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INTRODUÇÃO
A importância da cana-de-açúcar pode ser medida, ainda, pelo fato de que o seu
processamento industrial proporciona 8 tipos de matérias-primas para as indústrias de
transformação, química e bioquímica, que podem originar mais de 100 produtos comerciais, dos
quais mais de cinqüenta encontram-se em exploração comercial, em diferentes escalas e regiões
do mundo.
A potencial diversificação oferece ao setor uma série de vantagens comparativas que pode
estimular uma nova vertente econômica na superação de suas conhecidas dificuldades. Matéria-
prima renovável, altos rendimentos de biomassa, compatibilidade com o meio ambiente, amplo
leque de alternativas produtivas são um conjunto de opções de auto-sustentabilidade, com menor
dependência de um único produto e de um único mercado. Os diferentes usos da cana-de-açúcar
implicarão a maximização da produção, uma vez que o sucesso da diversificação exige a
utilização dos recursos produtivos de modo eficiente, diminuindo custos e gerando resultados
econômicos positivos.
No mercado internacional, os produtores açucareiros têm convivido com o desempenho
descendente dos preços, além de acirrada concorrência dos substitutos próximos que, apesar de
não serem sucedâneos perfeitos e, portanto, não possuírem as mesmas qualidades como
alimento calórico, apresentarem baixo custo por unidade adocicante.
ORIGEM
Solos
Calagem e adubação
A calagem deve ser feita preferencialmente com calcário dolomítico (que contém cálcio e
magnésio) aplicado ao solo e incorporado por meio de aração e gradagem antes do plantio. A
quantidade a ser aplicada é determinada pela análise química do solo, e deve ser suficiente para
elevar a saturação por bases a 50% ou 60%. Em área de reforma do canavial, a época indicada
para sua aplicação vai do último corte da cana, quando se inicia sua reforma, até antes da última
gradagem. De 60 a 90 dias após a incorporação do calcário, faz-se nova gradagem para eliminar
as ervas daninhas e, em seguida, o sulcamento para o plantio.
Quanto ao uso de fertilizantes na cultura é necessário considerar duas situações no
sistema convencional de produção: a adubação da cana-planta e da soqueira. Em ambos os
casos, porém, a quantidade a ser aplicada vai depender da análise de solo, que indica as
quantidades de fósforo e de potássio a serem usadas.
Para a cana-planta, a formulação mais comum é a 5-20-20 (N, P, K), devendo ser aplicada
no fundo do sulco.
Quando o plantio é feito com adubos fosfatados, é preciso fazer cobertura com nitrogênio e
potássio. Por volta de 50 dias após o plantio, quando tem início a formação das touceiras, faz-se a
adubação nitrogenada em cobertura, incorporando-se de 60 a 80 kg/ha de nitrogênio. Em solos
arenosos de pequenas indústrias, a cobertura pode ser feita em duas etapas, aplicando-se
metade em abril e a outra metade em setembro ou outubro.
Quando são recomendadas adubações em maiores doses de potássio, elas devem ser
parceladas, colocando-se no sulco de plantio até 100 kg/ha de K e o restante em cobertura, com o
N, em abril.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 5
Nos casos de plantio tardio de cana de ano e meio, essa adubação deve ser feita somente
depois do início das chuvas (em setembro), para melhor aproveitamento do nitrogênio, elemento
volátil, principalmente na forma de uréia, sendo preciso aplicá-lo em solo úmido e incorporá-lo em
seguida, para evitar perdas significativas por volatilização.
As quantidades de fósforo e potássio a serem aplicadas dependem dos teores de PK nas
amostras de solo (muito baixo, baixo, médio ou alto) e da produtividade esperada para o canavial
(<100, 100 a 150 ou >150 toneladas de cana por hectare).
Para soqueira, a adubação deve ser feita durante os primeiros tratos culturais, a
aproximadamente, 20 cm de um lado da linha de cana, e incorporando ao solo, à profundidade
aproximada de 15 cm, quando aplicada superficialmente. Em geral, aplicam-se de 60 a 80 kg/ha
de N, de 0 a 30 kg/ha de P, de 80 a 100 kg/ha de K e de 4 a 5 kg/ha de Zn e Cu, se houver
deficiência desses elementos.
Quanto ao uso de fonte alternativa de nutrientes para a cana-de-açúcar destinada à
produção de produto “natural”, pode ser adotada a reciclagem da torta de filtro (úmida), que pode
ser aplicada em área total (80 a 100 t/ha), em pré-plantio, no sulco de plantio (15 a 30 t/ha) ou nas
entrelinhas (40 a 50 t/ha) para suprir total ou parcialmente a deficiência de P.
Quanto ás fontes químicas de N, o uso do sulfato de amônio é uma opção interessante
porque, além de fornecer N à planta, também fornece S. Outros adubos nitrogenados também
podem ser utilizados como a uréia, nitrocálcio e nitrato de amônio, estes últimos mesmo em solo
seco, pois não se volatilizam.
Espaçamento
O espaçamento utilizado no plantio de cana varia de 0,90 a 1,50 m, e deve ser escolhido
em função da disponibilidade de equipamentos, na propriedade agrícola, e do tipo de solo. O
espaçamento mais adensado de 0,9 a 1,0m é indicado para solos de fertilidade mais baixa. O
espaçamento mais largo tem sido empregado em solos mais férteis. A profundidade do sulco de
plantio tem variado de 0.20m a 0,30m.
Por ser uma planta de clima tropical e semi-tropical, a cana-de-açúcar necessita de calor e
umidade durante o período de crescimento. O desenvolvimento da cana é satisfatório quando a
temperatura média é superior a 21°C e a precipitação nessa fase atinge ou supera 1200 mm. Em
regiões onde a temperatura média, na fase de desenvolvimento, oscila entre 21°C e 31°C, a cana
tem bom desenvolvimento. Na fase de maturação, porém, é necessário que haja deficiência
hídrica, térmica, ou ambas para que ocorra a acumulação de sacarose.
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A folha da cana é constituída de duas partes: a bainha e o limbo. Sua distribuição no colmo
é alternada, sendo pela bainha que ela se fixa ao nó.
O limbo da folha pode ter um comprimento de 60 a 150 cm e uma largura de 2,5 a 10 cm.
