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Rogério da Silva Souza

Iniciação Científica PIBIC /CNPq


Março - Agosto de 2010

IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLO ANALÍTICO PARA A DETERMINAÇÃO DE


MICROPOLUENTES ORGÂNICOS EM SEDIMENTOS COM ÊNFASE
PARA HIDROCARBONETOS POLARES.

Relatório apresentado à Coordenadoria de


Iniciação Cientifica e Integração Acadêmica
da Universidade Federal do Paraná por
ocasião da conclusão das atividades de
Iniciação Científica – Edital 2009-2010.

Orientador: Marco Tadeu Grassi – Departamento de Química.


Título do Projeto/Número de Registro no BANPESQ/THALES: Distribuição espacial e
caracterização de fontes de poluentes orgânicos em sedimentos de ambientes aquáticos
urbanos – 2009023563.

Curitiba
Agosto de 2010
1- Título
Distribuição espacial e caracterização de fontes de poluentes orgânicos em sedimentos de
ambientes aquáticos urbanos.

2- Resumo
Neste trabalho, foram realizados testes em cromatografia gasosa para se determinar o
melhor método para realizar a avaliação de esteróis, utilizados como marcadores fecais, em
amostras de sedimento aquático, e também em amostras líquidas. Os testes foram realizados
utilizando diversas condições nos equipamentos e uma solução padrão com concentração
conhecida.
Em seguida, após a avaliação dos métodos cromatográficos, foi criada a curva de
calibração utilizando diversas soluções contendo padrões em concentrações diferentes. A curva
foi proposta com duas rampas, sendo as duas tendo linearidade próxima ao verificado na
literatura.

3- Objetivos
O objetivo deste trabalho consiste em:
• Realizar levantamento bibliográfico sobre extração e quantificação de esteróis;
• Treinamento de técnicas de extração, clean-up, e na técnica analítica de cromatografia
em fase gasosa acoplado ao espectrômetro de massas;
• Otimização de tais técnicas;
• Coleta e preparo de amostras naturais;
• Avaliação do protocolo analítico, com base em testes de recuperação e materiais
certificados de referência.

4- Introdução
A avaliação de poluentes orgânicos em amostras de sedimento e líquidas é importante
na química ambiental, pois com sua utilização é possível determinar, com melhor precisão do
que outros métodos, a origem de poluição, sendo que com hidrocarbonetos alifáticos e
policíclicos aromáticos (HPA) é usado para investigar se a poluição é de origem humana ou
natural (Grimalt, et al., 1990).
Para possibilitar a análise da presença de dejetos oriundos de esgoto, normalmente são
usados marcadores biológicos, como contagem de coliformes fecais, entre outros, para
determinar se o ambiente analisado está sendo contaminado por tais rejeitos. Para realizar uma
análise com maior confiabilidade, é proposto um método de análise de esteróis, que estão
correlacionados à matéria fecal, visto que são mais estáveis, e por estar em ambiente em
quantidade similar aos meios biológicos.
Os esteróis podem ser produzidos desde bactérias até em seres vivos macroscópicos,
tendo grande importância natural. E este fato permite que a análise possa dizer, se é
majoritariamente material fecal humano, ou não-humano.

5- Revisão Bibliográfica
Durante muito tempo, convivemos com a natureza de forma pacífica e amistosa. Mas
primeiramente, com o advento da agricultura, e avançando cronológicamente, o advento da
industrialização, houve um grande crescimento demográfico, gerando a ocupação irregular de
terras e, um aumento de poluição de forma descontrolada (Fronza, 2006). Como tal crescimento
se deu às margens de fontes de água, devido a necessidade da água e dos recursos que ela
pode oferecer, tais locais foram os primeiros a sofrerem degradações. (Del Rosso, 2005)
Tais degradações apresentam caracteristicas de acordo com a utilização da área onde
estão as fontes aquáticas. E em quase sua totalidade, tais degradações são gerados por
derrames, despejos e efluentes, sendo estes ilegais ou não. Os contaminantes dessas
atividades antrópicas, em suma maioria, se mantém no sedimento, gerando um acúmulo no tal
(Favaro, 2010).São de grande importância tais sedimentos, uma vez que refletem a qualidade da
água, e também por serem facilmente utilizados para determinação de compostos não solúveis
em água. Uma vez que tais sedimentos carregam poluentes, se houverem mudanças ambientais
e físico-quimicas no sistema aquático, pode haver a liberação desses poluentes, afetando a
qualidade da água e a bioacumulação por intermédio de transferência na cadeia alimentar.(Lima
et al., 2001)

