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TEXTO: 1 - Comum à questão: 1


Fugir rumo da fuga
Considere o poema de Carlos Drummond de Andrade que não se sabe onde acaba
(1902-1987). 25 mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras2
Fuga e você não tem mais do que duas.
De repente você resolve: fugir. Canivete, lenço, figurinhas
Não sabe para onde nem como de que não vai se separar
nem por quê (no fundo você sabe 30 (custou tanto a juntar).
a razão de fugir; nasce com a gente). As mãos devem ser livres
para pesos, trabalhos, onças
05 É preciso FUGIR. que virão.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
estiverem dormindo. 35 vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
Ir a pé, de pés nus. (Lembrar é que é preciso,
10 Calçar botina era acordar os gritos compensa toda fuga.)
que dormem na textura do soalho1. Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?
Você não vai saber. Você não volta
Levar pão e rosca; para o dia. 40 nunca.
Comida sobra em árvores (Essa palavra nunca, deliciosa.)
infinitas, do outro lado do projeto: Se irão sofrer, tanto melhor.
15 um verdor Você não volta nunca nunca nunca.
eterno, frutescente (deve ser). E será esta noite, meia-noite.
Tem à beira da estrada, numa venda. 45 em ponto.
O dono viu passar muitos meninos Você dormindo à meia-noite.
que tinham necessidade de fugir (Menino antigo, 1973.)
20 e compreende.
1
Toda estrada, uma venda soalho: o mesmo que “assoalho”.
2
para a fuga. algibeira: bolso de roupa.

01 - (UNESP SP/2015)
Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra “nunca”, no
verso 43, e explique o que há de comum entre esses dois recursos expressivos.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 2 Às vezes, num aniversário, ou pelo Natal,


conseguíamos receber de presente algum
bonequinho de celuloide, modestos cavalinhos de
Brinquedos incendiados lata, bolas de gude, barquinhos sem possibilidade de
navegação... – pois aquelas admiráveis bonecas de
Uma noite, houve um incêndio num bazar. E no seda e filó, aqueles batalhões completos de soldados
fogo total desapareceram consumidos os seus de chumbo, aquelas casas de madeira com portas e
brinquedos. Nós, crianças, conhecíamos aqueles janelas, isso não chegávamos a imaginar sequer para
brinquedos um por um, de tanto mirá-los nos onde iria. Amávamos os brinquedos sem esperança
mostruários – uns, pendentes de longos barbantes; nem inveja, sabendo que jamais chegariam às nossas
outros, apenas entrevistos em suas caixas. Ah! mãos, possuindo-os apenas em sonho, como se para
Maravilhosas bonecas louras, de chapéus de seda! isso, apenas, tivessem sido feitos.
Pianos cujos sons cheiravam a metal e verniz! Assim, o bando que passava, de casa para a
Carneirinhos lanudos, de guizo ao pescoço! Piões escola e da escola para casa, parava longo tempo a
zumbidores! – e uns bondes com algumas letras contemplar aqueles brinquedos e lia aqueles nítidos
escritas ao contrário, coisa que muito nos seduzia. preços, com seus cifrões e zeros, sem muita noção
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do valor – porque nós, crianças, de bolsos vazios, Brinquedos que jamais teriam possuído, sonhos
como namorados antigos, éramos só renúncia e apenas da infância, amor platônico.
amor. Bastava-nos levar na memória aquelas O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou
imagens e deixar cravados nelas, como setas, os sendo um fumoso galpão de cinzas.
nossos olhos. Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em
Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar redor. Como não tinha morrido ninguém? pensavam
incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O as crianças. Tinha morrido um mundo e, dentro dele,
fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam os olhos amorosos das crianças, ali deixados.
chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças E começávamos a pressentir que viriam outros
queriam ver o incêndio de perto, não se incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos.
contentavam com portas e janelas, fugiam para a Até que um dia também desaparecêssemos sem
rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. socorro, nós, brinquedos que somos, talvez de anjos
A elas não interessavam nada peças de pano, cetins, distantes!
cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam (Cecília Meireles. Escolha o seu sonho. Círculo do Livro,
pelos cavalinhos e bonecas, os trens e palhaços, 1975. Adaptado)
fechados, sufocados em suas grandes caixas.

02 - (UNESP SP/2016)
Considere a charge. a) se assemelham, pois têm pais que são
negligentes e se mostram indiferentes aos
pedidos dos filhos.
b) se assemelham, pois todos eles se contentam
com os brinquedos recebidos, apesar de estes
serem triviais.
c) se opõem, pois o garoto escolhe o que deseja
em uma loja com brinquedos mais caros que
os vendidos pelo bazar frequentado pelas
outras crianças.
d) se opõem, pois, ao contrário do garoto, a
(Jean Galvão. http://3.bp.blogspot.com. Acesso em: narradora e seus colegas têm certeza de que
25.05.2014) serão mais felizes quando adultos.
e) se opõem, pois, ao contrário da narradora e
Comparando as crianças que são personagens do seus colegas, o garoto não se encanta
texto Brinquedos incendiados ao garoto da charge, é platonicamente pelos brinquedos expostos na
correto concluir que eles loja.

