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z ENRICO TULLIO LIEBMAN
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EFICÁCIA E AUTORIDADE; ' 2
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X. ~ SENTENÇA z 0 LoÊÊ
E OUTROS ESCRITOSSOBRE A COISA JULGADA -1
(com aditamentos relativos ao direito brasileiro) _
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I BIBUOIÉCÂ CÍRCULANTE 'I
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É Rio de' Janeiro
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ML- _ _ `1.\ ediçao .-- 1945
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2 6 3.* edição _ 1984
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© Copyright ' - /
Enrico fumo Liebrnan
PREFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO BRASILEIRA
¬ Bibliografia. "*_.
trabalhos e com um novo prefácio, reproduzidos nesta segunda
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_ ¬»-.«_›.-¬u.__- . -. _ edição brasileira.. _ ` -
1. Direito-Jurisprudência I. Titulo
São essas as principais etapas do caminho percorrido por
CDU- 343.152 _ . uma .monografia que, ao vir a lume, foi considerada heterodora
, /s41.4a52/ c que agora pode orgulhar-se de ter recebido autorizadas ade- :.F-^r*
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Vl _ Emuco Tatuo Lrmwm - Erxcizcm 1-: A-uronmsnn na Smmuçs VI1 1
das caracteristicas tipicas dos atos do poder público: produz uni- ‹\1 verso. Eisa contribuição que meu ensaio deu ao problema dos
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lateralmente e de modo vinculante, na esfera juridica -dos sujeitos, 1 terceiros. Recebeu ela autorizada adesão por parte da Cour de I
os efeitos declaratórios ou modificativos correspondentes àquilo Cassation francesa, por in-terfmédio .de duas decisões menciona-
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I que nela se dispôs. Essa eficácia' é chamada pela doutrina ita- das e aprovadas por P. 'HÉBRAIJD e R. Planner, consoante lembro
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liana irnperatividade ou autoritatividade e-é independente da em meu último escrito, e da Corte di Cassazíone italiana, em dois
validade formal do ato. ' - ' ' si
acórdãos -citados em meu Manuale .(Cass. 1.0 outubro 1970, ri.
Um' segundo resultado que me parece poder reivindicar a. 1.924, e 11 novembro 1970, n. 2.347, publicados in Foro italiano,
este ensaio_é aquele-que um. jovem e valoroso processualista. 1971, I, 410). Z
Giovânm FABBRINI, vê na figura da eficácia da sentença, distinta -Uma valiosa -contribuição ao tema dos terceiros foi dada pela ii
L‹\ . da coisa julgada: uma precisão .conceitual que, “por seus caractei *autora das notas desta nova edição brasileira de meu ensaio, no
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res de simplicidade e clareza, aparece como instrumento indis- ! estudo Eficácia e Au.to.r.idade da Sentença Penal, São Paulo, 1978.
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pensável de análise". _ ' ` 1 Faço votos que esta nova edição, enriquecida pelas notas da
if O terceiro resultado a ser lembrado é o reconhecimento de â Prof. ADA PELLEGRINI Gnmovns, possa interessar aos leitores bra-
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que a noção da sentença não é completa sem o requisito de sua sileiros -e criar um novo liame de amizade entre as novas gera-
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eficácia, que se erige em elemento intrínseco fundamental. Se «ções de estudiosos do processo civil no Brasil e este seu velho
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é verdade que a apelação tem efeito suspensivo, isso quer dizer companheiro, que -lembra com simpatia e saudade os anos pas-
que a sentença é provida de eficácia executiva imediata (e por sados em seu pais, .tdo -distante e ao mesmo tempo tdo próximo
que, então, .ndo teria também eficácia declaratória ou consti- de sua pátria. 1 ' '
tutiva, desde rfue seu conteúdo o permita?). A sentença é pro-
ferida 'para alcançar determinados efeitos práticos e para atin- Milão, 7 de julho de 1980
gi-los deve ser dotada de eficácia. Não será o decurso dos prazos f'zrsneíâálfi-_..hønfi .-.-
que lhe atribuirá uma eficácia que ela já não possuia em si Emuco TULLIQ LIEBMAN L
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mesma. - 1 ' 5
Finalmente, o último resultado que convém recordar é 0
que respeita ao-sempre dificil problema da posição dos terceiros .L
com relação d autoridade dacoisa julgada. A distinção entre
É eficácia da sentença eautoridade da coisa julgada permite re-
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conhecer ao terceiro uma posição distinta da das partes. Obri-
gado a respeitaro julgado pronunciado entre as partes, mas sem
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se lhe sujeitar, o .terceiro,__titular de uma relaçäo de prejudicia-
lidade-.dependência com respeito â relação alheia objeto da sen-
tença passada em julgado, não é nem indiferente a essa sen- iii
tença, -como os demais terceiros, nem é atingido pela autoridade
da coisa julgada, como as partes que participaram do processo ,.
em que a sentença foi proferida:.esta pode lhe ser oposta, mas ¡. f.
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PREFÁCIO Do AUTOR À PRIMEIRA
_ EDIÇÃO BRASILEIRA _ › . -
. Este livro não é monografia sobre a-coisa julgada, mas uma
contribuição para o estabelecimento de seu conceito.
'.r=m '=-:_É'"L ,~ Aspectos importantes da teoria da coisa julgada não se
acham nele estudados ou só incidentemente são considerados,
-ao passoçque outros têm desenvolvimento exagerado, em'rela-
-cão â .economia do trabalho. A razão disso é que ele foi pensado
e-escrito com o escopo dejorientar o estudo do assunto por um
caminho diverso. Esta circunstância explica também a ezterisão
dada á discussão das opiniões dos outros escritores. O 'que não
quer dizer que das idéias expostas nestevolume nãodeccrram
conseqüências práticas importantes; para prová-lo, -bastam _os
exemplos aduzidos no capitulo final. Seriam Telas, porém, ainda
mais numerosas, se essas idéias fossem desenvolvidasmuma ex-
posição sistemática da teoria da ,coisa julgada. S
Sem excluir a possibilidade de fazer no futura este trabalho,
decidi, todavia, autorizar, por ora, ia'-publicação deuma tradu-
.‹,-do em lingua portuguesa do livro em sua forma originária,
acornpanhado dealguns outros escritos menores, dedicados ao
mesmo assunto ou a assuntos conexos. Duas são asconsidera-
ções que me induziram a faze-lo. Em primeiro lugar, pareceu-me
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-=; _,. ,*-_.7.,;-_:~'.1_-:g.§_;¿5 dever aproveitar o cuidadoso trabalho de meus amigos ALFnEno_
_,\.. Bvznm e Bmwlmao Amss que espontaneamente empreenderam
fa tarefa da tradução. Em segundo lugar, as referênciasfeitas
ao meu estudo em alguns recentes livros brasileiros, e principal-
mente no III volume do grande Comentário de Penso BATISTA
tMAn'm~'s, me impuseram de certo modo a obrigação de tornd-lo
E1-¬1cAcm z Auronmnnn na *sznmnçs XI
X Emuco Tonmo Lnznmm
accessível ao publico do pais que carinhosamente me hospeda, humana, em uma palavra, quando esclarecem e revelam fenô-
tanto mais que as circunstâncias do momento só permitem dis- -meno juridico realmente existente no corpo social ao qual se
por de um número reduzido de exemplares da edição original. pretendem aplicar. Os conceitos doutrinários não têm outra find-
Iidade legitima senão exprimir e condensar, em ordem logica-
A publicação desta tradução me ofereceu também outra mente coerente, a realidade fenornênica do direito. Mais do que
oportunidade: a de acompanhar o texto com aditamentos re- nunca, ao utilizar conceitos elaborados em meio juridico estra-
inissivos, quando possivel, ao direito positivo e â literatura juri- nho, é preciso lembrar a sábia máxima de PAULO: “non ex regula
dica brasileira, a fim de tentar uma correspondente aplicação íus sumatur, sed ex iure, quod est, regula fiat" (Digesto, 50,
dos conceitos expostos. Parece certa a utilidade desses adita- 17, 1). Afinal, as regulae, ou seja, os conceitos jurídicos, nada
mentos. Sem dúvida, a doutrina juridica de um pais não pode mais são do que hipóteses de trabalho, cuja exatidão deve ser
deixar de tirar proveito do conhecimento dos .livros estrangeiros; constantemente verificada d luz do direito positivo, o único que
0 metodo comparativo, já de uso freqüente entre os vários di- ministra os dados, isto é, os materiais para a construção do
reitos positivos, pode encontrar campo de atividade não menos
Ni sistema do direito. .=
fértil, se for estendido ás doutrinas. O pensamento realmente
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cientifico, isto é, quando consegue elevar-se da simples exegese Neste momento, a doutrina do processo civil deve, em face
it elaboração de conceitos gerais, oferece instrumentos de tra- da reforma legislativa e das transformações que vem sofrendo
balho que podem ser úteis ainda na interpretação de direito o mundo inteiro, renovar os seus conceitos e os seus principios;
positivo diferente daquele em relação ao qual foram origimzz. por isso, pode ser mais perigosa e deve ser mais cuidadosa a apli-
mente concebidos. cação de doutrinas estrangeiras. Só o conhecimento claroe firme
f› da própria individualidade do direito processual civil brasileiro,
_ Entretanto, essa transposição de uma doutrina juridica para_
'Ê conseguido pelo estudo de sua formação histórica, permite fazer
a. interpretação de direito positivo diverso encerra também pe-
¡.Í essa aplicação sem correr o perigo de desnaturar-lhe o espirito
1 rigo que se deve cuidadosamente evitar: o de atribuir aos con-
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ou alterar-lhe o equilibrio alcançado em tantos séculos de tra-
ceitos doutrinários valor absoluto, valor de principios jurídicos,
balhosa evoluçao.
que eles não 'tém, até o ponto de ƒazé-los prevalecer sobre as
disposições, o espirito ou a tradição histórica do próprio direito Ora, quem melhor do que o próprio autor do livro estran-
6 positivo. Esse procedimento, além de ilegitimo, pode levar a geiro, uma vez que tenha suficiente conhecimento do direito
conseqüências de certa gravidade; com efeito, o conjunto das brasileiro, poderia fazer essa prudente adaptação de suas idéias?
1 leis dum país forma um sistema fechado e possui seu equilíbrio Não sei se logrei estar â altura de minha tarefa, ao escrever
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interior, passível de ser perturbado pela irrupção violenta de estes aditamentos e, em geral, o -que publiquei nestes últimos
r doutrinas que bem podem fera sua justificação, e mesmo seus anos; em todo caso, ai vão consignadas as preocupações de
necessarios contrapesos ou compensações, somente no ambiente ordem metodológica presentes a meu espírito, ao dar minha con-
cm que foram ideadas. Por isso, as doutrinas estrangeiras podem tribuição ao estudo do Código de Processo Civil do Brasil.
ser utilizadas na interpretação do direito nacional unicamente-
na medida em que se ajustam as suas várias disposições e ao Por outro lado, voltando a considerar mais de perto o caso
conjunto delas, ou interpretam uma sua efetiva tendência evo- deste livro, havia uma 'circunstância que tornava dificil a
lutiva, ou ainda quando refletem novas aspirações da sociedade adaptação aludida na forma de notas fragmentárias; desejo
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por isso expor, â guisa de premissa, algumas observações gerais. corrido após a publicação de meu -livro ie as -discussões que -a
O fato é que, no Brasil, a doutrina de Cmovnunâ sobrea coisa acompanharam deram-me ,a oportunidade para meditar longa-
julgada não foi. até hoje plenamente desenvolvida em todo 0 mente sobre as suas conclusões. Penso, porém, não dever mo-
seu alcance, ao passo que o meu livro representaa tentativa de difica-las. . ' - ' -
um parcial superamento dessa doutrina. Dai o perigo de certa'
A diferente sistematização doconceito da coisa julgada leva
confusão na apreciação dessas várias correntes de idéias e dos
logicamente a outro resultado, cujas conseqüências práticas são
respectivos resultados. A obra de Cxnovmxna, também neste ponto,
relevantes: refiro-me á posição dos terceiros. Este é um problema
quer como síntese do que de melhor nos deu a doutrina moderna,
que, em todos os tempos, tem proporcionado grandes dificulda-
quer como contribuição pessoal, representa um ,passo de funda-`
des tanto d teoria quanto â prática, Íporque a grande variedade
mental importância na evolução do direito processual, e não
de relações que os terceiros podem ter como objeto do litígio
pode ser comparada -_ sobretudo para os paises latinos _ ã de
torna impossivel a fixação de uma regra satisfatória em todas
qualquer outro escritor contemporâneo. Pode-se resumir sua
as suas aplicações. Assim, 0 principio que limita às- partes G
significação na distinção entre preclusão e coisa julgada. Esta
autoridade da coisa julgada sempre comportou exceçoes, que 0
distinção que, desenvolvida coerentemente -em todas as suas con-
doutrina procurou justificar com maior ou menor acerto. Nestes
‹»-. ~.-.e;_f .- seqüências, serve para esclarecer a diferença entre duas coisas
últimos tempos, importantes correntes da doutrina esforçaram-se
praticamente muito diversas entre si, sente-se muito a vontade
por alargar o âmbito de extensão da coisa julgada e, em alguns
na tradição juridica luso-brasileira, aqua! soube, melhor do que
casos, até por quebrar o clássico principio, invalidando pratica-
o direito de qualquer outro pais, preservar a separação concei- mente os seus efeitos. Não estaria talvez errado quem visse, nes-
tual entre a sentença de mérito e -os despachos interloccitórios.
sas correntes, um reflexo, provavelmente inconsciente, da ten-
A meu ver, todavia, Cmovx-:Nos foi, por esse caminho, longe de- dência socializadora e antiindividualistica do direito, que vem
mais, ao afirmar a substancial diferença da natureza dos dois abrindo caminho em toda parte. O homem já não vive isolado
É fenômenos, quando se trata antes do diverso significado que na sociedade. A atividade do indivíduo é de maneira crescente
adquire um fenómeno juridico essencialmente unico, em razão condicionada pelas atividades dos seus semelhantes; aumenta
do diferente objeto sobre o qual opera. Isso implica, natural- a solidariedade e a responsabilidade de cada um e seus atos se
mente, um conceito diverso da coisa julgada e nele reside o pri- projetam em esfera sempre maior. A _
meiro dos resultados a que cheguei neste livro. ..›
Contudo, as correntes extremistas, ao estudar a extensao
Ao que me parece, a teoria da coisa julgada, por um lado, subjetiva da coisa julgada, chegaram a resultados inaceitáveis,
e a classificação dos efeitos da sentença, por outro -- apesar de
âi1 apresentarem problemas estreitamente conexos -'- foram estu-
que importam o sacrifício irrestrito da posição dos terceiros, in-
tê tolerável principalmente na hipótese de fraude organizada para
dadas em separado, recebendo soluções que já não concordavam prejudicá-los. O processo tornar-se-ia máquina perigosa, cujo
entre si. Tornou-se 'necessária uma revisão desses problemas. uso constituiria grave ameaça para aqueles que dele não parti-
Ademais, tendo o processo tomado definitivamente seu lugar ciparam. _
entre os institutos do direito público, era preciso também colo-
car a sentença (até entao estudada isoladamente) nacategoria A elaboração do conceito da eficácia natural da sentença,
dos atos do poder publico e põr em evidência os caracteres que, como distinta e menos intensa do que a da autoridade da coisa
como tal, ela apresenta. Eis o que procurei fazer. O tempo de- julgada, permite alcançar mais amplo aproveitamento dos re-
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a.._ . .v_-._,
"Assistimos à lenta se progressiva transformaçao -no modo
de .entender a eficácia, inerlenteà sentença do juiz, -que designa-
f›-,z `-.¬ ._ ~.
r mos sob o nome de autoridade da coisa juZgada".1
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t Corn -estas palavras, iniciava Cmovnrnm, há trinta anos, sua
obra de revisão da doutrina da coisas julgada. ° Hoje, ao mesmo
-tempo que avaliamos toda a importância das idéias que ele de-
1 Cuxovtmu, Sulla. com giudlcatc, 'em Saggl dl dlrítto processual: clulle, II.
p. 399.
ADITALÂENTOS AO § ‹l.° _
A. importante contrlbui‹¿ã._o_d¿:__Cnxovrr¶.n.â_à._doJ.Ltrina_da_colsa_,1_ul-
gada (v. as obras citadas em suas Instituições de Direito Processual
Civil, trad. portuguesa de -Gomzmãss Mr-:NEczu.a, vol. I. São Paulo, 1942,
1:. 511. e, em síntese, a exposiçãoda matéria, íbidem, nos §§ 15-18, assim
como as--observações de caráter histórico a ps. 182 e segs. e_ 191 e -segs.)
consistiu principalmente em depurar o conceito e o fenómeno da coisa.
julgada de conceitos e fenômenos afins, isto é, em separar o seu conteúdo
.propriamente jurídico-de suas justlficações político;-sociais; em distinguir,
dai, a autoridade da coisa julgada da simples preclusão, que é a lm-
possibilldade de se -tornar a discutir no decurso do processo uma ques-
-tão já decidida; em distinguir, conseqüentemente, a autoridade daccgsa
ishseefl <Sf1I›âf_efiš='_‹@š¿_a9_._¿e§°aPf°sseueL9eJrf¢2°Êfíb111aeãe .de me
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limigr, por,_is_so_,¿ autorliiiíaidfggaišoisa.julgada indecisão que decide -0
picirtlío da Íjão, para declara-la procedente ou inlprocedfenpe; em sub-
] Íralr,'lpor"Ii1'1':, fiodaúa Katiuidafderlpuranienbe lógica, desenvolvida pelo rjulz
no processo, do campo de ação da coisa zjulgada, rellgando esta última
ao ato de vontade ditado na sentença pelo órgão judiciário e acentuando
.energlcamente a sua finalidade prática e o seu carater pubiicist-lco.
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fendeu e,_sem interrupção, desenvolveu até os nossos dias, pode- devida, 1' isto é, qual saía transformada da novação processual.
mos também ouvir-lhe a advertência e retomar 0 caminho, pois A força criadora da sentença,.por um lado, e, por outro, a con-
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é chegado o momento de tentar dar outro passo avante na evo- sumaçao da actio bastam por sisós para configurar em todos \
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lução desta doutrina. - _ os seus aspectos a significaçao da res iudlcata, sem necessidade
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Na 'opinião e linguagem comuns,,a,_coi§_a¬jggada_é CQHSÍ' alguma de recorrer a qualquer car-áterqseu especial. O iudicatum
derad_q,_rnais ou_menos clara e explidtamente, como um dos ou imponha, na verdade, ao -réu uma obrigação, sancionada
efeitos ao sentençg., ou corpo, asua efi‹='‹í'‹>i‹LeSp_§¢i.fa:a. entendida pela actio iudicati, que não difería, em nada, das outras obliga-
ela, quer como complexo das conseqüënciaiquç a 161 f8.Z_d_B1'_i'-'HI' iiones, ou então o iiberava do vínculo. emergente da litis contes-
,J da sentençg., quer- como conip._nt¿o__dos
s , . requisitos, exigidos,_para
. iatio. E a impossibilidade de novamente propor a mesma ação _!
que possa valerplenamente e considerar-se perfeita. _ era a conseqüência natural da consumação processual. Assim,
para os clássicos era a res iudicata verdadeiramente o único e
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As opiniões correntes, ainda as mais autorizadas, oscilam E
exclusivo efeito do iudícatumfi* e sem que, por isso, viesse a l
entre os limites de tais fórmulas. ` ' HW
significar a atribuição duma eficácia -especial, visto como aquele i
Este modo de entender a coisa julgada inspira-se direta- não exorbitava do campo das relações obrigatórias; * ao passo
mente 'em antiga e augusto tradiçã0. G mais PÍ0P1`i9~ment¢ na que a inexistência de recursos não fazia surgir o problema de
romanistica. Em direito romano clássico, resumia-se o resul- quando devia a sentença produzir a res iudicata.
tado do processo na res iudicata, que vel condemnatione vel Nisso se reflete, aliás, a concepção, que tinham os romanos
absolutione contingit (Monssrmo, 42, ,1,1), o que não era clássicos, das relações entre direito e processo: pois que para eles
senão a res`de qua agitar, depois que 'se julgou devida ou não
apenas se levava em conta a actio, e o direito se considerava uni- -› .¬› . -_~
trina medleval, conferiu à. coisa julgada conteúdo mais claro, preciso e Srienze Gluridichc, 1933, ¡_|_ 6; B. Bromn, Appunti lntomo alla serifeflza nel processo
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civil: romono,.em Sh..íí Boujante, IV. p. 56.
concreto, e representa, de certo modo, retorno à concepção romana da l
' Por isso. não se deve relacionar com 0 Edita senão a. primeira parte da rubrica
res iudicatci, não obstante as profundas diferenças que, por outros as-
pectos, derlvam da diversidade das instituições processuais modernas.
Dig. 42, 1: de re judicaia [cf de e//:clu sentcntíarum et de imcrloc-uflonibusi. iii
Retoma a coisa julgada, em seu sistema, 0 posto que lhe compete no
crr. Lana., Edlctum pcrpctuum. 31 ed.. p. 404. e Bloxor, op. cit., p. Sl: 'fo absurdo
falar de re iudicnra er de e/ƒecru. sententíorum, como se a res indicam não fosse
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quadro dos institutos fundamentais do processo. efeito da sentença".
Acha-se toda a doutrina moderna italiana sob a. influência desta Biorfm, op. clt... p. 57. `
idéia. Maior afastamento somente se encontra em CAnus1.U'1'r1, Sistema
i di diritto processuais civile, vol. I, Pádua, 1936, p. 270 e segs., acerca do 1940, p. 480; Piloto CUNHA, Simulação Processual e Anulação do Caso
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i qual v. adiante neste volume, p. 48 e segs. Os mesmos pontos de vista, Julgado, Lisboa, 1935, p. 22l e segs.; ANTÔNIO Josi: Bmmnño, Caso Julgado
também, na doutrina brasileira: v. Aunszmno na Gusmão, Coisa Julgado, e Preclusdo, em O Direito, ano 69, 1937, p. 290 e segs., e ano 70, 1938,
São Paulo, 1922, ps. 8, 12, 21 e segs., 34, etc.; Gunnsauz Es-rci.rr.n, Da p. 98 e segs. .
Coisa Julgado, Rio de Janeiro,`193B, p. 69 e segs.: Penso Bsrrsrii Minrrms, Na doutrina espanhola: Pmzr., Derecho procesal civil, Madri, 1942,
i Comentarios ao Código de Processo Civil, vol. II, p. 72; vol. III. p. 308; p. 514 e segs; Para-mo Cssrno, Exposición del derecho procesal civil,
.Toccz Amnaxcmo, Comentários ao Código de Processo Civil, vol. I, ps. I. Saragoça, 1941, D. 310 e Segs. _
287, 611, etc. ' 1'
u
Na Argentina: Arsnu, Tratado teórico-práctico de derecho proceso!
Na doutrina portuguesa: 'ALBERTO nos Rats, Breve Estudo sobre a civil, vol. TI, Buenos Aires, 1942, p. 576 e segs.
Reforma do Processo Civil e Comercial, 2.8 ed., Coimbra, 1933, ps. 197 No Uruguai: Couruns. Fundamentos del derecho proceso! civil,
e segs. e 465-466; Código de Processo Civil Anotada, 2.* ed., Coimbra, Buenos Aires,`19-12, ps. 98, 163 e 256 H segs. ` -
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if.
*"*- v--_.
\_diversqs, consoante as diferentes categorias ,das sentenças.
A análise do conteúdo da sentença toma, pois, necessária NOTAS AO § 1.°
e urgente essa retificação, ou, talvez, essa mais exata conceitua- (Ada Pellegrini Grinover)
ção. A demonstra-la e desenvolvê-la em suas aplicações princi-
pais, dedica-se a primeira parte deste trabalho, cujo resultado É
1 -_ A partir de 1945 -- data da primeira edição desta obra,
iší-55 há.-de ser o de recompor _a unidade do conceito da 'autoridade
que o próprio Autor adaptou ao direito brasileiro --, tem-se
da coisa julgada e restabelecer a harmonia entre ela e a mo-
consolidado a adesão dos processualistas brasileiros à teoria de
derna doutrina da sentença. Esse resultado deverá, então, na Lrsamm sobre a coisa julgada. Pode-se dizer que a “acolhida
segunda pafrte, servir para revelar algumas conseqüências im-
bastante brusca” que a doutrina teria tido na Itália, segundo
portantes, em vista dos efeitos e da autoridade da sentença -fora
o próprio Mestre,' se converteu em aprovação e apoio no país
dos limites da coisa julgada.
que o recebeu com entusiasmo e carinho durante o período bé-
Am
lico e no qual se forjou a geração de processualistas que deu
margem à`“Escola processual de São Paulo". Como já escreveu
um oe seus discípulos prediletos, antes dele existiram no Brasil
grandes processualistas, mas não existia escola. Depois dele,
existiu a escola, em cujo seio floresceram grandes processua- i
i
mente declaratória, outras tem também efeito constitutivo, isto é, m0- listas. 2 - . e e
diƒicativo da situação juridica existente entre as partes; enfim, produzem Essa escola, que se identifica pelo método e pela abordagem
outras aquele particular efeito sancionador que se expresse. pela pala- dos temas fundamentais do processo, transborda hoje dos limites
vra condenação. Ora, a questão apresentada no texto é a seguinte: Ã geográficos de um Estado, para abarcar a maioria dos proces-
se define a_coisagulea;_1a como um efeito da Seflldflçfi llflšlfi 53° as
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relações del_a_corr¿ a variedade dei_efeitos que as SBI1|i<f2_Ilǧ-5__P1`°d_Uz°T1`-- sualistas brasileiros, irmanados na mesma postura e na mesma
segundo pertencgm a_ uma._0l1 9-'0\1Í›1`H-_fi8‹S 09-15€.E01'l3-5 m@l1°Ê°fl9~dë§7 É visão, apesar das inevitáveis divergências próprias das posições
E claro que o ponto de vista consoante o qual pode a coisa julgada consi- de cada um, que não afetam a substância das coisas.
i derar-se um efeito da sentença é diverso daflileifi fille implica 3 CUSUUÇÊU
dos efeitos das sentenças. conforme o conteúdo delas e a categoria a
Assim,.~é até mesmo natural a adesão da ciência processual
Í que pertence. A tentativa da doutrina alemã de superar essa dífifilllflade, brasileira àquela que talvez possa ser considerada como a cons-
trução mais significativa no invulgar pensamento do Mestre:
Í identificando a coisa julgada com o efeito declaratória (adiante no
texto, p. 20), conduz a resultados inaceitáveis, porque deixa sem a DW'
teção da coisa julgada o efeito condenatória e o constitutivo e desco- i Lrzaum, Ejjicacia ed autoritd della sentenza, Milão. reimpressão
nhece, por outro lado, a autonomia do efeito declaratório, que vem a ser de 1062, Prefácio. neste volume.
absorvido na coisa zulgacla. Restabeiece-se corretamente a unidade d_o '-' Buzina, I/influenza di Liebman sul diritto processuaie cíuiie bra-
,ponto de vista, tão-só reconhecendo que a_ coisa ilfigãdfl U5-0 Ê_9_f91f»° das silíano, in Studi in Onore di Enrico Tuilío Liebman. vol. I, Milão, 1978,
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sentenças,_1p¿a._s,Ípelo contgárlo, umagualidade (B ímflfflbilídfldfi G9 (IEF p. l/2.
podem revestir-se os seus efeitos, ou, melhor, _tQdos ,z:-~_ seus efeitos
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5 Veja-se,_por exemplo, a definição do art. «t6'[¿ “denomina-se coisa Q, conseqüentemente, as condições d_a__z-igã;p¬;E_ness§:‹¿o,sp,_o_jnlgamentn fi
jplgada material a eficácia que toma imutáveI”_e_ indiscutível a seu- de carência de ação teria força de i_ei_ nos limites das questões decididas,
tença, não mais sujeita a recurso ordlxlario ou extraordinário". 'I`ambÊn podendo a coisa, julgada limitar-se__a_declaracão_ da inexistência de de-
critícávešwsâo o 5 1.°_do art. 301 ("verlfica-se a. coisa julgada, terminada condição da ação (ps. .106/107).
guando se reproduz ação ,anterioi-men_te ajuizada") e o § 3.° diormešmo
=H'Í-_1i;Q_ (_"..,,_l)_a colsa__julgada, quando se repete ação quejoimdecidlda
Processual Civil, 3.° vol., São Paulo, 1975, §§ 111-113; Tmzonoao Júivroa. 5
Processo de Conhecimento, Rio de Janeiro, 2.° vol., 1978, § 78; Boncrs,
por sentença, d_e_'_gue não caiba grecgursoírzy aqui, como lá, além de o
Comentários ao CPC, 2.0 vol., São Paulo, 1975, ps. 148 e segs., Frorus
conceito limitar;-se__à__cpisa julgada formal, melhor fora dizer que a_
nos Szmros, Estudos de Direito Processual Civil, Uberlândia, 1975, Cap. Ii
coisa julgadaexiste a partir do momento ernfque_a_sentença se torna
XXIII; Gnmovsn, Direito Processual Civil, São Paulo, 1974, ps. 83 e segs;
imutável: quando se propõe a mesma ação, proibe-se nova discussão,
Eficácia e Autoridade da Sentença Penal, São Paulo, 1978. Bsaaosa
-Lga
gas a coisa* julgada iforiria-se ariyterlormente a este momento, que é
Moarrim (Temas de Direito Processual, São Paulo, 1977, ps. 81 e segs),
meramente eventual.
embora não acolhendo in totum a teoria de Lrrzmvmn, salienta a distinção
° Aminu. Smros, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, 3.° entre eficácia da sentença e autoridade da coisa julgada como inesti-
vol., São Paulo, 1979, Cap. LXXXI/LXXXIII; MARQUES, Manual de Direito i
mável serviço prestado à. ciência processual.
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Enclicm E Aumnroime os Ssunzuçs ll
10 Ami Paimronmr iGRmoven .
Í autoridade da coisa julgada ao dispositivo da sentença vem ¿c;¿r¿_-
lide equivale a mérito (n. 6) e o art. 468, repristinando integral- nt
sagrada no art. 7169, CPC_,_gue dela exclui expressame__` _- os_ ‹
mente o pensamento e a redação de CAnNn1.Ur'rr,_ mutilados pelo motivos, ainda que importantes para determinar o alcance pda?
art. 28'? do código de 1939, afirma que “a sentença, que julgar parte dis¬@sitiva da sentençg; II__- a_verdadc_d9s.fatQs._esi2§h§-
total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide lecida como fundamento da sentença; III”-,za _ap_1;e_ciaç§'i__‹_)Ída
e das questões decididas”; ” em segundo lugar, porque 0 art. 267. questão prejudicial, decididagnejdèlnišlne11-§§,no_pn0cQs§o_., “ 1
CPC, inclui a hipótese de extinção do processo por inocorrência Vale lembrar, a propósito da exclusão das questões preju-
das condições da ação entre os casos de extinção sem julga- diciais da autoridade da coisa julgada, a exceção legislativa es- .Í
mento de mérito (inciso VI), possibilitando expressamente, no tabelecida pela denominada “Lei. do Divórcio" (Lei n. 6.515, de l
É art. 268, a reapresentação da demanda. 26 de dezembro de 1977), que também cuidou de modificar a l
,Í Queça atividade lógica desenvolvida p_elo,_juiz no_pro_cesso legislação sobre reconhecimento de filhos il-egítimos -(Lei n. 4;-_*_¡-_ .fl
z não cai nas malhas da coisa julgada, cuja abrangênçia se limita 883, de 21 de outubro de 1949), e -cujo art. 51, introduzindoum /,g
ligo dispositivo dasenteigça, é pacifico perante o codigo em viggr parágrafo único ao art1'4.° da Lei n. 883/49,'expressamente faz
5 Qestatutq d_e_l_9¶3_9 havia dado margem a interminaveis duvidas recobrir pela coisa julgada, na ação de alimentos, a relação de
` ao estabelecer,_ no_paragra§o
' ' ' do art. 2_8 7 , que "ironsi'ú e -
unico filiação, dispensando a ação de investigação de paternidade, se
iizar-se-ão decididas todas as questões que _çonstituei_n'premissa concedida a prestação alimentícia. Sobre__ esse aspecto, remete-
.;necessá.ria ga conclusão". À luz desse dispositivo, parte da dou mos o leitor às Notas ao Ensaio sobre "Acoisa julgada nas ques-
áltrína havia reavivado - com algum disfarce _ 0 velho pensa- tões de -estado", incluídas neste volume. ¬
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i imento de Savromr, estendendo a coisa julgada aos fundamentos
da decisão. A doutrina dominante, porém, já se firmara no sen- Como se sabe, a exclusão da decisão sobre a questão prejudicial
I
i Êtido restritivo, entendendo que a abrangência da coisa julgada da abrangência da coisa julgada vem temperada pelo instituto da ação
Í declaratória incidental (art. 470), que visa exatamente a que se de-
Ese limitava ao dispositivo da sentença. 'U E____._ií____§____..
ho'e, a limita ão da clare, por 'sentença idôneo. a revestir-se da qualidade da coisa julgada,
'EL ,
;¬a :'.-â;=íI:i.-&'=
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12 Ana Pi:1.LsoRm¡ -Gnruovsn
E1~¬icÁcm E Auroarmlbe na .SENTENÇA 13
Por último, a finalidade prática e -o caráter publicistico do
instituto da coisa julgada vêm afirmados pela unanimidade da e desconhece, por -outro lado, a autonomia do efeito declaratória,
doutrina brasileira contemporânea.” _ que vem a ser absorvido pela coisa julgada", devem ser lembra-
das as -posições_de,PoN1*r:s DE MIRANDA e de CEL-so Naves: 15 mas
3 -- Tomando como ponto de partida o conteúdo e os efeitos o assunto será objeto de análise no próximo capítulo.
das sentenças, estas classificam-se, já. tradicionalmente, em
--condcnatórias, declaratórias e constitutivas: a' doutrina brasileira
é praticamente unânime _no apoio à classificação de Wacn, a
q-ue se refere Lu-:BMAN no Aditamento sub “b". algumas modi-
1
ficações trazidas à classificação tripartidañnão significam que
-se abandone o reconhecimento da carga declaratória, constitu-
tiva ou condenatória das sentenças. *S E o art. 4.° do Código
vigente, inserido no Livro que trata do Processo de Conheci- r
1'-' `Ver, por -todos. Neves, Contribuição, cit., ps. 429 e segs. e, de nossa
autoria, Eficácia e Autoridade, cit., ps. 9 e segs.
J" A ¢\flSSifi¢aÇí10¿1as_g9ões e das sentenças de Poz‹'rfl=s_ne_Mm1lnnA
ë_fllU¡nY-upla, ac_i;e_s_cen.tando o ,Autor às declaratorias, constitutivas e
condeçngtorlas, as açõesfexecutiyas e as maridamentals: estas últimas
distinguir-se-iarn pelo destinatário da ordem ou do mandado que é, no
.A¬Y-;¬,.cv¬» . z:9.f¬-
›
1
-caso, um agente da autoridade pública (Tratado das Ações, Tomo I,
São Paulo, 17970, ps. 116 e segs.). Já. Catso Naves constról.urna classifi-.
cação substancialmente binária, dividindo as ações em objetivamente
SUHDÍBS e Obletivarnente complexas. As primeiras seriam a ação decla- \'
Processo Civil Brasileiro, São Paulo, 1968, p. 107, e Duuuimco (Direito 15 Porrres ni: Mmimnii, Comentários ao, CPC -(de 1939), vol. II, 1.*
Processual, clt., p. 22/23). . -ed., ps. :ria/ao, 444/445, eta; rmmaú das Ações, -cu., ps. 163, 132/184;
Neves, Contribuição, cit., ps. 443 e segs. e 505.
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1
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PRIMEIRA PARTE
Dai, curta era a distância que devia conduzir à. explicação contemporânea -- evidenciou, porém, que a decisão judicial
da coisa julgada como ficção de verdade, verdade formal, ou 1em I_`_req§ient_emen_te eficácia não meramente, declaragva, mas
presunção de verdade. Estas fórmulas, pela autoridade dos escri- também constitutiva. ® _
tores que a defenderam, especialmente Sâvrcmr e Porflrsn, tive- ' .A Surge, assim, um problema novo que não foi até agora en-
ram grandíssima difusão, e a última, através do Código de Na- frentado com a necessária franqueza: quais são,_pois,_as relaçãçs
poleão, penetrou no Cód. Civil italiano, mas foram então viva- i entre a. colsãjulgada e esses, efeitos da sentença,_vários e diversos,
mente combatidas e finalmente repelídas da linguagem científica, orameramente declarativos, ora constitutivos? Se coisa julgada
pela sua imprecisão; todavia, a_._i_cléia_¿l_a_çgisg julgada perma- significa produção de certeza, já não será possível unificar e
neceu ngpgnsamento comum te_nazmente_presa__à sentença como exaurir, em ,seu denominador comum, todos os efeitos da sen-
a decisão de _uma questão duvidosa, tanto que _a_i_nda. hoje um tença, mesmo aqueles que se não limitam a declarar alguma
escritor dacnvergadura de ,Cânnsturrr chega ,a çscrever, em coisa de preexistente. Tida a própria coisa julgada como efeitoda
seu_çsti1o caraçteristicarnente Zinçisi_vo,, que a “imutabçilidadeçda sentença, deverá ela, então, pôr-se ao lado de outros efeitos even-
decisão_c_ogesp_o1gde__não ao seu caráter imperativo, mas à sua tuais daquela? E será, então, necessário distinguir em toda
fi.1_nção declamtiva". 2 É verdade, contudo, que contra essa orien- sentença uma parte suscetível de adquirir a autoridade da coisa
tação doutrinária reagíu vigorosamente Cmovannêumas, desde julgada, de outra que permanece eventualmente sem ela? Dadas
que ele também vê na coisa julgada o efeito da sentença - o as premissas, deveria a resposta afirmativa a essas perguntas
que por sua vez consiste na afirmação de uma vontade concreta parecer natural e representar a conclusão lógica daquela evo-
da lei, isto é, na produção de certeza a respeito da sua existência. lução do pensamento que procurei delinear nestas páginas.
-, a sua definição acaba, por igual, relacionando necessariamen- HELLWIG tentou, de ' fato, desembaraçar a mcada, confi-
te a coisa julgada com a declaração emitida pelo juiz. 3 Assim, a_t_é_ nando, em resumo, a. autoridade do julgado ã pura declaração,
o autor _q_ue,_r_nais,_qu‹¿;q1¿alquer outro,_procurou _des¡a¿nçxar_a tal como aparece em todas as sentenças; e já que estava firme-
coisa julgadp. da sua ligação com a solução das qqestões lógicas VEMCIQ. mente persuadido de que nela residisse o efeito capital e caracte-
doe prooesso,_para
___ _ relaciona la com_ o elemento imperativo_ p__ao
ko rístico da sentença, acabou por identificar a coisa julgada com
ato_d_e_1ontade_conl;_i£lo_na. sentença, nao pode delirar, de ver na L) a declaração obrigatória e indiscutível que a sentença produz.
coisa_julgada se_n§._o_u1na pro_duç_ã_o_de_cert,eza. indiscutível. E, como era fácil prever, seguiu-o toda a doutrina em peso.
A.inda_que__vá.rias;s_‹-:jamas fórmulas ,de,stina,d_as aexpliçar Observa ele que os atos, mediante os quais os órgãos juris-
qçmisterioso instituto da_çoi§a__julgada, fazeng-r_1_a_to.dos,_e_m dicionais cumprem seu mister, são, ou atos declarativos ou atos
ultima anzilise__equiva1e1; ã criaçao de_uma declaração irreve- constitutivos, e estes últimos devem abranger tanto as senten-
gãvel. ‹ ças constitutivas em sentido restrito, as quais modificamdas
relações jurídicas substantivas preexistentes, como as sentenças
2. O estudo atento e minucioso das relaçoes entre direito condenatórias que criam o direito à execução forçada; mas _a_s
e processo, da função da sentença sobre a configuração das seqtenças constitutivos, como as condenat_ór_ia_s, ençeigam ainda
relações jurídicas, das diversas categorias de sentenças segundo Lima dçclaração, isto é, a declaração do direito à mudança juri-
'o `seu conteúdo e os seus efeitos _ mérito insigne da doutrina J cgca ou aç prestação. Ora, a coisa_julgada (Rechgkrgƒt) consiste
= Lesâlcmi di dirillo processuais cíuíle, IV, n. 393. -
l
l
ja força vinculante da declaração,_quer se apresente est_a_por
=' Istiluzíuní, clt., I, § 15, e especialmente p. 341 ttrad., p. 517).
1
z.i -só na sentença, quer seja acompanhada de efeito constitutivo
i 18 Eualco Tux.L1o Lmsmm
ver-com a coisa_Íulgada,¿ibsolutamente_desnecessá.ria para que guiar de perspectiva, cujo móvel psicológico não é dificil com-
-ele se .possa produzir. O termo tradicional de “coisaJu_1gada” í preender, porque a incontestabilidade que a autoridade do igl-
íƒgechtskrvziz) poderia_e deveria então? substituir-¿e___pe1o mais 1 gado confere aoresultado do processo; aparece, n0_çaso._de__pr9-
preciso de "eficácia de dec¿1araçê'io_'-' __(Festsiglungswirkungbíque vimento de _mera declaração. com ca1;á_ter_de necessid_ade_1J_e1__n
lv indicaria,_poi§_,_o efeit_o_const_a:n1§eç deltodas as sentenças com o maiorçdo que sucedeno ,caso da sentença. constitu_tiva_o_u cqig-
qual podem apresentarise ju_ntos_3_ent¿i§¿limente tamb§1_nc_e§eito ,denató1'ia,_p§lo menos no sentido de_queça_declaraçgo_se111,Coisa
«Ê j__ulgada_s_e apresenta cl_e_s_titu_ida de importância se não serifieípara
P constituiu/of ou o -execut§rig,_c_É¿nforme o tipo__‹ie_sen_tenc&¿1u,e_se
éâ/(Q
/Q/¿ƒe2l-Ê
considere. ' ' nada. não tendo outra utilidade que _r1â0,,SBjg_a. d0_PL0_IiLL2i1'__a
Esta é a diretriz por onde se encaminha toda a doutrina, 5 I certezaçiišdiscutível da existência ou inexistência de urna_rel_a-
salvo ligeiras divergências nas aplicações particulares, como ~çã_o_jurídica.
veremos. . a. Pode-se assim reconhecer que uma declaração destituida de
autoridade da coisa julgada é para quem a obteve pouco menos
3. Salta, porém, à primeira vista o erro lógico 'em que in- que inútil -(embora a existência de atos de declaração não con-
corre essa maneira de sistematizar a coisa julgada ao lado dos tidos na sentcnça, mas, por exemplo, em ato administrativo,
outros possíveis efeitos da sentença; porque se colocam, assim, diminua a força desta observação); e não é improvavelçgpe a
no mesmo plano coisas heterogêneas e de qualidade bem diversa. própria figura da sentença .declaratória esteiguligada ao insti-
i
Ao efeito constitutivo da sentença poder-se-á. comparar e con- Qito da coisa julgada, e que, se esteviesse a desaparecer, tam-
I
trapor o seu efeito declarativo, isto ê, a sua eficácia de decla- I
bém aquela faltaria.
ração, e não a coisa julgada que se forma sobre a declaração. Contudo, estas -considerações práticas não tiram nenhum
Essa identificação da_dec1aração jurisdicional com a auto- valor, do ponto de vista lógico, à observação há pouco assina-
ridade da coisa julgada, essa penetração de uma na outra, essa iada. nem à` afirmaçao de que. narealidade, a declaraça_o_con-
' H¡:..¡.w:c, Weseu und snbƒzktive Begrcnzuny der Rcchtskraƒt, p. 1 e segs.:
tida na sentença faz derivar _a sua força obrigatória. ou.'mais
syszzm, 1. ps. 164-112. ` genericamente, a sua eficácia jurídica, da natureza? imperativa
1- Sruu-Jonas. Kommentar, obs. II ao § 322; Huse. Feststeilungswirkung das e “autoritativa” do ato que.a_produz,, nem_II_1_alS_l352_II1 rnenos_d0
Ziuiluftcífs, Munique. 1912, p. -"88 o segs., especialmente p. 70 em nota; Gonnscuuiirr,
em Árchiu ƒür Çíviltstische Praxis, vol. 117, p. 7. e Ziuilprvzessrecht. 2! ed.. ps. 206 quewadvém-pela mudança da relaçao 1urídica_,produzicla:p:e1_a
c 212: Ros;-:s|:nc, Lchrbuch, 3! ed., p. 512 e segs. Tornam-se ;núv.ci_s outras citações.
por nunon hover surgido contestação sobre 0 assunto. `
sgntgnça constitutiva, ou pelo titulo executório oriundo da sen-
Como se sabe, uma parte da doutrina germânica. (representada hoje mormente 'tença condenatória. Uma coisa é distinguir os efeitos da sen-
por Pnclusflicluzni continua a defender a teoria “materialistica"- da coisa julgada. tença segundo sua natureza declaratória ou constitutiva, outra
em contradição com s. "processuniIstlcs.". sustentada por Sum er por 1-L|:1.1.w:o e pelos
outros escritores mencionados nesta nota. Cir. acerca desta poièmica adiante. § 30. é verificar se eles se produzem de modo maisou menosperene'
Não parcos todavia que tal diferença do vistas implique conseqüências para o tema e imutável. De íato, todos os ef_eitos possiveis da sentença (de-
expianndo no texto, pois que também os deicnsores da 'teoria "materia.l[stica"
ffifii-fl!-1Eem a coisa julgado apura declaração: crr.. efetivamente, _Pssn`r‹s1-sousa, claraiórip.constituiivo,_executÓrio) p_ode_n1_, de iguallnodo, ima-
Zur Lchrz L-on der mozerielien Rechtskra/t, p. 29. nota; Scmumr, Ileh-rbuch, 21 ed.. {.íi_nar-sebpelo menos _em_~§,en_tido puramente hipotêtico,_p¿odu-
p. 746. Ha Itália. essencialmente concordes, Cmovsmm, Principií, ps. 145. 179. 18'? e
901; latiluzioni, I. ps. 258 a 183 (trsd. port. I. po. 250 ø 281); II. p. 494; Esnmrrr, zidos inpdeperidentementevdaz autoridade da coisa julgada, sem
Giudtio civiic con plurulità di parti. p. 34; CMmn.u~rrr, Lezicmi, II, n. 71; Brrfr. que por issoñse l_i_1_e desniaturea essência. A coisajulgada é qual-
Oascrnazioni :ul proøctto di Codice di Procedure Civiie, em Ánfluario di Dirítto
Comparato, 1!. p. 30 de separate. . quer coisa ma_is que se a_ju_ntapara _aL¿xp§n_tar-liies_a__ç§_ta)¿í_li-
IG7-3
/`
JIÉ-ÍZTI:-"-'T
if ' 1-¡n.4.w1c, system, I. ps. 113-114. _ 'À `
_ ADITAMENTOS AO š 2.°
° D61'nc¡-cm, Xrilische Beítrdge zur Leitte von der materleiien Rechtskraƒ: im 2!-
vilprozcu, Berlim, 1930, p. 24 e segs.: Rosmnmfl, op. .cl:., ps. 268 e 514.
~ Tenha-se em mente que; segundo 0 direito italiano, pode a legi- \° sobre esse ponto, dr. exatamente Curovnrni, Pfincipli, p. 137.
timação dar-se também por meio de decreto de caráter administrativo.
i l
22. Emnoo Tuu.1o Lmemm Er1cÁcu\ e Auroammmim sz-:N'n›:NçA 23
li
e tortuoso da -coisa julgada parcial, destinada a 'saivar todo 0 ‹. declaraa_.nulida_de de um contrato e -deva, no entantg,:1a¿1er
resultado. 1 ' -erga omnes a_que decreta a a_n_u1a_ção,do mesmo congratp, Pode
Mas, o que é mais importante, esse escopo não pode dizer-se bem ser verdade que 'a -sentença. produza efei-tos__ainda além_d_o_s,
de nenhum modo alcançado; porque, se se admite o pont_0_di -limites
¡_Í da ,coisa
ii 7 julgada
_ e por isso tambem,
__? a respeito de terceiros
._,--- --;_
partida desta teoria,__gue coloca a coisa julgada como efeito dis- 4;f,:-,:ze-Ííu
_(a isso voltaremos na”segunda_part_e, deste_t11aÍD8,lho)_, mas -esse
'-.WO S10 flflflsiilflv-iiv°..9s.¢°fldâ11e§<ârí9.._neda asfiesuracque a sua -fenómeno deverá. então verificaràse nãosó para_o efeito consw
i
sprteodeva depois _ser_-comum, e bem p_odera_a coisa ,julgada titutivo, mas de igual, modo ;i:_arn_i_›ém pa_ra_a_dec_laraç§o.
» -estar a salvo rdeflqualquerç_i_rnpugnaç,ão, -sem que o mesmo valha ' Estamos aqui em 'presença das últimas repercussões do erro
i
Qambéirn para o e-feito constitutivo oe condenatório. Será assim inicial daquela doutrina que, querendo ver na coisa julgada um
1i
verdade, como se disse, que a mudança duma relação jurídica efeito da sentença, isto é, a declaração indiscutível que -ela pro-
não tenha natureza diversa, pelo fato de ser operada por uma due, deve, depois, contrapô-la aos outros possíveis efeitos da sen-
sentença, antes que por outro qualquer _ato_ do Estado; não é, tença, e-por conseqüência está obrigada a decompor a decisão
porém, menos verdade que, quando for ele prãduzido por uma -em tantas partes distintas e a sujeita-las a uma disciplina jurí-
sentença, logre umasegurança particular e característica, visto dica diversa, -consoante façam ou não parte da coisa julgada.
que se exclui a possibilidade' de que qualquer outro provimento
o contradiga, ou anule os seus resultados: significando assim 5. Surge uma questão particular a propósito das senten-
-_›».~àm.=- que ainda a respeito dele se forma a autoridade da coisa jul- ças -determinativas ou dispositivas, -nas quaiso juiz decide “se-
gada. Dá lugar a não menores objeções, enfim, a .conseqüência gundo as circunstâncias” ou-“segundo a equidade", e estares
que se tira detal doutrina acerca da extensão subjetiva da.sen- vestido em certa medida de um poder discricionário. Dispõe a
tença. Como se viu, _I¡1§¿.Lwio e seus partidários, enquanto res- ›
lei, de fato, que f'sg,,após a condenação nos alimentos, sobrevier
tringem inter partes o gfeito da declaração indisoutivel produ- uma __mudança nas condiçõesdequem
J- z os ministre
__ __ou de 7quam
7 -
7" .-
zido pela sentença,__porque_se identifica com a coisa julgada ps receba, providenoiará. a autoridade judiciária p_a_ra¿_a ce_ssaçg._o,
admitem que se ppoduza çzga omnes o,e1¿ent31a_i efgto consti- a redução ouro aumento, segundo as circunstâncias" (art. 144
tutivo. " Mas este desmembramento da sentença acerca da sua do Cód. Civil italiano); e ainda em outros cags análogos é.ce¿§to_
extensão subjetiva não persuade de nenhum modo, porque é_ qi11:e¿a determinação de uma re1ação_jurídica,_gaita pela sentença,
contraditório submeter os terceiros aos efoitos da sentença em pode sei modificad_a,¿r¿udando;as:ci_rcun,spanç1aJs.-
relação ça uma parte e não em relação a. oo_tra,___Hqu_e_da¿3rimei_ra _.¿_...-.lí
,e-0 pressuposto lógico e Hnecessáriço, como se pudesse prevalecer b Krscn (Beitraege zur Urteilslehre, Leipzig, 1903, ps. 1.10 e segs.)
foi o primeiro que estudou com atenção os casos em que ao juiz cabe
9 efeitoioonsititiutivo quando faltasse a declaraçao das coodiçoes determinar discriclonarlamente-um elemento da relação jurídica liti-
_a que ele está subo_rdina¿i_o.o Parece, tambérn, muito estranho -.-.¬-.-. . t-‹ . _-›
giosa (v.. por exemplo, no dlreitobrasilelro, os arts. 400, 559, 924 e 1..fi9-3
! iye deva valer só entre as partos,_por exemplo, a sentença que do Cód. Civil, e, sobre o critério que deve guiar ao juiz neses casos, 0
art. 114 do Cód. de Proc. Civil) ,¡e sustenta que as sentenças assim pro-
" Hruwic, loc. uit¡_ cit. Nisto concordam Borne:-rn e Rostunuuz, 11_ ¢¢_ gn feridas devem constituir categoria separada. Esse ponto de vista, re-
sentido contrário. tcdavia. Go|.nsc1-lunrr, em Archie für Civiiisiüche Praxis, vol. 111
CIL. p. 1-1, e Zíl=Ílpro:cssr:chI', p. 211. seguida por Coisrm, Rcchiskraƒt der Staaimktz, l tomou-o Cmmctn-rrr, que fez uma distinção fundamentaientre processo
1\í\lfllqne. 1927, p. 78, e por Bacrrnnun, Das rcchtskrueƒrlge Ziuílurtcil ais konkrete
declarativo e dispositivo, baseada na diferença entre a simples aplica-
Rcchtsnorm ml: bcachraenkter Rechtsgeltung (Be1tr.z.ZPr.; Liannheim, i9Zli), p. 31. É ção e a formação do comando jurídico por parte do juiz (Sistema, cit.,
05 quais restringem às partes também 0 efeito constitutivo.
I vol. I, p. 133). É de mister, todavia, considerar que tal fenômeno não
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24 Enmco TU1.Lro Lisamlm
. Ericzicm E Auromcluir: os Ssm-rzuçâ 25
..
_ Afirma-se geralmente que isso pode acontecer porque nesses .|.
-ckasos a sentença é dadacom a_c1á.usula reb_us sic stantibzis e, os quejambêm para elas a coisa julgada se forma cornogpzga todas
princip_igs_da coisa julgada sofrem _po_1-,isso uçinaçatenuação. 12 as outras -sentenças e vale enquanto permaneçaminalteradas
as condições da relação, sd se tornando possivel uma mudança
Mais enérgico do que todos, neste sentido, é CARNELUTTI, que,
recordando o conceito de que “_a imutabílidade da decisão cor- qpaiido-e na medida em que variarq as circunstâncias qi1e_de-
responde, não ao íseu caráter imperativo, mas à sua função de- terminaram a decisão.
clarativa", disso deduz que “a imutabiiidadc tem pelo-menos Mas será verdade que isso signifique uma atenuaçao dos
bem menor razão de ser a respeito daquelas decisões às quais princípios da coisa julgada? A mim me parece que nao. De
-,faltagaliinalidade da declaração; quero dizer,-_-_ às sentenças certo modo todas as sentenças contem unpiicitamente al clau-
:l suia rebus 'sic lstantibus, 1* enquanto a coisa julgada nao im-
dispositivas”. 13 _ _ ,_ a
Formulada nestes termos, e com tal motivação, não me pa- pede absolutamente que se tenham em conta os íatos que mter-
rece aceitável a afirmação, porque prova demais, excluindo a vierem sucessivamente à -.emanação da sentença: por exemplo,
,autoridade da coisa julgada de todas as sentenças dispositivas. se o devedor paga a soma devida, perde a -condenaçao todo o
Ora, Ê”certgrhçprimeiramente,_,_que aí pqgsibilidade da acenada valor. Outra coisa não acontece para os casos ora -considerados",
mudança se verifica _s(›__para as sentenças_disppsii:ivas__q1.1e_se nos quais tratando-se de uma relação que se prolonga no tempo,
referemga umagrelação continuativa, cujos elementos sejam_p_gr e dizendo ag decisão ser determinada, pelas circunstanc1as__con-
sua natureza variáveis; 1* em segundo lugar,_é_ certo,¿ig_uai1nente, cretas ,docaso,_a_;nudan_ça_deste justifica, sem;mai§, uma cor-,_
~zI respondente adaptaç§o_dazdeterminação feita_precedentemente,
› H V.. por exernpío, Cmovamn, Pr{ncipil_ ps. 1.253 e 1.328: Ranma, System, I.
p. 811; Rostmnznc, Lehrbuch., p. 532. Dedicada: expressamente ao terna são as duas za Mssm, realmente. Bsvrcur, Sistwlfl ififfid- li-el-). VI. D- 373- CU- flfi mlflhflfl
monografias de Brrrr, E//icoízin delle sentenze dctermimztiuc in tema dl Iegoto di Opposizioni di fneflto 'nel processo dl csecuziofle, n. 111..
olimenti, Comer-Ino, 1921, a de S. Cosn, Le sentcnze civil! con io ciausola “rsbus sic
sta1t£ibu.1", em Studi Senesi, 1930. ses declaratória, condenatória ou constitutiva; a única particularidade
1' Lezionl, IV. n. 393, e ainda mais decisivamente em Funziona de! Processo dc!
consiste no fato de que a atividade do juiz, vinculada ordinariamente
Lavoro, em Riu. di Dir. Proc. Civile, 1930, I, p. 127.
*' Brrfl, op. cit.. p. 69; Coen, op. clt., n. l7.
pela lei a aplicar, em vista de certos fatos, a conseqüência exatamente
-estabelecida, se exerce, em alguns casos, com certa medida' de poder
incide na costumada classificação das sentenças; ainda quando tal se I discricionário, destinado a permitir que se determinam as conseqüências
i
verifique, a sentença não deixa de pertencer, segundo os seus efeitos, a legais conforme as exigências das circunstâncias concretas do- caso
uma das três categorias mencionadas. Por outro lado, na -fase atual de | examinado. Mas isso não altera a função exercida pelo juiz que, todos
-desenvolvimento do direito, este poder determinativo conferido ao Juli os dias, deve ponderar as circunstâncias do caso concreto (por exemplo,
não só é excepcional, mas também limitado a um só aspecto ou elemento quando deve decidir se houve dolo, coação, boa té, erro grosseiro, etc.).
da relação jurídica (por exemplo, a fixação dos alimentos ou o rumo l
Pode acontecer, todavia, que a teoria de CAimr:LUr'rr se justifique segundo
da passagem, etc.), _ao passo que a existência dessa relação e as suas É o direito positivo italiano.
outras modalidades* (obrigação alimentar, direito de reclamar a passa- 1q,‹,z;1¿.1rec¿¢0 este ponto, e necessário considerar quehguando é feita.
gem) são pela lei abstratamente estabelecidas. Por isso, não é exato
discriclonariamente P€l0__ll»11Z 5 ÇÍBÊEYIUUIHÇÊF ÊÊE5 m°da¡m5E_1e5`d3 re-lí"
dizer que nesses casos, “não existindo regra material, uma norma ins-
ção juridica,_ pode ei¿a_ ser --mem determina_d_as clrcuns_t_ãnc_ias - modi-
-trumental confere ao juiz o poder de -compor um conflito de interesses”
(Canusrurn, op. cit., p. 134). Existe uma regra material, mas o seu con-
_t_eúdo é eiágtico _e deve ser determinado e precisído, caso porlcaso, no
1 ficada: lv., quanto a alimentos, o art. 401 do Cód. Clvii_bras_ilelro,_g¿n_a1s
geralmente 0, a;1;t._289,_Q, Êio_Çod. ¢1<=L_P1'9Q‹ Cífll bFfi$¡19_Í1`_'9¿ÊYÍ°^5›__5¶“LÊ
i
-ração ou de mudança das relações jurídicas existentes, justa-
111€-S 9-,11fl1`‹_11!€Z§› da relaÇä0 jurídica, que continua a viver no mente 'e só em relação aos seus efeitos, tais quais são dispostos
tempo com conteúdo ou' medida ,determinados por .elementos pela lei, isto é, segundo sejam declaratórios, ou também cons-
essencialroente_vanaveis, de maneiraçque os, fatos que sob:-eve-
titutivos. " e ' '
Iiliarn podem influir ne1a,__n;?.o só no sentido-de jgxtingui-la, fa-
Por essas razões, é necessário adm-itir nasentenca consti-_
ZBn_dp,_por, isso extinguir o valor da sentença, masi também no
tutiva,_unidas no mesmo ato, uma declaração e, conjuntamente,
sentido de,e_xigi1f.1"m_1d_a!1ca na detenninação, dela, feita ante-
riormente. ' . uma atividade tendenig a produzir mudança na situa_ão jurí-
Ílica deduzida em juizo. A necessidade de distinguir esses dois
Confirma-se, pois, ainda nesta hipótese particularmente de-
momentos, ou elementos, contidos no mesmo ato, vem a- ser
licada, que a coisa julgada não é ein nada restrita ao conteúdo
declarativo da sentença. _ t -_ _ . confirmada pela possibilidade - pelo menos do ponto de vista
iM
‹. , lógico - de que, à. declaração dos pressupostos aos quais subor-
1: 6. Uma última dúvida possivel deve ser aqui examinada, dina. a lei a legitimidade da mudança, nem sempre se siga a
i
`| brevemente, antes de concluir este parágra.fo.~ » - ` ' conseqüente decisão da mudança; o que em certo caso é até
_ Z Sabe-se que, segundo a_utQ13'_zçada.,_doutrina,Za atividade exer- previsto pela lei,'quando admite que à declaração do inadimple-
Hi
i çidagjielo juig,_a_.o_p_rol_i_a.tar uma .sentença _ constitutiva, nãoné mento de um contra-to bilateral deixe de seguir-se a rescisão dele,
diversa daguela que exeroezñquanjdo “faz uma simples _decla- em virtude da condição resolutiva tácita, mas seja, pelo contrá-
-ríaçäoze quewosflefeiitos constituqtiips seWseg'1l§Ii'i,__por fo1'.§,'_a_daiei,› rio, concedida yma dilação à. parte inadimplente (art. 1.165
*;.'_p1-ópria declaração. 1°' _ l '_ i._ ._ ._ ,_ ,_ _
do Cód. Civil italiano, in fine); 1°
Não me parece, _cont_ud_o,_,aceitável,;essa concepção,_ visto
11 Por Isso me parece também inexata ou irrelevante a afirmação de Safra, Pre-
çonsiderar que naprolação da sentença constitutiva,_a,§t,i_vj_d_z¿q_e 1
I
mesae generali, cit., pa. 350-351, de que também a sentença declaratória tem efeitos
do juiz se -dirige propriamente 'à produção de uma alteração constitutivos. Que eia tenha efeitos é evidente. que eia constitua um meio de tutela
i
Juridica nao é oontesiavei nem contestado; mas a distinção entre sentença declara-
jurídica., A” id_é_ia_1`nesma de umadeclaraçao com efeitos consti- ioria e constitutiva se faz em atençao aos efeitos ‹(decÊaratórios ou constitutivos)
‹Ii
tutivšnparece-m_e contradit¿ória,_por5_1u_e_apop_eraçãio_ç_o1n_qi_1_e_se que produzem sobre e reioçao juridica substancial deduzida em juizo, e niio vejo
.u ap11cajinna_ norma ao_ca§o, concretoisgfsqpodezconsiderar ativi- que alcance possam ter sobre tal ponto os argumentos que ele eiduz contra a' doutrina
comum. A posição que defende, notñvel pela independencia de pensamento (efr.. ein
I viam de certa analogia possivel, Sauna, citado adianta,_n. 9. em nom). chega-. todavia.
š _ 1' Neste sentido. ccm certa diferença de formulação, mas substancialmente con- a conciusoe: que não persuadem: o que sucede talvez porque quer relacionar os
p I
i co:-des. ~Cu1o='=NvA. Pfífleipll. p. 1a2,,e Ismuzioni, I, p. iso (tz-ad. port., 1, _p_ zu 'Q efeitos dos sentenças. não As relaçoes jurídicas. mas antes' à norma; formuiaçlio esta
5839-). e Cmwmvm, Lezioní, II, n. 'll -(que por mo prefere -falar de sentença do que não parece aceitável, visto como a sentença decide situaçoes jurídicas concreta:
declaração constitutiva). "Em sentido contrário, Cm.uiuur"r›ar:r, Studi. bit.. I, p. 'àqu 1
‹ e não abstratas e declara ou modifica, não u norma qual foi disposta pelo legislador
0 5688-; R.mn.r.r:rr¡, Guarentjgie della. gimtizia nella pabbltca cmministrazione. Milão. i (0 que seria pondefiniçào impossivel e contrário aos Iin: do processo), mas qual
i9Z!4. ps. 10 e 341. e Esrosrro, _VaIidità delle leggi, Pádtm, 1934. p. 108; e' ainda Serra, se modela concreumenu no regular cade caso especial.
. .«. ›~.-
Premesre pemrraii alla dottrímr deI1'ea'e‹.¬.|.zi.o11c I0rtd!d,_em Bio. dl Dir. Proc. Clvtle, H Assim iambcin Gauumnan. op. alt., p. 250.
1933. I. p. 344 e ae¡a._(mu ver- ii. nota. seguinte). _
i
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..
ii
9
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23 Emuoo Tomo Lnzsmm
Errcácu E Auronrmms nlà SENTENÇA 29
. Ecntão - e isso é o que aqui interessa. _ ¡¿_1gun5 escrito;-es
deduzunm de s-emelhantes_o;u analogas_considera.ço_es:(e_aojnes- antes,_guc o conceito eza [unção mesma da jurisdição sofrergm
m°z z°°mDff¿Õ§ €Lâfi!1içã_o assaz rigorosa da funçâè jm-isiiicíojjgjj ~¿.____.._- .zu . certa mudança, no__~sentido de que a atividade d9_juiz e_s_tá. me-
ê,âor¿s_gque_n¿iaÍdenque flJ1°¢Í$ÊfQ constitutiva, ,cpnsgi_e‹ nos vincuiada. agum sistema completo de preceitos, j_uridi_c_‹¿s
ra a em_si_e_sepa.ruIl8.__da _declaraç_ao§ubjg.,çgn1;e,g_¡¿ãQ ¡-epiesgnta abstr_atos_e iiendente, ao -cont:-_á,ri_o, a_pr0£>l-.11;&_1_'__uma_decis§z1'.o_que
um ato.1u_r1sdicional,_mas um negócio_¿juridi_co ou, mais pi;-ecj. satisfaça em -cada__ce_i§o a aspiração geral de justiçg.. 22
ãamentep-um .ato administrativo. 1° Alarga-se este raciocí¡ii_0_ç_ Aliás, pelo que aqui interessa, pode ser suficiente ajuntar
mëorçafie azPí°póS1t° d35z$ÊÍ_1te11Ç3S .¢Íël50SÍtivëS ,para asçquáis que, embora se devesse sustentar que nestes casos a atividade
Ê-Juiz encmtre emf11°¡`m9-,de lei P.1'¢8_xí§tentç_o' critério_ qge ‹í.-_í-_. do juiz não seja, pelo lado substancial, puramente jurisdicional,
l d_f_=_\fia_gU1a¬liJ_!1i1¬<l¢ElsaQ,_cÍnasLqua§,__por isso_rn§_smQ,_zL0¿f,0;j11¡¡¿_
1°~z9~na¡zÊ5tÊÊ1Ê'“m_Õ_° nada-_11'1¢H0S qllç um ato legislativo. 2°
T deva ela todavia -- pela forma com que a lei quer que se realize
(sentença), pela qualidade do órgão a que está confiada e pelo
1!
Ti
fato de estar -estritamente unida a uma atividade jurisdicional
9m'~p~°der~¬5-°'Ía.Õlz1YÍda1`zd€ qL1.G__9~$__S§nt§_nças constitutivas
32. S‹âSi§â351äl§$㢚f§§âS§;6I_!¿.:H9_todo:o_u__e.m_,p,arjQ,;dapuçtpridade -- dar lugar igualmente à. formação da coisa julgada.
dicionalázzmga fi›_P£§§1Së-l;1c13i:_e_pír¿r causa do caráter não;ju1-is.
¬ fr; ~ -9-ë1¿0l_d=z‹1i1§,v1r.1â»;n.a.Sfir._s1§_ta1 múag ¢mti;,uíúz;.s 7- ¿LS;=.Qnsi.‹i‹ârê§õ.¢.S_aInp1amemu-:_dmênx0lv.ídeS_nflS..Pási-
ao é .cer_ta.mente possível tratar aqui, de modo cabal, os nas precedentes permitem formular conclusão de algum modo
Pmblemas gravíssimos que assim surgem e que exorbitam do interessante. Cpnstitui erro de lógica., definir a_ autoridad e «d5.-
gema Ê: presents trabalho. r.imitàr_-me-ei,_pm-isso, a çegpfimir 1
1
coisa julgada como efe_íto_da_5¡gntgnça‹e - conseqüência ine-
ábdmmoem ctcgâvicâao dcgqpe am'da..ta1sçsen_te_nças fazem paLrt_e_d§; vitável _ identifica-la com a eficácia declaratória da própria
›
z - 0 _a__funçao jurisdicionalgí observando somente sentença, contrapondo-a, portanto, aos seus outros possíveis
efeitos (constitutivos ou condenatorios). Pouco convincentes,
›
q*¿¢f'1Ss'P°'?1_Ê1.ië.¬»°Bifl V%2.._miS wimsâønferidcs pela rei à Ma-. _ _perigosas_e até mesmoçrrôngas 8159 £ls_sç_)luç_cÍ›_e_S¬práticas oriundas É
8iSfëF_fi@.'¢¬1»-0_nún1e_r_c_se1np.'rc crescânte de jurisóições de eqgi- desta inexgta formulgção inicial.
da<_L@:L(§Bi!5Ê9§as_c=uaç§ez1raç1çA am a do jrgabâilrgjgirndlcanj
4*-*_
iii
' Nesta concepção comum se esconde a última manifestação
1' Cm ,4 5
._~-z,_ 4_
daquela singular deformação da doutrina da coisa julgada, con-
Doam
- ' u ' grtãulzfzzzflãzitlxtzrziägmiz'
›› . - :Ê :.Gêummwmza ”°"“'"" i”-*°5¬
.u.uumm.n,!oc..clt. . _ W» P» 23.1 11- 6: tra a qual saiu a combater Cmovr:r‹nÁ, e que consiste na super-
em I*Studi
Dommo _ 'z__M9611;-9m1-R-lfldafi-1-¡Tflp
Í" arm: _ - 6:11-0Cgi. _P- 3:._ Tribunuli del Lavoro, valorização do elemento lógico do processo, como -conteúdo da.
› €0¡.pom¿¡a¡. 1931' P' M7. ' . 93-z . DBIQLX. Archiuto Studi-
coisa julgada. Um aspecto dessa mesma ilusão, que Curovsunn
1| por I1mt1:3.
p giaunten94L; constitutiva: (alem do, 6 claro. Catovcum ' e G›.n;›r:r.u-1,-11),
`
salientou .particularmente e contribuiu decisivamente para des-
D Mk E F"-“"› Wfflllfyk. alt. D. 10 o sera.: Blu-ri, Promessa pencrau, ein.,
' - 570559. OD- GN?-. P~ 108 0 sega. _
1 truir, consistia em relacionar a coisa julgada com toda a q-uestio, l
Para.gi s;n¿nEs:1ed1s¡;,osltlvaa.
amu. 1 `
Earosrro, loc. clt.; Rssmu, Magurfazum ¿¿¡ Momo' com toda a deƒimftio, de maneira que se sustentava suscetível de Á*
do ngumm'e
_ n
5* na “tu $¢m‹¢!1Ç8l. embora se devesse admitir a "novldade"
estabelecido para o caso concreta pelo Juiz, a falta de ubátraçgg lograr a autoridade da coisa julgada toda forma de raciocinio
B 5°n°mud°d° m° P9-"C0 11110 bflälü pur: exclui: o seu caráter substanclaíme to -do juiz. Mas Ê concepção__comum_ está _ai;ida4j_u_n_gida_,_teria,a:T_
lesislatlvo; sob: _ n
uma norma. ou“:|:r° eütãel wnarflerfa quo O mu. .mag Mm' uma ao caso concreto mente ao aspecto inverso da mesma deformë,ç_êQ›_P01}1U° 1150
O mehr mas O ua. f° 8* . que ele mesmo deduzlu da consciencia |urm|¢-,z
me est; ¢l permanece no ato Jurisdicional é 0 nto de apllcaçflo as fg-5-m, sa,be separar a coisa. julgada do elementoglágico do processo,
- ¢¡`~l° fl¢‹fl1'Ê Quanto' ao mais entre _os motivos explicito: ou lmplicltoc.
Drtsentos ou talvez inconscientes à própria mente do juiz.
-› -¬.- ._
'-" V. as ugudur. cousldemçdcs da Jauow, Il mastro tempo e il difltto, em Arcmvlo
r
Giurldico, 511 sr'-rlc, vol. XXII, 1932. p. 129. - Íil.
-vw z w-1.
1 ¡-
1 Powres na -Mnuumr, -Comentários (de 1939). clt., vol. II, ps. 378
e* segs. e 444 e segs. Ver, mais recentemente, do mesmo Autor, Tratado
das Ações, cit., t. I," ps. -1'63 e X84 e segs.
2 Neves, Contribuição, cit., Ips. 443 e -segs. e 505. Observe-se, porém,
que para o Autor a sentença constitutiva é objetivamente complexa,
› -correspondendo o"Ínomento declaratório a um pronunciamento jurls¬
O dlclonal, de conhecimento, e o momento constitutivo a um provimento
juris-satlsfativo, de execução imediata (retro, Notas ao § 1.°, nota n. 13).
Dai por que só o elemento declaratória é idôneo e revestir-se dacoisa. zé;-.~z.v-i _.
I Cmovmos, Saggl, cll.. LI, p. 401. 4 Bàaaosr Mon:-:m.›\, op. c_it., p. 82.
- L
. . ‹. -. ,. .
~-if. Erxciicis e Auroamme os Srinrzuçi 38
32 Am Pl u.›:can¡u Gamoven
-Que a admissibilidade dojjuízo deçqüidadgseja eircep¿:l_Qpa_1,.
l
i.
Ss.da..¢m 1`u1s«i.‹l9=fl .seriimse39flSiii11tuê.__e_moauicação pp: ela no processo civil, também é indiscutível. Hesse ponto,_a_redação
ii
1>!oduzida_j¿i_p_ão_¡:ode_ser_opjeto de contestação jpridlzcaniente do art.,12¡7 do código vlge_nte_é de extgema clareza: __ffQJj_uig.s,6 _ ii
ii
relevante." ° decidirá por eqüidade nos -casosprevistps em _lel.'_' Vale lembrar fl
i
› l
i - D@_1`€'Sl-0. o direito positivo brasileiro não autoriza a acolhida que nos processos arbitrais podem as partes convencionar que
da teoria de rh~:L1.vv1o sobre a coisa julgada. Nosso ordenamento o julgamento seja feito por eqüidade, “fora das regras e formas
desconhece dispositivo como o art. 2.909 do código civil italiano do direito" (art. 1.075, CPC) e que, nos feitos de 'jruísdição vo-
.ll
que, adotando a concepção alemã, afirma. que a declaração con- luntária, o juizo de eqüidade se transforma em regra. geral, pois ;¬-_-,.~›.«-
-tida na sentença passada cm julgado ƒa stato para todos os efei- o juiz pode “adotar em cada caso a solução que reputar mais Í.
Ê
tos entre as partes, seus herdeiros e sucessores. Bem pelo con- conveniente e oportuna" '(CPC., art. 1.109).1_1 i
trário, o art. ‹l68, CPC, diz expressamente que a sentença, que Igualmente não parece haver dúvida, no direito brasileiro, il
fm-._«: -.=_. z-.
julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites de que a carga de poder discricionário contido na sentengçamde-
¡ .