É pelas folhas que a planta executa suas funções de transpiração, respiração e fotossíntese.
Existem variedades de difícil despalha, por possuírem bainha agarrada, que não se
desprende facilmente do gomo. Mesmo que se utilize a prática da queima, elimina-se apenas o
limbo, deixando a bainha, o que resulta maior teor de fibra e maior quantidade de bagaço,
exigindo melhor controle da unidade de moagem em termos de regulagem e embebição, para que
a extração de açúcar seja eficiente. Entretanto, a queima não é uma prática recomendada para a
produção de açúcar mascavo, melado e rapadura, sendo aconselhável, nesse caso, a adoção de
variedades com despalha mais fácil.
A inflorescência possui um tecido seco praticamente isento de caldo que, ao ser moído
com o colmo, absorve caldo e se enriquece de açúcar, gerando maior quantidade de bagaço e
elevando as perdas de açúcar nesse material, que será queimado nas caldeiras ou utilização na
alimentação animal.
O colmo que, tecnologicamente, representa a parte de maior interesse, é formado por
gomos constituídos de nós e entrenós. O nó é a região mais dura do colmo, por ser mais fibrosa.
É constituído pela cicatriz foliar e pela zona radicular, onde se localiza a gema. A zona radicular
possui as proto-raízes que desenvolvem para fixar os colmos-semente ao solo.
O meristema intercalar é a região onde as células são capazes de, por divisão, produzir o
alongamento do colmo. O entrenó, também chamado de internódio, vai de um nó a outro.
As funções do colmo são:
Suportar as folhas e as partes florais
Conduzir água e nutrientes do solo até as folhas, onde os alimentos da planta são
sintetizados
Translocar os alimentos manufaturados das folhas para outras partes da planta
Armazenar açúcar e outras substâncias
Do ponto de vista industrial, pode-se dizer que o colmo padrão compõe-se de 25% de
partes duras e de 75% de partes moles, em virtude de sua resistência físico-mecânica. O teor de
fibra das partes duras situa-se em torno de 75% e a porcentagem de caldo corresponde a 25%, o
que equivale a 20% do caldo total do colmo. Nas partes moles, com 8% de fibra e 92% de caldo,
encontram-se os 80% restantes do caldo total.
A importância prática da separação do caldo do tecido de origem está relacionada com a
resistência física das partes duras e moles do colmo. Disso resulta que o caldo das partes moles é
mais fácil de extrair e apresenta maior pureza quando comparado ao caldo retido pelas partes
duras. Esse fato é particularmente importante para a pequena agroindústria, que possui poucos
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recursos para a extração do caldo, o que pode acarretar uma redução na eficiência de extração de
15% a 20%. As Figuras 1, 2 e 3 ilustram a anatomia da cana-de-açúcar.
Umidade (%) 69 – 72
Brix (%) 15 – 20
Fibra (%) 11 – 13
Variedades
possui menor quantidade de caldo que, ao ser extraído, contém muita fibrila em suspensão,
prejudicando o produto final.
As variedades de cana podem ser classificadas como precoces, médias e tardias, com
base na época de maturação; com base na riqueza de sacarose no caldo; como longo, médio e
curto, com base no PUI ou período em que permanece em condições adequadas de
industrialização.
As variedades mais conhecidas são as que recebem as siglas IAC (Instituto Agronômico
de Campinas), SP (Coopersucar – São Paulo), RB (República do Brasil – UFSCAr/CCA) e CB
(Campos Brasil), entre outras. As variedades devem ser trocadas de tempos em tempos em
virtude do aparecimento de outras mais produtivas ou por sua degenerescência ou declínio, em
conseqüência da perda de resistência às pragas e doenças na redução de produtividade. A
escolha dessas opções será feita com base nas condições edafoclimáticas locais.
De modo geral, todas as variedades de cana-de-açúcar prestam-se à produção de melado,
rapadura e açúcar. Todavia, na produção de melado, é necessário procurar variedades que dêem
um sabor agradável, sem deixar um sabor residual ligeiramente amargo, o que pode ser
observado ao tomar o próprio caldo de cana. Deve-se também levar em consideração que existem
variedades cujo caldo escurece muito rapidamente, produzindo um melado escuro, de aspecto
desagradável.
Entretanto, há variedades de cana que sofrem rapidamente o processo de inversão, isto é,
a sacarose presente em seus colmos é transformada com maior facilidade em açúcares simples
(glicose e frutose). Esses compostos não são indicados para a produção de açúcar ou de
rapadura, mas podem ser usados na produção de melado. Com efeito, para a produção de
melado não é necessário que a cana esteja muito madura, pois a presença de açúcares redutores
é benéfica à sua conservação, dificultando o açucaramento (cristalização da sacarose).
A quantidade de açúcares redutores deve situar-se ao redor de 1,0%. Quando se deseja
produzir melado durante toda a safra açucareira, é necessário plantar variedades de maturação
média e tardia, que possuem alto teor de açúcares redutores mais elevado por um período mais
longo. Isso porém, não é limitante, pois é possível obter esses açúcares tecnologicamente, por
inversão. O melado pode ser produzido durante todo o ano desde que a cana não seja nova, isto
é, não esteja em sua primeira fase de crescimento vegetativo.
Características varietais
menor interesse tanto para a produção industrial quando para a fabricação do açúcar mascavo e
rapadura.
Deve-se ressaltar que existem exceções a esse comportamento maturação x PUI.
Maturação e controle
A maturação ocorre da base para o ápice do colmo. A cana imatura apresenta valores
bastante distintos nesses segmentos, os quais vão se aproximando no processo de maturação.
Existem várias formas de controle e julgamento da maturação da cana. O julgamento da
maturação pelo aspecto do canavial baseia-se em indícios externos mais ou menos
característicos da maturação, como estado de desenvolvimento da cana, colmos descobertos, três
quartas partes de folhas secas, amareladas e caídas. Costuma-se associar a essas observações
outros fatores, como tipo de solo, exposição do terreno, histórico do plantio, idade do canavial, etc.
Para que a cana seja industrializada é necessário que ela tenha no mínimo 10 meses;
caso contrário, haverá redução muito grande na produtividade agrícola e na riqueza em açúcar.
A forma mais correta para identificar o grau de maturação é o uso da porcentagem de
sólidos solúveis (Brix), de sacarose aparente (pol), dos açúcares redutores e da pureza aparente
(relação percentual da pol no Brix).