5.1- Poluentes Orgânicos


Os poluentes orgânicos são uma classe de substâncias com origem difusa e pontual, que a partir
de atividades antrópicas, são despejadas no meio ambiente, e assim, reagem com a matéria
orgânica, sendo assim a maior parte deles armazenados nos sedimentos.(Baird, 2002; Ignácio,
2007). Os hidrocarbonetos alifáticos, e policíclicos aromáticos (HPAs) podem ser explorados
como indicadores de níveis de origem do material antropogênico em meio natural e, além disso,
separados em origens petrogênicas, pirogênicas e fontes de resíduos domésticos (Medeiros et
al. 2005). O mapeamento de da classe de esteróis fornece resultados sobre a poluição de
esgotos no ambiente, valendo-se da boa especificidade e elevado tempo de meia-vida dos
compostos nos sedimentos, da ordem de décadas.
5.2- Esteróis
Os esteróis são compostos químicos que pertencem ao grupo dos alcoóis. Todos possuem o
esqueleto básico peridrociclopentanofenantreno. Apresentam uma hidroxila na posição 3, sendo
que essa hidroxila pode estar protegida sobre a forma de agrupamento cetônico, caracterizando
as esteronas e estanonas (Oliveira, et al. 1996; Martins,2001). Estão largamente distribuídos
entre os animais e plantas, tanto aquáticos quanto terrestres (Santos, et al., 1998).

Figura 1: Estrutura básica dos esteróis (Martins, 2001)

Os esteróis encontrados em sedimentos e no meio aquoso, podem ter origem antropogênica ou


origem natural, sendo colesterol, campesterol, β-sitosterol, colestanol, entre outros, específicos
esteróis naturais, e coprostanol, sendo este marcador de origem fecal humana, e o
epicoprostanol, esse marcador de animais como gado e ovelhas(Shah, et al., 2006).
Tradicionalmente, as contaminações fecais foram medidas utilizando bactérias termorresistentes
(coliformes fecais) enterococos e esporos de Clostridium perfringens, mas este método
apresenta várias falhas, relacionadas principalmente com os métodos analíticos, a incapacidade
de distinguir a origem da poluição fecal, e pelo baixo tempo de vida dessa bactéria em meio
aquoso (Saim, et al., 2009). Por esses detalhes, há necessidade de considerar outro método
para quantificar contaminações fecais. Marcadores químicos, tais como os esteróis fecais podem
apresentar vantagens na determinação, em nível e extensão da contaminação, pois tem
estabilidade ambiental, facilidade de detecção e pode ser usado para discriminar entre a
contribuição humana e não humana nos contaminates (Hussaim, et al., 2010).Na tabela a seguir,
estão os esteróis examinados nesse estudo:

Tabela 1 – Esteróis utilizados na análise


Nome Usual Nomenclatura Fórmula Massa Molar
Androstanol 5α-androstan-3β-ol C19H32O 276,6
Colestano 5α-colestano C27H48 372,67
Coprostanol 5β-cholestan-3_-ol C27H48O 388,67
Epicoprostanol 5β-cholestan-3α-ol C27H48O 388,67
Coprostanona 5β-cholestan-3-one C27H46O 386,65
Colesterol cholest-5en-3β-ol C27H46O 386,65
Colestanol 5α-cholestan-3β-ol C27H48O 388,67
Campesterol 24-methylcholest-5,22-dien-3β-ol C28H42O 394,63
Estigmasterol 24-ethylcholest-5,22(E)-dien-3β-ol C27H48O 388,67
β-Sitosterol 24-ethylcholest-5-en-3β-ol C29H50O 414,71
Fonte: Steraloids (2009)

Alguns dos esteróis estão a seguir com suas fórmulas mostradas:

Figura 2: Representação de alguns esteróis utilizados.