1 da lide e das questões decididas." Como agudamente .observa f_ermi_l_iativa não altera ajunção exercida pem j_u_iz no prqçesso,
Bâiuaoss Moasmil, por que importarmos mn problema que não Para os fautores da teoria dualista do ordenamentdjuridico --
existe, e uma soluçao que nao satisfaz, ' quando a própria dou- que no Brasil constituem expressiva maioria *2 -- o processo
ii trina italiana soube contornar o óbice do art. 2.909, c .c . , 5 ainda visa apenas à realização prática da vontade preexistente do di-
que com “medíocre expediente"? ii reito, em nada contribuindo para a formação de normas con-
_ .4 vn,-nf:
cretas: o direito subjetivo e a obrigação também lhe são pre-
l 2 - No corpo do capítulo (n. 5) e no Aditamento sub b), existentes. Nessa linha de idéias, tem-se afirmado-que, mesmo
Lnznmiuv refere-se as sentenças determinativas ou dispositivas,
na sentença determinatlva, o juiz se limita a extrair do_sist;e_r_na
nas quais o juiz decide por eqüidade, no uso de uma certa me-
dida de poder discricionário. *juridico a norma de eqüidade a ser aplicada à. espécie: a hipótese
tem sido apontada como semelhante à. da lacuna da lei, onde
A doutrina processual brasileira acompanha a lição do
Mestre no tocante a tais sentenças, que acabam sempre por ter 11 Também no processo penal condenatórlo o juizo de eqüidade é
-. w._i-., 1-‹v z-. _-. oz
I
l conteudo declaratorio, constitutivo ou condenatório, indepen- regra geral, mercê do princípio da individualização judiciária da pena,
*É
`i
dentemente de sua maior ou menor carga de discricionarie- inscrito no art. 42- do Código Penal. Sobre sentença determlnativa con-
dade. 1° denatória penal e -cláusula rebus sic stcmtibus, ver, de nossa autoria,
I Eficácia e Autoridade, cit., ps. 7 e segs.
il 12 significativas divergências ocorrem, contudo, no campo da teoria.
1. ° td., íbid., p_ 33,
l
i ° Como se viu, o art. 287 do código de 1939, embora rnutllado, já geral do direito, sobretudo por influência das idéias de Katsen. Entre
os processuallstas, deve ser apontada a posição de autores categorlzados
dmfl- que il Seflfeflod que decidisse total ou parcialmente a. l1de_ teria como Moura Room (Reflexões sobre Processo e Comunicação, Fac. Ca-
Q
força de lei nos limites das questões decididas. ' -fz-o.~»\-.¬,-.›
ruaru, n. 58, 1974; Estados sobre Processo Civil, Recife, 1969. ps. 151 me
T Bsnsosi Monrrma, op. cit., p. 85.
segs), o qual acompanha a posição de Clliuvsrunr quanto à. teoria unif- ‹
5 V¡:u.u~u, Áppuntí sulla natura della cosa giudícata, Milão, 1953,
tárla do ordenamento juridico. '
| PS. 51 e segs. _
° LIEHNAN. Prefácio à reimpressão italiana de 1962, neste volume. classificação dos processos, pois o provimento jurisdicional não deixa de
l É 'IO .
s_ P Ver CšN`1'R^. Gnmovl-:n 8.: Dmsmlmco, Teoria Geral do Processo, pertencer a uma. das três categorias mencionadas." No mesmo sentido,
l : ver também PARÁ Fruio, op. cit., ps. 128/129. '
3° _í=1U¡°› _2- ëfl.. 1979, p. 270, onde se afirma que “o fenômeno da
. discricionariedade outorgada ao juiz em casos especiais não incide na
1
V
ocorre a integraçao da norma com base na analogia e nos prin- E, a esse propósito, convém ainda lembrar a observação de
cípios gerais de direito. 13 _ LIEBMAN, no sentido de o elemento ca-racterizador, nesses casos,
E nesse ponto, é significativa a tomada de posição do Código não ser propriamente a cláusula rebus sic stantibus (de certa
de Processo Civil _de 1973, que suprimiu a fórmula do art. 114 forma contida em todas as sentenças), mas sim a natureza di-
do estatuto revogado (“quando autorizado a decidir por eqüidade, versa da relação jurídica, que continua a viver no tempo, com
o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse leglslador"), conteúdo ou medida variável. A lição parece acolhida pelo có-
substituindo-a pela redaçao do indigitado art. 127. f digo processual vigente, que substituiu a fórmula do art. 289
,Por isso mesmo, os processualistas brasileiros também ma- do -estatuto de 1939" por outra, em que se refere exatamente
nifestam, com Lnznmmv, a convicção de que a sentença norma- às relações jurídicas con-tinuativas (art. 471). 1*
tiva da Justiça do Trabalho configura exercicio de função ju-
risdicional típica, enquadrável na denominada jurisdição de 3 - Quan-to à. declaração com efeitos constitutivos, afas-
eqüidade. 'Ê E até' entre os especialistas em direito do trabalho, tada .por Lmemmv, que vislumbra na sentença constitutiva, uni-
essa posição pode ser considerada, hoje, dominante. 15 -das no mesmo ato, uma declaração e, conjuntamente, uma 'ati-
- Assentadasl-tais idéias, surgeçcoerentemente, entre nós, a vidade tendente a produzir modificação na situação jurídica
conclusão de que a sentença dispositiva não configura atenuação deduzida em juízo, a lição é unanimemente acolhida pela dou-
do princípio -da coisa _julgada,_porquanto _é a própria sentença trina processual brasileira, '“ a qual, também ao uníssono, afasta
£l11šmÉiutoriza__p, juiz__a agir, operando a modificação objetiva a tese da -natureza administrativa ou do caráter não jurisdi-
do julgado sempre que haja piutaçãopgs circunstâncias fá- cional da sentença constitutiva ou dispositiva. 2° -
ticas. 1° 7 . -
11 Art. 289, CPC 1939: “Nenhum juiz poderá decidir novamente as
. 1' Ver, por todos, Cmrlm, Gnmovrzn Sa Dnvsmimco, Teoria Geral questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo: II _ quando o juiz
cit., p. 270. tiver decidido de acordo com a eqüidade determinada relação entre as
14 Ver, de nossa autoria, Sentença Determinatlva Trabalhista, ln partes, e estas reclamaram a reconsideração por haver-se modificado
Rev. Tríb. Reg. Trab., 5.3 Região, Salvador, 1977, n. 4;.v., também, Teoria' o estado de fato".
Geral, clt. (Cnmu, Gnn~:ovsn.& Drmmànco). p. 237. Hi Art. *l'l1, CPC 1973: “Nenhum juiz decidirá novamente as ques-
45 Cirmlmmo, Poder Normativo da Justiça do Trabalho, in Temas iões já. decididas, relativas à mesma lide, salvo: I -- se, tratando-se de
de Direito do Trabalho, Rio de Janeiro, l97l:.Direito do Trabalho, Rio relação juridica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato
de Janeiro, 1979, ps. 222 e segs; -Coousxao Cosrn, Direito Judiciário do ou de direito; caso em que podera a parte pedir a revisão do que foi s
li
Trabalho, Rio de Janeiro, 1978, ps. 85 e segs., 97 e segs.: etc.
estatuido na sentença."
1° Assim nos maniíestàvamos, em Autoridade e Eficácia, clt. (ps. I
“_ Ver, por todos, AMARAL S/mros, Primeiras Linhas (1977) clt., |
7/8): "A_ sentença determinativa, que também se encontra no campo l
não penal, transita em julgado e assume a qualidade própria da coisa vol. 1.0, n. 136; Currais, Gamoven 8:. Drmusnco, Teoria Geral clt., n. 178; ‹
PARÁ Fruio, Estudos, cit., ps. 147 e segs. Como vimos, Censo Neves fala.
julgada; mas, em obediência à cláusula que contém, é suscetível de
revisão, nos casos expressamente autorizados em lei, exatamente por no caso, em sentença objetivamente complexa (Classificação, cit.).
obedecer ao comando emergente da sentença e à. cláusula rebus sic stan- :P ' Mais uma vez atente-se para a diversa terminologia de Cs‹;1.so
tibus nela contida." Ver também Teoria Geral, cit., 275. Nomesmo Neves que, por reservar o vocábulo “jurisdicional" à. atividade cognitiva,
sentido, a doutrina dominante: MAnom:s, Manuel cit., vol. 3.°, n. 695; e por considerar o elemento constitutivo da sentença como sendo de
ifuuluuu. Sàxrros, Primeiras Linhas cit., 1979, vol. 3.°, n. 743; Nevis, Con- natureza executiva, vislumbra nesse conteúdo constitutivo atividade
tribuição clt., ps. 482/3, etc. jurls-satisfativa (Classificação cit. e Contribuição cit., ps. 443 e segs).
867-4
\
36 An/. PELLEGÉINI GRINOVER
1 i
SUMÁRIO: B. Eficácia ds. sentença e -coisa julgada. 9. A coisa julgada não é um
eleito da sentença. Resenha da doutrina. Teoria "processualietlca".
10. Teoria "materialística". 11. Teoria ^'normatlva". 12. Doutrina ita-
liana. 13. Uco Rocco. 14. Csnurlurrr. 15. Definição da coisa gulgads.
i ld. Limites objetivos e subjetivos. 17. Exceção de coisa julgada e ç.~tio
iudicati. 18. Função negativa da coisa julgada. 19. Coisa julgada formal
e substancial. 20. Coisa julgada e processo de execução.
-tença-não mais sujeita aos recursos ordinários. '> Mas deve dizer-se
o mesmo também para os outros efeitos que uma sentença pode
1
produzir, seja o declaratório, seja o constitutivo, que se devem e
E
- ADITAMENTOS ao i 3.°
1 No direito italiano concede-se, efetivamente, a execução provisó-
'\
21 Assim, Borstno na Masqrnn afirma: “Através da ação decla- ria, caso ,por caso, por parte do juiz que prolata a sentença -de primeira
-fi ratoria ~é feito valer um direito a segurança de uma concreta situação instância, quando é ela permitida pela lei. V. Cnrovi-mm, Instituições,
juridica favorável ao autor, ao qual corresponde o dever estatal deepro- vol. I, ps. 338 e 395,'e a nota neste último lugar, onde se realça a dife-
duzir um'-efeito juridico de natureza puramente DFOCESSUBL COHSÍSWUW rença entre o direito italiano e o brasileiro.
na vinculação do Estado, através de seus órgãos judiciários em qualquer b Verifica.-se o mesmo fato no direito brasileiro, no quai a sen-
i
processo futuro, à declaração favorável contida na sentença/'_(Da Ação tença pode executar-se enquanto pende o recurso extraordinário ou a
" Civil, São Paulo, 1973, p. 104). Observe-se, ainda, a vinculaçao de Bo- revista, que não suspendem a execução (art. 808, parag. único, do Cód.
'r1=;r.no.ng 'M1›:sQu1-ra ateoria concreta do direito de ação, e em especial de Proc. Civil brasileiro): pois a. sentença é ezecutória antes de ter ¬-. --«¬.-r.\-.»¬-. ¬_-z.-_
à teoria da Rechtschutaanspruch (op. cit.l. - passado em julgado, isto è, antes de ser definitiva. Não há nenhuma
z
I
|
l
38 Enrico Touro Lisawm Errcácm E Auroxmsm-: na -Ssnmnçii 39
conceber e subsistem de fato independentemente da sua maior ou independentemerite da -coisa julgada.. Mas a opinião dominante
menor definitividade. Deve-_se_reconhecer lpgicamente que gefeito é concorde em justificar 0 instituto por meio de considerações
declaratória ou constitutivo que uma,se_ntenç¿_p_ode produzir é práticas e de utilidade social; 2 e não convencem, certamente, as
coisa bem diversa da maior ou menor possibilidade defique ele, observações, embora vigorosas, do mais recente propugnador da
Ema vez produzido, possa ser contestado, infirmado ou revogado. opinião contrária. 3
,A incontestabiiidade é _11m_ carater logicamente nao neces§a_rio, Tanto. é isso verdade que há. exemplos de processos antigos
que pode conferir-se ao próprio, efeito sern__1iie_ modifiparúa su_a_ em que era a sentença indefinidamente recorríve1;4' e ainda
P ropria
. . natureza intima
. _ ' _ ~hoje,-' segundo o direito canõníco, as sentenças em matéria de
De igual modo se deve reconhecer que, efetivamente, em estado não -logram jamais a autoridade da coisa julgada. 5
direito italiano todos os efeitos da sentença se podem produ- Nãeëe PQ€1s›..Psi›...<ieY§§1ef ‹1.‹â..<1_i1.e..e.L.§.fi.‹=.ás=i.fz.1,.i.11.fis1.i.°.a ea
zir e se produzem ainda antes da sua passagem em julgado, P;mes.3s!a_¢iSiinsnir. de .asterifiledesda.¢.Qi$e¬ia1f
pois que seria estranho que isso valesse para efeito entre todos gada;_e¢nesse se_1'¿1¿i`Ci0s_gã;‹;§§i1;¢1m§:_rrt,e de açpiherppa distin_ç§p for-
o mais grave -- o executório _ e não valesse por seu turno mulada por CAaNr:LU'rrr entre imperatividadg__e imutabilidade
para os outros; e porque do art. 561 do Cód. de Proc. Civil ita- da sentença; 6 porque é esta imperativafe produz todos_,os,seus
liano se deduz a eficácia plena, também em relação a terceiro, 1 Oflxovmna, Saggi, II, p. 400. Princtpii, ps. 906-907; RED!-:N'l'1, Giudisio Civilc,
da sentença não mais sujeita aos recursos ordinários, -mas ainda cit., p. 38: ClmNn.u'rrr, Lezioni, IV. n. 393. Cfr. ainda Krrtsx-:N, Ailgemøine Stcatslchrc,
sujeita aos extraordinários (e não se trata, nem se pode tratar p. 300, que acusa os contraditores de Jusnaturallsmo.
0 Saber se é verdade - como escreve As-roxo Rocco, Trattato della cosa giudi-
de eficacia execvtória no sentido próprio, conquanto fale _a lei, cota, em Opera Giurídiche, vol. II, Roma, 1932, p. 205 e segs. _ que “o Juiz já. não
como sempre, de executoriedade). Alias, _a:jurisprudência admi- seria Juiz e a sua função não ƒudícante mas consultiua, se não fosse a sua decisão
obrigatória e irretrat.á.vel", é precisamente a questão; mas pode a sentença ser
tiu numerosas vezes que uma sentença_ pode lograr eficácia de- obrigatória ainda sem ser irretratável, e valer, enquanto não for modificada. Nem
glaratÓria,_ant_e§_de ter passado em jjmjgado. ' ___ "das normas fixas e lmutáveis da -lógica. judiciária" pode deduzir-se que as deci-
sões devam permanecer “firmes. imutavelse invioláveis como a própria verdade.
Para pensar diversamentg, jdieverfse-ia sustentar' que a_ coisa a própria razão. a própria Justiça". visto que, sem dúvida, mutável É-o conhe-
lp1_¿,f_ada_f_osse carater essencial e necessário da atividadeJuris- cimento e a íormuíação da verdade e da justiça. tanto que se considera a coisa
julgada, pelo contrário, como um limite imposto por exigências da vida ii indefinida
diçionai e, porta_lnÍo,_i¿i¿possi{¿e_l;_imaginar_ç¿_efeito daJsenteilça procure da verdade e da justiça. Não mais concludente é, por tim. considerar a
sentença como “palavra da lei”. porquanto pode ser precisamente a lei em todo
o tempo ah-rogada por uma lei posterior.
4 Cmovmvns, loc. cit.
1 Cir. Corte de Cass., da 22 de março de 1928 (Foro Italiano, 1928, I, p. 690);
aqui, além disso, deve considerar-se a hipótese freqüente da sentença executiva. f- Canon. 1903: “Nunqunm tfanseunt in rem. indicaram causas de statu perso-
mas não passada em lulgado, e qual, todavia, impede que com a oposiçñoa se possa narum; sed em duplici sententía con/ormi in his causis cortsequitur, ut ultertor
sustentar a inexistência do crédito, sobre o que, v. as minhas Opposizioni, cit., n. propositío non debeat odfnitti, nísí novis prolatis íisdemque gravíbus argumentis
118; A preciusao, ri que me socorri nestes cegos, tem o efeito negativo de evitar vel d.ocumeutís" (Nunca transitam em julgado as causas acerca do estado das pessoas;
que na levante contestação sobre a declaração ,contida na sentença, contestação que mas, havendo duplicidade de sentença conforme. a. oonseqiiencia é que não deva
-"'z._m _.o_mí,í_ .-<._ .,_- ._._
entre as partes é reservada ii segunda instancia (lltispendencia), mas o .efeito po- admitir-se ulterior pedido. senão quando oferecidos novos e graves argumentos ou
sitivo emana precisamente dessa declaração, embora não seja eia ainda definitiva. documentos). Cfr. Roasnr, De processibus, II. Roma, ¡926. p. 247. É supérfluo salientar
o interesse dessa norma para a. vigente lei italiana do matrlmonio. ~
° Lezioni, IV. n. 311; Riu. di Dir. Proc. Civita, 1928, II, p. 189; Funzione del
-razão válida para negar a aplicação desta regra a todos os outros efeitos processo del laooro, em Riu. di Dir. Proc. Civita, 1930. I, p. 109. n. 12 e segs. d. Muito
possiveis da sentença, além do executório. Pode-se dizer por isso que e duvidoso me parece, ao oontrário. que baste esta distinção para resolver a questão
a sentença eficaz já antes da sua passagem em julgado.
I. ‹I 'Acrescente-se: Sistema, cit., vol. I, p. 270 e segs.
. › = Embargos do executado.
il.
ii
Errczicu -z: AU-roi›.m.u›r: mi senmnça _4l
'40 Enaloo Tutuo Lteauaxr
feliz”qu_e todas, é a idéia de que adquira aquela eficácia, com a
e_feitos_ainda antes e_i_r_idepend_en_ternente dofato da sua -passa- passagem em julšudoiduauseuteuçš, urní particular direçãodéfi-
°-® W. ¡iIw\W..,ö_ caminhada aos juizes que, em qualquer processo futuro s_o_l;re
o -mesmo _oi3jeto,›estariam_ adstritosÍulÍgzarl_çl_e;igual modo. 9
9. Da premissa há. pouco enunciado. deriva uma só e neces- Não parece, na verdade, que se possa duvidar de que. a de-
sária conseqüência: a autoridade da coisa. julggdanão é efeito claração e a formulação da vontade concreta da lei é objetiva-
da sentenca, como postula a doutrina unânime, Í' mas, sim, modo mente, e por sua natureza, sempre a mesma coisa, seja ou não
-iJ- -demanifestar-se
- a_1goiq_ue_a
~¬ e produzir~se dos efeitos da própria sentença,
esses efeitos se ajuntaépara qualifica-lose reforça-los
conte-stá.v.e1, tenha por destinatário um ou outro sujeito; não há
-uma declaração que se dirija a uma pessoa, d,eTpreferência_ a
`..
em sentido bem dc_tc1ÍI!1ÍI18-Sl.o. outra determinada, e nen1,me§_m'o tantas declarações quantas
Í/ Caem todas as definições correntes no erro de substituir são as pessoas obrigadas_a_§_Íuíeitar-se a elas, so atodque,
uma qualidade dos efeitos da sentença por um efeito seu autô- e¿nanad_o__do óggãouao qualconfiou a 1ei_9_pgde_r___de-_d_izer sobš-
,›'nomo, ` ranamente e cornuvalor normativo qual seja, em casu,:a sua
L' Assim, quando HELLWIG - como já se viu --define a coisa ,vontade__-coriçre¬ta,_tem eficácia igual e não diíerenciz§.v_el__p_ara
julgada comdo efeito específicoppda sentençaune ,já _nãoWsej_a t_odos_po â._rÍ1bifif§!du_ordename_1_1_toÍjugidico. Também os juízes lhe
recorrivel e mais precisarnenteñcomo a eficácia declaratória_da estão sujeitos; não, porém, de modo diverso de qualquer outro, .e
seinteuqafi {c_5›;ri_`f_1u.p@e;uQs,ta,n¿,‹;_r_1`tg_›o efeito normal d_a_ sentença de todo em todo independentemente da -coisa julgada; acontece
¢°!M~ defle eàvédfiãls52.;a‹â9a§e§tâb11i‹1fldâ_‹ieSfi= efêiteüidêsê m- apenas que, estando sempre e sem limitação investidos do poder
jurisdicional dentro da esfera da própria competência, poderiam
' Citações particulares são, por ora. supérfiuas. visto serem unânimes a esse
reapeito ae opinioes (com ressalva de quanto se dtnà depois no n. 11). Lembrar-se-iio.
-- malgrado a obrigatoriedade da precedente declaração _
passo a passo. no t‹exto.a1gumaa definições mais importantes. V.. contudo. uma exata pronunciar em processo novo uma segunda sentença eventual-
intuiflo em Saiu, Eƒletti recondori delle sentenze, em Riu. di Dir. Proc. -Civíie,
im. 1. zõonøu 2. _ ` ` mente contraditória. Para evita-lo -serve a coisaZ__iulgada,ip'gla
' I _Íteehtskrazt, cit., p. 'l e segs., e System, I, p. 172, e os outros citados acima.
° Sobre o vinculo -dos Juizes insistiu especialmente Stern, Bindende Kƒraƒt der
ríchierlicrien Entsclieidungeu, 1891. P. 5 0 segs., ao passo que I«In.|.w¡c foi zo primeiro
para a quai se formulou. isto é, a da sentença sujeita a recurso, visto que, assim que so baseou fundamentalmente na "incont»estab1lldade_" da declaração que da-
i como para 'O efeito etecutório que pertence ope legis tão-só a decisão não mais re-
quele vinculo deriva (Reciitalrro/t, p. 12); nestes dois aspectos inseparáveis de um
corrlvci- com os remedios ordinários, também geralmente para todo a forma de
único efeito resldiria a essência da autoridade da coisa julgada -(Srcm, Komm.,
eficácia da sentença, é um simples problema de conveniência que o direito posi- § 322. II, p. 2; Hnctwm, System. I. p. 776 o legs.). Nisto consiste n “teoria pro-
tivo pode resolver de modo vário. o que diz respeito ao momento do processo em
cessual" da coisa julgada, que se pode dizer -hoje dominante na Alemanha (espe-
que começa a sentença a produzir efeitos. Assim se clnde a questão em tantas
cialmente Lzur, Hana, Gocoscflmmr, Roscuocnc, Bürr¶ic1¬u=n)._ Accnos a este vinculo
'quantos são os recursos previstos em ici; e aquela que diz respeito à sentença de dos juizes se encontram ainda em todos os escritores italianos; adere explicitamente
primeira instancia ainda sujeita aos recursos ordinários, para a qual foi especial-
ii teoria "processualiatlca" Sm-ra, Fremeue gene:-ali, em Riu. di Dir. Proc. Cívíle,
mente formulada a.teoria da situação Juridica (Cr-rrovnumi, Pflncipíi, p. 952; Ms-
cit., p. 351. em nota. Justamente contrários à sobrevivência do direito "efetivo",
Nls-ruru, Riu. di Dir. Proc. Giulia, 2928, p. 202: e também Guauauoam, Cassczione
silo. porém. Cmovrunà, Principii, ps. 18 9 910. e Bconurr, Giudizío Cívilc, cit., ps. 36-31.
clviic. II. p. 191 e segs. Ainda corte de Cass., de 27 de mino de 1932, Foro ílaliflvw.
Resultados aproximado: desta mais el 0 equilibrada posição da doutrina italiana
1933, I. p. dis; cfr. Amaarou, Recenti indirizzí della glurisprudenza, em Riu. di Dir.
Proc. Ciuiie, 1984. I, p. 305; Ap. de Palermo. de 24 de novembro de 1933, em Circolo em Bmnzn, Prozcss und Recht, i92'l, p. 310 e segs., mas com motivação induatriosa
Giuridico, 1934. fase. II, com nota. de Lnuun). deve ser estudada com referencia 6 o em conexão com uma teoria geral assaz diseutivei. Tentativa de conciliação é a
natureza da instância de ap_elação`e do principio do duplo grau. tal como são re- do saum, Grundiagcn des Prozeasrechts, 21 ed.. 1929, p. 235 e segs., e I-'estgabc
gulados em direito italiano positivo. V. por último sobre o argumento. Safra, Riu. Schmidt, Stral-u. Process-recht, Leipzig, 1932, p. 308 e segs., o qual vê nn. coisa
Hal. di Dir. Pcmlfe, 1934, I, p. wie julgada. uma força constitutiva 'do direito processual, o que me parece um resultado
pouco conciudente c contraditório. _
° V. ainda sobre o argumento, adiante, neste volume, p. 118.
i i
i
i
42 Emuco TUr_›r.Io LIEBMAN -
Errcéicu s Auroiumios n.-1 Sentença 43
blema. da coisa julgada na sua qualidade de norma jurídica con- ‹e adequçaçloà. realidade do seu tempo._
creta, em seu valor plenamente .equivalente ao do direito objeti- E ainda menos se pode reconhecer a Msruu. o haver expli-
vo. Muito embora ainda não seja o resultado assim alcançado cado o que sejazcoisa julgada, porque deixouflde considerar o ver-
absolutamente decisivo, pois a imutabilidade, 'conforme o modo dadeiro problema da coisa_julgada¿:jue não cqnsi_ste na__possiÍ
de entender geral, não é caráter da norma j urídica, Mrziuu., que
®bilidade_ maior ou menor da reforma da sentença, mas na even-
desenvolveu a sua doutrina na conhecida concepção hierárqui-
tualidadede uma segunda sentença sobre ofimesmo objeto; ora,
ca do ordenamento juridico e das fontes de produção do direito,
própria da escola publicística vienense, deu um passo à frente e a prolação de uma sentença diferente, sem infirmar diretamen-
localizou ao coisa julgada como_prob1ema_da duração de ƒvalidadçe te a validade da primeira sentença, faria, contudo, surgir pro-
priamente aquele conflito que a. coisa julgada está destinada a
H Nizan., Die Lehre von der Rechtskmƒt, 1923. p. 166 e segs. A coisa julgada excluir, -conflito que de qualquer modo o direito positivo italia-
‹Rechts¡:raIt) nto 6, portanto, um instituto peculiar ao processo. mas "a qualidade no resolve a favor da segunda sentença (arg. ex. arts. 494, n. 5,
de todas as normas juridica.: de que valham imutavelmente. fora a possibilidade
de _rnuduuça.s estabelecidas pelo direito positivo" ip. 241). Ver-se-ao rnais adiante
e 517, n. 8, do Cód. -de Proc. Civil italiano). H
os desenvolvimentos desta doutrina. '
Muito aproximada e, neste ponto. a tese recentemente sustentada por Esrosrro, Ainda_m_ais_rBǧ_11te_ê A tentativa de Bacr-iMAi¶çN, de conside-
Vaiiditd delle icggi, cit., p. 16. e segundo o qual "a lei posterior revoga a anterior... l;a_r;a .c_Qisaujulgfif1í1zeC0.mo. norma jurídica concreta queçisubs-
porque cadalei contem iniplíeitaue uma condição resolutiva com efeito ez num:
da sua eficácia e validade". Has ninguém poderá admitir jamais que. por exemplo. tituipig, aí abst_ra_tainoçre_gular”a_ re_la.çã.o controvertida; com refe-
uma iei, pelo só fato de que se autoproclame imutável. não possa ser. depois. rência ao caso concreto decidido, pois, já nao seria possivel mvo
revogada; e isto. ainda que náo existisse o art. 5° das disposições preliminares do
Cód. Civil italiano. f
" Conforme Crnovtrtna, Principii, p. 900.
I Art. 2.0 da Lei de Introduçâoao Cód. Civil brasileiro.
1
1 '45 Emuco T1n.Lio Lil-:Bizmiv . Erxczicm E .fliuroarmna na Sznrsnçn 47
car a norma abstrata aplicada, que teria, para o -caso particular, 1 julgada “a afirmação indiscutível e obrigatória para os juizes
cassado de vigorar. ii de todos os processos f_ut_urgs_, de iima *vontade conciíta dazlëš
Todavia, qualquer que seja a analogia entre essa -concep- a,qual reconhece ou nega um bem da vida a uma das partes": 1°
ção"e`o resultado prático, a'tese não resiste juridicamente à cri- dai vêm aÍ_orm_ar o conceito da Eoisafjlulgaíaloçonteudo da sen-
l
i tica, porque o -caso decidido não cessa de ter como fonte formal, _t_erica_(gz`r1nação de uma vontade da lei)_, o seu efeito__(ob1;_igg_À
-que o regula, a norma abstrata aplicada pelo juiz, mesmo por- I
.F
tg;'i¿zgg¿iTe) e_-p_Qr_f_iri_i__u1na qualidade_deste_Q,zz¿1¿sgyti@¿dade)_
que, de-qualquer modo, a ab-rogação da norma seria inconcilia- 'Dão lugar a observações análogas as definições de Awneoo
vel com o fato de que a sentença vale como aplicação da própria Rocco, de Rsnrm-1 e de Barrr: íala_o primeiro da “eficácia obri-
norma.
'.‹- _- _ '
~_ . . `,.. . ,..-....z. . . ; .,,
gatória da-sentença em relação a outro processo"; 1° o segundo,
de um vinculo dos órgaos jurisdicionais, que devem ter por ver
12. A doutrina italianapzpnservanag-se,_ afastada_d0_s-,er dadeira` a maneira como -foi regulada a relação pelo julgado 2° _
cessos lógic9S _Ç1&je_rmânica, ressentefse, todavia, tambem ela. concedendo talvez valor excessivo ao caráter de presunção que
do deíeitgfundflmfifltfll f1€ä_C°n$Íde1`9~r 9:_F*lÍ3aÍ“1gadaz°°m° efeito 1 a coisa julgada recebeu do Código; o terceiro, finalmente, de
da sentença; propriamente corno a certezapue -ela produz. “força vinculante" e de “valor normativo" do provimento para
Assim, por exemplo, para CHI0V§1°š_1!& 3 CQÍÊEF Íulãada °°n§Í§" o juiz de um -futuro processo sobre o mesmo objeto. 21
te “na indiscutibilidade da existência da vontade concreta da Denunciam todas essas definições, na mesma -falta de pers-
lei afirmada na sentença”. 1° Ora, esta d0fiIli¢ã0 0011Í'›ëm IIIPÍÊQ picácia, a j_u_nçao de dois _e_le_mentos_l3eterQgen_eo_s confusos e am
de verdade, mas_é enfraquecidapela explicação que dela se dá mgios num_únic_o_conceitn;_de_tal ,modo_qne_a__intu_içãp_da_v_g-
pouco Ídepois,:‹u1,and_o eserev_e_e1¢;9\1°_9 ÚGGUISO GOS DTHZOSJLE dade não se entremostra¬por causa_da tradiçãofm a,ppe
crscursccicrnaiiââinítiva Heflfiflflçfl E im I-l€9!Êm que "a declaffi' não_p;e_r_r_nite distinguir duas_;coi_sas_bem__divers;a§,¿zomQ são__a'
ção da vontade da lei,gueiela contérn, vem* a serjndiscutivel e êficáçia ea .a,u§9ríd=gdce.da§§nten9fl‹
obrigatória para ojuiz em qualquerjrocesso Íuturo_".ç_1T'[ E8132;
×ú1täma_fórmula:limita .c.om_efeito a coisa jplçgëldë Ê- fíefiíflffi-ÇÊQ i 13. e Da falta, na -sentença moderna, da força criadora do
c0ntida_çna_sentença e a identifica, não só co_m 3 ífldíficflfibílí' direito, própria do iudicatum do processo romano clássico, deri-
dade, mas tambem-comi; obriga?-013¢f!flde_¢_Í?« dB01ê1`3$flQzP0 Pa55°_ va a'insu_ficiència da definição da coisa julgada como "causa de
que o ›q_ue_já.§e disse mostra s__egura_m;enteçcomo a obrigatprie- I extinção do direito de ação de conhecimento” 12 A autoridade da
,dade, nãó_da_ç_declaração somente_L mas tambem de toda a cie- ‹;_oisa-juJ_g_a_‹.1a não impede somente a reprodução da_ ação, rn_as
c_isã_o_,_é pi-opriamente o efeito da sentônça. 6 C01110 95116 Se PW'
duz, independentemente, da indiscutibilidade e da_~coisa julgada® -1 Ixliluzinni, I, p. JH.
1' Aurneoo Rocco, Scntenza Ciuiie. ps. 36 e 155-167.
eíníio vincula aos_juizes mais do que a qualquer OUÉFO S'-lj_l'=,ͬ¡30- *' Rznrznri, Gíudieio -Ciuíiz, cit., p. 36.
Substancialmente análoga à explanada anteriormente é a ' =I Burn, Coso gíudicalcrc rayione /alto valer: in gíudizío, em Riu. di Dir. Com-
rnins_recgn1BJll9_fing;ão_d§_Ca10vENDA;_S§gLlndo esta,_ seria,çQ90153 _mcrciu!e, l929, I. p. 5-15.Heza assim a definição: a coisa julgada é a “torço vinculam:
que' 0 provimento Jurisdicional produz, quando decide irrevogavelmente acerca da
subsistência da pretensão feita valer em juizo. Consiste ela no valor normativo true
1' Bacrnurm, Da: rechukrácƒtige Zivüufteil ai.: konkrete Rooms-norm mit be; assume tal decisão, como regra indiscutível para as' partes nas relações entre' si _e
|
schracnkter Bechngellung, Manuheim, 1931, pauim- mino critério obrigatório para o juiz em qualquer processo futuro sobre 0 mesmo
H Frincipií, p. 906. -Que ela é um efeito da sentença, toi afirmado expressamente l objeto”.
az pe. rm e sui. ` É '-" Uso Rocco, L'uui'on'tà della cosa oíudicafa c i .suoi limit! aoggciiui, p. 359.
` " Op. cit., p. iui. - Cir. acima, ; !~.'. _
48 Emuco 'I'tn.1.1o Lzrsmim Ericácui E Avroninnnz os SENTENÇA 49
867-5
l
l
52 Emnoo Touro Lxesmm
Erzcilcu z Aoroamsns os S1-:r‹n:r‹ç.i _ 53
I.
,_ .
Esse comando, na verdade,' ainda quando seja eficaz, nao
só é suscetível de reforma por causa da pluralidade das i_r_`is_tân- Assim, açeficáçia de uma sentença não__pode por si:s_Ó_im_p§-
dir o juiz posterior, investido tambérnele da_plenitpde_d_os_pp_de-
 ciase do sistema dos recursos sobre que está o processo construif flfin-ea
â
r
Não se quer dizer com isso, naturalmente, que a lei não deiados para entender o _verdade_iro__e cabal alcance da _decisã.o. Em
essência, é análogo 0 pensamento de João Mr-:mms (Direito Judiciário Bra-
possa de modo expresso modificar o direito também para. as re- sileiro. 311' ed., Rio de Janeiro, 1940, ps. 485-486), que estende a coisa
-lações já decididas com sentença passada em julgado; pode a julgada aos motivos objetivos, entendidos, porem, estes como “elementos
lei certamente fazer também isso, mas uma disposição sua em ou partes constitutivas da relação de direito", “conteúdo da relação li-
tal sentido teria a significação de uma ab-rogação implícita - tigiosa". Critério mais amplo, parece, ao revés, o de J oão Monrsmo (Teo-
na medida correspondente - da norma que sancionou o prin- ria do Processo Civil e Comercial, 5.9- ed., São Paulo, 1936, § 246), para
quem' “fazem coisa julgada as relações jurídicas que realmente foram
cipio da autoridade da coisa julgada. Isto é, uma lei nova pode
controvertidas e julgadas". Um pouco oscilante entre estas duas ten-
çircepcionalmente e com norma expressa 2° ter, não só eficácia ciências, mas exato na conclusão, é Auiuainémo GUSMÃO rf Coisa Julgado,
retroativa, mas também aplicação às relações já,__de_c__i_didas_c_om 2.“ ed., São Paulo, 1922, p. 68 e segs.].
Sentegças passadas em julgado; isso,_porém, não significariamm Tanibàm na interpretação do art. 287, parág. único, do Cód. de
grau nrgiorsde retroagyid_a§:e,_‹~Lsim,_antes_u1na_aoo1içäo.par- Proc. Civil brasileiro, nem sempre é seguro o critério dos comentadores,
Çífllda auto_ri_dade, da coisa julgada acerca cla§,wrn_esrna_s_s`enten~ I
1 deixando margem a muitas incertezas na prática: cfr. Hsnormss nn
Srum Lima, Código de Processo Civil Comentado, vol. I, São Paulo, 1940,
p. 545; Centauro Salmos, Código de Processo Civil interpretado, vol. IV,
°' Co\.'u:u.o, Mannafe dl Dir. Ciufle, 5 35; Fmsuul, Traltato, p. 213.
l
c
l Ro de'Janeiro, 1940, p. 142 e segs; Jones Anrraicmo, Comentários ao
I
-56 Emuoo '1'm.uo Lnaemim
i Enciicia lz Aumarnàns na Sentença _
1' V. para este assunto, amplamente, adiante, § 5.°. ' Ainda resta, -porém, que dizer sobre essa exceção, que coe-
rentemente se costuma ‹definir_pela opinião dominante como
'Código de Processo Civil, vol. I, São Paulo, 1941, ps. 608 e'6~1l; Pao BA-
'rrsrs Msnrnõs. Comentários, cit., vol. III, p. 343 e segs. - Ci-uovauos, Principii, p. 914; Istituzíoni, I, p. 348 (ed. port., p. 528). '
Na jurisprudência, v. Trib. Ap. de São Paulo, 21 de,-janeiro de 1941, 4
em Rev. dos Tribunais, vol. 134, p. 201; Sup. Trib. Federal, 18 de setem- 'I -Ação -rescisória de sentença, art. 798 do Cód. de Proc. Civil bra-
bro de 1942, em Rev. Forense, vol. 93, p. 295; Trib. Ap. de São Paulo, sileiro.
16 de janeiro de 1942, em Rev. dos Tribunais, vol. 144, p. 267. , r m Isto é, de que pode a exceção de__coisa julgada ser argiíida_d_e
Importa realçar que a_a¿fi1;n¿aç§.p: Qjeqiiente, se_g'undo;a:qg_al¿e_es,- oficio pelo juiz: PAULA Bârrsrâ, op. cit., § 121, nota 2; Auarmrimo na Gus-
t€LlL1eria.a..no§a.i.u1sada_a_todas:a_s_duestfies¿deb_atlçlas_e_decidida§,,g mão, op. cit., p. 11 e segs.; Primo Bnrsrâ M.m'r_1;Ns, op. cit., vol. II, p. 247;
É
- 1
duplamente inexata.
Em primeiro lugar, porque se estende também_Ía,_q1¿e_stões não de-
- vol. III, p. 305; e a minha nota em Crnovrmzoa, op cit., vol. I, p. 529. Sup.
Trib. Federal, 18 de setembro de 1942, em Rev. Forense, vol. 93, p. 295.
batidas nemqdecididas: se uma questão pudesse¿se_x;i_iscutida no -proces-
.S.0.._mas _de fato_ nã.0_o -foi,_t_ambém a. ela_¿Íse_,estende, não, obstante, a do art. 287, parág. único, dexa aplicar-se com muita cautela (cfr. a mi-
coisa julgada, no sentidowge que aquela _questão n_ão,_poderia ser_u_ti_li- nha nota em Cnrovsmm, Instituições, vol. I, cit., p. 542).
z_a,d_a_p_ara_._ne_gar_ou_contestar ogesultado a que se chegou naquele pro- Por essa razão, ao invés de estabelecer os limites da coisa julgada
cesso. Por exemplo, 0 réu não opôs uma série de deduções defensivas com fundamento nas questões discutidas, convém lembrar que o que a
que teria podido opor, e foi condenado. Não poderá ele valer-se daquelas coisa julgada deve assegurar, é o ifsultado prático e concreto do pro-
deduções para contestar a coisa julgada. A_finalida_d‹¿prá_Qga do insti- cesso (ou, em outraslpalavras, o seu efeito), e nada mais que isso; e
tuto ez-:igg__q\ie a._ coisa julgad_a_p,e1-maneça firme, _‹_-:r_ripora_a_‹_ii_§ci.iss:Íi._o das é, pelo contrário, irrelevante a amplitude da matéria lógica discutida
questÕes__re_levantes_tenha sido eventualrnepte inco_mpleta;_ absorve ela, ~e examinada. Pode esta ter ultrapassado os limites da questão que foi
Õ£í'5.Ê_El0Qí¿--E.e.°.§§$ë.flëflL%nÊÊ- Jënlifizfls ClL1f0.S..Í›<'íë§ .FI E159...-.ÍQIÂ-lT.1_<1í_S$1_ULi§1§LS deduzida no processo como seu objeto, ou pode também ter-se restringi-
como as¶¿;ue__o:Íp_oderiarn_s_e,r. Neste sentido dispõe exatamente of parág. do mais do que ela poderia ter comportado, sem que por isso se altere
único do art. 287 do Cód. de Proc. Civil. o ambito em que opera a coisa julgada. E para identificar o objeto (sen-
Em segundolugarL_p:1o_cc¿ntrario, nã9__se abrangem ;¬p_=___›ç9`i55,V_j¿¡1- I tido técnico) do processo e, em conseqüência, da coisa julgada. é neces-
sflfifiiâiszdefque .di-°›‹=.1¿ii<1fls.e decididzspzs qi1_=.-=n‹'›âs-.‹is_.‹=¿,.z°›.‹=â111..‹=i›.11s1>i.fi=.i.r sario considerar que _a sentença representa a resposta* fdojuia aos pe-
Qllleto cloprocesso em sentido estrito, o juiz deverá examinar, como pre- didos da_s_1:¿a¿rtes e que:-pvorfissqiprescindindo da l¿lp§_te§.e__exc_epcional
H1iSS¿2}_,5l_a¬ques_tã.to_pri1icipal '(gLgestões_prejudlciais em sentido est1ji_t;o)Í: de degisâo extra petitaltem ela os mesmoslimites desse__s_,_p_fed1dos,_qi1e
foram elas co,n;_h_eci‹_1a§, mas não decididas, porque sobre elasqo juíz não 1ÍiÍn`Ls¿t.Q,n¿,:a§_sii_n,_o;u1ë.i-S-segufolnitegiojara estabelecer os limitega
sentenciou, e por isso_podem ser;j_ulg_adas livgremente em outÍo¿:u;Qc,esso, coisa j__iiml_g_z,1¿l__=;,. Em conclusão, é exato dizer queda coisa julgada se res-
mas para fim_div__e_rso do objetivado no processo anterior; e *_
o resultado i tringe a parte dispositiva da sentença; a essa expressão, todavia, deve
' Í 'fz' fif-z -ff-z Í. 1 A
d_e_§.Se_p¿'ocesso deve permanecer intangível, masrparaq qualquer .outro dar-se um sentido substancial e não ƒormalístico, de modoque abranja
etgtgsubsistem as questilegrejudiciais. ._. Assim, a disposição Í não só a -fase final da sentença, mas também qualquer outro ponto em
i
53 Euarco TULLIO Lrseiuliu ~ Errczicm zz. .Auronrnâns na Sonrsuçs 59
_owT.-.-»444-4 efeito da sentença. 3' A .tese sustentada neste trabalho demonstra . A -«opinião--contrária teve recentemente vigorosos defenso-
que tal 'não ré admissível. Projetaa_sentença a sua -eficácia jp- res, que sustentam que a coisa julgada não só obriga o juiz a
ridica independentemente da passagemem_ julgado, e -confere, julgar conformemente, como exclui qualquer novo exame e de-
poi--c'onseguinte,_as ,partes opoder de invocar asua existência, cisão sobre o caso já decidido .(ne bis in idem), e o vinculo do
para que lhe dê o juiz o_devido valor, - o que não impede, como juiz de não pronunciar em modo contrario seria tão-só a_ natural
se notou,de julgar de modo dife-rente. §ó_quando tiver a sen- conseqüência da impossibilidade em que se encontra de prolatar
tença logrado__a_antD_I1dad§_d.fl C0ÍS&,Í111Ead?Lé41~Uezfl;€šSíëfiÇ.ãQ¬.flL1.Ç uma -decisão qualquer sobre o objeto da precedente sentença. 15
e_1_fg,_gj¿j;p¿zgaJ1s_p_@,z_t_‹;s_\¿i'rá._a_s_er_re_f_org.ad.a_de_ÍQ1tmfã_fLs€XÇ1JJÃr -Assim, adiscussão acerca deste 'ponto se .reduz somente a
_para semp_1're¬,tod_o_ju_íi9___.ç__c›ntrgírioç. _' - -estabelecer a prioridade lógica de uma ou de .outra função - 0
f
Deve-se, por outra parte, negar absolutamente avexistência 'que não surpreende, se se lembrar que também os defensores da
da chamada actio iudicatí; a ação executória é um efeito da con- função negativa são -convictos sequazes da teoria “.processualís-
- 1
denação, isto é, manifestação do efeito sancionatório produzido ~t.ica" da .coisa julgada -, com a única conseqüência prática de
pela condenação, e a ela se tem de referir a conhecida questão verificar se a coisa ju1gada,_exclu-indo todo reexame do caso jul-
do prazo da prescrição. 32 -H Vc -gado, possa conceituar-se como pressuposto processual negativo.
A segunda das opiniões ora lembradas é, sem dúvida, de re-
18. Desde,a,céleb1'e 1rionograf_ia,_de_KeLLEi‹,_33 é __co_rre_nte pelir, segundo o direito positivo italiano, que outorga recurso
a atirmaçio de__q11e_a_autoridade¬‹ia_çpisa¬Lulg,a§l.a_iá_uã'ro_tem extraordinário (revogação ou recurso de -cassação, conforme o
só ,uma função ,negativa (consumfgâo da _acão):, mas ctambéin '1' caso) para a proteção da autoridade da coisa julgada somente
quando “a sentença for contrária à outra sentença precedente l
ea-sobretud.o_uma positiva, “er_1g.u.anto obri_ga_.0 _iu_iz.a..r‹=s:0n11_e¢@r
a__ei‹is_t.e;1_c,ia_do4_julgado¿m_tp@§_as_s1J_as_deeisões sobre_d_eman: passada em julgado" (arts. 494, n. 5, e 517, n. 8, do Cód. de Proc.
Civil italiano), e não, ao invés, quando a sentença, embora tor-
das‹i1ir=r›:ssâur1°1n1.aflL0_i.u1.ses10fi;.?.LmDd° de ¶¢1'›_fl1i᧻.fi0firse- nando a julgar sobre o mesmo objeto, tiver julgado de modo
te com toda¿.i¬doutr_i_na d_a.___çpisafjulgada. iconforme.(por exemplo, ignorando a existência do precedente
=' Culovnflun, Príncipií, p. 179. que diz que para este efeito também e. sentença
julgado, ou considerando erroneamente que não se verificaram
de rejeição é constitutiva. os extremos da coisa julgada). ' _
E Para 0 colfccito (ic condenação, v. o que escrevi em Opposizioni, p. 108 e segs., Mas, em outro sentido, dgve;se dizer queçteni a autoridade
e Tiioio executivo riguordo ai Ierzi, em Riu. di Dir. Proc. Civilc, 1934. I, p. 134 e segs.
Para R inexistência du actio íudicatt, sobrevivência terminoiógica do direito romano,
da gaisa julgada f,u_nAção merame1'_i_t‹_e negativa._§e;se adinitir,
Opposlzioni, p. 102. ' çgomzef-e_ito ÍÍ:*;1mo_ procurei derrio_ristrar)_, que os e;e_;i;_Qs_qp_e_a
=-'* Ueber Lida-Contestatlon :md Urteil, Zurique, 1927, p. 222 e segs. esç_ntença produé; -são de todo em* todo indepgridentesda c0i_$_a
*\ C1uovr:NuA, Principií, p. 914. Oonlormes, entre outros muitos, Savrrmf, Sistema,
VI. ¡ 281 e sega; Wmnscflmo, Pancl.; 9! ed., 5 130. p. 661 e sega; Stem-Jonas, em ‹ ju_lgada,_‹;qu_e_ .eš§a_serve tão-só_para torna-_los__in-lut¿§.veis, claro
Komm., II. n. 2 ao § 322; Hr:u.wrc, System, I, p. 168 e segs.: Gornscnunrr, Zívíi- Q; que a sua iunção ê unicam§lr¿t_.e,a_deó_impedir_tÍqt:Ío juízo* difez
v
prozessrccht, p. 206. _
is_ =:rj:ge__q,L_ig?c__o,rrtra_c1iga-o¿i contraste os efeitos prodpaidps_pela gre-
H V. o meu artigo em Rev. Forense. vol. 94, p. 214 e segs. cmj-.:n,t_e sentença_. `
que tenha o juiz eventualmente provido sobre os pedidos das partes. fl Scuwarrz, Absolute Rcchlskralt, em Bari-Festgabe Dcmburg, 1900. p. 309 e
I
Excluem-se,_por isso, da coisa julgada os motivos, mas sãoeies mesmos segs; Bàrtrcrin, op. cit., p. 128 o segs; Roeucnrrsc, Lehrbuch, p. 520; Bnuuucrr,
u`rn`elempi1to indispensáveipara determinar__com exatidäqa ,significação '¿PO, 10* ed.. i935, n. 2 o § 322. Qulçà ainda Sn-ra, Premesre generoii, cit., p.
351. nota. _ '
ep aIca.n_c12._dg disp_o§it_i¿/,‹›_._ ~
wflunfiln É .J-Í'1ul(IÚI\UE url fiãflinflçn 61
QR ENRIOO TULLIO IJEBMAN
cessuais (por exemplo, competência) ou a admissibilidade de irregularidade ou da invalidade de seus atos, exaurem a sua importan-
um meio de prova, ou despache -em geral sobre o processo, não cia no àmbito do próprio processo em que foram proferidas. A ele per-
-tencem as questões assim decididas e fora dele nem se podem reprodu-
se pode dizer que logre .urna coisa julgada diversa da que aco- zir. A imutabilldade de «tals decisões impede a continuação ou a reaber-
lha ou rejeita a demanda como fundada ou infundada. Verdade tura, sob qualquer forma. do processo ao qual puseram fim, mas'--' pela
é que no primeiro caso tem a sentença efeito meramente inter- z própria natureza de seu conteúdo - não pode vincular o juiz. em novo
processo.
‹› v. n. 15. `
'z.-¿c..-¿A . ¿~.-ro...o.x-. L.. S›....n¬..ç^~ oii
52 Emuco Tuuno Lresmm -
úm fimaufli£i.¢s;19ês¢.fef0L§.....á-1°S- ' ' 5 Ver retro, Notas ao § 2.°, onde também se apontam expressivas
i d1vergênc*as (nota 12).
Nesse ponto, é de lamentar que o código, que -fez quest-ao 0 Ver, por todos, Nr-zvss. Contribuição, cit., p. 441 c segs. e p. 505, e
'de definir a coisa julgada, 1 o tenha feito--em termos de eficacia Gnmovzn, Direito Processual, cit., p. 84.
/ ` - .
código enfrenta freqüentemente o risco de incluir definições no texto le-
O I Apesar de referir-se. na EXDOSÍÇÊO de Motivos In. 81. ao adàglo gal. Quanto à coisa julgada, a simples idéia de defini-la tem sido obje-
juridico omínis deƒinitío in íure civile periculosa est. (D. 50.17, 2021. 0 to de criticas (Dimi.m¬‹co, Direito Processual cit., p. 16). '
i
i
Erlcílcul z Autonrnana na S1:N'rsx‹ç,\ 67
68 ADA Pxu..=:onrNr"G_amovEn "
- Foi também apontado, entrenós, que as divergências assi- 1 nha julgado de modo conforme. Mas ng Brasil .este último caso
naladasJ›ela__conce1:¿çã_o materi_a_l_e processual da coisa _julgad¿r também dá margem à ação rescisória, nos termos do ¿1_'_i¿=4Bi5_._
só.,0C01'rQ111_$lL1?¬nd9*se_adote: p_0§Eã0, .q11_e¿vê_n_o ._institut0-suma 11, CPC,_sobre o «qual a doutrina assim se manifesta: “Haverá
.fun ão ositiva, como vínculo dos juízes, que -em qualquer pro- o_f_ensa àcoisa; julgada, quer na hipótese de 'o novofpronupçia-
cesso- futuro estariam adstritos a_ julgar de igual modozi lliís z¿i¿nw,s_e¿_co1iƒgr1ee a.‹rp£im°ir0,¿uer na_ae,ser_.d;z§.ç.0r1ƒ.Qr_f_n.¿â:
a,d_ou*trin'a' brasileira afirma predominantemente a função ne- ‹
qçvinctulo nãosignifica que o juiz esteja obrigado azrejrdgar a 'i'
¿natéria_em igual seiitidg, mas sim querela.estã__iInpeÊi¿io;ÕÉ.§Íe- . 4
identificável como o ne bis in idem. B I
I i VW dt N\P.6o\v\3rc›.
\
-E
f°f=fe1;z. szz›sz1zz.zízzzz-.‹zz1.‹=; .fíééfíâ11éié.i›i%ê1zns0: -z If' Ver, por todos, Axvmau. Smros, Primeiras Linhas (1979) cit.,
vol. 3.°, `p. -18 e segs.
clusão ë supjetivamenlte :ec :gia (É-1a demsao urecornvel- I}'!Ê_ 20' Cniumio Dmsmónco (Execução Civil, São Paulo, 1973) dedicou
;T'-"¿à3.;.à;;.;...z.
_ .zz:z*~
um st, .m.P3d1t1!Q,,
“E “T . ° .“*“ee. fe?°1=%e›‹le:ef@@@sza
'_"_ 8 00188. jiúgadaformal.
ao tema excelente monografia: ver principalmente ns. 6 e 7.
21 Aludlmos à. construção de Cr-:Lso Naves, já referida, que reserva
Êffg-9=9~ai3dade__Fl3fz ÚGCÍSÊQ. 011 Sejêflêua imutabilidade, dentro do a denominação "jurisdicional" à atividade cognitiva, falando em “juris-.
›Er00€'sso,_ Trata-se, assim, de institutos diversos, ãmšoraiñligados -satisfação" para o processo de execução: apesar disto, reconhece o
v1.n-mf
-Êntfe SÍ POI' uma relação lógica de antecedente-conseqüente. 18 Autor tratar-se, em ambos os casos, de atividade processual tipica.
Comentários ao Código de Processo Civil, São Paulo, Forense, vol. VII,
'5 _0 HU . 182 . - ' a de- coisa julgada
- _ e só p. 96). " _
i
_II. mcluia entre as exceçoes;
'-'= Nr-zvss, Da. Arrematação de Real a Real, São Paulo, 1958, p. 93
Í.::;t:,aH m°ÊIÍ"p°ff“°¡a abS°1“**1 2 que 0 Cõdiso permitia expressamente e segs. c, mais recentemente, Comentários cit., p. 86 e segs., principal-
arguldfl em qualquer tempo ou instã.ncia."' (art. 182, § 1_‹›)_
1° Assim ' P0? GXEIIIDIO I Bans:› Da Preclusão no Processo
` mente ps. 94/95; Turonono Júxuoa, Processo de Execução, São Paulo,
Civil, 1
.-_-“_ Rev. Forense, vol. 158, p. 63. n 1978, Cap. XXI, ri. 2; Aummn SANTOS, Primeiras Linhas cit. (1978). vol.
'7 V 91' `
CINTRA. - Geral cit.,
GHINOVI-11 & Dxmivumco. Teoria _ n. 189_ 3.°, p. 303 e segs. Aliás, o Código Processual vigente não mais se refere
. IB _ - ‹
'C0¡s;Jlfig::1":"Ê::ltfg¡r:c^:\;Í; fl; tpláimoroso estudo sobre Preclusão, da decisao._E;nt£:_p¿e_çl1£'._§.p,_o_i5_ rãnsito__e_m julgado, e coisa_ju_lga‹.laTh_ã›.
em coisa juigâda formal como sing “_ 05, Oiii-. P. 9 e segs._l, quem fala 9 PQ-S uma relação lóg_lca de_antece‹17e;rrt_¿_e;a-conseqüente :fe não c_l=e_ 5_:a_usa
-e-efeito): p. 14Í"
clusão dos recursos' e esta nada niai?? processual cfmsequeme à pre-
' 3 5° QUE 0 “transito em Julgado"
o P1 E. .N 3. :C .r
_:=--zu
-numa-r‹.-
ser pleileado em ação própria. 24 Enão se trata, no caso, de ação
rescisória, pela qual se desconstitui a coisa julga-da (art. 485, -CPC 21. O tema deste parágrafo ministra desde logo um exem-
vigente). _ - -plo para aquilata-r da importância dos resultados alcançados
Nesse çponto,__o direito «brasileiro afasta-se_do_-t_eg1_;o_;_a_cgisë,: nas paginas que pr-ecedem.
.Íl!_l8ad_a mfififirífll é íenômeno__esjg:ci-fico da sentença -de mérito; Nas pegadas de algumas 'breves proposições de Wâcn, 1 a
e_o processode e1_;ecução_não -tem sentenças dg mérito çsalvg, doutrina germânica unânime completa o quadro dos efeitos pos-
Sw de ¢onh_e_cinrl_e_nf_c› 1ncide1_1`te_is;no _ siveis da sentenca colocando, ao lado dos principais (que ela,
processo de execuçãomcnmo¬os_,__en'1baizgos,_oL1de_11á_$§¿ltfinça e
como sabemos, identifica, na -coisa julgada, na eficácia executó-
l); os comandos pronunciadas pela autoridade ju- ria e na constitutiva), outro grupo de efeitos que se manifes-
diciária no processo de execução não adquirem a imutabilidade
-caracteristica da autoridade da coisa julgada. -No caso de execu- tatiam sobre as relações substanciais privadas das partes ou de
ção não embargada, equipara-se o resultado do processo ao adim- terceiros e que seriam causados pela sentença, não em sua fun-
.plementoz tratando-se de pagamento forçado, ai execução não ção de ato jurisdicional, mas em sua simples qualidade de fato
embargada sujeitar-se-ia às regras comuns da validade do pa- juridicamente relevante; e os indica, por isso, com o termo de,
gamento. 25 efeitos de fato, de efeitos privatisticos secundários- ou colaterais'
i da sentença (Totbestandswirkungen, privatrechtlichen Neben-
¿¡~¿¡
_.._ ._; ¬.:_'; _" _ j "_j':4¡
wirIcungen),‹de efeitos reflexos quando se produzem .em relação.
a terceiros (Reƒlerwirkungen), relembrando explicitamente para
23 Neves, Comentários, cit., ibíd. No entanto. vê o Autor -na preten- estes últimos a conhecida-doiutrina de_Ju§1uNG sobre os efeitos
sao do licitante uma pretensão à tutela que denomina jurls-integrativa, reiflexos dos fatos jurídicos em -relação a terceiros. '~' Convém' a
011 5615 - na denommaçao classica -. de jurisdição voluntária (ps. Íesserespeitoñ observar' que por alguns são relacionados com essa
95/96).
2* Cf. THEOIJORO JR.,-z Processo, cit., p. 323; AMARAL SANTOS, Primeiras categoria ainda os efeitos que uma sentença produz em refe-
Linhas (1979), 3.° vol., n. 931 (p. 321). _
2° Tmsonono Júnior: assim conclui, no -Cap. XXVIII (Execução For-
' Ihzridbuch, p. 626. ' Y
çada e Coisa Julgado) 'de seu Processo de Execução, cit., ps. 491/2).
1 Kiscn, Bailraege zur -Urteílslchre, `p. 31 e segs.: H.n.l.wlo, Rechtskraƒt, cit., p. 21
à. "venda", como o fazia o revogado (art. 964), falando em' "transferên- e :‹-gs.; System. I, ps. 780 e 802: KU'r"rND=, Prívalftqhtlichen Nebznwirlsungcn dm'
Zirilurteile. Mónaco. 1908. p. 2 e `segs.; Gowscuuurr, Zivilprozcssrecht, p. 212;
cia" (art. 688). .
Roeniênâutc. Lehrbuch. p. SH. _ _ I A
.Li En arco Turno Llaaaizzfl Erzcilcm E Auronmaoa 'mi siamsuçs i-‹›
rência a uma eventual ação de regresso existente contra um - 22. As referidas considerações de Cammauoaai tem omé-
terceiro.” ' rito, com referência à. doutrina alemã, de dar mais clara justi-
Cammlmnaar, * que foi o primeiro a chamar a atenção para ficação da terminologia de eƒeitos de ƒato, usada também por
o problema na Itália, sem perder de vista substancialmente esses ela para esses efeitos secundários, visto como apresentam a dis-
conceitos, deu-lhes, todavia, formulação um tanto diversa. Re- tinção entre estes últimos e os efeitos principais, distinguindo
lacionados todos os efeitos normais da sentença, que ele deno- a sentençacomo ato juridico, isto é, como declaração de von-
-mina eƒeitos do julgado, com a vontade auioritativa. expressa na tade que produz determinados efeitos, porque são queridos por
sentença, visto que aparecem queridos pelo Estado e determi- quem a pronuncia, da sentença não mais nesta sua qualidade,
nados na essência c nos limites pelo comando formulado pelo mas como fato material a que liga a lei certas conseqüências
juiz, prossegue assim: "li_Ias¿1cm to_dos_os efeitpijurídicos que -jurídicas, cuja verificação não depende da vontade do declarante.
a lei atribui à. sentença podem relacionar-se com a vontade nela Mas, justamente por isso, ressalta maiormente evidenciado
formulada e colocagsc sob 0 instituto do julgado Àsri¿e_ze.s ro o que parece o ponto fraco da definição dos efeitos secundários,
(luz a sentenca certos efeitos, nãofporque ojuiz tenha tqugido tal como é comumente formulada. '
que se produzissem ou porque ap sua produçãoƒtçnlia §_QI}S¿i¿i_tuido
A sentença pode efetivamente considerar-se um ato de von-
o_l3jeto, declarado ou implícito,_da ,de_cisão,. mas porque, fora do
c_ampo no qual se pode confinar_o poder de decñisãoñdoñjuiz, é _a_ tade só no sentido juridico; e não no sentido psicológico, isto é,
enquanto atribui um comando jurídico a um sujeito, e não, ao
sentença considerada pela lei como fato produtor de efeitos ju-
contrário, enquanto os seus efeitos são mais ou menos livremen-
rigl_iç_c¿s,_preestabelecidos pela própria lei e não dependentes do
i cpmando _contido, na sentença._.Podcr_em_Qs__f_a1_ar_nestcs_c_aso§_da te determinados pelas suas forças volitivas auiôI10rI1&S- Para
v
justificar a sua doutrina, deveria CALAMANDRE1 sustentar e de-
sçqt_e¿1ç_a_ç_‹¿mo_fgto jurídico em sentido restrito.”
i monstrar que a sentença, quando produz os seus efeitos prin-
_ Os resultados das pesquisas f eitas nos parágrafos preceden-
1 cipais, e, não só ato, mas propriamente negócio jurídico; só
_tes demonstram desde logo que os efeitos secundários da sen-
então seria exato referir-se à vontade do juiz. -
tença nãofseçppdçgg contrapgr _a_c9§a julgada,_que não é efeito
dos os efeitos dansentenca se produzem apenas p_orque_ são dis-
-da sentença e tampouco à soma dos seus efeitos principais, mas
postos pela,_le_i,_tanto os secundários quanto os principe-is. Neste
tão-só umarsua Lpossivel) ~quaiida;Je. Dever-se-á, pois, começar
retíficando a distinção, pelo' confronto dos efeitos secundários sentido, é exato dizer que são queridos pelo Estado, mas, justa-
com os efeitos principais da sentença que são, conforme o caso, mente por isso, se destrói a distinção -que se está procurando.
declarativos, constitutivos ou execulórios (sancionatórios). E, vice-versa, são eles produzidos pelo fato da prolação da sen-
tença, e de modo completamente, independente da efetiva von-
Mesmo depois dessa retificação, todavia, o fundamento em
si de-Sta doutrina não persuade. tade do juiz,° e também issoivale igualmente tanto para uns
como para os outros. °
1 Wu:n:.'op. cit., p. 629; H:u.wxc. System, I, p. 803. Contra. Ktrrrm-.a', op, cit., ff Escreve muito bem Bm-ri, Com gíudicata e ragione, etc.. em Riu. di Dir. Com-
.-=. . p. 53. Estes caws. porém, nada têm de ver com o problema aqui diaoorrido. o m¢f¢{zlz_ 1929, I, p. 547: "A decisao 6 vinculante, não porque queira o órgão vincular
deles se falará amplamente maia adiante. _
as partes. mas porque as partes estao objetivamente sujeitas a competencia norma-
I Appunfi sulla untenza come farto. gíurídico, em Riu. di Dir. Proc. Civüe, i9§2.
tiva ao órgão."
I. P. 15. e em Studi sul processo civiie, Ill. p. 132. Cfr.. além dlwø, Lu natura gíu-
_ 0 Slntcmátlca, a esse respeito. a referencia de Cauumuoairr como a um conceito
ridica deile'dcci.1ío11i della Magistratura dei Lavoro é Retroaflivild della sentenza e
analogo a teoria arquitctada por Moanu da sentença internacional como fato juri-
ipotcca gíudiziale, em Studi, cit., ps. 141 e l93. V., porém. indicação precisa já antes
dico (Sentcnza intcrnazionale, Padua. 1931, p. 15 e sega), teoria que é conforme B5
em Saem, Interuenfo adesivo, p. ll! a segs.
idéias desenvolvidas no texto. Jú que para Means.: a sentença internacional nao
74 Euaico TU1.i.1o Lisimm , _
Ericson. E Airroiumns na S1-':N're›tç¡. 75
Const era, por exemplo, CALAMANDREI efeito secundario da Semço Sagan, em sua emma mmucwsa e, sem duvida' agu_
°°ndenaça° a hipoteca judicial que ela produz: °ra'Ê bem c.er.t° L da, que levaria muito longe 0 ProPósito deste trabalho, ocorre.
' ' 1 _ . _
que as mms das vezes O autor' ao pad" a c°nd_enaça°' Ç 0 lu Z' -no entanto, salientar que exorbitou talvez no excluir de todo
" '" amn acon- . .. z
ac decldm Vlsarao em pnmmra plana' llespectw E te' › _ em ‹todo a existencia. de efeitos secundarios da -sentença, acerca
seguir e pronunciar a aplicaçao da sançao, e pensarao na h1po~ dos quais as definições que lhe foram dadas até agora, embora
i
teca judicial so' como num efeito accessorio.
'
Num caso 1 detei. ` ¿, inexatas, contêm qualquer coisa .de verdadeiro.
minado, todavia, pode muito bem acontecer que à. parte inte
1-esse muito mais aiiipoteca ]udic1al do quela condenaçao, por- 23. Broduz a sentençëg=à§11¿_eš§§¡_ë9:¡§:gQ:ge_5m§:e,¡_emos
que, por exemplo, já está. ela mumda de titulo executorio ex- principais, eÍ"e"¡t9iS't_secundár¡Qs Ene se diêlgiguem d0_S_pL¡_mÊ¡m_$,
trajudicial, ef pode ainda ocorrer que o juiz esteja plenamente não ,p0"¡Íse,¿*Catátm-_e¡¿Q1¿i§jv_amente_priiiatíst@_nem_poi;sua
consciente dessa situaçao de fato, no momento em que pronuncia ¡mp0,Lâi,lc¡a menorkporquei não* ,_Â,,oJ_s'äoqp_rat_¡Qamente Os m¿_,¿s
3 sentença' 7 Mas nem p°r isso 3 hipoteca' judicial passará 3' ser relevantes, rnasñpor sua ifalta absoluta de autonomia; são sini-
efeito principal e as condenação efeito secundárioda sentença. Éesmente iajèësêórios se Êbnšçšüentes aosfiefeiwisç prrínclpêiá' E
Indubitavelmente, a noção dos efeitos secundários, se admis- 050”-em êutomáticamentéz por força de_,lei,_qu_ando se produzem
siveis. deve procurar-Se em algum Caráter Obíflfivfl Sw- os principais. Não têm por isso os efeitos secundários condições
Ijlá bemñpoucoptempo, Serra, em aguda critica dir-igida_,_à_ próprias de admissibilidade, que o juiz deva reconhecer e de-
doutrina dos_e._f_eitos secundários, F*,_em___parte coincidente com as clarar existentes, independentemente das condições dos efeitos
considerações ora desenvolvidas, chegou, ao igesliltadosmcompleta- i principais.
mentzé zn€%aÍ>ÍV°5- QGEBQUSÊY-Ullzque n0$ 03505 9~dUZÍÊ9$ 139105 6-5- Quando o exame da causa autoriza a prolação da sentença
critores alemães ,(gu_naque1es análogos quase poderiam aduzir com determinados efeitos (principais), dever-se-ão; só por isso,
em direito_i_taliano)_,__qs_ cnamados efeitos s_ecund_á.__rigs_d_a sen- -produzir, e logo se produzir-ão, também os secundários, os quais,
tença são ante; 5im_plesmente_a.s conseqüêncie.s_produzidas_pelos portanto, não deverão ser pedidos pelas partes na demanda ju-
,,_e1.dgd§¿šä_ef¿j¿Q$Àd_a;S¿m¿nça`ii d_e_mQç1Q¬flue¿p_0;1¿¡~-5e-i?__¿;i¡- dicial, nem estar- contidos e indicados na decisão (e por Lsso é
28,.) ma¡s›gueie¡Ae¿¿QS $§qc_,¿¡¿,¡¿;,__¡;¿2§J.YS¡Ê-,QTeçgçitgsçiindpiretgs,_media- exato dizerque não fazem parte do objeto da sentença);“ e
tos da sentença; e examinou depois, e negou, os vários exemplos asim °°m° não P°de1`Í3-U1-55-1`43-T-°1ÍJ3Z¡5Í~05 5°Pa1`adame¡lt5 d°§
'de efenos Secundáflos ¡nd¡cadoS_ por CAMMANDRR io ç principais, não p_o_de_rn_, tampo¿¿'çg,_§,_er denegados quando se
_________ ' pronunciam agueles.
1 Lembro A questão que se agitou no passado, na jurisprudência, acerca da Tem, POÍS, I`aZãO CAL-É-NÍANDREI em c0n$ÍdeÍ`3.Í` COITIÚ efeito
lidrnissibilldade da ação de -condenação por parte do credor camblúrlo, e resolvida ' secundário a hipoteca 12-. e do mesmo ponto de vista
ern sentido afirmativo. precisamente em razão do interesse que tem ele de conseguir ,
o título para ii hipoteca judicial. 5' ›---.`-__
^ Gti c/ƒettf secondari dello sentenza, em Riu. di Dir. Proc. Cíuilc, 1934, I, p. 251, H Nam gemido é exato G que disse Ku-num' °p` cn" p' 5'
Dublicados quando já estava esta monografia em grande parte escrita. H ¿p¡"“M¡ '"'"“ “"¡°"¡°- cu' Um SÍWÍÍ. IU. P- 133. e Retroativiiá. tir. all.
ci ' p. 193. Contra, tcdnvia. Safra, Elle!!! sccondari, p. 262 e segs.. porque sustenta que
" 0 . t,, . 257. _
P p todos os efeitos são entre si independente: c derivam imediatamente da sentença.
" Op. cit., p. 259 e øegs.
ri.|.
!l
Encficui 1-: Auroiuizmns os $,‹r:N'rr:i‹ç›. 81
80 Erunco Turuo Lraeaum
ii: alenUl_e qual_quer_recusa ou prgibiçao, ainda a._mais_rigL0_r_o_sa.
Haveria a logica de querer que se discutisse ant.es a primei- if.
,-
Eor_m,r_tro .ladograzões já .nomeadas difícilmententetiam- permi-
ra e depois a segunda dessas duas questões. Mas, para -comodi- Ú! tido__alcançar_s_olução _div_ersa_da extensão _a__terc.eir_os_da_cois_a
dade de exposição, tratarno-'las aqui na ordem inversa, a fim julgada, resultado g-rage e in_íqu_o em numerosos casoshporqge
de integrar a teoria da coisa julgada com a determinação dos sujeita irremediavqlrnente _os_terceirc¿s ao -êxito de um processo
›
seus limites subjetivos. Terá isso também a vantagem .de per- de que não participaram e que provavelmente igrlo_r_avam, fa-
mitir logo o exame do estado da doutrina e de preparar o ter- -Fi zendo depender_r;-sorte. dos_seus di_r.e_i.t.Qs_da atividade desenvol-
|I
reno -para os desenvolvimentos ulteriores e maiores que se yida, em juizo pelasmp_a__r1:es.
seguirão. ' A-doutrina do direito comum, sensibilíssima, também nessa
'_ - G-o\¬i~v‹i-ih- i1 ocasiao, às várias e eontrastan-tes exigências práticas, socorreu-
- 25. O principio tradici_0nal,_ segundo 0 qual se produz po -se de certos expedientes para integrar o rigoroso princípio afir-
coisa julgada entre as partes e só entre gsgâartes, não_ pode mado nas fontes res inter alias iudicata aliis non praeiudicare
bastara exaurir o tema da exten5ã9_ subjetiva da_senten@_. Ele (D. 42.1.63; 44.2. 1); e _ preseindindo, então, da corrente que
permanece muito exato, e está ainda hoje sancionado textual- Â reconhecia na sentença uma eficácia probatório. em relação a
mente pelo direito italiano vigente (art. 1.351 do Cód. Civil),= terceiros --, esforçou-se em estender a coisa julgada a algumas
mas é necessario completa-lo, decerto modo,__pa.ra dar-se conta categorias de terceiros, arquitetando uma hierarquiafentre os
de um dado de fato quegão adianta negar e muito__menos se vários interessados na relação jurídica e admitindo que _a sen-
pode supr-imir,_i.s@É,,Q_da_coexistência,,andado da_relação¿`u_ri- tença pronunciada entre os interessados principais obrigasse
‹LiclLque_i_oi_obieto de decisão esolore a qual incide a coisa_julgg~ ,_i também, e igualmente, os que tinham um interesse secundário:
da, de inúmeras outras relações a elçaíiigadas de .modo variado. Sententia lata contra unum, quem negotium principaiite-r tan-
Aifirrnar,_qu_e__e1as sãcginsensiveisíà decisão- pijolaia_d§,_p_‹›de git, praeiudicat in quandam consequentiam necessariam ei,
se_r_ uma solução_teoricamente_!nuito simples,_m_as_p_1jaticament.e quem negotium tangit accessorie etiam non citato nec requisito
i ci_:le.ia_d_e inço_nvenien.t.e_sFcom_o_ _deieito de_deixer ad processam* (l$_§cnt.e1n.ç,a41gLo.frer1_da_ contra alguém, a quem
de lado a realidadgzque faz seritirias suas exigências acima c toca o negÓciqprincip_almentg,__prejudica em eer_ta_con_$.e_q_iiên‹1a
flgcessaria àfulgle a.quem=toca_o_nggó_cio acessoriamente embo-
z
ADITAMENTOS AO š 5.° _ ra não citado nem..§1Ílamado_,par_a _o_ proe_es.so).
~i Análogo e praticamente equivalente, devia muito mais tar-
- Embora não sancionado pela lei vigente (era-o, ao raves, pelas de lograr inúmeras adesões, mercê ainda da autoridade de SA-
Ordcriaçöes, L_ III, 31 pr_), 0 principio que limita a autoridade da coisa
julgada às partes é pacificamente admitido pela doutrina c pela juris- v1cNY,. que dele se fez defensor, o conceito-de uma espécie de
prudência como “um dos mais sábios principios da politica judiciziria" representaçao dos interesses do terceiro por obra da parte, como
i.lo¡.o l\-ionremoi. Tratadistas e comentadores seguem geralmente os É fundamento, em determinados casos, da extensão da coisa jul-
pontos de vista tradicionais. Um exame mais minucioso de alguns casos gada ao terceiro; conceito que foi mais tarde especificado por
particulares em Gusmão, Coisa Julgado, 9. 56 e segs. Um estudo das
principais correntes da doutrina europeia em Esreurii, op. cit., p. 153
outrospna figura da representação in utilibus, pela qual poderia
c segs., e em Atssivro nos Reis, Eficácia do caso julgado em relação a o terceiro utilizar-se da sentença de outrem, mas não ser por
terceiros, Coimbra, 19-il, sep. do Boletim da Faculdade de Direito, vol. 17.
i Ds: Mansiuis, Tract. de ƒideiurs.. n. 349. 0 mais célebre tretadisia da me-teria
*_ 0 ponto de vista do texto foi acolhido e desenvolvido por Paixao -u-h- foi Mamas: Tnrrriicuo em seu comentário à Lei Saepe (42, i, 63). V... para uma
Bu-rsrs Mmrms, Comentários, vol. III, p. 310 e segs. ç síntese satisfatória, Mtnnnssonu-Baerirotnv, Grezen der Rechtakraƒt, p. 3 e segs.-
Some iodo o lema, v. também adiante, neste. volume, p. l`86 e segs.