Quando se utiliza o refratômetro, deve-se retirar uma pequena amostra de caldo do
terceiro gomo a partir do solo e do primeiro gomo descoberto abaixo do palmito. Feitas as
determinações do Brix refratométrico dos colmos da cana, calcula-se a relação entre as leituras da
ponta e do pé, chamado de Índice de Maturação (IM). As relações entre o índice de maturação e
os estágios de maturação podem ser visualizados na Tabela 2.
Fator Valor
Colheita
Tomando por base os dados descritos na tabela acima, é recomendado períodos máximos
de estocagem da ordem de 14 horas de estocagem para dias quente e chuvosos e de 18 horas de
estocagem em épocas frias e secas.
O transporte da cana do campo à usina geralmente é feito por caminhões que carregam a
cana inteira (colheita manual) ou cana picada em toletes de 20 a 25 cm (colheita mecânica).
Podem ser utilizados também vagões do sistema ferroviário para o transporte da cana em alguns
casos.
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A matéria prima tem que satisfazer um conjunto de requisitos de qualidade para que a
indústria ao processá-la seja capaz de obter uma produção estável na qualidade e eficiência.
A qualidade da cana-de-açúcar se resume nos seguintes aspectos:
- Conteúdo de sacarose
- Presença de matérias estranhas
- Tempo de corte
- Tempo de queima
A pureza do caldo serve com base de cálculo aproximado das perdas. A diminuição de
pureza significa aumento dos não-açúcares à separar, tendo como consequência:
- Maior quantidade de mel final e, portanto, aumento das perdas de açúcar.
- Aumento do consumo de vapor por unidade de açúcar produzido.
- Diminuição da produtividade.
A fibra da cana tem um efeito notável sobre a extração, quanto maior seja a fibra, menor
será a extração.
ART: Quantidade de açúcares redutores totais presentes na amostra, por hidrólise total.
Os açúcares totais ou açúcares redutores totais, representam a somatória dos açucares
redutores e da sacarose invertida por hidrólise ácida ou enzimática pela invertase, determinados
na solução açucarada por oxiredutimetria na relação peso / peso.
Além da glucose, frutose e sacarose invertida, outras substâncias redutoras presentes no
caldo de cana são incluídas na análise.
Pode-se calcular o teor de açúcares totais pela equação:
AT = açúcares redutores + sacarose / 0,95
Para o caldo de cana madura o teor de sacarose não difere significativamente da pol,
neste caso pode-se obter AT da seguinte forma:
AT = AR + Pol / 0,95
O conhecimento do teor de açúcares totais é importante para a avaliação da qualidade
da matéria prima destinada à produção de álcool etílico.
BRIX: São os sólidos solúveis na cana ou na solução açucarada, dos quais uma parte é a
sacarose. É expressa como percentagem de peso de sólidos.
POL: É o valor obtido pela polarização simples e direta em um sacarímetro de uma
solução de peso normal. É expressa como se fosse um valor real.
O caldo de cana contém em sua composição basicamente três açúcares: sacarose,
glucose e frutose Os dois primeiros são dextro rotatórios ou dextrógiros, isto é, provocam desvio
do plano da luz polarizada para a direita. A frutose é levógira por desviar este plano para a
esquerda. Assim, quando se analisa o caldo de cana, obtém-se a leitura polarimétrica
representada pela soma algébrica dos desvios dos três açúcares.
Para o caldo da cana madura, o teor de glucose e frutose é geralmente muito baixo, menor
que 1% comparado ao teor de sacarose, maior que 14%. Isso faz com que o valor da pol,
aproxime-se bastante do teor real da sacarose, sendo comumente aceita como tal. Para materiais
com altos teores de glucose e frutose, como o melaço, a pol e o teor de sacarose diferem
significativamente.
A sacarose é um dissacarídeo (C12H22O11) e constitui o principal parâmetro de qualidade
da cana de açúcar. É o único açúcar diretamente cristalizável no processo de fabricação. Seu
peso molecular é 342,3 g com densidade de 1,588 g/cm 3. A rotação específica da sacarose à
20ºC é de +66,53º. Este açúcar hidrolisa-se estequiometricamente numa mistura equimolecular de
glucose e frutose, quando na presença de certos ácidos e temperatura adequada ou então, pela
ação da enzima denominada invertase.
A inversão ácida ou enzimática pode ser representada por:
C12H22O11 + H2O ⇒ C6H12O6 + C6H12O6
Dessa forma, 342g de sacarose absorvem 18 g de água para produzir 360 g de açucares
invertidos (glucose + frutose - oriundos da inversão da sacarose). Pode-se dizer que 100g de
sacarose irão produzir 105,263g de açúcares invertidos ou então 95g de sacarose produzem 100g
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de açúcares invertidos. Uma vez que a pol % do caldo pode ser arbitrada como igual à sacarose
% caldo, obtém-se:
Açúcares invertidos % caldo = ( pol % caldo )
0,95
Pureza: É a quantidade de sacarose contida em 100 partes de sólidos totais.
Pureza = pol x 100
Brix
Inversão: A sacarose hidrolisa-se com facilidade em soluções ácidas a velocidades que
aumentam notavelmente com o aumento da temperatura e diminuição do pH. Esta reação
hidrolítica é denominada de Inversão, e causa perda de sacarose.
Polissacarídeos: Este nome é dado a todos os sacarídeos com cadeia de mais de 12
monossacarídeos. Os mais fundamentais presentes na cana-de-açúcar é a dextrana e o almidom.
São muitos prejudiciais nos processos de moagem, clarificação, cristalização e centrifugação do
açúcar.
Sacarose: É o açúcar contido nos vegetais, encontrado em maior volume na cana-de-
açúcar ou na beterraba. A sacarose é um dissacarídeo produzido pela condensação de glicose e
frutose, e sua fórmula química é C12 H22 O11 (peso molecular 342,30). Pode ser determinada por
meio de um sacarímetro, utilizando métodos analíticos ou pela polarização direta, já que a
diferença entre pol e sacarose não se tem em conta. A estrutura da sacarose é mostrada na
Figura 5.