Fonte: (Fattore, et al., 1996)

5.3- Determinação

O estudo da determinação dos poluentes orgânicos, em geral, envolve as etapas de extração,


fracionamento dos compostos extraídos por sua polaridade (clean-up da amostra), e a
determinação em si por métodos cromatográficos de cada fração. Cada etapa deve ser
otimizada para que não haja perdas do composto durante estes procedimentos.

6- Materiais e Métodos

6.1- Reagentes

Como a realização das análises dos compostos se dá em nível traço, existem diversas
precauções que devem ser tomadas, para que qualquer tipo de interferente seja minimizado. Por
isto, é necessário utilizar solventes com alto grau de pureza (grau HPLC). Os solventes acetona,
diclorometano e hexano são da Mallinckrodt Inc. (USA). O detergente Extran® neutro foi
adquirido da Merck® (Brasil). Os padrões de esteróis são da marca Sigma Aldrich®, todos com
pureza igual ou superior a 95%, exceto o campesterol com pureza de 65%. O reagente
derivatizante N,O–bis (trimetil-silil-triflúor-acetamida)/trimetil-cloro-silano (BSTFA/TMCS –
99:1)foram adquiridos da Supelco(???). Os gases utilizados como gás de arraste foram o
hidrogênio, nitrogênio, ar sintético e hélio, possuindo 99,999% de pureza, adquirido da White
Martins (Brasil).

6.2- Limpeza da vidraria

Visando evitar contaminações e remover qualquer possível composto orgânico indesejável, as


vidrarias foram imersas em uma solução de detergente neutro (Extran®) 5% por 24 horas, e em
seguida enxaguadas em água corrente, água destilada, água Milli-Q e acetona. Após isto, os
materiais não volumétricos foram calcinados em mufla numa temperatura de 450°C por 4 horas.

6.3- Instrumentação e Identifiçação dos Esteróis

Para realizar a determinação dos esteróis, foram utilizados os equipamentos de cromatografia


em fase gasosa, que pertencem ao Laboratório de Análises Ambientais (DQUI/UFPR –
Petrobras).

Tabela 2 - Equipamentos de cromatografia utilizados


Equipamento CG Trace CG Focus CG Focus
Coluna 60m x 0,25 mm x 1,4 μm 30m x 0,32mm x 30m x 0,32mm x 0,24 μm
0,24 μm
Detector Ionização em chama e Ionização em Espectrômetro de massas
fotoionização conectados chama (CG-DIC) (CG-EM)
em série (CG DIC/DFI)
Injetor Tipo split/splitless Tipo split/splitless Tipo split/splitless
Autoamostrador Em headspace, modelo AS 3000 AS 3000
Triplus HS
Marca Thermo Finnigan Thermo Electron Thermo Electron

A identificação de cada composto foi realizada injetando uma solução de padrões com
concentração conhecida, utilizando os tempos de retenção do composto, no cromatógrafo.
Devido aos esteróis possuírem baixa volatilidade, e massa molar alta, foi necessário uma etapa
de derivatização, que é a troca do hidrogênio na hidroxila (-OH) pelo agrupamento trimetil-silícico
do reagente N,O–bis(trimetil-silil-triflúor-acetamida)/trimetil-cloro-silano (BSTFA/TMCS – 99:1).
Cada ponto da curva de calibração reagiu com 40 μL do reagente derivatizante, após terem o
solvente seco com ajuda de fluxo gentil de nitrogênio. As reações duraram cerca de 60 minutos,
em banho-maria de 80°C.
Foi utilizado o CG-EM para determinação dos esteróis, sendo as condições
operacionais descritas abaixo:

Tabela 3 - Condições operacionais do cromatógrafo acoplado com espectrômetro de massas


Coluna Capilar OV-5 (Ohio Valley) 5% Difenil 95% Dimetil Polisiloxano,
Cromatográfica comprimento 30 m, 0,32mm de diâmetro interno, revestimento interno
de 0,25 μm de filme.
Modo de injeção Modo split, vazão de 20 mL de hélio após 1 minuto.
Temp. do injetor 280°C
Volume de amostra 1 μL
Razão do split 1/20 μL da amostra
Gás carreador Hélio, com fluxo constante de 1mL.min-1
Programa de 60°C de início, com taxa de aumento de 15°C min-1 até 250°C; 1°C
temperatura min-1 até 280°C; 5°C min-1 até 300°C, mantendo nesta temperatura
por 5 min.
Condições do espectrômetro de massas:
Modo de aquisição
Temperatura da fonte 200°C
Temperatura da linha 280°C
de transferência
Velocidade de 3 varreduras segundo-1
aquisição
Impacto eletrônico 70 eV
Para se realizar a determinação quantitativa dos esteróis, foi construída uma curva
analítica para tais compostos, utilizando soluções padrões com diversas concentrações, a partir
de diluições dos padrões iniciais. Para o coprostanol, epicoprostanol, coprostanona, colesterol,
colestanol, estigmasterol, β-sitosterol e estigmastanol, foram usadas concentrações de 0,27;
0,51; 0,99; 3; 5,1; 9; 25,5; 40,5; 60 e 90 ppm (partes por milhão). Para o campesterol, foi
construída uma curva de calibração a parte, com as concentrações de: 0,4; 0,6; 0,8; 2; 3; 4 e 10
ppm.

7- Resultados

7.1 – MÉTODOS ANALÍTICO


A adaptação do método analítico para determinar os esteróis foi realizado através da
avaliação dos equipamentos e parâmetros cromatográficos, o qual se produzia cromatogramas
com boa resolução e separação dos picos de interesse. Utilizando soluções padrões dos
esteróis, foi injetado nos diversos equipamentos, tendo em vista aperfeiçoar esta etapa do
processo.
Primeiramente, foi testado o método fundamentado por Kawakami et al. 2002. Utilizou-
se o cromatógrafo CG Focus com detector de ionização em chama (CG-DIC). Foram testados 4
métodos, com as variáveis programadas sendo adaptadas em cada método para melhor
separação dos picos no cromatograma. Cada método apresentado a seguir forneceu um
cromatograma, sendo eles apresentados em seguida.

Método 1 CG-DIC (fundamentado por Kawakami et al 2002):


• Temperatura do forno: início a 60°C; 15°C.min-1 até 250°C e 4°C.min-1 até 300°C, onde
permanece por 10 minutos;
• Temperatura do injetor: 280°C;
• Temperatura do detector: 310°C;
• Vazão do gás de arraste: 3 mL.L-1 (N2)

• Vazão dos gases no detector: 350 mL.L-1 para Ar e 35 mL.L-1 para H2.
Figura 3 – Cromatograma do Metodo 1 CG-DIC
Legenda: 1 – Androstanol; 2 – Colestano; 3 – Coprostanol; 4 – Epicoprostanol; 5 –
Coprostanona; 6 – Colesterol; 7 – Colestanol; 8 – Campesterol; 9 – Estigmasterol; 10 – β-
Sitoesterol; 11 – Estigmastanol.

Método 2 CG-DIC
• Temperatura do forno: início a 60°C; 10°C.min-1 até 265°C e 1,5°C.min-1 até 300°C, onde
permanece por 5 minutos;
• Temperatura do injetor: 280°C;
• Temperatura do detector: 310°C;
• Vazão do gás de arraste: 3 mL.L-1 (N2)

• Vazão dos gases no detector: 350 mL.L-1 para Ar e 35 mL.L-1 para H2.
Figura 4 – Cromatograma do Metodo 2 CG-DIC
Legenda: 1 – Androstanol; 2 – Colestano; 3 – Coprostanol; 4 – Epicoprostanol; 5 –
Coprostanona; 6 – Colesterol; 7 – Colestanol; 8 – Campesterol; 9 – Estigmasterol; 10 – β-
Sitoesterol; 11 – Estigmastanol.

