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7ª AULA

DESENVOLVIMENTO DO CONTRATO DE TRABALHO

Nos contratos de trabalho da espécie sinalagmático e comutativo


pressupõem-se a correspectividade de prestações. Os direito e obrigações,
num contrato de trabalho, poderão advir da autonomia da vontade quando o
empregado e o empregador dispõem livremente as condições de salário e de
trabalho, conjugadas com a vontade da lei (artigo 444 da CLT). O modelo legal,
que chamamos de contrato mínimo, incide automaticamente, e dele resulta o
vínculo jurídico obrigacional a ditar um feixe de direitos e obrigações para
ambos os sujeitos.
Compõem também as obrigações do contrato de trabalho, o regramento
estabelecido unilateralmente pelo empregador, através do regulamento da
empresa, e deste resultarão direitos e obrigações tanto para o estipulante como
para o empregado. Ainda, existe um feixe de condutas estabelecidas na lei que
permitem identificar as obrigações naturais de qualquer contrato de trabalho, os
deveres do empregado e do empregador, juntamente com seus direitos.
Exemplo disso, é a existência do rol das justas causas para resiliação do
contrato de trabalho, tanto pelo empregado (artigo 483 da CLT) como pelo
empregador (artigo 482 da CLT), veremos que ali se trata de deveres
descumpridos. Encontram-se injetados na consciência de empregados e
empregadores, ao longo de uma natural assimilação de determinados padrões
de conduta universalmente aceitos.
A expressão obrigações serve para designar aquelas diretamente
vinculadas ao objeto do contrato de trabalho, ou seja, entregar a força de
trabalho e pagar salário. A expressão deveres é utilizada para identificar as
obrigações acessórias, ou secundárias, de empregado e empregador, as quais
geralmente encontram-se transparentes no contrato de trabalho.

# OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO
1) Obrigação Principal: É a prestação do trabalho e suas características. Trata-
se de prestação personalíssima, daí a pessoalidade como um dos traços
típicos da relação de emprego, da qual resultam conseqüências bem definidas
na execução contratual: apenas o trabalhador pode ser o veículo de sua
própria energia e de sua capacidade técnica.
As obrigações de meio (em contraposição às obrigações de resultado)
levam o prestador a se comprometer ao emprego de todo o seu conhecimento
e de toda sua diligência no desempenho de determinada tarefa, sem se
obrigar, necessariamente, com a obtenção de resultado exitoso. Um exemplo
disso é o médico chamado a realizar determinada cirurgia, necessária para
salvar a vida do paciente. Não está ele obrigado a atingir o resultado “salvar a
vida”, mas a se empenhar ao máximo com toda a sua capacidade técnica,
aplicação e o seu cuidado para conseguí-lo.
Essa obrigação de fazer, num contrato de meio, pressupõe deveres com
ela compatíveis: perícia profissional, diligência, aplicação, assiduidade,
pontualidade, etc., inseridos no âmbito das obrigações acessórias do
empregado.

