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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUARTA CÂMARA CÍVEL

AGRAVO INTERNO NA
APELAÇÃO CÍVEL 0020673-89.2012.8.19.0001
JUÍZO DE ORIGEM: 13ª Vara de Fazenda Pública
AGRAVANTE : JOSE CARLOS INÁCIO DE SOUZA
AGRAVADO: ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AGRAVADO: CIENTIFICALAB PRODUTOS LABORATORIAIS E SISTEMAS
LTDA.
DES RELATORA: MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO INDENIZATÓRIA. ERRO DE
DIAGNÓSTICO NO EXAME LABORATORIAL
QUE ATESTOU O MAL DE CHAGAS.
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NO ATO
QUESTIONADO, TENDO O ESTADO AGIDO
COM ZELO AO ENCAMINHAR O AUTOR A
UNIDADE ESPECIALIZADA [FUNDAÇAÇÃO
OSWALDO CRUZ], ONDE OUTROS
EXAMES FORAM FEITOS, ATÉ SE
DESCARTAR A MALSINADA
ENFERMIDADE. AUSÊNCIA DE NOVOS
FUNDAMENTOS CAPAZES DE INFIRMAR A
DECISÃO AGRAVADA. RECURSO A QUE
SE NEGA PROVIMENTO.

Vistos, relatados e discutidos este agravo interno na apelação nº 0020673-


89.2012.8.19.0001, em que é agravante JOSE CARLOS INÁCIO DE SOUZA
e agravados ESTADO DO RIO DE JANEIRO e CIENTIFICALAB
PRODUTOS LABORATORIAIS E SISTEMAS LTDA., acordam os
Desembargadores que integram a Quarta Câmara Cível do Tribunal de
Justiça, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos
do voto da Relatora.

(4) – Agravo Interno na AC 0216669-64.2008.8.19.0001 1


MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA:000015411 Assinado em 19/03/2015 14:29:08
Local: GAB. DES(A). MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA
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VOTO

Cuida-se de agravo interno manejado contra a decisão


monocrática que negou seguimento ao recurso, confirmando a sentença que
julgou improcedente o pedido de indenização, ante o erro no resultado do
exame de sangue que atestou o autor como portador da doença de chagas, ao
fundamento de que nenhum exame de sangue pode garantir resultado correto
100% das vezes.

Inconformado, o agravante oferece o presente agravo interno,


pugnando pela reconsideração da decisão monocrática, ou o julgamento do
recurso de apelação pelo colegiado.

É o relatório do necessário.

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso.

Tendo o agravante se utilizado do direito de ver submetida a


questão ao Órgão Colegiado, transcrevo, de logo, a ementa da decisão
monocrática, a fim de facilitar a apreciação do recurso:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ERRO DE


DIAGNÓSTICO NO EXAME LABORATORIAL QUE ATESTOU O
MAL DE CHAGAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NO ATO
QUESTIONADO, TENDO O ESTADO AGIDO COM ZELO AO
ENCAMINHAR O AUTOR A UNIDADE ESPECIALIZADA
[FUNDAÇAÇÃO OSWALDO CRUZ], ONDE OUTROS EXAMES
FORAM FEITOS, ATÉ SE DESCARTAR A MALSINADA
ENFERMIDADE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUE SE MANTÉM.
RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO
ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.”

Eis os fundamentos pelos quais neguei seguimento ao recurso,

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“A controvérsia está em saber se o recorrente possui direito à


compensação extrapatrimonial por ter sido diagnosticado com o mal de
chagas, ante o erro na leitura do exame de sangue emitido pelo
laboratório que atua em conjunto com o Instituto Estadual de Diabetes
e Endocrinologia Luís Capriglione – IEDE.

De início, registro que a natureza da responsabilidade do Estado em


relação aos danos causados aos usuários pelos ineficientes serviços
públicos de saúde prestados à população é objetiva, na forma que
dispõe o artigo 37, §6º, da CRFB, cabendo ao autor comprovar o dano
e o nexo de causalidade existente entre o evento e seu resultado.

Por certo, deve o Estado (latu sensu) assegurar, através dos recursos
que se fizerem necessários ao tratamento da moléstia de que padece a
parte, o direito à vida, permitindo aliviar o sofrimento e a dor de
enfermidade reversível ou irreversível, garantindo ao cidadão o direito à
sobrevivência.

No caso sub judice, o autor/recorrente foi diagnosticado em 03/02/2011


como portador do mal de chagas, através do exame de sangue
indexado ao nº 19, cuja conclusão apontou para o resultado reagente
ao exame sorológico para Doença de Chagas, com a advertência de
que o exame foi repetido e confirmado em duas amostras distintas.

Tal exame foi repetido em 11/02/2011 (indexador 20), tendo o novo


laudo concluído, igualmente, pelo resultado positivo.

Assim, o recorrente foi encaminhado à Fundação Oswaldo Cruz, tendo


sido realizados três exames, no autor e em sua mãe, já que
compartilhavam do mesmo medidor de glicose, para, enfim, descobrir
que não era portador da malsinada enfermidade (indexador 29).

O laudo pericial indexado ao nº 256/264 atesta que o falso positivo


pode ter decorrido da presença de algum fator reumatoide no soro,
assegurando que apenas um exame laboratorial não pode dar garantia
de resultado em 100% correto, sendo necessário o acompanhamento
do paciente para detectar uma “Virada” nos títulos IgG, exames de

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fezes, além de outros que estejam disponíveis, tal qual foi feito pela
Fundação Oswaldo Cruz, que, ao final, concluiu que o autor não era
portador da doença.

Outrossim, conforme assinala o próprio expert, o encaminhamento do


paciente para uma unidade especializada, tendo em vista o resultado
sorológico positivo está dentro da boa prática médica, dada a urgência
epidemiológica na identificação do modo de transmissão da doença, a
fim de limitar sua expansão.

Assim, não se vislumbra no caso qualquer ilegalidade no ato


questionado, tendo ocorrido apenas zelo na conduta do Estado que
assim que teve notícia do resultado reagente no exame laboratorial do
autor, encaminhou-o a uma unidade especializada, onde outros
exames foram feitos, até que felizmente foi descartada a doença
inicialmente diagnosticada.

Por conta de tais fundamentos, nego seguimento ao recurso, na forma


do artigo 557, caput, do CPC.”

Assim, tendo em vista que no agravo interposto não foi trazido


qualquer argumento que justifique a revisão do julgado guerreado, voto no
sentido de negar provimento ao recurso.

Rio de Janeiro,

MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA


DESEMBARGADORA RELATORA

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