Método 3 CG-DIC
• Temperatura do forno: início a 120°C; 15°C.min-1 até 270°C; 0,5°C.min-1 até 275°C;
4°C.min-1 até 280°C; 0,5°C.min-1 até 285°C; e 10°C.min-1 até 300°C, onde permanece por
5 minutos;
• Temperatura do injetor: 280°C;
• Temperatura do detector: 310°C;
• Vazão do gás de arraste: 3 mL.L-1 (N2)

• Vazão dos gases no detector: 350 mL.L-1 para Ar e 35 mL.L-1 para H2


Figura 5 – Cromatograma do Metodo 3 CG-DIC
Legenda: 1 – Androstanol; 2 – Colestano; 3 – Coprostanol; 4 – Epicoprostanol; 5 –
Coprostanona; 6 – Colesterol; 7 – Colestanol; 8 – Campesterol; 9 – Estigmasterol; 10 – β-
Sitoesterol; 11 – Estigmastanol

Método 4 CG-DIC
• Temperatura do forno: início a 60°C; 50°C.min-1 até 260°C; 10°C.min-1 até 270; 0,1°C.min-
1
até 274°C; 10°C.min-1 até 282°C; 0,2°C.min-1 até 284°C, e 50°C.min-1 até 300°C onde
permanece por 5 minutos;
• Temperatura do injetor: 280°C;
• Temperatura do detector: 310°C;
• Vazão do gás de arraste: 2 mL.L-1 (N2)

• Vazão dos gases no detector: 350 mL.L-1 para Ar e 35 mL.L-1 para H2


Figura 6 – Cromatograma do Metodo 4 CG-DIC
Legenda: 1 – Androstanol; 2 – Colestano; 3 – Coprostanol; 4 – Epicoprostanol; 5 –
Coprostanona; 6 – Colesterol; 7 – Colestanol; 8 – Campesterol; 9 – Estigmasterol; 10 – β-
Sitoesterol; 11 – Estigmastanol
Depois de realizados esses os testes com os métodos acima, foi realizada somente
uma injeção no sistema CG-DIC/DFI, com o sistema de fotoionização em chama desligado. O
teste foi realizado para que se pudesse analisar a interação dos esteróis, e uma possível melhor
separação, na coluna de 60m.
Após todas as injeções no cromatógrafo com detecção por ionização de chama, foram
realizadas observações no cromatógrafo acoplado com espectrômetro de massas, no sentido de
observar melhoras na detecção dos esteróis em relação ao CG-DIC.
Metodo 1 CG-EM (Fundamentado por Brauer, 2006
• Injetado volume 1 μL;
• Modo splitless (sem divisão de fluxo), injeção de 20 mL de Hélio;
• Temperatura do injetor a 300°C
• Hélio como gás carreador, fluxo de 1 mL.min-1;

• Temperatura do forno: início a 60°C; 15°C.min-1 até 250°C; 1°C.min-1 até 280°C e;
5°C.min-1 até 300°C mantendo nesta temperatura por 5 minutos.
Dados do espectrômetro nesse método:
• Modo fullscan (massa atômica avaliada de 50 a 550 u.m.a.);
• Temperatura da fonte do espectrômetro: 200°C;
• Temperatura da linha de transferência: 380°C;
• Taxa de aquisição: 3 varreduras.seg-1;
• Impacto eletrônico: 70 eV.