Glicose Frutose
Mosto: Mosto é o termo empregado em tecnologia, para definir todo o líquido açucarado
susceptível de sofrer fermentação. Na prática é a mistura de melaço (mel final) com água ou caldo
de cana, que é devidamente preparado para sofrer a fermentação alcoólica.
Bagaço hidrolisado: Subproduto que sofre um processo de hidrólise (abertura de
células). Bagaço destinado à ração animal.
A matéria-prima é recebida na Usina, pelas balanças rodoviárias (Figura 5), as quais têm
tolerâncias de ± 0,25%, ou em balanças eletrônicas (capacidade 60 t), com sistema de código de
barras, onde são classificadas estatisticamente para análise. A cana pode ser basicamente de três
tipos:
- Cana inteira queimada, por corte manual
- Cana picada queimada, colhida por máquinas
- Cana picada crua, colhida por máquinas
A cana classificada para análise passa pelo laboratório de Pagamento de Cana por Teor
de Sacarose, onde é amostrada por sonda horizontal ou oblíqua (Figura 6) em 33% dos
carregamentos nos pontos específicos determinados para a carga (pelo menos três posições).
Em seguida, é descarregada por equipamentos hilos diretamente na mesa alimentadora de
45º, a qual tem a função de prover a alimentação da moenda, dando continuidade à moagem. A
cana inteira também pode ser descarregada por hilos localizados em pátios onde a matéria prima
é estrategicamente armazenada para manter o fluxo de alimentação e que possibilite um ritmo de
moagem constante, pois isso é importante para a etapa de fabricação e para otimizar o balanço
térmico. A cana picada deve ser descarregada diretamente na mesa alimentadora 45º, não
podendo ser descarregada ou armazenada no pátio, pois a sua deterioração é mais rápida, uma
vez que neste tipo de matéria-prima a sacarose encontra-se mais exposta aos agentes
fermentadores.
A cana recebida em vagões é descarregada diretamente nas esteiras transportadoras ou
pátio com o vagão preso por garras e uma plataforma basculante acionada hidráulica ou
mecanicamente.
Lavagem
A cana que chega à indústria carrega quantidade razoável de impurezas, que podem ser
minerais (pedras, pedriscos) ou vegetais (fibras que não contém sacarose). No primeiro caso,
podem causar prejuízos à indústria por provocarem desgastes em equipamentos (bombas,
tubulações, desgaste de moendas) e no segundo, aumenta o volume de cana reduzindo o
rendimento da extração e consome potência desnecessária das turbinas e motores. É tolerável
um índice de matérias estranhas na cana de até 3%.
A lavagem é realizada em uma mesa alimentadora utilizando-se ventiladores, no caso da
lavagem a seco, e chuveiros verticais de água limpa ou reciclada, no caso da lavagem úmida
(Figuras 7 e 8). Antes de ser reciclada, a água de lavagem é decantada e em seguida tratada com
cal até pH 7,0 (após a lavagem da cana, o pH da água decresce para níveis próximos de 4,0).
Para aumentar a eficiência de decantação, a água deve passar antes por um sistema de
peneiramento.
A lavagem úmida pode ser a frio ou a quente. No caso de lavagem a quente é utilizado
água dos condensadores. A adição de água sob pressão aumenta a eficiência de lavagem. O
consumo mínimo de água é de aproximadamente 5 m 3 por tonelada de cana processada por hora
(TCH). Em algumas usinas este consumo é da ordem de 10 a 15 m3/TCH.
É considerada prática rotineira renovar parte da água constantemente (parte limpa e parte
reciclada) e usar bactericidas nas águas de reciclo (bactericidas a base de compostos voláteis
como organosulfurosos e quaternário de amônio).
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PREPARO DA CANA
Os objetivos desta etapa são: aumentar a capacidade das moendas pelo aumento da
densidade das massas de alimentação (menores tamanho de cana) e romper a estrutura da cana,
facilitando a extração do caldo e moagem. Para tanto são utilizados os seguintes equipamentos:
picador, cortador, nivelador, desfibrador (Figura 9).
As vantagens da etapa de preparo da cana no desempenho do processo são:
Aumento do rendimento da usina
Regularidade de alimentação das moendas
Redução do consumo de energia
Homogeneização do teor de fibras nas canas
Melhorar a eficiência da embebição
Redução do desgaste e quebra de moendas.
Densidade da Cana
É a relação existente entre a massa de cana (kg) e o volume que esta se ocupa (m3). A
moagem é um processo volumétrico e que, portanto, ela será mais eficiente à medida que
aumentarmos a densidade da cana na entrada do primeiro terno.
Isto é conseguido após a passagem da cana pelo picador e pelo desfibrador, elevando a
densidade da cana inteira (175 kg/m3) ou da cana picada (350 kg/m3) para valores em torno de
450 kg/m3 de cana desfibrada (Figura 10).
Relação porcentual do pol das células abertas em relação ao pol total da cana. Para
extração do caldo em moendas o índice de preparo deve ser de aproximadamente 85% a 90% de
abertura das células e em difusores, o índice precisa ser maior pois utiliza-se apenas água
quente, podendo chegar até 97%.
Picador
O jogo de facas é um equipamento rotativo de facas fixas, que opera a uma velocidade
periférica de 60m/s, e tem por finalidade aumentar a densidade da cana, cortando-a em pedaços
menores, preparando-a para o trabalho do desfibrador (Figura 12).
Desfibrador
FIGURAS 13 e 14 - Desfibrador
Espalhador
Para obtermos uma camada fina e uniforme de cana desfibrada é necessária realizar uma
descompactação, pois a cana sai do desfibrador em forma de pacotes. Essa descompactação é
feita pelo espalhador (Figuras 17 e 18). Esse equipamento otimiza a alimentação das moendas,
tornando-a mais homogênea.
Eletroímã
Protege os componentes da moenda contra materiais ferrosos estranhos, que por ventura
venham junto com o carregamento ou desprendidos dos equipamentos.
É instalado ocupando toda a largura do condutor e tem a finalidade de atrair e reter os
pedaços de ferro que passam pelo seu campo de ação. Os objetos mais frequentes são pedaços
de faca de picadores, ganchos de leradeiras de palha, porcas, entre outros.
Todos os pedaços de ferro são atraídos pelo o eletroímã (Figuras 19 e 20) inclusive
aqueles que se encontram na parte inferior da cama de cana.