32 Esiuco TULr..¡o Lreennn Enclcn 1: Auronmiine na Scsxreug 33
ela prejudicado. Hoje, contudo, concorda-se em considerar infe- afirmação de Wacu conseguiu na Itália eco muito mais extenso,
liz e insustentável o recurso à representação, e em afirmar que, influindo largamente sobre as principais correntes doutrinárias.
em todo o caso, a coisa julgada, nos limites em que se -produz, Já. Ascom e Ciuvnvmo, anotando a Cao1vué:,° observavam su-
vale Wo et contra e não secundum eventum litis. 2 cintamente que “a sentença pode ter em relação a terceiros
“efeitos reflexos”. Mas foi, sobretudo, Curovsmtm quem recolheu
26. Dedicaram-se os escritores modernos, com renovado e desenvolveu e. afirmação de Wrzcn, não a adotando, fporém,
interesse, ao estudo desse tema atraente, sempre por se' resol- sem ponderável limitação, que lhe tira, não só todo exagero,
ver e talvez refratário a uma solução teórica geral que nos li- mas também grande parte de sua significação. “Como todo ato
berte da casuística minuciosa na qual permanece duvidoso e jilridico" -f_dl:_¿_8le -- “tQca.nte J¿a;r_t,e3_ent_r__etê3:(¿ug_j5_¡n_¡Ê¿-_
passível de discussão todo resultado particular. E é notável que vém,_existe a sentença e v,_ale_.em relação a to_dos_, (301-QQ, O cgn-
algumas das tendências recentessignifiquem em parte uma voi- trato entre A e_B, assim a sente_nça_e_;_1_i¿e_¿l_e_B¿¿z,1,-Uzm_¡e1¿_
ta às diretrizes que tinham seu primado quando florescia a me- GQ! 8-..f«0l'i0S. enquanto for sentença entre_A.e ,B._N_ão convém,
-lhor doutrina do direito comum. PQÍSJISÍ'-8›bB1B¢Br CQII10 iJ1'in§ípio_geral o de_que a sentença pre-
Houve, na verdade, na fiodierna literatura germânica, a valece só entreas partesjantes éfmister dizenque a _senten@
.tentativa de resolver todas as dificuldades com um principio 95° P°d¢,_PfeÍu¿¡°_01` HOS que foifaxn estranhos, à,l_ide." ° E resu-
unitário que tem todo o aspecto de um ovo de Colombo: “quan- me o seu pensamento, com toda a clareza desejável, quando
do tenha sido uma sentença prolatada entre os legítimos con- äšä afirma: “Todos somos ‹o brigados a rec9nhecer_o_julgado
_ _ Z
entre
traditores” _- sustentou Wàcna -- “a coisa julgada entre as fl» ®°5 2°fÍe3_;__.1.1ã0 iJ0dfiII1os,___por§m, seipor ele prgj¿1dicados." Não
partes opera, enquanto tai, em relação a todos”. Mas essa opi- se pode, contudo, dizer que exista esse prejuizo quando é de
nião logrou pouca repercussão e foi depois decididamente repe- mero fato; por exemplo, o credor não se pode dizer prejudicado
lida de modo quase sumário por toda a doutrina tedesca pos- pelas sentenças pronunciadas a favor de outros credores, por-
terior, como contrária à tradição e ao direito positivo. * que os diversos créditos' contra um único devedor são em di-
Por isso, sem se 'deter no que já não se pode chamar na reito plenarnente compativeis entre si. Haveria, pelo contrário,
própria Alemanha uma controvérsia, ë de observar tão-só_ que a prejuizo juridico quando a sentença pudesse negar o direito
-dosterceiros estranhos, o que se verificará em todos os casos
=' Contra a teoria da rcp`resentuçño'.-vfespecialmente _HEu.wrc, Reciiisi.-`raIt, sit.. einque a declaração da existência ou inexistência da relação
p. 52; Cuxouzuoa, Principii, p. 922; Birrn, Trattato dei limit! soçpetliví deita cosa
giudicala in dírítto romano, Macerota. 1922, p. 192 e segs. E também unânime a entre as par-tes-seja com ele incompatível: em tal caso não pode
doutrina moderna em rejeitar e. ooisa julgada :ecundum evefltum iitís. afirmando a coisa julgada opor-se a terceiros. 1
decididamente que os limites .de extensão da coisa julgada são independentes da
êxito da lide; WACH, Zur Lehre von der Rechtskraƒt, p. 75: MENnm5soHr‹-Bzin- T0505 05 ESCFÍÍFOTBS, que vieram depois, acompanharam a
1-1-¡o1.o'r, op. cit., p. 332 e sega.: Curovcrmó, Princípii, p. 915; Rsneufl, Giudizio ci-uiie, Cm°VEW^
,
Pelo mesmo caminho; nem todos, porém I como ve-
cit., ps. 14 e 173 e segs.
reinos, se mostraram igualmente prudentes. Expressando com
= Rcchtaicra/Y, cit., especialmente as ps. 20. B5 e U6: a ele aderiram Meunttssolirc-
-Biinrriotnf. op. cit., passim, c em síntese a p. 509, e Wnsuimfl, Ziviiprozessrechi,
I. p. 245. Com particular rigor sustentou Mzuoenssonu-Burruotnr e desenvolveu o ' .Parte penemie del diritto private íranceae (ti-ad. ital_), 9 432
conceito do identidade de valor da coisa julgada entre as portes para todos os ' Príncipii, p. 921; e do mesmo modo Istituzioni, I. p. 31'! e segs. (tmn. pm-:__
terceiros. qualquer que seia e. posição Juridica em referência à relação decidida. D. 571).
' Fissmtn, Jhering: Jahrbucher, 40, 1899, p. 151, e outros autores citados em ' 09- CIL. p. 922. A prescindir dos autores citados em seguida, podem |¢mbm¡-_”
em sentido concorde: R.n.sn.r.r, Concerto dt .status ecc., em Studi Senesi 1922-1925
KU'rrNm, Nebenwírkungen, p. 171; ajuntem-se ainda Rosrtuflmfl, Lehrbucit, p. 532. e
Gotoscnuurr, Ziuiiprozessrecht. p. 210. - i D. 251 da separate: Corra, l'/íntervenfo coatto u Lrtcmza di parte, em Studi $¡|;;gy,‹;_;{
1933. p. 9 da separate. I
i
857-7
i
34 Ensrco TULI-!0 LI-“IHU” ' E Er1cÁcm 2 Arrronrnsni: na smrmuço 35
- . z - ue a Í
outra formulaçao conceitos analogüsz 5-lUntf°P R$931? q fle_ 3' ; No entanto, permitam-se, a modo de premissa, algumas
autoridade da coisa julgada tem Para °5 t°r°°"°5 car 8.1- fe considerações gerais. Não pode, em primeiro lflãa-1'› ÚEÍXH-1' de Pa.- ';4..,^¿ :-_*2-1=z'.;¬^
xo ' '* Estendeu S1-:cm notavelmente a -categoria desses ' ^ Êfelfflât 1'B'
en en- 1;ecer,§_intomatic_a, a_,sirn,plicidade_d_a demonstração com___que se
floxos, abrangendo neles tanto os efeitos secundarios sa: a eles costuma afirrnar preliminñairmente a veriíicação,_para os tercei-
ça, quando dizem respeito a terceiros, quanto .a exten a _ ros. de taisiçfeitos reflexos, que ar1ei¿nãodsó_nä,o_ dispde nem
_ - den-
da autoridade do ]ulgado, e afirmando decididamente 8_1 Pfërê. J¿1ê§.r§flfi°Sc1Jë!¢=@,z2X§liiír nitidamente, « quando limita
. ' ua ertinencia co-
tidadede natureza de uns e de outrosge a s Lâeu J NG O rigorosamente as_,pg.rtes a autorid_a.d_e_ da coisa julgada. O fato
mum àqueles fenómenos de repercussao a que Em I . a¬._-‹.-_Ú*". ,.-. -_. e que se supõe estar em face de um. postulado de simples evi-
nome de efeitos reflexos. ” PiI1fz0l1› PUT sua Vez» BETH um amp O dência, que basta enunciar para ver acolhido e recebido sem 1
1i
quadro de todos os possiveis terceiros com relação à. sentença -discussã.o.^ . ii
,I
o indicou quatro categorias de terceiros acerca dos quais se pro- -Na verdade, _a_ teoria geral dos efeitos reflexos dos fatos_,j_u-H .i
4.
ou a coisa . _]u1gada,
_ ora por via - de extensao, " ora P or via de
I'-1di_CQs_teve _to_do__o encanto de_ve__r_dadeira descoberta, _q,u_a-1_¿¿l_o
repercussão. 1° , '-¡-_-..-.¬a.z foi pela priIn_6ir_8_vez_fonni1la_d§¿por JHsR1_1io_‹;,_antes_ de demons-
por fim, Caem'-:i.U'1'n admitiu rigorosamente que a 'efícádola trada, imposta coin_l¿o_da a_f_or_ça_de uma eficac_íssimaÍc_o_rn,p_ara-
-¬ - i " 1 os terceiros in is-
reflexada coisa 1ulgada_se comun ca_a_to_dos _ v d ‹:1ã_0: também no mundo jurídico, assim como no biológico, se
tfintamente
_ _ ___, negando
_, '__' ao fenômeno
_ --' toda
7 ' diferença- de -qualldâ
. 1 ~ 6. deveria ter como natural e necessário que, quando se produz
goziquerique se;_a_a . relagëü~ _€flPf¢;° t¢F°e1¡`°_e
' 5 relaz íz ao 1 uriduëfl
~
v
-determinado efeito, se verifiquem ihvoluntaria-mente fenômenos
,gas partes. “ ' _ I de repercussão sobre outros pontos da realidade, diversos da-
queles sobre os quais agiu diretamente'a causa do efeito.
27. Dessas poucas indicações transPa1`e°° .clara “_ tendên' Ora, esse raciocinio, só o tem por legitimoquern alimente 11
cia da hodiema doutrina I
_ ‹ italiana de
- estender
° ~ a tercelrfls
s écie 011 de3 concepção naturalística e toda mecânica do mundo jurídico, con-
certos terceiros a autoridade da coisa .]_u1gada sob a É 1; a am- -cepção que, de fato, dominou largo -tempo a mente dos juris-
iiil
uma eficacia reflexa, variando as oP1m°e5 5°m°ntÊ Ê° r tas. Corresponderá., todavia, ainda as idéias dos nossos dias?
LPlitu`de ein Que -o~ fenômeno- se deva ter“ P°1`-admlsswel'
_ _ pessoalmente ' ' As im'
critores E duvidosa a resposta e provavelmente deve ser negativa. O di-
siçoes assumidas pelos treí tiltlmgssíim or ci-
ue 1
reito tem uma realidade normativa na qual todo -efeito -se ve-
' _ É
Lad” devem conslderar se Separadaängn e- ' a do conceito rifica pela causa e do modo como o determina uma norma
fm ag,-_¡mo¡¡o, qooppozocurou darqustifoicaçao precis o_o Z
__.. imperativa, a qual, em seu arbítrio, pode muito bemestatuir, ._--. _eu-
ic” da terminologia dos ef€ít0S !'€fíeX95 `°_1a--°Ê”§3f-Julgada* a_ fe em razão dos seus fins práticos e de suas razões de oportuni-
Bsr:i._soL<ms éra mais fiefiff-fl“°1“idÂ~ m“1“°'°S“ ° °°~'*-Meg*-a dade, resultados não de todo conformes a ordem e à. lógica da I
gada já gzillgill.
As comparações trazidas pelas observações -das ciências na-
turais podem ter utilidade para descrever o fenômeno' cuja exis-
I flmunl, 01). CIE.. 113. IA2-143. tência se demonstre juridicamente; não a têm, todavia, para
~ smm, mrznwnro adesivo. Roma, 1919. D. 113 2 "BH- substituir a demonstração que falte. . _
n BI.-rn, Trarmto dei ltmltl soçgettivl, eli.. WSSÍM- s dl
-_... cu,,F_¡,,.,-¡, ¿-Hgooogo zmzmi z eƒƒieacia riƒlessa della -cosa pludlcøta, em lu Não se propõem absolutamente estas considerações excluir
ci mf. Proc., r, Pmus, ms. P- 431 H S28* -.W_ . -‹_fA4 sem mais e, a priori, a possibilidade dos efeitos reflexos dos fatos
‹ Q
86 - Eznnoo TULLIO LIEBMAN _ Errciicui z Avmamsns mi ssxnzuçx 87
, mas tão-só convencer da necessidade de que .se jus- 28. ` Dissemos que a doutrina germânica denomina efeitos
jurídicos
.. lhes afirme a
tifiquem e demonstrem todas as vezes que se reflexos, os efeitos secundários da sentença que se produzem
existência. ' _ . para os terceiros, 1* e já se lembrou também como, às vezes, ao
com efeito nâo é possivel dizer que se tenha fem ate ag°' fazer-lhe a enumeração, foi posta em relevo a importancia que
..J - roduzir
-
a coisa
°
teria para os terceiros a decisão dada entre as partes, 1” adver-
ra demonstraçao persuasiva de que o iai-0_C1€_ Se P t_
-ul ada entre as partes _ como foi disciplinada pelos ar,1g0S tíndo, todavia, que isto não quer dizer extensão da coisa jul-
ä.3Ê0 e 1.351 do Cod. Civil italiano - deva acarretar, I€}fl¬ gada aos terceirm. Mas esta última ressalva' parece, na verdade,
ção 9, terceiros J efeitos reflexos, em qualquer das S1gU1f1°a§°eS pouco justificada.
Se se afirma -de fato que, em caso de condenação do ven-
5 das extensões atnbmdas a' Êssa pãqavra' 'dera ão relimi-
De mais a mais - e esta e a segunda confi _ (ida šxistên dedor pelos vícios da coisa vendida, o terceiro vendedor origi-
nar que convem z ter presente -- uma . demons r a ç ao - nário -está sujeito por sua vez à declaração dos vícios e por eles
cia desses efeitos reflexos da coisa julgada, como ftoram tenšieen- responde para com o seu comprador, não se compreende a re-
. . - -
didos pela doutrina e referidos acima, se revela cer am en ie s- cusa de ver russo um caso de extensão da coisa julgada ao ter-
tinada ao insucesso “Como todo fato juridico produz, alem de ceiro, para preferir enxergar aí um efeito secundário reflexo, 1*
segs efeitos diretosleíeitos reflexos, que são a reperâussão 51;: visto que a obrigação do terceiro para com o vencido não surge
. . . - - ° ' ro uz a - do ƒato da sentença _ como deveria a teoria logicamente afir-
tural e inevitavel dos pr1mfl11'0S, assim tamb_em P
tença entre as mar e efetivamente afirma _, .mas surge dos vícios da coisa
. partes . a eficácia direta da'- eqlsa ' lulgada' 3' que
do necessa- vendida que a sentença somente declarou, com eficácia ou sem
se ligam efeitos reflexos Para °5_ ter°°“°'Ê' °l?ägÊd: entre as
riamente a reconhecer a formaçao da coisamia genm ue É a ela para o terceiro, conforme as várias opiniões. Na Itália, cer-
partes. E esta, em reS'~lII10z 3- Slntesp do Pe
!I 7 J m
q tamente, nunca. se fez essa distinção, que parece pouco com-
base de -toda essacerto
doutrina. preensível; poder-se-á discutir, à vontade, se o terceiro está su-
_ om parece que, não digo 0 fundamento, mas. a pro- ,
jeito àquela declaração e até que ponto. Em caso, porém, de res-
pi-ia, possibilidade dessa afirmação é decididamente contradita- posta afirmativa e de exclusão de qualquer faculdade, para o
- ' ' 1.0 e 3.° desta terceiro, de discutir, de novo, o ponto decidido, importará -em
da pela demonstmçaç exposta malãacl-mia (š§ não é efeito da considerar o terceiro sujeito à coisa julgada, qualquer que seja,
monografia), no sentido de que a coisa Ju ga a
sentença. _ 1 Ofre cntâo, a palavra que se prefira usar e o conceito que Sequeira
Toda a conceituação, dada B-15€ 380”. do Pfobeezlašëãten adotar para designar e definir tal fenomeno.
radicalmente desse erro fundamental. E claro Cllle, S _ Dadas essas premissas, curto o passo que devia levar a rom-
xo, não produz para as partes 0 efeito da coisa lU18ada› nao P0' per com essas conteinporizações e escrúpulos e a abranger fran-
camente a extensão do julgado ao terceiro na categoria dos efei-
âera tampouco estender aos terceiros os afirmados efeitos refle-
tos secundarios (reflexos) da sentença. Isso precisamente, fê-lo
xos da coisa lulgada. A eficacia da sentença _' lá se Viu _ °°n`
Sms propriamente na emanação de um comand0, que declara Ssoirr, 'cm algumas páginas densas e, sem dúvida, sugestivas.
Qu modifma . . as relaçoes - Juridicas
- ' - ou condena 0 deve.d 0 r; s e se De fato, distingue ele, -seguindo a Jrisiuuc, os efeitos dire-
produz essa eficacia também para os terceiros, é coisa que se tos e os efeitos reflexos dos fatos jurídicos; indica na coisa jul-
examinará. a seu teH1P0- A C0_ͧ?‹ Íulgadaizeçontudo' asslm co--mo* ” V. acima, n. 21.
não é para as partes um efeito da sentença, a ÍOTÍÍQÚ nã-OJ-mas 1' V. acuna. n. 21. em conexao com a nota 3.
-
58-10 "para "os terceiros,
7 - Í
nem Z ' direta
pormvia ' 1"1@m_ PUT- V ia reflexa. 'I Htuwic, Rechflkmlt, p. 3.2.
Er1cÁcui ii: Auronmaue mi Smmznçil 89
83 ENRIOO`TULL10 IJEBMAR ` _
se, formou entre asJaartes 11ã_o_pode serzdes,conh«_e;cicin_por,aque- E mister; porém, distinguir nitidamente - eis a conclusão
les que ,são spj_eito_s de relação diversa, mas ¬pratiC_amente__com- -de Bsr'r12° -_ entre terceiros da categoria A. e os da catego-
pativel com a decidida. . ria C, isto é, entre a sujeição a coisa julgadados terceiros ju-
ridicamente indiíerentes e a comunicação da .coisa julgada a
A subordinação do terceiro a_‹parte,_para .legitimar a'eXte_n- determinados terceiros juridicamente interessados, cuja posição
são dalçoisa julgada a esse terceiro,jodemnascer dasççseguintëâ seja por um dos títulos previstos subordinada à_. posição da par-
-causas:_g) sucessãowdo tercoiro aparte na relação litiggisa, de- te. Seria a primeira -um ,efeito -reflexo .(no 'sentido de Jrrnnrrro)
pois que esta se deduziu em juízo;__b), substituição processual que deriva da própria indiferença ju-rzídica. daqueles terceiros
da_parte.ao terçeiro,_por ter deduzido_en:¿_juízo a_sua..relaçã.0 para a coisa julgada de. outrem, do seu completo alheamento
jurjdiczg c), incindivel copgxão entre a relação jurídica _do ter- a .relação decidida. Pelo contrário, os terceiros da çategoria C,
cetro
.Z e a relação investida
_ ~de -coisa_juL¿a_da- emdg _* dependência l mediata ou imediatamente participantes da relçação decidida
'¬`¿"'
E'fu'
“-¡"S'¡-il^'3T*ag
i¡_'°Z.-`"¡7'¬^
ngcessaria da relaçao juridica do te13:eiro da relaçao inyestida estão intergssados na _c.oisa_julgada_de outrem,___r_¿or,que_es_tã0
rga__c_ois§__Jcu,lgad_š,,_1\Íos*dois._pl'il'11e,iroszcasoS,ua extensão_d_a c0_í§2- abran_gidos',na%o_rbita da_s.ll8.-£f,Í_*1!_á_cla¿_e ,nela estão__d_iga§amen_te
j1.1lgada._a0 l§I'0_eiL0-e direta; nos ,.d0is__últiI11os,_pelo contLá.rí0. investidos. O prejuizo que dela recebem é prejuizo'1egítimo,,_e
reflexo. 2* ' ` a coisa julgada entre as partes se refere a eles como coisa .jul-
t Da combinação dos dois principios, positivo e negativo, deri- gada relativamente a eles. _ V
va, em resumo, a cl.as_s_f1_ficação._dors_terceiros em trêscategoriasr 2° Pressupoe isso, todaviaksubordinaçaqrdo terceiro à parte,
_A) terce¿'_ros juridicamente ipdiferpntes, -estranhos à. rela- subordinação que êdeterminada;-pelojzireitoçççsubstantivo.e. se
› ção e sujeitos de relação compatível com a decisão; para estes explica pela própria estrutura da relação juridiga ie pelas rela-
-logram aplicaçao combinada e atenuada. ambos os princípios, ções _do_s vários sujeitos acerca da mesma relação, pelas conexões
de tal modo que é a__sentença juridicamente irr_e1ey_ëlnte_p.ara s entre_maís_rel_ações_jurídicas,Z, em Z virtude das
eles, mas vale como coisa julgadapara outrem, e pode produzir qJ.1B.is_as_y.icissitudes de uma _inf1uem_sobre as da outra, isto é,
.f-..¬_. «.-`. H_-›v-.w-›._¬.|›¡._.
mero prejuizo de fato; _ quando, em referência a determinada relação, se encontre o
terceiro em situação subordinada relativamente à parte, _a esta
B) terceiros_1ur}drcan1e11te.;_
` ` ` 'n tçƒgssodos, não__suj__eitos d ezr- cabe a legitimação processual -exclusiva para aquela relação, e
ce,ção, d._e coisa 1`ul9_0»d__a. 'são Os commiw1 a decisão, intervindo nesta ú1tima,_ é também para o terceiro
com a sentença; para estes logra aplicação exclusiva o princi- plenamente vinculante. _ A
-pio negative 2. em conseqüência. g‹m_r_n_m:
jolgada que se formou entre as_partes; ' . . ' 30. As linhas um tanto complexas da .construçãode Bafr-rr,
_ C) terceiros juridicamente jziteressados, zsujeitos á exccçgo que procurei resumir com a maior brevidade possível; levam à
conseqüência de ser facilmente mal .apreendida _. não é um
decoisa julgada, são os que se encontram -subordlnaiosgapagte
perigo, mas uma verificação de fato -- no seu efetivo alcance
com referência à relação decidida; para esteszlogra aplicação
prático. Para entende-la`ná verdadeira significação, é necessá-
exclusiva o princípio positivo, e a coisa .jplgada que _se_formou
eritre as partes pode estender¬se-lhes como sui! Própria. rio considerar de perto os seus resultados, especialmente quan-
do diz respeito à última categoria de terceiros `(C, terceiros ju-
* Trattnto, p. 216 e segs.: com gmdícatc c rag{one,‹p. 559.
I' Trcltato, ps. 11, 147, 211 e ngm; Casa giudicøta c mgtonc. p; 559.
U Trcttuto, p..1'l'5.
94 Emuco Turno Lmawm El-¬rcÁcm 2 Awmunrns ml Saursuçzl 95
rldicamente interessados sujeitos à. exceção de coisa julgada), comunicação da -coisa julgada a terceiro, sem que se tivesse
que é a sua parte verdadeiramente característica. dado até agora explicação suficiente das que se inculcavam ex-
' Com efeito, __as duas_,px;ime_iras causas__de subordinacío do ceções isoladas dos principios legislativos sobre os limites subje.
tivos da coisa julgada.
terceiroigue o colocam emi_taLcategoria, (sucesgo e substitui-
çigi processual) não _dão___lugar a dúvidas, senzdpp comumente Mas, agora, é necessario perguntar se subsistem verdadei-
ramente esses pretensos efeitos reflexos e esses casos em que se
admitidasJƒep1_bora39131 divers'-_8_ _lU..S_tificação_te§ri_ca_No1as_são..
ao revés, as_outr_as_duas causas _de_s_ubordina@p_(conexão_inçin- comunicaria o julgado ao terceiro: casos e efeitos que se dedu-
zem todos logicamente da já referida. afirmação de Calovmmaz
dívfll ecQsP.eHd.ëuçia_neeeSsária). “Todos são obrigados a reconhecer o julgado entre as partes,
- Mas, examinando os casos que, segundo Bsrrr, fazem parte mas não .podem ser por ele prejudicados.”-'“ Adiantando ,sinte-
desta figura, vê-se que foi muito cauteloso em admiti-los e aca- ticamente os resultados desta análise, é mister dizer que me
.n-.-:_-1 ¬-.-ó,_.¡-»É.¡›;g_; - _¡v- _.-Ó ba por acolher ainda aqui resultados que já tinham sido sus- não parece' justificada a autorízadissima doutrina que admite
'nu tentados pela melhor doutrina. ` os efeitos reflexos.
Quanto à categoria A (terceiros juridicamente indiferen- Os dois principios, negativo e positivo, de Bsrrr parecem-
tes) e ao efeito reflexo da sujeição desses terceiros à coisa jul- -me arbitrarios e, embora pudessem -eficazmente contribuir para
gada de outrem, é este propriamente o ponto de partida de sistematizar os resultados da doutrina, precedente, se fossem'
toda a teoria da eficácia reflexa, que se vem examinando no exatos, nada ajuntariam para assegurar o seu fundamento ju-
texto, ponto por ponto, e da qual se pode dizer que hoje em ridico. Na realidade, a coisa julgada que se formou entre as par- L
dia não é mais contestada por ninguém na Itá.lia.*" didi.
Bette
P-swtLavvzm
de
tes não tem nunca e em nenhum sentido valor para os tercei-
zz
| Eis por que, no apreciar a doutrina de Barrr, é preciso ter ros. ao nienospara aqueles que verdadeiramente são tais se-
presente que, se pode ela em sua formulação abstrata parecer gundo a te_orí¿z_gf¿r21_1 das parti?-S em juizo.
perigosa a uma apreciação superficial, ou pelo menos tal que Quanto ao que diz respeite aos terceiros juridicamente mei-
revolucione a communis opinio, 1"* na realidade atinge em con- ferentes e 9. sua pretensa sujeição a coisa julgada, enquanto
creto resultados prudentes e razoáveis, querendo sobretudo - formada entre as partes (exemplo tipico, o dos credores que,
é mérito cuja importância não se procu-ra absolutamente des- .por uma condenação do devedor, sofrem prejuizo de fato), são
conhecer, e que aqui se salienta tão-só para facilitar a exata suficientes para excluir a opiniao comum as considerações pre-
apreciação da posição do autor -- enquadrar, em sistematiza- 1-uninares expostas a propósito do conceito dos efeitos reflexos.
ção unitária e sob critério logicamente construído e desenvol- Se aisentença temwou não efeitos para oswterceiros, pé coisa que
vido em suas deduções, todos aqueles casos em que se admite será -zexplanada na segunda parte deste trabalho'› contudor a coi-
5." 3*193".":S5= . z
*¶_ ¬I'_Íe.-se 11 Cir. acima, no texto. n. 26.
sa ju1gada,_que nao é efeitoda sf:_r}te¬I_1__ç_Iã._,_é_1imitaga_p_ela lei à.s_®
lt H Assim foi entendida por Coen. op. cit., p. 29. que e rejeita porque eustentarie pe¿1j;e¿, como foi afiseuñtempo explicaçi9__(acima, n. 16).
criterio muito veeto de extensao de coisa julgada aos terceiros. "A coisa julgada",
diz ele. “e um modo de sentir... e não ee pode desconhecer que oe limites dela ee
Nenhuma disposição do Código e nenhum princípio geral
“entendem em eentido antes restritivo"."-Ora. os resultados práticos de BL-rn' sao foi ou poderia ser legitimamente invocado para apoiar diversa
em oonjunto acolhido: por Coen, em complete conformidade. de resto. com a opiniao
dominante; e eua referida afirmação e dequelee que dificilmente se prestam à
conclusão: nem certamente os arts. 510 e 512 do Cód. de Proc.
demonstração.
.--.-_---í
Mae. como ee vera, não eo Coen caiu no que me parece um erro de interpretação
da doutrina de Btrn, que até aaora ninguem ainda tinha bem focelizado. '- I Prmcípii, p. 922: Istituzioni, I. p: 313 (trad. port., I, p. 571).
l Í
É ea Emuoo Ttmuo 1-.Issmm EncÁcn\.z Auwoaxnnnz na Seumuçn 97
É
Civil italiano, nem o instituto da oposição de terceiro,.os quais ção, tallcomo vem configurada pela sen_tença_qu_e_jn1,e¡_‹¿e1¡¡_z_n_t,g-
l
nada têm que ver com a coisa julgada, como se demonstrará - e. Basta evocar aqui as noções gerais sobre o conceito
a tempo. O que aquise diz virá, ide' resto, convalidado do modo de parte e sobre a identificação das ações e lembrar que “a mu-
mais seguro, em continuação deste trabalho. dança da pessoa física como sujeito de uma ação não acarreta
-_ E eis-nos-›dian_t_e dos casos de s_ui.ordina秋_›_ de_terceiro,iq1.1e a -conseqüência de que odireito trate a ação como diversa”. 5*
seria causa de corrmnicar-sea este a coisa julgada que seíor- l ` .Que de subordinação do terceiro à parte não se pode nesse
tre as artes: .
caso falarI prova ainda o fato de que a -formação da coisa jul-
-s¢~'Cue-;l_É`IJ¡¿'- ‹_1) Como figura primeira, indica-se a da “sucessão do -ter- g_a_dg_e a. sucessão do__terceiro na relaçao se verificam em mo-.
ç_ei1;o_à._parte _na relação Erídica já deduzida em juízo".*° E mentos diversos, e que,_por isso, nãose apresenta ,nunca a exis-
mister distinguir dois casosf tência_-çon-temporânea da_parte e do -terceiroçem relação_à sen-.
Se se dá. a sucessão enquanto pende a lide e é *sucessão tgçg, de maneira que não pode a relação de subordinação nas-
entre vivos, *" doutrina e jurisprudência' recentes- concordam, -cer, por falta de um dos sujeitos;`De fato, quandozse formaza
não só em admitir a extensão da coisa julgada ao sucessor que coisa julgada, o futuro sucessor é tal somente in mente Dei,
fica estranho ao processo, mas também em reconhecer neste pois, no momento, é um terceiro estranho como todos os outros
.___._ -_¿.,¡ _.`-¡ caso- uma substituição processual do transmitente ao adquiren- indivíduos. Dand0;se fa. sucessão_,_é,_pe1o contrá.rio,_o terceiro que
te. i*'* O caso, pois, faz parte da segunda figura de subordinação, se torna. titular da relaç§1o_e¬narte,¿¬.o_a11to_r_desaparece_o_u se
de‹que se tratará. logo. ' t_0r_na,_p9¿-:suaJLez, um terceiro estranho. V
^ Embora se dê a sucessão na relação litigiosa, depois que se Por todascstas razões, não é a sucessãouma causa inde-
acha formada a- coisa julgada, não há. dúvida de que é esta opo- pendente de subordinação do terceiro iupartegque _j,ustifi_que a
nivel. Mais simples que a de Bnrrr éi a-explicação que lhe dá. comunicação da coisa'_ju1gad_a..
É ägygm, para quem o,sucemor seria um terceirojuridica-
E b) A,.s_eg,_undaAf_igura_ de_subg¿dinaçao_. dázla-ia a substi-
f mente iridiferent_e,_porque ffnão pode dizer-se prejudicado pelas tuição prociê-$Sua1. Fora de discussão está, na verdade, o fato de
z
§ep_tenças_a11t_Qriores à. sucessão, £9_Ci111i€S'a I`€1flǧBS CÍÊHUB ele que sez forma a coisa__julgada também em r_el§:9ão ao substitui-
não era ainda sujg'íto”. 3* -
Qg, mas isso se explica, visto que não é ele verdadeiro terceiro,
Ambas as explicações, porém, parecem supérfluas. Q_s¿1¿:es;-
-porquantohpor -definição,_a_a§;_i_v_idade exercida i_Je19_subst_ituto
sor, nesse caso,_sofr_e_a coisa julgada sirnp1esmente_porque_nã._o
e um terceiro;sucedendo à pwarteem relação, jájdecidida, suce- processualrfitemmecessariamsnte-infménciaaedcaria amcsjlçi-
to dopsujeito do direito_pelo qual__e1e litiga”. 3°
`dezlhe_em_id_êntica posição juridicale torna-se titular da_rel_a¿
Até este ponto, os resultados práticos da opinião dominan-
"__"-."'.$?'='¬
FQVHJ
U' Birn, Com giudfcata e raglone, p. 559. , -te, abrangida aqui a de Brrrrr, mostrara-m-se exatos, mas é em
i i 1* Em caso de sucessão morria causa, flullcrquacstio, porque o herdeiro sucede parte-inaceitável a sua formulação teórica e, conseqüentemen-
it no processo e se torna parte. ' ' '
‹ .H _-Curomum, Principfl, pa. 599 o 874. o Isfltuzioni, II, ps. 216 e 4'H;`OuNn.1rrn,
te, os principios gerais que dela se quer extrair.zMais profunda
l
Lazionl, IV. n. 306; Bs-rn, Rio. di Dir. Proc. Ciuile, 1926. II, p. 320; Pavnuzu, Riu. se toma a discordância agora e toca ainda às aplicações con-
iu mr. Proc. cume, im. n. p. mz com, op. cu., p. as. com úc csss.. 22 as cretas daqueles princípios. Com* efeito:
mmm os nm. uzmmâfúc rom mauzno, 19:44. p. sszz 2;' oe julho de mz, row
italiano, 1933, I, p. 27; Ap. de Roma, 24 de abril de 1934, Foro italiano, 1934. I. 1894.
)
" Príncipli p. 922. Rmmn, op. cit., p. 143, aflrma. ao revés, que hd aqul..\'er-z
ll Cmovtxoa, Principu, p. 250.
cladeira extensao do julgado ao terceiro. - ,
N Cmovtma, Príncfpli, p. 591, cfr. p. 28l.
w
93 Emuco Tunuo Lmeunt Erfclicu E Auronfnanz na Smflsnçs 99
c) _A conexão incindível entre a re_lação,_juri_dica do ter- soluçao, porque o conluio com os administradores do sócio que
| 1
I
| ceiro ,_e a. relação atingida_pela coisa, julgada -(terceira figura agiu ou também a sua deficiente defesa bastariam. para privar
de subordinação, segundo Br-rrfrr) encontrar-se-ia “ent-re os di- todos os outros sócios de seu direito de impugnação, se se admi-
reitos potestativos pertencentes a pessoas diversas em face de tisse a extensão, em seu prejuízo, do julgado de rejeição.
situação juridica que se apresente de caráter indívisível, ou seja, Por outro lado, visto como é certo que a anulação não pode
não suscetível senão de ser única em relação a todos, seja no ser senão total, Crnoverma e outros que -seguem a primeira opi-
sentido de permanecer, seja no sentido de mu_dar”. Como -exem- nião preocupam-se justamente em evitar uma extensão da coisa
plo típico dessa figura, mostra~se o do art. 163, segimda parte, julgada secundum eventum litis, que nunca se pode aceitar,
do Cód. Comercial italiano, 3° que concede a todo sócio a` im- pelo que parece impossível que a sentença tenha em caso de
._._._.. pugnação contra as deliberações da sociedade anônima mani- rejeição da impugnação efeitos menos amplos que em caso 'de
festamente contrãrias ao ato constitutivo, ao estatuto, ã lei. procedência.
Tais deliberações não podem conservar ou perder o vigor senão Não convence, porém, a explicação que se da .desta exten-
perante todos os sócios, de sorte que, em -caso de acolhimento são excepcional dos limites subjetivos da coisa julgada; não se
da impugnação de um deles, se anula a deliberação para todos, pode dizer de fato que “a identidade da qualidade se substitui
ao passo que, em caso de rejeição, ficaria preclusa. a impugna- aqui ã identidade de pmsoe/',°” porquanto a qualidade de só-
ção de todos os outros sócios. 3' cio é o titulo que confere à pessoa a legitimação para agir pela
Mas esta última afirmaçao é fortemente contestada pela anulação, mas todos os que têm esta qualidade são pessoalmen-
doutrina comercialista, 3° sobretudo pelo perigo inerente a essa te titulares de uma ação própria de impugnação outorgada em
seu interesse individual. Por igual motivo, não se pode tampou-
^' Burn, Dlrlfto processuolc civil: (corso di iezlonl), Milão, 1933, p. 811. São ra- co dizer *° que aja um sócio como substituto processual de todos
riuimos esses casos, visto como (nota Br.-rn, idem. p. 814) o processo moderno re-
._-_. .-_»_. -~._› «`-_.5¡v‹¿;¡_,É-¡;:HF-¡,`¿í.¡,_ calcltra em admitir a extensão da coisa julgada ao co-interessado que não esteve
os outros; e, por fim, a incindivel conexão dos direitos dos vã-
em juizo e se inclina entes a fazer necessario o lltlaconsórclo. exigindo a presença em 1'i0S 560508” jamais poderá justificar exceção não prevista le-
Juizo de todos os co-interessados (Que 'normalmente não haja. extensao de jul- galmente na regra do art. 1.351 do Cód. Civil italiano. -
gado, em-ma-o também Rxnmrr, op. cit., ps. 88-59, em nota). Aliás. são assinalados
como casos semelhantes o direito de mais de um interessado do impugnar um ato Não obstante, resolve-se a questão facilmente, *= tendo-se
administrativo perante o Conselho de Estado com atribuições jurisdicionais (Caro- presente, mais uma vez, a distinção entre efeitos da sentença
vmm, Iltltuzioni, I, p. 321; trad. port., p. 493); 0 direito do impugnar um casa-
.ÊÉÉJJJ mento segundo o ara 104 do Cod. civil italiano (Coen, op. cit., p. 66); o direito de e coisa julgada. No caso de acolhimento da impugnação de um
1; impugnar um atestado de patente (cflrovumrl, Princfpii. p. 1.309). sócio, é a deliberação anulada para todos, não porque se tenha
is ff Também assim Cmovurna, Pflnclpll, pe. 2a1, 924 o 926; Caaunurn, Lezionl, uma extensão da coisa julgada além dos seus limites subjetivos,
IV, n. 384: Coen, op. cit., p. 10. Cfr. sobre o tema também Rmsun, op. cit., p. 68.
I o quai justamente remoto caso por caso À intenção da lei.
I.
No mesmo sentido também Navulmt, Societd c øswc. oommercíali, n. 423; S0- " Cmovzum, loc. c.it_
rluxo, Socíelâ comm., I, n. Gil, mas com motivação inaceitável, porque sustentam " Cuuczur-rr. loc. cit.
que os sócios que não agem año representados pelos administradores: mas não 6 " Brrrr, loc. clt. Y
ii verdade, A guisa de principio, que representem os administradores da sociedade ano- " V.. paro O que ce segue. 0 meu escrito Azioni concorrentí, em Studi iu me-
nimo oc sócios, o não e verdade, em particular, que os socios inativos queiram moria di U. Betti. p. 663 e segmt '
resistir Il oposição proposta. cuja existência talvez ignoram.
I Vrvarrrx, Trattcto, II. n. 52ll; Scr/u.c..m, Studi di diritta prlvoto, p. 351, e Foro
5 V. adiante, neste volume. p. 217 e seg.
italiano, 1911. I. p. 708; Aacnnmr, Áppunti dl diritto commerclale, I. p. 342. ' .do Cód. do Proc. Civil italiano, pressupõe a prova do dolo ou do coniulo; quanto a
Os remédios da intervenção na causa e da oposição de terceiro (cmovnrox,
oposição de terceiro. ct vi do art. 510. seria ele impossivel, porque 1Cmo\'›:No›\, Op.
Princlpll, p. 281, nota, p. 928, nota) são insuficientes, visto como é possivel a in-
clt.. p. 2.014) não compete n quem está sujeito A coisa julgada.
tervenção só no caso de ciencia de lide, e a opoaiçlo de terceiro. ez nl do srt. ›512,
36']-8
Encácu E Auronmsnr-: os Sentença 101
100 Emuoo TULLIO Lrsnarau
¬
cisamente na afirmação, consoante seu modo de entender, de
d) A quarta figura de subordinação é,,co_nsoan_te ,Br:~1;r1, que a. coisa julgada vale para todos como coisa julgada entre
5?4;
''-3'fš
A .}. .11
_dada_pela_dep_endência necessária entre duas ,relaçoes juridicas, as partes; afirmação que, todavia, não se demonstrou nem se
l `
ez1_tg_ndi_da,__m reg, rigodrosarnente,
` ' e,_por isso,
` ` _
de modo restrito poderá. demonstrar como verdadeira (cf. acima, n. 27).
l Observa ele que, normalmente (em direito moderno, porém, iso Entre a sentença que absolve o -devedor principal e a que
I
se é verdadeiro sem exceção), uma relação jurídica pode ser ne- condena o fiador, haverá contradição lógica, nãocontradição
cessária, mas não suficiente para a existência da relação con- prática, porque se trata de duas pessoas diversas, titulares de
\ dicionada. E, então, _para poder encontrar uma relaçãq de de-
'-' Tratloto, ps. 188 e segs. e 288 e segs; Com giudícata e raoicme, ps. 559-560.
pendencia nec,e_`ssária,_p0r_. força. da _qual a coisa julgada, que
Í se -formou sobre a_1;elacão deduzida em juízo, se estenda neces-
H Bosrrn, Foro italiano, 1892, I, p. 1.163; Cmov-runs, Pfíncípít, ps. 925-926.
lslttuzioni, I, p. 331 (-trad. port.. p. 571); Rznsufl, Fideíusaíofle, em Dizionario
sagiamente a relação__d_o terceiro.,,co¿_1Y!:im_dirg;inm1_ir se a sen- Prat. Dir. Pri., n. 64.
í.,UNiVERSIi`lADE DE S. PAULO
3 0 9 3 :J Fàcuwâoe mz amaro
J auauorzcà ciacuumre
102 .Emuco TULLIO Lrasmm q Encilcu B Atrronlmmz na Smrrl-:raça 103
diversas relações jurídicas; e é pacífico que a lei se não preo- cão do conhecidoiepgngeno, estucladoçpor J¡z1z¿-qgvñçi, dos efeitos
cupa com o simples conflito lógico ou teórico dos julgados e não reflex_os_de um fato juridico; essa manifestação nada teria a
0 impede. '5 Contradição lógica não menor haveria, aliás, entre ver com a teoria do processo e não seria, na verdade, uma for-
a sentença que .condenasse o devedor principal e a que absolves- ma de extensão do julgado, mas determinada pela coexistência
se o fiador por inexistência da obrigação principal, e, entretan- c conexão das relações jurídicas e regulada unicamente pelas
i to, tal possibilidade é expressamente admitida por esses escrito-
res. A verdade é que o problema de um caso é idêntico ao do
várias normas que governam cada uma das relaçoes e lhe esta-
belecem os vínculos recíprocos. Por isso, é -lícita a afirmação de
outro _ a. não ser que se queira admitir a coisa julgada secun- -que açlimitação subj;et_iv_a do julgado não dig_.respeit_o_senão a
dum eventum Zitis -, le consiste em saber se uma sentença. deve eficácia_dí1;e¿a. Quando se tratar, aojeves, de eficacia reflexa,
projetar, ainda em relação a um terceiro, as conseqüências -que não há nem limitação nem ext_e_ns_ã9;_vale a sentença a respeito
logicamente dela derivam sobre a relação do terceiro, na medi- de todosudeíiguañlí modo. Qqrg é possível,_porque “para a con-
da em que é este prejudicado pela relação decidida. A norma que sçcuçaoç-dos.,-escflpos do processo, isto é, da formação da senten-
limita às partes a autoridade da coisa julgada significa que a ça__justa, fia-se a lei_no contraditório.das_partes".
lei resolveu o problema negativamente. Qualquer outra solução Como se vê, essa teoria, malgrado sua aparente e seduto-
é contrária ao direito positivo. ra simplicidade, deve -considerar-se extremista nas conseqüên-
cias, com referência a toda a doutrina italiana precedente. Com
31. A teoria de Barrr recebeu de CARNELUTTI interpreta- efeito, embora. tome o fio do mesmo conceito da eficácia reflexa
ção muito diversa da que l.he foi dada nas páginas que prece- dos atos jurídicos, que foi largamente acolhido e utilizado pelos
deram. Encarou-a este último como concordante nos resultados outros escritores, vem a abolir o limite do prejuízo juridico, que
práticos com a sua, e fez somente certas críticas de importância Cmovsuos e outros opuseram, a guisa de princípio, à sujeição
V
simplesmente teórica sobre algumas das considerações de Bar-rf. dos terceiros à. coisa julgada, afirmando, pelo contrário, que 3,
L
Na verdade, o alcance prático da tese de CaaNELU'r¡,r1 é mui- coisa julgada reflete seus efeitos sobre todos os _t_erce_`n;os,_sem Ô0UlvuQMH¿
to diverso, afasta-se nitidamente das opiniões até aqui exami- excluir' -o_s_q.ue..são. -titulares de direi1osTin_co_mp¿a¿íj¿eis,_c_om1a
nadas e liga-se, pelo menos -em suas conseqüências, a de MEN- coisa_jp_lgada_,para_;çlçsregrapg, Vem assim a sustentar a in-
nenssomv-BanrnoLnY, já lembrada. fluência plena da coisa julgada sobre todas as relações logica-
Procuramos resumi-la em poucas palavras. 4" Consiste a efi- mente conexas ou dependentes da decidida, quaisquer que se-
¡¿ '= Cnrøvtflm, Princípli, p. 920, Isriluzioni, I, p. 376 (trnd. port.. p. 561); Btrn,
Trattalo, ps. 34, 133 o 269-170.
4' G,\uu:x.ur-rr, E1/lcacla direita e el/icucia ri/lcssa della cosa giudicutfl. em SÍ1-Hfi
di Diriízio Processuais, Padua, 1925. p. 429 e segs., Le.:ioni, IV, ns. 381, 38-l e 387.
" Velha um exemplo por todos. Escreve Cumturrrr (Studi, cit., p. 445): "Su-
ponhamos o_ caso da Influência do julgado que declara ou exclui a obrigação do
devedor principal em relação ao fiador. Este, se me nâo engano, serio um terceiro
Interessado da quarta categoria proposta por Barrn; ainda nesse caso, vale a coisa
5
aos que se extraem da sua teoria, encontrou CARNELU-rrr natu- direito do terceiro credor depende, se -não para sua existência,
ralmente, nas formulações de B1-zrri, complicações e distinções ao menos para a sua exeqüibilidade, do fato de haver, no pa-
supérfluas. Vale a pena determo-nos um momento ainda neste trimônio do devedor, bens suficientes para satisfazê-lo. Por isso,
ponto, porque o fato de ambos os escritores terem razão, se- a sentença que reconhece um bem à parte -(entenda-se, contra o
gundo seu ponto de vista, confirma a distância real que separa devedor comum) repercute sobre a relação do terceiro credor”. 'if'
as posições respectivas de cada um deles. Ora, essas ,observaçoes só são possiveis para quem desconhe-
@5e1-va d e 'Ía_tg,'_C¡uu¶g:_;.U1'n que_ n_ão há entre
.. as duas . c_a-
ridi§flm§nte..ifldiƒflfeilffii É (105 WCEÍYOS
çfl t9daê-‹iif_erenças¢ntrfl nrsiyízo .fizƒgt-Q §-p1;‹ë-juízo de Éíreitv
que” umamsentença pgdejroduzir em relação ao terceiro; so-
juridic_am§_rJ;_in.t_eressados_aJ)rofunda diferença afirrnada_p§›_r_
mente para quem sustente que “não há. senão diferenças de
Bag; e que, quando é o;terceiro_na verdadewtai isto:e , sujeito
+1amar--:-Í'.=al?;?Í;--15-. ie-,¡ -1=:Ã;: f-; grau de uma situação fundamentalmente única" entre prejuízo
de uma relação diversa da atingida pelaocoisa julgada, ,f'¿-Então
a_e_fic_ãcia d_a_coisa julgadaem relacãorao terceirp não se pode meramente econômico que o terceiro recebe da sentença prola-
produzir senão__por via, de rep_ercussão,___quando a__r_elflçâ0,_jg_i'í- tada contra o próprio devedor, diminuindo-lhe a consistência
dic.a.d_e_o11U.‹:zn,adecla.rada_ou_negada_medianfzšë fl..C.0i-Sa l\11€?<3fl› patrimonial, e o prejuizo que sofreria o terceiro, se valesse tam-
regra _deJ_r1_‹_;_›:do._diverso:sobre a relaçã_o_jurídica do terceiro".*** bém contra ele a coisa julgada sobre uma relação que é pressu-
Q.
Í- ea-; .-¬_z-z-.if
Vale dizer que em todos os casos em que sofrem-os terceiros posto jurídico de seu direito. .
qualquer influência da coisa julgada de outrem, isso se dá por Essas observações, com ser plenamente lógicas do ponto de
um fenómeno de .f'repercussäo no sentido jheringuiano”; sçgi vista de Czmuewrrr, para quem todos os terceiros indistinta-
ra_zäo,_pois,_teria Bmrrrjlimitado o fenômeno aos terceiros juri- mente estão sujeitos à. coisa julgada reflexa, oriunda da sen-
dicamente indiferentf_:s, (e imaginado uma construção diversa tença de outrem, não infirmam, porém, a posição de lšíri, que
para os terceiros juridicamente interessados sujeitos à exceção
-¬_..
de coisa julgada), porquanto ormecanismo da repercussão é
acslhe. .ê¿n.°¢9sd¢sPf_1a¢iPi°.sê -serás tradicional G9 Prejuízo
jurídico, como limite a indefinida repercussão lógica da coisa
sempre o mesmo, e não é verdade que os terceiros juridicamen- julgada sobre terceiros, sujeitan_d_o a. ela tao-só os que, embora
te indiferentes estejam sujeitos à. coisa julgada de outrem por ,titulares de direito incompatível _ço;rn__a+çoisa_j_ulgada,,_fprmada
causa da sua estraneidade à relação decidida, porque “não é
en.t.r_esas_-partes, esteja¿n___sujeitos_jjurgiieamem;e_a uma delas.
um reconhecimento platônico por parte dos terceiros o que nos
interessa. Não se trata para eles de apresentar armas ao julga- De qualquer maneira, basta ter aqui acenado para essa dis-
do de outrem, mas sim de obedecer a ele”,*" por exemplo, “o cussão 5' que ilustra eficazmente os respectivos pontos de vista
dos dois mais recentes escritores que se ocuparam da matéria;
,.
H Loc. cit., cit.. ela não tem razão alguma de ser, 'se se sustentar que a coisa
“ Op. cn... p. 447.
julgada não tem, em nenhum caso e em nenhum sentido, in-
julgada comente como coisa julgada de outrem, formada entre o credor e o devedor: fluência ou repercussão sobre a 'posição dos terceiros.
-nr:':=
''u¬rn:n~_--a.Pgrn I-zv1u. ~-:1 .:"›u vale porque o débito principal constitui pressuposto da obrigação do fiador." O
exemplo repete-se em termos ainda mais claros nas Lezioní, W. xl. 3à'I. pr. Ao .iííía
contrario. como se viu. pen Btrrl. só há extensão do julgado de outrem quando
. a existencia (ou inexisteociai da relação decidida for o único pressuposto para
,¬ ~ op. ein.. p. us.
i a existencia (ou respectivamente a inexistência) da relaçao dependente. isto 6, quando
li “ 35'" YCBDODGBU tm poucas Palavras em Com qiudícata e raginne, cit., p. S60.
Wil, uma é condiçao não só necessária, mas também mƒicizníe de outra; em outras
sem por lsao entrar no mérito da teoria de Caaunonr. O mesmo intento tem as
palavras, na hipótese, so em caso de declaração negativa da obrigação principal.
considerações de D'0m:\|1u0, em Riu. di Dir. Proc. Civíie, 1926,
\
32. Todavia, antes de poder enunciar uma decidida afir- tiçao de principio «toda a construçao desmorona. Nao pode cer-
mação, é mister examinar de perto a teoria de CAHN-i‹:r.U'rr1, tal taniente -umfenômeno reconhecido como_contrário a lei tornar-
qual foi há pouco resumida. -se__l_egítimo por selhe atribuir nome diverso, embora ccmduza
Ora, _não_padece dúvida que_,ela tem exatamente o resulta- aos mesmos _resl{1§8gCl_0§_RL_9Â-ÊÍLQQS. »
do de destruir toda a limitação subjetiva da coisa julgada, a Poder-se-á., no campo-da teoria, discutir quanto se quiser
qual, atribui a efic_ácia_,de pravelecer em relação a_todos,rv_indo, sobre o conceito de “lide” e da sua importância no sistema do
alem. do _mais,_di_retamente_c_ontra e;‹pressa_dis1J;JSiç_ä0_do_art. direito processual, mas deve excluir-se a priori a possibilidade
1.351_ do Çód. Civil _italia11o._ de acarretar uma conseqüência que a lei quis expressamente
z,I Procurou CAnNEr.U'rrr naturalmente evitar o obstáculo, acen-
ii evitar. i -
tuando a distinção entre eficácia direta e eficácia reƒlexa da
Câmvmu-rn irmana logicamente as partes aos terceiros, e
coisa julgada. Mas as palavras não podem encobrir a realidade
sujeita também as primeiras à. eficácia reflexa, quando deve a
e não podem deixar passar de contrabando resultado que, além
coisa julgada operar sobre uma “lide” diversa da decidida, mas
de não ser satisfatório, praticamente -_ as mais das vezes é pe-
_nua._v.l.:-_.-L=-A_-.-aÍz: justamente assim demonstra a contradição da sua tese com as
rigosoe iníquo _ tem o defeito de ser contraditado por um dos
disposições da lei, que sujeita à. coisa julgada as partes e não
mais claros, explícitos e menos discutiveis textos de lei, apoiado
os terceiros, ainda que se manifeste a respeito de uma “lide”
ele próprio por imponente, constante e muito firme tradição
histórica. .Oporemos a CAnNsr.u'r'r1 uma sua imagem brilhante, diversa da decidida. Porque o que a lei quis praticamente dis-
tinguir não é a eficácia reflexa da direta (conceitos e termino-
lembrada pouco mais acima, e diremos que não se trata de apre-
logia que a lei ignora), mas as partes dos terceiros, para su-
sentar armas ao princípio dos limites subjetivos, mas de obe-
jeitar uns e eximir outros da autoridade da coisa julgada.
decer ,a ele. É difícilcrer tenha a lei posto, tanto cuidado em
Â-z-~z.-lÍ-:~s;›~_¬¿-› z limitar a coisa julgada às partes,__para adnritir depois que ela Ad€mf=}§. 3- ÍLBSB, amDla_InQnte,ílustrada nos parágrafos :pre-
se imponha aos terceiros p-or_ outro modo e sob nome diverso. cedentesiggundo a qual a coisa,iul.gada_n.äo,ê_e_1:eito_da_s.en-
tençg, m_㧠Qllíllidade dela,_permit§_ç0nc_Lu_ir_n_e,gt,e__p_onto"que
De resto, a_p_ropria distinção entreas duas formas_de_,efi-
,. câ_c.i.a..da.co.isa_ju1gada,nos deixamuitorperplexos; é ela deduzi- a aí¿uuar1a_noçã0_ da eficáciaureflexa-.d.a_cois_a__1i11.ga‹.ia_,nâo._sÓ
Il
da da natureza diversa que teria a eficácia da sentença “dentro está por ser dem0ns_t;1ada,_mas_também_não._poderiardeaniodo
da lide” e “fora da lide (quer contra os terceiros quer contra algum justificar-se- A coisa julgada foi, de fato, definida (aci-
as partes)”. “Se não fosse assim” - observa Câsusrorrri* _, ma, n. 15) como a imutabilidade do comando «contido na sen-
“o fenômeno de repercussão por ele postulado levaria a destruir tença; ora, não existem formas diversas de imutabilidade. Esta,
o principio da limitação dos efeitos do julgado: 0 que valeria quando existe, é sempre a mesma coisa e vale de modo idên-
:z-.4_; .q-‹:wr.p;,¬~¡;.-v
cancelar o art. 1.351 do Cód. Civil. Se, na verdade, valesse a tico, tanto se se pretende no novo processo obter nova decisão
ii sentença em relação aos chamados terceiros juridicamente inte- sobre a mesma relação, como se, ao contrário, se discute sobre
ressados como em relação às partes, já não mais valeria em re- outra relação dela dependente. -"*' O que, ao revés, não é para
:-;:.¬-zur. lação às partes somente, ou. . . os terceiros seriam partes." a lei de nenhum modo indiferente é que as partes do novo pro-
Mas, se não nos enganamos, a admissibilidade da eficácia cesso sejam as mesmas ou sejam diversas. ' - ~
.-«¬Wn reflexa devia ser demonstrada pela sua natureza, diversa da da Em S@gUIN10 lugar, não parec_e,QsRN1-:_r.5:'r'rx,,muito convin-
i
eficácia direta, e não vice-versa; e_ sobre essa fundamental pe- c_er@ñtampouco,:g_uando afi_r_m,aÍ,que za limitgão _subjeti_va,diz
ii;r ” Lcsioni, IV. n. 387.
H Cir. ainda, aclma,.n. 28.
=i
108 l Emuoo Torno Lmswm Errclicm E -Auroaxosoe na Sr›:1‹'reNç^ 109
respeito só à ~eficácia,d_ireta, ao l¿asso_que _seria ilimita_da a re- geonseqüéncias lógicas seria supérflua a disp_o§ição__especiaL.d.e
I
flexa. Para fundamentar essa afirmação, nao basta, com efeito, lei para evita-las. -"°® .
invocaras relações _de conexão e de interferência existentes entre Tornar-se-á essa conclusão tanto mais convincente quando
as relações jurídicas substanciais, *H porque são elas uma con- se provar que apxtensão aos terceiros que o art. 1.351_iqiuis ex-
dição sine qua non do afirmado fenômeno de repercussão, mas cluir, é,_p_recisamente,ieinão pode ser outra,,a chamada eficacia
não são nem lhe podem ser a causa. ' . . reflexa. Se se acolher, de fato, por um momento o termo “efi-
Assim como o movimento reflexo de um ser vivente seria cácia direta da coisa julgada", na significação restrita que lhe
impossível sem uma ligação entre o Órgão que experimenta o atribui Cannsnvrrr, isto é, para designar somente a que se pro-
estímulo externo e o órgão que executa o movimento, mas con- duz “dentro da lide" e prevalece unicamente para a mesma
tinua a ter sua causa no estímulo externo; assim como (para "lide'_' decidida, não há dúvida de que uma extensão sua a ter-
referirmos a metáfora de CAnnr:1.u'1'r1°“) o eco não se produz ceiro não é nem mesmo concebível, porquanto o terceiro, en-
sem repercussão das ondas sonoras em determinadas condições quanto permaneça tal, não pode ser titular da mesma lide. Por
2::;-;;':'95:
.,|:l
.,`
.z¡ de ambiente, mas sempre tem sua causa no som emitido origi- isso, uma norma que ponha limites subjetivos a essa eficacia
l
il nariamente, assim também determinado modo de .ser de uma direta é absolutamente inútil, bastando a regra dos limites obje-
il
il
relaçao juridica pode repercutir e refletir-se sobre outra relaçao tivos para salvaguardar a posição do terceiro.
juridica, enquanto entre elas haja certa relação, mas a causa por A coisa julgada não pode, pois, influir de nenhum modo
que não se pode discutir quais são os verdadeiros termos da sobre o terceiro, senão enquanto “prejudique" um pressuposto
primeira relação é a coisa julgada que se formou a respeito. da relação de que o terceiro é titular, a saber, a modo de eficá-
Antes,__pois, de considerar “as normas queregem as várias cia reflexa. Oprincípio dos limites subjetivos da coisajulgada,
relações_e_lhes_estab_ele.cem o_s_vin.c11_1€¿S_r§=.C_í}1r0¢QSf.f,_ é _miste1i,_es~ s"all cionado pelo art _ 1 . 351 , não
__ pod5¡,_portanto,_t_er nçnhum sig-_
tudar a sentençg., a_ coisa julgada e a força de_ irradiação dos n_ifi_c_2_1do,além do de excluir a eficácia reflexa em relação_a_ ter-
seus efeitos, se se_quiser.sa_be_r at_é_que. limite_se_p_o_d_e_m_produzir. ceiros. Em suma, aceitando, à guisa de hipótese, a distinção de
Ora, seria perfeitamente._lÓgico_que_a_c_oga_jul¬g¿ç¿a,,que_se CAnNeLu°r'rr, a conclusão que ele tira deveria, de qualquer modo,
¿fo_:_1;rn_t›u_s9bre determinada relaç§._o__influisse também sop,r,e_a_ vir exatamente invertida: a,efic,áçia_cdi.r§_Ê›.e_da coisa julgada não
decisão de outra, relação de que a primeira é um_ pgessupostgz se sujeita anenhuma limitação subjetiva, e é só pela eficácia
mas, exatam_ente_para'_eyitar essipçqnsgqiiencia lógica, inte_r_v_ém refiexa Que a lei fixa ,Q limite ea iaeniiaaaerdasqzaires.
a 1ei_c_om_s_ua_proibiçãg,¿:juando fo; terceiroçcoo titular_da_ Para confirmar ulteriormente essas observações é mister
relaçäo §i,€FiÇ!}§ente._A_1z¿:g;-a dqslinfites subjetivos tem prççisa referir-se a dois institutos que tem estrita relação com o tema
e unicaxnente,o_escopo_de_impedgj_p3rante_tçr_c;ir_os?asxreper- examinado: aí int.erv_e_nçao na causa e ia oposgxzo de terceiro.
cugõesçlpçgicas da coisa j_ulgada,_p_o_I;que, se não smtratassexde Conhece a lei italiana várias figuras de intervenção força-
.-.-_-Fi-í_._ da, isto é, de chamamento à causa de um terceiro (art. 203 e,
H Mais fell: na explicação dos efeitos reflexos é Rmnrrz. Giudizio Civüfl. D- 37:
"uma presunção de verdade tem efeitos para todos aqueles para os quais teria N A quem pretendia tirar da coisa julgada formada entre os partes as deduções
efeitos a. reslidddp n que praticamente se substitui. Mas tals efeitos da realidade o lógicas em prejuízo dos terceiros. o velho I-ënscs-rear, Spasizíone Compendíosa, I..
que pntlcament.e`u substitui são determinados. por sua vez. pelas relaçoes materials jr. 268. replicnvaz "quem assim racioclna jamais compreendeu o significado de màxtmu.
sobre que vem n operar o provimento." Mas que é. senão preclsamente isso. a coisa yr; inrzr nlíoa... Que nccessIdade_h.averla da máxima res inter altos. senao para
julgado :rpa omnu? Serio simples e seria verdadeiro, se não houvesse o art. 1.35! «ur-erlir que não se _t_er¡e de deduzir, em prejuizo dos não chamados. n conseqüência
do Cód. Civil Iulllno. lógica do julgado que se deu entre ou.I.r0s?" De Indo a severidade do juizo expresso
N Studi, D. ifl. para com os conuudlxorea, não se pode duvidar de que ele linha razão.
G
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110 Emuco Touro Lnznsum ~ l
EncÁcui E Auroaxnsne mi sem-znçs 111
I _
segundo alguns, também o art. 205 do Cód. de Proc. Civil ita- -trário, é dela excluído em todos aqueles casos em que, mais ou
liano; arts. 1.497 e 1.582 do Cód. Civil); têm todos estes, ao menos excepcionalmente, prevalece a. sentença também contra
lado de outros escopos possíveis, o fundamental e comum de ele. °° A coisa julgada é intangível, e, em conseqüência, exclui
estender ao terceiro a coisa julgada que se formará. no proces- também a oposlçao do terceiro.
so; “ e é natural que assim seja, porque o -
dido, como as partes, defender em juízo os prórgios interesses A conseqüência lógica da. teoria de CiAfinNn1.U'r-rr deveria
i
e contribuir para_a..inst1j1¿çã,o da causa,_j,á, não tem_razã9__p_ara SÇ1'z_P0iS. B- de n_ão haver. n.enl_ium_t_e_rc_eiro;legitimado_a;azer
d€SCon_liece.r:os_resu1i¿aLcl_o§ do processo. Mas é claro gue para 0 osi 'o_,__
esse, fim _não_,_haveria,_ propriamente necessidade de .__cl1a¿nar _ o Todavia, sente C¿uus1‹:r.UT'1TI,_por fim,__a necessidade de. so-
torçeiroía cau¿a,_se,foss_e verdade que a coisa j_u1gada_ gseesten- |
correr, de qualquer modo,,"o_,_terc,eiro, constrangido a sofrer ma-
desse também a ele, sob a forma de_efi_cácia reflexa.._Ass_im,_ a nietadosassco_nseqííên.cias.dospracessmdeique não pa.rticip0u._e
intervenç_ão_f-orcada do terceiro ja não teria__razâo de ser no sis- lhe outorga o remédio e;§tremo__¿da__opos_ição, ea: vi do art. 519,
gmafdofpgropessojtaliano. G Í precisamente como meio para eliminar a eficácia -reflexanda
Diversa, mas não menos grave,_é a alteração que deveria coisa julgada: °" “_o-terceiro-_que__de1e_nâo_se;s0L:or.LQ, ní0¬m›dB
sofrer a oposição do terceiro, segundo a teoria de Czuu~rsLU'r'r1. uiilmente protestar cont1ja_a_injustica da sentença”. °l Masísig-
O art. 510 do Cód. de Proc. Civil italiano permite ao terceiro nificaria isso desconhecer totalmente o__caráter facultativp_q_1_1§_
levantar oposição à. sentença “quando prejudique os seus direi- ajiistória e a lei concedem à. oposição de terceiro e, portanto,
tos". Não obstante certa incerteza sobre a significação dessa tornar necessário o remédio que se quis outorgar ao terceiro
fórmula, história e sistema da lei, prática e doutrina são unâ- -como simples faculdade ulterior, ao lado da que naturalmente
nimes em indicar tal remédio como ƒacultativo (diferentemen- lhe compete como pessoa que não participou do processo. Nem
te da oposição revogatória prevista pelo art. 512), no sentido de se diga que, estendendo ao terceiro a coisa julgada e, ao mes-
que pode o terceiro muito bem, ao invés de impugnar a sen- mo tempo, abrindo-lhe a via à oposição, se restabeleceu o equi-
tença, simplesmente desconhece-la como terceiro a ela. estra- líbrio, apesar da ofensa à letra e ao espírito da lei, porque _1¿n_¿._
nho: daí se deduz a regra fundamental de que “só se admite à coisa é,_para o-tercoirp,_poder_ ignorar; sentgiça, com a certeza
\V
i oposição 0 terceiro que pode defender o seu direito contra a
(16 P.0dB1`z5°mP1”¢› flU&U_fi9_$€_1hÊ_âP£9$_3flt@ _11Ê¢f_°$§ÍdaE1€~ ÇÍBÍÇI1'
›
sentença porque res inter alios iudicata", 1” e de que, ao con- der a_prÓpria_._p_os_iç§.o_jurídioa,_sem¿1_obstáculo_da coisa iulgada,
i
V. nomeadamente Cx-uovrzmaa, istituzioni_ Il. p. 208 (cmd. port., vol, 11, ¡,;_
2 0uira_bem-;ilversa,-tomar:a:iniciativ_a:de_imnog_n.ar_a.s.e.I11>f=I19.a
335-338). Pode aqui ainda lembrar-se a jurisprudência que nega exatamente que 0 pe.r_an_te_o_juiznq_1¿e_a,pronunciou,_q1.1g_á_s_e_m:aígarantia _do du-
conhecimento da lide estenda ao terceiro a coisa julgada [nisto diverge o direito
moderno do direito romano: D.42.1.63l: Corte do Cass., 23 de abril de 1931. Foro
,U C1-uovznm. op. cit., p. 1.012. Cir. Mnnnuâaoflu-Bnarflotnr. op. cit., p. 193.
uuluflw. R=i>-. 1931. v. Com øiudieom, n. 20; 1 do abril de isso, Foro italiano, 19:10,
I. D- 1-117 IDDE8 112 LINE). Ap. de Milão. 1 de maio de 1925, Tcmilomb., 1926.
°* Lezioni. W. n. 322.
p. 707. A, questáo nao teria razão de ser se ci terceiro. de qualquer modo, estivesse 'I Studi. cit., p. 434.
sujeira a coisa- julgada reiiexa.
‹= Não conhece o direito brasileiro a figura geral da intervenção opnosítion. p. 112; Gmsouurr-Cnàn Blu, Traité, 3! ed., VI. p. 894). é pacífica: na
forçada e somente algumas figurasparticulares (art. 95 e seg., do Cód. Itália pela influencia de Pnfscn-one, Sposizione Compendiosa, I. p. 275, e da Expo-
de Proc. Civil) que aqui não interessa referir. alçlo da motivou de Plflnunax ("A opoalçlo de que se fala aqui deve outorgar-se
como faculdade e não ser imposta como necessidade. Por Isso que 0 direito do
- H Cu¡o\1.mu, Principii, p. 1.011. Eua opiniao de lama. prevnleucia hola em
Mroelro. não sendo diminuído pela sentença proferida inter alioa, deve gozar de
França (Tlssru, Theofle 1:1 pratique de la ilerce oppasiflnn, n. 51; Ahuoota, Tiefcs
todos na garantias ordinárias. se ao terceiro apraz usar dela5").
li
Êl
\
112 Ennrco TUu.1o Lmnnim
fiar a sorte dos direitos dos_.te_rceiros à atividadfi -única desen- 1 _- Passando a examinar a problemática dos limites sub-
volvidarsem- controle pelasjpartes, e, conseqüenteme_n_tg_n,ão su- jetivos da coisa julgada, LIEBMAN reiere~se à doutrina .brasilei-
¬. ,
jeitouños terceiros à nnutabilidade dos efe_it_os'do processo,_ no T ra, que -já -se firmava a favor de sua limitação às partes (Adi-
que prop=_-iamentc__C_0_rrsi,ste _a aut_oridade_da_c_o_i_sa. Íi tamento sub a). O princípio, que não era sancionado pelo CÓ-
digo então vigente, vem hoje inscrito na primeira parte do
art. 472í “A sentença faz coisajulgada à,s_piartes entre as qi_1_a_i§
éuaea, nâo beneficiando, nem,p¿çjuà1cando ,te_r‹:.eir0s,'“ Assim,
aquilo que já. era pacificamente admitido como “um dos mais
¡MTL-
UJMflív bfQ.J
ulgua 4?
E.
fi'i0
Hâltartâ sábios principios da politica judiciária", é hoje solenemente pro-
fl l~¿ã.g=ljlLno_¿1ire,i_tp_br¿i§jgro_iL1Sl‹L§1.1t0_semeih§nte à; _o1Josic;`ioÍ_de
terceiro_d0 processo frances e ,italiano._0:recnrsoad9,,,terceiro_p_rej,udi@- clamado pelo direito objetivo.
dg (art. 815 do_Cpd. de Proc._CivilL é o que. a,pres,e_p,t,a_a_m§§ma.origem BAasosli._Moar:;_1m criticaa redacao do dispositivo,_g_ue ense-
nistórlca e o_que mais se lhe aproxima, conservando, no entanto,_.p_[o-
fundas diferenças. De fato, a oposição do terceiro, ainda que denomi- jaria equívocos,__pois os efeitos da sentença são reconhecida-
nada recurso, é, na realidade, uma ação autónoma tendente a impug- mente capazes de atingir a esfera jpridica de terceiros, como
nar a coisa julgada já formada (Cmovrnm, op. cit., n. 385), e não está revela o exame sistemático do código. 2 Quer-nos parecer muito
i
~› sujeita a prazo para a sua interposição; pelo contrario, o recurso do severo o eminente processualista, nesse passo: e que 0 art. 4'I2_
terceiro prejudicado é um verdadeiro recurso que deve ser proposto pode ser lido como afirmand_o_que a coisa jirlgada, restrita às
dentro de prazo breve e tende a impedir a formaçao da coisa julgada.
V. :1 nossa nota 1 em Gnrovsnmi, Instituições, vol. III, § 79.
partes,_e que não 'beneficia nemJrejudica terceiros: of que e
A ausência de remédio semelhante a oposiçao de terceiro e, para o
rigorosamente exato. **
;l_ireiÍ¿§_brasileiro, _ar_gjimen_to decisivo contra a a_‹;eitacã.o da teoria de _i..._íi-
‹1 |
Qiumflpuízl (e da ,semelhante a i=§¿¿,_de_ A›..i.oa1o,. cfr. p. 155 e segs.) da . 11 Sobre a segunda parte do artigo. que trata da extensão da coisa
eficacia reílíšra da coisa julgada, porque os terceiros deveriam suportar julgada a terceiros nas causas relativas ao estado das pessoas, ver
as conseqüências prejudiciais da sentença prolatada inter aliosj sem a adiante, neste volume, o artigo “Limites à coisa. julgada nas questões
possibilidade de defender os seus direitos. A faculdade de recorrer' da de estado". ' _
sentença que os prejudica, seria, para este fim, completamente insufi- '-' Bârusosii Monsrmi, Comentários, cit., n. 100, nota 254. _
ciente, dada a facllidade de que ignorem eles a existência do processo 1* ' Ao contrário, tem toda a razã.o'o Autor, quando critica, por mo-
inter alias. ` - i tivos análogos, o art. 42, 5 3.°, CPC (a sentença, proferida entre as par-
Bor mo, exige ai _m_ajs,eler3e_n_tar.eqiiidade,_para jojdireito brasileiro tes originárlas, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessioná-
=1_inda__mais¿1ue para o italiano,_que se_trg1ha por firme.o principiohsc- :az.v .
rio), porquanto aqui é lncontestavelmente a autoridade da coisa 'jul-
gundo o qual a autoridadp _da coisa julgada vale só para as partes. gada que os alcança: ver, adiante, n. 3.
