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Social pela UFC, Licenciado em História pela UECE, Bacharel em Direito pela UFC e
autor de História do Ceará, História da Sociedade Cearense e Além das Armas).
UNIDADE 1
A CONQUISTA DO LITORAL CEARENSE
UNIDADE 2
A CONQUISTA DOS SERTÕES CEARENSES
– A PECUÁRIA –
UNIDADE 3
3.1. Charque
3.2. Cotonicultura
CRIAÇÃO DE VILAS
UNIDADE 5
UNIDADE 6
6.2. Economia
UNIDADE 7
A OLIGARQUIA ACCIOLINA
UNIDADE 8
PADRE CÍCERO
UNIDADE 9
A SEDIÇÃO DE JUAZEIRO (1913-14)
UNIDADE 10
10.1. As Interventorias
10.3. O Caldeirão
O Caldeirão foi uma comunidade religiosa e coletiva surgida no Crato sob a
liderança do beato Zé Lourenço e destruída em 1936 pelo governo de Menezes
Pimentel, com o apoio da Igreja e dos latifundiários.
José Lourenço, paraibano, negro e analfabeto, chegou a Juazeiro por volta de
1890, sendo aconselhado pelo padre Cícero (de quem era seguidor) a se estabelecer na
região e a trabalhar com algumas das famílias de romeiros. Arrendou, então, um lote de
terra no sítio Baixa D’anta e passou a desenvolver um fenomenal trabalho coletivo,
dividindo entre os trabalhadores o produzido. O sítio rapidamente prosperou e começou
a chamar a atenção.
Na década de 1920, adversários políticos de padre Cícero e Floro Bartolomeu,
na pretensão de atingir estes, espalharam o boato de que as pessoas de Baixa D’anta
estavam cultuando a um boi como se fosse santo. Lourenço foi preso, sendo o boi
morto. Pouco depois, o novo dono do sítio Baixa D’anta exigiu que o beato e os
camponeses deixassem a terra.
Talvez por volta de 1926, padre Cícero acomodou Lourenço e os seguidores
deste no sítio Caldeirão, de sua propriedade. O Caldeirão tornou-se um Canudos em
dimensões menores. Em busca de uma vida digna e de conforto espiritual, muitos
nordestinos foram para lá. Lourenço recebia a todos, e o sítio prosperava num sistema
igualitário e coletivo.
O progresso do Caldeirão incomodou as elites, visto que os latifundiários
perdiam a mão-de-obra barata que exploravam. Além disso, a Igreja condenava a
religião popular praticada na comunidade. Para complicar, o País vivia um clima de
histeria anticomunista – Lourenço foi acusado de ser um agente bolchevique!
Como o sítio, após a morte de padre Cícero em 1934, ficou por herança para
os padres salesianos, as classes dominantes passaram a difamar ainda mais a
comunidade de Lourenço. Em setembro de 1936, a comunidade foi dispersa e o sítio,
incendiado numa ação da polícia.
Lourenço e sua gente instalaram-se, então, no alto da Serra do Araripe e
reorganizaram uma nova comunidade. Alguns moradores, liderados por Severino
Tavares, queriam vingança e, realizando uma emboscada, mataram alguns policiais.
Enviou-se em seguida, em maio de 1937, um grande contingente policial para
a Serra do Araripe, massacrando os camponeses (os dados são imprecisos, mas
especula-se entre 300 e 1000 mortos).
José Lourenço conseguiu escapar, retornando mesmo depois ao Caldeirão –
as autoridades convenceram-se de que ele não participara da emboscada aos policiais.
Mas, no final de 1939, retirou-se da terra por nova pressão dos salesianos. Comprou um
pequeno sítio, o “União”, em Exu (PE), vivendo em paz até 1946, quando veio a falecer.
Seu corpo está enterrado em Juazeiro.
UNIDADE 11
UNIDADE 12
UNIDADE 13
A GERAÇÃO CAMBEBA
Recomendações Bibliográficas
02. Sobre os primeiros tempos da história do Ceará, marque (V) para as afirmações
verdadeiras e (F) para as falsas:
a) ( ) O donatário da capitania do Ceará, Antônio Cardoso de Barres, não chegou sequer
a tomar posse de sua doação, somente vindo ao Brasil como provedor da fazenda no
governo de Tomé de Souza em 1549.
b) ( ) A primeira tentativa de conquista foi efetuada em 1603, pela bandeira dirigida por
Pero Coelho de Sousa, por isso ele é considerado o fundador do Ceará.
c) ( ) Não existe relação entre a conquista do Ceará e a luta pela expulsão dos franceses
do Maranhão.
d) ( ) Numa visão tradicional, Martim Soares Moreno é considerado o fundador oficial
do Ceará.
e) ( ) A base da fundação de Fortaleza foi criada pelos holandeses, na figura de Matias
Beck, que, chegando ao Ceará, construiu o forte de Schoonenborck, ficando este, após a
expulsão dos flamengos, sob a direção governamental do capitão-mor Álvaro de
Azevedo Barreto.
e) ( ) Os missionários da Companhia de Jesus Francisco Pinto e Luís Filgueira, com
"objetivos catequéticos", chegaram às terras do Siará Grande em 1607, mas não foram
bem-sucedidos.
05. (UFC- adaptada) "O couro era o boi. O avanço coloniza dor ganhava terreno
financiando currais onde antes somente pisava o índio bravio. E cada curral iria ser uma
fazenda, que se garantia juridicamente com a obtenção da sesmaria ou data". (Fonte:
GIRÃO, Raimundo. Pequena História cio Ceará. 4" edição. Fortaleza: UFC, 1984, p.
85-86).
Sobre o texto acima, relativo ao período colonial do Ceará, marque (V) se as afirmativas
forem verdadeiras e (F) se forem falsas.
a) ( ) O desenvolvimento do Ceará colonial foi propiciado pela expansão das fazendas
de gado.
b) ( ) O Ceará:foi conquistado pêlos donos de frotas que expulsaram os indígenas da
região.
c) ( ) O colono português radicado no Ceará dedicou-se, unicamente, às tarefas
relacionadas com as charqueadas.
d) ( ) A única função desempenhada pelos escravos nos engenhos cearenses foi a de
vaqueiro.
e) ( ) O povoamento e a colonização do Ceará relacionam-se, diretamente, com a.
atividade pastoril.
f) ( ) O ciclo do couro foi responsável não só pela ocupação dos sertões cearenses, mas
também de toda a faixa litorânea do Nordeste.
07. (UFC) Leia com atenção o texto abaixo e depois responda ao que se pede:
"As secas de 1777-78 e 1790-93 são apresentadas (...) como causa única dos primeiros
impasses desenvolvimentistas do criatório do Ceará e pela falência das charqueadas (...).