TEXTO: 3 - Comum à questão: 3 dificilmente deparam qualquer novidade. Para o


Texto abaixo é uma passagem de uma palestra de jurista, a árvore é um bem de raiz, um objeto de
Amadeu Amaral (1875-1929) proferida em São Paulo, em compra e venda e de outras relações de direito,
1914, e uma charge de Dum. assim como a paisagem que a enquadra – são
Árvores e poetas propriedades particulares, ou terras devolutas. E há
Para o botânico, a árvore é um vegetal de muita gente a quem a vista de uma grande árvore
grande altura, composto de raiz, tronco e fronde, sugere apenas este grito de alma: – “Quanta
subdividindo-se cada uma dessas partes numa certa lenha!...”
quantidade de elementos: – reduz-se tudo a um O poeta é mais completo. Ele vê a árvore sob os
esquema. O botânico estuda-lhe o nascimento, o aspectos da beleza e sob o ângulo antropomórfico3:
crescimento, a reprodução, a nutrição, a morte; encara-a de pontos de vista comuns à humanidade
descreve-a; classifica-a. Não lhe liga, porém, maior de todos os tempos. Vê-a na sua graça, na sua força,
importância do que aquela que empresta ao mais na sua formosura, no seu colorido; sente tudo
microscópico dos fungos ou ao mais desinteressante quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo
dos cogumelos. O carvalho, com toda a sua quanto ela evoca, desde as impressões mais
corpulência e toda a sua beleza, vale tanto como a espontâneas até as mais remotas, mais vagas e mais
relva que lhe cresce à sombra ou a trepadeira indefiníveis. Dá-nos, assim, uma noção “humana”,
desprezível e teimosa que lhe enrosca os sarmentos1 direta e viva da árvore, – pelo menos tão verdadeira
colubrinos2 pelas rugosidades do caule. Por via de quanto qualquer outra.
regra vale até menos, porque as grandes espécies já
(Letras floridas, 1976.)
1 sarmento: ramo delgado, flexível.
2
colubrino: com forma de cobra, sinuoso.
3 antropomórfico: descrito ou concebido sob forma humana ou com atributos humanos.
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03 - (UNESP SP/2016)
Qual a intenção da personagem da charge ao se valer
do argumento de que a floresta invadiu suas terras?
Analise tal argumento sob os pontos de vista lógico e
ético.

(www.dumilustrador.blogspot.com)

TEXTO: 4 - Comum às questões: 4, 5, 6 segunda imita o projeto de ultrapassar os simples


fatos”. O ponto comum entre a crônica e a notícia ou
Leia o seguinte verbete do Dicionário de a reportagem é que o cronista, assim como o
comunicação de Carlos Alberto Rabaça e Gustavo repórter, não prescinde do acontecimento. Mas, ao
Barbosa: contrário deste, ele “paira” sobre os fatos, “fazendo
Crônica com que se destaque no texto o enfoque pessoal
Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e (onde entram juízos implícitos e explícitos) do autor”.
pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da Por outro lado, o editorial difere da crônica, pelo fato
atualidade, com teor literário, político, esportivo, de que, nesta, o juízo de valor se confunde com os
artístico, de amenidades etc. Segundo Muniz Sodré e próprios fatos expostos, sem o dogmatismo do
Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-termo editorial, no qual a opinião do autor (representando
entre o jornalismo e a literatura: “do primeiro, a opinião da empresa jornalística) constitui o eixo do
aproveita o interesse pela atualidade informativa, da texto.
(Dicionário de comunicação, 1978.)
b) a interpretação do acontecimento.
c) a necessidade de noticiar de acordo com a
04 - (UNESP SP/2016) filosofia do jornal.
De acordo com o verbete, o tema de uma crônica se d) o desejo de informar realisticamente sobre o
baseia em ocorrido.
a) juízos de valor. e) o objetivo de questionar as causas sociais dos
b) anedotário popular. fatos.
c) fatos pessoais.
d) eventos do cotidiano. 06 - (UNESP SP/2016)
e) eventos científicos. De acordo com o verbete, o editorial representa
sempre
05 - (UNESP SP/2016) a) o julgamento dos leitores.
Segundo o verbete, uma característica comum à b) a opinião do repórter.
crônica e à reportagem é c) a crítica a um fato político.
a) a relação direta com o acontecimento. d) a resposta a outros veículos de comunicação.
e) o ponto de vista da empresa jornalística.