114 Ana PsLLr-:cnmi Gamovrn E1-'rcácm E Auroslmnz os Sena-¡›:¡‹ç,, 115
2 - A partir do n. 25, o Autor faz a resenha das teorias seiorna -titular da relação juridica; T o segundo porque, por de-
mais expressivas sobre as categorias de terceiros que 'seriam -íinição, a atividade processual desenvolvida pelo substituto pro-
alcançados pela coisa julgada. A teoria da representação, inte- cessual tem necessariamente influência e eficácia sobre o subs-
gral ou apenas in utilibus, tem no Brasil relevância meramente tituido. f' A argumentação de Lxssmmx é totalmente aceita_pela
histórica. 4 Mas já. a teoria dos efeitos reflexos ~da coisa julgada doutrina brasileira. Z C
oferece aspectos que merecem ser aprofundados. _
-1 - A terceira fi`gu.ra d e subordinaçao
' é a conexao
' incin-
Com efeito, embora inaceitáveis quanto à sujeição de cer- divel entre a relação juridica do terceiro e a relação atingida-
tos terceiros à. autoridade da coisa julgada, as classificações de pela-coisa julgada, 'em virtude de situação juridica que se apre-
Cnrovsmm (n. 26)- e de Bm-'ri (ri. 29), com relação a esses ter- sente de -caráter indivisivel, e que deva ser única para todos.
ceiros, permanecem válidas, como aponta LIEBMÀN (§ 7.0, n. 40) , Como exemplo típico dessa figura aponta-se a impugnação de
e são até hoje acolhidas pela doutrina brasileira. ~ deliberação de sociedade anônima por parte de um sócio, e que
gm primeirg lugar, reconhecem-se_i1acifiç_ament_e_o_p1;ej_ifi- não poderia ser mantida ou anulada senão perante todos os
zo de di_reito_e o prejuízo_d_e_me_ro fato __co_mo_e,nt_i_‹íade;s___dls_,tii1- sócios. '
tas, de_conseqüênc,ias_di\¿ersas. A lição é, assim, recebida pela Para Lissivnm, nesse caso, não se deve falar em extensão
doutrina brasileira e até pelo código vigente (art. 487; II). 5 da coisa julgada securuium eventum litis, sendo que a explica-
' Em segundo lugar, acolhe o direito processual pátrip aclas- ção do fenômeno seria outra: rejeitada a ação que visa à. im-
sificação dos ,terceiros em terceiros jiigidicamcnte indiferentes, e pugnação, não tem a sentença outro conteúdo que não o de de-
terceiros juridicamente interessados;__divi‹.iin-do estes emjercei- clarar a improcedência da ação proposta, ficando livre aos de-
rosque devem reconhecer o julgado; terceiros que nao devem mais sócios a via processual para impugnar a mesma delibera-
reconhece-lo. °
1 Observa Bsnsosli Monnuui que aqui se trata da relação jurídica
'lltigiosa de direito material, acolrnando a Lnzannm de "arnbíguo" (Co-
3 _ Passemos às causas de subordinaçao de terceiros apon- mentários, cit., p. 199, nota 255). Mas, na verdade, é à relação de direito
tadas por Br-:frfrr e que seriam, em seu entender, idôneas para material que o texto se refere quando alude a “relação juridica já de-
legitimar aextensão da coisa, julgada a terceiros (n. 30)- ,LS duzida em juizo" (nota 30).
duas primeiras figuras -- a sucessão do terceiro à. parte, na _r_e- H Csiso Nsvrs já escrevia que o caso não passa de substituição
subjetiva no plano processual, negando que ai se pudesse falar em ex-
lação jurídica já deduzida em juizo, e a substituição processual tensão da coisa julgada uitra partes (Contribuição, cit., p. 495). Quanto
-,- nao _r_epre§entam_e;çtensao da coisa julgada 'ultra pajtes, a substituição processual e à coisa julgada, é da mesma opinião M/uuz
porquanto nenjilo sucessor nem__o__subs_t.ituido processual são nz Ouv=;uz.\ Ja., Substituição Processual, São Paulo, 1971, ps. 169/170. Bm-
propriamente terceiros. O primeiro, porque, sucedendo a parte, Boss Mossrna. Comentários, clt.. n. 100, acrescenta: "A ƒortíorí fica vin-
culado o substituído que é ao mesmo tempo sucessor, como o adquirente
da coisa ou cessionário do direito litigioso, a quem se estende -a aucto-
* AMARAL Smros, Primeiras Linhas (1919), vol. 3.°, n. 755. ritns rei iudícotae le não apenas “os efeitos", conforme se lê no texto
5 Ver, por todos, Bmsosâ. Momznm, Comentários, cit., p. 199. Por legal) da sentença proferida em face do alienante ou cedente, ainda
sua vez, o art. 487. Il, CPC, legitima à ação rescisória “o terceiro juri- que este permaneça no processo, como parte, após a alienação ou cessão
dicamente interessado". Sobre a questão, ver, adiante, n. 6. ‹art. 42 e seus paragrafosi". No mesmo sentido. ver também Aiuium
G Bueiro Vuimzu., Comentários ao CPC, Rev. Tribs., São Paulo, 1974, Aivnu, Código de Processo Civil Comentado, vol. I, São Paulo, 1975, ps.
vol. VI, ps. 178 e segs. e 183 Ç segs. o -HI/-1-12. Ver também, supra, nota 3.
367-L)
ng Aus P£:u.1:onn~r1 Gnmovim `ErrcÁcu 2 Auromuwr: os Smrrcuçs 117
ção. Já. o exercicio vitorioso de uma açãfl P01' Parte de “m $°°*° E ias. Nesses casos _- cujo exemplo típico é o do litisconsórcio fa-
atingiriz. 0 .escgpo comum a todas as outras, absorvendo-as e cultativo entre devedor principal e fiador, na ação de cobrança
consumindo-as, por falta de interesse de agir nas eventuais BÇOBS proposta pelo credor -- não há. litisconsórcio unitário e a deci-
sucessivas.” ' __ são não uniforme - embora injusta -- não encontra nenhum
Nesse segundo ponto, a doutrina brasileira nao acolhe a I
'óbice quanto à sua atuação. Aqui, a;doutrina "brasileira _acol_h_e
! pacificamente a posição de LIEBMAN: a_auto_r_ic_la_de da c_oi_sa,_jyl-
justificação do Mestre, porquanto, como observa argiitamente
Bamaoss Moanmâ, ao segundo sócio poderia exatamente interes- gada_-não se estende ultra partes,_porque a vinculaç,ã.o_en,tre as
sar o resultado oposto ao obtido no primeiro processo (P01`_eX°_m' gáriasflsituações jurídicašindividuais de sçimplesmenteç 1óEÃÇa,
plo,_a declaração da validade da deliberação, que a pruneira .nf
_mas não prática. “
sentença declarou nula).'° Convém lembrar. a11á5› fl'-1_°_m9-15 ul
z. 6 - épósmdiversas considerações tecidas af teoria carrielut-
recentemente o próprio Lrzeivnuv tende a rever sua P0G1Ç3° 11° tiana dos efeitos_reflex_os _da__coisa_julgada (ns.A31 e_3,2),,;L1r:aM.›uv
caso de concurso de ações, afirmando que "o estado da dou-
invoca, à. guisa de confirmaç_ão de sudposição, os institutos da
trina e da jurisprudência não permite indicações seguras 50- . 7.«‹-›_-4
bre a solução dos diversos p1'0bl6maS." “ Me-'i1'I10 POTQUÕ 1mP°1" “'ii›Len¿e.×1ção na calm"je,dai9l›ss.i.çao_d.e_t¢§‹a¢ifo" ‹i§›_s.íst_emfl
italiano šƒlditamentos ao § 5.0, notas sub c) e d). `
tantes inovações legislativas, na Italia, modificaram o panora-
ma. anterior. '2 _ Quanto à “intervenção na causa", é'bem de ver que, assim
. Para outras considerações, remetemos o leitor aos enSfl10S como ocorria perante o código revogado, o direito brasileiro não
especificos sobre a matéria, onde o Mestre trata do em PIi-a-". ¡.ui<
ampara o instituto em sua configuração geral. Os institutos
professa, bem como às respectivas Notas relativas ao direito particulares mencionados na nota' sub c) são, no direito vigen-
brasileiro. “ te, .a oposição, a nomeaçãotà. autoria, a denunciação da lide, o
chamamento ao processo e a assistência.” Para esses _ assim
5 _ A quarta figura de subordinação é dada, consoante como para a “intervenção na causa" genérica do direito italia-
Bem, pela dependência ,necessáriafientre duas rel8ÇÕeS_ ÍUFLÚ* no - afirma-se, com Lrsnmnn, que _se¿fosse_verdad§_Qu_e_a: coisa
iulgada pudesse es.t_ende.r_-se_ao_te_rne_ir.o._não..hav.e1ia_raaaoTpara
a ¿ mezistèncla do interesse, uma vez que 0 objetivo comum lã
.'- o ordenamento permitir o_ seu ingresso, na relaçâoíprocessual,
teria sido alcançado, refere-se Lisaum nos dois ensaios incluidos neste
volume- “Ações concorrentes" e “Pluralidade de 981185 leãlfimas à im' exatamente com o fitofldeser por elawalcançado. '°
pugnação de um único ato". ' _ _ _
ao. Bsnaoss Moxsm, Coisa Julgado: Extensão Subjetwa, ln Direito H Ver, por todos, Bmsoss Monsma, Litxsconsórcio cit., ps. 30 e 145.
Processual Civil, Rio de Janeiro, 1971, ps. 281 e segs. Sobre a lnaplicabi- 15 Art. 56 e segs. e art. 50 e segs. do CPC. A oposição é o ífltervento
lidade da assertiva de mzsmm ao DIOCGSSO Penal. 110 00l1¢l-IIS0 (16 88211- p_ri_ncipale do direito italiano; a assistência, o intervento adesivo; a de-
tes no mesmo crime ver, de nossa autoria. Eficácia 0 0UÊ01`íC¡¢1lí¢. 0"--. fií"
"_'_ 4_. _í
.nuriciação da lide (chamamento à. autoria, pelo código brasileiro de
p. 35. _ _ 11939) corresponde à¿chí‹unata in garaneia do sistema italiano; e a no-
n ]_,¡¡;zzm‹, Manuais di ciirítto processuais cwile, 3.* ed., voL III.
meação à.`_autoria e'o chamamento ao processo encontram equivalente
Milão, 1976, p. 179. _ H _ no intervento su ístanza di porte, sendo o último semelhante a chíamata
12 Ver, neste volume, as Notas de nossa autoria ao ensaio AÇOES nz causa.
Concorrentes" e "Pluralidade de partes legitimas a imD113I12Ç30 GC Um
único ato", n. 1. ' 1. “_ Ver, DOI' UJGOS, Amour. Sswros, Primeiras,Lin¡_1as cit., vol. 2.°,
na -«ações Concorrentes" e “Pluralidade de partes legltlmas à lm~ 1977. n. 312. Quanto à assistência, é digno de menção o art. 55 do CPC
pugnação de um único ato", neste volume. vigente, que possibilita ao assistente a argüição da ezrceptio mole gesti
v
\
113 Am PELLEGRINI Ganiovs-a Errcácm r: Auronrosne na S1-:nreuçs 119
A “oposição de terceiro" também não encontra correspon- Afora -esse meio, preordenado -para impedir a .formaçao da
i dente perfeito no sistema brasileiro. O recurso do terceiro pre- coisa julgada, hoje o sistema processual brasileiro se ~co_r_npleta
judicado do código processual de 1939, a que se refere a nota com a previsão expressa da açãorescisória pelo terceirojuridi-
sub d), está hoje encartado no art. 499, § 1.0, que confere legi- camente interessado (art. 487, II, do CPC). Mas, como notava
timidade para recorrer ao terceiro prejudicado que demonstre Lrrzmx-:AN com relação à legitimação do terceiro à. rescisória -
o nexo deinterdependência entre o seu interwse de intervir e que parte da doutrina brasileira já reconhecia na vigência do
a relação juridica submetida à apreciação judicial. Código de 1939 2° _, essa ação só pode ser proposta nos casos
importante queszâoesuscita-seeaqui-*O t¢1'‹;âir0.;_iwlidi¢a- taxativamente previstos, não ten‹:io_¿:›Íalcan_ce_ doqinstituto__i_ta-
mente prejudicado, temdegitimidadeipara r-eco_r-rer. SOIUÊUÊB liano. Observe-se, ainda, que, havendo hoje um prazo de deca-
BQr:gga_das~paI_tB5._(G_d__c_QQ¿ijuva_ndum)_, ou também dência de dois anos previsto para o exercício da rescisória, e
jzgggfesrç.1ui;;a¬pret_ens_ão de ambas (¢¿dZ_oQpo;zendum)? O Ante- sendo ele contado a partir do trânsito em julgado da decisão
(art. 495), não ficará -o terceiro posto completamente ao abrigo
projeto Buzaid, no art. 546, havia tomado partido: “O terceiro à dos efeitos da sentença, só por -esse meio.
poderá recorrer, quando estiverempenhado na vitória. de uma 1
das partes a que vem assistir no processo." Mas o art. 499, § 1-° ' Daíjpor que se afirmakem coro com Lrsnmzm, que a siste-
do CPC omitiu essa parte do dispositivo; e a expressão “nexo de niatiçaíbifgsileira impõe que não se aceite a tg:_QriÃ__.Êi,a:_‹;:xtens_ã_u›
-da coisa julgada a terceiros I -que
f 7 não podem
Í suportar Í as conse-
interdependência" entre o interesse de intervir e a relação ju- fñ
giiências prejudiciais da sentença prolatada inter aLios,_po1' não
ridica sub judice não oferece elementos seguros de interpreta-
f;carem_ suficientemente _garantí_dos contra -a§--r_r_1esmas __pe1os-
ção." Escrevendo sobre a matéria, Bsssosa Morusnm e SÉRGIO
Bem.-runas inclinam-se para o entendimento mais amplo. 1° E ÍÀXÊÍÊÍÊÊÊOS ÊÊLÍnt*?fVÊʧÊQ‹:ÊQEiʧ2£-ãoz de__t£i`°eÍ1`° P1`ei11dÍC*1d°.e
da agão rescisória. 1"
com' muita sagacidade observa Ssnoro Bsamuoes que hoje não
se poderia acompanhar o entendimento restritivo: “Dispondo o \1 \
parágij`afo;único.do.art.__5_0_gue_"a assistência tem lugarieim to- J
” dos os graus de jurisC_1§ãoj_não teria o legisia_dor_nece$idade de,
'E criar a possibilidade de_i_ntervenção_recursa1 para o assistente,
que pode intervir _em qualquer dos tipos ‹:i_e_proce_dimento e em
todos os graus de jurisdi_ç_ão.” “J -
SEGUNDA PARTE
iUHARIO: 33. Posição do problema. 34. Eficácia. geral da sentença. 35. -Confir-
maçües da teu precedente. `
partes e aos seus sucessoresJosteriores. à._dernan_d_a zilldicial i tar da costumada. identificaçao em um único conceito da efica-
(inclusos aqui, naturalmente, aqueles cuja -relação juridica te- i cia e da autoridade da sentença.
l
nha sido legitimamente deduzida. em juizo por um substituto É mister, entretanto, distinguir muito bem entre as duas
1
processual). Com isto, todavia, nada se disse ainda acerca da noções, de todo em todo diversas, tanto do ponto de vista lógi-
outra pergunta, que consiste em verificar a respeito de que pes- l co, como do ponto de vista prático; e dessa distinção, ampla-
soas a sentença produz efeitos. _Á7,_pelo menos,__possível que os mentedemonstrada na primeira parte do presente trabalho,
efeitos_da sentença se produzam também em -relgao aos t_c_r- decorre, já se vê, naturalíssíma a afirmação de que a limitação
ceiros, embora sem aquela qualidade característica, masenao subjetiva da ‹¿c›isa_jiilgada apsolutamente não ,prejíudica o_¿›_r_o-
i certamente essencial nem lo,gicamen-:te.nec.ess,á,,ida,_da_aiLtQLii12l- b1ema_da. extensão _subjetii¿a,_da. eficáçgatdasentençg. Pode, por-
de da coisa julgada. i tanto, muito bem acontecer que os efeitos da sentença se pro-
Uma tentativa para formular a questão -desse'-modo já se duzam tambémvçfora do âmbito em que opera a coisa julgada,
encontra em Ram-:N'rr, quando escreve que da autoridade da a qual torna os próprios efeitos imutáveis.
coisa julgada não se pode “deduzir umcarater específico do
pr_ovimento jurisdicional para que possa este operar somente 34. Livre, assim, o caminho de todo obstáculo, apresenta-
entre as._duasJ:›artes. De,fatg,_,um_a presunção de verdade tem -se o problema de fácil solução. ,A sentença, como ato__auto1'z'ta-
efeitos iogra todos aqueles para os ,quais t_eriafiefeitos a reali- tipo ditado por um Órgão__do Estado, reivindica naturalmente,
dade a que praticamente se substituif'.1 Esta afirmação é de per_a__r_1_te_t_qdo_s,_seu_o_f_icio de formular qualsejq,g_,cpma1z_do con;
repelir, pelas razões amplamente deduzidas, se por efeito da ã ereto da lei om mais generiçamente, a vontade_‹'l_o_Esta_do,_p.ara_
sentença se entende a autoridade da coisa julgada (indicada no l um caso determinado. As partes, como,_suieitos_da_r;elaçao_a_que
Código e em Renaurr como presunção absoluta -de verdade), se refere a Hdecisão,são certamente as primeiras nue sofrem a
visto como o princípio dos limites subjetivos sancionado pelo sua eficacia, mas não ng lnotivíqque exima os terceiros de_so-
art. 1.351 do Cód. Civil italiano restringe essa autoridade à. hi- r
e. Uma vez que o juiz é o Órgão ao qual atribui
pótese de que surja a controvérsia em torno da relação decidi- o Estado o mister de fazer atuar a. vontade da lei no caso con-
da entre as mesmas partes do processo precedente.
1 É,_mQu,ito exata,_porém, a_ mesma afirmação, e fecunda em
ereto, apresenta-se a sua sentença como eficaz exercicio dessa
função- perante todo c ordenamento jurídico e todos os sujeitos
,largos desenvolvimentqs, se se refere_à,efiçaçi_a natural da sen- que nele operam. Certamente, muitos terceiros permanecerrr
tença, independentemente daautoridade da_coisa_julgada,t e é indiferentes em face da sentença que decidiu somente a relação
ela possível sempre que se sustente, em conformidade com opi- que ein concreto foi submetida ao exame do juiz; mas todos
nião de grande prevalência e quase pacífica, 2 que a autoridade sem distinção, se encontram potenci_alment_e em pé de_i_guaJ.da-
da coisaçjulgada não é um caráter essencial We necessário dos de de sujeição a respeito dos efeitos da_senten_ça, efeitos_que se
a.to;Ljurisdicionais, mas somente um instituto d_isp_ost_o_pela lei p_r_o_d_uz_irão efet-iva_me11t€__P.ara_tori9fi_a9,l1£les_cl¿j.a_p_0siç§i_0,_j.u1;í-
por _nL_otiv_os_‹Le oportunidade e de conveniência politica e social. d1.C_a__Lenha_0,lJ_fllg_uer c_onexão_com ogbjeto do processo,_porque
Se Raoenrr não tirou de sua aguda intuição todas as possíveis u para todos cp_ntem_ a decisão a atuação da ,vontade d,a_lei__n9
conseqüências, deve-se tão-só ao fato de que não se quis apar- caso concreto. t É “Í Í *tz
" Gludizlo civíle con plurulitú di parti, p. 36.
Ozjaiiz que, na plenitude de seus poderes e com todas as
'-' Cfr.. Selma, n. 8 e. ali. as notas 2 e 3. garantias outorgadas pela lei, cumpre sua função, declarando,
'Er-rcÁc1.4 E Anmninans na Sr-:nnmça 125
124 ENRI00 TULIJO LIEBIAN \_ .
resolvendo ou modificando uma relaçao juridica, exerce essa ' Assim, as,p_a1;tes,¿q¿iando defendemsegs direitos, colaboram
_ _.
atividade (e não é possivel pensar diversamente) para um esco- ` no funcionamento da justiçq, e a lei conf_i_a_-em que_o_j_qgo_¡_‹;Q5
‹Í
l interessesíolndividuais e opostos,_fiscalizadojiapreciadoiimpar-
Egue outra coisa não é senão a ,rigorosa e imparcialz aplica-
-ção e atuação da lei; e não se compreenderiañcomo esse resul- ~ cia.lmen_te pelo j_uiz,__prepare o terreno demodo todo espontâneo
tado todo objetivo e de interesse geral pudesse ser válido e ~pafa aerrianação de sentença ç.1ue'së._tisiaça_o_,__intere_sse e acaspi-
eficaz só para determinados destinatários e lirnitado a eles. Con- ração geral da justiça. Provendo a que não abusem aspartes
-cepção assim restrita dos efeitos da sentença podia ser lógica do poder que lhes reconhece a lei de limitar a liberdade de ação
quando -tinha 'o processo caráter de atividade privada, e o fun-_ e *do raciocínio do juiz, maximè nos casos em que o seu inte-
damento da eficácia da .sentença era -.u`n_1.contrato ou quase- l resse-não coincidir com-o descobrimento da verdade, está um
-contrato pelo qual se submetiam as' partes, mais ou menos vo- 1 órgao público que pode, às vezes, agir e sempre opinar nascau-
luntária e livremente, ao iudicíum e à. sentença que se devia -sas civis, o_l\/linistério Público, cuja -função no processo civil re-
prolatar. Mas, desde_que recebe a s_entença,_a__,sua eficacia do presenta uma atenuação e um corretivo do princípio dispositivo.
poder -soberano da autoridade em cujo nome é pronimciada, da L.
_qualid_¿a_de_pública e_esta_tal do Órgão_q¬¿e ,_a¬p1;olata_,(vist9__que O processo não e,__pois, negocio combinado 'em pfamíl_ia,_e
/5í' {Í'-°gl
a'Í
5-Árëea z éfia e-J» ja s_e_l_ogrou` ampgenaconsciência desta verdade)¿seria de todo i produtor -de efeitos somente para as pessoaçsfliniciaçlas nos mis-
térios de cada feito, atividadeoprocessual singular, mas ativida-
em todo inexplicgível que valessemela só_pai;a um e nÊo_para
9 todos como forrnulação da vontade do Estado no caso concre- de pública exercida para garantir a o_bservância__da_1ei; e já _q_u_e
t_Q. Por outro lado, não é o processo uma tutela do direito subje- , :resta estäo todos sujeitos,oindigintanlentg, devem t0f10S.,_I2.Q1”
tivo, concedida pessoalmente ao seu titular, mas tutela,,atuação igual, sujeitar-se ao ato que é pelo ordenamentq juridico_d_esti-
.Í
I
! e_garantia do direipzrobjetivo, exercidapara satisfazer um_inte- n ado a_valer_como sua aplicação imparcial . WE esse ato não É
rege publico e geral; e desenvolve-se nos modos e com as pro- l irigido a_ uma es oa antesvque _a_ outra,Z_mas ingide objetiva-
vidências que mais se afigurem oportunas para assegurar o .-V irrente sob,re_a;relação ue _foi_objeto de decisão. Se a vontade,
descobrimento da verdade e o triunfo da justiça. Nessa finali- que se faz atuar, em conteúdo imperativo, é em suma um
dade se inspira também o princípio dispositivo que, na medida comando que se dirige a determinados sujeitos, prescrevendo-
cm que limita os poderes do juiz, não se considera como reco- Í -lhes dado comportamento, a atuação dessa vontade, justificada
nhecimento de um direito, inexistente, das partes a dispor do , pela existência das condições legalmente requeridas, impõe-se à
resultado do processo, mas somente como o melhor meio que l generalidade das pessoas sujeitas ao poder do Órgão judicante
se lhe oferece para investigar e conhecer as circunstâncias de Í como valido exercício da sua função. Por isso, enquanto, abstra-
l fato de caso em caso, em consideração da “impossibilidade de tamento, estão todas aspessoas submetidas à etie§c_ia_da-sen-
serem as relações privadasperscrutadas policialmente pelo Es- , t_ença,_pra1:icamente lhe sofrem og eíeitos_=g1_ueles_em_cujaTe,síera
Y tado” e “das maiores garantias que apresenta a defesa dos di- * jurídica entra mais ouomenos díretarr1ente¿o` objeto da ,sentem-
reitos deixada aos cidadãos, em vista dos maiores meios de de- jaz assim,_ante_s_de,tud_o_e necessarig.rr;ent.e,,_z_3s_p_z¿i¿y_as=_,__t_ii;_i¿1aize_s
fesa que lhes da o conhecimento dos seus interesses"; mas 7d_a:_r_=e_lação _afir_m_ada e deduzida em_jupía_o_,_¿, depois g;a_dativa-
“aberta as exceções, desde que seja a presunção banida pelas l inerte,Jodos_0s_0i1is<1S_‹=si9ê..direit0s_eSIf=iam.<;1s=›....‹äl29,;m_.0.‹5L0
circunstâncias do fato concreto". 3 . com ele;-meffllflçãq de Consxãps dependência ou intêrurèncioa
juridica ou prática, quer quanto à sua existência,___quer quanto
' Cuiovmm, Príncípii, p. 728. Ctr. Ciiar‹B..u111, Lczionf. II,-n. 135-
i
a possibilidade dgsua efetiva r.ealizaç_â'_io. A,natureza dessa su- 35. Indireta mas precisa confirmação desses resultados,
-'._.
jeição é para todoshpartes ou terceiros, a mesma; a medida da dão-na dois importantes institutos do processo; a intervenção e
sujeição determina-se, ao revés,_ pela relação de cada um com a oposição de terceiro.
o__o_l:_›jet_oJda decisão. Entre _partes_e terceiros só há. esta .grande
1 A intervenção voluntária de terceiro no processo pendente
.»s. -_. -._
diferença: gye para_as partes, quando a sentença passa em entre outros, é, em suas várias formas, admitido pela lei 'italia-
j*ulgado,_o_s*seAus_eƒeitos_:seAtprnam imutáveis, ¢ro¿J_a_sso_‹;_¿ue_pa1;a na, quando tiver o terceiro interesse nisso (art. 201 do Cód. de
os terceiros isso não ac.rm.1eca_ Proc. Civil).° Esta norma outra coisa não é senão aplicação par-
-ticular do principio geral estabelecido pelo art..36 do Cód. de
I-Ião-cabe, contra a tese ora exposta, «observar que nenhu- Proc. Civil italiano. *' Mas que interesse pode_ter um terceiro
ma norma' de lei di..põe expressamente que também sofram os gp; intervir r1_o__processo formado entre outras__pessoa_s2_ Varia,
terceiros os efeitos da sentença, porque bastará responder que naturalmente, conforme se trate de intervenção principal ou
não há tampouco uma norma que os imponha às partes, e, no adesiva; = mas só_ se compreende genericamente quando a sen-
m.. ~›=‹-z--. ¬-n›z.1r-z. s¬‹›§_'z=.-Iäin-› « entanto, jamais se duvidou disso. ii eficácia geralída sentença l
tença a serppgonunciada no processo em curso possa__produzir
1
I
I
decorre tão singela e naturalmente do caráter p_úblico__univ_er- efeitos dançosos para o¬tercei_ro,,,e este tenha,¿)ortanto,_interesse
salmente reconhecido à administração da justiça; que não na
C
necessidade "ii que expressamente
de nenhumanorma especial " '" a çinevita-los, influindo, mais -ou menos profundamente, spbreo
ff r _ ff . “ . r . - " ." `.-it da lid e sobre o contefdo da decisão. É costum d' er
5311 cione. Em vez disso, seria necessaria uma disposiçao expli- e\ Opode~ esse
que e 1interesse
~~ fc ser de mero
J ~fato
f ~ ou ser juridico, quando
E 12
cita contrária para sermos obrigados a considerar diversamen- for o terceiro titular de relação conexa ou incompatível com a
te; mas não existe disposição restritiva nesse sentido, corno não deduzida em juizo; precisam melhor outros autores esse inte-
1* existe principio geral de que se possa deduzir intenção análoga resse, indicando-o no decorrente para o terceiro dos efeitos re-
da lei. Por certo, seria errôneo pretender inferir uma limitação flexos que poderá a sentença ter para ele, segundo uma ter-
6:.-CJ bjetiva dos efeitos da sentença da limitação subjetiva da auto- minologia lembrada amplamente a seu tempo. * E costuma-se
J
1, /ridade da coisa julgada, o que suporia demonstrada a identi- aludir assim, pelo menos na maioria dos casos, à possibilidade
. .-\`
.dade da eficacia e da autoridade da sentença, que são, pelo de que se produza a respeito do terceiro uma extensão da coisa
contrário, coisas absolutamente distintas. julgada ou um efeito reflexo dela.
J Ora, para o que se referiu acima (§ 5.0), claro é que jamais
Do art. 1.351 do Cód. Civil italiano se pode, antes, argu-
4 pode tal coisa acontecer, porque não está o terceiro, em caso
mentar exatamente em sentido oposto, e de modo o mais eficaz,
porque, não sendo aq autoridade da coisajulgada ur;;_ejfeit_o_a_u;tö; ' ‹ Para as principais opiniões. v. especialmente Crnov1:No.\, Islítuzíoni, Il, § 33.
1¿9¿T10 da-_-<;¢1,1,t_‹'-mcg, masísó uma qualidade des U |›. 203 e segs. itrad. port.. vol. II, p. 32'? e segs.3; Scam, Iutcrvenlo adesivo, p. 185
e secs.: C.um:|.urrr, Lezioni, II, n. 108.
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›
š <í= °ee9E_*âiY;š1.êeiãa¢n reiÍà`šiÍé“ãqi;eié5;à5š"š¿á§..š=š éšfendeín
esses efeitos e por isso há. só necess_iç_lade de ser limitada a de-
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-«ä É-__Z}_ 7 V 7 7 ,
Í ADITAMENTOS AO § 6.°
terminadas pessoas, enquan to_sepstendanivaqueles_efeitos,.n1em
ç ç . . _ _I
0 V. os arts. 93 e 102 do Cod. de Proc. Cívil brasileiro.
E_l;:ciÍr;culc¬r_estrito, a todos `o`s_o"1ítro_s suj€í.§QS çinteressados. Se 1* Art. 2.° do Cód. de Proc. Civil brasileiro (necessidade de inte-
estive-ssem_os efeitos .da sentençajimit.adns_à5_P_ar.t_e.s._seria.d.ez resse legitimo para formular um pedido ao juiz).
tudo em todq superfluq disp_o_r que devam ser irnutáveis só para ‹= Na terminologia do Cód. de Proc. Civil brasileiro, respectiva-
Q? UI
iz-g Ó ¬ tes.
W mente o;;osir_-f~.z'› 1 nfâsistâiicia. -
^ i 'J
|
algum, sujeito _à coisa julgada, nem a nenhum efeito reflexo são asiconseqüências da eficacia natural da sentença. que não
dela; e, então, quase todos, senão -todos, os casos normalmente conhece, -comomse disse, *lirn_i__t¿açãol šübjetiva; * iõfiosiçãíƒé, de
admitidos de intervenção voluntaria se tornariam inadmissíveis fato, concedida ao terceiro para eliminar o efeito danoso que
I por falta de interesse em intervir. A verdade, porém, é que tam- lhe pode causar uma sentença proiatada entre outras pessoas.
e
A 'colocação deste remédio no sistema e também os seus limites
É benizgggse devem distinguir os efeitos da sentença da cpisa
julgada: se estase limita à§._Dâl'Ê€S.._0_m§S_m_0 nãcLs.f;d.á._pâ.Ià serão, aliás, melhor esclarecidos logo adiante* u
i agiueles, qu‹_;_,ç_,ao.co1i_tra1'io, se podem produzir ef nat_ur_aln1ente
. i se produg-Em tambemçpara os tercegos,__e,,e por __ o,_precisa
mente em razão deles, que o terceiro pode, ter interesse em inf
teilvir no_processp;pend‹;nte,_para inlpedir que a -sentença con-
tenha urna decisão danosa para_ ele. Assim, a intervençiziolvo-
'É iontâria que, seguindo z tradição, também o direito italiano
i admite, é segura confirmação de que a sentença não limita os®
seusjfeitos_às_p.ai;tes,_rnas;osuistende
. . - emdms.
. _,
l Outro tanto se pode dizer para a oposiçao -de terceiro.
i
l " Pressupõe ela também evidentemente que a sentença possa
l causar dano ao terceiro, a quem concede a lei esse remédio -ex-
N
traordinário, quando a sentença prolatada entre outras pessoas i
Í
(op. cit., p. 121] que "a teoria deste remédio deve ser refelta ab ínzis, porque, como
ri entendem hoje em dia e comumente. é um instituto absurdo e em cornpieta da sentença também a eles abrange e pode, portanto, causar'-lhes pre-
contradição com os principios consagrados pelo nosso próprio direito .poslt.ivo". juizo. 0 art. 815 do Cód. de Proc. Civil concede aos terceiros a facul-
I ff V. nota d ao § `ã.°, p. 112. dade de recorrer, exatamente para afastar esse prejuizo."
867 - IO '
\
Í
J
1
I
so que o`§__terceiros só os sofrem eventua.ln1ente,_i_s1_;_o_;';, na hipó-
-tese-de que ,ex_ista._p_ma relação qualquer entreços sçuçsfldireitos
‹__=:_¿que1a relação. f t
Que tal indagação ainda se não tenha feito não pode cau-
sar estranheza, quando se tiver presente que se torna possivel
e necessária somente com a distinção, estranha até hoje à. dou-
_§ '1.°. FUNDAMENTO E LIMITES na EFICÁCIA Nsrimàt trina, entre eficácia da sentença e autoridade da coisa julgada.
DA SENTENÇA Mas, ainda depois que se formulou e se justificou tal distinção
na primeira parte do presente trabalho, permanece sempre exa-
SUMÁRIO: 36. Premissas. 37. Teoria da coisa julgada dos atos administrativos. to (para explicação do retardamento com que aqui finalmente
Crluca. 38. A sentença como ato do Estado. Conseqüências para a sua
ellca‹:is._39. A injustiça como causa da inetloacle da sentença. 40. Quais se enfrenta esta indagação) que, a .respeito das partes, bem ra-
É
l
os terceiros que a podem fazer valer. 41. Relações com e oposição do
terceiro. 42. Conclusão.
na Itália, e que, de resto, se justificará. melhor mais adiante, _:¿1__ prime xnuito melhor aquela significação técnica precisa que ela
capital c_ara cteristica da sentença, que é -z"apaz de 'í1113~11f1°9;1a
, iogra nateoria do processo e que se presta mal a uma exten-
como atojurisdicional, consistejustamente nofato de qpe ela são do conceito à teoria dos atos administrativos ou, em geral,
dos atos do Estado.
l à.dquire_a autoridade da coisa julgada. Espoliada dessa carag-
terística, apresentafse a sentença ao nosso exame como_ato ema- Isto nao nos exime, todavia, de dar aqui um breve apanha
I nado de um Órgão do Estado que, todavia, nenhuma nota pa_r_fii- do da questão, porque, se se devesse dar por aceitável o resulta-
cular e importante pode bem distinguir, quanto ao modo de seu do a que chega a lembrada tendência doutrinária, tornar-se-ia,
valimento; de .todos~os_atos do Elstado .de ,outro tipo ou de outra por_e_xclusão implicitaf impossível a pesquisa ulterior que pra
categoria' Uma consideração mais acurada da sentença do ponto se quer empreender. r i
de vista dessa qualidade de ato do Estado e uma comparação B1-:x=u‹›.rz1r<2 foi o primeiro a propor o problema sobre se
‹
com as outras formas tipicas de atividade jurídica do Estado | V o instituto da coisa julgada, tal qual foi disposto pelas leis e ela-
1
i
permitem, pois, dar algum resultado útil para a solução da ques- borado por_ umatdoutrina de muitos séculos para a sentença,
tão proposta. A unificação em categoria superior das diversas pode adaptar-se aos atosadministrativos, para assinalar a sua
formas de atividade dos poderes públicos deveria permitir indi- definitividade, e conclui de modo afirmativo, para os atos que
viduar certa nota comum, certo carater constante, suscetível de têm conteúdo declaratório de direito -- conceito por ele enten-
encontrar-se, do mesmo modo, em todos eles, sem que venha dido de modo muito amplo -. abrangendo inúmeras atividades
faltarvnaturalmente a existência de outras características, parti- também administrativas. Seguiramaio muitos outros escritores,
culares próprias a cada uma delas e, por isso, aptas a justificar alargando cada vez os seus resultados,='› até que Mmurr
a costunzada ulterior subdistinção. ' aplicou a sua definiçao da coisa julgada a uma teoria geral, se-
__,_-_.__.-¡'__;.
-
gundo a qual toda a atividade jurídica do Estado consistiria na
37. A modo de premissa, é oportuno lembrar uma compa- criação de normas,'cada urna das quais está hierarquicamente
ração análoga, íeita pela doutrina tedesca recente, entre a sen- subordinada a outra, mais geral e de grau superior, de que re-
tença, o ato administrativo e a' lei, mas com intento oposto ao presenta a concretmação; conseqüentemente, estendeu a coisa
que aqui nos interessa. Foram especialmente os escritores aus- julgada a todos os atos do Estado, conforme o principio de que
tlriacos que procuraram estender a coisa julgada aos atos admi- toda a norma é ilimitadamente valida no tempo, salvo expressa
nistrativos. disposição contrária. *
Não pode causar estranheza que na Itália e na França, se
' ' Bcchtslprechung und maferielle Rcchtskraƒt, Viena, 1886, passlm, e especial-
se excetuar uma sumária indicação em sentido contrário de ~I
| mente p. 131 e segs. Contra 0 seu conceito muito unplo de '*‹;le‹.'.laraçl'w do di-
CAMMEO, 1 não tenha o tema sido levado seriamente em consi- re1l‹›". v. certa indicação em Poirrl, La rivocazione nei ncorsi amminialratíua, em
Giurls-p. Ital., 1908, IV. p. 260. Bmuatzxx acaba por nlo poder distinguir 0 ato
deração, porque razões também terminológicas contribuem para r Jurisdicional do adrhlnlstratlvo; Lrtrzzx, L'at!o gmruduwnaíc, Foro ammínistralivo,
exclui-lo quase a priori. De fato, a indicada extensão pareceu 1928. IV, p. 156.
:
possível porque a coisa julgada se expressa em lingua alemã ' TBZNR, Da: Bcchtskraƒtproblcm im V¢r1.øalIung:rzch¡e_ em Vcrwallungs-nrchiv,
XIX. 19!O, p. 128 e segs. c inúmeros outros escritos precedentes o posteriores; Semcu.,
com uma palavra (Rechtskraƒt) que, traduzida literalmente, Die Venoaltunçrrcchtswíssenschaƒt, Leipzig, 1909, p. 80 e nega; l-lnmuerrr, Grundlehrc-n
tem significação muito genérica, porquanto quer dizer somente das Verwøaltungnechts, Tubínger, 1921, p. 326 e segs.
* Dic Lebre von. der Bcchrskralt, cit., passlm, c Allgemeinc Vcrwalfungsrechr,
Viena-Berlim. l92'l_ p. 201 e segs. Cfr., acima, n. 11. Esta posiçao do problema. acolhe-BL
1 gommgnym-io dellz legpi sulla giusfizía amminístrativa, ps. 94 e 98.
135 Emuco Touro LIEBMAN Errcicm r: Aomamans na Sxurznça Q 137
` A doutrina germânica, em sua rn3i0l° Pfil'ÍgÇ› flmb°¡'9~ 515' que ísão mutaveis no tempo e também suscetíveis de apreciação
cutindo a questão animadamente,_t§¿mg1_p0_S_iç5~0 PYUÚBUÉÊÊÍÊÊ' diversa em momentos sucessivos ao da emanação do ato, e com
te negativa;_5_admite a H1.flÍ°1`Í3- 11116? H COÍS9- Ílllgada é aphcável estafs exigências deve conformar-se a sua atividade sem sofrer
as decisões deçcontrovérsiãš adIDíI_1ͧU`a,tÍ.V3-9_.L 3-.Êfda sefn ca_l..á,'te_r emliaraços provenientes de atos anteriores. Ainda menos se p_od_e
jurisdicional. wm fl1sflfi2fl.f1.iYef*‹ãëefi=*=>-. e°f=f=_fl f1P§_l_iB1li?S.z“Lä? falaij,_para os atoçs admir1istrativo§,_:d_e im1¿ta__l;i_1ida»de dosmeiei-
§qs__,_isto.e¿ na verdadeira autoridade da coisa julgada,*porque
categoria de provimentosf mas rejeita o conceito para tídos 05
outros atos administrativos. _- indubjtavelmente a._autoridade admix¿ístrativa,_quando pode_r.ez
De qualquer modo, deve a. tese `_rej_e_itar-se para 0 díffllfíf _vogar_um.ato,_pode_tampém_ex'pedir um segundo ato que ¿e¿n
positivo italiano, -'Antes de tudo,-afdeíinitividade .do ato em S1 ¿;evQÍ_`gar Bxpressamexgzepo__preceden_te,_1he _an111e.ou.rnçodifiqu_e_o_s
mesmo, em sua ¿existênc_ia exterior, ëLp&rBz OS. 9~Í‹05 flfÍm1m$t1`3-' efeitos' finalmente, porque, quando ezriste lesão do direito sub-
ovos, tem aivéz-sa dagge para as Sentenças se costume ifli1í°flf jetivo do cidadão, está 0 ato administrativo e_Ir_1_ todo ocaso su;
como-eoisà..jp;gada:ronna1:.o, ato adnmfifiiteiiíqz 991{1§_ífi.e.1'Ê!'°_..*% jeito a exame da autoridade judiciária que, embora não possa
lei italiana definitivo quando já não pode o interessado propor anulá-lo, conhece, não obstante, de sua legalidade e pode con-
contra ele recurso hierárquico perante a autoridade adminis- denar a administração a ressarcir oudano injustamente produÍ
trativa; mas é precisamente desse momento que o ato pode ,Ser -zidof ou constranggeš-lava sua decisão, anulando ou reformando o
.šmpugnad0.pe;ançe ,óslórgâoâ da jrisiiçaaanúniâtraziva (art. 'aio'fi'legíti_mo_ (arts. 2.¿ el 4.° da Lei de 20 de março de 1865, ane-
34 do texto único de 26 de junho de 1924, n. 1.054); e quando xo E; art. 27, n. 4, do texto único de 26 de junho de 1924, .n.
também já tenha passado o prazo_para 0 recurso jurisdicional. 1.054). *
ou tenha. sido este repelido, torna-se o _ato definitivo para _o ci- De resto, já se observou (a_c_ir_na n.___1_Q) que entre coisa
dadão interessado, porque não sujeito mais a. qualquer forma julgada formal de substancial nãíšubsiste a -profunda diÍe_ren-
de impugnação por parte dele, mas não é definitivo para a admi- ça a quecçirnumenteç se costuma_aludir especialmente peIa._CiQ.u;
nistração, çque pode sempreanular o ato, se o tiver por ilegi- ADITAMENTOS- AO § 'I.°
timo, e pode, em regra, revoga-lo, embora legítimo. ° Isso porque
1 No Brasil, a matéria é regulada de maneira parcialmente di-
a sua atividade é inspirada nas exigências do interesse público, versa, em virtude do principio da jurisdição única que atribui à com-
peiència da justiça ordinária também as controvérsias entre os cida-
'- 01-zo Mares, Arch. ocƒƒ. Rzcm, xxit, 1905. p. 1 e segs.: e Verwoltungafecljit, 3! dãos e a administração pública. V. Cmovizmm, Instituições, cit., vol.
od.. p. 162 e sega; Fuzuem, Droit administraiiƒ aliznumd (trad. trsnc. do B0 ed.
das lnstituiçóes). Paris, 1933, p. 124 e segs.: warn: Juuxsx, Verwoltungsrecht,
II. p. 183 e nota correspondente. '
p. 27: e segs; Koemunr, System der rechrsgeschaeƒtlichen Stnarsakte, Berlim, 1910. Não obstante essa diferença, as observações do texto valem plena-
p. 323 e segs.: Brun, Grenzen und Beziehunflm zwudw" J-1*-Wi! 1-lflfl Vfifl-DGÍÍWHV. mente também para o direito brasileiro: a autoridade administrativa
Tubinger, 1912, p. 98 o segs.: Comrm, Rechtskraƒt der Staotsokte, cit., p. 100 e segs.: pode anular ou revogar os atos administrativos; a autoridade judiciária
teses, Widerruƒ çueltiger Verwaitungaokte, Hamburgo, 1932. p. 22 e segs.
_ 'L
¬.'- .,~i-I.1É"Ê'LA-í^õ!l¿'-'1”¬' pode declara-los nulos. De nenhum modo se pode, pois, aplicar o con-
alultos. porém, admitem que a detinltivldade do um administrativo. quando
não sujeito a impugnação. corresponde A coisa julgada lormsl: 0551111 Fl-5-V-NIB. 100- CW;
-ceito da coisa julgada aos atos administrativos. V. neste sentido o ac.
Iesm, op. cit., 29. _ do Trlb. Ap. de Sao _Paulo de 4 de agosto de 1943, Rev. dos Tribunais,
7° Rzm:u.n-rr, Guorcntigic della giuatizia nella pubbiica ammini:traziou.e,_ clt.. -eh,_ 143-164.
ps. 35 a 136; Romano, Corso di diritto amministfotiuo, Pádua, 1930. p. 237; Racer, .nz_
Revocabllirú degli oiii amniínístratiui, em Riu. di Dir. Pubbl., 1911. p. 318; Bonsl. Giuatizia omministrotiva, :lu ed., n. 10. Todos esses escritores excluem, por esse motivo.
que ao 130355 Isla: de coisa julgada para os atos administrativos. _
naturalmente Kmssn, Ailøcmeine Stoatslehre, ps. 149 e 301, que remete. Wfëm- 5° Florim, naturalmente. Iara do discussão as decisões das ,Iurlsdições administrativas,
dlreloo positivo parava fixação dos limites do instituto. _ a respeito de cujo'caráter Jurisdicional ,|a=não há duvidas.
Enciicm 1: Aumxmans mi Si=::rr1-:Nç.à 139
133 Ennrco Touro LIEBMAN.
Í ato contrário à. lei, mas eficaz, enquanto não tenha sido decla-
trina tedesca_;_q_ue não se tratawde dois conceitos e institutos
rada a invalidade pelo órgão competente; 9 W. JELLINEK 1° e Kon-
‹;gv_eg§,qs,__e_s_im,_de_ d_o_i_s__a§pectosi-inseparáveis deum i'1n,1_<!0 1I1S'Çl¬ \
ivnxim H o têm, ao contrário, como plenamente válido, mas anu-
ty.tQ;;__e este,_pelas razões egçpostas, não_poderia_ de modo algprn
lável em conseqüência. da impugnaçäo.-A doutr,i_n_a_i_ta1i_ana, con-
aplicar-se aos atos administrativos ,_s_er_n se_desnat.L11iar_I;21di_C.fl_1-
fonnando-se com a tradição francesa e com a sua própria, segue
mente.
Y caminho mais simples e afirma decididamente a invalidade do
_Finalmente, guanto_aos atos 1egislativQs,_parece indiscuti- I
ato contrário à. lei; com_pleta,.porém, e corrige essa conclusão
il
vel a ognião comum de que Sãa um caráter Sell. 1”fl?‹Í-“Lque na' rçadical com o principio da presunção de -legitimidade dos atos
tural, essencia1Lo_ da inutabilidadehporque odireito deve poder, administrativos, *2 presunção iu:-is tqntum, por_ força _da _qu¿al
emq_ualquer_te;npg,_g1apt_ar¿se àsv_a.r_i:á5feis necessidades da vida Í_!
1 incumbe a quem 'afirma a ilegitimidade do ato insurgir-se cen-
social e a mutáml apreciaçãmdo Poder_Legislat.i1o (art. 5.° da I tra ele, mediante prova rigorosa, 13 desde que possa alegar um
Disposição Preliminar do Cód. Civil italiano). b correspondente .interesse,_j_u1;ídi_co. }* Conseqüência direta dessa
`¿
Nem mesmo se pode concordar com a afirmação recente, E presunção delegitimidade é af normal exeqüibilidade dos atos
segundo a qual “juridicamente não é a lei posterior que ab-ro-_ administrativos, não subordinada à declaração prévia da sua
ga a anterior, mas é a lei velha que, por uma condição resolu- conformidade com a lei, 15 e não sujeita à. suspensão, em conse-
tiva implícita em suas disposições, com 0 advento de disposi- güência_da interposição de recurso ou de proposição de ação ju-
ção legislativa diversa, cessa de ter valor no todo ou em parte". 7 diciária. E é só um aspecto particular dessa mesma presunção
Parece tal teoria contrária à realidade se conduziria a inaceitá- o 'fato de que a invalidade não produz normalmente nulidade,
veis conseqüências práticas. A ab-rogação da lei explica-se, pelo :nas simples anulabilidade do ato, 1° ou, como outras vezes se
contrário, pelo fato de que a lei tem vigor enquanto persiste, i
cessa, em conseqüência, de ter validade, quando o Estado ma- “' DU IGMCFÍI-Bite Staalaakt, Tublnger. 1908, p. 44; Verwaitungnrccht, p. 251 2 segs.
H System, cit., 220 e segs. f
nifesta expressa ou implicitamente a vontade diversa. H Romano, Corso, cit.§ p. 215; Bonsx, Eaecuzorierd degli att! amminiuratiui, se-
Fica assim confirmado que a eficácia e a validade dos atos Ffimlfi do Siudi Senesí, 1901, p. B3; Passlnfl, Límiti del sindicato di Iegíttimizd,
HUÉO. 1911. P. 112; 'I`fl¡:u1'u‹, Arto ammiuístratívo, Roma, 1915, p. 1.38; D: V.u.u*.¬i,
administrativos e legislativos não têm nada de comum com a Vflííáiid dep!! alti ammínístralivi, Roma, 1917. ps. 349 e segs. e 430; Mn;|,_z_ Lg ma-
coisa julgada e são informadas por principios muito diversos. nilestøzlone di volofltd dei private nel dírítto ammínístrativo, Roma, 1931. p. 20;
Bucci. Sílllii per -Carnmeø, I. P- 155- Pain presunçño expressamente também W. Ju.-
Lnnrx, Zwcisciriger Vcrwaitungsakt, etc., em Festgabe des pfeuss. OVG.. Berlim, 1925,
38. Nao da lugar a incertezas o princípio de que a ati- p. X00. a -
Âz.
1;-›::~.m-. -«.; vidade administrativa esta subordinada às leis. 8 Nem todos o I-I Pusui'-n, op. cit., ps. il2 e 138; D: VALLE, loc. cit..
1
entendem do mesmo modo. Orro Mares considera inválido o ,z z
-_..í`.-_4‹,.___- _ _.í_ '_.
'" Cunino, Comm., p. 800; D: V.u.|..m, op. cit., p. 402.
" UMUIID. Comum.. DS 97 0 5038. 0 688 0 sega; H..n‹n.u¡.1'r:, Guarentiçie, p. Iii! e
segs.. o os autores citados em a nota 12.
'I Eseosrro, Vaitdiiú delle ieggi, cit., p. 71, onde também se flifimlliam B8 Vàrlflfi
" R-ANn.i.n-ri,-Guarentiaíc, p. 122 e 1.30. Neste sentido 6 também e doutrina
opinioes sobre o tema. Çtr., acima, n. ll e, especialmente ali, nota 13. v
francesa: Amxnnos, Théoríe de: nuilités en droit admiriisrrati/, Paris, 1912, ps. 18
* Cry. Cømum, Comm., p. 96; Riuu:.u.'rr:, Iatítuzioni di Dir. Pubbl., 3! ed., p. 104. `¡ e 50 e segs.. e Jtu. Princípe: çénéraux du droit a-drninistmtiƒ, 3! ed., Paris. 1925,
I. p. 19.
b _Art. 2.° da'Lel de Introdução ao Cód. Civil (Dec.-lei n. 4.657, de
4 de setembro de 1942). Acrescente-se que, no Brasil, a autoridade judi- i
‹= V. para esta presunção, MIGUEL Sssrmii FAGUNDES, O Controle dos
,:z
ciária pode negar aplicação as leis inconstitucionais: este é mais um Atos Administrativos, cit., p. 50; 'I`smisroc1..=:s Cavâtcmrr, Tratado de
'argumento que impede a extensão do conceito da coisa julgada aos atos Direito Administrativo, vol. II, l9-12, p. 285.
legislativos.
_4Z.z_-._-‹.c.z
l
140 Emuco Touro Lrrzsmm . Ei-'iciicm r. Auronrnànr: mi S1=:iv'rznç¿ \ 141
!
Í.
prefere expressar, eficácia juridica relativa" validade provi- ix antes com maior razão, deve encontrar-se na atividade daque-
sória ifi do mesmo ato, porque, com expressao ainda diversfi- 9 les órgãos cujo ofício específico consiste exatamente em aplicar
exata, e o ato executavel e, ass , eficaz, não obstante o vicio; 1° e fazer atuar a lei. `
termos todos que têm signific 34 ão particular, nem sempre exa- _ Por certo o juiz, ao decidir, pode cometer erros, e é esta uma
tamente conforme aos semelhantes usados no direito privado. hipotese que a lei prevê e considera, estabelecendo uma série de
visto como O ato administrativo não se deve aplicar pelo ]uiz .garantias e de remédios para evitar e reparar os erros; mas até
'i quando não for conforme à. lei (art. 5.° da lei de 20 de marÇ0 (le que não se lhe demonstre a contrariedade com o direito, deve
1865, anexo E), sem que, por outro lado, isso implique prévia a sentença reconhecer-se como aplicação valida do poder juris-
-
decisão de anulação, 2° o que eX0rbitaria, de . qualquer forma, dos dicional. -- .
poderes az. autoridade judiciária (art. 4.0 da iei citada). Dessa premissa fundamental deduz-se a conseqüência de
E lícito chegar a analogas conclusões, adaptando-as.n_atw que _g.__efiçacla da sentença,_quando forttconsulerada independen-
ralniente à. matéria diversa, em relaçao -aos atos legislativos, temente da autoridade da c_oisa julgada, está._subordinada__à sua
cuja possibilidade de serem nulos, /porque materialmente con- co,riformidade,,ç:onji__‹_)_ direito; mas esta se presume, e só uma efe-
trários ao ordenamento jurídico, foi. ainda recentemente de- tiva demonstração da sua falta impede a sentença de produzir
monstrada,21 mas que, em principio, são obrigatórios, depen- em concreto O seu efeito natural e normal. 23 E, invocando as
dando a sua inobservância da d emonstração da invalidade. conclusões amplamente explanadas nas páginas anteriores, isso
Parece, pois, exata e confo rme ao direito positivo a afirma- quer dizer que a sentença vale para tQ<?10§__CQI;rlo f9rm_ulação
d_a_vop_tade c_Qncreta_d_o_Est¿d9_p,ara¿ o_c_aso_deçid,1'¿_io.__Este_efeito
ção feita mais de uma vez de que os atos administrativos, pela
Q ualidade do ór g ão do qual emanam, que e uma autoridade do
.p.ar.a. a-a.pai'L›‹'=..<=_,s.e..t.orrriaL¿r11¿12_=‹í.i¿f:i1 .quando se_forma_a_autorldad,e
Estado, pelas garantias que prevêeme acompanham a sua emis- da_.coisa_j11lgad¿,,ao passo que para os Qarceiros se__produz com
a _ _ i_nterisi_dade_menor,_porquetpodelser em_cada_c_a,s_o:re_pelido ¬p_ela_
são, contêm em si mesmos um auto atestação da sua confor
midade com a lei, 22 e que a mesma afirmação pode e deve repe- dgrrionstraçãowde que_a v_qntad_e_do__Estado_é,;em;te.alidade,_di-
tir-se em termos idênticos para os atos legislativos. E se isso e versa da declarada. E
l
verdade, não se pode duvidar de que nele reside antes um cará- Conquanto possa a afirmação parecer audaz, _e, todavia,
A
ter geral de todos os atos do Estado, abrangidos tambem os ¡uns- justificada do modo mais simples e fácil pela posição e pelo ca-
dicionais, visto que, não tanto por identidade de razao. TRES ráter publico universalmente reconhecido ao processo no Estado
i
Sl moderno, e para realçar a evi'dênc_ia bastou dissociar a noção da'
H Rmmtm, lstítuzianí, p. 332. eficácia -da sentença da autoridade da coisa julgada, que, no
'J Fem, Diritto afnfnínlstrativo, 20 ed.. II. P- X95- pensamento comum, estiveram, desde tempos imemoriais, con-
" B..u‹r:|.:.i:i-ri. Guafenfiyie, p. l30: D 3 Vains, op. cit., p. 479; Esrøsrro, op. clt.,
p. 285.
fundidas e misturadas. - ^ '
ai Manga, Gomfll., I. n.`214; CAMM go, comm., p. 803; Rar‹i:i.u:fl1:, Guarentiglc,
p. 354. I 39. Releva explicar e esclarecer as conclusões há. pouco
'= Esrosrro, op. cit., p. 299.4 formuladas. ' .
= Mun, op. clt.,'p. 95: Konuans, op. clt., p. 217; Amiarisiu, Unçucltígc Ver-
Q.-.-.-.-.›-_--..-‹---_ '
ii
iøalzuiigsakte (trad. alemfi, 1921). D. ol e segs; A|.cmnoii, loc. clt.; Jtzs, loc. cn.: I
llsrosrro, op. clr... p. 285, em nota.
9 Esso modo do apresentar o problema, nega-o lmpllcltamente Esrosrro. o'p. clt..
p. 318; mas laso c natural. porque ele parte do modo comum de entender aa relaçoes
d V. nota b, à p. 138. entre eficacia da sentença e coisa Julgado. e não distingue as partes dos terceiros.
§_~Anu--za?-~=^,. Í.~z
1
I
ú
142 Emuco 'I“oLL1o LIEBMAN FG. Errcíicuà E Avronmàos DA Snurzrzça 143
dosççpressupostos _proce§SUa1s;_ ,alem d15$04._P9F_Í9 iffir _de1xÊd°zz de i - A rigor, não se trata, porém, -de simples problema de prova.
observar as prescrições de forma m1e1;l!.aS_.à.PsePn.a,se1nien§e. E
A fórmula correntemente usada pela doutrina publicistica da
(arts seo essi ao cóade Proc. Civil ita1,iano)l.Em, todos esses presunção iuris tantum de legitimidade do ato, que produzlria
casos ocorre nulidade da sençtença. a inversão do ônus da prova, para atribui-lo a quem o afirma
ll/las pode a sentença Sl=21'_Q0I1'fi1`á1'ia`à. 1ÊÍ_ quanm 3° i°°m1eL}' como ilegitimo,.não é, na verdade,_comp1etamente exata, porque
519; o que prodpc a sua irrjagiça. - já se viu há pouco - a não-conformidade com a lei pode
z;\._n.u11aeae ,i,nf¿rma,a ,5entença,,c9m9 flf0j}flfl1_ (10 Pf°°°S5° não depender somente da inexata apreciação dos fatos, mas
g,_em¿:onse_qü_ência _-_s9._1v0 0 0850 de Ser 0 “(210 tfl0_ãf3V° QUÊ também da violação ou falsa aplicação da norma da lei; em
produza uma nulidade ,radical e_absoluta_” -° -fuso se pode falei' suma e concreta.mente_,_a__questão que o tepceiro pode levantar
iaiez noniesmo processo com os recursps. estabelecidos pela lei, para fazer reconhecer a injustiçada sentença é_maEs ampla d_o
-~ Il i
que uma simples revisão da questão de fato, e pode tocar toda
:l l upicamente pelas piartes,_gue sao os suleltos da relaeaogroces-
a decisão sobre o mérito da causa. Mas, quando se tiver feito
sual, e,_portanto, a_s¿1inicas_p§soas le_sadas¬peia_nul1dad_e. e_lJ1f I
teressadias emiobterna reparaçšp. 2° essa advertência, aszešpressões presunção e inversão do ônus da
prova explicam o resultado prático a que conduzem esses vários
A injustiça, pelo contrário, diz respeito à. sentença. c0m0 principios, que se integram entre si, e descrevem eficazmente a
julgamento, e pode depender tanto do erro de direito como do situação do terceiro que, em face ria sentença pronunciada inter
'erro de fato. 2” Em todo caso, é anvontade concreta do,Estado di- alios deve reagir ativamente, tomar a iniciativa e arcar com o
z_¡_H,:¿i,m,_.,. _.;- versa. da declarada, e pode 2..SfiI1ÉeI1çë‹..PQI_iS50+-P123-udi0›aI-ílllllfi' ônus de demonstrar que ela é intrinsecamente injusta.
tamento a te1jceir_Q._C11l_0 ÕÍTCÍÊO Selazdff q_U31¿1U!"=1` m°d° °9›n-e›x°-
com a, relação decidida.: Quanto se verifica tal, f' Assim, a solução aqui apresentada é, nos efeitos, muito vi-
zinha-daquela, às vezes sustentada e até acolhida pela jurispr-u-
. ceiro a faculdad_e__de _faz_e_r vfleL£_de a
l .1
a decisão, a fim de repelir o efeitodanoso para ele. Pode fazê- dência, segundo a qual teria a sentença para os terceiros a efi-
Ílo quando subsiste o erro objetivamente, embora não seja _i1__n- cácia de presunção ou de simples prova. 2° Especialmente a se-
í§=
; lz putável ao juiz (por exemplo, ligado ao resultado de prova legal, gunda opinião teve certa fortuna e pode vangloriar-se de origem
-l
il i
ilustre, já que remonta a uma forte corrente da doutrina do di-
.,
U l ,_;íí_í_
z. v, omovzzm, rffmrlpu, p. aaa e zeze., mrxuzumf, 11. n. 490. win en-=1n8m¢M° reito comum; 2” isso não pode, entretanto, justificar sua acolhi-
venho seguindo.
=* 011-., sobre o problema. Cmovmm. Pfiflfivfl. Di 391 0 HSE» G HfiW*f°"*- U» "' -Fala. por .exemplo.,de presunção iuris tontum e Corte de Cass. de Florença. de 7
p. 493, e recentemente Est-osrro, op. cit., p'. 211. ' de abril de 1923, foro italiano. 1923, Rep. palavra Coisa ƒulgadu, n. 3; rala, pelo
n Também com a oposição do terceiro não so podem fazer valer os.vicioo def contrario. do prova a sentença da Ap. de Veneza, de 9 de tnaio de HJ22. Rlv. di Dlr.
nulidade da eantanoe; Ceuovz:m.\_ Pri1'l0iPfi› P› 1~°11‹ Mem” 5° m°5"“fi °°u'5m'°" Commercials, 1922, II. p. 413.
n. 41, a unporthncla deste paralelismo. ' I São notáveis nesse sentido ao afirmações de Sc.-.ccrn. Ausalmono Turrncuo.
1: cmgvmm, ,prfnc-lpfl, p. 96. A esse conceito corresponde o da i1e§lT-llllmll-3° .| Brrrnmruuo, etc. V. completas referências em Mmcnmssonn-Bnkrnotw, Grcnzon der
ao em administrativo por violação de lei: Romao. corro. p. 215; nmzurn, Rcchtskrult. ps. 38 e sega., e 43 e sega e ainda p. 93 e nega. (doutrina trancesai.
Guofcnflgío. p. l22. '
i D. 245 0 segs. (doutrina nnglwamerlcanal. p. 362 9 segs. (doutrina alemã). No Itália.
Gm.z.m=r1, Opposizione di terzo, p. 149; Lmuu, 'Caratferi e prcrupposfl dclfvppoaizionr
v V. a. nossa nota em Csrovsmm, Instituições, cit., vol. II, p. 435.
-»af¿Eâe~‹ur¬fL-â.a¡fi-_
n
va d_d
b di "
na eqmvalesse àdenúncia
causa do vendedor
.
nãoB'teria
pm-
_ _ '
prova não é um minas, mas um aiíud. A tese da eficácia pro- | P0 1 0 evitar a sucumbencia,33 e, por fim se inverteu 0 6
dessa demonstração, pondo a cargo do vendedor a 1' d anus
*
batória 'da sentença para os terceiros carece totalmente _de jus-
tificação em direito; mas é preciosa como intuição obscura, que
se conservou tenazmente nos séculos, das necessidades práticas
i havia' m°tiV°S fuficientes Para fazer repelir a defnzriãaf (qrte
1i.497‹icód."-~
_ -- especialissimo e'°"
o _ Civil italiano). O cuidado privi-
Í e eqiiítativas de uma solução que salve para as partes,_tanfibém GEWÍO. dedicado pelos escritores de todos os tempos ao estudo
da garantia -pela evic ção,
" explica' a sobrevivencia
. . iris
1 em face dos terceiros, os resultados do processo ultimado, embo- norma. ' - - mada desta
ra. sem sujeitar irremediavelmente os próprios terceiros àqueles
resultados, quiçá injustos, privando-os de defesa normal e re- il
gular dos seus direitos. .
A faculdade concedida ao terceiro de demonstrar a injusti- sua injisstiça Tambémfesta co e el Oncom ao demon?-'raçao qšfi
ça da sentença prolatada-inter aiios e de repelir, por isso, os seus 1` parte noa~ aI9.eesso_(er_t,Í3_6Tqo_ç;óg._‹1e_i>ro‹z,_Qi1iLiia1iano)_,
' z › »zm°.Qualquer.Qldrâ-_atividade_‹i.a f só 2,3
1,,›¬..+ew»go..i¿Mz,i.z,z
}lo‹¡e'é'ø(gz
1
1 efeitos danosos, corresponde, por fim, exatamente à chamada
1 erceptio mali processos, que já. se encontra esboçada em alguns
i
:4
i
ezaadmissivel S*“‹_ël1°Í§§Ía POI' um iI1l¿er_eSse_juridico. Êor isso zne.
nhum dos terceiros que sofrem com a sentença um simples tre
T
,E
fragmentos das Fontes, aceita com amplitude nem sempre igual !
juízo de fato tem aquela faculdade; esta só pertencerá. aospue
" no direito comum, 31 e é ainda hoje conservada no Cód. Civil ita~ 'l
‹| são titulares de direito incompatível com a 'sentença e pg;-c.1z1
Il
E 'sao,
~ P°15›_l_Ufl_<í1cameiite
. . _ . _ _
prejudicados. Com esse fim, aqui se in-a
1 N Ciirovsisnà, istituzioni, I. ps. 339 e 352. - _ 1
' 11 Cir.. sobre o tema, Ko'rrz~iui, Ncbenwírkungen, cit., p. 185; Hs-su, op.-'cit., p. 205 voce e aplica a dhstlnçao formulada por Cmovannâ e por Bam;
e sega; Rosewsmo, Lehrbuch, p. 140. com referencia à singular. dlsposiçlio do § 68 (Cfr. acima, no texto, ns. 26 e 29).
il . ao zro (cód. az Pi-oc. civu memso).
di terzo. em Riu. di Dir. Proc. Giuiie, 1926, I, p. 53 e segs.. que arquiteta e oposição 1' Cm- °° °°11tfál'Í0. Cmovizmm Prínci 'i
de terceiro precisamente como remedio contra a eficácia de prova que teria. ez sentença um eacflw d° P¿°¡¡"5`“3"=R 11115 para um ¡‹:i.eop.d?:i'n:iÊ Zotíltionde se da também
U em seu prejuizo: construção que corresponde às origens do instituto, mas que, pelas
°=°f1fi" iwflsoei "maue:1z1iszi‹:e" - zi 3 ° “DGM dodun da sua
neste trabalho. a wi” ll-YIBT-lda resultado conforme ao defendido
' ` razões ditas, não vale para o direito vigente. az Scsccm. De sei-iteriric et re íudicata, gi. -1,4 qu jz n 40
.¡, Contra: Wacrr, Ifundbuch, p. 629; Mmonssonw-Bnnfliomr, op. cit., p. 362 o segs.:
ill Kofrum, Prloatfechtiiciien Nebenwirkungen, cit., p. 178. Não obstante, chegam alguns f Art. 2.0 do Cód. de Proc. Civil brasileiro. '
"“
|;, escritores a reconhecer que, na prática. tira o juiz. o mais das vezes. elementos
do convicção de uma sentença pmiatada inter altos; Ena, Fuuteiiuiipnnirkicnç. Cód. Civil. Cir. Cicu, Fo 1: 11 _
¡ p. 233 e sega.: Em-mm. Urtetinnifkungen ausserhalb dee ZPO., p. 7. Cir.. adiante. ae i-.›s4'ifom imiúzmz I 19;:› IHD-
a mw' Im' I' P' Mu' mm de Cass" 26 de' '°""`”'°
' 553. E DOU! dt X4. C0v¡|1.¡.0,
n. 48. nota 13. Dispõe a lei italiana expressamente. por exemplo, no art. i93 do
I1.
I
| \
. 146 Ennrco 'I'uLL1o LIEBMAN Erzcllcm E Auronrmine os sexrsuçs 147
Assim, para as duas categorias extremas de terceiros, as tulares do mesmo direito que foi objeto da decisão inte-r aiios
1
conseqüências que se deduzem desta teoria coincidem pratica- não podem ser por esta -em nada prejudicados, visto que a rela-
mente com as da opinião dominante. Por um lado, há. os cha- tividade necessariamente inerente a uma decisão entre duas pes-
F mados tçšceíros juridicamente indiierentes__(pgr _eX8_I11l'!19.._t9fizQ5 soas não pode de nenhum modo influir sobre a posição de tercei-
05. credores do:ven_cido)__que são prejudicados de fato pela §§m~ ro que, se for verdadeiramente o titular do direito controvertida,
tenca,,_e,_n_ê1o_p_ode1'_ã04_}10r i$§9i_l1Í1§J1IEí1';-'5fL°9HWa-6153-ÚÃÉÊÍS°z° exclui, por isso, ambos os litigantes do mesmo direito. 35 A sen-
mesmo Pêra, as sentenças em_ matéria_de_%tafl0hPLoÀ tença que numa causa entre A e B declara A proprietário de urn
.ešztrëišig ieguimos ccntradit0rs$.¿.eQrfi11@ H ifl<1.°1¢ 1l%i§°n§11SS}'- imóvel, não toca a posição de C, verdadeiro proprietário do imó-
I 9
nlagessas relações ‹_-:¿_a:;¿egessidade_de_q_uB;LBI1hãLI_i_ë-,ëššzãfiníg vel, porquanto, não obstante .o caráter real do direito contro-
guradasfuni_@_1;memeni«c¬para_to_dos,.ë_.não_c.Ql1S§n1=Bfl1¬il€€°1Í}119' vertido, a decisão se limitou a resolver a controvérsia entre A
,\
‹zez..zz...t».=zrc5â,i_r_‹›s um iotereSse.Lu§e1ad9_P@1° fl11'¢i!>0_fi9-91§evi1f É e B. 3°
Í falar'-s:ql5_jie_ aquelas rela'ç§es;_ nesses casos, a. eficácia natural da
il gë,-,E.¡,5§_P¡l¿0¬¡¿0_dendo ser icontraditada, equivale à. autoridade '-' Conforme Cmovzmm, Princípfl, p. 923, I.-tizuaíóni, I, p. 379 {trad., vol. Í,
p. 573).
i ®q.g ¢oj5a_j_¡¿1,gg,_r_ia. li Por outro lado, os terceiros que se dizem ti-
iii -2.--_.í.m
H Sobre 0 caráter pessoal da relação Juridica, quando é deduzida em juizo, ctr.
-Cx-uovncm., Istituzirmi, p. 15 (trad.. vol. I. p. 44).
=‹ m:mn"1, Gauaizm crvuø. D- 93~ -
juzgadc ƒraudulenta, em La Ley, t. 16, 1939, sec. doctr., p. 104, e Funda-
r Cfr., adiante, neste volume, ps. 74 e segs. e 204 e segs. mentos del derecho ¡proceso! civil, ps. 215 e 263.
h Tal é, em todos os paises, a regra, tanto para. os credores da No, Brasil, o terceiro, enquanto for tempo, pode interpor a apelação
parte, quanto para os terceiros em geral, em relação a urna sentença (art - 815) ; _¿nas,__u;n_a_v_ez_,dec_qz;ri_d o o brevez prazog ali estabelecido,
_,. a, Iei
e_m matéria de estado. Hg,_porém. alguns casos especiais que merecem naoprevê nenhum outro remédi9._,S,ustentam alguns escritores :mew
consideração mais demorada: sobretudo o dos terceirosdessas categg- ação rescisória pode ser proposta também pelos terceirosprejudicado _
r_ias._guan_do_se_acba_m em face de sentença iraudulenta, que foi efeito (Jonc.f:'Aunn1cÀNo, Ação Rescisória, 2.* ed., São Paulo, 1926, p. 108; Pou-
àoúoio se zgzbaâ as .partesfiisandv R nreiudlgá-1°. Nestes?-S°~ \'fif_2¬'~= 'rss ns Mmmns, Ação Rescisória das Sentenças, Rio de Janeiro, 1934, p.
leis,__por exe_mp_l_o,_,a francesa (art._ 474 çlo__QÓ5i- de Pl'0§_› CÍV1U› 9- .Í-_Í'3~Ê'F>' 142); excluem, porém, explicita ou implicitamente, dentre esses tercei-
na me 512 z10_anug_ú código de Pr‹›;¿c|¡¿i¿; art. 404. segunda r›arte._d° ros, os credores, sem fazer distinção, nem referência ao caso da fraude.
Cöd de P1-oe Civil de 1940, atualmente vlgentelge agora a_portu_gu_esa Além clisso,_g. acao rescisória só pode ser proposta em razão de vicios_da
¬.
‹ai~ú -na os oóó. de Pióz. cum, concederr1-.ao..ter¢e1rv um f@wE§° sentença tagrativamente -enumerados _(art. 739 do Cód. de Proc, Civil)
| emmo@n"š 0 d.e_teÍl_'c_‹ÍÍrÍ›,Vtieše-ogposition) parapleitear a e não se nos afigura: portanto: esse o remédio adequado para a hipótese
q .
anulágão da Senfieflgã- que aqui consideramos.
Onde eãsefremédio não existe, a qpiiziào_ço_rrentg__Q§¿1§ig¿5a _a_.co.LSa Todavia, acolhendo os conceitos expostos neste livro, não deveria
juigaúá. 1í1~H"`‹Tiâtà‹zu1o imzransponiyel. Mesa :solução nao. SflfiSfa2z_P9f- ser dificil outorgar ao terceiro, nesses casos excepcionais, tutela conve-
queørepueina admitir que o processo. 1I3§L1Í41¡Õ° Para gflfantif E Íusüça' nieme. O seu interesse, que, pelo caráter de subordinado ao das partes,
p0§¿a_5e¡._.¿¡r_d,-.¡;¡n5_¿¡_um_e,¡¡,0_¡_;¿;¿a perpetrar _a fraude. Por isso, uma não é normalmente suficiente a legitimar a insurreição contra a senten-
partç__.da dgutrina procurou por varios caminhos elaborarfiremedio cor- ça (cfr. também, adiante, neste volume, p. 189), adquire dignidade e força
¡~e§,i;_<¡_¡_z<1_zz¡¡t,¡z,_ã-;_ 0pg§iça_o_de terceiro: Pàuizo Cunm, Szmulaçao processual nova, quando dirigida contra a fraude urdida em seu prejuizo. Pode ser
que a coisa julgada constitua, ainda assim, um obstáculo invencível;
eÍ1nÍzla”cãoYdo_‹:dso julgado (Lisboa, 1935. anterior ao atual Codígfi D0?-
mas a situação já é outra, se o terceiro tem de enfrentar simplesmen-
tuguês); Romeno SÃNCI-mz. La Dflfllífina Contra las sentencms qu? son
te a eficácia natural da sentença. Como vimos há. pouco, pode reagir
efecto de .fraude de las 1>‹1fÍ€-'f› em Revififfl de la Escuela N. de Junspru-
contra a sua injustiça todo terceiro que seja titular de interesse juridico
dencia (México), t. 3.°, p. 377; Corrromz, La acción revocatoria de la cosa em conflito com ela. E essa a situação dos terceiros das categorias aqui
867-ll '
I
Tornam-se os resultados, pelo contrário, muito diversos na 41' NÊQ €§§š'!._P°1.'Ê!T!z.9c_.Í×ÊEz'1_Êíf9 0.bI'Íãfl.d0 a esperar que a
vasta zona das relações conexas e complexas. Aqui, a sentença Sentença 1É1e_. Sela -0P°$ta em -Caçugiçpostcrior. Querendo, pode
tomar a. iniciativa de fazerileclarar a injustiça da sentença em
1
que decide da relação que é pressuposto da relação do terceiro, -4
embora seja res inter alios iudicata e, portanto, privada da au- relaçãqza 9Í¿;P¡'ÔÊri°›_'P°d6nd0 Pf0PQiíC9.r_I_1_e_S_13e_firn a oposição -r'
e_ por isso não se podem insurgir contra a sentença; seu interesse po- _" Concordo sobre estes dois requisitos, Ci-novkuno, Istituzíom' I p 384 (tr-ad
rem, torna-se "juridico", quando se volta contra a fraude, porque a V
oi. I. P _ 582)'~ °°m 5 du°"n9“ Qu' 5 Ú¿m°fl-“T0960 dada por nós,
' ' da" existencia"
do efeitos da sentença para os terceiros. explica em que consiste o prejuizo.
lei - e especialmente a lei processual vigente - considera a tutela
contra a fraude como fundamental exigência da ordem ética e jurídica. de_veÍre_conl1ecer e respeitar. Não asim, porém, no caso de fraude' se
2-.__-v
Neste caso, a proteção do interesse individual satisfaz também uma as- ele_consr:guir demonstrar_que a sentença_e_xibida pelo suppgíoifiíápfi,-,_
piração de caráter geral e__social. A intenção fraudulenta quebra o laço I -~fif10 Q Lfl1l1Sta_e;fraudulen_ta_, ps___enibai-gos deverão ser de_c_larados_ im-
de solidariedade de fato existente entre o interesse principal do devedor Í
i _‹$LlL›_¢_cl;i_ente_s _e a execução poderá. prosseguir. E ass?m por diante, em
e o interesse subordinado do credor, tornando independente este último. casos semelhantes. i' 0ç\mi
sd»
¬z›¬}m›\¬"fo5›\~m
Trata-se afinal do mesmo interesse que -constitui o fundamento da ação
lífesumindo: o principio geralÍ_e_o de que terceiros, alcançados pela
V1 pauliana de anulação dos atos fraudulentos, lesivos dos direitos dos cre-
H dores (art. 106 e segs. do Cód. Civil); e não há. razão nenhuma para 1 ‹-âiicacln da Sentença. pão. porém, pela autoridade diyzoisd joigzdz, P5-
`l Lfi°zm._d.ezf9z!3¬dBš;.5_€;d0-Prejyizo que_a_s_en¿t_ença_i11jn.st,a,_1_1¡e5_p¡-¢,duz Quan;
supor que a proteção da lei. seja em um caso menor do que em -outro. F <10_§ÀQ._ti.t_ula.r_es_çie_interesse juridico que se acha em conflito com o que
Assim, qualquer disposição .legalexpressa se torna desnecessãría,'por- nela foi declar;_|ç__lo._Tal_não,__é,_np_rmalmente awsituação dos terceiros' eím;
que a admissibilidade da reação do terceiro prejudicado pela fraude de- i
r
_ace da_sentença em rnater1a_de - - estado,' "" 'i ” “ ' em fa;:_e__da.
nem_d0.s_cr_edo.res
corre dos próprios principios.