Não deve ser esquecido, porém, que naquele período o Ceará não apenas perdeu parte
do rebanho e ganhou um competidor no comércio de carne seca, um outro fato foi
acrescido à economia cearense, a partir daí (...)". (Fonte: GIRÃO, Valdelice Carneiro.
As oficinas ou charqueadas no Ceará. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desportes,
1984, p. 127).
a) Explique o que eram as charqueadas.
b) Analise o outro elemento responsável pela falência das charqueadas, considerando o
contexto histórico.
09. (UFC) A indústria têxtil inglesa demandou, no século XIX, quantidades crescentes
de algodão. Provedores tradicionais dessa matéria-prima, como a Índia e o Egito, foram
substituídos pelos Estados Unidos; mas, na década de 1860, os conflitos entre o norte e
o sul desse país interromperam o fornecimento. Nessa década, o algodão se converteu
no principal produto das exportações cearenses.
Em relação ao cultivo de algodão no Ceará, em 1860, é correto afirmar que:
A) Realizou-se com a utilização, de forma generalizada, da mão-de-obra escrava.
B) foram trazidos trabalhadores das áreas de seringais decadentes, criando-se o SEMTA,
Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores do Amazonas.
C) Foi realizado com parceiros, escravos e trabalhadores livres.
D) Realizou-se a abolição prematura da escravidão, e se ofereceram salários atraentes
para os ex-escravos.
E) foi introduzido por imigrantes norte-americanos, provenientes das áreas algodoeiras.
10. (UNIFOR) A economia cearense foi marcada por dois grandes ciclos econômicos: o Ciclo
do Gado (séculos XVIII e XIX) e o Ciclo do Algodão (séculos XIX e XX). Marque a alterativa
correta
quanto à história econômica do Ceará:
a) O algodão ocupou um papel secundário na economia cearense, muito mais vinculada à
pecuária. Neste sentido, as conseqüências econômicas do comércio algodoeiro foram quase
imperceptíveis, principalmente em Fortaleza.
b) Com a riqueza do algodão, a cidade de Aracati, com seu porto natural na foz do rio
Jaguaribe, tornouse a principal cidade cearense.
c) A pecuária extensiva foi a responsável pela ocupação dos sertões do Ceará, principalmente ao
longo dos grandes rios e dos vales úmidos.
d) A cidade de Fortaleza foi o centro da produção pecuarista cearense, tornandose a “capital do
couro”.
e) A pecuária extensiva cearense localizavase no litoral, às margens das praias, já que o interior
era muito seco e impróprio para o gado.
11. (UFC) O contato dos indígenas "cearenses" com os invasores europeus contribuiu
para:
a) o fortalecimento da identidade étnico-cultural dos indígenas diante da superioridade
da cultura européia.
b) a coesão social entre as diversas tribos indígenas através dos aldeamentos.
c) o fortalecimento da cultura indígena dos aldeamentos jesuíticos.
d) o processo de perda da identidade cultural dos indígenas.
e) que os missionários católicos evitassem o genocídio e o etnocídio dos indígenas no
Ceará.
14. (UECE) As três vilas mais importantes do Ceará no Período da Pecuária (1720-
1790) eram:
A)Aracati, Sobral e Icó
B)Sobral, Icó e Fortaleza
C)Aquiraz, Fortaleza e Icó
D)Icó, Aracati e Fortaleza
15. "Na manhã do dia 11, Pereira Filgueiras, após reunir seus soldados e cercar as
principais estradas do Grato, invade a vila, restabelecendo a antiga ordem. Homens
armados, cavalos correndo, poeira, ansiedade, medo. Era a repressão. O Capitão-Mor dá
vivas a Monarquia e ao Rei, no que é correspondido pêlos cratenses, alguns dos quais há
poucos dias "ferozes" republicanos (...) José Martiniano de Alencar é o único que se
dispõe a resistir, pateticamente, com uma faca. Inútil. Logo é detido. Oito dias após seu
início, a revolução pernambucana e liberal de 1817 no Ceará está derrotada." (FARIAS,
Airton de. Senador Alencar. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha. 2000. p, 34).
Sobre a participação cearense na "Revolução" pernambucana de 1817, marque a opção
errada.
a) O movimento de cunho liberal e influenciado pela Revolução Francesa e
independência dos EUA propunha a independência do Brasil.
b) Para garantir a adesão cearense, foi enviado de Pernambuco o jovem seminarista José
Martiniano de Alencar.
c) A participação cearense foi muito pequena, ficando restrita ao Cariri e à família
Alencar, chefiada por D. Bárbara de Alencar.
d) Os rebeldes cearenses, da mesma forma que os pernambucanos, acabaram fuzilados;
em praça pública.
22. (UFC) "A chamada revolução de 1832, liderada por Joaquim Pinto Madeira, coronel
que ocupava o posto de comandante de armas do Cariri cearense, melhor seria
caracterizada corno revolta, pois não traria mudanças profundas ou substanciais na
região em que se produziu" - João Alfredo Montenegro. A respeito do movimento que o
texto se refere, analise as seguintes afirmativas e marque a opção correta:
I. Reunia forças políticas em torno do movimento a favor da restauração de Pedro I.
II. Caracterizava-se por sua feição liberal à semelhança dos movimentos de 1817 e
1824.
III. Pretendia tão somente alterar a fase política do país com a proclamação da
República.
IV. Concorreu para sua eclosão a rivalidade política entre os coronéis do Crato e Jardim
que disputavam o domínio político do Cariri.
a) I e IV estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e III estão corretas.
d) II e IV estão corretas.
e) III e IV estão corretas.
29.(UFC – adaptada). “(...) A EFB (Estrada de Ferro Baturité) surge quando o Ceará
vai-se incorporando ao mercado internacional através de seus produtos (...), ora sofre as
influências do mercado externo, ora as conseqüências da política nacional e ora
interferência de fatores internos quer históricos, quer naturais”.
(Fonte FERREIRA, Benedito Genésio. A estrada de ferro de Baturité: 1870-1930.
Fortaleza: UFC/Stylus, 1989,p. 194).
Tendo como base o texto acima e os conhecimentos de História do Ceará, podemos
afirmar (marque V ou F):
a) ( ) a FFB procurava atender a demanda de transporte para o café e o algodão,
produzidos no Ceará.
b) ( ) na construção da EFB explorava-se a mão-de-obra de flagelados das secas que se
abatiam sobre o Ceará.
c) ( ) como “o sertanejo é antes de tudo um forte", nos períodos de seca, a
produtividade do seu trabalho aumentava.
d) ( ) a inserção do Ceará no mercado internacional se fazia com a produção e
comercialização de produtos primários.
e) ( ) a construção da EFB excluía o Ceará do quadro da divisão internacional do
trabalho.