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Normalmente, pode-se calcular que o separador magnético evita cerca de 80% dos danos
que seriam causados à superfície dos rolos sem o seu uso.
A cana após passar por estes processos descritos, cuja finalidade é prepará-la para
posterior moagem, segue para as moendas.
FIGURAS 19 e 20 - Eletroímã
O caldo de cana bruto é opaco, de cor amarelo pardo a esverdeado, mais ou menos
escuro e viscoso. As impurezas do caldo podem ser classificadas como impurezas em suspensão
(terra, areia, bagacilho) e impurezas solúveis (corantes, sais minerais).
A opacidade é causada pelos coloides, proteínas, pentosanas, pectina e compostos
inorgânicos como sílica. A cor varia com a cana e com a energia do esmagamento e é dada pela
clorofila, antocianina, sacaretina e substâncias cromógenas.
A viscosidade do caldo é causada por gomas, pectinas, albuminas e sílica coloidal.
O pH do caldo varia de 5 a 6. A acidez aumenta nas canas queimadas, doentes,
praguejadas, cortadas a mais de 24 horas, verdes e passadas.
A extração do caldo da cana pode ser realizada de duas formas: por moagem ou por
difusão.
MOAGEM
quatro a seis e cada um deles é formado por três cilindros principais denominados cilindro de
entrada, cilindro superior e cilindro de saída.
Normalmente, as moendas contam com um quarto rolo denominado rolo de pressão, que
melhora a eficiência de alimentação. A carga que atua na camada de bagaço é transmitida por um
sistema hidráulico que atua no rolo superior. Com o aumento da capacidade de moagem advindo
do preparo da cana, foi necessária a instalação do rolo de pressão, cuja finalidade é manter
constante o fluxo de alimentação da moenda.
A cana desfibrada chega à primeira moenda onde recebe a primeira compressão entre o
cilindro anterior e superior e uma segunda compressão entre o cilindro posterior e o superior.
Tem-se, pois, um caldo conhecido como primário ou caldo rico. O bagaço resultante segue pela
esteira intermediária para o segundo terno de moagem, recebendo novamente duas pressões,
como mencionado anteriormente. Os esmagamentos se sucedem para os ternos seguintes. O
bagaço final sai com umidade em torno de 50% e segue para as caldeiras onde se produz vapor,
que será consumido em todo o processamento e no acionamento das próprias moendas.
Durante a passagem do bagaço de uma moenda para outra, realiza-se a embebição, ou
seja, a adição de água ou caldo diluído, com a finalidade de se aumentar a extração de sacarose.
Os três cilindros que compõem a moenda são posicionados de forma triangular. Os cilindros
inferiores trabalham rigidamente em suas posições, enquanto o superior trabalha sob o controle
de uma pressão. As moendas são acionadas por turbinas a vapor.
Na Figura 21 pode-se visualizar um esquema do processo de moagem da cana.
Esteira de alimentação
Para alimentar esta calha é necessária uma camada de cana (desfibrada uniforme) fina,
que é conseguida pela velocidade elevada da esteira.
Sua função é regularizar e uniformizar a moagem, e ainda tornar a pressão dos rolos sobre
o colchão de cana mais constante durante o processo de moagem desde que a mantenha cheia.
Ternos de Moenda
Conjunto de 04 rolos de moenda dispostos de maneira a formar aberturas entre si, sendo
que 03 rolos giram no sentido horário e apenas 01 no sentido anti-horário.
Sua função é forçar a cana a passar por essas aberturas de maneira separar o caldo
contido no bagaço.
a) Rolo de Pressão
Encontra-se na parte superior do termo logo acima do rolo inferior de entrada. Sua função
é compactar a camada de cana permitindo uma melhor alimentação do termo.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 35
b) Rolo Superior
Está localizado na parte superior do castelo, entre o rolo de entrada e o rolo de saída, gira
no sentido anti-horário. É muito importante no conjunto de ternos devido ao maior contato com a
cana. Também recebe a força através do acoplamento e transmite aos demais rolos por
intermédio dos rodetes.
c) Rolos Inferiores
Castelos
FIGURAS 24 e 25 – Castelo
Rodetes
São construídos em aço, possuem 15 dentes e têm como função acionar o rolo de entrada,
saída e o rolo de pressão através do rolo superior (Figuras 26 e 27).
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FIGURAS 26 e 27 – Rodetes
Pentes
FIGURA 28 – Bagaceira
Tem como função conduzir o bagaço do rolo de entrada para o rolo de saída. É resultante
do traçado de cada terno objetivando o melhor desempenho do terno.
Se for instalada muito alta, a carga sobre o rolo superior é muito elevada, ocorrendo
desgaste da bagaceira, aumentando a potencia absorvida, sufocando a passagem de bagaço.
Resultando em alimentação deficiente do terno.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 38
Se for instalada muito baixa, o bagaço ao passar sobre ela não é comprimido
suficientemente para impedir que o rolo superior deslize sobre a camada de bagaço resultando
em embuchamento.
Messchaerts
São sulcos efetuados entre os frisos do rolo de pressão (Figura 29). Esses sulcos
melhoram a capacidade da moenda permitindo extrair uma quantidade de caldo que, sem eles
provocaria engasgo; permitem maior porcentagem de embebição e melhoram, sobretudo, a
extração pelo aumento da proporção de caldo.
Deve-se ter atenção com sua limpeza, pois se enchem de bagaço rapidamente. Para se
efetuar a limpeza conta-se com os seguintes acessórios:
Jogo de facas para remoção dos sulcos;
Eixo quadrado para fixação de facas;
Braço de regulagem.
FIGURA 29 - Messchaerts
É um condutor intermediário que serve para transportar bagaço de um terno para outro
(Figura 30).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 39
Sistema de Embebição
a) Embebição Simples
É uma maneira rudimentar de aplicação da embebição, onde apenas água é aplicada no
bagaço de cada terno a partir do 2º terno (Figura 31).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 40
b) Embebição Composta
a) Água
Pode ser aplicada por meio de bica, neste caso existe o inconveniente de se embeber a
parte superior da camada de bagaço deixando a parte inferior menos embebida.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 41
b) Caldo
A aplicação é feito normalmente através de bicas que tem por função distribuir o mesmo
de maneira uniforme por toda a largura da esteira.
