização da moeda – se fizeram na direção de uma maior racionalização, menor
desperdício e maior planejamento das obras, elas influenciaram positivamente na introdução da
estrutura metálica.
5) Novas formas organizacionais:
Dizer que novas formas organizacionais foram implantadas somente por causa dessa tecnologia seria
exagero. Entretanto não há como negar que essa tecnologia exige um cumprimento o mais fiel possível
dos cronogramas estabelecidos, sob pena de se perder um de seus grandes diferenciais: a rapidez de
execução. Ao mesmo tempo é uma tecnologia que, sendo mais industrializada em relação ao concreto
armado (moldado in loco), se adapta muito bem a um planejamento e controle de qualidade mais
rigorosos na obra. Dessa forma, a nova cultura que estava se implantando na construção civil nos anos

6
Essa “necessidade” talvez se enquadre melhor como “vantagem competitiva”, na medida em que este é um fator citado à
parte. De fato, essa questão será retomada quando da análise da vantagem competitiva. Na verdade esse fator foi aqui
mencionado apenas por se tratar de uma necessidade do empreendedor e não, da construtora de estrutura metálica em si.
80 e 90 – maiores planejamento e organização em busca de menores custos e melhor qualidade – foi,
de certa forma, favorável à introdução da estrutura metálica.
6) Novos materiais, componentes e insumos:
Uma forma de se analisar a questão é tomando a nova tecnologia de estruturas como um novo insumo
para a tecnologia mais geral da construção. Nesse sentido, todo o processo de inovação dar-se-ia a
partir da introdução de um novo insumo, qual seja a estrutura metálica.
Esse novo insumo exige modificações em vários aspectos da tecnologia usual e, portanto, um preparo
para sua introdução. A necessidade de modificações foi um fator que atuou negativamente para a
introdução desse novo insumo.
Uma outra questão é a contribuição de novos insumos para o próprio desenvolvimento da estrutura
metálica. Nesse aspecto, uma modificação importante foi a introdução da solda e do parafuso de alta
resistência nas conexões metálicas. Foram inovações decisivas no processo estudado (REZENDE,
2003)
7) Mão-de-obra:
A inexistência de mão-de-obra - tanto operacional como gerencial - capacitada foi um problema para a
implantação dessa nova tecnologia.
Novos engenheiros contratados pela construtora pioneira tiveram sua formação efetuada dentro da
própria empresa, tanto como estagiários, quanto já como engenheiros. É importante lembrar que,
segundo depoimento dos pioneiros, até os anos 80, os cursos de engenharia não ofereciam uma
formação suficiente para a construção em estrutura metálica. Portanto, era na própria empresa que
esse aprendizado tinha de se efetivar. Com o crescimento da empresa, foi possível também viabilizar
viagens de alguns de seus funcionários ao exterior para aperfeiçoamento.
Já a formação da mão-de-obra operacional se deu de duas formas. Muitos empregados vieram de
empresas em que se exigia o trabalho de soldador, como, por exemplo, empresas de vagões7. Nesse
caso, todo o esforço se fazia apenas no sentido de se trabalharem as especificidades da estrutura
metálica em relação aos demais tipos de produtos. Já outros empregados se formaram nas próprias
empresas, onde se promoveram cursos ministrados por fabricantes de eletrodos e equipamentos de
solda. Foi se formando assim uma mão-de-obra capaz de produzir estruturas metálicas para
edificações, feitas não a partir de perfis mas sim, de chapas.
8) Novas ferramentas, equipamentos e máquinas
A questão da utilização de novos equipamentos é um ponto polêmico em relação a essa tecnologia. Os
defensores da necessidade de um completo novo sistema tecnológico junto com a estrutura metálica
advogam também a necessidade de novos equipamentos.
Já os que defendem a possibilidade de implantação da nova tecnologia em conjunto com a tecnologia
convencional argumentam que a utilização de novos equipamentos só iria onerar custos, não sendo
portanto necessária.
A necessidade de novos equipamentos não foi um fator que impediu a empresa pioneira de atuar.
Ainda com relação à utilização de novos equipamentos, um aspecto digno de nota é a necessidade de
importação de vários deles - feita pela maior parte das firmas - para dar início à fabricação e
montagem da estrutura metálica (nesse caso utilizados para todos os tipos de construções como
galpões, postos, fábricas etc.)
9) Perspectivas de lucro:
A questão da lucratividade pela utilização da estrutura metálica ainda não está totalmente equacionada.