31. (UECE) Sobre a abolição dos escravos no Ceará, podemos afirmar corretamente
que:
a) foi unicamente decorrente da força do movimento abolicionista local, enfrentando
proprietários de escravos e governo.
b) o aumento do tráfico interprovincial em direção ao Sul do país, a seca de 1877-1880
e o movimento abolicionista, que favorecia as fugas, fizeram com que, em 1884, poucos
escravos ainda existissem no Ceará.
c) com a abolição, a economia cearense se viu inteiramente desestruturada, já que
dependia
totalmente da mão-de-obra escrava.
d) foi com a decisiva participação do jangadeiro Dragão do Mar que a abolição no
Ceará se tornou possível, libertando milhares de negros através da compra de suas cartas
de alforria.
35. (UECE) "O binômio gado-algodão vai ter em Fortaleza seu grande centro, assim
como a cana-de-açúcar teve o Crato e a carne-de-sol teve Aracati". (SILVA, José B. da.
Os incomodados não se retiram: uma análise dos movimentos sociais em Fortaleza.
Fortaleza- Multigraf, 1992, p. 22)
A produção do algodão, no século XIX, foi de grande importância para a economia do
Ceará e para o crescimento de sua capital. Assinale a alternativa que expressa
corretamente o momento em que esta produção atinge o seu apogeu.
a) Durante o bloqueio continental imposto aos ingleses por Napoleão.
b) Durante a Guerra de Secessão nos EUA (1861-1865).
c) Logo após a transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808.
d) Com a abolição da escravatura no Ceará em 1883.
36. (UFC) Sobre a economia cearense entre os períodos colonial e imperial, marque a
opção certa.
a) O trabalho de vaqueiro no Ceará colonial era ocupado por homens livres que
recebiam salários.
b) A cultura algodoeira foi responsável pelo povoamento da terra cearense a partir do
século XVI.
c) As oficinas de charque e a comercialização da carne seca fizeram do Cariri a
principal região econômica do Ceará colonial.
d) A predominância da exportação do algodão pelo porto de Fortaleza contribuiu para
consolidar a capital como principal centro urbano do Ceará no século XIX.
e) O café no Ceará só foi cultivado nas regiões de Sobral e Camocim, e não teve
nenhuma expressividade na economia exportadora cearense do século passado.
37. “Santo, milagreiro, visionário. Charlatão, herege, coronel de batinas.Talvez não haja
em nossa história uma figura mais controvertida que Pe Cícero Romão Batista.Entre os
últimos anos do século XIX e as primeiras décadas do século passado, o patriarca de
Juazeiro envolveu-se em uma série de embates políticos e religiosos que ainda hoje
suscitam apaixonados debates.Não é ousado dizer que foi o cearense mais conhecido de
todos os tempos - sua popularidade espalhou-se por todo o país, movimentou romarias
durante décadas inteiras, foi alvo de discussões no parlamento, na imprensa e nos meios
intelectualizados, colocou a cúpula da Igreja Católica em situação delicada, acirrou
discórdias e lutas entre facções políticas.Um homem polêmico.” (Farias, Airton de.
História da sociedade cearense. Fortaleza. Livro Técnico. 2003.)
Sobre Pe. Cícero é falso afirmar:
A) A questão religiosa de juazeiro é resultado das divergências entre a postura
romanizadora da alta hierarquia da Igreja e a prática cotidiana próxima do misticismo
popular dos padres do Sertão.
B) Enquanto a devoção ao Pe. Cícero contou com apoio do coronelismo e da oligarquia
acciolyna no Ceará, Canudos sofreu repressão dos latifundiários e do estado.
C) Sua atuação política fê-lo prefeito de Juazeiro, vice-governador e deputado, o que em
boa parte era articulado por Floro Bartolomeu
D) O encontro de Lampião com Pe.Cícero provocou muita repercussão, aumentando o
preconceito contra os fiéis de Juazeiro
E) A igreja Católica, após alguma indecisão, acabou reconhecendo o milagre de Juazeiro
e a santidade de Pe. Cícero.
41 (UNIFOR) O Ceará foi palco de importantes eventos de caráter sócioreligioso, entre os
quais ressalta o
fenômeno de Juazeiro do Padre Cícero. A respeito disso, identifique a opção correta:
a) Tais eventos demonstram que o catolicismo oficial sempre reconheceu os movimentos
religiosos de caráter popular.
b) Em nenhuma circunstância houve aproveitamento político do sentimento de religiosidade de
seus seguidores.
c) Os movimentos religiosos foram resultado de uma forte e bem articulada conversão das
pessoas ao catolicismo oficial, sendo, desta maneira, exemplos da ortodoxia católica.
d) A liderança religiosa que exerceu o Padre Cícero sobre seus seguidores capacitouo a manter
sobre eles uma liderança política, coisa que fez até o final de sua vida.
e) As condições econômicas, sociais e culturais do povo cearense em nada se relacionam com
os eventos de ordem religiosa e messiânica.
42. (UECE) Sobre a política cearense, no alvorecer do século XX, é correto afirmar que:
A) caracterizou-se pelo exercício da ampla participação popular.
B) era polarizada pela disputa entre os partidos Comunista e Conservador.
C) os governadores do Estado eram nomeados pelo Imperador.
D) ao contrário dos demais Estados, aqui já havia o voto feminino.
E) foi dominada pelo grupo oligárquico de Nogueira Accioly.
43. (UECE) "O Ceará é uma terra condenada mais pela tirania dos governos do que pela
inclemência da natureza." (Fonte; TEÓFILO, Rodolfo. A seca de 1915. Fortaleza UFC,
1980. p. 31)
Esta frase, escrita em 1916, expressa uma revolta com aquilo que o autor via acontecer
no governo deste período. Marque a alternativa que indica corretamente algumas
características da política cearense na Primeira República:
a) A crítica do conservador Rodolfo Teófilo se dirigia às iniciativas democráticas e
socializantes que o governo de Franco Rabelo vinha implementando desde a queda de
Accioly em 1912.
b) O controle político era assegurado pelo domínio oligárquico e coronelista, em que se
sobressai a presença de Nogueira Accioly como principal oligarca do Estado.
c) Apesar do rígido controle oligárquico sobre o governo, havia um clima de liberdade
de expressão, em que os jornalistas e críticos do governo podiam manifestar-se sem
medo de repressão.
d) As oligarquias que se sucediam no poder tinham que enfrentar freqüentes revoltas
urbanas, como a Sedição de Juazeiro, em 1914.