TEXTO: 5 - Comum às questões: 7, 8


O leão fugido

O leão fugido do circo vinha correndo pela rua quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé ante pé, bateu
delicadamente nas costas do senhor e disse disfarçando a voz leonina o mais possível: “Cavalheiro, tenha cuidado e muita
calma: acabei de ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se, viu o
leão e morreu de um ataque do coração. O leão então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É tal a nossa fama de
ferocidade que matamos, mesmo quando queremos agir em favor do próximo”.
Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de voz.
(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)
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07 - (UNESP SP/2016) d) acreditava que o senhor era forte e violento e


Com o trecho – Aí caminhou pé ante pé, bateu poderia atacá-lo, pois era grande a sua fama de
delicadamente nas costas do senhor e disse animal feroz.
disfarçando a voz leonina o mais possível... –,
entende-se que o leão 08 - (UNESP SP/2016)
O efeito de sentido irônico da história vem da
a) pretendia chegar até o senhor sem lhe causar
espanto, pois sabia que tinha a fama de ser um a) indiferença do leão com o senhor que morreu
animal feroz. ao vê-lo.
b) enganava o senhor para poder aproximar-se b) fuga do macaco e do leão, animais ferozes do
dele, pois temia ser atacado devido à sua fama circo.
de animal feroz. c) vontade do leão de querer matar o senhor,
c) queria debochar do senhor para que este, ao atacando-o.
vê-lo, fugisse da sua ferocidade já bastante d) morte do senhor, sem que fosse essa a
conhecida. intenção do leão.

TEXTO: 6 - Comum à questão: 9

“Aqui fazemos duas coisas tempo entre cuidar de sua plantação de banana e
importantes. Saímos do eu para hortaliças e falar de seu povo e responder às
trabalhar para o nós e saímos do perguntas dos grupos de escolas que chegam quase
meu para trabalhar para o nosso”, todo dia.
sintetizou Benedito Alves da Silva, (Pesquisa Fapesp, junho de 2015. Adaptado)
mais conhecido por Seu Ditão,
sentado sobre uma mesa de 09 - (UNESP SP/2016)
madeira baixa e grossa à frente do De acordo com a fala de seu Benedito, fica claro que
altar da igreja Nossa Senhora do os moradores do bairro rural de Ivaporunduva, em
Rosário dos Homens Pretos, no coração do bairro Eldorado-SP, optaram por
rural de Ivaporunduva, no município de Eldorado, em
meio à maior área contínua de Mata Atlântica do a) uma concepção de vida que faz de casas e
país, no sudoeste paulista. À sua frente, no início da roupas, por exemplo, bens coletivos.
tarde do dia 11 de maio de 2015, estava um grupo de b) um modelo de vida simples, em que cada um
pré-adolescentes de uma escola de Uberaba, Minas faz o que é mais conveniente para si.
Gerais, cercados por professores e monitores de c) um modo de viver bastante ultrapassado, que
camiseta laranja. “O que é meu? A casa, as roupas”, não desperta o interesse das pessoas.
prosseguiu o homem alto de 60 anos, cabelos d) uma forma de trabalho em que a cooperação
brancos, a pele negra lisa como se tivesse 30 anos e o espírito de coletividade prevalecem.
menos. “E o que é nosso? A terra.” Seu Ditão divide o

TEXTO: 7 - Comum à questão: 10 (onde eu trabalhava) se há tantos


num alvoroço e tantos
Filhos e rindo e correndo anos
Daqui escutei se foram com sua alegria não os via
quando eles se foram crianças
chegaram rindo só então já que
e correndo me perguntei agora
na sala por que estão os três
e logo não lhes dera com mais
invadiram também maior de trinta anos
o escritório atenção (Ferreira Gullar, Muitas vozes)

10 - (UNESP SP/2016) b) perceba que a vida dos filhos mudou muito e,


No poema, a passagem dos filhos pela casa, em por isso, prefere distanciar-se deles.
alvoroço, faz com que o eu lírico c) reconheça que a passagem do tempo serviu
para aproximar mais a todos da família.
a) tenha a percepção de que muito tempo d) vivencie o desolamento que, na sua
passou e lamenta a falta de dedicação a eles. percepção, decorre da falta de atenção dos
filhos.
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GABARITO:

1) Gab:
A palavra fugir, escrita em letras maiúsculas, conota o valor absoluto desse vocábulo. Há maiúsculas alego - ri zan tes,
intensificadoras da ação de se evadir. A reite - ração do advérbio de tempo nunca, três vezes repetido no mesmo verso,
denota a ruptura intensa, absoluta com o lugar e com as pessoas deixadas para trás no tempo e no espaço. O elemento
comum entre esses dois recursos expressivos é a ruptura total, derivada do ato de fugir. A fuga é para sempre, o ser nunca,
em tempo algum, deve retroceder.

2) Gab: E

3) Gab:
A intenção da personagem é promover a adesão dos membros da bancada ruralista à ideia do desmatamento florestal. O
objetivo desse grupo, conforme a charge, é lucrar com a expansão da produção agrícola e pecuária nas terras preservadas
pelo código florestal vigente. Para alcançar esse intento, o grupo deseja um novo código que atenda a seus interesses. Os
argumentos do personagem, portanto, ferem a lógica, são infundados e falaciosos. Além disso, a ética da sociedade é
desrespeitada, pois atualmente há uma grande preocupação mundial com a preservação dos ecossistemas.

4) Gab: D

5) Gab: A

6) Gab: E

7) Gab: A

8) Gab: D

9) Gab: D

10) Gab: A

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