Vantagens Desvantagens
Melhor extração
a) Vantagens
Grande flexibilidade operacional
Operação sem grande apoio técnico
Modular podendo ser ampliada à medida que a moagem cresce
b) Desvantagens
Equipamento grosseiro e anti-higiênico
Pouco eficiente (baixa extração)
Manutenção cara
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 42
Desvantagens
Pouca flexibilidade operacional sendo pouco tolerante a variações de processamento;
Exige um apoio técnico maior;
Carrega mais impurezas com o bagaço para as caldeiras, exigindo maior limpeza das
mesmas devido à pior qualidade do bagaço;
Seu custo de implantação é maior que o da moenda.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 43
Bagacilho
Muitos pedaços de bagaço caem debaixo das moendas, provenientes do espaço entre o
chute e o rolo de entrada, ou sendo extraídos dos pelos pentes ou, ainda, caindo entre a
bagaceira e o rolo de saída.
Esta quantidade de bagaço fino é muito variável, porém, alcança em geral, 1 a 10 g,
calculados em matéria seca por Kg de caldo, não levando em consideração os pedaços grandes,
mas apenas os bagacilhos em suspensão.
O separador de bagacilho é colocado após as moendas que serve para peneirar os caldos
fornecidos pelas moendas e mandar novamente o bagaço retido para um condutor intermediário.
O separador de bagacilho é denominado de cush-cush, que se eleva e arrasta consigo
esse bagacilho e verte-o por um meio de uma rosca sem fim, sobre o condutor de bagaço de 1ª
moenda.
O bagaço final à medida que vai saindo da última moenda é encaminhado para as
caldeiras, servindo como combustível.
Eficiência da extração
A seguir são destacados alguns pontos importantes para definir o índice de eficiência da
extração:
O caldo extraído na moagem chega a etapa de cristalização com uma mistura complexa,
contendo os componentes integrais da cana-de-açúcar e mais as matérias estranhas incorporadas
ao caldo acidentalmente, através do corte de cana, da colheita, do transporte, das operações na
moagem. Por isso o caldo dever passar por um tratamento conhecido como clarificação.
Na clarificação visa-se separar do caldo a maior quantidade possível de impurezas
dissolvidas e em suspensão, sem afetar a sacarose. Deve ser feita logo após a moagem para
evitar a ação de fermentos e enzimas.
A clarificação pode ser realizada de várias formas segundo o tipo de açúcar a ser
produzido, ou se o caldo vai ser usado para fermentação a etanol. A clarificação consta de vários
processos e combinações de processos, que variam de acordo com o tipo de açúcar que se quer
obter e com a região (Figura 34).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 45
Sulfitação
Consiste em promover o contato do caldo com o gás sulforoso (SO 2) para sua absorção, o
que implica em:
Redução do pH: Auxilia a precipitação e remoção de proteínas do caldo.
Diminuição da viscosidade do caldo: provoca também uma diminuição da
viscosidade do xarope, massas cozidas e méis, facilitando a cristalização da sacarose nos
cozimentos;
Formação de complexos com açúcares redutores: Impede a sua decomposição e
controla a formação de compostos coloridos em alcalinidade alta;
Preservação do caldo: Contra alguns microrganismos;
Prevenção do amarelamento do açúcar (Cristal Branco): Por algum tempo, durante
o armazenamento;
O caldo decanta-se mais rapidamente e ocorre melhor eliminação de fosfatos e ceras,
permitindo uma filtração melhor;
Eliminar materiais corantes do caldo, possibilitando a fabricação do açúcar branco;
Transformar em compostos ferrosos incolores os sais de ferro presentes no caldo
devidos a desgastes de moendas e tubulações;
O SO2 é um redutor enérgico e tem a propriedade de flocular diversos coloides
dispersos no caldo que são os corantes e formar produtos insolúveis com as impurezas do
caldo.
A principal reação química ocorre com o hidróxido de cálcio usado na calagem na etapa
seguinte, produzindo um precipitado de sulfito de cálcio que, ao ser eliminado na decantação,
permite a obtenção de um caldo límpido e claro.
O efeito mais importante da sulfitação, quando da clarificação do caldo de cana é sua ação
inibidora de formação de cor, proveniente da reação entre açúcares redutores e aminoácidos
(reação de Maillard).
Métodos de Sulfitação
Formar ácido sulfúrico, que pode causar corrosão nos equipamentos e inversão na
sacarose;
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 48
Formação de sulfato de cálcio que é mais solúvel que o sulfito de cálcio, aumentando o
teor de sais no caldo e causando incrustações nos evaporadores;
Aumenta o consumo de enxofre.
Para minimizar a formação de SO3, alguns cuidados devem ser seguidos:
Controle da vazão de ar na alimentação do forno, bem como sua umidade;
Resfriamento dos gases de combustão contendo o SO 2 para em torno de 250°C, onde a
taxa de formação do SO3 é mínima.
Processo de Sulfitação
Alguns técnicos afirmam que se pode sulfitar antes ou após a calagem, que o que
realmente importa é chegar ao mesmo pH final do caldo decantado. Mas no geral, principalmente
no Brasil, o processo preferido é a sulfodefecação, ou seja, primeiro faz-se a sulfitação.
Se a calagem é feita primeiro, o caldo fica exposto mais tempo a pH alcalino, favorecendo
a formação de gomas, como a dextrana, inconveniente por levar a entupimentos de canalizações
e interferir na cristalização do açúcar. Além do mais, a rapidez da decantação e o volume do lodo
dependem do pH do meio (reação do meio) no qual se forma o precipitado.
O lodo sendo formado num meio alcalino será hidratado, portanto forma um maior volume
de lodo que será enviado para a filtração. O lodo formado em meio ácido é mais compacto e
apresenta maior velocidade de decantação.
Na prática admite-se:
Calagem antes da sulfitação: decantação mais lenta, maior volume de lodo, necessita
maior capacidade de filtração;
Sulfitação antes da calagem: melhor para canas não maduras, decantação mais rápida,
menor volume de lodo, necessita menor capacidade de filtração.
A sulfodefecação para uma boa coagulação das impurezas deve ser conduzida:
pH de 3,8 a 4,0 numa temperatura de 30 a 40°C;
pH de 5,1 a 5,3 numa temperatura de 70 a 75°C.