49. (CEFET) A Sedição de Juazeiro caracterizou-se por ser um movimento político que:
a) promoveu a manutenção da oligarquia de Accioly no poder, com o mesmo como
Presidente do Estado do Ceará.
b) derrubou o governo de Matos Peixoto e inaugurou a Revolução Tenentista no Ceará.
c) provocou a derrubada de Franco Rabelo, e as oligarquias conservadoras voltaram a
mandar no Ceará, mas sem a liderança de Nogueira Accioly.
d) defendeu os direitos sociais das camadas mais humildes e sertanejas, gerando uma
sociedade alternativa, mais justa e humana, sob a liderança de José Lourenço.
e) ratificou a Política das Salvações no estado cearense, colocando, no controle estadual,
o democrata Liberato Barroso e pondo fim ao nepotismo da oligarquia Paula Rodrigues.
50. (UFC) "Povo cearense, começa hoje o regime de ginecocracia: às treze horas
empossar-se-á o governador eleito pelo voto das beatas inconscientes e dos padres
politiqueiros. Guardai, neste instante, um minuto de silêncio em homenagem aos mortos
da Revolução."
(SOUZA, Sirnone, As interventorias no Ceará - 1930-1935, Apud. SOUZA. Simone-
coord. História do Ceará. Fortaleza. UFC/Fundação Demócrito Rocha/Stylus
Comunicação, 1989, p, 331).
O texto acima se refere ao contexto histórico do pós-30 cearense, no qual as seguintes
forças políticas polarizaram a disputa eleitoral:
a) LEC (Liga Eleitoral Católica) e LCT (Legião Cearense do Trabalho).
b) Integralistas e Liga Eleitoral Católica.
c) Oligarquias mais tradicionais e os integralistas.
d) Círculos Operários Católicos e Legião Cearense do Trabalho.
e) Setores Liberais e Liga Eleitoral Católica.
53. Sobre o Caldeirão marque (V) para as afirmações verdadeiras e (F) para as falsas:
a) ( ) Foi um movimento messiânico chefiado pelo beato José Lourenço, paraibano,
negro, analfabeto, seguidor do Pé. Cícero.
b) ( ) A princípio, Lourenço e seus seguidores estabeleceram-se no sítio Baixa Danta,
no Crato, onde surgiu a lenda "Mansinho", o boi santo.
c) ( ) Expulsos do Baixa Danta, Lourenço estabeleceu-se no sítio Caldeirão, pertencente
a Pe. Cícero.
d) ( ) No Caldeirão imperava uma comunidade coletiva, na qual todos trabalhavam,
dividiam o produzido e seguiam orientação espiritual de Pe. Cícero e José Lourenço.
e) ( ) O crescimento do Caldeirão nos anos 30 começou a desagradar os latifundiários e
a Igreja Católica, que pedem para que as autoridades acabem com aquele antro de
"comunistas" e "fanáticos".
f) ( ) O governador cearense Menezes Pimentel, eleito pela LEC (Liga Eleitoral
Católica), foi contra a destruição do Caldeirão.
g) ( ) O Caldeirão acabou destruído pela polícia em 1936. Um seguidor de Lourenço,
Severino Tavares, depois, numa emboscada, mata alguns policiais em vingança. A
polícia, em seguida, promove um massacre aos remanescentes da comunidade (1937).
h) ( ) A destruição do Caldeirão se inseriu no contexto da perseguição aos comunistas
na Era Vargas e centralização do poder.
54. (CEFET) “Ao chegar na nova localidade, o beato José Lourenço só encontrou ‘mato
e pedra’, nada que lembrasse produção. (...) Ergueram-se pequenas casas, cercas,
barragens, armazéns (...). Passaram a cultivar cereais e frutos, e a criar diversos animais
domésticos. (...) Criou-se uma sociedade igualitária, de sistema econômico coletivo, que
impunha aos seus membros a cooperação para assegurar a existência e o
desenvolvimento, tendo como base de tudo a religião.” (Farias, Airton de. História da
sociedade cearense. Fortaleza. Livro Técnico. 2003).
O texto acima refere-se a um movimento ocorrido no Ceará:
A) Confederação do Equador
B) Sedição de Juazeiro
C) Caldeirão
D) Sedição de Pinto Madeira.
E) Batalha da borracha
55. (UECE) Na década de 40 deste século, uma grande migração de cearenses para a
Amazônia foi amplamente incentivada pelo governo federal. Assinale a alternativa que
identifica corretamente os objetivos desta migração:
a) fornecer empregos aos flagelados cearenses da seca de 1930, através da criação de
núcleos coloniais, com distribuição de terras e crédito aos colonos.
b) ocupar as áreas amazônicas ameaçadas pelo capital internacional, a Marcha para o
Oeste, e fornecer mão-de-obra para as indústrias de Manaus.
c) realizar a reforma agrária na região amazônica.
d) aliviar as pressões demográficas decorrentes do acentuado êxodo rural no Ceará e
fornecer mão-de-obra para a produção de borracha destinada aos países aliados durante
a II Guerra Mundial.
de flagelados.”
retirantes.
para a capital.
A) apenas em I e III.
B) apenas em II e III.
C) em I, II e III.
D) apenas em I e II.
60. (UFC) O "Governo dos Coronéis", que dominou a política cearense na década de 80
e nos primeiros anos da década de 1980, caracteriza-se:
a) por ser um governo que representou a continuidade das práticas efetivadas pelas
velhas-oligarquias cearenses no poder.
b) pelas práticas populares que marcaram a administração dos coronéis que estiveram
no poder durante o regime militar.
c) por ser uma administração entregue a governantes de formação militar, afirmando a
força do governo central, marcada pela tecnocracia.
d) pelo controle da política local por um segmento empresarial ligado à indústria e ao
capital financeiro.
e) pela expansão do clientelismo, mas com a introdução de uma nova forma de fazer
política, estimulando o pluripartidarismo.
61. “Essa visão pacífica e de concórdia sobre o Ceará, sem atritos, conflitos, lutas e
movimentos sociais, obviamente que não se sustenta quando se analisa amiúde a
história local (...) Em meio ao caldeirão político e cultural dos anos 60, vários cearenses
tiveram a ousadia de empunhar armas num sonho audacioso visando derrubar o sistema
capitalista vigente e possibilitar a criação de uma sociedade diferente, mais justa, digna
com os mais pobres e excluídos, e que fosse uma etapa para a implantação do
socialismo no Brasil. Os militantes desses grupos realizaram treinamentos militares,
praticaram assaltos (melhor dizendo, “ações de expropriação da burguesia” ou “ações de
resgate da riqueza que a burguesia explorava do povo”), travaram combates contra as
forças do Estado, cometeram erros e assassínios, sonharam, viveram perigosamente,
foram derrotados, torturados, mortos, achincalhado e por fim, esquecidos pelas
correntes historiográficas mais conservadoras”. In: FARIAS, Airton de. Além das
Armas: Guerrilheiros de Esquerda no Ceará Durante a Ditadura Militar. Fortaleza: Livro
Técnico, 2007.