Para se estudar o comportamento dos esteróis no espectrômetro de massas, foi


verificado o tempo de retenção de cada um deles, e também fragmentos moleculares que estão
associados ao esterol em questão. Na tabela a seguir estão apresentados os tempos que cada
esterol fica retido, e também os íons de quantificação deles:
Tabela 4 – Tempo de retenção e íons de quantificação para esteróis analisados
Esterol Tempo de retenção Íon de quantificação
Androstanol 16,21 333, 257, 258
Colestano 24,19 317, 357, 218
Coprostanol 29,81 370, 355, 215
Epicoprostanol 30,13 215, 370, 355
Coprostanona 31,23 316, 386, 231
Colesterol 32,74 368, 329, 458
Colestanol 33,07 215, 445, 355
Campesterol 36,42 382, 472, 343
Estigmasterol 37,51 394, 484, 255
Β-Sitosterol 39,69 396, 486, 357
Estigmastanol 40,09 215, 473, 383

A partir do tempo de retenção, é possível analisar a saída dos analitos com base no
cromatograma produzido pelo equipamento, para determinar o melhor método a ser utilizado na
avaliação dos esteróis. Como neste método o espectrômetro estava em modo fullscan, ele não
utilizou os íons de quantificação de cada esterol para separá-los, fazendo com que os picos
informassem todos os íons que aparecessem no detector.
Figura 7 – Espectrograma dos esteróis no método 1
No segundo método para CG-EM, foi utilizado o modo de monitoramento seletivo de
íons (SIM), isto é, a cada fração de tempo analisada, apenas alguns íons seriam quantificados
pelo equipamento, partindo dos íons de quantificação de cada esterol (tabela). A primeira etapa
de análise partiu dos 5 min. até 30,45 min., analisando os íons do androstanol, colestano,
coprostanol e epicoprostanol; de 30,45 min. até 35 min. monitorando a coprostanona, colesterol
e o colestanol, e dos 35 min. até o fim, monitorando os íons de campesterol, estigmasterol, β-
sitosterol e estigmastanol. Fora tal mudança no modo de monitoramento, o método se mantém
igual ao método 1 CG-EM.
Figura 8 – Espectrograma dos esteróis no método 2
No terceiro método para CG-EM, houve novamente o monitoramento seletivo de íons,
com faixas de análise: 5 min. até 30,45 min., supervisionando os íons do androstanol, colestano,
coprostanol e epicoprostanol; de 30,45 min. até 35 min. monitorando a coprostanona, colesterol
e o colestanol; 35 min. até 38,60 min. acompanhando os íons do estigmasterol e; 38,60 min. até
o fim, monitorando o β-sitosterol e o estigmastanol. Não foi injetado o campesterol nesse teste,
mas estaria incluso na terceira faixa de tempo (35 até 38,60 min.). Parâmetros do cromatógrafo
foram iguais ao do método 1 para CG-EM.

Figura 8 – Espectrograma dos esteróis no método 2

7.2- Curva Analítica


As curvas analíticas para cada composto foi construída analisando a área dos picos de
soluções padrões de concentração conhecida. Foi utilizado o método descrito na Tabela 3.
Foram utilizadas as seguintes concentrações: 0,27; 0,51; 0,99; 3; 5,1;9, 25,5; 40,5; 60 e 90
μg·mL-1 (ppm). Como é extensa a faixa de trabalho, a curva foi dividida em duas, para melhor
expressão da concentração analisada: a primeira parte foi de 0,27 a 25,5 μg·mL-1; a segunda foi
de 25,5 até 90 μg·mL-1. Cada concentração foi injetada em triplicata, e o valor das suas áreas
calculado a média para cada concentração. A tabela a seguir apresenta os valores de
linearidade para cada faixa de concentração dos compostos:
Tabela 5 – Linearidade da curva de calibração para cada composto
Esterol 0,27 até 25,5 μg·mL-1 25,5 até 90 μg·mL-1
Coprostanol 0,97859 0,96568
Epicoprostanol 0,98955 0,99129
Coprostanona 0,98875 0,98444
Colesterol 0,98865 0,99153
Colestanol 0,98212 0,98935
Estigmasterol 0,96393 0,98324
β-sitosterol 0,98842 0,99047
Estigmastanol 0,98562 0,98167
Campesterol 0,99251

O campesterol teve a curva feita com base nas concentrações de 0,4; 0,6; 0,8; 2; 3; 4 e
10 μg·mL-1, tendo pouca diferença entre o menor e o maior ponto da curva, e por tal motivo não
necessitou de duas faixas de concentrações em sua curva de calibração.