Enquanto os fabricantes de estrutura metálica garantem que elas são a opção mais barata, as
construtoras habituadas ao concreto armado afirmam o contrário. A situação também varia muito

7
As dificuldades enfrentadas por um grande fabricante de vagões contribuíram significativamente, em
determinado período, para a composição da mão-de-obra da empresa pioneira. Além de vários outros
profissionais, um dos mestres de fábrica (profissional chave no gerenciamento da produção dos perfis soldados)
que trabalhou na empresa havia integrado o quadro de funcionários daquele fabricante.
conforme o tipo de construção, de terreno e de solução arquitetônica, tornando a tarefa ainda mais
complexa. O fato é que a lucratividade da estrutura metálica não pode ser medida só pelos custos da
obra pois, para empresas que dependem da velocidade da obra para iniciar sua atuação, o tempo passa
a ser um fator fundamental. Para esse tipo de situação, as perspectivas de lucro são fundamentais na
opção pela estrutura metálica. Além disso, a simples diminuição do tempo da obra pode significar uma
diminuição no tempo de retorno de investimento, pagamento de juros menores no caso de
financiamentos ou até mesmo maiores ganhos em caso de inflação mais acelerada. Em todos esses
casos a perspectiva de maior obtenção de lucros foi um fator importante para introdução da tecnologia.
10) Concorrência / Vantagem competitiva:
Embora a busca de vantagem competitiva tenha sido, um fator determinante no caso da execução da
primeira obra, esse aspecto parece não ter se repetido com a mesma intensidade nas demais obras.
Por outro lado, retomando a questão da vantagem competitiva, não enquanto vantagem competitiva
em si mas como uma certa “pressão” para se igualar aos concorrentes (como já explicou
anteriormente) tem-se que a maior parte das construtoras continua adotando o concreto armado como
estrutura, e portanto não existe – nesse sentido - uma pressão no mercado.
11) Problemas ou melhorias nas tecnologias existentes:
Enquanto os perfis metálicos usinados foram utilizados desde o final do século XIX nos EUA e, logo
depois, na Europa, o mesmo não aconteceu no Brasil. Aqui os perfis são formados com chapas
soldadas.
É verdade que as primeiras construções feitas na década de 50, ainda em arrebite, utilizaram perfis,
quer da CSN, quer importados diretamente dos EUA (no caso de Brasília). Entretanto, nos anos 70 a
CSN diminuiu a sua produção de perfis (que apresentavam abas inclinadas e não, retas, o que
dificultava a execução das construções), chegando mesmo a interromper a fabricação de vários deles.
A solução foi fabricar os perfis a partir das chapas fornecidas pelas siderúrgicas. Isso exigiu da
empresa pioneira um conhecimento tecnológico ainda mais sofisticado, que foi gerado a partir do
estudo de livros e manuais importados e da experiência com a construção de galpões em estrutura
metálica e construções convencionais.
A utilização da solda e a fabricação de perfis exigiam a importação de equipamentos e o preparo de
uma mão-de-obra – tanto operacional como gerencial – muito específica, como já se viu.
Nesse caso as empresas de construção metálica tiveram um papel ativo buscando solucionar
problemas, e inclusive adaptar tecnologias mais convencionais à estrutura metálica. Esse foi portanto
um fator de desenvolvimento tecnológico importante.
12) Mediadores da inovação:
Nesse caso específico - sobretudo na implantação da inovação - não se identificou a atuação
importante de “mediadores” no processo de inovação. A maior parte das pesquisas e estudos foi feita
pelos próprios construtores ou pelas siderúrgicas. Para o segundo momento de difusão (a partir de
meados do anos 80) as universidades tiveram uma atuação mais significativa desenvolvendo algumas
pesquisas e formando profissionais capacitados para atuação junto à estrutura metá.lica.
13) Trajetória tecnológica:
Como já foi comentado, o desenvolvimento da tecnologia de construções metálicas faz-se por meio da
prática da construção de galpões, postos, fábricas e obras afins. Essas construções foram fundamentais
no sentido de desenvolver e estabelecer uma competência tecnológica nessa área. A estrutura metálica
apresentou um desenvolvimento particular na construção civil porque, embora exigisse das
construtoras um novo domínio tecnológico para executar as demais partes da obra, sua construção
sempre ficava a cargo de firmas especializadas. Ao contrário do que acontecia, por exemplo, com o
concreto armado, a estrutura metálica não era executada diretamente pela construtora. Eram os
construtores de galpões, fábricas e obras afins que edificavam as estruturas metálicas. Se esse aspecto
não assegurava aos construtores tradicionais a inexistência de problemas de compatibilidade, ao menos
assegurava-lhes uma certa tranqüilidade do ponto de vista da execução da estrutura em si.