- Sobre a Ditadura Militar no Ceará, marque a opção verdadeira:
A) Com o Golpe Militar de 1964, o governador cearense Virgílio Távora, por suas
ligações com as esquerdas e com o presidente da República João Goulart, acabou
deposto, sendo substituído por Paulo Sarasate.
B) Apesar do Golpe de 1964, a mobilização popular continuou bastante ativa no Ceará
nos anos seguintes, destacando-se o Pacto Sindical, o PCB e os estudantes, que
realizaram grandes manifestações de rua, tendo como ponto de concentração o CÉU
(Clube do Estudante Universitário).
C) As principais organizações armadas a agirem no Ceará foram Ação Libertadora
Nacional (ALN) e Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), responsáveis
por várias ações revolucionárias, como o assalto do Banco Mercantil, da Coca-cola, do
“carro pagador” do London Bank e Banco do Brasil de Maranguape, e que acabaram
desbaratadas pela repressão.
D) Ao contrário do que se pensa comumente, a repressão da Ditadura Militar no Ceará
foi branda, contando o governo com apoio de amplos setores da imprensa e sociedade
no combate à “subversão”.
64. Sobre o Ceará na segunda metade do século XIX, marque a opção falsa:
a) Nesse momento Fortaleza se consolida como principal centro urbano cearense, o que se
deveu, sobretudo, ao comércio exportador, ao êxodo rural e à política centralizadora do
Império.
b) Há uma profunda valorização da cultura e do pensamento local, opondo-se ao modelo
da Belle Époque, tido então como fruto da ação imperialista européia sobre o Ocidente.
c) Teve-se a abolição da escravatura negra, em 1884, fato dos mais exaltados na
historiografia local, apesar de o Ceará apresentar poucos cativos e estes terem um peso
pequeno na economia cearense.
d) A seca de 1877-79 assola o Ceará, aumentando a tensão social – diante disso, os setores
dominantes criaram abarracamentos, utilizaram mão-de-obra dos flagelados em
construções públicas e chegaram a pagar passagens retirando populares da província.
e) Após uma euforia inicial, quando era grande o número de voluntários para a Guerra do
Paraguai, o governo imperial passou a recrutar à força sertanejos para “defender a
Pátria”, o que gerou inúmeros conflitos e perseguições.
69 Sobre a revolta liderada por Joaquim Pinto Madeira, no Ceará, em 1831, e a relação com o
contexto político do período regencial no Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Exigiu o retorno do imperador D. Pedro I, estando alinhado aos ideais restauradores.
B) Defendeu os interesses políticos dos proprietários de terras das Vilas do Crato e Jardim.
C) Liderou e teve apoio em 1831 dos liberais envolvidos nos movimentos de 1817 e 1824.
D) Atuou em defesa da projeção política nacional do Presidente de Província do Ceará.
E) Debelou no Cariri os conflitos adversos à instauração da Regência Trina Provisória.
71 (UECE) Atente para o que se diz sobre o Forte Schoonenborch, fundado pelos
holandeses em 1649, naquela que seria a capital cearense:
I- Foi a primeira construção que irradiou o núcleo urbano de Fortaleza. Ele foi,
naquele contexto, um espaço centralizador de atividades.
II- Além de sua importância estratégico-militar, uma das suas funções era vigiar
os nativos rebeldes.
III- Depois da expulsão dos Holandeses, a Coroa Portuguesa conquistou o Forte
e rebatizou-o de Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.
73 “Desta forma, em 1924, com base no Relatório do então Diretor de Higiene Pública
do Ceará, Dr. Clóvis Barbosa de Moura, percebia-se o funcionamento de uma máquina
de controle médico na capital e no interior.”
PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza Belle Epoque: Reforma Urbana e Controle
Social (1860-1930). Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001. p. 15-122.
Atente para o que se diz acerca da criação de uma rede de controle médico no estado do
Ceará, no início da década de 1920, referida no excerto acima.
I. Análises e discursos desse porte são indicativos de que, no período em
questão, instaurava-se um movimento médico-higienista, no sentido de
operar transformações na saúde pública da capital e do interior do Ceará.
II. É plausível considerar que no Ceará, no período citado, foi difícil a aceitação
da chamada medicina científica entre a maioria da população, habituada que
estava a uma medicina, digamos, popular e mais acessível.
1-C
2 - VVFVVV
3–A
4–D
5 – VVFFVF
6–B
7–
8-B
9–C
10 – C
11 – D
12 – B
13 – VVVF
14 – A
15 – D
16 –
17 – D
18 – E
19 – A
20 – B
21 – B
22 – A
23 – E
24 – VVVFV
25 – VFVFFV
26 – C
27 – D
28 – D
29 – VVFVF
30 – D
31 – B
32 – B
33 –
34 – D
35 – B
36 – D
37 – E
38 – B
39 – D
40 – A
41 – D
42 – E
43 – B
44 - FVVFF
34 – B
46 – E
47 – C
48 – B
49 – C
50 – E
51 – B
52 – C
53 – VVVVVFVV
54 – C
55 – D
56 – C
57 – B/C
58 – D
59 – VVVV
60 – C
61 – C
62 – C
63 – C
64 – B
65- C
66 - A
68 - A
69 –A
70 - C
71 – D
72 – D
73 – C
74 B
A pecuária, entre o século XVII e início do século XIX, foi uma das atividades econômicas decisivas
para o processo de ocupação do Ceará. Acerca da ocupação da capitania do Ceará é correto afirmar que:
A)
Houve distribuição em partes iguais das sesmarias na capitania do Ceará.
B)
Territórios e culturas indígenas foram beneficiadas com a criação do gado.
C)
Habitantes de outras capitanias eram os principais donos de terras no Ceará.
D)
Foi marcada por conflitos entre os povos indígenas, europeus e fazendeiros.
E)
Com apoio de Pernambuco, o Capitão-mor do Ceará, age contra o extermínio indígen
Sobre as transformações urbanas e sociais ocorridas em Fortaleza na segunda metade do século XIX, é
correto afirmar que:
A)
As intervenções para ampliação dos logradouros facilitaram a ocorrência de manifestações políticas e
partidárias em locais públicos.
B)
O planejamento urbano da cidade de Fortaleza, o plano em xadrez para as ruas, ocorreu devido às
ações políticas de comerciantes.