§°m'9n9a P1'°ffi1`ld8 Oüfltra seu_‹:_l_evedo_r, porque são titulares de interes-
Por conseguinte, os terceiros das categorias aqui consideradas (qual-
5Êz..5Ub0f<1íflfl‹1L0_ao_das..partes ed de c,Qn_teÍiido meramente ecopômicodleles
quer terceiro em relação a uma sentença em matéria de estado, os cre-
d°z"zÊ!1lJCSD£,í.Í-211' €_§_catar_a_scntença,_tal comdfc-›i`_p_ronu_ncladda ge; me
dores em relação a~ umasentença em que o seu devedor foi vencido),
sempre que lhes for oposta uma sentença que prejudique. e que foi o re- Ê9-¿'ä!`-'l$!l“l1Ífz0.sÍ.U.!1Ê_flm€nto. O inter_çss.e_desses terceiros dtor-ri:-se _;p0_-
.1 *íém--Ízm'-ÍdÍ°Q›_Q?~Lë.USÍ9.É_Cši1'i§ido/contra a sentšça fraÍu‹šrlentaQ,'nešt¿z
sultado da fraude das partes, poderão repelir o prejuizo, demonstrando
"¿3§2-:V_QJ§ë__3:._PfeV3¡€¢fif fambéULP?31`3.-.§l¢5 0 principio geral e_p_odeÍn,
Í5,
li
:L
que a sentença é_ objetivamente injusta e foi obtida com -dolo, que visava
a lesar os seus interesses. Por eigemplo, na 'execução da sentença, um
ía P2f_Í›.&¡.l.Í.9.z..!£1.1.l?l1E9§!_1?~.5!?,9l›ê.9.§ë¬<1!1§..9§.3J.LÇí.Ur€11cB-..lZ1ocede_.essa_lmpug-
-HHÇÃQ Ba;-iJnpl_qs__for_n¿a de defesa ou de_r§pl_lc_a_à_excer;.ão_de._coisa_j_u1-
_t§_r_c,eir_q,prQP.i¢_emb_a¿gos,_alegandp._se_r_p_1;Qnn;;t,ário_dos -bpns_p_e.n.h0ra-
'gada em Ê.Qd.3_$ 35. QÉQU-.UI1¡d2§ij_S_e;Ii_que uma d,EtS,D.a.r.t_e_s pretgide utili-
dos e exibindo u¿n;a._§e_¿1tenç_a__fque declar_ana_s.u_a_p.r_opriedade, Normal-. zar a sentença contra eles. ' ' _
mente,_o¿:redor_e¿:ç__qiiente nâgiapode fazer c_o¿1tra,__tal_senten'ç'a_,3ue,gie
;: ¬:=.4-_ . ¡. _
.v
ii
doiszremédios paralelos, diversos somente nas copseqüenc as,
porque a oposição leva fã. ,declaração da ,injiistiça da 'sentença l -senvolver su_a_defesa pqr meio_s_legalme_nte_estabe1e,¢id05_
em açfZ_go__p,rin;;_ipal,_tirando¬lhe vigor em re1açâo_ao terceiro para ,I Por _certo, ainda assim poderão surgir 'resultados aparen-
todos os g£e so_que_a demon_§traç_â¿o_da_da incidente- l temente contraditórios; contudo, é preciso convencer-se da sua
mente da injustiça da sentençajrnpede sornentemque, no pró- inevitabilidade, dentro de certos limites, se não se quiser adm¡_
¬p_r;io_prp_cessQ,gs.e deduza da_mesma_s_entença_o efeito danoso t1_r a eficacia plena, absoluta e definitiva da_ sentença em rela-
que_dela_se quer_ia_tirar c9ntrLelâ; çao a -todos: o que seria entre todas a solução pior, e, de fato, ff-_
mesmo processo. V nao foi adotada por legislador nenhum. Portanto, o que se pode
vhkm lnflš \l§' (ul-"so V pese, *_
deve procurar é a teoria que, relativamente conduza a me- YV°*Í“
oil?
42. Consiste, pois, a conclusão deste trabalho na demons-
É ` -~ff-fz'--ez V _ .fi zzz _z_ __
L10I_€Sz1I1C0;1V€n1§in_tfiS re contradiçoes, ei; ziqm p_¡i9¡¡0Sta Firme
i
tração dc que a sentença produz normalmente efeito_s_também Q_0_1`1'€SP0Hdffr ac_€§Sa,_íinalidade; reúne - assim nos parece __- a
wi para os terceirpspmasgom _intensidade_me_nor _quepa;r_a_as_p_ar- i -mais rigorosa -correção lógica com razoável oportunidade e uma
te_s;_p_orque,_para estas,_os efeitos seítornam irnutavei,s_p_ela a_u- 1 intrínseca justiça nas conseqüências práticas. Para demonstl-lá-
tggidadge:d_a_coisa_;ingada,_aippasso queiparaios terceiros podem fla ÍU1 P1`€CÍS0z de qllflfldo .em quando, percorrer caminhos di-
ser combatidosncgina dem_Q¿3stração___d,a injgqstiçaz da sentença. versos dos até agora trilhados. Mas nenhuma audácia lógica
Usando, de passagem, da terminologia do Código, px*oderá dizer-se .pode ser condenada, quando sirva para justificar conclusão eqüi-
g_¿1_eJem a,_sente_nça p_ar_a_a,s_partes_eficácia de ,presunção ijigis
'e_t_¡¿de iure;_p_arg.__o_s, te_rc_eiro§,_pel_o contrariotzde pi-esungão
® tativa e praticamente satisfatória.
.- .-_ . _-.f
Errclicm E Auroiuminiz na SENTENÇA 153
1 Aronso na Sirva, Curso de Direi/o Constitucional Positivo, vol. I. 12 O próprio Lisnmim remete o leitor ao ensaio estampado neste
São Paulo, 1976, p. 22. Importantes considerações tece o Autor sobre volume, à p. 194 e segs.
l a anulabllldade ez tunc. _ l
9 Ver, por todos, Bueno Vmrcsr., Comentários, cit., p. 175/176.
U Ver retro, Notas ao š 5.°. n. 6.
H Ver, por todos, Fnensnrco Mzmouss, Manual cit., vol. 3.°, n. 697.
‹
l
9 Id., ibid., ps. 23 e segs. e 39/40. '5 Bnasoss Monizmr., Comentários, cit., p. 202. Mais restrita é a posi-
1° Retro, Notas ao § 5.°, n. 2. ção de Bueno Vnnciu. (Comentários, cit., p. 188) que -considera exclusiva,
11 Ver, por todos, Bueno Vroiciu., Comentários, cit., ps. 178 e segs. Á nesse caso, a legitimação do Ministério Público.
e 183 e segs.
sl
l
‹
5J lies pretenda utilizar asentenca contra eles. 1°, Podem fazeâlo SUMÁRIO: 43. Objeto -do presente parágrafo. 4-1. Nulidade, revogação. reslllçáo do
p_o;Iaçao..pLrÓriíia..iLe,.aindfl pødemutilizflr -0 rfififlfsefifë ieffiel- negocio juridico. 45. Açao de regresso. 46.' Ação de indeiiizaçáb: seguro.
~ 41. Obrigações solidários. 48. Fiança.
1i
i
}`° .I??$°:ÍL1dÍ°ad°,_9U__a a§ã° ÊÊÊ°i,5ÓÚa' ®
l1
lÍ I 43. 'Sem reexaminar o fundamento jurídico das várias
i teorias sobre extensão subjetiva da sentença, pode ser interes-
l
1 sante ver as suas aplicações em alguns casos mais controver-
tidos, porque dai virá a confirmação da superioridade pratica da
solução aqui proposta sobre todas as outras. _
_-.ú
Interessam aqui, sobretudo, os casos de conexão ou de de-
pendência entre dua§_relações jurídicas, ou de relações com-
íz plexas com múltiplossujeitos. Para aquilatar das variadas so-
luções propostas, convém, em primeiro lugar, ter presente a de-
f; l
.`-
i 158
contrária
Emuco Touro Lrsauzm
texto, ns. 31 e 32). - tenças desse conteúdo, em relação a terceiros que permanece-
'Sem voltar a esse aspecto da questão, far-se-ão patentes ram estranhos ao processo?= Responde a doutrina dominante
agora os inconvenientes práticos dessas várias teorias. - que não, com aplicação estrita da regra sobre limites subjeti-
vos; 3 distinguem outros, remetendo 0 caso concreto as normas
44. A declaração de nulidade ou a anulação do ato jurid-ico do direito substantivo;* aplica Cziauerurrr, ao contrário, sem
agem retroativamente e, em conseqüência, podem opor-se aos -exceção, seu conceito da eficácia reflexa em relação aos tercei-
terceiros que tenham auferido direitos à.- coisa alienada, ainda ros. 5 - ff
anteriormente à. -sentença que pronuncia a nulidade ou a. anuz São pouco satisfatórias 'todas essas soluções: a primeira
lação, com estrita aplicação da regra resoluto iure dantis, resol- obriga o primeiro alienante, vencedor na causa de nulidade, re-
vitur ius accipientis; diga-se a mesma coisa para a revogação, solução, etc., a demonstrar novamente o vício ou o motivo de
rescisão ou resilição (arts. 1.706, 1.090 e 1.520 do Cód. Civil ita- resilição em relação ao subadquirente, se não teve o cuidado
liano) 1-* - ressalvados, todavia, os direitos adquiridos' pelos
(muitas vezes impossível, porque pode ele estar ignorante das
terceiros sobre bens imóveis, anteriormente à transcrição da de-
vicissitudes que tiveram os bens controvertidos) de citá.-lo para
manda judicial, ex vi dos arts. 1.080, -1.088, 1.235, 1.308, 1.511,
1.553 e 1.787 do Cód. Civil italiano, cfr. art. 1.933, n. 3. -e
_o primeiro processo; -se se considerar que as provas necessarias
ressalvada a aplicação eventual do art. 707 do .Cód. Civil italia-
no para os bens móveis; diga-se o mesmo, finalmente, para a ' É: esta doutrina tradicional na França. de Porurta em diante (zncxaauu:-Caourz,
simulação, nos limites em que se reputa oponível aos tercei- llauuaie dí diritto civüe frances: (txad. ital., Milão, 1901), I. p. #13; P|.a.mo|.-Rn=¡:R'r,
Trailé pratique, VU, n. 1.551; Bauoav Lacan-rmmrr:-B¿nu¡:_ 0brig_, IV, n. 2.590;
ros. 2 - 1° Couu-Carrróur, Cours elém., II, p. 256), e na Itália iP¡:sc1cronr;, Sposizíone compen-
diosu, I. p. 263; Mnflmouo, Tratlato, V. n. 101; GALLUPPI, Opposízione di lerzo, p. 247:
z
I Vafe 0 mesmo também para a rescisão devida à condição -resolutiva. tácita, eo se Cov¡¡:..r.o, Manuela, p. 572; Corte de Cass. de 'l de abril de 1930, Foro italiano,
considerar que age ret.roarivamente_ como parece, argumentando-se com 0 art. 1.976 1930. I. p. 1.117, e de 11 de dezembro de 1931, Foro italiano, 1932, I, p. 348.
e a contrario tom o an.. 1.511 do Cod. Civil italiano. V., porém. em sentido contrario. I Cmovmma, Príncipíi, p. 924, o qual, porém. não se prbnuucia sobre os casos
flromvr, Riu. dl Dir. Commercials. 1931. I, 1.). 695. aqui examinados.
I Em sentido afirmativo. quando (or a simulação provada por instrumento pú- i -Cauunofll, E/ƒioacia direita ed eƒlicacia riƒlesso, em Studi, cit., I, p. 429;
blico lart. 1.3191: N. Covu:u.o, Trascrizione. I. n. 290: L. Covm..i.o, Giur. it., 1904, Lezíoni, IV, n. 387.
1. 1., p. 485; Sronrr, Apporenza del diritto, Modena. 1934, p. 22. Contra, porém,
para os tercenos de boa. té, Fcaaalm, Simulazione, n. Q o segs.: D: Roocrmo. ¡sli- = Como resulta do -texto, duas são, nesses casos, as questões e de-
..,_,-_ _.,-.,P4
rueyloni, 5! ed.. I, p. 213; Cmovexoà, lsfítuziofli, I. p. 156 (Y-!'ld›. VOL I. D- 247). vem considerar-se distintamente: a primeira, de direito substancial,
consiste em saber se a invalldade do ato de alienação entre A (primeiro
ADITAMENTOS AO §_ 8.° _ ,
alienante! e B (primeiroadquirentel acarreta também a lnvalidade do
4 V. o art. 158 do Cód. Civil brasileiro. Admito-se pacificamente ato conseqüente de transmissão entre B e C isubadquirente). Se a res-
que a nulidade, a anulação, a rescisão. etc. atingem também a. tercei- posta é afirmativa, surge a segunda questão, que é de direito processual,
ros que adquiriram os bens transmitidos com o ato julgado nulo, ou e consiste em estabelecer até que ponto a sentença .proferida entre A e
anulado, e assim por diante: cfr. Ctóvrs Bevruoua e Czinviuúio Smros, B prevalace como solução justa do caso controverso também em relação
._,._ _ .à_‹._-
nos respectivos comentários ao art. 158, e Trib. Ap. de São Paulo, ac. a C, ou se pode ser -por ele discutida e impugnada.
de 3 de fevereiro de 1943, Rev. dos Tribunais, 145-196. Confunde as -duas questões Aunrzrumo os Gusmão, op. cit., p. 61 e
b Para o-caso da simulação, v. Eomnmo Esrhrom, Código Civil bra- 1
segs.
|
sileiro (Manual Paulo de Lacerda), vol. III, parte I, 2.* ed., R'o de Ja- d Em sentido conforme, João Moursmo, Processo Civil, ä 245, nota
neiro. 1929, p. 498 e segs. 5.
Errclicxii c Auronrmns mi -SEN-rençii 181
160 Emneo 'I-'ouro Lnsimruv
U .cl_1amar'a juizo o vendedor, se provar este que havia motivos su-
podem não ser preconstituídas e exigir a audiência-de testemu- fiçientes parairejeitarza* demanda")__, solução idêntica deve ado-
nhas, realização de perícia, etc-, vê-se a que ônus e a que perigo tar-se_tarr_1bÊrn_gI!l 110_d_QS_oS_.o11tro_sAcasos,§e -se_quis_e_r_eyitar os
se sujeita o vencedor do primeiro processo. inconvenientes costumeiros. °
A solução oposta levanta objeções ainda mais graves, visto
como - posta de ladoa sua contradição como direito positivo 46. Não muda o problema, quando couber ao vencido sim-
- é iniquo onerar o terceiro com asconseqüencias da defesa ples ação de indenização. Assim, se o segurado pela responsa-
:.- _-: _
.quiçá insuficiente, talvez até dolosa, do primeiro adquirente. bilidade civil for condenado a ressarcir os danos por ele causa-
Quem distingue cada caso de per si, cai ora. em uns, ora em outros dos a terceiro, surgirá para o segurador a obrigação de indenizar
inconvenientes. z o sinistro. Mas, então, não encontrará. juiz disposto a exigir do
Considera, entretanto, as razões contrastantes das partes segurado a prova do acidente por ele causado ao terceiro e por
1.
r
quem admite que a sentença tenha seu efeito normal de de- culpa própria, que no juizo precedente ele naturalmente negou
i!
claração ou de mudança de situação jurídica, também em rela- com toda a energia possível.
ção ao terceiro, mas que-possa este contestar-lhe a procedência” Entretanto, tampouco é possivel (e seria iníquo) sujeitar
e, além do mais, repelir os meios de prova que, válidos entre as
o segurador à. coisa julgada. Torna-se mais grave o caso; por
partes, não têm valor contra ele (arts. 1.327 e 1.319 do Cód.
isso que as apólices de seguro sobre responsabilidade civil con-
Civil italiano), sem o que se daria às partes meio muito simples
para elidir as disposições da lei de tutela dos terceiros. têm normalmente a proibição da citação do segurador para a
1
causa intentada pelo terceiro acidentado. 'f A~ eqüidade da solu-
45. I-Ia um grupo de casos em que se apresenta a questão çao aqui apresentada (vale a sentença também contra o segura-
em termos semelhantes: tais são aqueles em que cabe ao ven- dor, se não provar este que é injusta) impõe-se tão manifesta-
cido no processo a ação deflregresso contra terceiro. mente que ainda recentemente foi invocada para a hipótese a
Ainda. aqui há uma relação de dependência entre duas obri- aplicação analógica do art. 1.497 do Cód. Civil ita1iano,fi tese
gações, mediante a qual da existência ou inexistência de uma que, porém, seria nesses termos insustentável, se se devesse con-
delas depende o nascimento da outra. Como é do conhecimento siderar, segundo a lição comum, que a norma tenha caráter
de todos, o titular da aç_ão__de regresso (fiador-ijéu para o paga- excepcional. g
A.-r¬v‹:ra.¬
ment_q,_g¿q_qirente_ameaçado de evicção) pode chamar em_ ga-
rantia ou,_pclo_menos_,_chamar_a causa,_o_gar_ante__(deycdor_prin-
i ' Tem a Jurisprudência como válida tal cláusula: Corte de Cass. de 23 de maio
de 1934, Fofo italiano, 1934. I. p. 981. Contra: Lrnnx, Circolo çzuridico, 1934. fase. III.
ç¿pa1,_aliena_nte)_, obtendogfiassim a extensão da coisa julgada e, " Lower, Riu. di Dir. Commercials, 1934. II. p. 594.
o,_a_de.cla_ração
indiscutível. também__em,relaQã0 2-ele.
H O -direito brasileiro dá solução diferenie ao caso da evicção, por-
‹10.r¿¢§SuP_9S,i_‹rda.a‹êâs.Q¢ rssrsfiêe--S°zJ°fëm, flãe 0-ffi2...‹11¿@ que, segundo o art. 1.116 do Cód. Civil, para poder exercitar o direito
e_feito terá. a_sentença em relação ao garante?l?_osfito de lado o que da evicção lhe resulta, o adquirente deve notificar do litígio o alie-
;;a¿Q_ezg¡¿ressa¿1iente resolvido pelo art. 1.497 _do Cód. Civil ita- nante, quando e como lho determinaram as leis do processo (arts. 95 e
liano (“cessa a garantia por causa da evicção quando o compra- segs. do Cód. de Proc. Civil). Portanto, a autoridade da coisa julgada se
"4T:¬‹L-¬4- ,_, ._- ¬i. -., . 4,.
d_Qr_se deixazcogidenair por sentença passa_d_a_em 'Lul_g_adQ, sem estende ao alienante notificado.
Nos Outros casos, em que 'falta uma disposição equivalente, a ação
' E a tese acolhida por algumas sentenças, embora com _a lnexata motivação du de regresso pode ser exercitada ainda que o garante não seja notifica-
I eficácia de presunção ou de prova da sentença contra terceiro. V. acima. no texto, do do processo, e nesta hipótese valem as observações do texto.
§ 70. nota 28.
v I
47. N-ao muda o problema nos casos de -coobrigação. Em E, -então, ou se obriga o credor a recomeçar novamente a
-primeiro lugar, nas obrigações solidárias, que estão entre as demonstração da existência da obrigação principal, também na
mais tormentosas para a questão que aqui nos interessa. 9 -Que causa promovida contra o fiador, ou, vice-versa, se fazem recair
valor terá a sentença que -condena ou absolve um devedor em sobre este último as conseqüências da atividade processual, tal-
relac,§:o1com_os_co;devedores solidários? Ou_.ze_m_,,re1ação com os vez insuficiente, do .devedor principal. Nem uma nem outra so-
da sentença. -
` 3
É
_ -18. Obtida pelo credor sentença contra o devedor princi-
1
š pal ou contra_ a sociedade em nome coletivo, -estender-se-a a
coisa julgada sobre a existência ou inexistência da obrigação
principal ao fiador e respectivamente ao sócio responsavel ilimi-
tadamente?
`!
5 A pergunta é tipica e já. foi lembrada, mais acima, no tex-
to: todas as respostas tiveram defensores, tanto a afirmativa”
como a negativa, 11 bem como a que distingue entre julgado ía-
vorável e desfavorável. 12 - h
› -:-,-vp.-_ ' O caso, estudou-0 acuradarnenw \Cos1-A, Intcrvento contra, cit., ns. 18 e 19.
p. 51 o segs.
I
1" Peralta, Oblíg., IV, c. 3. n. 908; Tnonouc, Cauliofmemcnt, n. Si-1; Mcnuu,
Questions de droit. Chose Jugée, 18, n. 5; C›..nNu.u'rrr, Lczioní, loc. cit.
:,.,_- Para o caso da sociedade, Nsvannnu, Socƒe assoc. comm., n. 195 bis; Corte da
Gus. de 3 de maio da 1928, Gíur. it., 1928, 1, 1, pl 717.
1!, montar, Príncipcs, XX, § 118; Ricci, Diríttø -civíle, JLX, n_ 324., cgnfm-me '* Notàvel sobretudo o`test.e11iunho de BACHMANN, Das rechtskraejtigc Ziuiiurteii,
cit., p. 55, que é essencialmente um pratico, e escreve: "o luiz do segundo proeesw
para a. sociedade: Ap. de Milão de 20 de outubro de 193l, Foro Lombardia, 1932.
adoro; 0 mais das vezes. aos motivo: convincente: 'aa sentença precedente. Por isso,
p. 383. - '
a sentença. proíatada. contra 0 devedor cria de /ato a situação do credor vitorioso.
1-' Mafllnom, Trattcto, V, n. 123; Glonol, Obbliyazioní, I, lp. 191. e os citados como se 0 ânus da prova viesse a inverter-sc. Mas este efeito de fato muitissimo
acima no 5 5°, nome 13 e 44, embora com motivação diversa. V importante no processo não se deve confundir com uma eficácia probatório".
H De eiicácia probatório em reiaçfio ao fiador fala, do fato, a Corte de Cau. do
1 Assim, João Mouramo, loc. cit., nota 8. 15 do janeiro de 1934. Massimarlo Foro -italiano. N34, p. 12.
: Nesse sentido, PAULA BATISTA, op. cit., 5 188. *0°flf°fm¢. H fwnflllø do sócio. Ap. de Mimo ae 1 de am-|1 de usar, Mmzfzorz
i ^ Nesse sentido, PAULA Bzrr1s'r.\, loc. cit. Tribunaii, 1931, p. 856.
867 - l2
.
l
vigente inspirou-se no dineito português, embora a -figura tenha
NOTAS A0 § 8.° correspondentes no direito alemãoe no italiano: -é que a enu-
(Ada Pellegrini Grinover) '
meração do art. 77, CPC, nos vem' toda do direito português. Des-
tina-se o instituto à. -reunião dos -coobrig-ados, por iniciativa
-daquele -que foi chamado a juizo pelo autor (arts. 77/80). 2 Aqui r
1 _» No último capítulo da obra, a teoria -é submetida ao também, a nota fundamental está em possibilitar que to fiador,
i
banco de prova das aplicações concretas. E as soluções dadas ou devedor solidário, tomando a iniciativa de chamar ao proces-
para os casos apontados adaptam-se perfeitamente ao direito so aquele perante quem tem direito regressivo em caso de su-
brasileiro, que as acolhe. cumbência, consiga sua lcondenação conjuntamente com ele,
Nada de novo releva acrescer às observações de Lmamniv tornando -desnecessária a ação de regresso (art. 80).
quanto à nulidade ou anulação do ato juridico, com relação a Não há dúvida de que o chamamento ao processo é facul-
terceiros (Aditamentos sub a), b), c) e d)). tativo: e'o que resulta da dicção do art- 77, caput ("é admissível
Vejamos, pois, as demais figuras. o chamamento do processo"). Não efetuado o chamamento, _por-
-tanto, aplica-se a solução indicada por L.1aB1\/LAN no texto, quan-
2 _ No n. 45 , cuida-se da ação de regresso do sucumben- to à situação do terceiro (ver Aditamento sub “e”). Mas, quanto
te contra o terceiro, nos casos em que não se fez a denunciação a denunciação da lide, é diversa a redação do art. 70 caput, que
da lide (chiamata in garanzia) ou o chamamento ao processo diz: “A d_en.unciacã.o da lide é obr-igatÓría;'í__Que. significa essa
(cfuamata in causa, mais ampla porém no direito italiano). "obrigatoriedade", e qual a,_sa,nção_pelo glescumprimento da de- ®
O Código de 1973 inovou profundamente a matéria. nunciação? W"
O “chamamento à autoria" do estatuto de 1939 (arts. 95/ Relativamente a evicção, não se -discute que, para poder I
E
98) transformou-se na dcnunciação da lide dos atuais arts. 70/ exercer o direito que desta lhe resulta, o adquirente deve denun-
76-; e o instituto, que se limitava aos riscos da evicçâo, foi am- ciar a lide ao alienante, porquanto há dispositivo expresso nesse
pliado para abranger, além daqueles (art. 70, I), casos diversos sentido, na lei material (art. 1.116, Código Civil). Nos outros
(inciso II; denunciação ao proprietário ou ao possuidor dire- casos, porém, em que faltadisposição equivalente, ainda é váli-
io; inciso III: conservação de qualquer direito de garantia, des- \ .da a lição de LIEBMAN: a ação de regresso pode ser exercida, ain-
vinculado da evicção e das ações reais). 1 A nota fundamental da que não tenha havido denunciação, e nesta hipótese aplicam-
do novo instituto reside na cumulação da ação regressiva contra -se as observações do texto. 1*
o denunciado, adotado assim o sistema italiano (art. 76, CPC
2 Dmuiuuico. op. cit., n. 106 e segs.
1 Sobre a evolução do instituto, ver Dxmiunnco, Direito Processual, =' Apesar da autorizada opinião de Bsruu, no sentido de o ónus da
cit., n. 97 e segs. Quanto Li figura, no código revogado, consulte-se a im- dcnunciaçãm se descumprido. acarretar a perda do direito de garantia
ou de regresso em todos os casos (Comentários, cit., tomo II, n. 4081,
portante monograilu de Amiuro CIN1-nâ, Do cliamrzmento à autoria, cit.
doutrina c jurisprudência colocam-se em sentido oposto: ver Dnviniiaco,
155 Aus PsL›i.i::r.:i~.'1 Gsinovsn EFICÁCIA E_Au'ron1n.ànz mi Sr.N'rzNç¿ 167
A 3 _ No n. 46, Liemvum resolve da mesma forma a hipótese em que _o' direito provém de outra pessoa; no caso do seguro _
de ação de indenização contra o segurador, cabente ao segurado 'argumenta-se _, a seguradora não cedeu ou transferiu qualquer
sucumbente na ação de responsabilidade civil. direito ao denunciante, apenas obrigando-se a indenizá-lo. Não
O_q_ue . 'vale_lenibiar,_aq,u_i_,__e
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agdi_v_e1_g§ncia i .
tra `_a .pelo ins-
. existiria, assim, o direito de garantia que normalmente justifica
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1 Er-¬rcÁc¡.=. E Auronmsnz DA .SENTENÇA 171
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' _l§Iao ha nenhuma* razao logica que obrigue a_colocar a coisa
julegadaíegg,
em zz...correlação
z__ particular com *a função declaratória
_ _ da
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sentença.. . -Êy - - -. Í _ Í _i
AINDA SOBRE A SENTENÇA E -SOBRE
Sesc distinguir-enji os efeitos desta, segundo* a lição comum,
A COISA JULGADA* _ d
em eclaratórios, constitutivos e executonos, . . p concebe-se cada
um delesçtargbém aqi¿çia_idefu1itivid_8¿de"fespecial ouzindis-
. Para dar um pouco de 'ordem ao que desejo expianar, começo
cutibilidade emíque gimsiste a autoridade 'da_co_is,a:_j._u1gada;_e,
por sintetizar em proposições, breves e poucas, as 'conclusões
vice-versa, surgçeipara todos,_igualrnent.ç,_em_¢ert.0 momenmba
principais a que cheguei.
ggigeíicia prática_:e_políti¿:a da isufaififuíiutalgilidade, da sua dura-
I. A, deç;lar_a_cão oriunda da sentença,___ass_i_1}i"con1o seus
ção o¿permanência no tempo. '
outros efeitos¿)ossiveis,_pode conceber-se e produz-se indepen-
genterrggnte da coisa julgada; na aptidão da sentença em p¿o- ' Não se pode, por exemplo, duvidar,`qua-nto ao efeito execu-
d_uzir os seus efe_itos e 'na efetivaproducãodelt-§Água.isquer que tório, de que ele é admissível independentemente da autoridade
sejam, segun.do_o._.seu c0flt8ú.ClQ)_fiQfl.S.iS.tfl_&lSAfl..§ƒ.?l§¿i£;_G›.£_§§1¿fi da coisa julgada, pois o atribui a lei também à senten'ça._não
se acha, subordinada à val-idade da _senztença_,_ isto é, à sua con- passadaem julgado e até a atos administrativos ou privados,
formidade com a lei ._ . por .certo não suscetíveis de adquirir essa. autoridade; e o mesmo
a=«;_;-LA;-
I
\`. II. A eficácia da sentença, nos limites de seu_opjeto, não se pode dize_r,` quanto ao efeito constitutivo, por sua natureza,
sofre nenliumailiinitacâo subjetivaivale em face de todos. W idêntico aos efeitos de um negócio jurídico. 1 _ ' .
III. A, autoridade da c_cus.a_1;u.1ga.damâo,é_efeit_o_uLterio1;.e - Ora, out-ro -tanto se deve dizer para o efeito declaratórioz
-1
l ,il
diverso da sentença, mas mnamguê-1ídade..d0S SEUS 6f8if›9§___§í3; .também a_ eficácia da declaraçao se concebe independentemente
todosos seus efeito_s__referente, isto é,_p_re_cisa.mente a. sua imu- _da-coisa julgada. Quando, esta concorre para relforcá.-la, ela,_se
wi
,
tabílidade. Ela_e_stá _1í.mitada_sul_›j_etivamente sd_ás pa1:t.e.s_do piodug de modognais pleno, mais,seguro,,mais_ estável, o que,
processo. todavia, nãdimpede que tenha sua importancia tarnbémçsozi;
~ ,_«_,. -:.f: IV, Conseqüentemente, todos os tercegos est_:_`ío sujeitos à nha, 3 bem que esteja em tai hipótese sujeita acegleif nos casos
|-~_. eficácia;da sentença, não,_porém, à autorid_ad_e.da__coisa_,julgada; e nos mod_0§_q.ue_.v_e_remos.
a sentençg,_n9s limites do seu obieto,_é sempre_op_0_ní_vel__a_eles_,
gue71hes__p_od_em_ rep_eli¿r_os efeitos,_dem_onst_rando al suajnjustiçã, ,E natural que essa afirmação, contraditando a opinião co~
lgna vez_que tenham_,inte1¬esse juijdico nessa, demonstração. mum, que identifica a eficácia da declaração com a coisa jul-
gada, tenha suscitado as maiores críticas. 2
Õcupar-me-eiiseparadaniente de cada um"-desses pontos, com
a esperança de demonstrar que as objeções que se me opuseram
Para a oplnláo comum sobre .este ponto' e para ssfeonseqiiéucias excessivas que
não têm fundamento. dels: tiraram inúmeros escmureaz cn-_ as citações nsmmm .s¡rfç‹zzm ea. mzzpzjzú
íz-.-;..í
dam zenrznzz, cm, p. 1: é segs. mem volume. p. 2o)1; ar. também Bem. .zm-mzz
' Artigo publicado em Riu. dl Dir. Proc. Cíuíle, 1936, I, p. 237. Omlte-se aqui Pgçezzzualz cwuz_,_R.‹›mu, was. p. 455. t ` -
uma bravo parte Introdutlva. sem Interesse. Replicnu a este artigo Cmunoflx, en-
Burn, .3_1u. di Dir. Commer¢iale,.i935_ `I,.p. aos e segs.: Amome, La. cosa gm-
cerrando a polémica, em Rioista, cit., 1931. I, p. 78.
dšcafa _ri..|peuo nl terzi, M1160. 1935. P. 39: Cus¬rorou.N¡.f-Riu.. di Dir. Proc, _Ciuílç,
1935. I. p. 299: e substancialmente também Gosuscnmror nafiresenhn cortes da Revue
l| Ex-'rcÁcr.‹. 1: Auroamsns na Sentença 173
112 Eumco Turno Lumwm
v_e1fsa~e_;cl_istinta da autoridade da ,coisa julgada, isto é,_que a
Conhecem-se, aliás, as razões tradicionais, de um lado, as sentençaípode e deve ser tida;c_o_m_o eficaz, mdependentemente
psicológicas e práticas, de outro, que explicam a resistência data-i1t9ri_da.d;eÍ.d¿=1¬c9ísa -i11l.sí=1dâ¬,‹1m:1_1aafÍ=:\1I11 famautmpossivd.
tenaz encontrada na tentativa de cindir os dois conceitos e dois 1_j_§:i=_o,Ípg_›_r°_§r¿1,;necessário.
institutos distintos. Além das razões referidasfi outra se deve .O que se disse vale não só para a coisa julgada formal, mas
lembrar que e, talvez, a mais insidiosa: nem sempre se tem tambem, e -sobretudo, para a substancial; isto é, em outros -ter-
presente o fato de que a atividade do juiz, ainda na declaração, mos, é a sentença eficagienilgora possa ainda mudar-se por um
não se resolveipura e simplesmente num julgamento ou numa juiz supeiíiordieiñqpossaem determi.nad_os* ser contradiitada
operação lógica. Se assim fosse, certamente não poderia .esse _por outra sente_r1_ç¿,_em processgwnovo. Essas possibilidades mais I
julgamento ter efeito algum senão enquanto a lei lh`e estabele- ou menos longínquas *não da impedem. de lograr, no entanto, a
cesse a incontestabilidade e impedisse assim de qualquer modo sua própria eficácia. Só,a coisa julgada, se inte1¬iv_ie,r_e.m_aj¿1_d.ane
um julgamento contrario. Mas se se sustentar (COUI0 h0Í€ É reforço dessa efigácia,__a;p_õe_,aç sa'lvo¿.desse perigo. '
ensinamento comum)* que todas as decisões do juiz, ainda as Em segundo lugar, se se quiser classificar os efeitos das
que constituem mera declaração, contêm um ato de vontade, isto
sentenças segundo o modo como agem sobre as relações jurídicas
é, têm' natureza de comando, já não há. dificuldade alguma em das partes, quer dizer, consoante a sua natureza, é necessário
admitir que valham e logremf eficácia,-embora -sujeitas a ser-, de colocar, ao lado dos possíveis efeitos, constitutivo ou executório,
qualquer modo, mudadas ou contraditadas.° Esclarecidas as
também o declaratória, presente em todas as sentenças, mas que,
obscuridades e os equívocos que decorrem de concepções supe-
às vezes, está sozinho, como na sentença meramente declaratória,
radas, deveria. então, ser possível enfrentar corajosamente o
e considera-lo, por exigência de homogeneidade, em sua figura
problema proposto, para ver que coisa se esconde realmente sob pura ea natural, isto é, independentemente da sua definitividade
a fórmula solene da autoridade da coisa julgada. ou incontestabilidade, que ré seu atributo possível, útil,,impor-
Primeiramente, §e_se¿'econhecer, como quase todos fazem. ° I
tante, mas -que nada tem a ver com esta classificação, e, em todo
que acoisa julgada não representa um caráter log_icamente_es- caso, não tem motivo para referir-se ao efeito declaratória mais
sencial da`função jurisdicional, não se pode deixar de concluir que ao executório ou constitutivo. Dois são, neste ponto, os lu-
gue o_conçeito_lógico da sentença requer forma de eficácifiañdi- gares comuns que não têrnjundamentoz a) não é veljdademtíue
l 1 Cir. Eƒƒicaciu, clt.. pa. 2 e segs.. e 11 e segs. (neste volume. ps. 2 e 18). o efeito declaratór-io se possa produzir sem a a'utorida›de'da coisa
^ V., entre todos, Cnrovzxm, Sagçi. I, p. 7!, Priucipii, ps. 109. em non. e julgada; b) nem que a elewsó se refira a_c_oisa juigad_a.' '
157. e com referência pa.rticu.lar i coisa julgada. SMIÍ. nz P- 407- '
= Por isso. nlo prevalece e objeção de que “uma eficácia da sentença como Razão sistemática apóia essas razões lógicas. Se perguntar-
declnnçeo. sem u coisa julgada, eerl ellctclo lógica. :tio eflctcto JI-l1'Ífl1G" (AU-DI-IO. mos qual é a categoria mais ampla na qual é possível e útil
op. eli., p. 39): um comendo tem valor. embora. pmn ser muddo. substituido. ou
coutrnaltodo por um comando contrtrlo. '
abranger a sentença, devemos responder que é a dos atos do
~ 'az mamçozz um na smmfzm, p. 25, (neste volume. p. Im. ncrewenw-se Estado. Não é este 0 caminho trilhado de ordinário, porque se
uunbe`.m Run, op. cit., p. U2, o qual adverte_qi.|e também no direito muçulmano
parece desconhecida e cole: Julslán- prefere, ao contrário, por uma concepção anacrõnica, comparar
a sentença aocontratofi Mas é tempo de libertar-se desta tra-
-numzàuavwlz az m rrzém-tz au oz-on, issu. n- 155. Mais çxpedlw é CHNH-"HL
Rdv. dl Dir. Proc. CIu.."1B2I$. I. p. 205 e_ cego.
pavmfivzig paguem, pelo ocnu-fu-lo, 1-tmn, Revoca degli atti mum¡ni.s:ra¡iví_ Mill-o. < Neste sentido ainda Canumuflr, op. cit., p. 206 e segs., 0 que é surpreendente.
1935,91. 71-T1; Lions, Riu. lt. dl Dir. Peuole, 193€. p. 29. note: D'0i‹o1-uo. Bill- "- poi-quo_fol ele precisamente quem advertiu da necessidade de distinguir nos atos
di Science Gíuridiche. 1935. 9. 400; O lllflbfm B1'-'fl`¡. OP- 4319-- P- sui ¢mb°" '°“1“ jurídicos o grupo dos prouímentos, contrapondo-os aos negócio: (Lezioflí, V-II. n. 881).
:\ aceder 'e opiniao comum. '
174 Euluco Touro mesma . Errcácm 2 Auronmâos mi Sflflrsuçs 115
dição cujas causas não é difícil reconhecer e decidir-se atirar pennagieçe, ao 1-eviés,*incompreensive1 ap ‹identifi_caçã_q,_51J¿sten-taaa
todas asconseqüências também sistemáticas oriundas do ponto por Csnunnurrr, dessa eficácia com a autoridadçpda coisañjugl-
firm_e.i-comtunente admitido, de que o processo é uma atividade gada, o que é evidentemente coisa bem diversa.
pública, que o Estado exerce em função da Soberania, e de que Mas outro e mais importante caráter' da eficácia deve real-
a sentença contém a manifestaçao da vontade do Estado, pro- çar-se: 8 ainda independentemente da possib_i1id_ade de que seja
ferida .por autoridade instituída precisamente com tal mister, e a sentença reformada, sua eficácia não é incondicional, visto que
não _(como acontecia em outros tempos) por força de contrato está sempre subordinada à legitirnidade da Serltšnga, tal como se
estipulado entre aspartes. Limitando, para símplifi_caç_ão, o da para os outros atos do Estado; Em outros termos, também Tíí
cotejo ao ato adn,1inistrativo,Zporque também ele, como a .sen- para a sentença se estabelece, em princípig,__o problema da sua
tença, tem conteúdo concreto (nem o resultado mudaria. se se validade, sem a qual de.§apa.rece_toda a §_ua_ef_icãcia.
tomasse em conta também o ato legislativo), verifica-se que a Éduvidoso, ou pelo menos muito raro, o caso de que possa
sentença se diferencia quanto à eficácia, por isso que_ a coisa surgir para uma lei .o problema da -sua conformidade com o
julgada, exclusivamente .própria da função jurisdicional, lhe direito, mas é certo que, se se apresentar o caso de uma lei vi-
confere uma eficácia reforçada e mais intensa do que_ a do ato ciada, podem os Órgãos instituídos para a aplicação das leis
administrativo. _ recusar-se a. reconhecer-lhe eficácia, independentemente da sua
Parece, pois, lícito propor o problema da decomposição, em ab-rogação. Muito mais evidente e mais freqüente é o problema
seus elementos constitutivos, desse conceito complexo a_ que _a lei quanto aos atos administrativos, para os quais expressamente
e a tradição chamam autoridade da coisa julgada, econsiderar, dispôs a lei que não devem ser aplicados quando forem ilegiti-
l
de conseguinte, na sentença, em primeiro lugar, a eficacia, em I
mos (art. 5.° da lei de 20 de março de 1865, anexo E), indepen-
sua figura natural, semelhante à. do ato administrativo, a res-^ dentemente da sua anulação. Deverá o mesmo principio valer
peito da qual a. coisa julgada própria e verdadeira não é senão para a sentença: também esta só é eficaz quando se conformar
um particular e possível, mas não necessário, modo de ser. Este I
com as leis - esta condição é para a sentença muito mais im-
atributo qualifica a eficácia de modo tão característico que pa- periosa do que para os outros atos do Estado, quando o juiz está,
rece quase prevalecer sobre elare absorve-la. Seria erro lógico muito mais do que quaisquer outros órgãos públicos, vinculado
evidente, porém,*tro'car o sujeito com seu predicado e ver a es- em sua atividade a. determinados pressupostos estabelecidos pela
sência do institutonaquilo que é somente uma qualidade sua. lei, visto como, a bem dizer, é menor o seu poder discricionário.
Insulado assim oconceito da eficácia natural da sentença, Entreps viciosgde ilegitimidade da sentença, olnais impor-
dai decorre, em primeiro lugar, confirmado o acerto da distinção, tant_e,_pelo menos para oque aqui nos intere_ssa, é a sua possivel
defendida' por Csnuarurrr, entre imperatividade e imutabilidade injus_tiça,_que diz respeito à sentença em seu,,conteúd_o_ _çle_j1._rlgaz
da sentença; assim cómo pode ser eficaz um ato administrativo, J r_I_1_‹¿nto Ye pode resultarççtanto de_e;ro de direito como de er_r_o_d_e
embora não seja nem definitivo nem irrevogavel, também pg jato do juiz. A injustiça,da;se_nteuçg._oonsiste,_ern geral, na falta
asentença ser eficaz, ainda queinão se tenlia tornado, imutágv_el,_ d¿:_eorrespondencia da decisãoicom a efeti_va_vontade concreta
com 'appaissagem emJulgado, embora esteja ainda sujeita a ser clo__E_stado para o caso decidido. Qualquer juiz, perante o qual se
substituída por outra sentença_,__por parte defum juiz superior. quer valer um efeito da decisão, poderá apreciar a justiça da
1|
-...lšntendefse que permanece não prejudicada a questão ulterlor da possibilidade
' Olr.. para 0 que segue. E/llcacta cd flutoritd, cit., p. 3 e segs. e E 11' (neste
_s da oportunidade de construir a categoria unitária. do ato juridico, a qual pressupõe
volume, ps. 5 e 132 e segs), com coplosas indicações bibliográficas.
Í
evidentemente clareza e ordem de conceitos nas clasaificaçóes lntermédias.
l'z'6 Exsrco Tutuo Lrrnsrm EFICÁCIA 1: Avroarruna na sem-r:uç,‹_ 177
sentença e recusar-se a reconhecer-lhe a eficácia, se o resultado Assim se dá, porém, por demonstrado o que estava por demons-
do reexame vem a ser negativo. Todavia, quem pretender valer-se trar e que, entretanto, as precedentes considerações demonstram
da eficácia da sentença em favor próprio, não tem necessidade ser errado, porque exatamente verdadeiro é o contrário: não é
de demonstrar, de cada vez, a justiça da sentença, visto que mi- absolutamente impossivel que uma sentença produza eficácia de
lita em seu favor -- por igual, imanente em todos os outros atos decl_aração_, juridicamente obrigatória, embora possa, em deter-
do Estado -_ o principio da conformidade normal com o direito minados casos e em determinadas condições, ser reformada ou
(a chamada presunção de legitimidade dos atos do Estado); e contraditada por outra sentença.
vice-versa, quem for por ela prejudicado pode demonstrar a in- Nada há nisto de singular, visto que -no direito é antes fre-
justiça da sentença e assim repelir o prejuizo que para ele de- qüente a figura de um ato eficaz, eventualmente sujeito a ceder
correria. Observou-se ” que as sentenças deveriam ter (diferen- ou a pôr-se em conflito com um ato contrário. i _
temente dos atos administrativos) mais de uma presunção sim- Assim, a legitimidade da distinção entre .eficacia da sentença
ples de legitimidade, porque contêm uma declaração, e não só e auto_r_idade_da çoisaq'ulgada_rn_e¿›_arece_d§monstrada indiscu-
nos motivos, mas também na destinação precipua do ato; mas, 'tiv_elmente._Resta,__p_orém, a considerar a sua_oportm_iidade¬e uti-
expressando-se desse modo, não se considerou que é o funda- lidade¿_pode-sepperguntar: «há,pna verdpazdekcasos em que _8Xi§te
mento dessa mesma declaração que pode ser contestado e dai a eficácia, mas não autoridade? Afirmativa devegser a resposta,
conformidade" com a situação jurídica concreta efetivamente porque a_eficacia da scntença não sofre os limites deistempo e_de
existente. . eštensão subjetivahpróprios da autoridaldeda coi_@_julggia.
A combinaçag, desses varios principios ter_n_ como conse- Comecemos pela primeira questão: Ê a sentença eficazpainda
qüência apossibilidade da prolagão de sentermas contraditórias. antes de adquirir a autoridade dafcoisa julgada. Surge aqui
A evita-la, provê o instituto da coisa julgada, que torna a sen- espontânea a observação de que é estranha a oposição de- CARNE-
tençap(se__§or lícita a pa¿áfrase) legibys solyta, no_s_e_nl;ido_de,_q_ue Lurrr a tesesustentada acima, porquanto sempre afirmou ele
coloca sua eficácia
: além fe a seguro_ de f¬t_
toda apreciação
7 de seu que a eficácia da sentença é anterior à. passagem em julgado.
í_undë.II.l.entq, tan.t_0_p1gr_part_e do;juiz de recurso (coisaëjulgada Ora, isto é`possive1 sob condição de que essa eficacia, essencial-
formal)Lç_omo gr parte de outro juiz em .e1l:I_1s*»1lal_e .n.o.v0_pro- mente provisória e revogável, não seja a autoridade da coisa
cess_o¬_(coisai_j ulgada_substancial)_;¿mas a exist§n_cia._ desse insti- julgada, que, como as próprias palavras estão dizendo, não pode
tuto no_,di_x;eito p_gs_itivo é j_u_sta_1_nente, a prova mais segura da formar-se de outro modo senão com a passagem em julgado da
poèsgbilidadeulgggaz daf_co_ntradicão__das sentençase da sua pos- sentença. Deixemos, porém, 0 argumento ad hominem e enfren-
sibilidade pratica nos casos - se os há;- em_quç_a coisa julgada temos a questão. É ela de estrito direito positivo “ e não se re-
não tem aplicação. solve em abstrato, mas com a aplicação das normas que disci-
Depois desses esclarecimentos, não é dificil provar que as plinam os vários recursos.
objeções opostas a esta concepção da eficácia da sentença se re- O fato de ter colocado a .declaração no mesmo plano dos
solvem num circulo vicioso: negam elas essencialmente que a outros efeitos da sentença permite, a este-propósito, tomar em
sentença possa ter eficácia de declaração sem a coisa julgada. '° conta um argumento que não foi até agora considerado e que,
,mí
a meu ver, pode ser decisivo. A -lei italiana, quando dispõe sobre
' Au.os¡o, op. cit., ps. 39 e 313, em nota.
" Assim, com fórmulas diversas, mas equivalentes, Sana, op. cit., p. 365; " Concordo. neste ponto (Elƒíazcta ed autorítd, cit., p. 26, nota 6) (neste volume,
Attonxo, op. cit., p. 39; Ca1s1oro:.r:‹r, 'op. cit., D. 299. p. 39). com Cnrsrorotmr, op. cit., p. 302. -
'I
il Errciicu E Arrronrmiorz na Ssnri-:uçn 179
178 Emuco Tuuno Lrssmm
só quando já se nãoçpode propor tampouco o recurso de cassação
a eficácia das sentenças, fala sempre da executória (por exem- i| g_§..aç§o_Íde I'eVQgaçã0 -IIS. _4 3 5 ('10 3.I`l'.._4942 13. SOUIBIÊÊÇ CJÂILÃD
plo, arts. 24, parte segunda, 379 e 941 do Cód. de Proc. Civil se torna a sentençadefinitiva e asimples eficácia se .transforma
italiano, art. 6z°,'decreto de 24 de j-uihode 1922, sobre o proce- .em -a_uLo_rid_ade da coisa julgada; só quand9_ela_ passar em jgl-
dimento monit‹Í›rio),~e, todavia, não se duvida de que tenha gado,_segun_do dispoe explicitamente ,_a___leL_U..n_1_a sentença que a
querido assim- referir-se de modo cabal' a toda forma de eficácia cozmjaçqíga _c_ornepe_u_r;_1 “excesspçde poder”, e e_s_t_a_p9r isso su-
das sentenças. Entre os efeitos que a sentença produz, o execu- jeita a recurso`_extraor_dinár_io (arts. 494, n. 5, e 517, n. 8, do Cód.
-tório é, sem dúvida, o mais importante, pelo menos do ponto de -de Proc. Civil italiano). .
vista .prático e consideradas as conseqüências; e não se~=deve Assim, entre a opiniao mais severa dos que negam todo o
duvidar de que a.aná;l-ise e a distinção dos vários efeitos das efeito de declaração à sentença, até que -tenha passado em jul-
sentenças são obra da doutrina mais recente, sendo, pelo con- gado, e a outra, excessivamente ampla, que admite a coisa jul-
trário, desconhecida ao tempo da .redação do Código italiano. gada também-na sentença ainda recorrivel, o direito positivo dá.
Parece, pois, lícito sustentar que apaiavra do Código deve ser sólida base à -opinião intermediária, que reconhece à. sentença
interpretada com certa latitude e de qualquer modo permite a
não mais sujeita aos recursos ordinários sua normal eficácia na-
,. analogia aplicar a todos os efeitos das sentenças as normas que
;I
iili tural,_" que vincula também o juiz de novo processo, mas pode
jà aparentemente dispõem unicamente o efeito executório. Se
ll ser eventualmente -combatida com a demonstração da injustiça
ll isso e exato, os arts. 475, 482, 503, 514 e 520 do Cód. de Proc. Civil
italiano resolvem diretamente ou por analogia a tormentosa da sentença (excluída sempre a hipótese .da litispendência). Os
inconvenientes práticos da solução aqui apontada são, incompa-
‹ questão da-eficácia da sentença sujeita a recurso. Produz-scessa
eficácia para todos os efeitos (e não só para o ëxecutório) , quan- ravelmente, menos graves que os das outras alternativas pos-
do se precludem os recursos ordinários, embora possam__ainda síveis. _
interpor-se os extraordinários.” Segura confirmação desse re- II
sultado se tira do art. 561 do Cód_.¿1e Proc. Civi_l__i_¿taliano, por
força fdo qual não é ea sentença emtpçdos os casos exeqüivel por gsegimda das questões propostas resolve-se -com a af_irma-
terceiro ou contra ele enquant_o_não estejañmipreclusos os. re- ção de que a efiçáçia da sentença :vale perante todos, lirr¿it§,_Li_ë?-,
cursos-ordinários, para certos efeitos que, nos exemplos dados ao .objetosobre que mtewgio a dç_c;i_sa_?__o- Entende-se que a pro-
pela disposição citada, nada têm a ver com a. execução forçada posição se refere ao conceito de eficácia, há. pouco determinado,
(revogação deseqüestro, cancelamento de inscrição hipotecária). que faz dela Lun instituto bem diverso da coisa julgada. Não há
Por que então, afinal, uma sentença adequada à execução não o necessidade de repetir a demonstração, porque -a que foi dada, *5
11'!:~A__A___4
__
- 4.;-¬f_~;.¡;
deveria ser para. declarar ou modificar uma relação juridica? com fundamento na natureza publicística do processo, com in-
1
Mas, trata-se sempre da_¿_e_fiçáçia__n_atural da sentença, não da vocação das razões substanciais e das normas de lei que justifi-
coisa julgada que s_e_form_a Lc_on_soan‹te o_ensin_a.~_me_nto comum) cam o resultado alcançado, nao- encontrou graves oposiçoes. Nao
I
-se podem, de fato, considerar tais as observações vivas e algum
í.í_..__ '
1* Ver-me-in, assim. ainda concorde com Cmsronoum. ioc. cit., se nao idenrliicassc
ele. Bo que parece. a eflcàcla. da sentença .com n coisa.Julgada. Seu pensamento _." U..-entre outros, Cruovnnm, Principii, p. 348. ~
permanece neste lanço muito obscuro. Tiro dai (p. 304, nom 4) n indicação do caso I- Entende-se que n lei pode subordinar determinados efeitos is passagem em
do decreto de injunção não oposto no prazo. ao qual compete a eficácia do declaração. julgado.
mas não coisa julgada, dada a possibilidade da opoaiçlo tardia- (art. il do decreto '= Eflicacía cd ouro:-irá, cit., p. 95 c segs. (neste volume, p. l2l 2 N85-L
real de 24 de julho de 1922).
861' - 13
Í_ 1
180 Emuco Tamo Lrsawm Er¡cÁcm L Aurosrunna DA SENTENÇA 131
l
tanto paradoxais de Ca1u‹r¿L_y;;r_I _(op. cit., p. 208 e segs.), que |›t iai os estabeleceu e contanto que subsistam os fatos previstos hi-
não se deu conta da diferença que para mim existe entre eficácia tt poteticamente pela lei, e ninguém é obrigado, a suportá,¿0;, se
da sentençae autoridade da coisa julgada. Além, disso,_parece QÃO S6' jufitifífiâfem eëtfitanlente em seu.fundam_e_n_to. Por isso,
confundir o problema dos limites objetivos com o dos limites não podem eles viver separados da sentença que os produziu e
`l
I subjetivos. Segundo meu modo de entender, são os dois pnoble- que deve poder justifica-los em qualquer circunstância. Pela
mas de todo em todo distintos, e r'econlige¿1;à.,sentei1ça eficácia mesma razão, ,€_e,ilusória a opinião, largamente difundida,pq1¿e
_subjetivarnente
_ _ _ ilimitada
z f-fnão implica.
z _ de nenhum
-_j modo que não
fz, ~~ 1 -r_elaqi_cgia_a repercussão dosefeitos_,da__se_ntença corn a conexão
este;g__,ela limitada somente_§.o__o,b1eto do iuigo. Tambem um das relacões_ju1'idicas. A conexão_das_relag';'›_es_é_pma. ¢g_zg¿í,iç_ãp
comando particular e concreto pode ser declarado validamente para .que se verifiquem, não a cansa de se verificaram efeitos ,/
para todosf En-tende-se que se trata de uma eficácia geral sim- parajlqueles que não foram ,partes no juizo, porquanto a .causa
L
plesmente potencial que, de fato, se produz somente para os que .é_e¿Jerrnane_c;e a_senten¿@Te só_a_sentença,_que os produzirá
lhe podem ser os destinatários efetivos, isto é, além das partes, §QI_1_1§:‹n_-te se e en_quar_1_t¿o_a_9rdern_jurídica os tiver disposto. "
ossujeitos de relações conexas com o objeto da decisão, porque
todos os outros sao e permanecem estranhos, indiferentes. III
Sem gravidade, parece-me poder considerar também a ob-
servação de Surra, 1° para quem desse modo se inverteria a rea- Fixado o conceito da eficácia da sentença, é .fácil de-terminar
li_dade,.porque se chegaria a dizer “que a sentença age perante o da coisa julgada. Motivos conhecidos de p0lit_i5;a_l_egisla-
ãs_.'partes.porque ageperante todos, quando é outra a verdade: tivawquerem que, em certo mornento, se ponha.,_fi_m à controvér-
a sentença age perante todos porque agiu entre as partes" Com sia;.,_Atingç;s,e este_resu1tado quando se precludem os meios qe
efeito, se acerca do resultado estamos de acordo, o modo de for- recurso. Não pode, então, ser a sentença mudada._e_se ultimou 9
mula-lo tem pouca importância. Cneio, em todo o caso, que a processo: forn¿a¿se a coisa julgada formal. *§_1_VIas_ a segurança
-função do processo deve considerar-se objetivamente e não sub- do direito e,a pacificação social querem algo Jnais. _Pode a con-
jetivameríte, porquanto o processo tutela e faz atuar a vontade
do Estado e não os direitos de cada um. Por isso, se deve dizer 1* Cfr. Eƒƒlcacia ed aulorità, clt.. ps. 61 e sega. e 88 e segs. 'inerte volume, ps. 85
e 107).
que age a sentença sobre a relação, e só em função dela se to- U Uma sentença só pode ser reformada nas instâncias superiores ao Juizo em
4. ¬,_
mam em consideraçao os sujeitos. Mais precisamente, a sentenga que se prolatou. o não. ao revés. por outro qualquer juiz. o lato por força de
regula amposição das partes a respeito de determinada relação principio fundamental atinente ao ordenamento Judiciário e independente da coisa
julgada; «tanto é verdade que vale law ainda antes da formnçlo do julgado. Por leao.
juridica, emesse modo de regula-1a_va.le para todos os que .nelau nlio_ tem a coisa jul,g_ada foi-'mal necessidade de agir senao no lmblto do_r¿e.u'no
são mais ou menos diretamente, int_e_1-essados. processo. Talvez que não mudem as conseqüências, se se tranpmudarem os termo;
do problema e se conferir aos recursos a significação de urna exceção à regra do
Torna-se aidiveggênciaqrnals grave_quando acre§cen_ta_SA'r-ra imutabilidade da sentença. como faz Cum-n.o-rn (op. cit., p. 2l:l, e Leztonl, IV,
gueiperjante os terceiros age, não a sentenç_a,_mas a nlodifica- n. 394). Todavia. não tem ele razão em denunciar a esse respeito a- minha “ter-
_ção¿'__urídicaJ›roduzida pela sentenç_a,_que vive vida própria, se; ceira inverossimll fantasia" e em perguntar “quem me ensinou que 5 nocao do'
1u1gau¿›'ro'fma1 uma nmm‹1a.âomen‹.e ao interior ao processo" uoc. clt»l‹ Eis I
parada de sua fonte imediata". Não participo desse modo de resposta: ninguém iamsls ensinou coisa diversa (para não alongar a lista excessivamente,
pensar,_pois queos efeitos que uma sentença produz_n_ao sao indico unicamente as obras mala recentes: Roflmsmc, Lehrbuch, 3! ed., 1931, p. 512:
autôpornos nem_livremente__querldoS: só podemflser conforme a Gocnecnuinr, Zivilprozessfecht, 21 ed.. 1932,- p. 164; Brun-Jonas, Kommentar, lã' EG..
1933. §__3I2, p. 1; Cmovmnn, lstltuziofll, 2! ed., N35, I, p. 311 Und., p. 616);
.-__.-im
Bnn, op. cit., p. 579). Pode CA|m:r.vjrn ser de opinião diferente. mou. como se ve.
” Op. cit., p. 367. _ estou em boa companhia.
i
l
i
'trovérsia -renascernpor_qoaS_iã0_d§_n9X0mr_09§SS9.sobre_.n.me9mo tratado; contudo, íazelo, tampouco, seria útil ao escopo presente
objeto ou sobre um_objeto_conexo,_e¿)oderia o juiz_co_nv,enc_er-se.. porque a definição, há pouco exposta da coisa julgada, demons-
de que foi__i.njusta_a precedente_de_c§_ä_o. Embora se tenha tor- tra a. sua absoluta independência do problema das finalidades
nado imutável a sentença, sabemos que a sua eficácia, apesar de e da função do processo. De fato, quaisquerjque sejam e de
ser vinculante, não poderia impedir que se julgasse de modo gualquerjnodo que se definam os efeitos da sentença, limita-se
I,
contrário, caso fosse ministrada a demonstração de que a pre- a autoridade da coisa julga_._d,a_¿ tomá-105 i¡¡¿q¿;¿¡'9¿¢iS_
cedente sentença julgou injustamente. Para evitar uma decisão Observou-se, contudo, 1° que a essa definição contradiria a
›
contrária, deve a coisa jigada assegurar não mais e não so- circunstância inegável de que uma relação juridica que foi ob-
mente pra sentença, mas ainda o_efeito que ela pro_duziu,_is_to_é_, jeto da sentença pode ser sucessivamente modificada pelas par-
a declaração_on a _m_ud_a-nça da_r_elacg,o jurídica deduzida gem tes. A objeção, porém, não me parece fundada, porquanto con-
m; com esta sua função, a coisa julgada torna impossível ou funde o objeto como resultado do processo: 0 que a coisa julgada
inoperante a demonstração da injustiça dasentença, a saber, torna imutável _e o efeito da sentença, isto_é, a deçlargrção o_u_a
torna incondicionada a sua eficácia, e garante assim a seguran- mudança, nãogagfelacão j1¿ri_dica_ern que incide oefeit-J, relação
ça, a permanência e a imutabilída-de dos efeitos produzidos. Eštg. sobre a qual conservam aspartes plena e íntegraa sua liberdade
é a coisajulgada substancial ou autoridade da coisa julgada que €i§._d;§,m?›_SÀg_ã_9. Se uma sentença declara Ticio devedor de Caio,
não é,_corno se_v_ê, um efeito autônomo da senÍz_Bnça,_por1:Êm_\m1a pode este, todavia, fazer a remissão do débito; qual é aqui o
qualidade,_u¿n atributo da eficáciazquea sentença naturalweíne- papel da coisa julgada? A declaração do débito permanece in-
cessariame-nte produz; o meio por que a ordem juridica tende, variável e não poderá Ticio negar ter sido devedor antes que o
não tanto a resolver, como a superar e eliminar o problema da liberasse a. generosidade de Caio. Tampouco e_ relevante a. dis-
validade da sentença, tornando a -sual eficácia indiferente a tinçao feita com esse fim entre a possibilidade de mudança por
qualquer indagação sobre a sua conformidade com o direito. obra das partes e do juiz. Também este poderá declarar diversa-
Único é,,_pois, o conceito dañcoisa julgada, embora'__se`Ei mente a relação, se tiver esta sofrido modificações posteriores à
dúplice a sua função: de uni lado, torna imutável' 9 ato da precedente sentença; as duas decisões não se confundiriam, re-
sentença, posta ao abrigo dos recursos ,então definitivamente ferindo-se a momentos diversos da vida da mesma relação. Q
preclusos ;_por outro, torna irnutáveis os efeitonproduzidos pela que a coisa julgada torna imutável é 0 efeito produzido pela
sentença,__por_que os consolida e' os assegura do perigo de uma sentença, no sentido ¿:le__que já não poderá ser substituido por
_,A._?.':$er:l$,.- decisão contraditória. É verdade que razões históricas e psicoló- um Efeito diverso, comjnndamento em pova e divergente apre-
gicas, já muitas vezes explanadas, identificaram a coisa julgada Í
ciaçao do caso co_ncreto.
I
com a eficácia definitiva da declaração da sentença, mas as pa- ' Respeito elementar para com os direitos dos terceirosjimita,
lavras e a terminologia não podem representar um obstáculo à não ob§§8_n.te_. a ,coisa julgada somen1:_e_àS partes do pro_c_es_so.
clarificação dos conceitos, nem impedir o reconhecer que a_ coisa Sobre o tema, nada teria que acrescentar ao que já disse, 2° se
julgada não é um efeito em si mesmo, mas uma qualidade dos o princípio dos limites subjetivos não tivesse sofrido, entremen-
efeitos, de todos os efeitos da sentença, quer declaratórios, cons-
titutivos ou executórios. _ Q 1' 811114, op, clt..”p. 364; Auoiuo. op. cit., p. 40.
5' Cir. .Elƒicacia ed autorità, cit., p. 55 e segs. (neste volume. p. B0 c segs). Neste
Em que consistem esses efeitos, é tema que não se poderia ponto parecem concorde: Bnfm, op. clt.. p. 365: D'Ononuo, Ioc. cit.: Ammrou, em
estudar neste momento, sem transformar este artigo em. um sn-.` 1:. ai seienzz Gfurunzhz, 1935. p. 291, nom.
5
_ Eficácia E Awmainsne os Srznrrnçi 135
184 Ermrco 'Pm.Lro Lrrzswui
coisa julgada da soluçao de um problema incomparavelmente
tes, enérgica critica por parte de Ar.1.oiuo, *1 que retomou e desen-i mais controvertida, como é o da definição da finalidade do pro-
volveu com todas as suas conseqüências a teoria de Cfirmsnuvrr,
cesso; e não parece, na verdade, que tenha A.LLonro trazido con-
a qual ecoava, por sua vez, como a sustentada -para_o direito tribuição efetiva para. a solução no sentido por ele desejado. 2*
germânico por Msnosrssonfl-Banrnomt. A novidade da contri-
Na realidade, deve~se porém, negar justamente que -haja o nexo
=buição de ALLoruo reside, sobretudo,.na tentativa de dar-lhe de- entre os dois problemas, como se demonstra de modo sintomá-
- . _ d . . tes b.
rnonstraçao. Afigmarele que a determinaçaoç os iimi su ;|e‹ i
tico 'pelo fato de que nem Cflrovnnrm, que considera o processo
tivos da coisa julgada depende da definiçãio da,natu1Leza_da_coisa
como uma atuação do direito, é partidário da teoria processual
julgada,_Lesta,__por.. sua_v_ez,_da definição” da -finalidade do_pr9- da' coisa julgada, nem, ao contrário, CARNELUTTI, que define o
cesso; da consideração do processo como 1_neio,para_a atuaçãp processo como' composição da lide, é partidário da teoria subs-
r_ip_,çiir_ei_to_.proviria a_,i:eoria}'processual" da' coisa_julgada; ao Liancial da coisa julgada. 25 Aliás, a divergepcia entre os dois
çpntráriokda ,visão_do4›_rp_cesSo ç9i1_19_!nl?_íQ para 8-.<1ÍiIIÍIÍ<!,Fiǧ0 modos deçdefinifo proçessoé menos profunda do que crê, Ar.Lo_1uo,
da-sJ_i_de_snde_o_orreria a teoria "substa¿n_ciai,"_da coisa julgada.” e não pode in_flui_r;_sobre o problema da coisa julgada,_porqpe
I
Açdere ãrsequnda concepçãoñe explica assim azçeficácija Zda._c0iSa -todos estão de acordo em ver ,na_,sentenç.a_a_gplica_çá_o da iei ao
julgada corno aquela .que acrescenta _à;pretensão acoliiida como caso_concreio,_emb_m:a_alguns._ao_i.nv_és_de_oJ.1tros,;v§J§.~In,nesta
fundada uma nova causa justificadora (ou a tira segunda vez apii_c_ação_somente:.o_.meioäpara__a_consecução_do_escgpp_u1te.1:ior
se for a pretensão ZrepÍeiidai_‹:omo* infundada), permanecendo, jp. da “comgição da 1idc'.'.
se vê, a decisão causa única do tratamento que_repebe a relação, e
Verdade é que, como já tive ocasião -de advertir, a doutrina
|
no caso de ser a sentença injusta. 2” ç italiana foi substancialmente sempre concorde em sustentar que
I
Com efeito, é esse resultado utilizado para resolver o pro- o direito é qual o declara a sentença, por isso que é o juiz .pre-
blema dos limites subjetivos, negando-o, como veremos. cisamente o órgão instituído para declarar de modo juridica-
Mas é oportuno determo-nos um momento nesta primeira mente eficaz quai ê o direito no caso concreto. '-`“ Explica-se,
parte da demonstração. Parece, antes de tudo, assaz duvidosa a assim, como a polêmica mal afortunada sobre a coisa julgada,
vantagem deste método de logicisrno dedutivista pelo qual se faz H É antes vcrdmdo 0 contrário, porquo ele admito quo o escopo da composição
-Q
depender a soluçao do problema controvertido da natureza da da lide oonvèm só L fuso do conhecimento (p. 19) o rompe assim a unidade do
pmcos-to. ovimlado-Q verdadeira diliciiidado do problema, que 6 s de uma definição
unitária. e porque reconhece (p. 17) que a concepção do processo. como compoaiçào
H La cosa qiudicata rispctio ci lçfzi, cit., passim. da lide. pertence ao passado o que, em seu lugar, progride a concepçiio oposta
I” Op. cit., p. 9 e segs.. e .Natura deiia'‹.-osi: giudícaia, em Rio. di Dir. Proc. "c_om passo lento mn aeifuro". .
Ciifíie, 1935. I, p. 215 e segs. =* Repele Ci-rrovzmui nitidamente a teoria processual. o corrige n inexata formu-
' H Op. cit., p. 23. Esso ,_oonc_e1'¿ç¡o - iontasin_¿_que retorn_o_d_a¬sTsomb_l{i\s dt \-\I!1§_ lação da substancial. aceitando-lhe somente os resultados prático: iFfífl€lPÍí. D. 910:
Sqgpi, I, p. 90). Quanto ii Cuzfl:i.o'rri,,i'ala ele efetivamente da eficácia material
época em flue em obscuro a;llnd_e_eni.re_o direiig _e__o_,pmçeaso f- v_gzn_de_e¿;_‹£r5r¬o
'd`&_¡enI.ença, mas em sentido bem diverso, como comando compiemntur que inte-
d_ nossa invencível repugnãncis em_ ver_rio processo uma musa de nascimento e
gra _a norma (Lezioni, IV, n. 3811; afirma, porém, resoiutnrnente que a sentença
,ex,tin_çÍã.o__dos_direito5Haiz;§Í‹1u§ unicamente fo infsioviiefisušy 'reriiizaçlio coaiirn./iú
não 'constitui o obrigação. a quai preexisie, mas lhe verifica tao-só a existencia
se vê. para o caso comum de sentença declaratória. Sonieítezdorum ponto de visto
(Lc:i01iI.- I, B. 17).
extrajuridico se pode falar da efidclu criadora. ou modiiicadon do sentença. Vale
_ Sobra este ponto, 6 3 doutrina italiana, em sua.: linhas mestres, concordo.
isto especialmente também para a sentença injusta. que. como se sabe, foi motivo Cir. minhas obaervaoüeo em Ellícacia ed ouioritd, p. 28 e segs. (neste volume. p. 4li‹
dominante de todo a discussão: mos. ou .è possivel o reexame do seu fundamento I Cmovtflm. Principii, p. 19; Cuanmn, Lezíoni, V. n. 417; Rmmrr, Gíudizio
para com isso extinguir a sua eficácia (e então a coisa julgado não existei. ou civiic can piuroiitd dl parti, p. 36 o segs., em nota. o eu mesmo, em Riu. di Dir.
então o reexame já náo é poaivei e de sentença injusto um se pode toiai' do ponto `›=f‹›¢_ crime. reza. r. pu. 212-ms. ~
de vista Juridico. i
I
136 Emuco Tuu.ro Lrflsuzm
5 š Errcãcm E Auronminc na SENTENÇA 131
que impregnou por 40 anosfsern utilidade, toda a doutrina ale-
mã, dividindo-a em dois campos inconciliáveis, tenha alcançado 1.351 do Ci1¿il_iL.aJ.ia.no. Infundada é a afirmação 2° de que
-escassa repercussão na Itália, e creio que não seria .pouco 0 me- as partes são nesse artigo indicadas 'como simples «elemento de
rito de minha monografia, se viesse ajudar a preservar-nos de identificação do objeto, pois que dispõe a lei que a autoridade
semelhante contágio com a decidida superação da antítese subs- cedo-Pfi.° da coisa julgada não se realiza, se a demanda não for entre as
tancial-processual e com a demonstração de que a coisa julgada mesmas partes, e os arts. 494, n. 5, e 517, n. 8, do Códgde Proc.
g1ãg_é um efeito,_portanto, nem substanciaipem processual, da Civil italiano repetem que ocorre violação da coisa julgada sd
sentença. '-'i ¬ e mente quando a sentença é contrária a outra precedente sen-
1 tença, pronunciada entre as mesmas partes. Se têm as palavras
Como quer que seja, que contribuição pode trazer essa- dis-
cussäo à determinação da extensão subjetiva da .coisa julgada? significação, quer isso dizer que as partes do processo em que
Nenhuma, a quem não falte a admoestação de PAULO de que se levanta a exceção de coisa julgada devem ser as mesmas do
non ez regula ius sumatur, sed ea: iure quod est regula fiat processoem que se formou a coisajuigada.
(D., 50, 17,1) _ Não é único, porém, o decisivo argumento tirado do texto
® Evidente é o erro de método de Ai.'Lo1uo, quando quer resol- da norma supracitada. Outro existe, igualmente grave: a exis-
ver o problema do_s_limites subjetivos com fundamento_no_con- tência da oposição de terceiro, desconhecida, aliás, no direito
«--».1-_v.u.-_$«.__- -›.»-›. _. _. ,
ceito da coisa julga_da,_en1 vez _de:o_fazer_com_a_a_plicação_do_art, germânica. Um dos resultados mais seguros da monografia
i Quando muito, seria legítimo o pro- fundamental de MENDELSSOHN-BARTHOLDY, tão rica de pesquisas
históricas e dogmáticas, reside na confirmação da correlação,
I cedimento lógico inverso; e do princípio dos limites subjetivos,
l tradicional na doutrina italiana, entre limites subjetivos da coisa
sancionado positivamente pela lei, se poderia, pelo contrário,
chegar à definição da coisa julgada. Em suma, ou nexo entre a julgada e .oposição de terceiro, pelo menos no sentido de que onde
É 11211-ureza,_desta ecos seus limites sub o seoutorga esta última, ai não se estende a autoridade da coisa
¬ i
_ sc existe _ se volta contra. fitifgse de A1.Loiuo. julgada.
