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Os cigarros eletrônicos têm ganhado popularidade nos últimos anos, principalmente entre a
população mais jovem e os fumantes que desejam uma forma menos nociva de consumir a
nicotina. Mesmo no Brasil, onde o e-cigarro tem a sua comercialização proibida*, o produto tem
gerado muita curiosidade e angariado adeptos, que adquirem o dispositivo através da Internet ou
em viagens a países que permitem a sua venda, tais como Estados Unidos, França, Itália ou
Portugal.
* No Brasil, a lei não permite a produção e a comercialização dos cigarros eletrônicos, mas o seu
uso não é considerado crime.
Neste artigo vamos fornecer uma visão geral sobre o cigarro eletrônico, incluindo informações
sobre os diferentes tipos de dispositivos, efeitos adversos para a saúde, uso como tratamento para
parar de fumar e o seu impacto sobre a saúde pública.
Se você procura informações sobre os malefícios do cigarro comum, não deixe de ler também os
seguintes artigos:
Inicialmente, os cigarros eletrônicos eram produzido por pequenas empresas, mas já há alguns
anos, de olho no rápido crescimento desses produtos, as grandes empresas de tabaco adquiriram e
passaram a desenvolver também essa forma de cigarro.
Os cigarros eletrônicos consistem em:
Com o passar dos anos, a tecnologia por trás dos cigarros eletrônico evoluiu. Atualmente, a maioria
dos e-cigarros tem uma aparência mais parecida com a de uma grande caneta. Eles possuem
baterias de longa duração, que podem ser recarregadas, reservatórios de líquido que podem ser
reabastecidos, reguladores para controlar a quantidade de vapor e a temperatura do atomizador,
luz LED e uma grande variedade de opções em relação a cores e aparência do e-cigarro, como
pode ser visto na imagem mais abaixo.
A maior parte dos líquidos à venda são compostos por nicotina (existem também e-líquidos sem
nicotina), propilenoglicol (glicerol) e aromas. Porém, uma grande variedade de outras
substâncias já foram identificadas, tais como estanho, chumbo, níquel, crômio, nitrosaminas e
compostos fenólicos, alguns destes com potencial carcinogênico, conforme veremos mais à frente
CIGARRO ELETRÔNICO FAZ MAL? Conheça os Riscos e Benefícios https://www.printfriendly.com/p/g/kGGAde
Por ser um produto relativamente novo e que passou a receber atenção dos órgãos
governamentais somente recentemente, não há ainda grandes estudos científicos sobre as
consequências do uso prolongado do e-cigarro. Apesar de teoricamente ser mais seguro que o
cigarro comum, não há evidencias científicas que confirmem essa suposta maior segurança. Esse é
o motivo pelo qual países como Brasil, Áustria, Argentina, Canadá e Colômbia não permitem a sua
comercialização. Outros, como Austrália, Dinamarca, Bélgica e Austrália só permitem a venda de
cigarros eletrônicos sem nicotina.
Nicotina
A nicotina, por exemplo, é uma substância, que além de altamente viciante, também causa danos à
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saúde. Pessoas que fumam cigarros eletrônicos conseguem inalar quantidades de nicotina muito
parecidas com aquelas inaladas nos cigarros comuns.
Como muitos cigarros eletrônicos são ativados pela inalação, é muito fácil para uma criança,
querendo imitar os pais, conseguir fumar um cigarro eletrônico. Esse é um dos motivos pelo qual
alguns países estão exigindo que os e-cigarros venham com algum tipo de lacre de segurança
contra o uso acidental por parte das crianças.
Substâncias carcinogênicas
Como já referido anteriormente, várias das substâncias carcinogênicas do cigarro convencional
podem ser encontradas em algumas marcas de e-cigarro.
Um estudo de 2014 descobriu que o aerossol produzido a partir dos cigarros eletrônicos com maior
potência do atomizador continha grandes quantidades de formaldeído e acetaldeído, que
são agentes com o potencial de causar câncer.
Além disso, algumas marcas de cigarro eletrônico utilizam o diacetil, que é um produto químico
com sabor amanteigado, frequentemente presente nas pipocas de microondas, que estão
associados a uma grave e irreversível lesão do pulmão, vulgarmente conhecida como “pulmão da
pipoca” ou “doença da pipoca de microondas”.
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Estudos em animais e em laboratórios sugerem que mesmo os cigarros eletrônicos sem nicotina
podem fazer mal aos pulmões. Esses trabalham mostraram que o vapor inalado irrita as células e
atrapalha o bom funcionamento dos tecidos e cílios do tecido da árvore respiratória.
Algumas das vantagens dos cigarros eletrônicos em relação ao cigarro tradicional são:
Exposição a menos substâncias químicas tóxicas, ainda que haja substâncias tóxicas no
e-cigarro.
Não deixa os dentes amarelados.
Não provoca mau cheiro.
É menos poluente.
É mais barato.
O fumo passivo parece ser menos tóxico.
Parece haver um menor risco de doenças pulmonares, apesar de haver riscos.
Ainda que existam algumas vantagens, por tudo o que foi exposto até aqui, a imensa maioria dos
médicos e das associações médicas não recomenda o cigarro eletrônico como forma de tratamento
para o tabagismo por conta de 4 problemas:
1- Os cigarros eletrônicos aparentemente não são produtos isentos de toxicidade. Há opções mais
seguras e com maior embasamento científico, como fármacos e chicletes ou adesivos de nicotina.
2- As pessoas que usam o e-cigarro até diminuem o consumo de cigarros tradicionais, mas um
estudo de 2013 mostrou que 77% dos usuários do cigarro eletrônico continuam a fumar cigarros
comuns. Em muitos casos, o consumo de nicotina não é reduzido e o paciente continua tão
viciando quanto antes.
3- Não há conhecimento científico adequado sobre esse produto. Não sabemos se a longo prazo o
cigarro eletrônico é realmente mais seguro que os cigarros convencionais.
4- O estímulo ao uso do cigarro eletrônico pode, após anos de queda consistente, devido às
campanhas anti-tabágicas, provocar um aumento no número de pessoas viciadas em nicotina. A
falsa impressão de segurança pode fazer com que o número de fumantes volte a crescer. Há
estudos que mostram que ex-fumantes, que tinham parado completamente de fumar cigarros
comuns, voltaram a fumar, agora com cigarros eletrônicos.
Do ponto de vista de saúde pública, a popularização do cigarro eletrônico pode significar um passo
atrás no controle do tabagismo. Já há, inclusive, pessoas que querem fumar o e-cigarro em locais
fechados, pois acham que o fumo passivo deste tipo de cigarro é seguro.
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