C)
As plantas do engenheiro Adolfo Herbster, de 1875 e 1888, não tinham como perspectivas de
ampliação as áreas despovoadas da cidade.
D)
A abertura das avenidas Dom Manuel (denominada
Boulevard
da Conceição), do Imperador e Duque
de Caxias são símbolos das disputas entre o saber médico e o poder público.
E)
Os projetos arquitetônicos de Adolfo Herbster visavam o alinhamento de ruas e casas, e a abertura de
avenidas para o ordenamento do espaço urbano e o controle socia
Sobre a história e as práticas culturais dos povos indígenas no Ceará é correto afirmar que:
A)
A criação das vilas de índios no Siará Grande, após a expulsão dos jesuítas (1759), unificou a cultura
indígena.
B)
A regularização das suas terras e o reconhecimento da identidade cultural dos índios ocorreu no século
XIX.
C)
Os aldeamentos missionários no Siará Grande, século XVIII, extinguiram os costumes dos indígenas.
D)
Os índios Jenipapo-Kanindé (Aquiraz) produzem o mocororó, uma bebida sagrada feita do caju, para
o ritual do Toré.
E)
Os empreendimentos industriais, portuários e imobiliários nas terras indígenas beneficiam sua
economia e seus hábitos culturais.
“I- Fica organizada, nesta cidade de Fortaleza, capital da Terra da Luz, antigo Siará Grande, uma
sociedade de rapazes de Lettras e Artes denominada – Padaria Espiritual, cujo fim é fornecer pão de
espírito aos socios em particular e aos povos em geral. (...) XXVIII- Será punido com expulsão
immediata e sem apello o Padeiro que recitar ao piano. (...)”.
O Pão...da Padaria Espiritual
(1892; 1895-1896). Edição Fac-similar.
Fortaleza: Edições UFC; Academia Cearense de Letras, 1982, p. V-VI.
Os artigos I e XXVIII, dentre outros, do Programa de Instalação da Padaria Espiritual (1892), refletem os
propósitos literários e sociais da Padaria Espiritual, dos seus sócios, os Padeiros, para a capital cearense.
Sobre a atuação desse grupo literário é correto afirmar que:
A)
A publicação do jornal
O Pão
, em 1892, propagou as ideias irreverentes dos Padeiros.
B)
Os sócios da Padaria Espiritual manifestavam ideias contrárias à cultura popular.
C)
Os Padeiros dentre eles, Antônio Sales, representavam a burguesia cearense.
D)
A Padaria Espiritual exaltava o regime monárquico em suas publicações.
E)
Os Padeiros divulgavam e eram influenciados pela língua estrangeira
Os Tremembé estão entre os grupos indígenas que ‘reaparecem’ no cenário cearense, desde a década
de
80, após mais de cem anos da propaganda de ‘extinção’ oficial dos índios no Ceará. Quem fala em
Tremembé, geralmente se refere à população indígena que mora em Almofala, local de um aldeamento
do século XVIII e que hoje é distrito do município de Itarema, situado a 270 km de Fortaleza. (...)”.
RATTS, Alex.
Traços étnicos
: espacialidades e culturas negras e indígenas. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult, 2009, p.25.
Sobre os Tremembé de Almofala e a luta pela terra, entre as décadas de 1980 e 2000, é correto afirmar
que:
A)
Os Tremembé de Almofala não são reconhecidos oficialmente, pela FUNAI, como índios.
B)
A população indígena Tremembé, em Almofala, nega sua identidade territorial e indígena.
C)
A luta dos índios Tremembé pela terra tem como referência a área do antigo aldeamento.
D)
A dança do Torém dos índios Tremembé foi extinta pelos posseiros da região após conflitos territoriais
E)
A mobilização pela demarcação de terras dos Tremembé de Almofala acontece entre os índios mais
velhos
A história política do Ceará nas primeiras décadas do período Republicano é assinalada pelo governo
oligárquico de Antonio Pinto Nogueira Accioly. Marque o item que caracteriza corretamente as práticas
políticas da oligarquia Aciolina no Ceará, nesse período.
A)
Accioly foi eleito três vezes presidente do Ceará através de processos eleitorais populares e
democráticos.
B)
A iluminação pública e o saneamento da capital cearense foram umas das estratégias políticas e
administrativas de Accioly.
C)
Após Accioly ter perdido o governo do Ceará, o grupo político de Franco Rabelo enfrentou os
apoiadores do ex-presidente.
D)
O dois últimos mandatos governamentais sucessivos de Accioly, 1904-1908 e 1908-1912, ocorreram
amparados na Constituição Federal.
E)
Padre Cícero e Floro Bartolomeu, em Juazeiro do Norte no Ceará, eram a favor do fortalecimento de
Franco Rabelo, após a queda de Accioly.
No período colonial, o Ceará se destacou como importante produtor de carne seca. Sobre esta produção, é
correto afirmar:
A)
Aracati exportava carne seca para os EUA.
B)
a cidade de Aracati era a principal produtora de carne seca.
C)
Fortaleza, como capital, promovia a festa das charqueadas.
D)
Fortaleza se torna capital por causa da sua produção de carne seca.
E)
em Fortaleza, as charqueadas se relacionam com a produção de algodão e carne seca
“Esse tipo de sociabilidade de elite, fundada sobre pequenos círculos, grêmios ou associações, voltada
para a discussão e o lazer em torno de temas importante para aqueles contemporâneos, marcou
definitivamente a produção intelectual cearense (...). [Esses] círculos [constituíam] espaço privilegiado
para a discussão filosófica, literária, política e, inclusive, para o lazer.”
(AMARAL, Eduardo Lúcio Guilherme.
Barão de Studart
– memória da distinção. Fortaleza: Museu do Ceará, 2002. p. 10-11.)
A partir da leitura do texto acima sobre as elites letradas de Fortaleza no final do século XIX,
compreende-se corretamente que o saber e o conhecimento:
A)
existiam somente na universidade.
B)
estavam dissociados da vida política.
C)
constituíam símbolos de distinção social.
D)
eram vistos como irrelevantes para a sociedade.
E)
eram secundários em relação à diversão e às festas.
“Tempo, espaço, memória imbricam-se no Centro. Parte expressiva de nossas referências identitárias
está
contida em suas ruas, casarões, edifícios, paisagens, pregões, cheiros e ruídos. [...] Sem ele a história
de Fortaleza apresenta um vácuo, uma enorme lacuna temporal. Não existe uma cidade nova. O que há,
na verdade, é uma cidade que migra, orientando, fortemente, novos investimentos para outras direções.