No terreno do direito positivo, a tese de que a coisa julgada | Acrescenta_aLLon¡o que_a_sentença reggg diretamente am-
i--f-.-L-z--ié
F
vale erg_a_om1zes 2°' encontra obstáçulojntransponível no artigo
1 nas a relação decidida, corn eficácia somente ,par.a_as pa_r_te_s;
:ii ma¿s__qu_e_pod_e_, ter para os terceiros uma efiç_á_.ç_ia__refiexa._Sus-
i
I ®Obscrvo Auoaxo, todavia ip. 38). que o problema dos efeitos da sentença mio tenta ainda que, relativamente à eficácia direta, ¿ë___s_up_érfl11a:a
e por essa razão eiiminndo. E: verdade, mas já é alguma coisa, reconhecer-lhe a Inara (105 Iirrlílxë-s.,.subjejzi\tQS; com_reiaçã,onànef_i,c,aci.a re_f_ie.x;¿,__é
essência e treze-io para seu terreno verdadeiro. que é o da eficácia da sentença,
e não 0 da coisa julgada, liberando assim a discussão de elementos que lhe não f211Sa.°° A primeira degsas afirmações pode considerar-se exata,
pertencem. como, por exemplo, os limites subjetivos. E fosse este o lugar para mas_¿a__única conclusão que dela se pode tirar 3* é que aregra__dos
mais nos nprofundarmos. bem que poderiamos ter a surpresa de verificar que, com
esta simples deslocação. se dissolve a teoria. substancial como a neve ao sol. Como
limites subjetivos existe precisame_11§:__j19¿a:‹2¿íia1- a e,§i_cj§u:ia ge-
-.›:_zí:_. -
falar, de fato. a respeito da eficácia rmturfll da' sentença, de novo fundamento fiexa em rgiaçãoaos 'terceiros_e_que_esta_e¿1§_n1mm_z,__¿L3_1¿a
i subs1.iinciai'da relação declarada, quando é ainda possivel a comparação com a
situação juridica extraprocessuai, e, portanto. uma decisão contrário? E como crer,
š por outro lado. que o coisa julgada, conferindo à declaração a iinutabilidade, possa 5° ¡u.r.oiuo, op. cit., p. 52. Também C.‹nmn.orrr, no artigo bastos vezes citado
transformar-lhe e. natureza? ' p. 208. .
W Op. cit., ps. 64-65.
É I Sustentou-a na Alemanha Mcnnnâsoan-Bmruoror, Grenzen der Rcchtskrnír,
É passím. Embora o texto do lei alema seja menos explicito do que o ut. i.35i do " Cir. H minhh Eƒlícucw. eli.. p. eo (neste volume. p. ins).
Cód. Civil italiano (o § 325 do Cód. de Proc. Civil alemao se limita a dispor que
'11 sentença passada em julgado vale a favor das parte: e contre. elas". pelo que Bflrmüu Mmnfl-SSDHN-Bssrnonnv que era uma adição arbitrária dizer que "vale so
fiflfiffl 35 Pfifíffifl". OD- Gil. D. 305). 'ml opinião não teve partidários, porque contrária
B0 direito positivo.
-waupa.-«.z- u
-vn-na -.»__- . _.
Er-rcácm E Auronmans na ssn'rz1~zç,\ 139
` 133 Ermlco TULLIO LIEBMAN
nm.-¬_. plesprejuizo de fato,_po¿_e_xernplo,fos__credores. 3'-' A,tL_o_1uo, recen- Por irao. ao seu final: “espero ter compreendido mal", posso responder. tranqüilh
ilf; mudo-o. porque. na verdade. -compreendeu mel. São coisas que podem suceder a
*I Gir. Elƒicacia, cit., p. 119 e segs. (neste volume, p. 145). Deve esse ponto ter todos. quando não se lè realmente um livro.
escapndo s Cmu~u:.1.rrft, 0 que explica o que escreveu A p. 214 de seu trabalho citado.
_z.-_-za. -
190 _ Emuco Touro Lnrsmm Ericáciii E Auroriioiins mi Saureuçi, -191
outros essa extensão, fazendo, portanto, necessária uma nova Coincidem esses resultados, em suas linhas mostras, com
controvérsia, nova instrução, nova decisão sobre a. relação já uma opinião difundida na prática le, muitas vezes, consagrada
decidida e ¬- com toda a probabilidade -- bem decidida; finai- pela jurisprudência, embora mal formulada, sob o nome de efi-
mente, a maior parte costuma fazer aqui uma casuística vária e cácia probatoria ou presuntiva da sentença em relação aos ter-
incoerente, ora admitindo, ora negando a extensão, e in-correndo, ceiros. Esta coincidência foi-me censurada, 3” quiçá não sem
assim, conforme o caso, nos mesmos inconvenientes de uma ou Í sombra de snobismo; mas sem razão, porque não tive, por certo,
de outra tese extremada. Superam-se, ao contrário, as angulo- I
necessidade da ajuda dos meus contraditores para salientar o
__. i sidades dessa rígida alternativa e se resolve o problema de modo equívoco que se esconde sob aquela opinião e a incorreção teórica
| unitário, conforme tanto aos principios como à eqüidade, se se da sua formulação. “T A tentativa, ao contrário, de dar explicação
sustentar que tem .a._se_ntfll1Ç'¿ efícácífitêmbëm Pam 0 Íefceílšt. mais clara e mais sólido fundamento a uma solução que a prá-
admit-in
' ` do -se,_poré_ijn,
_, que _e_ste i'iltimo,_n¿ã_o, estando
. . sujeito à au-
. tica mostra preferir com seu senso instintivo da justiça de- cada
torida‹ie_da_coisa_julgadahpoissa, em cada vez eççquando tiver caso, é mister que, se a alguém poderá. parecer modesto, aroim,
interesse, demonstrar a irijustiça daseritença e repelir,_de 00.1158- ao revés, me parece um dos mais altos que‹a ciência pode .cum-
g que ela 1.he.zza¢er1¢1›fifífl- “* A S°1fl9ã°' prir na vida do direito. O que tem importância são propria-
atende às razões dos vários interessados e reconhece a posição mente os resultados práticos, e constituem eles a prova suprema
preeininente que, acerca de cada uma relação juridica compete de uma doutrina. A virtude dos por mim propugnados aquime
aos seus titulares, faze-ndo derivar da sentença proferida em foi confirmada precisamente nas polêmicas recentes; porquanto
relacao a eles uma eficácia também a respeito dos terceiros a. vi reconhecida não só por aqueles que os admitem, 35 .mas
mediatamente interessados; e aproveitaaipda para as re1a_ções I também por aqueles queos repelem; 3° e os próprios contradi-
I
de-pençlentesç 0 resultado do processo que antes se desenvolveu, ‹
i tores mais decididos chegaram a incidir em graves e patentes
cgrn economia deatividade_e de tempo e 00111 IT1€I10LP0ã$Íbí1iC13«dfi inconveniências, para acolher uma parte delas.
de_jn,1_gaçigs,_co.ntra¿i.it_órios;..m.as_não_sa<=rifiCe._P01' ÍSSO. ë¬D0Sí¢ä0 Aconteceu assim que Bsrrr 4° foi induzido a afirmar a pos-
do§_per_çeiros,__ aos quais reconhece remédio adequadoípaia ps sibilidade da extensão analógica da disposição do art. 1.497 do
iJpém
06
\/fo;
mzäørçgqi/
(-,__¿_¿:9
casos em gue se pretenderiam ilegitimamente pre Cód. Civil italiano, o que é, por certo, insustentável, se não se
K. L
direitos por meio ,deuma sentença prolatada sem o seuicontra¡
ditg'rio. E este, finalmente, o único modo de explicar de maneira
convincente o interesse que pode ter o terceiro à. intervenção e o
considerar a norma citada como caso de aplicação legislativa
de um princípio geral como o que eu defendo, e admitir no
terceiro, sujeito à coisa julgada, uma faculdade de crítica que
prejuizo que o legitima à oposição de terceiro. 35 é. por definição, inadmissível contra a coisa julgada.
A evideuic necessidade de que o terceiro tenha interesso em impugnar a sen- N Safra, op. cit., p. 368; Bzrrr, op. cit., p. 623. em nota.
tença, do maneiro que não surja 0 problema quando a sentença for Iavordvel no “F Cfr. Eƒƒícacia ed auiorird, cit., p. 117 e seg. (oeste volume, p. 143).
i terceiro, mostra. 0 equívoco em que caiu Sana, op. cit., p. 367. quando me atribui 'I N. Lzvr, La parte ciuile nel processo pen-ale. 2! ed., Pádua, 1936, p. 590;
n tese de que o sentença que absolve o devedor principal não libera necersoi-im Vrrcnso, L'as:ícurazi`one della responsabilitá civile, Milão, 1936, p. 184.
mente também o fiador. O que escrevia eu à p. 80 da E/ƒicnciu ed nutoriui, ‹:ir_ H Antonio, op. cit., p. 38.
(acima, p. 101), tinha 0 escopo único de demonstrar a coiilradiçdo da doutrina do- 4° Op. Ioc., último cit.
minante trealçada também por A.i.l.oflxo, op. cit., p. 72), não superada, por certo,
pelas observações de Brrn, Diritto Processual Civita, p. 613, nota, sendo que o uíiimo, porém, ser um argumento contra a teoria aqui proposta (v. Au..onio, p. 316, nota)
também nas observações A p. 619. nota, mostra não me haver compreendido. o haver oluntado a ele um grupo inteiro de casos, muito mais convlncentes," por
H A oposiçlo de terceiro titular de direito absoluto ICPYCSGDÍÂVB 0 "CSSO BIRD* sinal, do terceiros legittniados à oposição, sem por isso alterar em' nada es; linhas
digmático", da doutrina comum, porque ela nao podia imaginar outros. Não pode, tradicionais do instituto.
192 Emuco Tmimo Lmamàn `NUrAS
_ ., . _ . 1
'E nÊ*° mmt° dlfersamenm ›°31t'°1fga' ÊÊRNELUTTI a° tercelmíi i .AINDA soam: A 'SENTENÇA E A corsa JULGADA
apposlçao (de terceiro) .czçntrana coisajiilgada 1feƒle:na._ Todavia, *Ada Beuegrim pcfimvm
não me parece tecnicamente corretg admitir umaificácia ate-
,nucdoie prog›i§ó1~ia da coisa julgada qpuerëz-Y quando existe -- O ensaio cuida de responder a críticas levantadas por Cm-
z¡,eg_e_ssa_1;'_iamen.te4)lena e definitiva; é, além disso,_contrá.rio à N-su-rr'r1, Sévr-rA, ~ALLomo e Cflrsrorormr à. doutrina sobre a coisa
essência ,ep__¿ã¿_zhi_s_tlc'›ria da opos-iç_ã;c¿de terceiro_faaêfla__um;r_eIIlédío julgada lançada por LJEBMAN. E por tratar-se de síntese das
necessário e_não faculgfltiyo; e _é4ienfun,_p_raL1ç_an1enteJns11ficien- principais conclusões do autor, fundamentadas em argumentos
rea-tute1a.oç9nçâ‹iis1a w 1>er‹=¢i59._99enfi°l91=°11Si1wgein à única .j_á analisados nas notas anteriores, quanto à. sua correspondência
,viajgprigatórlagda oposiç§o,_em forrna de ação independente. ao direito brasileino tomamos a liberdade de .remeter o leitor
` coerente é ALLoruo que, tendo s1.1_steritad_o_a_eíicá.cia àquelas notas; ubicadas após .cada capítulo da monografia pro-
,reflexa da coisa julgada para os pterceirqs, repele toda atenuação -priamente dita. p
_e reconhece que _9sW§e_rgeiros titulares de relações «dependentes
| 4 -E. -».›i-.r:_ ¡.¬-“gi4_~¡,¬;_ não podem, ta.mp01lÇQ,_pI'opor a oposieãoido art. -510. *2 Assim,
Il
il enquanto mais uma vez viola a leinque confere a oposição aos
terceiros “prejudicados em seus direitos", chega. por fim a re-
w›
sultados de tal modo iníquos que ele mesmo não hesita em qua-
lifica-Ios de repugnantes. 43 O jurista deveria curvar-se, se a ini-
qüidade fosse estabelecida pela lei; não, porém, quando: como
neste caso, ela é sustentada. em homenagem a uma suposta
lógica, que é tão-somente o fruto .da interpretação errônea da lei.
--J.
-w-n-
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Erlciicrzi E Auronloânr n.\ SENTENÇA 195
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A COISA JULGÀDA NAS QUESTÕES DE ESTADO'
2. Por outro lado, penso que essa doutrina ganharia em
precisão e segurança se se enquadrasse nos principios gerais que
regem os linlitesg subjetivos da coisa julgada, edesta coordenação
&Dl ¢.uJb_a.rgg_, como se_`sab_e,__es.se. princípio não.. es_go_ta Q 1 Jonit, Manual de procedimientos, 2! ed., t. 30. ps. 325 e 321; Diiizixns GU!-MURO.
nota em J. A., t. 45, p. 535; L¿ró\r¡.|.|:, Derecho de família, p. 339; Màcxmno, Comen-
_prob_lema da situação dm; terceiros em face da_._§en_t_en_ça;e de seus tário al 'Código Ciuilnrgefltino, t. I. p. 253. _ _
efeitos. Existem vários casos particulares, nos quais sua apli- V., ainda, a notável observação de Humour ao art. 45 do anteprojeto ao Cód. Civil
caçao rigida leva a resultados inaceitáveis, seja por causa da (ed. Anzurno, t. 50. p. 51 e sega).
No mesmo sentido: 2' Cám. Civil da. Capital, 31 de maio de 1933: J. A.. t. 42,
natureza especial da relação juridica objeto do litígio, seja por p. 214; 21 Cám. Civil, 'I' de Julho de 1937, na revista. La Ley, t. Gv, p. 515; l'.- Cam.
causa das interferencias existentes entre essas e outras relações Civil. 23 de março de 1920. J. A., t. dv, p. 120. Contra: lv Cam. Civil. 20 de
março de 1929. J. A., t. 29. p. I31; 11 Cam. Civil, 20 de outubro de 1926. J. A., t. 22,
iuridicas. Uni desses casos é o das sentenças .relativas ao estado p. 881; 2! Càm. -Civil, G. de F., t. 128, p. 73.
-;Í,¡, °."Z'.'.“L
das pessoas. ' 1 Alguns autores franceses fazem distinção entre sentenças declarativas e cons-
ill titutivos, e acham que só estas últimas tem eficácia erga omnes: assim, por exem-
âi Ainda para esta hipótese, a opinião dominante da doutrina plo, Mnum ¡Rép., Questions d'etctl: Auenv-Ràurr-Ban-nu, Se ed., t. 9°. § 544 bis:
Jossurumn, Cours, 21 ed.. t. 1, |.'i':*..l;ÍIl5; Mózmvn, Rev. Trimesgrielfe de Droit Civil,
e da iurisprudencia argenti_nas__é__a consagrada nos principais 1929, p. 45; Pumxoi.-Rrrrs-r, Traitt élémentaire, t. I, n. 490 c segs. Outros não
;. _P€*Lͧ€5 €U1`0.P€U.$I__.flQ1lma que a sentença que decideiguestäo de
fazem distinção, e admitem que todas as sentenças nas questões de estado tem
eficácia a respeito de todos: assim, Goi.m-Gsrmmr, Cours élémentaire, t. I.
l.. cstado vale erga omnes. Seria redundante repetir aqui os argu- ii. 342; Szwnirrn, nota em D. P.. 1925, n. 1.201; PL^NioL-Rivnm-Smm-rrari, Traité pratique,
lili 1.. I, n. 40 e segs.
mentos decisivos que JOFRÉ e, ultimamente, Diaz na Guraâruio Hd- uma resenha completa da doutrina e da Jurisprudência francesas sobre o
1
expuseram com muita clareza em favor desta conclusão: 'são nssunto. em Dumrmrsco, L'auton't¿ de la chose juøéc ct ses aplicafions en mutière
d'c`mI des persounes, Paris. l935-
if argumentos obtidos nas fontes do antigo direito espanhol, que
= No direito alemão. a eficácia dos sentenças em matéria de matrimônio, Iiliação.
pƒitrlo poder, etc., o respeito de todos está expressamente estabelecida por dispo-
Í›
,›
.à sições especfals da ZPO (§§ 629, 643 e 97G\. A doutrina enumerou flirflplfi'-S-mfillf-B
' ñflíäo publicado na revista La Ley, t.. 16. Buenos Aires, 1939, secção doutriliària. esses casos viii-e as exceções À regra da não oponibilidade da coisa julgada aos
¡'- '¡9- ° '13 RW- F°"~'f|-if. VOL 32. ll- 272. na tradução do Dr. LUI: Antônio oz Annmior, terceiros: cfr. Rostnsaac, Lenrbuch das Deutschcn Zíviiprozessrechfs. 3* Bd-. D» 533;
que aqui se reproduz. z Gotuscnuwr, Ziuilproecssrecht, 21 ed., p. 211. -
857 - 1-1
198 Ennrco TUx.r.ro Llmwm Encácui E Arrronrnsni: no Smrrsuçs' 19'?
e o próprio Diaz nr: Guumno em a nota referida. A Eição da e a extinção de uma relação jurídica se produzam ipso iure, pela
djoutrina dorninante,_pa.re_ce_-_me__ pogco satisfatória e constitui verificação de determinadas circunstâncias de fato, e outras
guiçá o _yerdadeiro_,motiIo da in_qerteza_que .aínda_s_ubs_is_te na vezes quer que oq efeito só se produza. se o interessado o reclama
rnat,éria,_p_orcuie as exceçõesaaçoapaincipios_semprefestão_s11igtas c o juiz, se concorrem os extremos, o dispõe. Por isso, a escolha
à discussão e deixam aperta aberta à dúv,ida,¿r,iasmo quando entre um e outro regime da relação juridica depende em última
sejam justas e opprttuias como solução_¿z1;á.tíc.a_do4›roblema análise da importância que o legislador atribui aos fatos parti-
concreto. l culares: alguns agem diretamente ipso iure; outros, indireta-
1 Além disso, considera-se que o desvio indicado vale somente mente ope iudicis. Para compreende-lo, basta pensar nas causas
para' as sentenças constitutivas, ao passo que parece muito mais de nulidade do casamento: as absolutas serão simplesmente
ii,. duvidosa para as sentenças simplesmente declaratórias. * Porém declaradas pelo juiz (sentença declarativa), ao passo que as re-
'T¶
r109€*
-v\ r'\‹ _-I‹€- n_-¢ - .-“¬-
i* esta distinção é inaceitável. A autoridade da coisa julgada rege lativas lhe permitirão anular o casamento (sentença constituti- ‹
e protege todas as sentenças igualmente, sejam elas declarató- va) . Como se poderia -explicar que as duas sentenças tivessem
rias ou constitutivas. 5 Não se pode admitirque uma pessoa, a diversos limites subjetivos de eficácia?
respeito da qual se produz o efeito constitutivo da sentença, não Em conseqüência, o problema se amplia e sua solução re-
deva reconhecer também como eficaz a declaração de direito que sultará muito mais satisfatória se se puder demonstrar que con-
‹
na 'mesma sentença justifica e legitima a mudança que o juiz siste, não já em desvio dos principios gerais, mas sim, pelo con-
._ ¬._ .:`'-Â;-._. ú-Ê.
introduz na relação juridica controvertida. O pronunciamento trário, em aplicação deles, entendidos com exatidão.
çdec,la.ra_tiv_o_ e o conseqüente pronunciame-nt_q_ççonstituiivo de uma
3, zf‹,__doutrina__francesa pão §al›_e__explicar os casos nos quais
sentença estã_‹›_est1'itamen.te.ugadosentre si,_porque o primeiro
justifica o segundo e este não pode subsistir sem o apoio daquele: uma senteçnçça também vale para os ter¿çe_i_1;J_s ou p_ara_algun_§_
ambos têm eflcácia_nos__nl_e_s;_n_o_s limites e em.rel s terceiros, senao recorrando _a ficçao, de uma _rep1'esentaç_ão,_qne_
Ertes. Porém, se as__sim.é,_ tampouco -se pode pensar que a sen- naíreaiidade não existe, adrniitindo além disso uma série de ex-
-=1»-
-v.wi-gfI.,-na.: «A-.» u-v.
tença tenha força diversa qaando seu conteúdo ez efeito sãoane- ceções à ,regra da relatividade__d_a coisa julgada, estabelecidas
ramente declarativos. A verdade _é que a diferença entre as sen- caso a ca§o_,_quan_do,n_ã.o era possivel solução diferente. Este é
um procedimento eminentemente empírico, desprovido de pre-
_ _,__ tenças declarativas e constitutivas não é tão profunda comoz
'*EIII
cisão cientifica, e apresenta, entre outros, o inconveniente de
consid_eÍa;por exemplo, quem afirma que eata última .contém 'G_\-'5 -Â
contra-ditores legítimos, a coisafljulgada se produz entre a_s_partes, .exista incompatibilidade jurídica entre a.sua,posição e a decla-
enquanto ta1La. respeito de todosi. T . rada-pela sentença, não é verdadeiro prej,uí,zg,_e o terceiro deve
É singular a sorte que devia.corresponder a essa frase de s '- lo. Assim, .por exemplo, a sentença que declara, entre A
-ofre
Wacn, porque, depois de haver sido acol-hidano primeiro mo- e B, que uma coisa é propriedade. de A não pode impedir' ~a C,--
mento por alguns poucos au~tores,'=* logo foi unanimemente re- terceiro, de sustentar, ao contrário, que a coisa é sua; porém D,
pudiada por toda a doutrina. e jurisprudência germânicas, por- outro -terceiro, -credor de B,.se bem que prejudicado pela sentença,
quanto çoptradiziaiclaramente; regra doselimites_su,bj_e_t,iy_os_da que diminui o patrimônio de seu- devedor, devereconhecê-la e
coisa julgggi, consagrada no § 325 da- Ordenação Processual não pode evitar esse dano, porque a propriedade de A e _o crédito
Civil." -E, de fato, .ton1a_‹_:la_assim isoladamen-te,_a opinião de de 41) são plenamente compatíveis- entre si. 1' f. -
Wâcu era, dúvida errônea. Todos os autores posteriores seguiram Cmovsunà neste ca- OiUv-›a-n'-cnv*
l
i
copque o tereeirg,_possa_sof_1'er p_o_r_e_feito da sentença, sem z que fetos jurídicos em face de tercciros", encontra-se em Gesammeite Au/satze, 1882.
›
......__._í_í
p. U5 B segs.
z H Op. e loc. clts.
| 1' Wncu, Zur Lchre von der Rechtskraƒt, 1899, p. 78.
H' Deve-se fazer menção à parte de CAmu:Lu-rn: aceitou a. teoria dos efeitos re-
' Especialmente. Mmnussouu-Baarxotov, Grenzen -der flechtskraƒí. 1900.11!!-Ssím.
li }I o p. 509. , _ . _
flexos _ da coisa zjnišsda Ém sua expressão mais ampla*. sem asíl_lrr1i_‹açõcs estabe'cci-
.
.das pelos autores ucfrña '‹'r'eÍeriÉ'oí*é”fch'€áõír*Á tíflrmar, em suma, a opouffiffiíiaãe
Ii " Hz:u.w¡c, System des d. Zivilprozessrechts, IBI2, t. I, p. 802: Roszussec, op. cit., oiço omnes da sentença em todosíñšíííašos"'{§Í¶'ãí7!í"2|írítíúlíñaãššuíile, IÍÍÉÉÉÍ'
D- 532. e antes de todos. Plscxitn. Jherínga Jahrbucher, t.. 40, 1899, p. 151. p. 431 e šzšf*í¢z¡‹›]í"Í:TãRÉÍifieeâzzzúrz, Iv, n. sm; sízwrzzz az: .oirmo rm-
.
l *-
1°
Príucípii di dirilto processuaíe eiutle, 31* ed., p. 921; Isiítuzioni, If p. 377.
Cir. Rsuiturl. Giudízío ciulle con. pluralitd di parti, 1911, p. 142, e Proƒili pratici
eessimle Civile, I, 1936, p. 291. De acordo; Aruonlo, La cosa giudícata rtrpctto aí
terzi, 1935, p. 43). Contra: Lnzaxum. op. clt., p. 86 e segs. (neste volume, p. 106).
rá
del dírílfo proccssuale cívile, 2» ed.. 1939. p. 118; Szcru, hitcrvenlo m:lesíuo,_ 1919,
p. 113; Bin-n, Trattato dei iímiti sogocttíví della cosa. giudícata, lQ2l,`passim, e em Studi Senesi, 1922-1925, p. 251 dl Sepflffllfl. Corte da Cass. de 12 de maI'Ç° de 1937.
Dirítlo processuule ciulle ílattono, 1936, p. 603; RASELLI, ll conceito di situa, etc.. Massimcrío Foro Italiano, 1937, p. 161.
200 Ezuuco Turno mesma Errcilcul E Auronmms na siznnzuçzl 201
A aplicação desses conceitos às questões de estado- é muito "n_atura1", obrigatória¿e_ imperativa,íque deriva sirnplesmente-de
simples e plenamente satisfatória: 'jA sentença que se pronun- sua natureza de flw de flU°°!í<1§<1¢z..9€.§§9.£10 Eëfiadflz .fnëëâqflze
ito§_do estado_j_u_rídico questionado, quer dizer, está,_destinada ga desaparecenqugandoçse_demç¿nstra que asen-
eptre os 'legítiznosg contradítores (por exemplo, entre pai e filho, tença é injusta: a coisa julgada reforça essa eficácia porque
a_§enten‹,-La de qualidade de filho; entre cônjuge_s,_ a sentença toma impossível ou inoperante a demonstração da injustiça da
“sobre a existência do casamento)_, faz com que todos devam re- ‹
sentença; ¿f\ eficácia natural da sentençgam_atua_ com relação ea
ponhecer eo estado. de filho, o matrimônio,_ etc.,_declarados'_gg,_ t0d0S;_P9Iz9141>P°_1ad°z_?~_¢°Í$a iulãfida SÓ V3‹1Ê,.ÊPUÍ¢-,3S Par-tes»
,sentençai.*ÍssoinãÍo*ZêÍÍnais do que a aplicação da regra geral, e
não um caso excepcional de coisa julgada erga omnes. Porém a i pelo_que estagsgsuportam a sentença sem remedio, ao gpassogque
sentença não afetará a qualquer outrojegitimus contradictor:
não impgdira_que terçeirq afirme,_por -exemplo, cônjuge de
uma das partesƒf H
1 Qs_.ftp¿ç_e_i_1_'ç¿s podem destrui-La,"demonstrando sua injustiça.
Porém, nem todos os terceiros estão habilitados a fazê-lo e sim
somente aqueles que têm interesse jurídico legítimo em tal sen-
enZi
:vt« |.›n-me -QI
I
tido: não, por exemplo, os credores do condenado, que têm sim-
ples interesse de fato, nem os sucessores a título universal-olu
4. Não posso calar a minha dissidência com' essa doutrina, particular. Tampouco os terceiros, em face de sentença que
não obstante a sua autoridade. As razões já foram expostas em decide questão de estado entre os contraditores legítimos, porque
outra oportunidade. 1° ` a natureza personaiíssima e indivisível dessas relações näoper-
Do ponto de vista prático, não satisfazem suas aplicações mitfíe reconhecer aos terceiros um interesse protegido pelo direito
nos -casos de relações jurídicas conexas ou dependentes, nos quais paradiscutir e 'intervir em um debate sobre elas. 1” Assim se
parecem inexatas, tanto a solução de 'submeter o terceiro à. coisa chega por outro caminho à mesma conclusão em matéria de
julgada criada sem sua presença, como a de lhe permitir ignorar ‹ questões de estado. Em outros casos, pelo contrário, os resulta-
totalmente a sentença proferida. O que realmente sucede nestes dos são muito diferentes.
casos é que a sentepça sobre o vinculo conexo tem eficácia tam- Não é sem interesse assinalar que uma solução geral prati-
bém em relação ao terceiro, m_as uma _eficácia_at_e_n_uad_a, 'que camente idêntica foi defendida recentemente no direito francês,
'-l_~'-. _.--¬- --.-_-._'._
pode_ser de_sAt._r11í;l_a:p¿e_l;a_d‹-;rri__c›;1)stração de que a sentençagestá se bem que com método e demonstração absolutamente diversos:
agrada e que, em realidade, a__relação julgada era ~dive_r_s.a`_da segundo essa opinião, a sentença deveria ter o valor de presun-
.-.ii -
-ção: absoluta entre as partes e de presunção relativa para os silnha
" Essa tese foi exposta no livro citado, Eƒltcacia ed autorlta della sentanza, e ll Op. clt.. p. 120 (neste volume. p. X46).
depois na Riu. di Dir. Proc. Ciuile, l936, I, p. 231 (nente volume, p. 170 Q sega).
1' Dunurarsco, op. clt., p. 353 _e segs.
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. E1-'xciicux E Aurolunanr os Snunuçz 203
202 Emuco Turno -Lu-:Bwin '
principal _.e com eficácia plena, devem «estar em juízo aqueles
ças constitutivas, cujo efeito consiste em modificar a relaçao que têm título -legítimo para discutir em juízo .esse determinado
jurídica~controvertidà›.:` evidentemente, a indiscutibilidade e imu- vínculo. A soluçao só é diferente quando é ele -discutido, nao
tabilidade desse efeito\não podem ser explicadas 'recorrendo-se como objeto principal do. juizo, mas sim como antecedente ló-
à -figura da presunção. Porem, tudo isso ultrapassa o tem_a do -gico-de outro víncuio; não resta dúvida, porém, de que neste Í
Í estudo. Basta haver assinalado outra tentativa, embora debil- caso a decisão sobre_e1e não adquire autoridade de coisa jul-
É
i mente realizada, de chegar a resultados análogos aos expostos: gada.” A ` _ _ f
+ sinal evidente de que correspondem a reais exigências práticas
É c de eqüidade. V
t .
'
-.-. _.-
5. Poucas observaçoes maisgpara terminar. Como vimos, _ê¿
guase unanimidade 'dos-autores-ue da jurisprudência -considera r
l
que as sentenças nas questões de estad_otê_rn_eficácia ergazonmes. 1
*' Cmovsnna, Prlncipil, p. 735; .C.u.¡iuA:~:nazz, Lince /ofldamentali de! processo ' *_ Cluovnuns, op. cit., p. 917.
'~n1-?:-.- círile íuquisitofio, em Studi in onorc di G. Chíovcnda, 1921. .
=1 Glosa la D. K25, 3, 1, 9 is. ' ' ` 1
IL
Lv
f r
Eficácia 1: Auroaxmnz na SENTENÇA ` 205
5
contradição alguma entre a citada regra e a opinião negativa
r Por ocasião do artigo sobre Á coisa julgadanas questões de no caso especial considerado. - _ -. «.
estado, que publiquei na -revista La Ley, vol. 16, secção doutri- Com efeito, essa -regra -não é tão simples como se costuma ‹
9
nária, p. 49, recebi algumas consultas, entre as quais uma, de formulargeralmente, e está sujeita a algumas distinções e limi-
.interesse pouco comum, formula um caso que me oferece a opor- tl tações que vale a pena ter em conta. Como procurei demonstrar
tunidade de ampliar e completar as conclusões daquele artigo. l no citado artigo, a validade erga.o1nnes.da coisa julgada, nas ;.l _z -¿.,z«\.
questões de estado, não é uma exceção à relatividade da coisa
‹
. Um caso interessante julgada, mas sim uma aplicação, a natureza especial dessas . li
i
questões, dos princípios gerais 'que regem toda a matéria. Tra- i
1i O caso -é o seguinte: duas pessoas foram reconhecidas, em ta-se, pois, em primeiro lugar, de estabelecer com todo o cuidado
l
‹
l escritura pública, como filhas naturais, porurna pessoa que de- os princípios gerais; deles surgirão, juntamente com a regra
pois morreu. Os irmãos do falecido propõem contra ambas, con- mencionada, também suas limitações. ' -
juntamente, ação de nulidade do reconhecimento, aduzindo ser
falsa a paternidade, mas os autores nada provam e a demanda Princípio geral
dêscnçoš
Caso é repelida. Uma das irmãs descobre, posteriormente, que az outra,
realmente, não é filha de seu pai e propõe contra ela ação de ' Para encarar bem o problema dos limites subjetivos da coisa
,nulidade do reconhecimento. Aquela alega então a existência julgada, devem ser distinguidas diferentes categorias de tercei-
da coisa julgada. É fundada esta exceção? ros, segundo o seu maior ou menor interesse em face da sentença.
. _ Assim formulado o problema, parece submeter muito dura- Figuremos, para começar, dois exemplos: a sentença que decide
mente a prova a regra geralmente aceita, segundo-a qual a coisa uma questão de propriedade entre fulano -e beltrano não pode
julgada, nas questões de estado, vale erga omnes. ' Com efeito, impedir a terceiro de afirmar-se, por seu turno, proprietário do
Íízií.-,s.-›-. T-nz7
v;
l:
é indubitável que, à primeira vista, o bom senso sugere, no caso 'r mesmo bem, pois, de -outro modo; ver-se-ia despojado de seu di-
jl
i exposto, a resposta negativa, -pois entre as duas irmãs nunca reito por uma sentença pronunciada entre outros; ao contrário,
foi discutida essa filiação e a isso não pode representar um 0 terceiro, credor de quem foi vencidonessa demanda, fica pre-
judicado pela sentença que diminui o patrimônio do seu devedor,
il
V' Artigo publicado na revista La 'Lcy. t. l9. secção doutrinária. 11., 1, Buenos
Aires; 1910. _ _ .
porém a sentença lhe é oponível e não pode ele evitar esse pre-
* Podem ver-se amplas referencias da doutrina e jurisprudência argentina e eu- juízo, pois seu direi-to dc crédito não é afetado, em sua existência,
ropéia. no artigo citado, na revista Lo Ley, t. 15, secção doutrinária, p. 49 e segs. .pela coisa julgada, embora os bens, que formam- sua garantia ---._-.,._»-»._-~.i-_‹_. 4.,¬-_
É (-neste volume, p. 194).
tivessem ficado reduzidos. -
IÍ
206 Emuco Touro Llzauuv Eficácia E AUTORIDADE DA S£z‹TENç,\ 20?
Como se explica a diferença de posição do terceiro em face do terceiro o prejuízo prático e não o jurídico? Ademais, .a .men-
da sentença, nesses dois casos? Uma parte da doutrina respon- cionada distinção não exaure todos os casos que se apresentam
de que, no segundo caso, o. terceiro está submetido à coisa jul- na realidade: o caso formulado no começo deste artigo, por
gada, porque os-credores estão representados «no processo, por exemplo, fica sem solução.
seu devedor. Entretanto, a explicação, que em tempos passados Devemos, pois, tratar de aprofundar um pouco a análise dos
foi amplamente aceita, nao resiste à crítica. Com efeito, tal re-' fatos e, para isso, comparar o interesse que defenderam as partes
presentaçao, na verdade, nao existe: nao é convencional, porque no p1'o_cesso com o interesse do terceiro em face do objeto do
_»¬¡,m.|-. não há. mandato; nem legal, por falta de texto de lei correspon- mesmo processo. Apenas é necessário esclarecer que nos referi-
dente. Se existisse efetivamente, significaria que todos os cre- mos aqui, não ao interesse concreto, individual, que cada pessoa
4›-‹w.¡›,n_v›o‹n›-4,A..w
dores, conhecidose desconhecidos, obram como partes no pro- pode apreciar subjetivamente de maneira distinta, mas ao in-
z
cesso de seu devedor: artifício absurdo, que a realidade desmente teresse abstrato, objetivamente considerado, conforme resulta
de maneira peremptória. O erro em que incorre a teoria surge da natureza das relações jurídicas existentes entre as várias
com toda a clareza,
_ se se adverte que nã0 é a re P resenta Ç_a_q_o pessoas.
que torna_a coisa 'Jangada oponivel a terceiro, senão que, ag, Ora bem: no primeiro exemplo, partes e terceiro represen-
pontrário, se invoca uma igpresentação puramente fictícia nqs tam interesses de qualidade idêntica, porque todos pretendem
casos em que o senso comum e a eqüidade exigem que o terceiro defender a existência de seu direito próprio. Cada um deles se
nao possadesconhecer a coisa_julgada. e _ afirma titular do direito de propriedade sobre a coisa, negando,
-~e_;.e:¬*;_ 1;'-zrâflz O erro lógico dessa teoria repercute, como é natural, na de conseguinte, o dos outros. A igualdade osinteresses dos
aplicação prática, onde resulta evidente a sua ineficácia, pois, outros exige, pois, que se confira igual oportunidade de defesa
em face de um caso duvidoso, .não nos proporciona nenhum cri- a cada um dos seus titulares; essa igual oportunidade seria,
tério para estabelecer se a coisa julgada é oponivel a terceiros. porém, evidentemente afastada, se se obrigasse o terceiro a re-
Ao contrário, é exata a observação de que o prejuízo que sofreria -conhecer a coisa julgada, que, em sua ausência, proclamou- pro-
`i
z
o terceiro, se tivesse que reconhecer a coisa julgada, é nos dois prietária uma das partes. Fica, assim, explicado porque uma
casos de natureza distinta; no primeiro caso, o terceiro sofreria sentença que resolve controvérsia de propriedade entre fulano e
umprejuízo juridico, enquanto que, no segundo caso, o prejuizo belt-nano não pode impedir ao terceiro de afirmar-se proprietário
é simplesmente econômico; pois, no primeiro, a coisa julgada do mesmo bem.
significaria para ele a negação de seu direito de propriedade, Muito diversa é a situação no segundo exemplo. O terceiro,
4-.._SL
rn-ÇÍ.
enquanto que, no segundo, a existência de seu direito não fica @credor de um dos litigantes, é seguramente interessado no resul-
afetada, apesar do dano conseqüente à. diminuição do patrimô- tado do processo, do -qual pode derivar o aumento ou diminuição
nio de seu devedorfi Lobrigamos aqui, sem dúvida alguma, a do patrimônio do seu devedor, que é a garantia da satisfação
verdadeira substância do fenômeno que estamos considerando. { do seu credito. Esse interesse, porém, é simplesmente indireto
Não obstante, tampouco esta observação nos satisfaz totalmente, e carece em absoluto de autonomia, pois só como conseqüência
porque deixa, todavia, por explicar a justificação das conseqüên- inediata, de "fato", da sorte que vai ter o interesse defendido
4 cias que dela se querem derivar. Por que se deve admitir a cargo pela parte no processo, pode vir a ser atingido; sendo de qual-
1
1 quer modo um interesse de puro conteúdo econômico, porque a
' Cmornzm, l'sti:u::'o::i di Dirizto Processual: Civflc; t. I, p. 319 (trad. port.,
vol. I, p. 512).
propria derrota de seu devedor não afetaria a existência de seu
direito de crédito, senão, no máximo, a possibilidade de sua sa- com interesse de igual hierarquia ams das partes podem defen-
tisfação efetiva. Não se deve crer que a ordem juridica negue ,E0 rn ple_na autonopiíg
_ r r sen¿_e;_1_cont¿a¿'_o@tãgulo_
_ H . na coisa,
toda forma de proteção a esse interesse do credor, pelo menos j_ulga›da._ Ag cpntrá.rio,¿:s_qge têm interesse de grau inferior fi_-
em casos especiais, como podem ser o de inatividade (ação sub- cam sujgit_o_§__jà.__s_entença e_ devem suportar o¬prejuiz9 que esta
-rogatória) ou de fraude (ação pauliana e ação revogatória da _lhes_a_car1'eta.
coisa julgada).f*-" Todavia, é compreensível que seja desde logo
uma proteção menos intensa e completa, que fica normalmente Aplicação às questões de estado
paralisada, por exemplo, em face da coisa julgada. _
Apliquemos agora estes conceitos às questões de estado.. Elas
Ocorre, com efeito, considerar queias relações jurídicas exis- se caracterizam pelo fato de serem únicas .e indivisiveis e por
tentes entre as várias pessoas não vivem isoladas na sociedade; àäbãíh
ressados a faculdade de agir em -juizo, em defesa dos interesses uma sentença declaratória de filiação entre o fiiho e o suposto ll
i
inferior, não podem mais do que aceitar a sentença pronunciada
interessena mesma questão será, todavia, maior que o de todos
entre os principais interessados.
os outros: tal será o caso dos parentes próximos, os membros I
nt._. _- .- Não é este o lugar para fazer o exame detido de todas as do núcleo familia-r. Serão eles, pois, legítimos contendores se-
posições que a realidade apresenta; mas, do que ante-cede, cundários; em face dos contendores primários, atrás menciona-
Ê pode-se, desde já, deduzirlos seguintes princípios: os terceiros dos, seu interesse e, em conseqüência, sua posição ficam neces-
;|
`í sariamente pospostos; em face de qualquer outro terceiro, porém, ¬.›-v.z-.H¬-
= Para n sua admissibilidade, ainda na mim de texto expresso de lei, V. Corrrunz,
na 'revista Lo Ley. rt. 16. secção doutrinária, p. 104. são eles que levam vantagem, excluindo-os de toda ingerência 1
r
indiscreta. Se considerarmos agora a relação que se forma entre 1
. ADITAMENTO osmesmos .legítimos contendores secundários, evidencia-seque
e `Cfr. acima, neste voiumaé. 146, nota hi) sobre a admissibilidade
ela se caracteriza por uma legitimação do mesmo grau. Cada
de remédio semelhante no direito rasileiro. um deles tem igualmente o direito de disputar sobre a questão;
3.10 Eusico TUu.1o Lissmlm
Errcácul E Aoronrmns na Srumuçn 211
de conseguinte, aplicando~se o princípio estabelecido anteriräz
mente, vemos que nenhum deles P0de Pf`e]ud1°af› °°m_ S_ua_a l' que uma das duas irmãs pode inipugnag o rec_Qnhe_cim_ento____d_ai
vidade a posição dos outros, nem impedir-lhes o exercicio livre,
I
É Ora bem. Poderia admitir-se que o direito, que lhe per-
sem-obstáculos, de seu direito. _ tence e' do qual pode fazer uso quando e como lhe convier, fique
No caso_p_articu_l_a_r da filiacã0.z_Í`›9dQ$ 05 Pafeíltzfis lntemssadoí prejudicado porque outro parente legitimado em grau igual a
l precedeu na mesma tentativa e não obteve êxito? Poderia dei-
a;como._nula,._cDQjUflÍ3 011 Sêpaffidaflëilltfb 9 .cabe
reconhecer _aÍ_cada_um deles uma ação de nulidade lguahnente xar-se um problema tão delicado como o do estado de filiação
l
_-1 egi tinjra _c_,nenhum _p;‹)_g1_ç>,,_,1;ÇL9__exerc,íQi0_ d_e$flf9.1LtU11íd_°z°11~ta13'-E-Z exposto a semelhantes azares? A
nzudulenw âesua própria acao, desppiflr OS QHHOS Cla que llleë
corresponde. _ ' Conclusão
Daí resulta, pois, que a sentença pronunciada entre o_s le- As investigações precedentes permitem afirmar que a coisa
l gítimos
. . contendoreS P1`Ímá1`Í°5
~ 4 - 9 OPOUWÊÍ' “ga Omnesi' 'Porqãea julgada, em questões de estado,_va1e ergggmneí, com a única
ninguem tem na questao direito compfifavel ÊO dos SHJÊÚUS exceção da_quele§,;terce_i;¬os_que_tenham interesse. e4__p_o__r conse-
relaçäo controvertida. Se a sentença, porém. f01 Pfonunclafla em guinte, iegitiznação darnesma naturezaeproximidade que a das
face de legítimo contendor secundário. 2- COÍSQ Íulgada 9 OPU- Qgrtes. _
nivel, a todos os terceiros, exceto aos outros legítimos contendores A possibilidade de existir um terceiro em tal posição de-
secundários, porque estes têm, em compal'flÇã0 00m quem fm pende, pois, do interesse que tinhamias partes na questão que foi
parte no processo, interesse e direito i8'Ua15- objeto do processo; se a sentença foi pronunciada entre os prin-
cipais interessados, que são os titulares da relação jurídica ou
Cagos de legitimação concorrente
›
do status controvertida (6 que denominamos legítimos conten-
dores primários), a coisa julgada valerá praticamente erga
s.‹âner›_‹›_@stz‹1‹› de fimo único eq ânçivisiyelrse um dos legíti- omnes, ficando excetuado somente o terceiro que se afirmar ti-
mos contendores secundári0S_19ã1`5‹ ÍmPUE"á'1° VÍt_QÊ`¡°Sa¡Ê9nÊe=
tular da mesma relação ou status, em lugar daquele que foi
alc,an,ça__uh1_reSH1.l>fld0 Que Será» _<_1f=!Í__P°f d¡a`“t°› "á'1id° para mgozs' parte -(o que é, como observamos, possibilidade de todo excepcio-
mas, se sua ação é repglida, não poderá ser obstáculqao livre
nal) _ Entretanto, se a sentença foi pronunciada em face de um
exercicio da demarL<1LdQS__0l~1Ê£0$- É› POÍS- um Caso de “ça” 00"' interessado menos próximo, aumenta evidentemente 0 número
correntes, ações pertencentes a sujeitos distintos, tendentes todas
.a um mesmo fim, cuja conexão recíproca se manifesta no fato as obrigações solidárias e corrcsis, o objetivo ipluralidsde de açoas pertencentes Ã
mesmo pessoa, tendentes todos a um único tim), em bem conhecida no direito
de que a vitória de uma delas extingue as outras, por ficarem romano. Seu efeito característico era' que não podiam obter satis!sç5o` cumulativa,
sem Objeto, ao passo que a rejeição de uma deixa subsistir m- pois que, satisfeita uma delas. se extlng\.|inm_ as outras. Na época clássica. 0 efeito
consumnlivo da luís conteatatío manifestava-se com uma intensidade. que só o
mctás as fiemaigfi 0 caso pratico que ocasionou este ,estudo exercicio de uma acao em suficiente para extinguir as outras. qualquer que fosse
apresenta uma situação semelhante. Nenhuma dúvida exlste de seu êxito (Quotas conéurrunt piure: actíones, eiusdem rei nominc, una qui; zzpg-
riri debet, Uu-uno, 43. ã lv: Dig., 50. 17). Jvsnruaxo susvizou esse rigor excessivo.
ÇÍ.;
SI.
.' ._Í'_§..1.ÍÉ.; .Êi: .T.
admitindo que tal :mim devia produzir-se tão-somente no caso de exercicio vito-
' V. Cmorsuos. OP- clt.. D- 334 (T-ÍBIL. V0|- 1. P- 505)- 9 d° aum' dest” lxíhãf rioso cie uma das ações, e é nesta forma .que sobrevive no direito moderno. Para
um estudo Azloni concorrcfm.. publicado em Milão em 1934. B 8 D0?-5 _P'4f° I 1
n doutrina mruanfstica, podem ver-so as fundamentais investigações de Ausmmni,
i‹-.gitlímoii nIi'impugna:.ione di un unico atto. em Riu. di Dir. Proc. Cimie. 1937. 11- Concorra delle oziofli, em Opera Giurídíche, Roma, IBQB; Ascou, em Studi e do-
31 (neste volume ps 217 e 229 respectivamente). A fl8\l1'“ 5° °°“c“¡`5° d° 89°" cumcnti di :torta c díritto, lB90. p. 12i; Eisnt, em Archin für Civ:`Iist¡:he_Praz|':,
' ' . ' _ › - ai
em sun dupla forma de concurso sul?.|EUV0. QUE 9 0 Illldldo no texto (e comprcen E la. 17 e 79; LD/Y. Konfcurs der Jlctíonen und Penonen. Por último, eeumo em
WINGII, luiiuziom' di proccdura civil: romana (Lrad. ltsl.], p. 180.
Ê
i
1
Errcácm E Auroiumms na S1:N'1'z:Nç¿ 213
2l2- Emuco Tutuo Lutsiuzm U
zten@__proferida lhe é_oponíve1; ao pontrário, quandqduas pes-
dos terceiros possiveis titulares de interesse equivalente re, por- soas se -colocam como res, com pedidos similargskpqorém distin-
tanto, não submetidos à. coisa julgada: tais serão todos .os que lssgemessøaisdsubsiâtç dentrondarunidade pummente_fo1m~a1+go
puderem afirmar-se, em comparação com quem foi parte no p_1;gc_e_s_sp_a_aut_o_no1nia daëíações respectivas, as res _fi_cam reci-
processo, legítimos-contendores, em -grau de hierarquia, iguais. procamente tercejraseiestranhas à. ação_e_ à. decisão relativa ao
No caso prático, mencionado' no início deste artigo, a sentença, seu litisconsorte. - l ` l Z z
pronunciada em face 'de um irmão do suposto pai; rcpelindo o No caso -que estamos considerando, as duas irmãs foram
pedido de nulidade do reconhecimento da paternidade, -não pode chamadas a defender-se, cada uma por sua conta, da impugna-
,impedir que uma irmã da suposta filha impugne, .por sua vez, ção dirigida contra -sua própria posição de filha; nenhuma das
o mesmo reconhecimento. e ' i duas 'estava' interessada 'nó que podia acontecer relativamente ›‹~--..øI_.-øI .Aáf‹¢\›
l
que escreveu monografia sobre o assunto,-afirmava que para que
-coisa julgada e eficácia da sentença se equivalessem, seria ne-
NOTAS cessário que o ordenamento determinasse a presença no feito
não apenas dos interessados diretos, como também dos interes- *-_.
A coisa JULGADÁ NA-s Qussrons os Esfrsno. sados secundários. 3
uivrrres A corsa JULGADA NAS QUESTÕES DE ESTADO -E foi isso mesmo que o novo código processual estabeleceu,
(Ada Pellegrini 'Grinoverl
-no art. 472, cuja segunda parte prescreve: "Nas causas relativas
ao estado de pessoa, .houverem sidQ_cí_ta¿i9s_no p¿'oce_ss_Q, em_
1 è Afastando a idéia de que a coisa julgada. I1‹'f_1S Qi-lestões
de estado, configuraria exceção à regra geral dalimitaçao sub- litisconsórcio rfecessário,j-todos os interessados. Ã-Ãfllltença prodig
poisa jíulgadaverrirelañçao a terceiros." *
jetiva às partes, Llssiy/:AN afirma a idéia simples e natural'de 75'
-' ¿r`~Täfll'
que nessa matéria o que ocorre e a mera aplicaçao dos prin- Entende-se, no cas_g,_por "interessado" o legítimo contradi- ,
cipios gerais, entendidos com exatidão. Abandonada a ficçao da tor, inclusive o secundário. E, exatamente na esteira de Lmsmim,
representação, assim c0m0 aS idéia-'i de CHÍOVENÊA sobre ° assmf flfímlfi-ser "CQndi¢ã°›_t5°LfiëBEi..Pafa qse e§t§§.r(lericsi.rQS) Seiflm
‹
1
to, reafirma o Mestre que a sentença tem eficácia, obrigatona atingidos pela coisa julgada, jé_ que sejfm citados p_ara_a ação, i
e imperativa, erga omnes, podendo, porém, os terceiros juridi- e;n__l_iti_sconsórcio necessário, todos os interessadgs,§_ejam inte-.
ressados diretos ou juridicamente*interessados.c Aliás, ádvistçz
camente prejudicados demonstrar a injustiça da decisão, porque -ú .- f ' 77'*
para eles não há. coisa julgada.. E, por não haver Em fl'-1eSt°f§ dessa c‹md¿`çg*Q,j Yhriítercefiros que possam se considerar pre; I
de estado outros terceiros juridicamente prejudicados que nao i s-"“ ' i
sejam os legítimos cont-raditores, simplesmente inexistfim. 119- E a consagração da teoria de Llasrvrrm- I
espécie, outros terceiros, que possam insurgir-se contra a sen- - 3 -- Uma última observaçao, quanto ao direito Pflsitivo 1
tença. brasileiro, no tocante à coisa julgada nas questões de estado. i
I
Em conclusão: a sentença que Clefiíde Qu°Stã° dez _°5tad° Trata-se de interessante inovação legislativa, introduzida pela
entre contraditores legitimos não Bode sofrer irI1p11gEa§fl_CL_P01' Lei 6.515, de 26 de dezembro de 1977, a denominada “Lei do
faltar a categoria. do “terceiro juridicamente P59.lÍUldÍ°ëÇ1°7'- P0! E
isso, a coisa ,julgada vale ergfl; 0mT¿6S,__p9I5l\¿aI1t0 €§ll1ÍV?~1efl!?e Ê-
E Divórcio", que cuidou, no art. 51, de alterar disposições sobre o 1
_¢fi¢á¿zia. natural da sentenççgƒ com a única exceção daqueles
reconhecimento de filhos ilegitimos (Lei n. 883, de 21 de outubro 5
de 1949). O art. 4.° desta última lei pennitia que, mesmo na vi-
terceiros, que _também_ sejam legitirnos contraditores. gência do casamento, o filho ilegítimo acionasse o-pai em se-
gredo de justiça, para efeito -de prestação de alimentos. Agora,
2 - A doutrina brasileira já vinha acolhendo a lição .ide l
Lrssmm, ainda na vigência do código de 1939. 2 Jonas SA1.oM.ào,
fl Sà1.ou¡o, Da 'Coisa Julgado nas Ações de Estado, Rio-São Paulo,
1966. p. 115. - j
1 Assim, in oerbís, o Mestre, no n. 40 da Eficácia e Autoridade. 4 O Anteprojeto Buzaid exigia, não só a citação dos jlnteressados,
z ver, por todos; MARQUES, Instituições, cit., vol. V, n. 1.102.
mas também a oposição ao reconfiecimentoz "Art. 512: Nas' causas rela-
tivas ao estado das pessoas, a sentença é eficaz em relação a terceiros,
quando, proposta a. ação contra todos os interessados, tenha havido opo-
sição ao reconheci.mento."
-" Amour. Simas, Primeiros Linhas, cit., 3.° vol., 1979, n. 759.
i 851' - 15
L
216 Ana Piê:Lu:cnm1 G1m‹ovr:a
gislativa. ' phires cwtiones eiusdem rei nomine, una quis experiri debet. O u
‹
.' I- P
opposita. ~ Í
último ponto é entendido de modo muito diverso por vários
autores, sendo requerida a identidade do fato constitutivo em
Gsm., 18, § 1.°, Dig., 13, 6... si qua eamm actum sentido ora mais, ora menos rigoroso. Especialmente Law, que gn-Q-.i_n- .h_ l-0
ƒueritz aliae tolluntur. - dedicou ao argumento a mais ampla e completa monografia,
ULP., 5, Dig., 46, 1... cum altera earum in iudicio se manifesta muito exigente sobre este ponto, “ enquanto Ssoní:
-deduceretur, altera consumeretur. observa que se deve entender a identidade da causa de maneira
« 1 não técnica e considerar antes o 'nexo que liga as várias açõmf
Portanto,_pelo di1_'e_i_to clássico, quer entre duas pessgas con- Ersau: tinha, por sua parte, individuado este nexo na identi-
.corressern duas ou mais ações, quer est_a_s_ concorressem entre dade da pretensão em sentido econômico 5 e Birrri toma o mes-
Z.-.Tí_fzn
mais pessoas, ativa ou_p_a¿ssivamente, o_si_mples exercício de uma mo rumo, quando fala de identidade de função das ações con-
~›.z-._›-_ .-‹_-Í
I 11
É
dessas açõescxtinguia também todas as ações concorrentes. A
correntes, porque tendentes. a satisfazer o mesmo interesse. ff
opiniao geralmente acolhida -explica esse resultado como con-
seqüência da eficácia consumptiva da litis contestatío, que se = Essa doutrina foi exposta, com base em pesquisas independentes. por Auniuuuz,
' ; -.brT
produzia ipso iure ou por força da exceptio rei iudicatae oelin Del concorso delle azicmi (1870), republicada nas Opera Gíuricliche e Slorlche. Roma,
iudicium deductae, segundo a qualidade da ação proposta. Essa 1698. p. XO e segs., e por Efsuz, Archiv für Oiuílfstiche Praxis, _t. 79, 1392. p. 391.
para o concurso das ações em senso estrito; por Ascom, Studi c documcntí di :Im-fa
eficácia consumptiva se manifestava bem- além dos limites da e dirtzto, lB90. p. 121. e por E1su.I:, Archiv, cit., t. 'l"¡', 1891, p. 314. para as obrigações
r
l
ação -individual exercida, porque obedecia ao princípio bis de solidárias; o e hoje em linhas gerais. comumente aceita: Boununz, Istituzioni,
Lf. _._-1.\_- 1.°-t.1 I%;.
ps. 134 e 318; Pnozzr, Istítuzionf, H, p. 109; Ainncxo Rou, Istltuzioni, p. 153 e segs.:
eadem re ne sit actío, e para ter a eadem res não se precisava Br.-rn, tstlluziom, 2. p. 897; Louco, Conoofso delle uioni, no Diz. Dir. Fria.:
nemeadem actio nem eadem personae: Plicci-nom. no apêndice a Savrcuv, Obbllp. (trad. ital.), I., p. 665 e sega; Swat.
Corso di cllrilfo romano zlconceito o génese dos obrigações; as obrigações soltdarlosl.
_ ULP., 5, Dig., 44, 2. De eadem re agere vicletur et Turim. 1929. p. 166 e segs; Ltvv, Kankurrem: der actionen und. Personcn. I. II, I;
W:›‹cnn, -Istizuzioncn des room. Ztoilprozessrcchts, p. 171 e sega.
qui non eadem actione agat, qua ab initio agebot, sed ~' Op. cit., I, p. 80 e segs.
etiom si alia ezrperiatúr, de eadem. tamen re. i
^ Op. cit., p. 175.
-" Archiu, t. 19. cit., p. 332.
Assim, a pura e simples contestação da lide, intervinda na 'i Op. cit., p. 900.
ação, extinguia contemporaneamente ipso iure ou ope excep-
---.›|~¬e-_‹'I:. -~'r:fí.-=x:~_°=:'i._
¡_. _. .
'1
J
No processo pós-clássico, perdeu-se o primitivo significado no direito moderno, ao menos no seu núcleo central, 'sub specie
da contestação da lide e também o seu característico efeito con- de um concurso de direitos. A sensibilidade própria dos nossos
sumptivo, pelo que toda a teoria das ações concorrentes ficou tempos para a precisão dos conceitos e da sua formulação tam- *.-
1 l bém verbal quer, pois, que se determine, com exatidao, se, ao
privada de sua base. Além disso, ._TÚs'rrNmN0, inspirando-se_,_‹;v_i-
dentemente emçmotivos de eqüidade, mitigou o rigor do prin- 1' lado dele, se pode também falar de concurso de ações.
|
cipio_do_antigo direito civil e recondugiu a extinção de todos as _A mim, _porém, me parece claro que a distinç§o_entre di- ~_--1_- -. Q.
ações_coIlÇ_orrenl;_es, que antes dependia do simples gercicioi de reito e acão pode ter como conse.qüêncie;máxim_a_a de_dup1i.car
__u_12n_a_delas, à. efetiva satisfacao do credor: 2! fizišllifi P1`ÍmiÊíV2¿,_p9_1;que,a cadaconcurso_de_dir_eims_co1i1f§-
I. Inst., 4,"9, Numquam actiones. de eadem -re concur- l pondera umçoncursp de ações. Else é verdade que, pelas razões
renfes alia aliam consumit. Just., 28, § 2.°, C. VIII, 40. Iclemque indicadas, as ações concorrentes sofrem a sorte dos direitos aos
in duobus reis promittendi constituimus ex unius rei electioiic Í
quais correspondem, 1 isso não impede que elas possam apresen- as
z
praeiudicium creditori adversas alium ƒieri non concedentes, tar, e efetivamente apresentam, alguns seus problemas parti- :7.'í- .lI DQ:'
sed 1-emanere et ipsi creditori actiones integras et hypotheca- culares, não destituidos de interesse. Por outra parte, os casos
,.
rias, doncc per onmia ei satisƒiat. de concurso de ações conslzit-uti1a,s_,ofereçem__g_exemplo de um 5!,
Nesse sentido, numerosos fragmentos dos jurisconsultos fo- puro concurso de ações,_pelo menos para os que (como CARNE-.
ram interpolados e várias e importantes conseqüências comple- â Lumi) negam a existência ,de_,up1_ç_‹;_›rre_s,,1_J__or1¿l;ente direito potes-
mentares foram extraídas da nova norma. Assim, a ação se ex- tativo. Quando. se poderá ,clizer,_p_qrtanto,__est__a_r_ e_m_p_1;_e_sença_de U
› .1:_~
_tingue já agora só com o adimplemento da obrigação, com a | um 0011Ç11.1'S0 de_a.Ç01¢S? P.‹1r_is.S.o¬q.1¿o_§.e_de.v,e.. t1:atêr:er.idrnte~
soluiio, deppqualquer modçojntervindír, seia por efeito de -paga- mente de ações diversas, mas c0l}_ex_aS_;.-fiXamine1nos_a§_várias
zmentogoluntário, seja por efeito de êxito do processo; e, então, mppteses que se apresentam variando, de caso _ern caso, um dos
i
extinta a ação proposta, extinguiam-se conjuntamente as ações elementos de identiticação das ações. ' :J
concorrentes. Mas o processo não é senão um dos modos que
§ 4.°. Diversidade do "petiium". Concurso
podiam procurara satisfação, a qual, só ela, passou a ser re-
impróprio
levante.
No .caso de inadimplemento de um contrato bilateral, cabe
§ 3.°. Direito hodiex-no._Concurso de direitos ..._. .- . . _.
e de ações `
à parte adimplente a escolha entre a demanda de execução do ›
l
›
contrato e a de resiliçäo (art. 1.165 do Cód. Civi1);1= no caso de v
-A=._-z:-_.z¬.--_:-. rA¬a|.=-fz;_¶‹r4v:f.;-*í‹_?».-
Q
acerca do momento em que é preclusa à parte .a passagem de a entrega, entre a ação contratual ex emipto vendito e a reivin-
uma ação à. outra, atendem ao termo e à ordem de exercício dicação. W No caso de legado de .coisa pertencente ao testador
do direito de escolha e pertencem, portanto, à teoria dos con- ao tempo de sua morte, o legatário pode dirigir-se contra o ílfilflí ~únzum‹n.›_u o ‹
tratos, pelo que concerne ao processo, basta dizer que, normal- herdeiro com ação real ou com ação pessoal. 13
mente, a rejeição de uma ação não impede a sucessiva propgsi- Em que consiste e como se explica o nexo que liga neste e 0
‹
-. _. _. - .af;-_~f~
tura de outraíique nada veda aprpppsitura de ambas em casos semelhantes os direitos e, respectivamente, as ações
único processg,_sob condição de que_uma_d§l concorrentes? Não nos podem dar grande ajuda as pesquisas
em forma eventual; que no processo em que Lol proposta uma dos romanistas, os quais não estão de acordo entre si e nos ofe-
delas e admitidaia passagem à. outra, nqsjlimites em que é admi- recem explicações que, pelo menos para o direito moderno, abso-
A
_ _t_id_a,__p_o_r via geral, a proposiçggpde nova demanc}_a__n_o__curso do lutamente não podem satisfazer. l*_¶_ã_o__é a identidade do fato,
processo. 'J constitul¡ÍV_0 9 do objeto que caracteriza os direitos concorren-
tçsj' em cada um_dos_exempIosjá-referidosHenquanto_enqo,n,t,ra-
` § 5.°. Piversidade da "causa pefendi". Concurso mos identidade, de_petitum e de pessoa, cotejamos cer_t_aII_1finte
objetivo ` diveisidade defato _cons_tit”u_tivpWe de causa petendi. Se assim
i Esta éalgiliótese tipicafido concurso de ações. Por exemplo:
não fosse, teriamos identidade de direitos e, respectivamente,
de ações, não pluralidade de direitos e de ações concorrentes.
o tomador' de uma cambial é credor do emitente, seja da obri-
gação abstrata que surge do negócio cambial, seja da obrigação'
Uma única nota característica, sobre a qual todos concordam, !
I
mesmo quando a formulam diversamente, vai evocada como
3 causal que surge da relação fundamental; 1° satisfeita uma das exata e é a unidade do escopo .das várias ações concorrentes.
' H .Também LÁ Luau, op. cit., exclui esses casos do concurso. ` Algumas vezes, a lesão do direito que determina o surgi-
` - crf. cmovnmi, Principe, p. avi. mento de uma açao se concretiza. em caso mais complexo que
N Qua a emissão da cambial não importa novação (como é já estatuido expres-
samente palo art. 66 das novas normas sobre cambial pelo decreto de 14 do dezembro o normal, surgindo composto de uma pluralidade de elementos,
de 1933) o que produz, portanto, e. duplicação das relaçoes obrigatórias, e admitido cada um dos quais seria suficiente a determinar uma lesão, mas
pela opinião prevalente: Vrvsurn, Tmtiato, III, n. 1.119; Bom:u.r, Cambiule, n. 20;
LÁ Lumi, op. cit., p. 14 e segs.: Mnesmeo. Tfloif di vfedllo. I. D. 173: Aflmflfl-u.
Riu. dl Dir. Commercials, 1932, I, p. 245. e ,jurisprudência citada por este auminzl H Cir. Corte de Cass. de 9 de julho de 1928, em Riu. dl Dir. Commercials. 1928. 1.I,
p. S56: CàsA.\:ov:i, Disciplina gíuridica delle obblígazioni dt reatifuzione nc! lallimcnto,
- Arts. 1.101 é `1.wõ ao cód. civil brasileiro. II. p. B9 e segs.
fl Para uma comparação entre o direito italiano e o brasileiro, no 11 Corto de Cass. de 9 de Julho de 1932, Foro Italiano, I, p. 1.299 o. al. note
assunto, ver Ascnarur, Teoria Geral dos Titulos de Crédito, São Paulo, do G. Sronn.
1943, ps. 66 e segs., 119 e 120 e os ali citados. ‹‹' Guam, I tegati_ 11, p. 239.
!
4
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i
.li
i também os outros, porque a lesao, permanecendo objetivamen-
te uma e única, fica. integralmente reparada.
Para compreender como isso pode acontecer, ref-lita-se em
ação não influi sobre as outras,,e_. também verdadepno_entant_o,
que, uma vez conseguida a sententg con_denatória,_§_Qm .base em
u__n_¿a_d_ela§, _as_out_ras não mais podem serJiropostas, mesmo
que a ordem juridica cumpre a suaƒfunção de reguladora da gates que tenha ocorrido a satisfação. Por quê? Não vale dizer
vida associada, reconhecendo um direito àquele cujo interesse que desaparece o petitum,1° pois que não é de todo impossivel,
-seja julgado digno de tutela. Ora, esse sistema de direitos, que nem -logica nem juridicamente que, por exemplo, o emitente de mi-ÍÔ-P
ÊÍu-IUG-~u-nlMoe‹-¬‹~
-.aøfl›m.ø-u|an~vou1.føwflp .
ê a forma pela qual a ordem jurídica opera sobre a substância /››..ç., __í<=luma
é. cambial seja constrangido a pagar duas vezes a mesma
das relações sociais, é necessariamente um esquema abstrato e soma e o -devedor de uma coisa determinada obrigado a resti-
rigido, que não pode sempre seguir e quadrar-se à realidade tui-la e também a ressarcir o valor. Ainda menos se pode invo»
concreta, na sua infinita variedade de manifestaçoes e na sua car a exceção de coisa julgada, ou o princípio bis de eadem nz
imprevisível riqueza de combinações. Pode suceder, assim, que ne sit actio, porque falta a eadem res, sendo a diversidade de
os meios tecnicos de tutela superabundem em algum ponto e causa petendz' suficiente para excluir a aplicação dos arts. 1.350
deixem a descoberto algum outro, provocando certa desigual- e 1.351 do Cód. Civil. Temos disso a confirmação no fato de que,
dade, isto é, ora um excesso, ora uma carência de tutela jurí- se a ação A é repeüda,/nada impede que seja proposta a ação
dica. A evitar esses inconvenientes, provêm algumas criações _conco_r-rente B.,E só no caso de acolhimento da ação Açque a
jurídicas elásticas e gerais, que têm justamente o escopo de açâo_B_pass.a__a_ ser improponível e isto ocori;e_por falta de inte-
permitir ultrapassar os esquemas formais preestabelecidos e resse de qgir (art. 36 d_0_Qód. de Proc. Civil).1°
conduzir a uma apreciação final mais conforme à substância Com efeito, a segunda condenação seria para o autor to-
do casonconcreto, reparando, assim, o funcionamento imperfei- talmente inútil. Munido de dois títulos executórios contra a
to dos mecanismos naturais da ordem jurídica: têm realizado mesma pessoa, poderia, no entanto, executar só um deles, por-
e realizam tal função a ezrceptio dali, a ação de enriquecimen- -que, quando, de uma feita, tivesse obtido a satisfação, estariam
to, a proibição dos atos emulativos, a proibição do abuso do di- extintos também os direitos concorrentes, e contra o uso do se-
.zm:~4-.z*4 ~s¶Il-'_
reito, a conditio sine.causa, etc. O concurso de direitos e de gundo titulo executório o devedor poderia utilmente oferecer
açoes, apresentando uma pluralidade de meios jurídicos, onde oposição.” Em parte, é diverso e mais simples o caso do con-
subsiste uma única lesão do direito a reparar, oferece o perigo ” Assim Cos-rn, Capa di sentenza (separate de Studi Sassaresi. 1931). p. 65, e
._i.._-._. _.
-de um desses inconvenientes agora indicados, mas, por isso que hitervento coatta ad istaflza di pane (separate do Studi Sassafesi, 19331, 68.
impede a sua satisfação cumulativa, contém em si mesmo o re- I' No mesmo sentido Dmuausa, Pandelezen, I, p. 319. `
" Corte de Cass. de 23 do maio de 1921, Fofo italiano. Rep. i921, s. v. “Pags-
médio que permite enumera-lo nesse grupo de institutos." mem.n“, n. 18, e 0 meu livro Opposizioní di muito nel processo di esecuzione, n. 129.
[assim chamada consumação judicial, em oposição G. clvlI: Law, op. cic.,'IT, ps. l
H Confirma-se essa aproximação pelo fato de que, em muitos casos. em que, pcio
e segs. B 88 e segs).
folia do algum requisito, o efeito consumativo da lili: contestotio não paralisaita
as ações concorrentes. conseguia esse resultado prático justamente A uccpzio doii
Errciicut E Auronronna mi seu-rr:nç¿ 227
226 Ermico Touro LIE-s1vr.m
te porgue concorrentes. f
te, porque o seu escopo é atingido; se, vice-versa, é rejeitada,
subsistem proponiveis as demais. Esta observaçao permite talvez solucionar a conhecida con
troversia -.sobre os efeitos da sentença que repete a ação de 'im-
.. . . iz › '_ . .
§ 6.°. Diversidade de pessoas. Concurso pugnaçao de um dos socios: segundo alguns, ela nao.pre]ud1ca
subjetivo a ação sucessiva dos outros sócios relativamente aos mesmos
motivos; segundo outros, ao invés, aexclui porque estende seus
er também ocasg de pluralidagie de con- efeitos a todos.
ccrrents:s..d.iêii;itas.pelacdirflrfiidêd8 dos ssleifvs ativos ou PHS- A primeira opinião, 1° que prevalece em jurisprudência, é
i ¶_vo_§. Além do caso classico das obrigaçoes solidárias, cuja dis- também praticamente a mais conveniente, porque elimina dos
êl ciplina pertence hoje, pelas razões já indicadas, à. teoria das
obrigações, e não da lugar a particular destaque do ponto de
perigos da colisão entre o sócio e os administradores. Resta, po-
rem, por explicar a diversa extensão de efeitos da sentença, se-
vista processual, vai aqui recordado o caso das açõesrlieimflpug- gundo acolha ou rejeite a ação.
nação ,pertencentes a uma pluralidade de sujeitos contra um
mesmo ato: tipica é a açao dos sócios para impugnar as deli- 11 Vivsu-rs, Trattato. II, n. 528: A. Scnu..oJA, Studi di diritto prívfltO. D‹ 357. B
._.-_‹.-
berações da assembléia de uma sociedade anônima, segundo o Foro italiano, 1911, I, p. 709; AscAa|:i.1..x, Appuntí di Diritto Oommerciale, I. p. 342.
Em sentido contrário, Nnvnnsnu, Socfetd e assocíazíoni commercioli, n. 423, e Soriuiuo,
|
preceito do art.. 163 do Cód. Comercial. i'-' A ação pertence a Socíetd commercioli, I, n. 611._ porém com argumentos que não convenoem.
cada socio individualmente, mas, dada a necessidade de que f Naturalmente o problema estudado no texto só se pode apresen-
i
tz:-_;_17_:;uando for caso de ato re_al_rnente único e_indivis1ível.__,S__o_entÊo pé
1* Coen, lntcruento, cit., p. 61, lembra tambem no açoes para impugrmr 0 casa- _gue há." concurso supjetivo de açoes, .p_g_rque__\¿i_sam todas necessario;
memo. segundo o art. 108 do Cód. Civil italiano. Nestes cmos, a diversidade das
ngente à. anulação total_do ato. A solução é diferente, se o ato é divi-
pessoas pode também combinar-se com a diversidade da causa., quando o ato pode
ser impugnado por vários motivos distintos.
sivel (isto é, se pode praticamente subslstir para alguns dos sujeitos e
j Questão idêntica surge no direito brasileiro no caso da ação .para ser anulado para outros), ou se o ato, só aparentemente único, é na
änularas deliberações de assembléia pelos vícios indicados no art. ,156 realidade composto de uma pluralidade de atos substancialmente dis-
da 'lei sobre as sociedades anônimas '(Dec.-Lei n. 2.627, de 26 de setem- tintos (v. adiante, neste volume, p. 237): (tal é o caso examinado por n'm-.iu:n-z-¬-^fi*n--' :z;.._:'¬_.;:a!~|”r;\_-f:1FÍ.c4;ru-'v:ounfl-^ru.w'_.-5Aliä£,_--I-f_f _4-~
bro dc 19401 _' Luís Eumiuo Vmrcu., -em Rev. Forense. vol. 95, p. 554, com cujas con-
clusões naturaimente não concordo); em ambos esses casos, as ações
No caso de concurso de ação pessoal com real poderia eubsistir o interesse
dos vários interessados são perfeitamente independentes; a sentença,
para uma segunda condenação, com Iundamento neste última. se fosse verdade que quer de procedência. quer de improcedência, tem efeito unicamente para .-»-._ -.-_
., . -_ . o titulo executório conseguido nos' dois processou tem efeitos diferentes quanto à os litigantes que participaram do processo e deixa íntegra a posição
legitlmoçiio executiva passiva, como sustentou Clu1ru:|.u'rr1i, Lezioni, VL n. 603; dos outros. Pode dai decorrer, evidentemente, uma contradição lógica
v.. porem, em. sentido contrário, as minhas observaçoes em Títoio esecutioo riguardo dos julgados, por terem decidido questões iguais de modo diferente.
ai-terei, n. 9, em Rio: di Dir. Proc. Ciuile, i934, li, p. i2'¡. z zÉ_..4 . ;
Mas a doutrina certa é que o simples conflito teórico dos julgados não Í
Igualmente em peso de falência, a posição do credor de coisa determinada e do
proprietário ‹`: a mesma, porque também o primeiro pode exercitar e. chamada rel-
pode obstar à. rigorosa aplicação dos principios da coisa julgada e de
vindicacáo do art. 801 do Cod. Comercial italiano: cfr. Zlmzuccm, Demand: in seus limites subjetivos (Caravanas, Instituições, vol. I, p. 567 e segs.).
scpura:io::c, p. 298, e Gnsnflovs, Op. cit., p. 235 e segs.