Numa temperatura mais baixa a absorção do SO 2 no caldo é maior. Na reação química
entre o Ca(OH)2 e o SO2 forma-se CaSO3. Uma sulfitação exagerada conduz à formação de
Ca(HSO3)2 que é muito mais solúvel em água que o sulfito.
A formação do bissulfito é inconveniente, pois durante o aquecimento e evaporação do
caldo o bissulfito é transformado em sulfito de cálcio insolúvel, que se deposita nos equipamentos.
Incrustações nos evaporadores implicam em gastos com limpeza química e mecânica, além de
maior gasto de vapor. Além disso, implica em açúcar com maior teor de cinzas (minerais).
Manutenção do pH
Fosfatação
O fosfato, expresso em ácido fosfórico é encontrado na cana sob duas formas principais:
como fosfatos solúveis do caldo e combinado nas proteínas das células. A clarificação de caldos
deficientes em fosfato natural é muitas vezes auxiliada pela adição de fosfatos.
Em geral, caldos contendo menos de 0,03% de fosfatos são considerados deficientes. A
adição de fosfatos até este nível assegura maior formação de flocos de fosfato de cálcio, mas
teores de fosfato da ordem de 0,09% podem implicar em aumento do volume de lodo e mais baixa
velocidade decantação.
A fonte normalmente utilizada para aumentar o fosfato natural presente na cana é o ácido
fosfórico, mas é comum usar fosfato de amônia, de manuseio mais fácil e mais barata que o ácido
fosfórico.
A fosfatação auxilia na remoção de materiais corantes e parte dos coloides do caldo. O
precipitado formado com a cal é o fosfato tricálcico. O ácido fosfórico é acrescentado antes da
calagem.
Tem a possibilidade de substituir a sulfitação, mas no geral deve ser considerado como um
auxiliar da clarificação e é usado numa dosagem de 250 a 300 ppm (mg/L).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 52
Carbonatação
Caleação ou Calagem
Normalmente o pH do caldo de cana varia entre 4,8 - 5,5, sendo que as canas maduras
apresentam um pH mais elevado, e nas canas passadas e queimadas, este valor tende a um
limite mais baixo.
Esta acidez pode ser alterada para menos, mediante a adição de álcalis, assim como o
leite de cal Ca(OH)2, o qual constitui a base fundamental de todos os processos de clarificação do
caldo de cana, por formar compostos insolúveis no mesmo, sendo estes, de fácil remoção por
decantação e filtração.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 53
O objetivo da caleação é a reação com o sulfito e com o ácido fosfórico (P 2O5), formando
sulfito e fosfato de cálcio, que são insolúveis em pH neutro e se precipitam na decantação. O pH
do caldo atinge a faixa de 7,2 a 7,8.
Pela adição de leite de cal, além da formação de compostos insolúveis, verifica-se a
coagulação de grande quantidade de coloides, e ainda uma elevação na concentração
hidroxiniônica do caldo, pois se trabalhando com este em pH próximo à neutralização, evita-se os
produtos escuros resultantes da decomposição dos açúcares redutores. Sob a ação do hidróxido
de cálcio, quando este é aplicado em excesso ocorre à inversão da sacarose, com consequente
diminuição no rendimento da indústria, causado pela alta alcalinidade do caldo em
processamento.
A adição ou dosagem de leite de cal ao caldo proveniente da sulfitação é feita de maneira
contínua com controle automático nos tanques dosadores.
Os ácidos orgânicos são eliminados, as matérias albuminóides são coaguladas, uma parte
das matérias corantes torna-se insolúvel. Com a caleação ocorre pequeno aumento da pureza dos
caldos (0,5 a 2,0 pontos).
A purificação é física, formando um precipitado que engloba as impurezas físicas e as
arrasta consigo. Assim, o objetivo da caleação é a reação com o sulfito e com o ácido fosfórico,
formando sulfito e fosfato de cálcio, que são insolúveis em pH neutro e se precipitam na
decantação.
Parâmetros
Métodos de caleação
a) Calagem Fria
O caldo recebe calagem até pH na faixa de 7,2 a 8,3 com média em 7,8;
Em seguida enviado aos aquecedores, aquecido até ebulição (105°C);
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 54
b) Calagem Quente
Aquecimento do caldo a 70°C;
Calagem até pH 7,8 e aquecimento até ebulição (105°C);
Flash e decantador.
Características da Cal
Aquecimento do Caldo
O aquecedor (normalmente trocador tipo casco tubo) é formado por uma calandra tubular:
o caldo circula por dentro dos tubos e o vapor em volta dos tubos. Os aquecedores (trocadores de
calor) podem ser de simples ou de múltiplos passes.
A temperatura do caldo deve ser elevada acima do ponto de ebulição na pressão
atmosférica, podendo chegar a 110°C na entrada do decantador, sendo a temperatura de
aquecimento mais usada 105ºC e a velocidade de circulação do caldo considerada ótima se situa
na faixa de 1,5 a 2,0 m/s.
Esse aquecimento é feito pelo vapor vegetal gerado nos evaporadores. Há grande
incidência de incrustações nos tubos dos aquecedores, e por isso deve ser feita uma limpeza
periódica nos mesmos, para evitar perdas na transferência de calor.
Temperaturas insuficientes de aquecimento podem causar:
- Formação de flocos deficientes devido à reações químicas que não se completam;
- Coagulação incompleta, não permitindo a total remoção das impurezas;
- Incompleta eliminação dos gases, ar e vapor do caldo
Em caso de temperatura alta, podem ocorrer:
- Destruição e perda de açúcar;
- Formação de cor no caldo devido à decomposição de substâncias;
- Caramelização do açúcar, causando aumento de substâncias;
- Consumo excessivo e desnecessário de vapor.
Balão de Flash
Decantação
O caldo de cana após sofrer tratamento químico e térmico é colocado em repouso para
que as impurezas sejam removidas por decantação ou emersão (flotação).
Inicialmente esta operação era realizada de forma intermitente em caixas individuais, como
hoje é feito em pequenos engenhos de açúcar mascavo. As usinas atualmente utilizam processos
contínuos nessa operação.
Para se acelerar a velocidade de decantação, o processo mais utilizado é o aumento do
tamanho das partículas, especialmente no caso das suspensões coloidais, onde o movimento
browniano e a repulsão elétrica não permitem a decantação.
