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15 Fatos que você precisa saber sobre o

Culto Tradicional Iorubá


20.06.2016

Fê Aguiar - Ifásolá
O Culto Tradicional Iorubá cresce no Brasil. Mesmo tendo mais de 6.000 anos de
existência na África, ela ainda engatinha em território brasileiro e vai ganhando muitos
adeptos. Com o seu crescimento, aumentam também as curiosidades e as dúvidas.
Preparei uma lista com as 15 perguntas mais recorrentes feitas ao MCA. Todas as
respostas estão baseadas no que venho aprendendo dentro da minha família de
Axé. Portanto, pode ser que hajam variações em outras famílias. Também vale
lembrar, que as respostas não foram elaboradas de forma completa, elas foram
respondidas da forma mais simples e objetivas que consegui. Juro! :)

Caso você tenha mais alguma(s) dúvida(s), pode enviar nos comentários ou no e-mail.
Prometo que, o que eu não souber responder, vou buscar a ajuda dos universitários, e
aquilo que eu não puder responder... bem..., esse não tem muito o que fazer né? rs

Então vamos lá:

1. Culto de Ifá e Culto Tradicional Iorubá são a mesma coisa?

Não. O Culto de Ifá é um culto exclusivo a este Orixá. O Culto Tradicional Iorubá ou
Ìsésé Làgbá, é uma tradição que cultua vários Orixás, incluindo Ifá. No entanto, como
Ifá é o senhor da sabedoria e conhece o nosso destino, é necessário que todos, ao
ingressar no Ìsésé Làgbá, façam a iniciação em Orunmilá-Ifá.

2. Por que todas as pessoas do Culto Tradicional, precisam ser iniciadas em Ifá
Orunmilá ?

Acreditamos que Orunmilá estava presente quando recebemos o nosso destino de


Eledumare (Deus), ele é conhecido pelo iorubás como Elerí Ipin (não tenho certeza
desta grafia), ou seja, a testemunha (ou defensor) do destino humano. Ifá presencia o
nascimento de todos os seres. Ele conhece o ipin ori, destino do ori (Essência Divina), e
é capaz de sondar o futuro e orientar quem o procura.
É através da iniciação que conhecemos o nosso Odu (vamos aqui de forma
incompleta, interpretar como destino), e esse conhecimento só é possível através dessa
iniciação. Nenhum simples jogo tem a poder de revelar o nosso Odu.
A partir do conhecimento/revelação deste Odu, a pessoa recebe uma espécie de manual,
que a faz compreender as dificuldades que tem na vida, assim como recebe os seus ewós
pessoais e a prescrição de iniciação em alguns Orixás. Tudo isso tem um único objetivo:
Que cada pessoa, individualmente, receba ferramentas e instruções para que consiga
cumprir o seu predestino/missão com louvor. Em minha família não há entrega de
diplomas após o Itefá e a nenhuma iniciação.

Só gostaria de lembrar, que acreditamos que todos nascemos para ser felizes.

3. As pessoas no Culto Tradicional Iorubá se iniciam em mais de um Orixá?

Sim. Durante o ritual de Itefá, através do Odu revelado, o Bàbálawo prescreve quais são
orixás que aquela pessoa precisa em sua vida e deve se iniciar. A quantidade varia de
pessoa para pessoa, não há regras para a quantidade dentro da nossa família. Para que
você possa entender melhor, vou dar um exemplo fictício. Suponhamos que Ifá revele
no seu Odu que durante a sua vida você tem tudo para ser um brilhante médico, no
entanto, a sua essência, a que nasceu com você, não tem foco e nem disciplina para o
estudo, e sabemos que isso será necessário. Ifá na sua sabedoria irá prescrever Orixás
como Oxóssi, Ogum, Erinlé ou Akogun, obviamente de acordo com o Odu
revelado. Ainda poderá prescrever Ossoin, por ser o grande Orixá e patrono da
medicina.
Isso significa que você não conseguiria caso não fizesse as iniciações?
Não. Mas com toda certeza que seria bem mais difícil.