85'?-25
¡.
posta satisfatória. u
Por outro lado, não se pode dizer que “a identidade da qua- PLURALIDADE DE PARTES LEGÍTIMAS À IMPUGNAÇÃO
lidade tem lugar aqui pela identidade de pessoa”, sem afirmar DE UM ÚNICO ATO * '
um desvio dos principios, que não aparece totalmente justificado.
i Mas aqui não é tanto dos limites subjetivos do julgado que 1. O caso é singular e -põe em relevo questões interessan-
i se trata, mas dos limites do próprio objeto do proceso e_da de- tes por mais de um titulo. Dois cônjuges, constituindo em dote
cisão: -objeto que é só a ação do sócio que propôs a demanda. um imóvel a, favor de sua filha, estabeleceram que não poderia
A sentença de rejeição não pode influir de nenhum modo sobre
ser ele alienado sem a sua anuência. Sobrevindo, entretanto,
1
a posição dos sócios que permaneceram estranhos à lide. Se a J Ii
r¬
I.
da ação rejeitada, não contradiz, todavia, o julgado de rejeição,
porque a ação ora acolhida é uma outra, embora concorrente;
o que acontece também, e é pacífico, se a nova impugnação é
mativo. Aceitando o estado da controvérsia nos mesmos termos
em -que foi posta pela sentença anotada, isto é, dando por admi-
tida a legitimação distinta dos pais para impugnar o ato de
ig
fundada em motivos diversos, pois que também-esta é uma ação
alienação, epprescindindo de qualquerioutra questão que se po-
distinta, se bem que concorrente.
deria salientar das circunstâncias próprias do caso concreto,
Aniversidade de efeitos, da_ sentença, relativamente as ações «exa-minarei, nos seus termos gerais, a segunda. das questões in-
0On‹r›;râniä.zSssundo-ssia.d_apr9e.‹a1eocif=mL1_cLe_i1rÍPr9.¢2.d_ên¢ia. dicadas, a saber, aquela sobre a qual a Corte de Cassação se
e normal na__figura_de concursode ações. A A firmou mais propriamente, e quase unicamente, para expressar
, r. o meu dissentimento e reafirmar uma opinião já de outra feita
manifestada.
_,.._.- . .¬.-;
° Comentário a uma sentença. da Corte de Cass. de 23 de junho de 1936.
publicado na Riv. dl Dir. Proc. Cfvlie, 1937, parte II, p. 87. É a seguinte a ementa.
da decisão: Estipulado no constituição de dois 0 pacto, mediante o qual a pro-
priedade dota! não pode uf_aiienada sem a anuência dos doadores, a hipoteca
-. _-. «_ .=. ._ .. - outorgada pelos donatários sem tal consentimento pode ser hnjmgnada tanto pelo:
donatáríos como pelos doadores. Todavia, tratando-se _de uma situação juridico não
=l Cinovuim, Princ¡pii_ ps. 281 e 924 e segs., e Cosfli. op. cit., p. '10-I suscetível senão de apresentar-se única em relação a todos, a sentença que repele
i a ação de nulidade du hipoteca, promovida pelos donatdrios, estende os efeitos da
1.' Cruovrflnn, Institiiições, vol. I, ps. 493 e 578. coisa julgada também às Outra: portes legitima: e obsta, portanto, à ação de nuli-
dade proposto suceuívumeritc pelos doadores. `
A :-_¬r u=:°._~"a-_:~.f-'"í¿1*°r:;z.4n_-w_.
Ç--'
'F ' _~."
Errcácrâ r1Au:on1e¿m: na Smrrauçn 231 - zw
230 Emuco Turno Lrssmzm
única decisao, conquanto as açoes sejam subjetivamente diver-
O caso aqui considerado não tem verdadeiramente, pelo que sas; a identidade de qualidade ocupa aqui o lugar da identida-
me parece, precedentes conhecidos. Mas é certo' que apresenta de de pessoa; _a coisa julgada, que se forma em relação a um,
situação essencialmente idêntica à que foi já outras vezes estu- -exclui a ação dos outros", * quando não se prefere lobrigar um
dada, com atenção ao disposto no art. 163 do Cód. Comercial
italiano (oposição dos sócios à deliberação da assembléia da so-
ien_õmeno_ de substituição .processual..= ~
Mas essas observações, em minha modesta opinião, são de-'
jl' ri
ciedade anônima, como contraria ao ato constitutivo, ao esta- i
vidas a uma diagnose incompleta fda situação; a_ comunhão dos I
tuto ou à lei), e que tem, além disso, possibilidade de apresen- ¿.
,Í-i;_1§_§_l_qs;f_ários;suj§ito§, a natureza do ato uno e in_divisivel,_gue `l
-tar-se' na justiça administrativa; a situação de um qto único
_uz'i_‹›_ppde_sen_ãp_,,subsistir,__ou_decaár,_na;sua_totagidg¿d¿e,, em re-
e inäivisivel exposto d impugnação de uma .pluralidade .de .su-
jeitos. Diferente, no caso aqui examinado, só há. um elemento:
porque aqui a pluralidade de partes legítimas à impugnação do
ato é uma criação contratual e não decorre da lei, comonos
1 lação---a --_--»
todos i-não excluem
_ -.7_-_a 5!- llfirsonalidade
__.._ __, 1 a individualidade
ga .legitimação de _gada u_m_a p_ropor_a,inip_ugnação. A idêntica
qualidade (do sócio, do interessado na anulação do ato, etc.)
ínflu-_4i"wiuÇ›|\fi'm~í_-"n_f._i-í
2. Como é sabido, duas opiniões porfiam sobre a questão. Por isso, pareceu-me que os casos aqui considerados deve-
« De um lado, há quem considere que a sentença pronunciada- riam configurar-se antes como exemplos de concurso de ações: 3
.___-.- _z\_.› @.-
na ação proposta por um dos interessados beneficia ou prejudi-
Í ca a todos os outros; de outro, afirma-se que a sentença favo- 1. Culovznm, Prlncipll, pa. 281 e 926; htituzio-nl, I. ns. 109 e 135. Em sentido
conforme. Gosu. Interventa coatto, Padua. 1035. p. 'l1.`Ass\m também a doutrina
l f
v
'l
todos, ao paso que a que repele a ação proposta não prejudica
o direito de agir dos outros. `
Observa-se, em abono da primeira opiniao, que nesses ca-
sos, “devendo necessariamente o ato existir, ou não existir com
.
1
I
:
nú za., ps. sua-5:4.
1
-
Cuxnufn, Lczíonl, IV. n. 384. ` .
1 Azionl concorrcntí, em Studi in memoria dl U. Betti. p. 665. i 6'¡ ÉÍÍÍCÍICÍO
ed amorim della acnrenza, Milão. l93S. p. 11 e segs. tneste volume, respectivamente,
.i› pe. 211 e 91' e segs).
HE
`i
relação a todos que lhe são sujeitos, não pode haver senão uma
li
:AI-4'.7E-L'*B%T-_.Í:_T-všw}-'&_. -!_fl:.7_ _.
j
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Er1cÃc1A E Auroaxoaus nn Sentença 233
ê
232 Enluoo Turno Lrsssum
ações conconcorrentes, favorável ou contrária, possa valer por
isto e, de uma pluralidade de ações, com um único fim, uma qualquer -efeito pró ou contra .todos os outros legitimados. *"
função prática e econômica comum, e, não obstante, distintas
eddiversas entre si. Um ato que se afirma ilegítimo é, com efei- As precedentes '-considerações deveriam convencer de que
essa conseqüência não é justificada pela premissa, a qualcon-
-to, um só e não pode senão subsistir ou decair na sua totalida- ._ ~.¬-‹_. -»
si só, de alcançar o seu objetivo, que é também o objetivo co- concorrentes q-ue significa, e não pode deixar de significar, pos- .e¢.-a
¬«.z -n. ¢n- n-«zw
v-na.-sâmu n
I
1 mum: por isso, elas não se interferem nem se hostllizam entre sibilidade para cada um de, separadamente, propor a sua im-
r
si, senão quando uma tenha atingido o fim comum, tirando pugnação, independentemente do que os outros co-interessados À
assim às outras toda a razão de ser. Neste nexo particular que e co-Iegitimados tenham podido fazer. E isso quer dizer, em_
une as várias ações, deixando-as, todavia, distintas e separadas, substância, condensar as muitas ações declaradas permissiveis
reside a nota caracteristica da figura. das ações concorrentes. a uma só efetivamente proponivel, na qual todas as outras se
E E a conseqüência natural e normal é que cada ação pode ser deveriam ter por necessariamente extintas e consumadas, o que
ll prop_Qs_ta_ind_ependentemente e que a procedênc_ia_”d_e uma de- reduz aquela legitimação, igual e autônoma dos muitos inte-
las extinguetodas _as outras, aoipasso que_a, sua rejeição não ressados, a uma simples faculdade de iniciativa. que se reco-
as' prejudica. Í - ' nheceria a cada um no exercicio de uma única e comum im-
Sao alcançados assim _os mesmos resultados da segunda pugnação cumulativa. Mas, se assim fosse, construção da re-
Elz lação deveria ser bem diversa daquela já acenada -- exatamen-
opinião recordada, que, por motivos de oportunidade, é susten-
tada em relação ao art. 163 do Cód. Comercial pela doutrina te, segundo meu modo de ver, pela Corte: náo concorrência de
comercialista prevalente. * ' | varias ações tendentes a um único escopo mas unidade de ação'
Jil mados obste a possibilidade da ação por parte dos outros; isto
é, em outros termos, que a sentença prolatada em uma das
sendo inconcebível que um só sujeito proponha soainho e sem
ciência dos outros uma açao concernente a todos em comum;
de qualquer modo _ e isto me parece certo -- não correspon-
' VIVÂNTE. Tfflífllf-0. 11. D- 528; Â- 342141-011. StudiüzdšldíríÍ¡o__'príva¡o, p. 35'l, e em
Fofo Italiano, 1911, I, p. 709; Ascuinu, Appumi _d¢rit¢o comniereiale Soelcm
É = Assim também Br.-rn, Dírítto processuøle cirílc. p. 6l8. e ALi.omo. COM yflflfífllffl
ed assocíuzíoni ooflullercialí, Roma. 1936, p. 275; M6554; Dífltfà comrnerciale, Milão, rispetm al terei, Milão. 1935, p. 270.
1937, I, 1!. 210. 1
Ífi
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'I
1
ll 234 E-Inmco Tutuo LIEBMAN 1 Â
.ll Erxclicm L Auroaxvànr: os Stumuça 235 I
l ¡` .
de, nem ao caso concreto tal qual foi delineado pela Corte, nem
à. significação bem clara do art. 1,63 do Cód. Comercial. ç Limitada a dissertaçao ao caso de muitas açoes concorreu
li Í Em suma, o conceito afirmado pela Corte' é__contraditado, tes de impugnação contra um mesmo ato, não há. dúvida de que,
il
tanto peloprincípio dos limites subjetivos da coisa julgada se a uma pessoa pertencem muitas ações, de nulidade de con-
l (art.-1.351 do Cod. Civil), como .pela teoria das ações concor- trato (por exemplo, por dolo e erro), acolhida umadelas, tam-
.___.
rentes. E parece-me pelo menos estra-nha essa tentativa de ne- bém a outra se extingue, tendo-se já alcançado o escopo comum
gar aplicação a umanorma de lei, a pretexto de um conceito . ._-4 a ambas; se, pelo contrário, a ação de dolo não é acolhida, po-'
que, todavia, se harmoniza com ela plenamente. ` derá ainda propor-se a ação por erro. Ninguém admitiria que l
a relação de concorrência deva importar extensão da autorida-
z-.a 4 f~-r
.1Lv@f‹1ede.‹1ue n9rsl.i.re.i.t0Ír0.man.o classico_as;dirs1:s.2ê.asãeS de da coisa julgada de uma à outra ação. A tanto se oporia o
li ni<¿-. f;_-,._ _ -A
res." Mas,_jã,__no,_dlreito_justinianeu, abriu caminho_ _profunda pende, então, da diversidade dos sujeitos, não mais da causa, ¬
lIlJ¿danç=a,_‹-:_Ilã.o_mais a contestação daçlide, mas ,a,_efetiv_a__sa- mas é igualmente suficiente para excluir a extensão da autori-
tisfação conseguida por uma ação_ eirtinguia as ações cojncgr- dade da coisa julgada de uma a outra.
l
rentes. T Este resultado, que permaneceu no direito intermédio, Em sentido contrário, observaram-me que assim sepresta
¬lll
é o que vige ainda hoje; lógico, na verdade,iporque nós já nao homenagem ao preconceito da coisa julgada secundum eventum l
conhecemos a contestação da lide nem -o seu característico efei- litis; " não parece, todavia, que a observação fira o ponto certo,
to consumativo; além disso, mais eqüitativo e, por fim, con- pois que a opinião que eu sigo não implicg,_ta_l como pode p_a-
forme a regra dos limites objetivos- e subjetivos da coisa julga- recerÍwapprimeira_vistat;e_m alargamento da coisajulgada aos
da, tais quais. são entendidos no hodierno direito positivo, no tc.rc.ei_r.0-'ã...£1_Q..‹¿2.-'âordsfissnisëlsa- ffltfifávfll- O que_se_este_inde_a_os
La-_.za. .r qual não há a eadem res sem identidade da causa petendi e terceiros isto é, aos outros. leE itimados à impugnação
_._..._n-=_..z._¬.r.z.z__.________ . _ _ . é somen-
das pessoas. te o efeito da sentença; e precisamente a anulaçao do ato im
Assim, 'i1l_qdi_1;e.il;.0..m9derno, a única._nota_di§t.intiva dapfi- pugnado, porque o petitum de cada uma açao incluí necessa
gnLa.dB;s...ações concorr.entes_es.tá_13_0 fato de çquemseçextingueni riamente, em razão da unidade eçindivisibilidade-do ato que se
todas pela sent_enca__gue acolhe_i_1n_1a_delas,__por efeito da con- impugna, também o escopo de todas as outras concorrentes e
_n1.z4-_-_A,_VA,4!._;.i _. ., _-
secução do seu ,escopo comum. 5 assim c acolhimento de uma delas leva efetivamente ã conse-
qüência que também para todos os outros interessados o ato
' V. o meu artigo Azionl eoncorreflfl, eli... 5 1°. com amplas Indicações (neste
iu
W volume. p. 217). Ctr. Wxucim, Insfltutšonen, p. 174. e Burn, Diritto romano. I.
já. -não existe. Mas este resultado não implica, com efeito, ex-
,,,,
H p. 644 e segs. tensão da coisa julgada além dos seus costumados limites sub-
1 Op. cit., 5 2~.- (neste volume. p. 220). e Wwcm, op. cit., p. 116: Burn, op. clt..
D. 649.
jetivos; 'tal se produz legitimamente para todos porque a todos
'-_ .-i..
= ami'-:;L"¬=*.;-:'-Lzí_".e1 . -_:x¿m.:'_I퓶^:._
' Azfoni concorrenfl. cit., § 3°,_ e segs. (neste volume. p. 220).
° Bsrrr, Diritto processuale ciutle, p. 619. noto. V
›
l
|
- ~r_-~. ¬p Errczicra E Auroaimim: na 'Sex‹~rznç¿ .237
236 _ Emuco Touro Luzenim ~..
Ifl1:1flfl-nvifi
da_ação_prop_ost_a_(§,_por _isso, de dec1aração_da legitimidade do também aos outros. Convém saber: deve-se distinguir entre pro-
.ato__impugng.do_);v_ale_para todo_s_;_mas aqueles entre os legiti- vimentos -múltiplos, nos quais, -com ato formalmente único, se 1
medos na--im_nugnaç,ão_,_que_não participaram _d_o_p;ocesso,,e que, contêm, -em realidade, tantos provimentos distintos quantas são
-cg _conseguintg_,_nâo_estãoss11jgit,o_s_à..autoridade_da_coisa-ii1lgê- as pessoas e provimentos coletivos, “cujo conteúdo é tão 'incin-
l
todos, e cujo exemplo típico é a impugnação da deliberação de 2 _ Como vimos, a doutrina brasileira objetou à. posição
,_ ¿,_4\ _.
sociedade anônima por um dos sócios. - Í do Mestre, porquanto, urna vez conseguida a anulação, nem
l
l sempre se terá atingido o “objetivo comum". Basta pensar no
Hoje, na Itália, as normas que regem a matéria sao expres-
segundo socio a que interessasse exatamente a manutenção da
sas e eliminararn muitas das dúvidas existentes ao tempo_em i
deliberação social, que a primeira sentença anulou. 1 ›
i.,. que Lnimviàu escreveu. A legislação pertinente dispõe que só a
1: anulação das deliberações sociais, contrárias à. lei ou ao ato A_{é ,_lƒ5›j_ç, entre nos, os reflexos do litisconsórcio unitário
,i
,z.. íactiltativo '-' sobre a coisa julgada dão margem a sériosçdissensos.
wi. constitutivo, tem efeitos com relação a todos os sócios, mas isso
*L
não se dá quando a sentença desacolha a impugnação. Dai por Nesses casos, que são de situações jurídicas substanciais
~!š plurissubjetivas, o resultado do processo - afirma-se” - não .=v-z :_.-z .:; z=úz.
que, nesse caso, os co-legitirnados que não tenham participado
da açãopodem reapresentá-:la. A lei; ao- mesmo tempo, fixa pra-
zo bastante breve de decadência para a impugnação, visando a Bzuusosà Moaizimi, Coisa julgada: Extensão subjetiva, in Direito
›
V, Processual Cívil, Rio, 1971, ps. 281 e segs; Ver também, retro, Notas à
reduzir a possibilidade de decisões contraditórias (art. 2.377, Eficácia e Autoridade, § 5.°, n. 4. A
Cód. Civ. italiano). ' z H ' 2 Sobre litisconsórcio unitário _ distinto do necessário _ ver as
Mas no Brasil, onde não existe norma expressa a respeito, monografias de Aazxoao Cm-nu, Do Litisconsárcio Unitário no-Sistema
asconsiderações tecidas por 'LIEBMAN em 1934/37 ainda ofere- no Código de -Processo Civil, São Paulo. 1968, e de Biuuaosz Mon:-:m.à,
cem grande interesse. _ _ . 'l
Lítisconsórcio Unitário, Rio de Janeiro. 1972. A partir dessas.obras` é
\ que se firmou claramente, na processualistlca brasileira. a idéia de que
,..,.'..-.-.:;f.z-.*
.. , Resume o Mestre, inicialmente, as duas opiniões que ã épo- 0 1uiâennâómiú_mde_seLun1tarlo._semJsr___ne¢essári0 (como é ‹=×flt=1~
.
1"
ca dividiam a doutrina italiana: a) a sentença proferida -na ação mente o caso da anulação da deliberação da assembléia das sociedades
ll proposta por um dos interessados-beneficia ou prejudica-a -to- anônimas), e vice-versa (como, v.g.. no caso de usucapião): ver a ültl-
li
ll ma obra cit., ps. 132 e segs. Os problemas atinentes à pretensa extensão
da coisa julgada no litisconsórcio unitário surgem exatamente quando
este não é necessario. ' '
=' B.uu.=.os.i Monsmià, Lítisconsórcio cit., p. 143.
:^-:¬.<'¬v-Fn‹-v`›.¬_-‹:.~¬%_¢"zm”_:w›.x+-r_zx-.¬'-._¬ :
ir
240 Ann Pzttmnlnr Gamovm
Eficácia E Aoroaxmios na 322111-zuçà 241
pode as veza deixar de produzir-se a um só tempo e de modo
mam'
4i¬_
igual para todos os titulares. É que as posições jurídicas indi- das por como dividindo a doutrina": a Sentença PTO' i
viduais são_ iguais e interligadas, de modo que o comando con- nunciada na ação proposta por um dos interessados beneficia
creto as atinge a todas com idêntica eficácia. ou prejudica a todos os outros.
Parte da doutrina frisa que se trata da extensão da coisa
julgada: “se os co-interessadosgaliieios a9_proc_e_sso não ficassem l
i
4 ..._ De nossa parte, manifestamos opiniao diversa, reco-
jungidos aquela,_pogeria1;n_p¿ovocar a forng_L_ilacão,__para_sj,_d_e_ l nhecendo, embora, a exístência, em certos ordenamentos, da ex-
l regra juridica concreta de teor p_o_r¿/entj._1ra diverso, com_o_q_u_e
'25-fififlfl <1!!§ÊÉ_í=!¢l=*~.5 .hQ!11Qs'2fl@idfl.d.ee t0_1;na.daniny.i_áv_e.l_a_S11hSis-
tensão subjetiva da coisa julgada, nos casos de litisconsórcio
unitário, a quem não participou do processo. E já afirmamos:
, 3 -- Nao obstante reconheça que a extensão da coisa julga- virtude da perfeita unidade da res in iudícium deducta, que tor-
da pode ser preccituada secundum eventum litis _ e há. exem- naria impossivel a -formulação de regras jurídicas concretas di-
‹l
plos dessa extensão via legislativa no Brasil* _, preconiza l
versas com relação àqueles que deveriam ter participado do _.4 _H_
Bansosa Monsmà que não se adote a solução, para evitar julga- mesmo juizo, obtendo sentenças uniformes." Prosseguiarnos
oos contraditórios entre as mesmas partes e um resultado que observando que essa razão poderia autorizar, por via legislativa, .~vs¡r_fi.1-
já foi qualificado de “muito feio". “ E conclui: “quer seja o pe- a extensão subjetiva da autoridade da coisa julgada ao virtual
dido julgado procedente, quer improcedente, a regra jurídica litisconsorte unitário, que não participou da relação processual. ul
ll
concreta formulada na sentença terá de aplicar-se de modo uni- `l M¿5_ diziamogj no Brasil essa regra legislativa não existe; ao
F1*
i`orme a todos os interessados.” T Assim, o brilhante processua- contrário, entre nós, o art. 472 traça a regra da limitaçao sub-
lista prefere ficar com a primeira das duas alternativas aponta- jetiva da coisa julgada de maneira rígida. Concluiamos assim:
--ggm norma expr_e_ssa.-n.<¿.S§11túQ__ë2-filšfiëllëã-0-YÂE-CQÍSÉL-Í-'¿¿§l€'1-a
f Bâaaosi Moaflaa, op. cit., p. 144; nota 49. acrescentando: “Esse aos possiveislitisconsortes unitários; e hjavendobaräcoiitrario. zl
aspecto não parece ter merecido a atenção de Lrzsmzm, no armar a sua iggga limitadora explícita em_nosso_o1:denamenf_o._I1ëSL_hfi-E310- li
j.
,® famosa construção... e constitui, sem dúvida, uma das debiiidades da
teoria liebmanlana, que tanto êxito vem obtendo entre nós." êazzaagef nzlautoriaêaecda cr›iêa__.i_11lsada¿êrs¢iL<›S.».e}12¢M1110
i
› . -" É o caso da ação popular constitucional (art. 18. da Lei n. 4.717, fš.lL@.1lL1s1l=LS_LÍcl}i§.0_0;f1§_.0I.L.€zS.l111¿`i¿a;ios,,se,do,.ju.izo.não.pantic1.parana."='
de 29 de junho de 1965), na qual a sentença se reveste da autoridade da Com efeito, já sustentamos que os direitos coiistitucionajs
coisa julgada ergrr omnes, quer acolha, quer rejeite 0 pedido do autor de defesa, o principio do contraditório, a bilateralidade da açao
popular; mas, no caso de rejeição do pedido por insuficiência de pro- " _.¬T.: '2:¶\_
vas, a coisa julgada não sc forma: e, segundo já afirmamos, não se e da exceção fazem com que a imutabilidade da sentença so- V
forma nem mesmo para o autor (Gamovzn, A tutela jurisdicional dos mente possa valer inter-partes: eis o fundamento político da ›L`
jl
interesses difusos, in Rev. Procyradoria Geral do Estado, vol. 12, São limitação da autoridade da coisa julgada, entendido como ga-
Paulo. 1-978. p. 135. -Cfr. Bànaosâ Moncmzx, Litisconsórcío, cit., p. 148. nota rantia das partes e possibilidade concedida ao terceiro, juridica-
57; contra; Arouso na Srtwi, Ação Popular Constitucional, São Paulo, 4l
1968. p. 273, que entende ficar impedido à nova ação, pelo mesmo fun- mente prejudicado, de opor-se à sentença, para ele eficaz mas ii.
¿
damento. quem já foi parte). mutavel. '“
~= A expressão é do Scnxvân aein sehr unschönes Ergehnisi, apud
Bfmsoss Monrma, op. e loc. cit., nota 57. b De nossaautoria, "Eficácia e autoridade" cit.. P- .31-
T B,u:sos.i l\ioncis:à, op. e loc. ciis., p. 1-i8. " ld. ibid., p. 32. '
›
1" Assim escreviamos em "Eficácia e Autoridade" cit.. D- 51- _
cuiiatlvo, chega-se então a ponto de vista mais próximoao de .entrçeç,‹;i__iiiconciliáveis,_;nas apenas o_ de ~evitar_a incompatibili- .
W
Liizsii-um: se aprimeira decisão rejeitou o pedidoi.-de anulação, .ggçggratica entre coma¿1,dos.” I ,
outro sócio não pode ficar impedido de pleitear, -em outra ação, i
H
dente que, uma vez conseguida a anulação, esta segunda 'coisa
julgada, prevalecerá _ para todos _ sobre a primeira: nao só 4
em virtude do princípio pelo qual_a segunda coisa julgada, no
É conflito entre duas, há de prevaleceizl' mais ainda porque, a
nào ser assim, 'o exercícioda segunda ação teria sido inútil. Se
i
l
v*
›
J
julgada que opere uItra_p_ai:t_e,s -- o_exer e 4.
v
" Não é raro o conflito entre duas coisas julgadas, e a doutrina
brasileira resolve-o predominantemente em favor da segunda: GniNovsn,`
,__
Direito Processual Cívil cit., p. 85; Bnmiospi Moasnui, Comentários_cit.; FÉ 1
-a
ii. 134. No mesmo sentido a jurisprudência: Ap. Civ., n. 85.732, do Trib.
1;- Assími esa-zvizmos em Eficácia e -autoridade cit., p. 12.
Just. do aniigo Estado da Guniiabara, in DJ., de 22.8.1974, 310, do 1
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apenso. -
861'-17 1
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1 “Eú4.ãt.-vl1-fä;._L..
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`iii,M_I`|”i¡.H'‹_'_H“¡`|.u¶"_HiM`|"._I`4h¡'t|Uš"`\_J;“I`i"“r_¿, mpiI._'V
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1
Í I
veis desdobramentos de uma tentativa tão pouco ortodoxa. E 1 é demonstrada pelo fato de que a doutrina germânica continua
realmente só em épocas bastante recentes os escritores das ge- identificando a Rechtskraƒt com a Feststellungswirkung, ou
rações mais jovens 'dela se aproximaram com mente aberta, de- seja, a autoridade da coisa julgada com a eficacia da declara-
monstrando compreender seus intuitos e acolhendo mais ou ção. O art. 2.909 do código civil vigente permaneceu prisioneiro
menos amplamente seus resultados. Agora, a decisão da Funda- do mesmo erro, na medida em que limita a coisa julgada à. de-
ção Calamandreí vem confirmar categorizadamente essa nova claração contida 'na sentença; e não é mais do que um medío-
atitude da doutrina e compensar a amargura experimentada cre expediente (de que não nego a utilidade a nível exegético,
pela incompreensão com que o livro foi acolhido quando apare- frente ao- texto da norma mencionada) sustentar que a incon-
3 testabilidade da declaração sirva de apoio para o efeito consti- _-TJ
BT
.'I
"tí. .m5'L"_._-_..
ceu pela primeira vez. I
1
pouco menos que com um sorriso, mas a verdade e que ainda te- ficado, acolhendo um conceito consentâneo com o fenômeno
mos dificuldades em nos livrar inteiramente de sua influência, real, considerado em todos os seus aspectos? A função jurisdi-
cional tem conteúdo mais complexo, mais rico ou mais variado
' Prefácio do Autor à Edicao italiana da Eƒƒicacia rd mitoriiá della K
sentenaa, reimpressa pela Fundação Piero Calamandrei c publicada ein do que o de simples solução de uma questão duvidosa. A cer-
Milão, por A. Giuffrè, em 1962. teza é, sim, componente essencial da justiça, mas não a exaure. ll
-.__i¡._i.m-;.-AM.
1!
zl ,_,
I .
Lai
i
a_ c_e;1;e_z_a, mas freqüentemente (aliás, na maioria dos casos) tações doutrinárias diversas e muito distantes entre si, as quais
. _ -fi ._í_ colocaram a sentença em confronto, a primeira com a lei, a
também produz outros efeitos, de grande relevância Piá-Êíçëz 'I
‹ segunda com o ato administrativo., Parece-me, todavia, que des-
que eae i.›9s1em,_r5dos_e1@s,-êer. .rsreøvieeê suend°_.e..e“=ntsnÇa sas orientações foram tão fecundas as posturas, quão pouco
adquirea autoridade da coisa_julgada. Bor isso, eSSa_autorida.de
aceitáveis os resultados. - ' -
não pode ref_erir¿se a um apenas er¿tr_e,_os possiveis 6fBit0S da
sentença, mas sim a todos unitariamente, não D0§1.8IlÇ!0 ter 0UtlÍ.° Repleta de interesse era, com.efeito,'a aproximação da efi-
sentido senão o de indicar um modo de ser, uma qualidade da-
1../¬. -
cácia da sentença à. da lei; mas depois o discurso de Carnelutti 'l
queles efeitos. tomava outros caminhos, estendendo-se ao contrato e -compli-
cando-se~com o 'conceito do comando complementar, que me
Enfim, a terceira. exigência é a de colocar a teoria da coisa
parecia pouco convincente; sobretudo, chegava a identificar- a
julgada na posição que lhe é própria, em seu contexto natural.
imperatividade da sentença com a coisa julgada material e .Íi
Estudada por muito tempo como se fosse instituto do direito
a imutabilidade da sentença com a çoisa julgada formal. Eu 1
privado, considerou-se na res iudicata apenas 0 seu conteúdo, | "\
chegava a conclusões diferentes. Retornando sobre o tema com .
ou seja, a res, descurando totalmente seu elemento formal, que
0 distanciamento do tempo decorrido, que natura.lmente,_apa- 'l1
é o pronunciamento do juiz. É essa a verdadeira origem dos 1
Ê4
gou qualquer traço de ressentimento pessoal, parece-me que
erros e das esquisitices postas em relevo 110 iflíflífl ÔESSHS Páginaä nem a aspereza da polêmica inicial, nem a sucessiva redução da
i\
bem como da busca tão trabalhosa quanto vã de um conceito
divergência a uma questão meramente terminológica (assim o
É que exprimisse a sua essência. É necessário, portanto, ter em
mente que a sentença é um ato do poder público, ou seja, um
T
J
próprio CARNELUTTI, Bilancio di una polemica, Rir. Dir. Proc.
1937, I, 78) espelhavam exatamente as nossas respectivas
ato do Estado, o ato jurisdicional, convencendo-se de que esta posições.
é a única perspectiva aceitável. A afirmação foi julgada em
1935 um exagero da concepção publicista do processo. SuP0nh0 Não menos interessante era a via tomada por Merkl:
;'1
"-“:"_. _.¬
‹
saindo de uma idéia não nova na doutrina de língua alemã
que 'hoje ela parecerá uma simples verdade, talvez até por de- I
ji
1
-e por certo particularmente congenial à escola juspublicista j.
1
mais evidente. Toda a recente doutrina italiana nos acostumou r:
de Viena, havia ele colocado no mesmo plano a sentença e o
a colocar no centro das investigações o ato juridico, em suas
ato administrativo, concluindo por estender a este último a
inúmeras configurações, estudando as caracteristicas desse ato iãä.
_-.'. -:
noção da coisa julgada. Também essa conclusão não pode ser
em uma consideração unitária que não exclui, naturalmente, acolhida e não vejo nada a acrescentar aos argumentos já ex-
distinções e diversidades. E não se vê outra classe de atos juri-
postos à época para afasta-la, sendo eles geralmente comparti-
dicos -em que possa ser incluida a sentença do juiz, a não ser a Í»-É_-4_.Í¿T.-`_.-T_Í.;
I lhados pela doutrina italiana.
dos atos estatais. Nem pode representar um obstáculo 0 fato de
_. _ . ¬._ - _-¬--.- que o objeto do processo civil é, na maioria das vezes, uma re- Retomando o confronto e ampliando-o a todos os atos do
lação de direito privado: porque a relação controvertida, qual- Estado, achava eu que eles têm em comum a idoneidade de
quer que seja sua natureza, é o objeto passivo do pronuncia- impor-se de modo vinculante, como atos da autoridade social,
1
mento do Órgão jurisdicional, e portanto da eficácia do próprio sem qualquer necessidade da verificação de sua validade, até
... . .¬. =.z-i .z,=._- =;-,¿._
pronunciamento, enquanto sujeito ativo é, em qualquer caso, que esta fosse contestada na esfera competente: e chamava. a. I
o órgão jurisdicional. essa idoneidade de eficácia natural dos atos estatais. O ato
s..|. _._ _. - il
I 1
1
250 Emnco Touro Lrssmm
Enczicul 'E Aoronrnàna na Smrsuçi 251
jurisdicional distingue-se, todavia, dos demais atos do 'Estado l
por 'uma sua caracteristica típica e exclusiva, devida à sua fun- Das diversas aplicações -particulares extraídas dos concei-
ção, cujo fim de justiça se combina com o da segurança dos tos ora resumidos, uma só gostaria de lembrar aqui: a que se
direitos e da pacificação social: quando a,sentença_pa.ssa,em da no caso de a sentença não apresentar-se revestida da auto-
julgado, seus efeitos, entre certos limites, não mais podem ser ridade dojulgado. Nesse caso _(por ex., com relação a um ter-
É de1modo.aná1ogo_a todo_o_utro_a,t0_do_Fstado;. ,eia lmutabflidade A tese, quando foi enunciada, encontrou muitas resistên-
lr l' d‹.=aS.es.efeitꛧ,._sobrevind0 quando a Sfllliensarflsfia em iuleado- cias; mas essas poderiam parecer menos justificadas, agora que
Desse modo, ficavam satisfeitas as exigências supra-enlumeradas a doutrina trouxe à. luz o conceito da desaplicação de um ato
no sentido de uma definiçãomais racional da coisa julgada. que seja invalidado por ilegitimidade: na hipótese de o juiz não
Quer me parecer que essas conclusões se inserem com mui- ter o poder de anular o ato ilegitimo pode ao menos negar-lhe
ta facilidade nas pesquisas da nossa mais recente' doutrina de aplicação no caso concreto e para um determinado efeito. Tra-
._ ._ -¬z_. ¬-â›:e; z.-
1"”
ÊI'-A_
direito público, O confronto das várias espécies de atos ,estatais ta-se de uma eventualidade bem conhecida com relação aos atos
administrativos (ver CANNADA-Bamroni, L'i1u1pplicabilità degli ii .
foi feito de mais de um ponto de vista, levando a resultados em ;¡'¡
atti amministrativi, Milão, 1950)), que foi estendida à lei e é 1,'
grande parte convergentes: tanto 'para o ato legislativo (Cf. agora apresentada corno figura geral de nosso direito público ,ll
CRISAFULLI, Atto normativo, in Enciclopedia del diritto, IV,.Mi- (CAPr¡‹:1.Lr:r'r1,*'La pregiudizialità costituzionale nel processo civi- l
lão, 1959, p. 238 e segs., n. 2), quanto para o ato administrativo le, Milão, 1957, p. 77, com bibliografia citada), podendo perfei-
(Cf. GIANNIN1 M. S., Lezioni di diritto amministrativo, Milão, tamente ser admitida também com relação à. sentença, nos casos zl
*Li
‹¡¡
l
1950, n. 215 e segs. ; Atto amministrativo, in Enciclop. cit., vol. em que sua eficácia se apresente destituida do escudo da auto- *Ii
,i
li cit., p. 157 e segs. especialmente p. 187), foi inàivlauaaa na ridade da coisa julgada.
L
l
imperatividade a eficácia do ato do poder público para impor- Mas, à tese em questão, chegou uma inesperada adesão, em
l -se independentemente de qualquer verificação a respeito de sua campo inteiramente diverso. Numerosos textos das fontes ro-
validade; tornam-se, assim, supérfluas as discutiveis construções manas, a partir aproximadamente da metade do primeiro sé-
de uma presunção de conhecimento (para o ato legislativo) e de
uma presunção de legitimidade (para o ato administrativo), a
que se reportavam as doutrinas anteriores. r
culo a.C., consideravam, ainda na ausência de qualquer possi-
bilidade de impugnação do julgado, a hipótese de uma senten-
ça ser injusta, dai extraindo a conseqüência de que .ela se tor-
'
_ _-.Z.-_.~;`.:_,."'_"._
Ora., é claro que este conceito de imperatividade correspon- naria inoperante para determinados efeitos (Dauvirmrsn, La li
- -_. _-. -. _. _
de exatamente aquela que eu denominava, com expressão talvez théorie de l' “iniuria iu.dicis".dans la procedure ƒormulaire, fro-
-f='.Í;"-'A4:_¿¬.=E*L'EÍ*}Ã~;:.1n
um pouco genérica, eficácia natural dos atos estatais (confor- losa, 1937; Múnaons, Ueƒƒicacia pregiudiziale della sentenza nel -._¬.‹-. _» _. ."._.1.‹.
l me Gmnmui M. S., Accertamenti amministrativi e decisioni processo ciiríle romano, .in Annali Palermo, 24 (1955), p. 125 e if
amminístrative, in Foro it., 1952, IV, 169 e segs.). Não teria segs.: Pucui-:si-:, Note sulla mgiustizía della sentenza nel dfrifto ,I
í .
qualquer dificuldade em acolher essa diversa e mais significa- romano, in Riu. Dir. Proc., 1960, p. 182). Nesses casos, conquan-
1
tiva terminologia. to a res iudicata permanecesse intacta nos limites que lhe são
W proprios, admitia-se a possibilidade de submeter a controle os
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},. s;. .-z1.:;
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-tão dificil dos limites subjetivos -da coisa julgada. ' ¡.-
relação aos terceiros. Douvrusen, que pela primeira vez coligiu .
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esses textos, acreditou deles poder extrair as linhas de uma ver-
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I
.l, dadeirateoria. Mais prudente,.PUoussr: .prefere ,vjer neles uma Í
I.
i casuística, aconselhando cautela na construção de um princí- ii
HT pio geral, extraido dos casos singulares. Aqui, é suficiente obser-
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var que aos jurisconsultos clássicos (assim como aqueles do di- HU
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reito comum, que acolheram seu ensinamento) não pareceu
impossível nem absurdo, mas até conforme à›._eqiiidade, que o
terceiro, em determinados casos, sujeitasse a críticas a «senten-
ça, embora tivwe ela que permanecer firme entre_as partes, _ ._ ._ ~
ll
terceiros, quando correm o perigo de ser injustamente sa-
crificados. ` 1
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1
considerados "exageradas" em 1935, detém-se em três pontos de 1_1_t¿eci111_ento_d_Qs_d1reitos de defesa, não_po_dend0;J_r_ejudicar quem tl
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grande interesse. não teve oportunidadewde fazer valer suas_raz€¿e_s, §_isS_o é 3102111- ‹;,.
l
Ç.Ç4Í-Í:-_4,A;ÍFÍ-«ÃÍí éé sentença como ato jurisdicional. - 1 Ver, Josi: Arouso DA SILVA, Curso de Direito Constitucional Po- . _. -_.._ . .-._._, «_. _. ._ _.
--._ .-_.¬__ --__.
sitivo, Rev. Tríbs., São Paulo, 1976, p. 20 e segs.; ANNA Câmaras na CUNHA
3 -- Q segundo ponto consiste em_uma_aplicaçäo particular Fmaâz, Poder Constituinte do Estado-membro, São Paulo, Rev. Tribs.,
da distinção entre autoridade da coisa julgada e eficácia natu-, 1979, p. 179 e segs. . wma-v. 4:._
Lêz1.d8.__Si'2nÍ_<~111_ç_a,_gonsistente_na desap1ic_aç,ão_de_unLat;o _g_u_e_s_e;_a 2 Fannenu Fn_.no, Lei Municipal n. 8.533. de 19/1/77. parecer in Rev. __. . .¬-vz.
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invaIidado,_porquanto ilegijgmo. _£f,,_doutrina mo‹_ieri1a_r_econh_ece Proc. Ger. Est., São Paulo, vol. 12, p. 564/566, fazendo referência à dou-
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Errciicrh x-:_i¿\U'roan›/un: na Ssunznçs 257 ll
mente em torno da pena e da reparação. qualquer hipotese em que o mesmo fato fosse relevante, tanto
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pressão de 1962 da Eƒƒicacía ed autoritá della sentenza. cimção que nos homens antigos despertam os novos institutos, .il
l 1 Cmovzmn, Istituzioni di diritto processuale civlle, ll, Nápoles, e que pode parecer nobre quando não seja justa”. * Assim, p0St0 I
1936, p. 116.
2 Traiié de la iustice críminelle en France, 1771, t. III, p. 11. 'A que reconhecendo ao prejudicado uma ação separada ã repara- I,
respeito da evolução do direito francês anterior à Revolução, v. Fws-rm ção do dano, proponível, à escolha, por via da intervenção no
Hñmr, Traité zfinstraction criminelle, t. I, 2.5 ed., 1866,p.483; A. Esmzm,
Histoire de la procedure criminelle en France, 1882, ps. 43, 111, 139, etc.; z Cfr, p¡5;¡~zg¡,¡,r, Commentario del codice di proc.-:dura cívile surdo.
Valticos, Uautorité de la chose jugée au criminel sur le civil, Sirey, 1953. 1. Turim, 1355, p. 29. `
p. 74 e segs. 4 Prs›\Nzu_r, loc. cit.
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1
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258 ENRICO TULL10 LIEBMAN Errcicm s Auronmlwe na sair:-¿Nç.\ 259
processo penal, ou então separadamente no juízo cível -(com a sições. E foi ela prevista legalmente pelo código de processo
necesidade, neste caso, de suspender o seu exercício, para que penal de 1913, para cuja elaboração a autoridade de Moirram i
se,aguardasse o pronunciamento do juiz penal), reafirmou-se, foi notoriamente preponderante. Quanto ainda pesasse o an-
1 te influenciada pela insuficiente distinção entre os efeitos pe- regra geral, a condicionar em todos o.s casos o conhecimento do
i nais e civis da infração penal: de modo que, mesmo quando a juiz civil ao do juiz penal, quando devessem conhecer do mes-
distinção abriu seu caminho com dificuldade, foi inevitável que mo fato. Falou-se a esse propósito de uma forma especial de
o juizo sobre o crime necessariamente implicasse a decisão so- litispendência, que se resolve necessariamente na espera de ver
bre o ressarcimento, ainda que esta fosse confiada ao conheci- definido o juizo penal e onde “a prevenção é dada à jurisdição
mento do juiz civil. . penal, não em razão do tempo mas em razão da matéria"; 1 litis- “F
As disposições fragmentárias de nossa primeira legislação pendéncia essa que não se limita à ação civil do prejudicado,
unitária, todavia, com o passar do tempo foram entendidas _e mas sim a qualquer “reparação de direitos subjetivos lesados
interpretadas com nova mentalidade, já colocadas em um qua- pela infração penal, ou seja, também relativamente às ações
dro de principios e problemas mais vastos. devolvidas a jurisdição civil e que não podem de forma alguma '_ .
Posto o problema geral entre ajurisdição civil e a penal, a ser _unidas ao processo penal mediante a constituição da parte 'i
i
afirmação, propugnada por Mouraria, da unidade e da identi- civil". -`* nl iii
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I! dade da jurisdição, como função e manifestação da soberania O codigo de processo penal vigente só aparentemente ino- ii:
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do Estado, pareceu uma importante conquista; salientou¬se a vou com relação ao de 1913 e à aplicação prática que as dis- ' 1 i
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1 necessidade de evitar interferências, duplicidades e contradições posições deste haviam recebido na doutrina e na jurisprudên- ~‹~fl
nas atividades dos juízes penais e civis; e na hipótese em que cia. Mas precisou seu -conteúdo, de forma mais analítica., em
uns e outros .fossem chamados para conhecer o mesmo fato, que as várias hipóteses receberam consideração distinta. Limi- 1.,
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sustentou-se o conceito da prevalência da jurisdição penal, como tar-me-ei a lembrar brevemente as normas principais atual-
sendo aquela que se exerce no interesse da coletividade e que mente em vigor sobre o tema em debate, remetendo para seu
por isso também abarca o interesse do individuo lesado pelo exame mais minucioso a quanto será. dito pelo ilustre magis-
fato delituoso. ° trado e estudioso que reparte comigo a honra dessa relação.
A vinculação do juiz civil às declarações contidas na sen- - _ ~_ 4_ _z›-¡h-
tença penal era a lógica e natural conseqüência dessas propo- '* Monuuui, op. cit., n. 488.
' .
f Moariuâ, op. cit., n. 503 e 504. _!
¡ 5 lfosrâsâ, Commentario, I, 5.°* ed., título 3.°, cap. 2.°. H Monnum, op. cit., n. 502.
1587 - ll
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vilprozessordnung revogou expressamente as normas locais an- particularmente ilustrada. e desenvolvida por C.u‹NELu'r'r1, con-
teriores que, a exemplo-do sistema francês, reconneciam à. sen- forme a coisa julgada opere sobre a mesma lide ou sobre uma
tença penal eficacia vinculante para o juiz civil; normas essas lide diversa, e conforme sejam as partes desta as mesmas ou
que pareceram contrárias ao princípio do livre convencimento outras com relação à. primeira lide: de modo que a eficácia di-
do juiz. Admite-se pacificamente que a apreciação das provas reta é eficácia intra Iitemue conseqüentemente sempre entre as
mesmas partes, enquanto a eficácia reflexa é eficácia extra lítem, pm-“
“_ -1 4 4 4
os precedentes históricos, as referências ao direito comparado monográfica de Fan-:nrucn Luovm V. KELLER, costuma~se fazer
3
que podem interessar ao nosso tema. entre eficacia negativa e positiva da coisa julgada, mas é sem
Passando agora a uma análise mais particularizada das dúvida mais clara e mais precisa, indicando de forma convin-
.l
cente a relação que corre entre um e outro aspecto da coisa
normas vigentes, vamo-nos deter, antes de mais nada, nos arts. =_z.|‹_-z:.sâfl¬ni.z-_ _z . . =.a
julgada-
25 e 27 do cód. proc. pen., para salientar, como já. lembrei, que il
concernem eles à. autoridade do julgado penal no sucessivo jui- A resposta que se deve dar ao quesito ora proposto não pa- ll
.[1
zo civil reparatório, distinguindo as duas hipóteses diversas da recc ser a mesma que lhe deu o próprio Caasapurrr. Exclui ele à ¬
negação ou da afirmação da responsabilidade do réu. Não se que se trate de eficacia reflexa, porque “embora a obrigação Í!
duvida que as normas citadas regulem, consoante as palavras penal e a civil sejam diversas, não ficam elas na dependência
usadas pela lei, uma verdadeira autoridade do julgado penal uma de outra, porquanto promanam, uma e outra, do mesmo
i1 no processo civil. Mencionarei, de passagem, a divergência exis- fato; a obrigação penal, em outros termos, não é absolutamen-
tente na doctrina sobre a identidade ou diversidade do fato te um pressuposto da obrigação civil“.“ Isso, que é evidente-
íE juridico, enquanto gerador de responsabilidade ao mesmo tem- mente exato, não é suficiente, salvo engano, para justificar a
L
po penal e civil, identidade ou diversidade que depende de as-` conclusão de CAnN:~:Lu'rr1 no sentido de tratar-se de eficácia di-
rcta,. porque a lide sobre a responsabilidade penal e a lide sobre
sumir ou descura., na identificação do fato jurídico, o elemento
a responsabilidade civil não são a mesma lide, mas sim lides
de sua qualificação juridica; diversidade de opiniões essa que
diversas quanto ao objeto e quanto às partes. Que concluir, :I-¿L-.L
_”
Í
26-1 Emuco 'I“u1.uo Liesmm Ericzicm E Auronmsnrz na Ssnrzuçs 255
não respeita ao pronunciamento do juiz penal sobre a lide, ou essa particular figura na definição da eficácia direta. Seja como _-L. .
qualificação jurídica: controverte-se apenas sobre a questão De resto, a singularidade de um julgado sobre os fatos não
'de compreender-se, ou não, entre os fatos materiais, os seus deixou de levantar alguma perplexidade, estimulando a busca
aspectos psicológico-subjetivos, que também constituem parte de outras saidas. Assim, CALAMANDREI mencionou, sem compro-
não indiferente da natureza e da história. H Em outros termos, meter-se a fundo, duas outras possíveis maneiras de entender
trata-se dos fatos que formaram o objeto do processo penal, mas a eficacia conferida a sentença penal pelo art. 28; ou seja,-po-
tomados e entendidos em sua individualidade histórica, por assim deria tratar~se de uma preclusão destinada a operar fora do
dizer desintegrados da fatispécie penal de que eram elementos
processo em que se produziu, afastando-se nisso daquela que se
constitutivos.
reputa a normal função da preclusão (mas também deste seu -nu:mz-on;:z_e-.;4_=-i.r z_à-¬.
No art. 28, a lei também fala na autoridade da coisa julga-
carater anormal não faltariam outros exemplos); ou então _po-
da, sendo o conceito acolhido pela doutrina dominante, quer
penal, quer civil; esta última salientou que se trata propria- i
*5 Eƒƒicacia diretta etc., n. 14. No mesmo sentido, Rrnenrr, IZ gíu- 1
. -wi.
dicato sul punto di diritto, in Scritti gíuridici in onore di C.uu~zm.U'rr1
H Cfr. Mmzonl, in Riv. it. dir. pen., 1956, p. 266 e segs. vol. II. p. 693 e segs., in fine.
_EncÁcui E Auloarnme na sentença 261
255 Emuco Tutuo LIEBMAN causa, relativas seja aos fatos, seja à. sua avaliação e qualifica-
ção juridica. Somente a primeira é a verdadeira decisão, pro-
deriamos estar na presença de um fenômeno de prova, no sen- vida de autoridade vinculante; tudo o mais é apenas o resultado
tido de que a sentença penal funcionaria como meio de prova do conhecimento do juiz, da atividade lógica que foi necessária
i
legal dos diversos fatos materiais enunciados em sua motiva- para chegar ã decisão, mas que se destina a perder qualquer
ção. “i Por último, um jovem autor, DENT1, em escrito prestes relevância fora do processo em que foi exercida, não sendo sus-
a ser publicado e gentilmente submetido à. minha leitura, " vol- ceptível de abranger em suas malhas a liberdade de juízo do z
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7
tou a configurar a eficãcia de que estamos falando como um magistrado chamado a pronunciar-se sobre uma demanda ou ii
r,I
.], julgado, ainda que de conteúdo mais restrito, a que deu a de- sobre uma lide diversa. l
nominação de “julgado sobre a fatispecie”. Se no código do processo penal não existissem os artigos
Nessa oportunidade, não penso seja tarefa minha a de to- varias vezes mencionados, a sentença penal valeria, também no
.-É mar posição com relação às opiniões da doutrina que acabo de processo civil, por aquilo que é sua função normal, ou seja, pela -.-3._. » É
Hi mencionar; mas sinto-me na obrigação de salientar um aspecto decisão sobre o crime nela contida, tendo eficácia de coisa jul-
.ij ^-::;;:n:-. ‹-
não menos, ou até mais, delicado que concerne ao art. 28. Re- gada entre esses limites, em todos os casos em que, para a re- .HI
firo-me ã eficácia erga omnes que essa norma atribui as decla- lação jurídica civil, pudesse ser relevante o fato de uma pessoa Li.
.,,¬
rações de fato realizadas pelo juiz penal. ter sido absolvida ou condenada da imputação penal. ii”
lÍ
"|
Tentei traçar da forma mais clara e síntética possivel as Se assim é, o problema que se coloca de iure condendo é
linhas gerais do quadro da influência que o julgado penal pode apenas o de saber se há razões- que justifiquem uma eficácia
exercer no processo civil, e dos principais problemas teóricos e dc sentença penal que exorbite desses limites.
práticos que a disciplina positiva do tema em debate suscita. A mim me parece que essas razões não existem; estou con-
l:
l Não creio que teria cumprido o meu papel se não fechasse vencido que hoje aqueles que pensam o contrario ainda se su-
Ur
a minha relação com uma avaliação crítica das normas vigentes. jeitam, inconscientemente, ao antigo preconceito que por tanto
O que acabo de referir me leva a afirmar que os arts. 25, tempo turvou a distinção entre a responsabilidade penal do réu
27 e 28 do cód. proc. pen. prevêem uma eficácia anormal do e as razões civis de indenização ao prejudicado, influindo (como
julgado penal, a qual está. em nítido contraste com os princi- salientei no inicio) sobre a tradicional disciplina das relações
pios e as regras gerais que governam o instituto da coisa jul- entre jurisdição penal e civil. Z
gada. Hoje, ninguem duvida que o julgado, quer civil, quer pe- Esaminemos, de resto, essas possíveis razões.
- .-.-_ ›--.-_ ,A ‹4-: ;¡
nal, é limitado ao pronunciamento do juiz sobre o pedido, ou A unidade da jurisdição é estranha à questão, não excluin-
_- por outras palavras _- sobre a lide que foi objeto do proces- do a separação das competências e não exigindo que se reco-
so, não se estendendo aos motivos que a sustentam, ou seja, ao nheça à. sentença penal uma eficácia civil que não lhe cabe -no
convencimento que o juiz formou sobre questões duvídosas da âmbito da própria jurisdição penal.
--,1.-. -_;,-_T.,A
. A unidade da jurisdição, ao contrário, contradiz a afirma-
W Csuimimonsr, La Sentenza cioile come mezzo di prova, Riv. dir. da prevalência da jurisdição penal, porquanto pressupõe que
proc., 1938, I, p. 107 e segs., n.° 12. As duas teses foram desenvolvidas, cada ramo da jurisdição seja soberano no âmbito de sua com-
particularmente, por Guiumeni, Autorità della cosa giudicata penale
nel gindízió civile, Milão, 1942, p. 176, c por Valmor, La Sentenza gzcnaie petência. Deixemos de lado a ficção da representação da tota-
come mezzo di prova, in Riv. dir. proc., 1943, I, 260. lidade dos cidadãos na pessoa do Ministério Público, que po-
W O escrito está. em via de impressão no volume de Scritti in me-
moria di P. Calamundrei.
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de um erro eventual que até um juiz penal, como qualquer ho- que, ainda que se' acolhesse a opinião da eficácia erga omnes
mem, possa ter cometido. do julgado penal, isso não bastaria para explicar o dispositivo
em tela, que não diz respeito ao julgado penal enquanto tal,
"J Cz\uuvulNmu›:r, op. cit., p. 126. »
1
mas sim a algo bem diferente, ou seja, às declarações de fato
1" Cmovrnnâ, op. cit., I., n. 132.
'-'U Cnrovrivm, op. cit., I. n. 129, in fine.
i ‹~.:-4
‹z 'D
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270 Eunrco 'I“ui.uo Lissmm
as linhas gerais do sistema. 1" No Brasil, dispositivos semelhantes (arts. 74, I, -CP, 64, CPP, 1-.H
fl
e 1.525 CC) têm .ensejado interpretação parecida àquela contra
I1 a qual se insurgia Lrsemm, em 1956, e agora declarada incons- ii,
Ii
titupional na Itália. `
Dai por que a atualidade, entre nós, do estudo pioneiro de
-Lleinxmu. 1 1l
editado pela Associação), sugeri, de iure conclendo, uma solução do -pro- Contrariamente à nossa posição escreveu Tounmno Fn.no,2
blema diferente da vigente, ou seja: suprimida a eficácia da sentença defendendo a idéia de que 0 'respeito à sentença penal e à .coisa
penal -no processo civil, assim como vem atualmente prevista e que.-
tantas críticas tem suscitado, poderia ao invés disso estabelecer-se um .E l
1 Gnmovem- Eficácia e autoridade, cit., ps. 46/54. ` I
novo caso de revisão, junto cóm os previstos pelo art. 554, cód. proc.
2 Touniuuo Fxuio, Processo Penal, .2.° vol., 5.* ed.. Bauru, 1919, p. 35
pen., que seria dado pela contradição entre a sentença penal e uma
e segs., especialmente ps. 44/45. ' ‹
sucessiva sentença civil sobre os mesmos fatos.
i¿`
:_ -_ _-
`-il
julgada ultra partes, no -caso, se explicariam no quadro da li- sentença penal ultra partes. 5 É evidente que ~o direito -de defesa
mitação à prova e das presunções íuris et de mre. não pode ser anulado, como ocorreria quando o terceiro encon-
trasse os fatos já definitivamente determinados. Ocivilmente
A questão continua em aberto no direito brasileiro. responsavel nao pode ser atingido pela sentença condenatória
3 -- Passamos à transcrição de nosso pensamento: penal, em sua imutabilidade; será_ alcançado pela eficacia na-
“Mas isso não impede que em âmbito ainda amplo os ter- tural da sentença, como todos o são, mas, na qualidade de ter-
ceiros, no processo penal, possam ser alcançados pela eficácia ff.-_. - -‹-":
-ceiro juridicamente prejudicado, poderá impugnar aquela sen-
erga omnes da sentença penal, como terceiros juridicamente tença, que para ele não é imutável. - '
interessados. »
5 A Corte Constitucional manifestou-se inicialmente pela consti-
a) a reparação do dano ex delicto - _um-._›.«. tucionalidade do art. 28 do cpp italiano, mesmo na parte que dispunha
Basta pensar, no campo das relaçoes interjurisdicionais, na que noprocesso civil ou administrativo a declaração dos fatos materiais
1
reparação do dano ex delicto, por parte do responsável civil. vincularia até os que não tivessem participado do processo penal (sen-
li tença 5/65, in Foro it., 1965, I, 400). A decisão foi veementemente criti-
i Que nos de-*nominados efeitos civis da sentença penal a eficácia cada pe_la'doutrina; Cr-rminonr, “Davvero legittima Yefficacia della sen-
da coisa julgada penal seja "anormal", já foi notado por Lisa- tenza penale nei giudizi civili o amrninistrativi, ai sensi dell'art. 28 do
J
. MAN, no que respeita aos limites objetivos do julgado, visto cpp?", in Riu. it. dir. e proc. pen., 1965, ps. 519 e segs; Comoouo, “L'art.
r 28 cpp e i protili costituzionali dei limiti soggettivi del giudicato”, in
como a lei atribui uma eficácia vinculante às apreciações de
fato contidas na sentença penal, de modo que a coisa julgada Riv. dz'r.\ proc., 1966, p. 662, e La garanzia costituzíonale de1I'azíone ed il
processo civile, Padua, 1970, ps. 222esegs.; DE Luca-Monrrsauo, “Azione
abrange os motivos; 3 mas, com relação aos limites subjetivos, civile e giudicato penale", in Giur. it., 1969, vol. IV, p. 209; Vraoiu-ri,
a distinção entre eficácia natural da sentença e autoridade de l Garanzie costitueionali del processo civile, Milão, 1970, ps. 94 e segs. e
coisa* julgada oferece, nesse caso, a solução mais técnica e ao 144 e segs. Os argumentos usados pela Corte, que invocava o caráter
mesmo tempo mais justa: o terceiro, civilmente responsável, relativo do direito de defesa e a necessidade de coordenar as duas ju-
risdições, já haviam sido refutados pela doutrina anterior: Lnzsmmv,
que não teve oportunidade de participar do processo penal, po- l
"L'eff'icacia della sentenza penale" cit., ps. 181 e segs; Di: Locú, "Osser-
dera---impugnar' a justiça da sentença condenatória, imutável vazioni critiche intorno a1l'art. 28 cpp”, in Giur. it., 1962, I, 1, 623;
apenas com relação ao réu. Ao credor não caberá a demonstra- Cnnivfmio, *I rapporti tra. l'art. 28 cpp e diritto di difesa all'esame della
ção da existência da obrigação de reparar o dano; mas o deve-
dor,"civilmente responsável, terceiro no processo penal, embora do neste se controverte sobre umdireito cujo reconhecimento dependa
submetido à. eficácia natural da decisão, poderá insurgir-se con- da declaração dos fatos materiais que foram objeto do processo penal,
' _i_~.' .¡à*"í_' . ressalvadas as limitações à. prova do direito controvertida pela lei civil.
tra asua injustiça, voltando a discutir os fatos reconhecidos 'L
iv O art. 27 regula a autoridade do julgado penal no juizo cível para -res-
il pela sentença condenatória penal. - sarcimento do dano, determinando que a sentença penal tem autori- l
šl l
No Brasil, o Código de Processo Civil vigente adotou -fran- dissü. é evidente que o terceiro, civilmente responsável pelo
camente a linha restrit_iva° na medida em que, reconhecendo dano, é parte ilegitima na execução civil da sentença penal. “1
a sentença penal condenatória como título executivo (art. 584,
II), atribui a legitimidade passiva, na execução, ao devedor,_re- O novo Código de Processo Penal -_ a ser promulgado o
Projeto 633/75, aprovado na Câmara dos -Deputados -- não
conhecido como tal no título executivo (art. 568, 1).* Diante
inovará nome campo: ,a_sentença penal condenatória transitada
U Linha restritiva, que a doutrina dominante adota, mesmo levan- em julgado-constitui título executivo judicial, e 0 -processo exe-
do em consideração apenas o estatuto processual penal: ver Tosmicnr, cutivo obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil (art.
Compêndio cit., II, p. 557, afirmando que a execução só pode ser inten- 780 e parág. unico do Projeto). - .
tada contra 0 condenado, porque só ele foi parte no processg penal. 'Mesmo assim, também entre nós a distinção entre eficácia
No mesmosentido, Romeu Pmes na Campos Bnimos, Direito processual
penal brasileiro, S. Paulo, 1971, vol. II, p. 494. Muito a propósito vêm natural da sentença e autoridade da coisa julgada é de extrema
as palavras de Touanmo FILHO, Processo penal, vol. 1.°, Bauru, 1978, importância, quando se trata da ação -- e não da execução -- z
p. 549: “Transitada em julgado a sentença penal condenatória será ela necessaria para pleitear no juízo cível a reparação do dano cau- |
exeqüível no cível contra o patrão? Estamos que não. O patrão não foi sado pelo crime. A determinação do art. 74, I, do CP (“São efei-
parte no feito criminal e, por isso, os limites subjetivos da coisa. julga-
da não o alcançariam.'.'
ÍLOS da Condenação: I --'tornar certa a obrigação de indenizar
o dano resultante do crime") 9 e do art. 64 do CPP (“Sem pre-
T Os demais incisos do art. 568 nao tem aplicabilidade ã execução
civil da sentença penal condenatória. juizo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento
1. do dano poderá ser proposta no juizo cível, contra o autor do
Corte Costituzionale", in Riu. it. dir. e proc. pen., 1964, p. 310) . Posterior- crime, e, se for o-caso, contra o responsável civil”) hão de ser
mente, a Corte reviu sua posição e declarou inconstitucional o art. 28 interpretadas à. luz dos princípios constitucionais e processuais
do cpp, exatamente na parte que determinava que no processocivil ou
administrativo a declaração dos fatos materiais fosse vinculante tam-
que regem os limites subjetivos da coisa julgada.
bem para aqueles que não tivessem participado do processo penal (sen- É um principio constitucional, ligado ao direito de defesa
tença 55, de 22.3.1971, in Foro it., 1971, I, 824, com nota de Monrssàno, e as garantias do “devido processo legal", que o terceiro não
e in Riu. dir. proc., 1971, p. 716, com nota de Comocuo). A orientação
da Corte consolidou-se em seguida com a sentença 99, de 27.6.1973, que 5 Escrevendo antes do Código de Processo Civil de 1973, Moura na
declarou a inconstitucionalidade do art. 27 do cpp, e com a sentença Amcío, ao comentar os arts. 804 e 805 do Anteprojeto de Código de Pro-
165, de 26 .6. 1975, que declarou a inconstitucionalidade do art. 25 do cpp. cesso Penal, que regulavam a execução da sentença penal a fim de ser
já na parte em que tals dispositivos estendiam o vínculo da coisa julgada estimada e paga a indenização devida, assim se manifestava: “A liqui-
penal sobre a ação civil também a quem não tivesse participado do pro-
iz cesso penal. Na motivação da sentença 55/71, a Oorte observava: “uma
dação da sentença far-se-á em procedimento expedito, para o qual se-
rão citados a fim de apresentarem alegações (inclusive seus quesltosl
eficácia reflexa do julgado sobre terceiros poderia ser admitida somen- sobre o pedido do exeqüente, o réu condenado e o responsável civil,
z-.líA-.__.' te quando, como acontece no processo civil, estivesse previsto, além da permitida a este a apresentação de defesa que possa eximl-lo de res-
faculdade de intervenção por sua parte, o remédio do recurso do ter- ponder civilmente. Esta franquia é acertada, pois o clvilmente respon- *A\‹¡|m4_'&nA1-:~_4 ¬-za.-; ._
ceiro prejudicado, sem falar na eventualidade de seu chamamento ope sável nem sempre participa do processo criminal, o que não sucede, é
. a_.. _, _4
ãudicis." Mas, como observa L_u-zauan, a interpretação mais racional do óbvio, com o réu condenado" ("Da reparação do dano causado pelo
pensamento do Tribunal considera admissível a eficácia refiexa da sen-
crime", in Rev. Fac. Dir. Un. Fed. Paraná, 197i), n. 13, ps. 89 e segs).
tença (e não da coisa julgada) com relação aos terceiros, desde que
iiies fique assegurada "quer a via dos recursos, quer a demonstração °` O Código Penal de 1969 repete a prescrição, no art. 90, I, subs-
da injustiça da- sentença em todo e qualquer processo em que se pre- tituindo, mais tecnicamente, o termo "indenizar" por- reparar. Ver, a
respeito da diferença entre restituição, ressarcimento, indenização e
tende fazê-Ia valer" (Manuais, cit., p. 174). -
reparação, Toinuicm, Compêndio, cit., t. II, ps. 538 e segs.
867- IEI `
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possa suportar as conseqüências nocivas de luna sentença pro- regra processual, posterior, aplicável ao juízo penal, no qual
ferida em processo do qual não participou. Eis 0 fundameflw mais rigorosamente ainda se adota o princípio da limitação sub-
politico pelo qual não se admite a extensão, ao terceiro, da imu- _ _._ :T:t_-¡_ ¬- L
jetiva da coisa julgada, frente à importância primordial dos
tabilidade dos efeitos de sentença proferida inter alias. Sobre direitos de defesa: trata-se do art. 472 do CPC, que textual-
esse fundamento politico-constitucional assenta a. doutrina da rnente prescreve que a sentença faz Coisa julgada às partes entre
coisa julgada, que distingue esta da eficácia natural da sen-
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as quais é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros.
tença: a primeira restrita às partes, a segunda atingindo o ter- Contra a aplicação integrativa do art. 472 do CPC às rela-
ceiro que, sempre que juridicamente prejudicado, poderá insur- ções interjurisdicionats poder-se-ia argumentar com a circuns-
gir-se contra a sentença que perante ele se queira fazer valer tância de o art. 1.525 do CC ser regra específica, aplicável ao
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voltando a discuti-la.
Ora, a interpretação a ser dada ao art. 74, I, do CP, com-
binado com art. 64 do CFP é exatamente essa: efeito secundá-
rio da condenação penal, diz a lei, é tomar certa a obrigação
de indenizar o dano resultante do crime. Mas, evidentemente, ›
julgado penal no juím cível, que não pode ser derrogada por
norma genérica; não se trata, porém, de derrogação do art. 1.525
do CC pelo art. 472 do CPC, mas sim de harmonização dos dois
dispositivos, de modo a dar ao primeiro interpretação restrita.
Interpretação, essa, que pode perfeitamente ser sustentada, por-
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a coisa julgada só pode atingir o réu do processo penal; não o quanto 0 texto não indica necessariamente a índíscutibilidade
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responsável civil, alcançado apenas pela eficácia natural da do fato e da autoria quanto a terceiros. E essa indiscutibilidade,
_..c-m› ¬« sentença. Donde a conclusão inarredável de que, proposta a a ser tão amplamente entendida, ainda infringiria regras de
ação civil de reparação do dano contra o civilmente responsá- aplicação direta e imediata, que defluem da Lei Maior, consti-
vel (jamais a execução, como já se disse), pâderá ele discutir tuindo aquele conjunto de garantias que tutelam as partes em
não apenas a sua responsabilidade civil, como também voltar, juizo. “
l
se o quiser, a suscitar as questões atinentes ao fato e a autoria. 1 Diante disso, em observância a preceitos constitucionais e
Questões, estas, que se revestem da autoridade da coisa julgada, processuais, a exegese dos arts. 74, I, do CP, 64 do CPP e 1.525
por força do disposto no art. 74, I, do CP, mas só com relaÇã0 do CC só pode ser uma, em harmonia exatamente com a teoria
a quem foi parte no processo penal. de Lreaivrlm e mais uma vez demonstrando a aplicabilidade .I
, Contrariaria, essa interpretação, o disposto no art. 74, I, do desta ao julgado penal; a autoridade da coisa julgada, em sua -_y.___
l
CP? Não. A obrigação de indenizar torna-se certa com relação imutabilidade, só atinge as partes; o terceiro, civilmente res-
ao réu do processo penal. Não com relação a terceiros, para ponsavel e juridicamente prejudicado pela eficácia natural da
quem aquela sentença condenatória é res inter alias. 1
sentença, que como ato estatal se lhe impõe, podera em novo
O verdadeiro escolho legislativo parece, antes, ser. represen- processo discutir livremente a sentença condenatória proferida
tado pela dicção do art. 1.525 do CC: “A responsabilidade civil i em processo de que não participou, para afastar os efeitos no-
V é independente da criminal; não se poderá, porém, questionar civos da condenação. Não só no que tange à sua responsabilida-
mais sobre a existência do fato, ou quem seja o seu autor, quan- de civil -- que na ação penal não foi assentada _, mas tam-
do estas questões se acharem decididas no crime." A letra da
lei parece indicar a indiscutibilidade absoluta, por quem quer H Sobre “devido processo legal" e garantias constitucionais do in-
\
que seja, dessas questões. '° Mas a letra da lei colide com outra dividuo, ver, de nossa autoria, As garantias constitucionais do direito
.i de ação, S. Paulo, 1973, e Teoria geral do processo, cit., em colaboração
i
i 1
I" Assim, em termos expressos, Tounmno Fruto. OP- 01fi-._l>- 549- i com Arulmo 'Cnmui e Dmàmuzco (n. 24/26). l
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278 ADA Pr:Lu:o1mvr Gamoven i
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ha de ser interpretado o art. '66 do CPP, o qual, a contrario seãwu,
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irnpede a ação cível 'de reparação do dano quando asentefiça
penal absolutória- tiver categoricamente reconhecido a inexis- EFEITOS‹DA SENTENÇA E COISA JULGADA*
tência material do fato: 0 impedimento não pode dirigir-se se-
não ao ofendido”. que tiver participado 'dofiprocesso criminal, e De -há algum tempo a doutrina alema posicionou-se de for- i
que foi, conseqüentemente, como parte, atingido pela autorida- ma geralmente aceita e já consolidada sobre os possíveis e di-
de da coisa julgada. Mas o preceito -não~pode alcançar o ter- versos efeitos da sentença e sobre a coisa julgada. Não nos re-
ceiro, estranho ao processo penal: o dispositivo deve ser“har- ferimos, naturalmente, à. discussão ainda não adormecida- e
l
monizado com o art. 472 do CPC, com 'os 'princípios constitu- l que agora não interessa -_ entre os fautores da teoria material
cionais do devido processo legal -e com as conquistas da mo-_' ¡
e da teoria processual. ^ _ ~ ` ' `
derna ciência processual. 11* ' Uma pesquisa que empreendihá muitos anos, 1 ao contra- 1,
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rio., conduziu-me a resultados que voltariam a questionar, em al-
guns aspectos, aquele posicionamento; e considero oportuno le-
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,vá-los ao conhecimento direto dos processualistas tedescos, pe-
dindo acolhida para tanto à sua revista cientifica, a fim de que 1 -e~-¬.'z:;_¡-A›~_-HAi. l.
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E1-¬rcÁcni E Aumnfnsns ml Snrrsuçr 231
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282 Ermrco 'I`Uu.1o LIEBMAN
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Errcéicui E Arrroamanz mi Sfiwrauçâ
§\ companhada da imutabilidade seria destituída de qualquer uti- plos de sentença eficaz desde o momento de sua prolação, qual-
lidade. E, com efeito, nessa linha que se levantam as objeções quer que seja_a quantidade ou a qualidade dos recursos admis-
de quem não aceita minhas idéias: ,uma sentença não poderia siveis: é o caso do-direito francês e do direito anglo-americano. 5
ter eficácia declaratória sem coisa julgada. 5 Mas esse é uni ver- Tais exemplos demonstram a erronia da suposição de que a efi-
dadeiro circulo vicioso porque da por demonstrado aquilo que se cácia da sentença, e em particular az declaração, seja inconce- ,i
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04 pretende demonstrar; -A verdade está exatamente no contrário;
Conmzé bível quando a sentença ainda estiver sujeita a recurso,
._4._,._ . H,. _-
\ a_,sentença é eficazgmesmo que possa se_r_cont1;a1;iada por._ou_tra_
sentença proferida em processo diverso, Também a declaração -é
um efeito suscetível de diversos graus de eficácia e pode mani- 1
. 2 - O resultado -do processo de conhecimento, a declara-
ção .da verdade e do direito, com todas as suas conseqüências,
ii festar-se emsentença sujeita a desaparecer por força de um I
são assim deslocados do momento da coisa julgada formal, que
i
dos fatos mencionados, até o momento em que ele não ocorrer. é o efeito mecânico da omissão de um ato da parte, de tempes-
Nem a_ coisaJulgado. formal, nem” ao material condicionam a tivo ataque à. sentença, ao ato do juiz que instruiu e julgou a
eficacia da sente_I;ç§_.,la_qua1,_- como_aTz0_d_¢_autQLidade ¬- é;BÍi- lide. O verdadeiro ato jurisdicional, em que a lei encontra sua
caz na medida _em,_qu_e é um ato _perfei_to. Isso significa que atuação, reside na sentença, obra do juiz, ato culminante do
quando__s_e forma acoisa julgada,_; própria eficácia adquire novo
vigor_que a_ntes_não possuía, tornando-se incontestável e irre-
processo, e não na omissão da impugnação e no decurso do
prazo.
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vogãvel. ` e 1 §._eoisa julgada_¿›e1'manece,__p_ois, uma con_s_e¿1üênçia,_prati-
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rantir a declaração de modo absoluto: com efeito, esta também i camente muitoçiirinpoi-tant_e,,_mas neutra e incolor em seu con-
teúdo; refqr__ça, estabi_1iza,_torna__imut.áye1 a_s§nLe_n.ç_a,_s_e,j_a._en-
pode ser eliminada por remédios extremos, admissíveis sem pra- quanto ,a_\_j:__o (coisaíjplgada_Qrmal)_,_seja_e_nqu_anto_ge1;ad0.i;a_de-
zo, ou com prazos bastante longos (no direito italiano, os deno- Qsäf¿i31.LU_ã.¢Q§_¢ieiL9§,(cDisa4.ulgada_matenalL_semJnda1iL2J-
minados recursos extraordinãrios: a rescisória em alguns dos mauemcdmeu®mdL l
casos previstos no art. 395,.n. 1, 2, 3, 6 e no art. 39'? do cpc, e a
oposição de terceiro; no direito alemão a Abanderungsklage ea 1 1
G V. referências em Gz Pucuese, Giudicato Civíle, in Enciclopedia i
F del dirítto, vol. XVIII, Milão, 1968, p. 785 e seg., especialmente ps. 793
i
,r 5 Por exemplo, ALr.onro, La cosa giudicata rispetto ai terei, Milão,
1
e 797 e seg.
