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Educação e Criatividade

Annyelle F B de

Comumente, algumas pessoas tendem a associar o conceito de


criatividade a um dom, qualidade ou potencial de um indivíduo em especial.
Outras acreditam que é uma competência adquirida, destinada à apenas um
determinado grupo social.

Reconhecendo sua amplitude, podemos compreendê-la como sendo


uma habilidade comum a todo ser humano, relacionada intrinsecamente ao
contexto cultural, social e econômico onde está inserido.

“Criatividade é um atributo universal, característica básica da natureza


humana” (PEREIRA, 199, p. 4).

Isto pode ser percebido facilmente quando nos debruçamos a observar


as ações do homem ao longo dos anos. Este vem construindo e reconstruindo
idéias significativas que perduram até os dias atuais, como a descoberta do
fogo, da eletricidade, das novas tecnologias, dos meios de transporte, a cura
de enfermidades... processo contínuo e inacabado de possibilidades de novas
descobertas.

“A criatividade é... processo de realização cujos resultados são


desconhecidos, sendo dita realização, por sua vez valiosa e
nova”. (MURRAY, 1997)

Atraído pela curiosidade e consciente de seu potencial criador, o


homem torna-se capaz de ultrapassar as barreiras que o sufocam, como a falta
de recursos materiais, a indisponibilidade de tempo e a própria desmotivação.
Isto nos reporta ao poder decisivo que passa pelo cunho da responsabilidade
individual, tanto ele pode construir positivamente ou usufruir erroneamente
desta habilidade para difundir invenções altamente destrutivas, como por
exemplo, a criação da bomba atômica que destruiu as cidades de Hiroxima e
Nagazaki.

Também é relevante salientar que apesar da criatividade ser um tema


estudado por várias áreas do conhecimento, ainda é bastante reprimida na fase
adulta, face ao fato de que envolve correr riscos, e com medo do
desconhecido, muitos acabam por optar pelo que já sabem. A exemplo, o dito
popular: Em time que está ganhando não se mexe... representa, neste
contexto, uma postura de acomodação frente as possibilidades de mudança e
transformação.

Interligando o tema criatividade a educação, podemos destacar sua


relevância no processo ensino-aprendizagem, uma vez que o fazer
pedagógico, requer do educador(a) abertura ao novo, autonomia, flexibilidade,
reflexão crítica, adaptação ao meio, construção do conhecimento socializado,
estratégias de motivação, escolha de temas produtivos e que contribuam ao
cotidiano do aluno, produção de atividades diferenciadas, significativas,
interessante, que atendam aos vários níveis encontrados na sala de aula e
respeitem o saber e o ritmo de cada educando(a).

Vale a pena ressaltar, que os Parâmetros Curriculares Nacionais para a


educação fundamental no Brasil, no qual a EJA se insere enquanto
modalidade, sugerem aos educadores(as) o desenvolvimento desta habilidade
nos educandos(as), através de situações que possibilitem a expressão política
de suas criações. Estas situações perpassam as discussões dos temas
transversais, como por exemplo: Ao desenvolverem o tema cidadania, o
educando (a) poderá ser estimulado ao seu exercício, construindo elementos
(cartazes, cordéis, faixas, revistas, informativos, etc.) que sensibilizem a
comunidade acerca do uso consciente dos recursos naturais enquanto bem
comum.

Indispensável neste sentido seriam os trabalhos em grupo, pois alguns


sujeitos podem vir a desenvolver melhor a capacidade de fantasiar, quando
outros, desenvolvem a capacidade de realizar. Daí a importância da
heterogeneidade em sala de aula e dos processos de reflexão individual,
discussão em pequenos grupos e o confronto de idéias num grupo maior.

Destaca-se aí, a figura da liderança, visto que podem exercer uma


influência estimuladora, quando provocam o potencial criador de seus
liderados, ou inibidora, quando supervalorizam as atitudes burocráticas, o
autoritarismo, ou pressão psicológica.

“Se aqueles que circundam o indivíduo, não valorizam a criatividade, não


oferecem o ambiente de apoio necessário, não aceitam o trabalho criativo
quando este é apresentado, então é possível que os esforços obtidos pelo
indivíduo encontrem obstáculos sérios. Se não instransponíveis”. (STEIN,
1974)

A criatividade então, seria em alguns momentos, a ferramenta


fundamental do individuo, uma vez que nem sempre a vida nos oferece os
recursos de que realmente necessitamos. Sendo assim, podemos afirmar que
a grande quantidade de materiais, não caracteriza uma boa aula, mas a forma
como se utiliza os materiais que estão ao seu alcance e quanto menos recurso,
mais aguçada fica a necessidade de imaginação, do reconhecimento de que
somos seres criativos, dotados de inteligência, raciocínio e liberdade
consciente.

Desta forma, a escola deve repensar seu papel enquanto formadora de


opiniões, princípios e valores sociais, acrescentando conteúdos necessários ao
desenvolvimento do potencial criador. O educador (a) em especial, deve
construir espaços que estimulem a reflexão dos educandos (as), que os façam
repensar as inúmeras formas e a diversidade de recursos para solucionar as
questões que lhe forem postas.

É importante salientar que, para ampliar ainda mais esta formação integral, o
educador (a) deve desafiar-se, perceber-se como sujeito do processo. Ninguém
pode ensinar algo que não conhece... E se o mundo exige pessoas criativas,
porque não prepará-las? Eis ai, um dos grandes desafios da educação. Mas se
do contrário, a mesma negligenciar este papel, quem o fará?

“O que falta para a modernização do processo educativo é criatividade


docente, é capacidade para trabalhar com o potencial criativo do alunado, é
estimulo e auto-estima para inovar as situações de ensino-aprendizagem.
Porque, muitos são os que falam de transformação criativa, concretização
social, mas poucos os que fazem”. (MACKINOM, 1977)

REFERENCIAS

ALENCAR, Promovendo um ambiente favorável a criatividade nas


organizações. Brasília: UCBA, 1998.

AMABILE, Como não matar a criatividade. Boston: Harvard Business Shool,


1999.

ESCOLA, Nova. Para onde caminha a educação, 2000, p.10-12

ESCOLA, Nova. Vida de Professor, 2000, 10-12.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de


Janeiro: Paz e terra, 1982.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: apresentação dos temas


transversais: ética / Ministério da Educação. Secretaria da Educação
Fundamental. 3ª ed. Brasília: A Secretaria, 2001.

PEREIRA, Oficina de trabalho: Educação e criatividade: João Pessoa: UFPB,


1984.

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