4. Onde ficam os assentamentos dos Orixás após a iniciação?


Com você. No Culto reconhecemos que Orixá é uma energia que deve ser cultuada
todos os dias e JAMAIS faria mal a um filho(a), e que, não há lugar no mundo melhor
para o seu assentamento ficar do que perto de você. Justamente para que dia após dia,
a ligação energética aumente e crie um lindo vínculo. Você irá aprender a cuidar de
todos os assentamento em casa. Apenas em rituais específicos, você levará o seu ibá até
a sua casa de axé e depois ele voltará para casa. Te garanto que quando você volta para
casa sem ele, se houver necessidade, parece que você deixou um pedaço seu para trás.

5. Os assentamentos podem ser visto por todos.

Com excessão de alguns assentamentos, que exigem iniciação como Egungun e Ìyá Mi,
por exemplo, a maioria dos ibás podem ser vistos, por iniciados e não iniciados. É
permitido que a pessoa converse, reze diante do Ibá. Em minha família, eles
normalmente ficam expostos em um salão, com todos os orixás da casa reunidos. O
Culto compreende que a energia e o axé de um Orixá não deve ser privado a ninguém
que o busque.

Lindo né? Eu acho.

6. Cargos e Hierarquia

Dentro da minha família de axé, não há cargos que fazem um filho de santo ser superior
ou inferior ao outro. Não interessa se você tem 50 anos de casa ou algumas horas, todos
sentarão na mesma mesa, inclusive, na mesma mesa que o Sacerdote ou Sacerdotiza.
Todos trocam bençãos. Nenhuma missão de vida é melhor do que outra, nenhum Orixá
é melhor do que o outro, portanto, não há nenhum tipo de hierarquia dentro da
totalidade da casa, que não seja o do Bàbálòrìsá ou da Ìyálòrìsá.

É apenas importante dizer que existe o reconhecimento ao princípio da senioridade, que


legitima a supremacia do mais velho em nome de sua sabedoria, ou seja, a sabedoria
dentro do culto e filosofia iorubana e o caráter (ìwá). Não adianta ter dezenas de anos
de iniciação, pois esse tempo não é reconhecido. O tempo de iniciação e culto faz
apenas com que a comunidade cobre da pessoa atitudes coerentes diante da filosofia.

Colocamos a cabeça no chão para os Sacerdotes, que são nossos orientadores de


caminhada, em agradecimento a Mãe Terra pela existência deles em nossas vidas. Não
falamos com eles abaixados, não abaixamos a cabeça quando passamos diante deles e
sempre o olhamos nos olhos, não como afronta, mas sim como transparência. Só para
ficar bem gravadinho vou repetir: Nenhuma missão de vida é melhor do que a outra.

7. O uso das vestimentas

Dentro do Culto não há restrições quanto ao uso de uma determinada roupa ou tecido.
Todas as pessoas são livres para usar a roupa que quiserem independente do tempo que
esteja frequentando a casa. A única exigência feita é o bom senso com relação ao
tamanho das roupas e decotes. Algumas roupas são inapropriadas para qualquer tipo de
prática religiosa, não é mesmo?

8. A existência de palestras

Uma das finalidades do Culto Tradicional Iorubá é fazer com que as pessoas sejam
melhores, como ser humano, todos os dias, e isso acaba sendo refletido na sua casa, no
seu trabalho e na sua comunidade. Portanto em nossa família os sacerdotes fazem
palestras de variados assuntos, no intuito de ensinar a prática religiosa e de promover a
reflexão dos adeptos, dentro da filosofia iorubá. Fortalecer Ori. Eu particularmente
adoro!

9. Existem ewós (quizilas/restrições) pessoais para serem seguidas durante toda a vida.

Após a iniciação de Orunmilá, Ifá revela o Odu pessoal, assim como os ewós do
iniciado. Esses ewós podem ser diversificados, como a restrição do uso de cores,
restrições alimentares, restrições de comportamento, a privação de possuir algo e até
mesmo o aconselhamento de ter algo. De maneira bem simples, até porque esse tema
pode render um grande texto, os ewós estão ligados diretamente a energias que podem
fazer mal a pessoa e até mesmo tirá-la do seu predestino. Não conheço nenhum iniciado
em Ifá que não recebeu um ewó à cumprir.