'1
1937, p. 37.
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Errcíicni lr: Auronrn/me os Sanrsnça 28::
234 'Emuco Torno Lmaum
“intrínseca credibilidade da sentença," 1° ou de -uma “antecipa- próprias. Assim, em primeiro lugar, as partes podem, Zdepoisgda
da¡e provisória autoridade" 11 de que a sentença se reveste, mes- ' sentença exercer atos que modifiquem
_,_,_ _ suas relações:
_- o devedor
mo que ainda impugnável; tanto «é o apego à .tradição doutrina- _ pode pagar o seu débito, extinguindo a obrigação declarada na
ria, que obriga a recorrer a esses disfarces, para não reconhecer sentença e tornando impossivel a execução forçada fundada~na
i
a força das coisas! A sentença condenatória; as_guas_ p_a1§t¿e.s___pod,er_ifi_,__r_r_iesn1o,', depois
. Finalmente, para concluir esse ponto, ré importante.sa1ien~ , da sentença, entrar em acordo e acerta_l_r_¿uas_ relações de modo ,‹
¡Z! . .q Y' i gq _ ,.
tar que o legislador mostra a nítida. tendência para a maior va- E -dive-_r_s_o_ do declarado pelofiju _ e assim porfldiante Mas o que nao
lorização do processo e da sentença de primeiro grau: ¬seja.a ¿ poderiam fazer,_é_pre_tender_um_nono_,juizo_sobi;e._o_.qi1e_foL\âali‹
Lei n. 1.034, de 6 de dezembro de 1971, que regula o processo dos darnente_decidi‹io¿)9;j_,intermédio.de_uma_senten;;a:que_11epJnS§n: .
novos tribun_ais administrativos regionais, seja a Lei n. 533, de i ta a disciplina _çp;i_creta da relação _ji¡1ridica controvertida, tal z
11 de agosto de 1973, sobre o novo processo trabalhista, atribuem como resulta do efetivo funcionamento dos mecanismos previstos íi
plena eficácia a sentença de primeiro .grau ainda pendente de e regulados pelo ordenamento juridico. j i
1 7
3
recurso. . , _ . , šz
ISSO para 0 direito italiano. Nã0.me cabe empreender -pes- 5 -- A referida sistematização dos efeitos da sentença e da
quisa análoga para o direito positivo alemao. Quero somente coisa' julgada pode ter aplicações até mais importantes do que
acrescentar, com toda humildade, que não se pode dar preferen- os mencionados no n. 3. Quero referir-me ao tema dos limites
cia à sistematização tradicional somente porque "sempre se pen- subjetivos da coisa julgada. › _ q jf
sou assim”. Com efeito, parece-me existirem boas__ razões para _ Há 'muitos anos vêm sendo feitas diversas tentativas para
inverter a colocação tradicional das ideias e para_se empreender 1 superar o estreito limite da identidade das partes entre os pres-
›
uma cuidadosa leitura das normas de direito positivo. supostos da coisa julgada. z 4
$11.01' imutabilidade (nu incgntestabilidznlsl.-d0§¿=fs.it9s-.‹ia` sen- É ela o reflexo no processo de uma concepção menos individua- , ‹
tença. ' ' lista do direito, que se vem afirmando em todos os campos: 0 i
Nao significa, naturalmente, que fatos sucessivos não pos- homem não vive isolado na sociedade e sua posição juridica é
sam modificar a situação e as relações entre as partes. Ao con- condicionada cada vez mais pela atividade de seus semelhantes;
trario, §ignifica_que,_çpm referência à. situação existente aogtem- , daí por que aumenta a responsabilidade de cada qual por seus
IPI
_po em_que a sentçnçaqfpiipgolatadq os efeitos po; e1e_produzidos ' próprios atos, que projetam' sua influência sobre uma esfera i ,:
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288 Euiuco Tu£.Lio LIEBMAN E;-;¢Á¢;_.r E Au-miuniunz na smrrauçix 239
tos;de,f_ato_e;de:c_u;'elto_qqe.çondigiram oju,iz,a_-pr_o;e_rir sua de_- 1 a situação -jjui-,id.ica_existente entre a_s_par_tes,:in jydicium de-
-1-._ _
cisão. agudo -isso permap_ec_erarn__aiheios os terceiros. duç_tg_,,,Assim_s_ei;d_Q,__ela vale para todos ernãoi-só p_ara_aS partes.
Eis a razão pela qual devem ser rechaçadas as tentativas u¡`na_vez,qu¿,;0dg5 devem reconhecer que o juiz,_ju_lgando entre
de quem quis estender a determinados terceiros a coisa julgada ú as p_a_.rte_s,_pro¿e_riu sua decisão.
formada entre as partes. São tentativas antes artificiosas, '2 às V ;.sen__ten¿¿zr.e,_po_rtanto, com_i;eferència ao objeto deduaido
quais se opõe o limite preciso e intransponivei posto pela lei-de
todos os paises conhecidos, excluindo os terceiros da coisa jul-
ç_1¿j¿iiz¿;_e às partes que dele piirjticiparasn, eficaz para todos. E›
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1 _Que quer isso' dizer?? QueA'r_diie`r qíieƒdive?Ê'§!{íeñte_doÁflÉÉ2I€QÉ0l
i gada formada entre as partes. comi;-is pa.rte_s,__para quem a propria sentençaaciquire a_ coisa. `
| .
.
Uma solução diversa que, a meu ver, concília as diversas julgada e seus_e_feitos se tornam irnuta_v_eis,_para os terceiros
exigências, encontrando o seu ponto de equilibrio, é aquela que a sentença é eficaz, rnasí- não ficando cobertazpelo julgado - Hi
se inspira na distinção entre eficácia da sentença e coisa jul- É .dis_eptivel___a qualquer ternpo._O terceiro, ,des-._de_qqe tenha inte- ,i i
i j
1-_e¿.s§fl_pg,de,_e,m_quVa1;¿uer-circo-nstânQa_e_em queu1,uer_novon`ul- lj
gada'A sentençaC e. o a*toV da autoridade
Qd :“›\\\Ê*“€\“*'.? .c°*f~i›^`~¬e'
jurisdicional que exprime zp_,de§nonstr_a_r._que a sentença está errada e_n.ão lhe¬pod.e_s_ei^ ii '
oposta. iii
e_@i_ria.e-_e.e.ne.r.e.i2.e_‹.1iâf;iPline-qi1.e dele regular. eesilride á lei.
í--._._.í A sentença, quando não íortalecida pela coisa julgada, com-
*2 Não é este o lugar adequado para a reiutação detida dessas -ten- partilha com todos os outros atos do Estado da vulnerabilidade ›i
..
tativas: a francesa, mais antiga, fundada sobre a suposta. representa- própria dos atos promanados em um regime de Estado de di-
ção de alguns terceiros por parte de quem participou do processo; aque- v
reito, e por isso mesmo condicionados à sua confomiídade ao di-
iF la outra, que acreditou poder estender a_ terceiros a jheringiana “eficá-
cia reflexa” da coisa julgada; ou ainda, oiitra que assemelha a parte reito. Por isso os terceiros, embora sujeitos a eficácia da sentença,
os terceiros titulares de relações jurídicas logicamente dependentes da podem opor-lhe razões -de fato e de direito que demonstrem a
que foi objeto da sentença. Em todos esses casos, acaba-se vinculando sua contrariedade à. justiça. Nem por isso p0d€m OS ÊBFCGÍIOS, ,r .
a coisa julgada verdadeiros terceiros, que poderiam ter excelentes ra- é claro, modificar ou anular a. sentença, mas podem torna-la
zões a fazer valer contra a sentença; e se infringe patentemenie 0 prin- J inaplicãvel, paralisando a sua eficácia -no que lhes diz respeito.
cipio dos limites subjetivos da coisa julgada, principio que não pode
ter outro sentido senão exatamente o de impedir a repercussão do vin- É sabido que em alguns paises (França, Itália) existe a
culo com relação a terceiros titulares de .relações conexas. V. sobre a tierce oppo.s~i'timz,, desconhecida, ao contrário, em outros (por I
U
matéria o meu Manuais, vol. III, p. 169 e seg. ex. no direito alemão, austríaco). Segundo a praxe francesa, a
Recentemente, a Corte Constitucional interveio e_. acolhendo argu- tierce oppositicm também pode ser exercida por via incidental,
mento que eu havia levantado há alguns anos, declarou inconstitucio- no processo em que se queira fazer valer uma sentença com re- É
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nal o art. 28 do cpp, na parte que dispunha que no juizo civii ou admi-
nistrativo a declaração dos fatos contidos na sentença penal fosse vin-
lação a terceiro. '3 O remédio previsto em favor do terceiro, com
relação a .eficácia de uma sentença inter aiios, é precisamente
l
culante tambem com relação a quem havia permanecido estranho ao
processo penal (sentença n.° 25, de 22 de março de 1971). análogo a ticrce qpposítion proposta por via incidental e pode, z
T4f'ze-im.-fé‹i i!-444 .__. -_ _\
A orientação da Corte consolidou-se. depois, com as sentenças n. a meu ver, ser admitida mesmo sem previsão 1egislativfl,'C0m0 ›
99, de 27 de junho de 1973, e n. 165, de 26 de junho de 1975, que decla- simples aplicação dos principios gerais do ordenamento juridico. 5
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raram, respectivamente, a inconstitucionalidade dos arts. 27 e 25 do i
cpp, na parte em que estendiam 0 vinculo da coisa julgada penal sobre 13 Rouun, Chose jugée et tierce oppositíon, Paris, 1958, ns. 368 me
a ação civil, também quanto aos sujeitos que haviam permanecido 374; v_ agora os arts. 585 c 588 do novo Code de procedure civile. que
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i alheios ao processo penal. enirou em vigor a i.° de janeiro de 1976.
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à 5il t¬`*Í"'.L1_.” LÍ`; ;:
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290 Emuco TULLIO Lissmlm -` i
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a parte se deixou condenar injustamente e de que havia moti- tre os -doutrinadores de lingua tedesca a teoria de Lrsflmzm sobre O
vos suficientes para rechaçar a ação em que foi ré. _ os efeitos --da sentença -e a coisa julgada. ` i
Pt
Mr Essa também é uma possivel aplicação, a meu ver satisfa- Trata-se de uma síntese bastante atual do pensamento do -.i i
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tÓria,"`da"pesquisa de muitos anos atrás, cujos resultados tomo a Mestre, por elemesmo- efetuada e provida, conseqüentemente, 4..
liberdade de submeter à. atenção dos colegas a1e_mã_es. de invulgar proeminência.
Quanto ao direito brasileiro e sua correspondência às idéias ml.
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i I 1962, ps. 26/28 e 94/96 e Diritto processuais cívile, 8? ed., Pádua, 1973,
i
reedição - por obra da fundação Calamandrei _ do ensaio em p. 371), defendendo-a em polêmica com VELLANI. ` -
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1 iil.
que foram enunciadas pela primeira. vez, 1 e ainda por causa de Um apreciável esforço de aproximação e de compreensão fez F. CARPI
i
em Ueƒƒicacia "ultra partes" della senienza civiie, Milão, 1974, p. 19 e
algumas significativas adesões recebidas tanto na Itália quanto segs., ainda que depois tenha acabado refugiando-se nos amplos braços
i
Na~França, a distinção por mim proposta entre eficácia da senten- :-n ¬›¢\.›øn›¬-
* Ensaio publicado in Riu. dir. proc., 1980, n. 1. ça e autoridade da coisa julgada foi acolhida por J. Fovrn em sua these, i
1 Eƒƒicacia ed autorità della sentenza. Milão, 1935, relmpressa sob o Paris, 1954, De Pautoriâté de 1:1 chose íugée en matíère ciuile (que de-
mesmo titulo com outros escritos sobre a coisa julgada na coleção da fendeu o meu ensaio das criticas de Carneiutti) e "obtint un- grand
Fundação Calamandrei. Milão, 1962, e agora constante deste volume. retenti.ssement" segundo atestado de D. Tomiism, Essai sur Pautorité de
Sucessivamente,'o meu Manuais di diritto processuale civile, 3.“'ed., Ia chose ƒugée en matière civile, Paris, 1975, p. 103, o qual, embora com
vol. III. Milão, 1976, ps. 41, 142, 146 etc. e o artigo Urteilswirkungen outra formulação, retoma sua parte essencial; por último R. Psiuior, i
und Rechtskralt no Zeitschriƒt, vol. 91 (1978), p. 449. cujo texto italiano Encfyclofpedie Dalloz de procédure civile, 2!* ed., Paris, 1978, n. 140. J
i
foi publicado nesta Revisia, 1979, p. 1, com o titulo Eƒƒetti della sentenza No Brasil, J. F. MARQUES, Manual de direito processual civil, S. Paulo, 1
e cosa giudicata (também neste volume). 1975/76, vol. III, p. 231 e segs; J. C. Biuuiosà Monrrnu, Coisa íuigada e
2 Lembro aqui somente as mais recentes, não mencionadas em es- declaração, em Temas de direito processual, São Paulo, 1977, p. 81.
critos precedentes: mais vaga e problemática a de G. Venus, Proƒílí del Naturalmente, a adesão de principio não implica a aceitação de
processo civíle, Parte generate, Nápoles, 1978. p. 244 e segs; mais in- todos os possiveis desdobramentos da distinção enunciado. no texto. i F '
P
_.-
em 1935, a juigar por autorizadas opiniões contemporâneas, agora Como todos os atos jurídicos, como todos os atos estatais l
V
li, 1
I
Qçp_o,zi;9¬d_g¿partida.e_a,;distincãn entrara eiicàcia da Sfiniellfië pérflua), tira-se do ordenamento no seu conjunto e das nume-
rosas disposições de lei (que veremos daqui a pouco) que regem
e_..____.,¬s.
a autoridade da coisaligada
__-_z_ _ _ considerando por ora a eficácia
|__-
este ou aquele efeito particular.
e_rri_,su::,â_,_co1¬;,si_s¿ê_n,¿:ia1_ genérica; diga-se imediata_roente_qiie,_pgr
Se a sentença não possuísse, em si e por si, a eficácia que
e_r_1_q_u_an_to,Tl_i;jnitar-me:ei__a dlslsingui-las sop um ponto/d_e vista
procurei elucidar, ela não seria, em substância, uma sentença
logico, independentemente do fato d_e__que, em concreto,__pp_d_e l
_ apesar de o legislador 'assim a qualificar --, mas sim aquela
e_tetiy;_amen1e verificar-se a_rnaní_fe_s,taçgQ da eficácia, antes _da
l “situação juridica", aquele “pro-jeto de sentença", que _. segun-
§p__r;pgç,äo__cia,__coi_sa:jmgada, ou fora,_dos seus limites. A.. ‹-.J
ll
i Elas são “coisas” diversas re, portanto, conceitos a serem
do a conhecida e coerente concepção chiovendiana _ represen- Í
taria unicamente um elemento que, graças ao concurso de outro
A E mantidos separados, porque coisas diversasmsão os efeitos da elemento (o termo), poderá tornar-se. a verdadeira sentença_‹
sentença e o rato de eles serem indiscotiveis ou imutáveis. Mes- Mas quem não aceitar tal concepção, quem vir na sentença 3'-ú
mo queño direito dispuscsse que a sentença só tem vaiidade quan- o ato jurisdicional, o ato para cuja prolação o Poder Judiciário
do passada em julgado (e veremos que nao é assim), ainda seria J
i
necessario ter clara a idéia do que sejam os efeitos da. sentença, 3 Cf- Â- CÉRTN0 CANOVA. Sulla esecutivitá di una sentenza rlƒormata
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-~‹'-s-.¢ú.«-u
ll'1 para -queifícasse esclarecido o significado de sua indiscutibi- in appello, in Giur. it., 1977, IV, 177 e seg., nota 63: “Cada sentença, en-
i, Íí lidade _ quanto ato estatal, deve produzir eficácia pelo próprio tato de existir
l I juridicamente."
I Ora, quanto ao conteúdo, quem quer que possua os conhe- 4 G. Cnrovaum, l°rincipii di diritto processuais ciu11z_ 3;» ed" N,-,_
J
cimentos necessários pode emitir um parecer sobre uma questão potes, 1923, p. 951; Istituzioni di diritto processuale civíle, 2.* ed., Nápo-
les, 1936, vol. II, p. 526.
juridica; mas este será, radicalmente, diverso da sentença sobre
Sobre as diversas teorias relativas à. sentença sujeita a recurso, v.
a mesma questão, no que concerne à. eficácia; o parecer valerá. amplamente P. C.u.à.wmnm›:z, Cassazione civile, Turln, 1920, vol. II, p. 193 e
pelo que tiver de convincente; a sentença, ao contrário, comanda, (agora in Opera qfuriaierze, dirigido por M. cn-i›ez.r.z-m, vei. vir, Né.-
vincula, possui uma “força” própria; numa palavra, é eficaz. O IJOÍÉS. 1976. D. 186 e segs); A. Csnmo Cimovii, Le impugnazioni cívili,
1
Pádua, 1973, p. 61, nota; e meu Manuais, vol. III, ps. 4l e 142/3. T
conceito de sentença será incompleto e, portanto, errôneo, se lhe }
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causa da suspensão perdurar; comprime-a temporariamente e que a sentença é evidentemente dotada, fica suspensa pela ape-
deixa-a permanecer latente, pronta para se tornar operante se laçao (e pelo termo respectivo), desde que não seja declarada
e quando vier a faltar o motivo pelo qual a suspensão foi dis- provisoriamente executiva; e prossegue dispondo que as outras
posta. Mas._qne;inaior_lp.r.oi¿a=p9.d_e_tiaú-',erzzd;zL_eâ~;iStênCidia efi-_ lmpflgnações não têm, ao contrário, efeitõ suspensivo, que o juiz
cácia, do que a norma_q_ue_¿_f_;,¿_~1_1_la_a sua suspensão? É possíyel, todavia podera atribuir, quando de sua execução possa advir
por acaso, suspender o que,não_e_›_ris_te? dano grave e nrreparavel (arts. 373, 401 e 407). _
É necessário, agora, examinar detidamente em que consis-
tem os efeitos da sentença. O caput df' art- 377 g0Z3~›r P0I`Êm, de má fama, e justamente,
porque, segimdo seu teor literal, somente a propositura da ape-
laçao teria efeito suspensivo, quando é pacífico, ao invés, que
. 3. Consideramos, antes de tudo, a sentença de condena-
ção. A individuacão exata dessa figura e sua distinção das de- para isso é suficiente a pendência do termo para a. apelação, 1 1
mais sentenças de mérito é, prevalentemente, obra da doutrina, no contrario, nenhuma dúvida pode ser levantada acerca da
que lhe reconhece, além do efeito declarat-ório conseqüente à exatidao tecnica da norma, na medida em que qualifica como
declaração do direito, também um efeito executivo, que é pro- swpenmva 3 TGPBPCUSSÊD da apelação sobre a eficácia da sen-
I
-|¬. priamente o que a caracteriza.” tença. Uma antiga tradição, ininterrupta e (pode-se dizer) uni-
I. versal _ ao menos no ambito continental europeu _, sustenta,
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É A ela se referem expressamente alguns artigos, atribuindo-
-lhe os chamados efeitos secundários da hipoteca judicial (art. nesse ponto, o art. 337, caput. 8 |'
401 e 407). Além do mais, de tudo isso deriva que a executorie- Com o novo código ora em vigor, tomam relevância duas .‹O
dade não tem relação alguma nem com a definitividade da de- normas fundamentais inteiramente novas: os arts. *295 e 337, I
claraçäo, nem com a coisa julgada; que não se justifica consi- inciso I, cód. proc. civ., regulando as relações entre diversas
Í
testável e imutável e pode ser anulada somente mediante a opo- _sup.érflua)_à.*p_1j9p9sta poilmirn apresentada alguns anos atrás.
J
sição à execução (ou depois do exercício vitorioso dos recursos
1° Com certeza tem razão G. Tmizul quando, com referência da
extraordinários) _ ' norma relativa à executoriedade da sentença em favor do trabalhador,
Se a isso acrescentarmos que numerosas leis recentes pre- reputa que' sua ratio deve ser procurada na qualidade dos créditos de
vêem a executoriedade imediata da sentença de 1.° grau, ne- que se trata (Uesecutorietà della sentenza nel processo del lavoro, em
I
gando à apelação qualquer .efeito suspensivo (no processo .do Riv. trim. dir. e proc. cio.-, 1974, p. 467); isso não exclui que objetiva-
né-«.;T:f4~-ef trabalho -e da previdência, em matéria de locações residenciais mente resulte dai a valorização do processo e da sentença de i1.° grau -.«_.- .›_t.‹
ll e outras) não se poderá. negar que disso decorre uma valoriza- (nesse sentido também CARH, op. cit., p. 19), mas não até o 'ponto de
negar utilidade à. apelação, que eu considero, entre outros fatos. acober- 1
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9 Assim, Cariri, Provvisoria esecutoríetà, cit., p. 44. ' -tada pela garantia constitucional, não obstante entendimento diverso
Ú da Corte Constitucional. 1
= suspensão; v. Con-rs, Dizionario giuridico ed economico tedesco-:`ta- Cfr., também, G. A. Mrcr-rrzu, Uesecuzione provvisoria .de!l'art.. 5 bis
liano, Milão - Muncben, 1964); pelo art. 520 do Cód. Proc. Civ. brasi- della Zegge 26 ƒebbraio 1977, p. 39 etc.. in Studi in onore di E. T. Liebman, |
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leiro, etc. Milão, 1979, vol. III, p. 1.957.
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300 Emuoo Tuuâro LIIEBMJLN
Errcicnl E Auronrosne os smrn-:uçs 301
Levei em conta, naturalmente, a nova disposição e a ela o que era a exceçao _- ou seja, a operatividade da sentença como
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adaptei o meu discurso sobre a. sentença, naquilo que incide declaração pelo próprio fato de ela ter sido proferida - tornou-se
sobre a sistematização dos conceitos precedentemente formula- regra. Antes, essa operatividade era negada em princípio, salvo
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4
da; e ninguém deveria admirar-se. Mas ainda creio possível no que se referia a determinadas impugnações; agora, é afir-
acrescentar que, mesmo que futuramente a norma viesse a desa- mada em relação a todos os recursos." '= I
parecer, nem por isso a colocação dada a toda a prob1emá.tic° Naturalmente, a situação não é igual se, em concreto, a
referente à sentença sofreria-substancialmente. 'sentença transitou em julgado, ou não, na causa prejudicial;
Esse art. 337, I, perturbando muitas idéias recebidas pela no primeiro caso goza do máximo de estabilidade, sendo ex-
doutrina tradicional, deparou com aventuras desagradáveis: posta somente ao evento marginal e excepcional da interpo-
com efeito, tentou-se limitar e reduzir o seu alcance de várias sição de um recurso extraordinário (rescisória com base nos
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-formas, emabsoluto contraste com o texto, que não faz distinções. n.°* 1, 2, 3, 6 do art. 395 e no art. 397, cód. proc. civ. e oposição
E muito mais interessante lembrar que estudiosos autoriza- de terceiro); no segundo caso, a sentença possui estabilidade
dos logo vislumbraram o importante significado da nova dispo- bem menor, decrescente 'se se passar de um acórdão para uma
sição, que preenche uma lacuna na tessitura do ordenamento. “ sentença, sujeitas como estão também aos recursos ordinários
Ao invés de fazer uso de palavras minhas, prefiro citar algumas (regulamento de competência, apelação, recurso à Cassação,
1
proposições que resumem muito claramente o lugar .que cabe à rescisóriabaseada nos n.°* 4 e 5 do art. 395) (arts. 32fi e 327 do l
novanorma na disciplina do processo. O caput da disposição cód. proc. civ.). .
em exame generalizou, -estendendo a todas as impugnações as De outro lado, já que é comum contrapor-se o art. 295 ao
normas que o antigo código ditava só para a rescisória (art. 504) I inciso I do art. 337, 15 e necessário refletir sobre essa questão i
I
e para a oposição de terceiro (art. 515); . para tentar esclarece-la uma vez por todas. Se há contradição
No plano sistemático, a extensão é muito importante, por- entre os dois dispositivos, deve ela ser resolvida no plano das
que dela se deduz _ como reflexo - que o legislador equiparou relações entre norma geral e norma especial.
a sentença apelável à. sentença oponível ou rescindivel. - Mas a contradição não existe, pois os dois dispositivos se
Realmente, enquanto a velha disciplina encontrava sua referem a hipóteses diversas. O art. 295 exige a suspensão do
processo, se o mesmo juiz, ou outro, deve resolver uma contro-
justificação no fato de que oposição e rescisória eram remédios
vérsia, de cuja definição depende adecisão da causa. Nesse
í
extraordinários e a sentença sujeita àqueles meios podia ser
considerada como passada em julgado, essa justificação não artigo, a lei supõe que a controvérsia prejudicial ainda não te-
mais subsiste na nova disciplma porque, sendo Qnto pacífico nha sido decidida e dispõe que, enquanto se aguarda, seja sus-
qu; a sentença apelávetnão se entende__transitada em julgado .r_-._. _- í_
penso -o processo atinente à controvérsia logicamente dependen-
(art. 324)_, deve _s_up_o_r;§e g,u¿e_e}l§_tenl1a_Íailór,determinante, ic, para que a sentença se atenha ao julgado que se formar sobre
ainda indepegndentgipgntg,5iesse_trâ,nsitg. “Em outras palavras, o prejudicial. a
/.
. m=v-
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i
O art. 337, I, prevê situação diferente, pois supõe que a. conformidade com a mesma, ou suspender o processo (art. 337,
controvérsia prejudicial já tenha sido decidida, mas por sentença I). Não se lhe permite, porém, uma terceira alternativa, ou
sujeita a recurso. “ A situação é bem diferente da anterior, por- seja, a de julgar a açao sem levar em conta a sentença proferida
que o fato de existir uma sentença que decidiu a. causa prejudi- no ou-tro processo; _
i.
I cial exige que ela seja levada em conta. Mas, como a sentença c) se a controvérsia prejudiciaid foi decidida mediante sen-
ii -foi .impugnada e por isso mesmo não transitou em julgado, não tença transitada em julgado, a declaração nela contida é plena-
vinculando -de forma inderrogável, criou-se uma situação de in- mente vinculante e o juiz deve juzgar em conformidade com a
certeza: a lci apresenta, portanto, uma soluçao que se ajusta , mesma, pois o julgado influi de rorma determinante na decisão
exatamente a essa incerteza. - W j do da controvérsia logicamente dependente (art. 2.909 do cód. civ.).
Daí por que as hipóteses cabíveis são três: a) a controvér- 4 \:$/lvlas e verdade que existe mais uma eventualidade inteiramente
sia prejudicial está. sub judice, não tendo sido ainda julgada; excepcionai: a de que a sentença prejudicial, embora transitada
b) a controvérsia foi julgada, mas a sentença foi objeto de re- em jtngauo, seja impugnada medzante um dos chamados recur-
curso; c) a controvérsia foi decidida -e a sentença transitou em Í sos extzaordmarlos (rescisória fundada nos n.°* 1, 2, 3, 6, do art.
julgadof 395 e no art. 3z›7 do cod. proc. civ. e oposiçao de terceiro), justa-
Para essas três hipóteses, a lei previu soluções diversas, em mente oponiveis também contra as sentenças passadas em jul-
progressao gradual, 'perfeitamente razoável: gado (como se deduz dos arls. 324 e 327 do cód. proc. civ.).
a) a controvérsia prejudicial ainda nao foi julgada: é pre- Essa hipótese mostra de perto até que ponto o vinculo do
š julgado e so rezauvarnenre absoluto, pois tamoem para ele existe
il
ciso esperar que ela o seja, ficando suspenso, nesse ínterim, o i
a possibilidade de ser impugnado e invertido, embora se trate,
processo (arts. 295-297);
li sem dúvida alguma, de possibilidade de todo extraordinária. De
b) a controvérsia prejudicial foi julgada, mas a sentença qualquer forma, parece certo que também nesse caso. 15 há de
está sujeita a reexame e julgamento pelo juiz do recurso: o juiz apricar-se o art. 337, I, oferecendo ao juiz a alternativa entre
do segundo processo não pode desconhecer a declaração nela ater-se ao julgamento ou suspender o processo, à espera da de-
contida, nem descurar de sua eficácia; mas, como a sentença é cisao do recurso. Mas a diferenca entre esse caso e o sub b)_ é
impugnável e foi impugnada, não fica eie vinculado de forma muito grande, tanto quanto o__é a diferença entre appssibili-
incontrastável e por isso a lei Lhe oferece uma alternativa, dei- dadewde que seja reformada umappsentençipassada em julgado
1._ _. .FL. ; _
xando-Lhe a escolha discricionária entre ater-se à sentença ou e._ dutra_q__ue_ain_da_estej a _suje_it,a_aos_re_cmsos_ordi11ári0§.;_t.á;_1.t_o_
suspender o processo, à espera do resultado do recurso. Isto é, quanto o té a diferença entre a força de persuasão de uma ou
permite-se uma delibação incidenter sobre a declaração contida outra das sentenças possiveis. i 2"
na sentença (e' as partes poderão naturalmente fazer valer as Nos exemplos acima examinados, presumi que nos dois
razões que hic inde levam a considerar como justa ou injusta a processos as partes sejam as mesmas, ou que, existindo terceiros,
decisão), com a faculdade - segundo o resultado desse exame se trate de herdeiros ou sucessores das partes, ou seja, de ter-
e a maior ou menor credibilidade que atribuir à. sentença r ceiros que também se sujeitam à autoridade da coisa julgada
- de tomar posição dentro da alternativa oferecida: decidir em (cfr. art. 2.909 cit.). Se não o forem, as questões complicam-se
. , _, 4 l_,Ê
mí
H No mesmo sentido já. escrevia Armrdou, op. clt.. p. 420. 1° Cfr. Cass. 17 maio 1962, n. 1.123, ln Mass. giust. civ., 1962, 570.
íl
I
804 Eunice Touro Lislmulu Ericlcul R 'Aoroamms ml scnrruçi 305
pelo problema concernente a posição dos terceiros perante a sen- da sentença, deve ele descurar e nao levar em qualquer conta
tença alheia. Voltarei a ele mais adiante. a relevância dada ao poder do juiz de suspender o processo e
O que por enquanto é importante frisar é que o art. 337, I, de subtrair-se, com isso, ao vínculo decorrente da sentença.
coloca em plena luz a eficácia que a lei reconhece à. declaração ¡Í- A alternativa que a lei prevê, deixando ao juiz a escolha dis-
i cricionarla entre a aceitaçao do vinculo decorrente da declara-
contida na sentença, antes e independentemente do seu transito
em julgado, e demonstra a erronia do seguinte raciocinio (pró- 'I çao contida na sentença e a suspensao do processo, à espera da
prio de diversos autores): determinando o art. 209 do cód. civ. decisao do recurso, e o limite que a lei põe a eficacia da sentença
que “faz estado para todos os efeitos” a declaração coiliiúa na -nao transitada em julgado. nos meus escritos anteriores, por
sentença passada em julgado, ergo a sentença não é provida de Í outro lado, a interpretação do art. 377, 1, e idêntica _ emoora
eficácia alguma se não transitou em julgado. É evidente o erro menos articulada - a do presente escrito. " Se a lei consente
lógico insitc nesse raciocínio, pois a disposição do art. 2.909 não ao juiz, segundo a hipotese prevista na norma citada, a suspen-
exclui, absolutamente, que qualquer outra eficacia possa caber sao do processo, quer dizer que não considera rigorosamente
_:I L._ .
a. sentença.,independentemente do fato de ter passado em jul- vinculante a sentença proferida no outro processo, permitindo-
gado. E assim realmente ocorre, se e verdade o que sustentei -lhe preierir a espera da decisão do recurso.
acima, pois à sentença, como tal, cabe a sua própria, específica i› Meu contraditor parece não perceber e não avaliar, em seu
eficacia, qual pode ser, e é, a eficácia de um ato ainda impug- pleno significado, o poder atribuido ao juiz no sentido de sus-
nável e, se impugnado, a. claramente exposta no art. 337, I. pender o processo, nao sofrendo, nesse caso, o vinculo decorrente
O art. 2.909, longe de exclui-la, muito pelo contrario a re- da sentença proferida no processo prejudicial; e isso corta, cerce,
.H força, acrescentando a essa. eficácia algo novo e precisamente o quaiquer iorça a sua argumentação.
i atributo da imutabilidade (ou seja, pelo que se refere à decla- A'1'rAru>i deveria ter sido alertado por uma consideração, que
ração, a incontestabilidade), e excluindo (nos limites conhecidos) lhe permitiria não adentrar o caminho errado: a ser vel-dade o
toda possibilidade de remontar à. situação já julgada, para nela que ele afirma com relação à minha concepção sobre a eficácia
procurar indícios ou motivos que recoloquem em discussão o da sentença, nenhuma diferença subsistiria entre esta e a auto-
E. juizo contido na sentença. ridade da coisa julgada, desaparecendo, assim, a distinção que
ll
Zi A interpretação dada nas páginas anteriores ao art. 377, I ké o ponto de partida de toda minha argurnentaçao.
4.
(e não saberia que outra se poderia dar), demonstra quão pouco 5. Mas Armani, prosseguindo por seu caminho, deteve-se
fundadas são, apesar de sua forma peremptória, as objeções que a considerar o projeto de reforma do processo de conhecimento,
me move Armani. 1° Atribui-me ele a opinião de que “a declara- recentemente preparado por uma comissão ministerial. E se
ção da sentença desempenha entre as partes força vinculante convenceu de que “a disciplina em matéria de julgado, contida
plena desde a sua prolação”, “na concepção atual de LIEBMAN no projeto de reforma, pretende refletir patentemente a concep-
a autoridade da coisa julgada manifesta-se imediatamente, e ^:'.^
yu--¡ _¡- .'='«"1'. .fe .¬.'!1
--~l-uillliluuu, Â.-, 7-1- .=:.:~-U Ífil
ut, Â.¡.'l..l:.f:¿`un1\ . "'
não por meio do trânsito em ju1gado'.', o que, naturalmente, es-
taria em -contraste com o preceito do art. 2.909 do cód. civ. Mas, z› H Sulla sospensione propria ed impropria del processo civile, in
para reconstruir nesses termos meu modo de entender a eficácia Riv. Dir. proc.. less e ln Proizzzmi acl processo civiic, Nápoles, 1952,
11-' 291 6 Segs.: Mazluúlz eli., vol. 111, p. 147.
W Op. cit., p. 260 e seg. 1” 0:0 ' Cí! '- p - -°68.
...
_.~ l
305 Emuco 'I'u1.r._ro Llflflmm . Errciicm E Auroarnsne os SENTENÇA 307
Na. qualidade de membro, presidente e relator da referida vando que a expressão “fazer estado para todos os efeitos” é
comissão, creio poder tranqüilizá.-lo, desde ja, sobre o fato de que ‹ uma das mais infelizes da legislação vigente, destituida como é
o projeto não quis absolutamente refletir uma -concepção por de significado preciso, quer na linguagem técnica, quer na lin-
1
l ele considerada tão infundada. Certamente não seria impossi-
|
1 guagem comum. ”° Tinha sustentado também que não só a de-
vel ratificar textualmente aquela concepção, se essa fosse a in- claração mas todo o conteúdo da sentença se torna vinculante.
,. tenção da comissão. Mas, a verdade é que eu não desejava apro- Era, portanto, natural e, porque não, justificado que, ao propor
j
veitar-me da circunstância de estar participando da redação de a introdução no projeto do novo código de processo civil de uma
um projeto de reforma, para impor .concepção que era, e ainda norma que previsse a autoridade da coisa julgada, se propusesse,
hoje é, controvertida e objeto de polêmicas. - I1 perante a comissão, o uso de uma fórmula verbal diversa da
` As disposições do projeto que, segundo Armani, demonstra- contida -no art. 2.909, indicando, a meu ver, de forma mais com-
4
I riam a intenção que a comissão, ao contrário, não teve, são os pleta, mais clara e tecnicamente mais precisa, o modo de operar
JÍ arts. 242 e 258, I. Mas o art. 242 só reproduz o atual art. 377, I de uma sentença depois de seutrânsito em julgado; e não me
e deixa, portanto, a situação inalterada, tal qual se encontra no i surpreende que a comissão tenha aprovado a proposta. Enfim, I
direito positivo vigente. Se 'o projeto viesse um dia a entrar em como única novidade substancial em comparação com o art.
vigor, colocaria os intérpretes na mesma situação (caeteris pa- 2.909, o art. 258, I, dispõe expressamente que a coisa julgada
lí ribus) em que estão hoje, com relação ao art. 337, I. alcança os .terceiros somente nos casos previstos pela lei; teve-se
1Í
Quanto ao art. 258, I, prescreve ele, em. outras palavras, o
que hoje vem disposto no art. 2.909 do cód. civ. Também com
1 a intenção. com essas palavras, de eliminar tantos casos de in-
certeza e, ao mesmo tempo, de cortar pela raiz certas interpre-
relação a esse ponto, quero manifestar-me com a maior fran-
queza. .
l tações que, forçando o sentido literal do vigente art. 2.909, pre-
tendem submeter iambém os terceiros à autoridade da coisa
Que a disciplina da autoridade da coisa julgada deva ser julgada, menosprezando não somente o que a lei claramente
objeto do código de processo civil, juntamentecom a de sua dispõe, mas também a conhecida jurisprudência da Corte Cons-
formação (atual art. 324 do cód. proc. civ.) e a ela ficar unida em tltucional.
racional concórdia, é uma afirmação minha que remonta a quase Depois dessa premissa acerca da conduta da comissão que
trinta anos atrás, e que recebeu desde então o mais amplo con- preparou o projeto, creio poder concluir que seu texto não quis
senso. ” Assim, pareceu-me oportuno aproveitar a oportunidade forçar, de forma alguma, a interpretação numa determinada
da preparação de um projeto de reforma para reparar um erro direção.
de método do legislador do passado, que desrnembrou irracional-
Pode ser z(e os leitores me perdoem se não manifesto meu
mente em dois pedaços, localizados em códigos diversos, a regula-
pensamento sobre o assunto)~que eu Suponha que, na hipótese
_-.,_._A-_._:;í_:-_*T__;_; : mentação do ato com que se encerra o processo de conhecimento.
Na mesma owsião, tinha censurado o texto do art. 2.909, obser- de o projeto entrar em vigor, a exegese que os intérpretes
i darão ao dispositivo seja conforme à que sustentei para o direito
l vigente. Mas, seisso acontecer, não será por causa de algum
|z 1° Norma processual! nel codice ciuíle, in Riu. dir. proc., 1948, e ln
Problemi, cit., p. 155 e seg. ' artigo que eu tenha habilmente introduzido no projeto, mas sim
porque os referidos intérpretes a considerariam aceitável, assim
O projeto foi publicado na Rlv. du-_ proc., 1977, p. 461 e em separate _._i.._í.._
intitulada Proposta per una rijorma del processo civíle di cognizione,
Padua, Cedam, 1978. 2" Op, ult.1:lt., p. 167.
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como a tantos estudiosos e comentadores autorizados de hoje .*i dente todas as exceções não opostas pelo devedor e, além dessas,
parece boa e fundada aquela que propus para o direito vigente. as que a este caberiam após a condenação" (art. 2.859); analo-
gamente, o terceiro hipotecado (art. 2.870). Não obstante ava-
6. Vamos_ag9_1;a_§__siti¿_a_ç§Lo dos terceiros perante uma riedade desses casos, trata-se sempre de terceiros contra quem
sentença proferida em processo de que não foram parte. Os ter- é oponível a sentença sobre relação prejudicial, mas que podem
ceiros, titulares de uma relaçao dependente daquela sobre a qual i opor-se à sua eficácia por instrumentos de ataque bem pareci-
a sentença foi proferida, estão suieitqs, segundo_qli.ani>_0_s1isi;entei, dos, embora nem sempre idênticos, dirigidos todos a demonstrar
a eficaçia_da sentença, mas não à cqi_sa:julgada_:_ eles podem, a injustiça da sentença e a obter sua desaplicação no que lhes
portanto, obter sua desaplicação, demonstrando que a sentença diz respeito. Entrevê-se, assim, a humilde plantinha da eficacia
é injusta. 2* ' da sentença abrindo seu caminho dentre os duros e frios artigos
53 4.-tif.
Dessa vez a atenção de Ar-ram): deteve-se sobre algumas do código civil.
disposições do código civil, por mim citadas para demonstrar Concedo sem discutir que o legislador não teve presentes os
que o legislador não ignora essa posição dos terceiros: os arts. rs. termos de minha concepção (era a época do estado de letargia :¬.J-if-gflmw-gzV-_.-». _:. ;:
1.485, 1.952, 2.859 e 2.870. Não será dificil para o meu contra- já mencionado), nem qualquer outra idéia geral que definisse
1
ditor relevar as diferenças que existem no texto dessas normas a posição do terceiro perante a sentença alheia dotada de efica- ‹
e observar que, conseqüentemente, a amplitude da defesa dos cia prejudicial sobre sua relação juridica. As normas citadas
terceiros não é idêntica nos diversos casos considerados pela lei. 1.._-H_ .-_ _v
foram evidentemente ditadas casuisticamente por razões de
O vendedor pode provar “que existiam razões suficientes para eqüidade, sem serem ligadas entre si por uma unidade de ins-
que o pedido fosse julgado improcedente” (art. 1.485); o devedor piração. Mas elas demonstram que o problema existe e que o
principal, acionado pelo fiador que pagou ao credor, sem avisá.-lo legislador nem sempre lhe foi insensive`; e seu caráter parti-
previamente, “pode opor-lhe as exceções que poderia ter oposto cular e fragmentario faz ressaltar, mais do que qualquer outra
ao credor (1.952, I) (esse artigo não menciona urna sentença, mas coisa, a oportunidade de encontrar um princípio que recolha e I
parece lógico pensar que a solução há. de ser igual, se o fiador unifique os casos espalhados no direito vigente e todos os outros
pagou porque condenado); o terceiro adquirente do bem hipo- que, por enquanto, carecem de disciplina positiva. Poderá ser o
- .-ef- .z~›.~;â
tecado, que transcreveu seu título, pode “opor ao credor prece- principio por mim sugerido ou poderá ser outro: eis uma questão
que pertence ao futuro; parece-me, de qualquer forma, que existe
4:~.Ten~m-:s
2' Neste sentido, no ensaio Eficácia, cit., p. 132, 142, e no Manuale, algum motivo para provocar o problema ou para fazê-lo assomar
vol. III, cit., p. 129 e segs., 154 e segs. perante a consciência da communis opinio dos juristas.
A esse desdobramento da distinção entre eficácia da sentença e coisa L
l
julgada, que é a que encontra maiores resistências, aderiram recente-
i Como o discurso versa sobre os terceiros, é chegado o mo-
mente G. Moiirsraons, I limita' soggettivi del giudicato civile, Pádua, I mento de levantar o quesito sobre o comportamento a ser ob-
1978; A. Psuscninr Gsmovaii, Eficácia e autoridade da sentença penal, servado pelo juiz, quando seja invocada uma sentença, proferida
São Paulo, 1978 e Eƒƒicacia e autorità della sentenza penale, ln Studi em outro processo, e que possa influir sobre a controvérsia sub-
in onore di E. T. Líebman, Milão, 1979, vol. III, p. 1.635 (0 t-ema é tra- metida ao seu julgamento, no caso em que a parte que a sen-
tado no primeiro escrito com referência ao direito brasileiro e, no se- «.. -_-‹.«.»
tença prejudique seja um terceiro e quando a sentença tenha
gundo, no direito italiano); E. F. Ricci, Formazione del passivo falli-
. ._. _-ane. -is
menlarc e decisione sul credito, Milão, 1979, p. B5. sido objeto de recurso. Parece lógico pensar que, ainda nesse
3
Para o direito francês, v., adiante, n. 9 e notas 34 e segs. caso, cabe aplicar o art. 377, I, mas que agora o juiz também D
i
il
I 1
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tenha a faculdade de adotar uma terceira solução: não só pode na motivação da sentença, que não se reflita de modo direto e
conformar-se à sentença prejudicial ou suspender o processo determinante no dispositivo, é inócuo e irrelevante e pode ser
| (como a norma citada expressamente dispõe), mas também, se reparado mediante a correção da motivação. Mas chegou o mo-
estiver convencido de que a sentença invocada é injusta, poderá mento de frisar que a injustiça da sentença pode ser produto
decidir a causa sem levar em qualquer consideração a referida quer de um erro de direito, quer de um erro de fato. Tanto num Ilm-vz.- _ ._ ._
i
› sentença. como noutro caso, torna-se inaplicável ao terceiro a sentença
1 proferida sobre a relação prejudicial. Para os efeitos que aqui
7- Ç.hÇaam°S.-assim._àq.u§.1a-.‹ifl¢.¬nnm¬ef=tt9¬§§n1idQ....àr- interessam, é injusta unicamente-a sentença que declara exis- ‹
\
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q¿~ll“-iS_L.ã0,..pIlncípal.;: o,que-.é,..e¢comozsezeompo1ia,-a_eí-ieá.eia-da tente um direito que não existe, ou vice-versa, e salientar o erro -I
dec1aração.da.semença_quando..se.apr.ese.nta.em.sua.iorma..fÂna- cometido pelo juiz é somente o meio para reconhecer o disposi-
I
-- _ca_sp_b -- a_efic_gcia, se manifesta fora dos limite§_em_que a quando afirma que também o error in procedendo há. de ter a
misadulsadaaorera- ' mesma conseqüência. 2* Uma sentença, inatacável pelo que con-
A hipótese a é regida pelo art. 37, I, e dele discorri am- cerne à observância das normas processuais que disciplinam sua _:-La_.
plamente (acima; n. 4); a hipótese b refere-se aos terceiros que, formação, pode ser injusta em seu conteúdo dispositivo; e vice-
não estando sujeitos à autoridade da coisa julgada, podem ser -versa, pode ser substancialmente justa a sentença viciada como
atingidos somente pela eficácia da sentença' em sua forma ato processual. Mas, os motivos de nulidade da sentença só po
natural. _
dem ser arguidos por intermédio dos recursos, no mesmo pro-
Como já disse várias vezes, creio que a declaraçao é vincu- cesso e a pedido das partes (cfr. art. 161, cód. proc. civ.), tor-
lante em ambas as hipóteses; mas creio também que essa efi- nando-se_ inoperantes depois do trânsito em julgado da sentença.
cácia é condicionada pela legalidade -da sentença que, nesse con- Para o terceiro, que pode ser prejudicado pelo conteúdo decisó-
z
›
texto, equivale à justiça de seu conteudo decisório. Sem me deter rio da sentença, só os vicios dela podem ser relevantes. É a 1
na hipótese a, já suficientemente considerada, é chegado o mo-
mesma razão pela qual não cabe a oposição de terceiro que se
mento de examinar com mais atenção a hipótese b.
funde na nulidade da sentença. 2*
Sobre esse assunto Arrzmm desenvolve numerosas argumen- Mas, chegando finalmente à questão principal, se bem en-
taçoes, parecendo-me algumas fundadas e aceitáveis e em har- tendi as sutis distinções e argumentações de Arfmnnr, parece-me I
-f
monia com os resultados que acabo de resumir.
‹-_A'‹»¬.›afA-_.¬:m . que, ao fim e ao cabo, considere ele incompatível a eficácia da
Assim, por exemplo, quando afirma que nem sempre o error declaração com um poder de controle de sua justiça; em outras
in indicando acarreta injustiça da decisão, 2* a qual pode estar palavras, ou a eficácia :da declaração é incontestável (identifi-
baseada em outros motivos, como, aliás, entendeu a juris- cando-se então com a autoridade da coisa julgada), ou não é
._-_m_1.s ›;z,. .
prudência da Cassação, ao declarar que o erro de direito, para nada. Escreve ele, de fato, que “a eficácia declaratória da sen-
ser admissível como fundamento' do recurso, há. de ser causal;
ou seja, deve ter provocado uma determinação errônea. O erro 2" Op. cit., p. 278.
ii
2* Cfr. G. Cmovrnm, Principi di diritto processuale civiie, 3.° ed.,
`-"~” Op. cit., p. 277. Nápoles, 1923, p. 1.011. 'I
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|
Errciicm E Aumamàns ne. Srzm-¡›:Nç¿ 313
312 Emuco Touro Lmamm Í s
I
i tença comporta necessariamente, para aqueles em relação aos
4
quais opera, um vínculo ao conteúdo da declaração, excluindo, cluir da sentença (se bem entendi seu penszuriento) “um valor
por si só, a possibilidade de controlar se o direito declarado como de prova - controvertivel -~ das resultâncias probatórias e em
existente realmente existe”. 2” geral dos acontecimentos ocorridos no processo". 2°
Salvo engano meu, essa afirmação e outras análogas, repe- Reservando-me o direito de voltar sobre essa “concessão” de
| .
tidas de diversas formas sem que seu conteúdo varie, exalam meu contraditor, é suficiente, por ora, observar que as resultan-
um leve odor de enxofre. Quero dizer que se resolvem em out-ras cias probatórias colocam as premissas de fato que, junto com as
tantas petições de princípio: uma eficácia declaratória que seja premissas de direito, constituem o fundamento da decisão. Sen- r .
contestável não existe porque... não pode existir. O autor dá do, então, controláveis e controvertíveis as premissas de fato em
como demonstrado o que devia demonstrar. Para comprovar oe que a sentença se baseia, é a própria declaração que se torna
i contrário, basta lembrar os arts. 337, I, cód. proc. civ., e 1.485, discutivel e controlável. De outro lado, se são controvertíveis
Ê 1.952, I; 2.859, 2.870 do cód. civ., já longamente examinados, que as resultancias probatórias, não se entende porque não o seriam
›
pressupõem, todos; uma sentença feita valer por sua eficacia também as avaliações jurídicas desenvolvidas em torno desses -.'::;¬-ra _:-m_:¿-3
prejudicial de declaração, sem que seja incontestável (não “faz fatos. Assim, todo o edifício, longa e pacientemente construido,
estado", segundo a feia expressão do art. 2.909), porquanto dá parece vacilar sob a admissão do próprio autor; e espero que,
ao juiz, perante o qual é invocada, a possibilidade de não levá-la afinal, a eficácia natural da sentença passe sã. e salva através
em consideração, se ele achar que a sentença nã0 ê C0nVi110€11$€ do fogo concentrado da artilharia attardiana. J
›
ou que está errada. Mas afinal, quase que resumindo todas as suas argumenta-
1 Mas, é oportuno considerar -nais um pouco essa objeção, ções, observa ele que se 0 juiz, perante quem a sentença é invo-
não nova, mas freqüentemente repetida, e cuja resposta, natu- cada, tem o poder de controlar sua justiça, “decidirá a causa
ralmente, náo pode diferir daquela já por outras vezes enuncia- com base na convicção que formar a respeito da existência que
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cla: não e verdade que a declaração, para valer Como tal. deve o direito declarou e não pela força declaratória da própria sen-
i tença”. 21
ser incontestável para todos os efeitos e para sempre: também
pode ser vinculante, se o ato de que promana (nesse caso a sen- Nesse ponto, e com essas palavras, Arrnnnr tem a ventura
de encontrar-se com Vocnvo, o qual _- embora renovando sua
tença) estiver sujeito à possibilidade de ser revogado ou anula-
do; quer dizer que vale e vincula enquanto o ato permanecer adesão, já várias vezes manifestada, à distinção entre eficácia
válido e eficaz, embora perdendo sua obrigatoriedade se o ato da sentença e autoridade da coisa julgada - não considera _ ›
1
for, em certos casos e em determinadas condições, infirmado ou aceitável a eficácia da sentença para o terceiro e o conhecimento ti
anulado. 2° W incidental relativo à sua justiça por parte do juiz perante o qual
é ela invocada. Escreve Vocmo: "a ,desaplicação da decisão
_ _-4.A-m______
e
'-'~'~ Op. cit., p. 280. No mesmo sentido, substancialmente, D. Toma- alheia já aconteceu pela autorização da rejeição por parte do ter-
sm, am seu Essai, cit., p. 105.
w 251-H Nqmesmo sentido e com_ algum desenvolvimento ulterior, 2° Op. cit., ps. 280, 288.
Manuale, cit., vol. III, p. 150, e o artigo Efeitos da sentença e coisa '-'T op. cit., ps. 230, 285.
julgada, neste volume, p. 279 e segs., em particular ps. 281/283. Lem-
`i bém a sentença passada em julgado esta sujeita aos recursos extraor-
bre-se, antes de mais nada, que se a possibilidade de um controle dinários. r
tornasse impossivel a declaração, esta jamais se aicançaria, porque tam-
1.
7
ceiro. A decisão do juiz será somente o resultado de um novo processual de vantagem, em que a defesa se mede pela contes-
conhecimento da relação já. anteriormente declarada.”“ tação do terceiro, caso por caso, em um quadro cujos termos já
Parece evidente que, na intençao dos -dois valorosos escritores, foram inúmeras vezes definidos: os da eficácia de uma declara-
as mencionadas argumentações constituem objeções contra meu ção condicionada pela justiça da sentença.
pensamento. Posso dizer que não as vejo assim? Com efeito, sim-
plificam eles, e bastante, as coisas que, na realidade, não são 8. Gostaria agora de testar a. solução indicada aplicando-a
como as imaginam. Não é suficiente que o terceiro venh_a:e_ con- a um caso entre os mais dificeis e tormentosos -- o das obriga- ___:-._í¬.-:_af-._,
teste a sentença como injusta,_para quezsua_efic_á_cia seja ataca- ções solidárias -- pedindo ajuda a quem por último o estudou . _.-_.
tença, sem novas indagações; se, ao contrário, os achar fundados, um tema tão controvertido; limitar-me-ei, portanto, a observar
deverá ainda julgar se também são relevantes e decisivos a ponto que o caput do art. 1.306 _do cód. civ. negou
--7 7:. _..~-
efeito
._.-_.
à__ sentenca
__ _+_z |
í.--íià
de produzir a reviravolta do julgamento a que o primeiro juiz
¡l° F. D. Busnenu, La cosa giudicata nelle obbligazioni s-alidaii, in
tinha chegado. Para concluir, não é possível estabelecer em abs- Riv. trim. dir. e proc. civ.. 1974. p. 393 e segs. `
‹
trato e a priori em que medida a decisão anterior pesará e in- 1" Cfr. Busivsru, op. cit., p. 400 e citações nas notas 14, 15, 16, 17,
i
fluira na nova. Seja como for, é ao terceiro que cabe o ônus da 18, 26.
contestação, ficando o seu adversário na cômoda posição de Art. 1.306 do cod. civ.; “A sentença proferida entre 0 credor e um I
quem só tem de defender-se. Para Vocmo, essa situação é “pu- dos devedores solidários, ou entre o devedor e um dos credores solidários,
ramente empirica" 2” mas ó a resposta certa para um problema não produz efeito contra os outros devedores ou contra os outros credores.
que é justamente empírico: o problema da defesa de quem está "Os outros devedores podem opõ-la ao credor, salvo quando fun- 5
dadas em razões pessoais ao co-devedor; os outros credores podem faze- E
- seja-me consentida a expressão _ na posse de uma situação -la valer contra o devedor, ressalvadas as exceções pessoais que este I
|
pode opor a cada qual deles." I.
22* C. Vocnio, "UItimissimc" dallu dotirina delropposízione di terzo, Com efeito, parte ele da distinção entre efeitos da sentença e
in Studi in onore di E. T. Liebman, vol. III, p. 1.995, em particular. co julgada, utilizando-a para interpretar restritivamente o caput do
p. 2.034. art. 1.306, que fala em efeito da sentença (mas então, se a norma não
r
i
2° Loc., ult. cit. se aplica à. coisa julgada, aplicar-se-ú ao menos à. eficácia declaratória i
5.
fl'_.¡_H.,‹
proferidafontra irrnndgs devedores oucontlza um dos credores, A hipótese deu margem aos mais interessantes desdobra-
‹¿om__relação aosioutros devedores ou credores solidários, inspi- mentos na jurisprudência e na doutrina francesas. A esse p1'0-
rando-se à estreita aplicação do principio dos limites subjetivos pósjto, é oportuno lembrar que, nos últimos decéníos, o tema' da E
da eficácia da sen_te_nça,_ Permanece suspenso noel", sem justi- coisa julgada foi amplamente reexaminado em França, parti- j
1
i
Jr
ficativa alguma,pineiso I do art.. 1.306, que torna extensíveis cularmente pelo que respeita à situação dos terceiros; e nao ser ij
`\
aos' .terceiros osñefeitos favoráveis emnão os_desfavoraveis. Por se esse novo interesse teria sido -provocado pelo meu ensaio de |,
firn,.não se contemplou o problema das relações internas entre 1935, 0 que é certo é que se buscaram vários caminhos para
os co-devedores e os co-credores. E aqui me parece perfeitamente estender aos -terceiros .(a determinados terceiros) os efeitos da ,_¬_. . .
, _
aplicável a figura da eficácia da sentença, como distinta da sentença; mas como, ao mesmo tempo, foi realçada a limitação
autoridade da coisa julgada. Assim, o devedor que foi condenado da autoridade da coisa julgada .só às partes (art. 1.351 do cód.
a pagar aquantiajinteira poderá_agir,_cp_ntra os ,çp¿d_e_v_e.clores civ.), quis-se assegurar aos terceiros atingidos pela eficácia da
para o regresso proporcional, galendo-se da sentença que _o,con- sentença, a legitimação para a oposição de terceiro (que na Fran-
É
z
denou; masaos outros, devedoregficapermitido_nãQ,_So._o;1o.L j
1
1 .ça é admitida não só como recurso autônomo, mas também como 1
-é,u.i11,er.a.v_eninc.‹›nr.e.nie1:1.te;.-mas.. me.s›ri9:§-ãsim._mefl_0.Sfe1flve .do sabilité” da sentença com relaçäo aos terceiros, como sendo dis- i
que _o de alargarncomoçmancha de Ó1eo,_os efeitos de uma sen- tintas da coisa julgada, de que os terceiros podem defender-se i
pessoas, cujas respectivas posições hão de ser harmonizadas.” aplauso de P. Hermann. “Y O autorizado comentador observa que - .â
33 Cfr. já em Eƒƒicacía ed autorità, ed. 1962, p. 124. se deve reconhecer “une eƒƒicacité objective de la decision judi- l
|
I
da sentença! ; dela se afasta logo após, para aderir a definição de F.-iLzi:.à 3* Ver, agora, expressamente os arts. 586 e 588 do novo cód. proc. civ. z
r
da coisa julgada como efeito preclusivo: mas essa definição abrange
35 D. Toivmsm, na sua monografia Essai sur Pautorité de la chose
apenas um aspecto da coisa julgada, justamente o preclusivo, desconhe-
jugée, cit., supra nota 2 (p. 49 e segs), expõe o desenvolvimento, na dou-
cendo ao contrario a eficacia declaratória e, portanto, a ƒortíori, a deno-
trina francesa, da busca de uma distinção entre eficácia (opposabflité)
i 1'
principais fautores, Cânivi-:Lumi c Antonio); acolhe o conceito espúrio Rev. tr-im. dr. civ., 1951, p. 163 e segs; de H. Roumn, Chose Jugéc et
de “parte em sentido substancial", aplicando-o aos co-devedores e co- tierce opposition, Paris, 1958, e de outros, e dando enfim a sua própria
-credores solidários, que considera partes, para sujeita-los à coisa jul- contribuição. V.. no mesmo sentido, J. Vmcrnr, Précis de procedure
1
gada, mas depois terceiros, para legitima-los à. oposição de terceiro civile, 19.9 ed., Paris, 1978, n. 642, p. 836.
(cfr. Vocnvo, op. cit., p. 2.005). se 3¿m_ Jz¿r,,.1968, ps._ 15 e 584; Dâu.oz, 1969, p. 249; no mesmo
Também a coisa julgada, como qualquer outro instituto do direito, sentido a sentença 10 outubro 1972, J.c.p., 1973, II, p. 17.542.
tem a sua lógica, que e' preciso respeitar. HT Rev. trim. dr. civ., 1969, p. 165. Conforme Toiuasm, op. cit., p. 203. j
1
1i
ciaire, distinguée de Pautorité de la chose jugée dont elle' peut aspectos, declaratorio, _c_onstitutivo e executivo, antes e indepeii;
être revêtue". E nessa base que a Cour de Cassation “-consacre -den-temente de Sfiuifânãiëfl em iU1aëd9._e_,=p9rtantQ,;fl <1i§§u1.<;.ã0i
Popposabilité ci. Vassureur de -Ia condamnotion prononcée contre .e_¡¿_1ç¡-_@¿¿§§;; efi‹¿ác_ia e a autoridade da coisa julgada; a extensão
son assuré responsable“. da ...eficacia
_____._z. _ da sentem ›.§ëç além, dos __.z_,.z_z..<.=z.z.z¬.,z,
__ ___ limites -dessa A¬._..z_ autoridadeaz»e
Por sua vez, R. Penaor, partindo do meu ensaio e recolhen- conseqüentemente a.te_qs_ terceiros; e, finalmente, a legitimação
do as -fileiras do movimento de idéias que acabei de relatar, es- @s,tei'§e_iros para demonstrar a injustiça da sentença _e portao;
creve: “Si Pon prend soin de ne pas conƒondre autorité et oppo- Qppai-a afastar a oponibil-idade da própI'ia_s,enten,ça no que lhes
sabilité du jugement, on peut dire que tousle jugements ont diz respeito. a ç l
une -opposabilite' absolue, Za seule diƒƒerence entreles parties et Esses vários nos do discurso colocam-se em uma escala de
les tiers étont que les parties ne sont plus admises ri contester dificuldade crescente, encontrando, correlativamente, uma re- _=1q.44,: Y:
ce qui a été juge' á leur égard, tandis que les tiers peuvent sistência crescente. Mas depois ocorre, inesperadamente,
échapper aux eƒƒets du jugement girou leur oppose en ƒormant reencontrar, aofinal do discurso, vozes que, percorrendo cami-
une tierce opposition." 35 PERROT continua citando jurisprudên- nhos diferentes, .chegam a resultados não muito diversos: fala¬se,
cia análoga da Cour de Cassation em diversos outros casos, de fato, de uma eficácia de prova da- sentença contra os tercei-
ros, ou de uma presunção iuris tantum, ambas_,abertas a con- Í-Í
lembrando ainda leis recentes que previram a eficácia perante |
..¬.
os terceiros das sentenças em matéria de estado, nacionalidade testação. ” Ainda que convencido de que a apreciação de um pai
4..
e filiação, ressalvada a oposição de terceiros. e para com sua criatura não merece muita credibilidade, ouso
' |
crer e afirmar que o caminho por mim percorrido é melhor do
' Conquanto a terminologia seia em parte diversa, nãoposso que os que acabo de lembrar. Desde 9_longínquo 1935 observei
deixar de salientar a analogia existente entre essa atitude da
que não se_compr_eende como “umaisentença possa_pro,d_uzirpa_ra -' v
i
doutrina e da jurisprudência francesas e as teses por mim sus-
osterceiros efeitos de natureza diversa dos produzidos para as
tentadas durante tantos anos e ora realçadas e defendidas no
partes" e que,_se esses efeitos são qualificados como_p1;0_va.Ae§-
›»-.›M-. ¬,_- .-›~. -t.
presente ensaio- Laríam limitados;à declaraçjao 'dço_s_fat_os,_que_ie__a,p§,nas_un1___d,o§
1
.1
Mas, como--lhes é peculiar, os juizes e os juristas franceses ele,n"ien_tos para a_f_o_rmação do juízo,_ju_ígo_ esse -que versa sem- I
estão, geralmente, mais interessados em encontrar uma solução prevvsobreço direito deduzido pe1as_par_te§,4° 1
prática razoável e satisfatória e menos preocupados com a coe- Por outro lado, por que razão somente as provas dos fatos 1
,¡.
rente e rigorosa sistematização de conceitos. teriam valor para os terceiros, e não também as razões de di- i
I
i
reito que, aplicadas aos mesmos fatos, levaram à declaração de
10. Procurei, ne_ss_as___¿1aginas, reafirmar - contra obser- .z
vações criticasreççntes _ o valor autônomo da senízençadenui- ga Goza de certa difusão a opinião que a sentença tenha uma efl-
1meiroç_çe,,depoi_s_de segundo,_g,rau,;ai_nda que sujeitasçagecurso, càci de prova para com os terceiros, susceptível de prova contraria
nolepfogtiejde urnçqorocessoç prolongado em sucessivosçigraus (menciona-a-também Armani, v. supra, nota 26). Remonta ela a certos
autores do direito comum e foi recentemente sustentada em França por
aa;iiuâriiçâo.;.a_eficâc1a_dêzzseateesaÁiecraéufeâmz seus vários alguns autores (v., supra, notas 35 e 37). ' a,
Outras indicações no meu ensaio Eficácia e Autoridade, neste vo- -i
' as R_ Pzmzor, Enoyclopedie Dalloz de procedure civile, 2.* ed., Paris, lume, ps. 1-13/1-14. 1
1978, n. 140. V., também, R. Pennor, Les aspects nouveau: de la tierce l
,_ Wrflƒicácia e Autoridade, p. 144. No mesmo-sentido Antonio.
-oppositíon en droit judiciaire français; em Studi ln onore di A. Segni, Ldcosavçiudicaía ríspetto qi terei, Milão, 1935, p.-313, e -P. -CAL.-mamona,
Milão. 1967, vol. III, p. 673.
in'i
-w¬.-.‹. i.Í€‹.L_-.` ia,¬T". .Y
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I ¬,›‹.,
ll Í
.-' '_'
melhor se alcança esse objetivo seguindo o caminho por mim 1 - É esse o mais recente estudo de LIEBMAN sobre a sen-
__:
51
traçado há 45 anos, e aqui novamente reafirmado e defendido, tença-ea coisa julgada. e nele se enfoca a definitiva. sistemati- ¬¡
j¡ . Í.
zi
al baseado como é ria reconstrução orgânica das relações entre a zação de seu pensamento, a demonstrar que' as idéias funda- _' ,-f
il sentença, a sua eficacia e a autoridade da coisa. julgada. Í.^=
Íz
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mentais permaneceram inalteradas, resistindo a quarenta e cinco -'fi
-;.",!
anos de elaboração doutrinária e legislativa. Confrontarernos, 1 "._!
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,14. TLÉAQ,E- UT4,. _
embora válida, só tem eficacia por exceção, nos casos em que a ii
=-;._ -".”¬'7.z-v.*,-f¬"~ .-*'.
lei lhe permita surtir efeitos desde logo. E, para tanto, se ar- ,.ii -r
lF_`
Ed _..l :E
.A Va .
juiz poder discricionário quanto à suspensividade dos efeitos de nos arts. 265, IV, a) e c) . Temos sustentado que, em ambas as I
,L sentença _existe mesmo _antes de seu trânsito em' julgado, até 28 e 34 da Lei n. 581, de 14 de julho de 1950, e cuidam da suspensão,
xporque nao .se pode suspender o que não existe. necessária e facultativa, do processo, assim: “Art. 295: O juiz determina
Í.
fl; 1
que o processo seja suspenso no caso previsto pelo art. 3.° do código
1l
1
| z
de processo penal e sempre que ele ou outro juiz deva resolver contro-
4 -- Analisando 0 efeito declaratório da sentença -¬ quer-se
apresente ele isolado, quer se faça acompanhar do efeitoconsti- I
vérsia civil ou administrativa, de cuja definição dependa a decisão da E
causa." “Art. 337, inciso I: Quando a autoridade de uma sentençaé I
-tutivo ou executivo -- Lu-:BMAN examina duas novas disposições invocada em processo diverso, este pode ficar suspenso, sempre que for ,.
i
interposto recurso da' sentença." .
'-' Ver, retro, Notas ao § fI.° da Eficácia e autoridade. “ Ver, de noma. autoria, Direito Processual Civil cit., p. 63. No mes-
3' Ver, retro, Notas ao 5 4.°. " mo sentido, Fnnnr-:nióo Maaques, Manual cit., vol. III, n. 580. Contra:
4 Art. 2.953, cc italiano:"“0s direitos sujeitos pela lei à" prescrição Moniz nz Anàcão, Comentários ao CPC, Forense, Rio de Janeiro, 1976,
inferior a dez anos, quando sobrevenha sentença condenatória passada . .__›¬«.- vol. II. n. 481; Emei, Comentários cit., I, n. 81, nota 215, admitindo
em julgado, prescrevem em dez anos.” O direito brasileirodesconhece porém que, nessa segunda interpretação, a disposição da alinea c) colide-
disposição análoga, . com o sistema da declaratória incidental. - '
zzn.luans-CaL-.
o _ HG7 - 22
H
ia art. 337, I, cpc italiano. E, findo 0 prazo máximo de suspensão, outro processo, na hipótese de a parte potencialmente prejudi-
H
que, no 0880. É de um ano (art. 265, § 5.° do CPC), o juiz manda-ra cada pela sentença ser um terceiro. E responde que, nesse caso,
prosseguir o processo e proferirá. o julgamento da causa condi- o juiz_tan-to pode ater-se à sentença prejudicial, como ainda :-
lj cionada, sem esperar pela solução da causa condicionante," suspender o processo; mas também pode adotar uma terceira
1
Assim, na Italia um dispositivo legal demonstra plenamente posição: simplesmente ignorar aquela sentença. e
a eficácia reconhecida à. declaração -contida na sentença, ainda ç~.- .- _. ‹-n._ . _ A falta de um dispositivo análogo entre nós, esta terceira
antes do seu trânsito em julgado; e,_ ao mesmo tempo, comprova solução é a que decorre diretamente do art. 472, CPC, porquanto
que tal eficácia não se confunde com a autoridade da coisa jul- a suspensão prejudicial do art. 265, IV (incisos a) e c)) só pode
gada, porque o juiz pode conformar-se à. decisãosubmetida a i dizer respeito a causas que corram entre as mesmas partes.”
recurso, como também pode suspender o processo, para aguardar i 1
›
a coisa julgada que será, então, plenamente vinculante. No 'T -- Chegamos à recente e importante sistematização do
4
í Brasil, não temos disposição semelhante. Mas. como ressalta I pensamento de Lmnmim quanto à eficacia da sentença com re-
i
j \
lação aos terceiros juridicamente prejudicados: estes podem in-
i .f Liaaivmn, mesmo antes da redação do art. 337, I, a posição por , 1 I
r
surgir-se contra a injustiça da sentença, quer se trate de erro
ele adotada era idêntica. É o que ocorre entre nós.
de direito, quer se trate de .erro de fato. Num e noutro caso, não -.W-¬
5 _ Mostra Lianmnn, a seguir, que os arts. 242 e 258 do se aplica ao terceiro a sentença prolatada sobre a relação pre- já
ji
Projeto de reforma a que alude no n. 5 correspondem, o pri- judicial. Mas - eis a observação mais relevante _ deve tratar- i
meiro, ao atual inciso Ido art. 337, cpc e, o segundo, ao art. Í -se de error in judicando. A sentença viciada como ato proces-
2.909, cc italiano, com a diferença de que não só a declaração sual, mas substancialmente justa, fica convalidada pela coisa 1
contida na sentença, mas sim todo seu conteúdo é considerado julgada. O terceiro só pode ser prejudicado pelo conteudo deci- I ._
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vinculante. A esse propósito, remetemos -o leitor às considerações sório da sentença, pelo que somente os vícios deste decisório 4
vendo expressamente no art. 258, inciso III, que a coisa julgada mesmo em matéria de rescisória, só o erro in judicaiido podia
se impõe aos terceiros apenas nos casos previstos em lei, a orien- autorizar o exercicio daquela ação, quando fundada em violação
tação já. é acolhida no Brasil em via legislativa, consoante dis-
E posto no art. 472 do CPÇ: ver, retro, Notas ao § 5.°.
literal de disposição de lei (art. 485, V, CPC).” Mas a jurispru-
dência, seguindo a orientação extensiva, abriu caminho para o
6 _ Importante novidade, no pensamento Liebmaniano, entendimento oposto. '° A observação é feita, porquanto o es-
transparece da análise que o Mestre faz do art. 337, inciso I,_cpc Í
U Supra, n. 4.
italiano, acima enfocado quando a causa prejudicial e a causa
'J Bu!-:No Vrnrczu., Comentários .cit., p. 100 e segs.; para 0 direito
dependente corressem entre as mesmas partes, ou seus suces- anterior, Loves DA Cosrs, Direito Processual Civil Brasileiro, Rio de Ja-
sores (supra, n. 4), e agora analisado quando se trate de ter- neiro, 1959, vol. III, p. 453. Ver também, de nossa autoria, Direito Pro-
ceiros. Em outras palavras, pergunta o Mestre como deveipro- cessual Civil cit., p. 165 e segs. 3
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ceder o juiz, perante quem seja invocada sentença proferida em l" Ver, por todos, BARBOSA Moaarnn, Comentários cit. n. 79. No dl- i
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326 ADA Pzttronrur Gnmovsa Errcácm E -AUTORIDADE -rm 'SEN'r:Ncz\ 327
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iatuto -processual--vigente legitima .expressamente o «terceiro ju- 9 _ Como última aplicação concreta da teoria o Mestre ;-
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ridicamente prejudicado à ação rescisória. 1* analisa o seguro por responsabilidade civil mostrando a evo l
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da doutrina
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e da 1ur1sprudencia
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francesas,
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ÀMas afora a rescisória, sujeita a limites temporais e exer- tese por ele sustentada: que ré a mesma seguida no Brasil como
cível em hipóteses taxativas, o terceiro ainda pode insurgir-se
já -se viu nas Notas ao § 8.° da Eficácia e Autoridade (n Â)
contra a sentença transitada em julgado por outras formas: em
defesa ou réplica à. exceção de coisa julgada e em ação própria. 1*
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L Nesses casos, não há indicações seguras da doutrina brasileira 1; -1-
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i quanto ao tipo de erro da sentença (só in iudicando, ou também ll _, .
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in.¡;rocedendo) que autorizaria o seu ataque pelo tercei-ro, imu- |
ne à coisa julgada. Do mesmo modo, a doutrina não se debruçou
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1i sobre o problema do ônus, da impugnação e da prova, que para 5.
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Lu.-amam é do terceiro. Tudo depende, é claro, do grau de eficá- `_
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Prefácio do autor à segunda edição brasileira . . _ _ . . _ . . . . . . . _ . _ . ._ V
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Prefácio do autor à primeira edição brasileira . . . . _ . . . . . . . . . . . . _. -IX
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_ _ INTRODUÇÃO Êr
5 -1.° Apresentação do tema . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . _ . . . . _ . . . _ .. 1 ~ 'š
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Notas ao § 1.0 _ . . . . _ . . . . . . . . _ . . . _ _ . _ . . . _ . . . . _ . . . . . . . . . _ . . _. 'I a-
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PRIMEIRA PARTE `=z.
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A AUTORIDADE DA COISA JULGADA ‹ :-.-,
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3.
§ 2.0 A coisa íulgada ea a variedade de conteúdo
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330 Emuco Tu1..L1o Lu-:smm ' Ei-¬1c_âcra 1-:¿Au'roRrmini: na SENTENÇA 331
l SEGUNDA PARTE
33. Posiçao do problema . _ . _ . . . . _ _ _ _ . _ _ . . _ _ _ _ . . _ _ . _ . . _ _ _ . _ _ _ _. 121 Pluralidade de partes legítimas á ivnpugnação de um único ato _ . _ . 229
34. Eficácia geral da sentença . . _ . _ _ _ _ . . . . . . . _ . _ _ . _ . . _ . _ _ _ _ _ _ _ __ 123 Notas _ _ . . . . . . _ . _ _ . . _ _ . . _ . _ . . _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ . . . . . _ _ . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ , 238
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