Neste processo, vai consumindo paisagens, construindo e destruindo patrimônios naturais e edificados,
engolindo novos espaços, criando outros. Em seu rastro, a sensação de abandono. A busca do novo, do
inusitado, não implica a ausência de requalificação e refuncionalidade do Centro Histórico”. (
Nas
trilhas da cidade.
2. ed. Fortaleza: Museu do Ceará, 2005, p. 39-40).
Partindo desse texto do geógrafo José Borzacchiello da Silva, conclui-se que:
A)
as migrações de contingentes do interior do estado para Fortaleza provocaram o declínio do centro
urbano.
B)
o patrimônio cultural e os marcos de memória situados no centro têm relação apenas com o passado
da cidade.
C)
a degradação da região central é uma conseqüência irreversível da modernização de Fortaleza nas
últimas décadas.
D)
a transformação do espaço urbano precisa voltar-se, de preferência, para o investimento maciço em
novas áreas, sem vínculo com o centro.
E)
o centro deve ser preservado e valorizado, pois constitui um espaço de importância simbólica e
socioeconômica para os habitantes de Fortaleza.
O tombamento e a restauração do Passeio Público, cuja construção data do final do século XIX,
justifica-se:
A)
pela preservação da memória do Exército que ocupa essa área desde o período colonial.
B)
por sua história, pois constituiu um espaço de resistência dos negros que ali organizaram um
quilombo.
C)
por constituir patrimônio cultural edificado da cidade que guarda marcas da ocupação do espaço urbano.
D)
pelo apelo do setor imobiliário, já que essa área vem se valorizando a partir da construção de
residências modernas em seu entorno.
E)
pela importância simbólica que tem para a população de Fortaleza, pois tem servido como palco para
manifestações políticas desde a República Velha
15
UNIFOR – Processo Seletivo 2013.2 – 1ª Fase
UNIFOR
Questão 32
Questão 33
Quadro de Raimundo Cela, retratando a abolição no Ceará.
Em 25 de março de 1884, o presidente da
província do Ceará declarou a abolição da
escravatura em todo o seu território. O Estado
entrou para a história por ter sido o primeiro a
acabar, ao menos oficialmente, com o trabalho
escravo no País. Analise as afirmativas abaixo, a
respeito desse assunto.
I.
Nos anos que antecederam a abolição
no Ceará, várias entidades de apoio ao
movimento foram criadas no estado, dentre
elas a Sociedade Cearense Libertadora.
II.
A antecipação da libertação dos escravos no
Ceará deveu-se ao fato de ser o segundo
estado nordestino com maior quantidade de
negros escravos.
III.
O jangadeiro Francisco José do Nascimento,
conhecido como Dragão do Mar, notabilizou-
se por traficar escravos fugitivos para o sul
do País.
IV.
Embora o estado do Ceará tenha abolido
a escravatura quatro anos antes da Lei
Áurea, o município de Acarape já havia se
antecipado e libertado seus escravos.
V.
O movimento abolicionista no Ceará foi
impulsionado pelo alto preço dos escravos
nas províncias cafeeiras do Sul do país,
para onde o estado exportava escravos.
Acerca dessas afirmativas, assinale o item
CORRETO:
(A)
São verdadeiras apenas I, IV e V.
(B)
São verdadeiras apenas II, III e IV.
(C)
São verdadeiras apenas I, II e III
(D)
São verdadeiras apenas I, II e IV.
(E)
São verdadeiras apenas III, IV e V.
“
Atribuir a funda
ção do Ceará/Fortaleza a Martim Soares Moreno/Matias Beck é incorrer num
anacronismo, ou seja, é um erro em cronologia, expresso na falta de alinhamento temporal. (...)
Dizer
que Moreno ou Beck são os fundadores destas terras é algo totalmente artificial,
simplesmente porque,
no século XVI, lusitanos e holandeses não estiveram aqui para fundar cidades, mas com a
intenção
clara de explorar a terra.
”
Por esse fragmento e pelos dados da tabela
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A)
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quista foram em vão, uma vez que não se sabe quem, realmente, fundou
Fortaleza.
B)
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interpretações da História.
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ergueu o forte
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do rio Ceará (atual Barra do Ceará).
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ortaleza surgiu espontaneamente, aos poucos, não sendo fruto da ação intencional de uma
única
pessoa em determinada data.
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data oficial da fundação é 1654, porque o forte Sc
hoonenborch foi renomeado “Fortaleza de
Nossa Senhora da Assunção”, nome oficial de Fortalez
Muitos historiadores pesquisam, por meio de documentação, as origens dos lugares. Muitos
ficcionistas
utilizam
-
se de tais dados, para reinventarem e recriare
m os lugares, como foi o caso de José de
Alencar, no romance
Iracema
. Para caracterizar a gênese do povo cearense, Alencar levou em
consideração os seguintes dados históricos:
A)
1603
–
Pero Coelho e os índios.
B)
1649
–
Matias Beck e os holandeses.
C)
165
4
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s portugueses e os potiguare
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D)
1611
–
Martim Soares Moreno e os tabajaras.
E)
1644
–
O
s indígenas de Acaracu e de Porangaba
“Atribuir a fundação do Ceará/Fortaleza a Martim Soares Moreno/Matias Beck é incorrer num
anacronismo, ou seja, é um erro em cronologia, expresso na falta de alinhamento temporal. (...) Dizer que
Moreno ou Beck são os fundadores destas terras é algo totalmente artificial, simplesmente porque, no
século XVI, lusitanos e holandeses não estiveram aqui para fundar cidades, mas com a intenção clara de
explorar a terra.”
Por esse fragmento e pelos dados da tabela da página anterior, podemos deduzir corretamente que:
A) as tentativas de conquista foram em vão, uma vez que não se sabe quem, realmente, fundou Fortaleza.
B) o conceito de fundação de uma cidade deve ser preciso, porque não pode haver muitas interpretações
da História.
C) pelas datas, quem fundou Fortaleza foi Pero Coelho, porque ergueu o forte São Tiago, às margens do
rio Ceará (atual Barra do Ceará).
D) Fortaleza surgiu espontaneamente, aos poucos, não sendo fruto da ação intencional de uma única
pessoa em determinada data.
E) a data oficial da fundação é 1654, porque o forte Schoonenborch foi renomeado “Fortaleza de Nossa
Senhora da Assunção”, nome oficial de Fortaleza.
Muitos historiadores pesquisam, por meio de documentação, as origens dos lugares. Muitos ficcionistas
utilizam-se de tais dados, para reinventarem e recriarem os lugares, como foi o caso de José de Alencar,
no romance Iracema. Para caracterizar a gênese do povo cearense, Alencar levou em consideração os
seguintes dados históricos:
A) 1603 – Pero Coelho e os índios.