É evidente que a trajetória tecnológica de todas as construtoras, com ampla experiência em concreto
armado e nenhuma em estruturas metálicas, pesou desfavoravelmente em relação à estrutura metálica.
Não é à toa que a empresa pioneira no Estado, mesmo sendo tipicamente uma empresa construtora de
galpões, atuava em boa parte das obras como a única construtora que vendia a execução não só da
estrutura mas de todo o prédio. Entretanto, essa não é uma característica que viria se firmar como
padrão nos anos seguintes.
14) Normas / legislação:
A revisão ampla das normas para cálculo e construção em estrutura metálica, que eram ainda da
década de 50, (NBR-850) foi um importante passo para o desenvolvimento do setor. Sua efetivação só
se deu depois que a SIDERBRÁS centralizou a ação de dois profissionais que ficaram responsáveis
por sua elaboração, levada a termo em 1986. Como se sabe, a norma técnica é um importante
balizador para o uso dos produtos. A publicação da nova norma foi portanto um importante – e
fundamental – fator para a difusão do uso de estruturas metálicas nas edificações.
15) Associações de classe:
A Associação Brasileira de Construtores em Estrutura Metálica - ABCEM, fundada em 1974, teve e
tem importante atuação para o desenvolvimento da estrutura metálica em todo o país. Composta pelos
principais fabricantes de estruturas metálicas e pelas siderúrgicas, ela é segundo definição da própria
Associação, “a entidade de classe que congrega e representa o setor de construção metálica no Brasil.
Reúne ainda associações regionais e escritórios de projetos de engenharia e arquitetura de todo o
país”. Atua na divulgação da estrutura metálica não só de forma ampla, por meio de participação em
eventos, feiras e publicações, como também através de contatos diretos com empresários e com o
governo.
Em 1988 foi fundada a Associação Mineira de Construtores em Estrutura Metálica - AMICEM , que
agrupa os principais construtores de estrutura metálica de Minas e tem atuação regional semelhante à
da ABCEM.
Resumindo, tanto a ABCEM como a AMICEM tiveram importante papel na divulgação do produto e
no “lobby”, junto ao governo e às instituições, para a sua difusão.
16) Custos para implantação da inovação:
A maior parte das empresas de construções metálicas que vieram a se dedicar à construção de
edificações já faziam outros tipos de construções (galpões, postos, fábricas etc.), sendo a construção
edificações um mercado a mais para essas empresas. Portanto, grande parte dos custos para a
implantação da inovação já havia sido absorvida pelos outros tipos de construções, não sendo este um
fator que atuou de forma desfavorável à difusão do produto.
17) Ação governamental:
Em certo sentido o desenvolvimento da utilização da estrutura metálica teve um desenvolvimento
muito específico na medida em que no início do processo todas as grandes siderúrgicas eram estatais.
De certa forma partiu do governo portanto o apoio para a difusão da estrutura metálica ao estruturar, o
primeiro grupo para o estudo da viabilidade do uso do aço nas construções, e depois de forma mais
definitiva associado a Siderbrás.
Como foi visto no ítem relativo às normas, a atuação do governo foi nesse caso fundamental. Também
foi significativa a sua atuação no preparo de mão-de-obra qualificada (universidades) e financiamento
de algumas pesquisas (universidades-capes-cnpq).
18) Um acréscimo – a motivação
Além desses fatores que já haviam sido relacionados anteriormente como importantes em qualquer
tipo de inovação tecnológica, há ainda um outro que não pode deixar de ser mencionado: a motivação
interna presente na empresa pioneira.
Não havia qualquer fator “externo” à essa construtora que a “convidasse” à inovação (só a partir dos
anos 80 as siderúrgicas começariam a se interessar por esse mercado). Ao contrário, seu proprietário
trabalhava incansavelmente na busca da realização de prédios em estrutura metálica, desde os anos 60,
sem obter resultados. Portanto, entre os aspectos importantes nesse processo, foram fundamentais o
interesse, a motivação e a persistência do proprietário da empresa, atitudes que acabaram contagiando
os funcionários que lhe eram mais próximos. É evidente que só a motivação não bastaria para dar
início ao processo de inovação, que só aconteceu quando houve condições objetivas no mercado para
tal. Mas naquele momento havia uma empresa preparada e em busca dessa oportunidade.
Portanto, esse aspecto foi importante no sentido de produzir o conhecimento e de preparar uma
empresa para quando houvesse condições objetivas no mercado de efetivar a inovação. Esse fator teve
uma grande importância no processo de mudança da tecnologia e, por isso, não poderia deixar de ser
contemplado.