10. Não há Ogan

O cargo de Ogan não existe dentro do Ìsésé Làgbá, existe o Onilù, o Senhor do Tambor.
O Onilù é um sacerdote. Há uma iniciação específica para este fim, muitas vezes
indicada por Ifá. Após a iniciação ele recebe um tambor que passa a ser seu amigo
inseparável, o tambor na verdade é um assentamento de Orixá, o nome desse Orixá é
Ayan (lê-se Aion), e possui os seus segredos. Mesmo que um homem seja Onilù, ainda
assim ele é como todos os filhos da casa e não possui nenhum tipo de regalia.
Obviamente ele possui uma honra, pois é lindo demais o som do tambor e a sua
cadência. O atabaque existe, mas não é obrigatório, no culto ele acompanha o tambor.

11. A independência dos Filhos de Santo

Os Sacerdotes ou Sacerdotisas tem a função de orientar e ensinar os filhos da casa a se


comunicarem com seus Orixás. Os iniciados em Orixá podem aprender a jogar o
Erindilogun ( jogo de búzios com os 16 odus) e obi, e assim se comunicarem com os
Orixás. Aprendemos a fazer oferendas (sem ejé), banhos e práticas religiosas. Cada
filho é responsável em dar osé em seus assentamentos assim como o de manter o axé. O
Bàbálòrìsá ou a Ìyálòrìsá, serão sempre orientadores nos momentos em que não nos
sentirmos capazes, seguros ou em casos que especificamente não estamos capacitados a
resolver. Nos rituais que envolvem ejé os Sacerdotes são essenciais.

O conhecimento e prática diária é incitado à todos.

12. Casais podem cultuar juntos?

Sim. Casais podem até ser iniciados juntos, assim como podem fazer bori juntos,
sentar na mesma esteira, pegar nos ilekés um do outro e podem até dar osé em um
assentamento do marido ou esposa caso seja necessário.

13. A existência de abiãns

Dentro da casa somos todos cultuadores de Orixá. Não existe nenhuma separação de
iniciados e não iniciados, a não ser em alguns rituais específicos. No entanto, esses
poucos rituais, não geram segregação entre os filhos da casa. Todos
podem comer de garfo e faca e se sentam em cadeiras.
14. Quase todas as pessoas passam pela experiência de possessão pelo menos uma vez
na vida.

Aviso aos "não virantes". No Culto não afirmamos que uma pessoa jamais vai passar
pela experiência de possessão. Há Onilùs que tem possessão e não existe o cargo de
Ekede. Quem cuida das pessoas durante o estado de possessão? Todos cuidam um dos
outros. No processo iniciático há um determinado momento em que a grande maioria
das pessoas passa pela experiência da possessão. Pode ser que aconteça uma única vez e
nunca mais volte acontecer, mas é raro uma pessoa passar imune por essa experiência.

15. Ifá é para todos, mas nem todos são para Ifá.

Às vezes eu brinco com alguns irmãos da minha casa dizendo: "Você tem 5 minutinhos
para a palavra de Ifá ?" Apesar de ser uma brincadeira, eu quero no fundo falar sobre o
código de ética do Culto. Ser iniciado em Ifá, assim como pertencer ao Culto
Tradicional Iorubá é um grande desafio e comprometimento a ser uma pessoa melhor
todos os dias, não se trata apenas em receber um pulseira verde e marrom no ritual de
Borí do Culto Tradicional, como muitos estão acreditando e sendo enganadas por falsos
Bàbálawo.
A iniciação puramente por ela, não muda a pessoa para sempre, se ela não souber
manter o axé que recebeu vivo dentro dela. Atitudes, ações e até pensamentos podem
fazer com que o iniciado perca o axé que recebeu.

Ser iniciado em Ifá, é uma honra indescritível, por que vai além do que as palavras são
capazes de transmitir. É o mesmo que tentar descrever o amor de mãe. As palavras
jamais chegarão perto por mais lindas que sejam. Fazer o Itefá é uma nova
oportunidade de dar certo na vida, mas dessa vez com uma bússola. Mesmo assim ainda
há pessoas que desperdiçam e não honram o axé que receberam.
A verdade é que diariamente estamos empenhados em sermos a melhor versão de nós
mesmos.

Ire O

Ifasolá

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