B) 1649 – Matias Beck e os holandeses.
C) 1654 – Os portugueses e os potiguares.
D) 1611 – Martim Soares Moreno e os tabajaras.
E) 1644 – Os indígenas de Acaracu e de Porangaba.
“A Coroa Portuguesa também desejava fazer do Ceará/Fortaleza uma base de apoio logístico,
objetivando a expulsão dos franceses do Maranhão e a conquista do norte brasileiro, ainda não ocupado
de forma produtiva – o Ceará seria um ponto estratégico ligando o litoral leste (de Pernambuco a Bahia)
ao atual Norte do Brasil. Não é por acaso que o começo da história oficial cearense girou em torno de
fortes, os quais se situavam, na maioria das vezes, na porção média (no meio) do litoral, evidenciando o
papel logístico-defensivo (basta perceber a localização de Fortaleza, que divide o litoral do Ceará em
dois).”
Pela leitura do texto, podemos inferir que o povoamento onde hoje é Fortaleza:
A) dividiu o território brasileiro em dois.
B) foi uma questão de honra para os portugueses.
C) deveu-se a uma cláusula do Tratado de Tordesilhas.
D) evidenciou o papel de destaque na formação do Brasil.
E) foi estrategicamente delineado pela centralidade de seu território.
“A fortaleza, de onde a Vila recebe a denominação, fica sobre uma colina de areia, próxima às moradas e
consiste num baluarte de areia ou terra, do lado do mar, e uma paliçada, enterrada no solo, para o lado da
Vila, contém quatro peças de canhão, de vários calibres, apontadas para muitas direções. Notei que a peça
de maior força estava voltada para a Vila.”
SILVA E FILHO, Antonio Luiz Macêdo e. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará, 2004. p. 32.
Na cidade de Fortaleza, no final do século XIX e início do século XX, observamos um processo de
reformas urbanas com o intuito de disciplinar o seu crescimento. Nesse período, o poder público local
identificou uma gama de problemas sociais enfrentados pela cidade. Sobre as ações de disciplinamento do
espaço urbano, desenvolvidas pelos poderes instituídos, no período citado, podemos afirmar que:
A) provocaram uma diminuição do crescimento populacional de Fortaleza.
B) não evidenciaram preocupação com a remodelação de praças e avenidas citadinas.
C) negavam o padrão de modernização urbana capitalista da Europa Ocidental.
D) os valores culturais da sociedade colonial serviam de base para o processo de urbanização local.
E) buscavam controlar e combater a prostituição e mendicância existentes em Fortaleza.
“A cidade de Fortaleza, em princípios da década de 1940, distanciava-se, consideravelmente, da Fortaleza
do começo do século, tanto em aspecto físico, quanto material.”
SOUZA, Simone de; NEVES, Frederico de Castro (organizadores); SILVA, Jane D. Semeão e.
Comportamento feminino em Fortaleza. Entre o tradicional e o moderno durante a
2ª Guerra Mundial (1939-1945). Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2002. p. 17.
Os anos de 1940, em Fortaleza, são notórios de uma cidade marcada pelo(a):
A) menosprezo da tecnologia capitalista e diminuição do crescimento comercial.
B) processo de modernização urbana e influência da cultura americana no cotidiano da cidade.
C) impedimento, por parte do poder público, da difusão de hábitos e costumes norte-americanos, nos
espaços citadinos de lazer.
D) modelo de organização do espaço urbano propagado pelo regime monárquico no Brasil.
E) perda da hegemonia da capital, na perspectiva de centro comercial do Estado do Ceará.
O Brasil, durante os anos 1980 do século XX, vivia sob os auspícios da Ditadura Militar, num momento
em que a população reivindicava eleições diretas para Presidente do Brasil. Na cidade de Fortaleza, no
ano de 1985, a respeito da disputa da eleição municipal para a Prefeitura da cidade, podemos identificar
mudanças relevantes no cenário político e partidário local. Com relação ao referido período, é correto
afirmar que:
A) Tasso Jereissati, candidato do PMDB, venceu as eleições municipais e assumiu a Prefeitura de
Fortaleza.
B) o Regime Militar anulou a eleição municipal e nomeou um interventor, para dirigir a cidade de
Fortaleza.
C) Maria Luíza Fontenele, candidata do Partido dos Trabalhadores, venceu a eleição municipal e tornou-
se a primeira mulher a assumir a Prefeitura de uma capital no Brasil.
D) o resultado da eleição de 1985 consagrou a força da Ditadura Militar, no âmbito da gestão municipal
de Fortaleza.
E) a eleição municipal de 1985 propiciou um enfraquecimento do Partido dos Trabalhadores no cenário
político local.
A capital cearense é hoje uma cidade grande e moderna, com muitas empresas, uma vida cultural agitada
e uma arquitetura arrojada. As grandes mudanças ocorridas na cidade, entre 1964 e 1985, podem ser
atribuídas, principalmente:
A) à eleição de Virgílio Távora, em 1963, para governar o estado do Ceará.
B) à integração das cidades de Maracanaú e Messejana à região metropolitana da cidade.
C) à criação do Distrito Industrial de Fortaleza (DIF I).
D) à elevação da cidade à segunda maior capital do Nordeste do Brasil.
E) ao aumento desenfreado da população da cidade.
Marque V ou F
A ( ) Na Ditadura Civil-Militar (1964-85), A autonomia municipal foi mais uma vez
garantida, ante a descentralização do poder que marcou o período. Os prefeitos das
capitais e das “cidades de segurança nacional” deixaram de ser eleitos pelo voto
popular, passando a ser indicados pelos chefes do executivo estadual.
B ( ) Durante a Ditadura Militar brasileira (1964-85), diante do estrondoso déficit
habitacional e pressões populares, foram construídos conjuntos habitacionais na
capital cearense para as camadas médias baixas e mesmo populares (caso do
Conjunto José Walter, de 1970, e Conjunto Ceará, de 1977).
C ( ) O centralismo da Ditadura Civil-Militar de 64 foi terrível para os municípios.
Nem sempre as ações das gestões municipais eram o mais desejado pelos cidadãos,
em virtude da falta de canais de comunicação e da baixa representatividade dos
governantes, sem contar os casos e decisões inusitadas/clientelistas que atendiam a
interesses privados ou localizados em detrimento de propostas globais que levassem
em conta as necessidades mais grassantes da capital.
D ( ) Em 1985, foi eleita prefeita Maria Luiza Fontenelle, a primeira mulher a assumir
o executivo da cidade, no que foi apontada como uma “grande surpresa”, pois ela
derrotou os dois candidatos favoritos e contrariou até pesquisas eleitorais de opinião,
Paes de Andrade e Lúcio Alcântara.