2) Obrigações Acessórias: A síntese da obrigação de trabalhar bem cumprida


consubstancia-se no conjunto das obrigações acessórias, especialmente as de
diligência, assiduidade, pontualidade, fidelidade e obediência, no cumprimento
do contrato a luz do principio da boa-fé.
2.1) Dever de Obediência: É o contrario do poder de comando do empregador.
Na condição de sujeito subordinado, disponível para a empresa e
presumivelmente dela depende técnica e economicamente, o empregado
obedece. A recusa injustificada ao cumprimento das ordens legítimas do
empregador importa infração disciplinar, tipificada, nos atos de indisciplina e
insubordinação (artigo 482, alínea h, da CLT).
2.2) Dever de Fidelidade: A fidelidade é obvia, pode ser exigida diante das
peculiaridades da relação de emprego. A sua inserção na empresa, nos casos
em que o funcionário é investido em funções de confiança pelo empregador,
poderá colocá-lo em contato com segredos industriais, estratégias comerciais,
etc. A revelação de tais fatos, poderá ser extremamente prejudicial ao
empregador.
O dever de fidelidade implica, também, na recusa do empregado em aceitar
subornos ou se beneficiar de situações que venham em prejuízo do
empregador. Obriga o empregado a abster-se de fazer concorrência desleal
com seu empregador, empreendendo, sem o seu conhecimento, atividade
econômica por conta própria ou alheia, na mesma faixa de mercado. A
imperícia, um dos elementos da culpa, pode configurar infração ao dever de
lealdade se o empregado, sabedor da sua incapacidade para determinado
serviço, deixa de manifestá-la ao empregador.
A CLT de forma explicita apresenta no artigo 482, as faltas de negociação
habitual concorrente (alínea C) e de violação de segredo da empresa (alínea
g), resultantes da infração ao dever de fidelidade.
2.3) Os deveres de assiduidade e pontualidade: Assiduidade consubstancia-se
no comparecimento regular ao trabalho. Pontualidade na observação dos
horários estabelecidos pelo empregador para inicio e o término dos turnos de
trabalho. A assiduidade e a pontualidade traduzem-se na aplicação do
empregado ao trabalho, no seu interesse em apreender e se aperfeiçoar, na
sua disposição em colaborar com o empregador, numa postura responsável
perante o trabalho, os equipamentos da empresa e seu próprio desempenho.
O contrário disto é a desídia, uma das faltas disciplinares mais abrangentes
entre aquelas tipificadas no artigo 482, alínea e, da CLT. É desidioso o
empregado não-assíduo, impontual, negligente, imprudente, desinteressado
pelo trabalho, moroso, que não colabora.
2.4) O dever de Urbanidade: Pode ser resumido no dever de urbanidade,
expresso numa conduta social adequada, de respeito a padrões éticos e
morais consagrados pela sociedade, como respeito à idoneidade, à honra e à
integridade física das pessoas. No rol das justas causas, a CLT inclui a
incontinência de conduta ou mau procedimento (alínea b) e os atos lesivos a
honra e à boa fama (alíneas j e K).
É oportuno ressaltar que a embriaguez habitual (que não se confunde
com embriaguez no serviço, artigo 482, alínea f), uma das infrações ao dever
de conduta social adequada, tipificada na CLT, editada na década de 40, hoje é
vista como doença a merecer a devida atenção e tratamento, e não falta
disciplinar.

# OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR
1) Obrigação Principal: a contraprestação do trabalho. A identificação do salário
enquanto obrigação principal do empregador, na sua natureza e seus atributos.
A prestação salarial pode constituir um dos traços definidores da relação de
emprego, enquanto expressão da sua onerosidade, integrante do seu objeto,
ainda que, na maioria das vezes a ausência de salário expresse mera
inadimplência do empregador.
1.2) Salário: Constitui salário os seguintes requisitos:
a) continuidade: implica em atribuir natureza salarial a todo ganho auferido
continuamente pelo empregado, tornando-o credor permanente.
b) reciprocidade: empregado presta trabalho, empregador paga salário.
c) essencialidade: Integra seu objeto, tem natureza alimentar e é insuscetível
de renúncia eficaz pelo empregado.
d) periodicidade: A lei estabelece períodos em que o empregador pode
acumular débito salarial sem se constituir em atraso (dia, semana, quinzena,
mês, etc.). Tal periodicidade refere-se aos prazos de pagamento que, na
legislação brasileira, têm limite máximo preciso (até o quinto dia útil do mês
subseqüente ao da prestação, artigo 459, § 1°, da C LT). A inadimplência
salarial constitui falta grave do empregador, a mais séria espécie de
descumprimento do contrato (artigo 483, alínea d, da CLT). Autoriza o
empregado a pleitear a resolução judicial do contrato de trabalho.