4. CONCLUSÕES
O uso da teoria Neo-Schmumpeteriana para a compreensão da inovação na tecnologia construtiva das
edificações brasileiras revelou-se bastante útil. A partir dessa teoria foi possível dar à tecnologia um
novo papel: um papel em que ela atua de forma ativa – e decisiva – no seu próprio desenvolvimento.
As demais condições sociais não deixam de ter significado, mas a tecnologia passa a ser também um
componente importante nesse processo. É no seu próprio desenvolvimento que se encontrará boa parte
da explicação para que ela seja como é.
Apenas com a adoção dessa perspectiva se torna possível compreender plenamente as razões do
fracasso de algumas das tentativas de inovações mais radicais na tecnologia construtiva das
edificações brasileiras. Essas razões estão ligadas ao limite do próprio desenvolvimento tecnológico,
no sentido de que as tecnologias propostas não eram capazes de reduzir custos ou acrescentar
qualidades em uma ordem de grandeza suficiente para alavancar o processo de inovação.
Foram estudados e caracterizados, de forma mais específica, que fatores do mercado e do
desenvolvimento tecnológico atuam nesse processo. A partir desse estudo foram encontrados 18
fatores como determinantes principais:
1. modificações no produto;
2. necessidades dos clientes (usuários, empreendedores, construtores etc.) em relação à tecnologia
construtiva;
3. mudanças no paradigma tecnológico;
4. situação econômica (tanto nacional como regional e local) e mudanças na política econômica;
5. novas formas organizacionais;
6. novos materiais, componentes ou insumos;
7. mudanças na mão-de-obra;
8. novas ferramentas, equipamentos e máquinas;
9. perspectivas e obtenção de lucros;
10. concorrência entre as empresas e busca de vantagem competitiva;
11. problemas ou melhorias nas tecnologias existentes.
12. atuação dos “mediadores da inovação”;
13. trajetória tecnológica;
14. normas / legislação;
15.atuação das associações de classe;
16. custo para implantação da inovação;
17. ação do governo;
18. motivação.
Por meio da análise do estudo de caso, constatou-se a aplicabilidade desses fatores como base para o
estudo do processo de inovação. Evidentemente alguns fatores foram mais importantes que outros,
mas mesmo aqueles que não se mostraram muito importantes no estudo de caso não revelaram uma
inconsistência com o processo de inovação que justificasse a sua exclusão. Esse é o caso por exemplo
dos fatores “modificações no produto” e “mediadores da inovação”. A relação entre as modificações
no produto e a tecnologia é tão óbvia e foi identificada tantas vezes em outros estudos sobre a
inovação que seria um contra-senso excluí-la. Já os “mediadores da inovação” são uma categoria
relativamente nova no estudo da inovação, e ainda não há qualquer estudo no país identificando
especificamente a sua atuação (pelo menos, não com esse nome). Entretanto, embora sejam uma
categoria nova, o fato é que os “mediadores da inovação” já vêm atuando no mercado e no processo de
inovação, mesmo antes que houvesse uma teoria nomeando-os. Esse é o caso, por exemplo, do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – IPT, que durante boa parte do século XX foi um
típico mediador de inovações para as construções e é tido por VARGAS (1994) como fundamental
para o desenvolvimento inicial da tecnologia da construção no país. Quando se constata que a atuação
dos “mediadores da inovação” é reconhecida por estudiosos, mesmo que não se dê a eles o nome de
“mediadores da inovação”, e que estudos internacionais têm se dedicado a mostrar sua atuação, fica
fácil inferir que essa categoria deve continuar sendo proposta, pelo menos até que haja mais estudos
sobre o tema.
Por outro lado, na análise do estudo de caso, a questão da motivação presente na empresa pioneira foi
um fator importante no processo de inovação. Irradiada a partir do interesse de seu proprietário, essa
motivação foi fundamental no sentido de manter preparada toda uma equipe para deflagrar o processo
de inovação quando se criaram as demais condições para sua ocorrência. Além disso, sua importância
foi igualmente significativa na conquista das primeiras obras. Diante disso, e de sua referência na
bibliografia sobre inovação em geral, a motivação foi incorporada também como um fator primordial
no processo de inovação.
Como foi discutido ao se tratar do método da pesquisa, essas afirmações não podem ser de imediato
generalizadas para todo o setor. Mas espera-se com esse trabalho haver se iniciado um caminho seguro
em direção a esse objetivo.

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