8- Discussão

Com base nos cromatogramas mostrados, podemos analisar que utilizando os métodos
testados no CG-DIC, houve a co-eluição de alguns compostos com tempos de retenção
parecidos. No método 1 CG-DIC, é possível observar que coprostanol e epicoprostanol,
colesterol e colestanol e, β-sitosterol e estigmastanol co-eluiram, ou seja, seus picos interferem
um no outro, dificultando assim sua caracterização. Os testes subsequentes realizados com
detecção por ionização em chama (método 2 CG-DIC, método 3 CG-DIC,e método 4 CG-DIC)
apresentaram a mesma situação do primeiro método, como se pode observar nas figuras 3, 4, 5
e 6 por consequente produzindo resultados insatisfatórios.
O sistema CG-DIC/DFI com coluna de 60 metros não teve o resultado esperado, que
venha a ser por deficiência da coluna em questão, pois possui como limite a temperatura de
240°C e os compostos eluiram em temperaturas mais altas no cromatógrafo com detector CG-
DIC.
Após tais resultados insatisfatórios, realizou-se testes no CG-EM, onde foi possível
distinguir com grande clareza os esteróis analisados. No primeiro método pode-se observar pelo
cromatograma que cada composto tem seu tempo de retenção, e a partir dos íons de
quantificação, é possível discerni-los com grande clareza, sem que haja, no momento de
identificação, a identificação por íons quantificadores (modo fullscan). O método 2 para CG-EM,
com monitoramento seletivo de íons, houve comprometimento do sinal os compostos colesterol,
campesterol, estigmasterol e β-sitosterol, devido a restrição de identificação por apenas os íons
selecionados. No terceiro método para CG-MS, também com monitoramento seletivo de íons, os
esteróis estigmasterol e β-sitosterol tiveram melhoras aparentes comparados com o método 2
CG-EM, e não foi possível analisar a melhora para o campesterol, devido a não injeção do
composto nesse teste.
Apesar da melhoria no método 3 CG-EM, utilizando o modo SIM, optou-se por utilizar
para determinações futuras o método fullscan, devido a capacidade de identificar outros
compostos além dos esteróis aqui analisados.
A curva de calibração apresentou valores concordantes com a literatura consultada
(Braun, 2006; Martins, 2001), e com base nesses dados consultados seus resultados foram
considerados satisfatórios.

9- Conclusão
Com base no trabalho realizado, confere-se que apesar de diversas fontes da literatura
citarem o método utilizando o cromatógrafo com detector de ionização em chama (CG-DIC), a
sua otimização é dificilmente alcançada, sendo verificado pelos resultados obtidos nos testes
realizados, mesmo com as condições de o equipamento serem precisamente controladas.
O cromatógrafo acoplado com espectrômetro de massas obteve a separação dos
compostos após as variáveis que controlam o equipamento terem sido otimizadas. O
equipamento possui boa sensibilidade, tendo em vista que o menor ponto da curva de calibração
obteve resultados favoráveis a quantificação dos compostos.
A curva de calibração está dentro do esperado pela literatura, sendo fundamental nas
próximas etapas do processo de otimização do método para avaliação dos esteróis em amostras
reais.

10 - Referências Bibliográficas

BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª ed., Trad. Recio, Maria Angeles L. e Carrera, Luiz
Carlos M. Porto Alegre: Bookman, 2002.
BRAUN, F. A. J. (2006). Uso de esteróides na avaliação de aportes antrópicos e naturais da
matéria orgânica no Complexo Estuarino de Paranaguá Dissertação de Mestrado. Fundação
Universidade do Rio Grande.
DEL ROSSO, C. Avaliação dos aportes de hidrocarbonetos à Lagoa dos Patos (RS – Brasil)
Dissertação de mestrado. Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Departamento de
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