2) Obrigações Acessórias: As obrigações acessórias do empregador tem


vinculação com a condição de empreendedor da atividade produtiva, em
especial com as condições de trabalho nos estabelecimentos da empresa.
Ainda, consubstancia os limites do poder de comando, impedindo o poder
abusivo, geralmente através de obrigações de não fazer.
2.1) O dever de não discriminar: O princípio da não discriminação no trabalho,
quanto a critérios de admissão, salários e natureza do trabalho, nos incisos
XXX, XXXI e XXXII do artigo 7°, da CF, em harmonia com a CLT, no seu artigo
5°, veda a discriminação salarial em seus artigos 4 61 e 358.
O dever de não discriminar nem sempre é observado. Pode-se afirmar ser um
dos mais descumpridos nas empresas, em especial nos aspectos salariais, em
detrimento de mulheres e dos menores. Também não são raros os casos de
regulamentos de empresas consagrando critérios discriminatórios de
progressão salarial ou na carreira.
2.2) O dever de propiciar condições adequadas de higiene, segurança e
conforto do trabalho: O capítulo V da CLT – Da segurança e Medicina do
Trabalho (artigos 154 a 201), disciplinam em normas gerais a matéria, cuja
especificação constitui atribuição do Ministério do Trabalho, que através de
seus órgãos técnicos e mediante diversas portarias, instruções e ordens de
serviço, elabora o quadro das atividades insalubres e perigosas.
Há penalidades rigorosas para os empregadores que descumprem as normas
tutelares, desde multas até a interdição do estabelecimento. À luz da lei, será
insalubre o trabalho prestado em condições tais que possam comprometer a
saúde do empregado. Perigoso o trabalho em condições de risco acentuado no
trabalho em redes elétricas de potência, em contatos com explosivos ou
inflamáveis e penoso o trabalho em condições inadequadas de ergonomia, ou
que determinem grau acentuado de sacrifício pessoal do empregado. No
aspecto ergonomia, destaca-se o dever do empregador de se abster de exigir
serviços que estejam além da capacidade física do empregado, conforme
prevenção de fadiga, artigo 198 da CLT.
2.3) Dever de Urbanidade: O empregador também está sujeito ao dever de
urbanidade e de adequada conduta social, abstendo-se de condutas
inapropriadas, capazes de constranger o empregado, ofendê-lo na sua honra
ou de sua família, nome profissional ou integridade física. A CLT prevê a
possibilidade de termino do contrato com justa causa, pelo empregado, quando
o empregador ofendê-lo em sua honra ou boa fama ou de sua família, ou sua
integridade física (artigo 483, alínea f e g).
2.4)Dever de Proteção: Ao empregador além da proteção a integridade física e
da saúde de seu empregado, a responsabilidade de preservá-lo na sua
dignidade, especificamente, no que diz respeito aos seus direitos de
personalidade. A intimidade, a vida privada, a honra, a boa fama, a imagem, o
corpo do empregado são direitos inalienáveis e intrínsecos à dignidade da
pessoa humana. A ação ou omissão voluntária, ou a negligência ou
imprudência do empregador em preservar a integridade física ou moral de seu
empregado poderá ensejar situação de dano potencial capaz de caracterizar
séria infração ao dever de proteção.
LEGISLAÇÃO
CLT
Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo.
Art . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor
e da mulher.
Art. 358 - Nenhuma empresa, ainda que não sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a
brasileiro que exerça função análoga, a juízo do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, à
que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao deste, excetuando-se os casos
seguintes:
a) quando, nos estabelecimentos que não tenham quadros de empregados organizados
em carreira, o brasileiro contar menos de 2 (dois) anos de serviço, e o estrangeiro mais de 2
(dois) anos;
b) quando, mediante aprovação do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, houver
quadro organizado em carreira em que seja garantido o acesso por antigüidade;
c) quando o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente, e não o for o estrangeiro;
d) quando a remuneração resultar de maior produção, para os que trabalham à comissão
ou por tarefa.
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes
interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos
contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for
prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido
suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança
nacional.
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao
empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no
serviço até final decisão do processo.
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser
estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões,
percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais
tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;

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