Em geral a aglomeração se consegue pela utilização de floculantes, que podem atuar de
diversas formas:
Substâncias eletrolíticas: descarregam as cargas elétricas,
Substâncias coagulantes: provocam a formação de precipitados gelatinosos,
Polieletrólitos: que consistem em polímeros de alto peso molecular e de cadeia longa
com um grande número de pontos eletricamente ativos.
Tipos de Decantadores
Decantador Convencional
O decantador mais utilizado nas usinas de açúcar é do tipo Dorr (Dorr Oliver) (Figura 40).
É constituído de um cilindro de fundo e tampa cônicos. Internamente é composto por seções ou
compartimentos (em torno de 5), separadas por bandejas cônicas paralelas ao fundo, as quais
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 60
possuem uma abertura central que faz a comunicação entre os compartimentos, constituindo o
espaço por onde saem as borras.
Este canal é atravessado por um eixo que sustenta suportes para os raspadores em
número de quatro. O eixo central é acionado por motor elétrico, e movimenta a uma rotação entre
10 e 12 rph.
O caldo é alimentado pela parte central descendo pelo tubo central onde é distribuído para
as bandejas. O caldo claro é retirado por serpentina externa e sua vazão é controlada através de
canecas. O lodo é retirado por raspadores e direcionado para o fundo (Figura 41).
Visando assegurar uma menor quantidade de bagacilhos ou resíduos sólidos no açúcar e
no mosto, o caldo clarificado passa por uma filtração adicional. Essa filtração pode acontecer tanto
na peneira rotativa que se encontra após os decantadores quanto nas peneiras abertas.
As perdas normais na clarificação, excluindo-se a filtração, atingem 0,2%. Este valor inclui
perdas por inversão da sacarose, destruição e manuseio. As perdas nas quais o caldo é mantido
no decantador, como em paradas, são maiores principalmente as que ocorrem por inversão da
sacarose. Estas perdas também dependem da temperatura e do pH do caldo.
Para manter as perdas num nível mínimo, a temperatura deve ser mantida acima de 71º C,
para impedir ou prevenir o crescimento de microrganismos.
O pH tende a cair com as paradas, assim, a adição de leite de cal é realizada para impedir
que desça abaixo de 6,0.
Normalmente, caldo parados nos decantadores por mais de 24 horas, são bastante
prejudicados, devido à dificuldade em manter a temperatura. O crescimento de microrganismo não
pode ser tolerado, pois não apenas ocorrem perdas de sacarose, como as operações
subsequentes de cozimento de açúcar são afetados.
FILTRAÇÃO
Parâmetros da Filtração
Filtro Prensa
Equipamento pouco usado hoje em dia na filtração do lodo, em função da grande mão de
obra exigida e de sua capacidade relativamente baixa. A figura a seguir apresenta o esquema de
funcionamento de um filtro prensa.
O tempo de ciclo é aproximadamente:
Descarga e Montagem: ¾ h;
Filtração: 1 ¾ h;
Lavagem: ½ h;
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 64
Total do Ciclo: 3 h.
Filtro Rotativo
O filtro rotativo a vácuo é composto de um tambor perfurado que gira em volta de um eixo
horizontal e parcialmente submerso no líquido a ser filtrado. A periferia do tambor constitui a
superfície filtrante, sendo esta dividida em 24 seções independentes, cada uma das quais
ocupando 15° da circunferência e estendendo-se por todo o comprimento do tambor.
Cada uma destas seções é ligada individualmente a uma tubulação de vácuo.
As Figuras 42 e 43 ilustram tal equipamento.
O tambor gira a uma rotação que varia de 0,1 a 0,5 rpm. As fases de cada ciclo de filtração
são as seguintes: formação e crescimento da torta, filtração, lavagem, secagem, quebra vácuo e
descarga da torta, conforme Figura 43.
Na suspensão de lodo a ser filtrada há a adição de bagacilho, na proporção de 6 a 15 kg
por tonelada de cana para formação da torta na superfície do filtro.
Como pode ser observado na Figura 43, no filtro rotativo existem as regiões de baixo e de
alto vácuo. O baixo vácuo (7 – 10 polegadas de Hg) evita a compactação da torta de sólidos e
bagacilho, o que ocasionaria bloqueio da passagem de líquido. A formação de camada de torta
porosa propiciará boas condições de lavagem da torta a seguir.
A seção submersa do filtro no tanque emerge do mesmo com a camada de torta formada,
há uma transição para o alto vácuo, 20 –22 polegadas de Hg. Inicia-se uma sucção mais forte.
Ao ultrapassar a linha de centro horizontal do tambor, começa a fase de lavagem da torta
com bicos pulverizadores com água aquecida, extraindo o açúcar, fase conhecida como
embebição.
Da água utilizada a maior parte fica retida na torta, somente 20 a 30% saem no caldo claro.
A quantidade de água a ser aplicada é fator determinante para a eficiência do processo.
Entretanto, o modo de aplicá-la, bem como a sua temperatura, são também fatores responsáveis
pelo bom resultado desta operação.
A temperatura da água deve estar ente 75 a 80ºC para melhorar a extração, pois a cera
abaixo dessa temperatura impermeabiliza a torta, dificultando a lavagem.
Devido à adição de água na torta, existe uma diferença de 15 a 25% entre o Brix do caldo
turvo e o do claro. O emprego de uma quantidade excessiva de água aumenta a
concentração de impurezas no caldo claro, o que é indesejável. O importante não é tanto a
quantidade, mas sim a observância das recomendações técnicas.
A elevação da temperatura dos lodos tem um efeito positivo sobre a filtração, acelerando o
processo. Esse fato ocorre porque a viscosidade do caldo decresce à medida que a temperatura
se eleva. Assim sendo, é preferível filtrar a temperaturas elevadas, acima de 80ºC.
A fase de secagem da torta sob a ação do alto vácuo vai até a metade de uma câmara,
antes da borda superior da raspadeira. A capacidade e a eficiência da filtração estão ligadas à
velocidade periférica do tambor.
Quanto mais lenta for esta rotação, melhor serão a lavagem e secagem da torta, fatores
redutores da pol, com consequente redução da capacidade de extração do lodo dos
decantadores.
A fase seguinte consiste em remover a torta formada da superfície de filtração, que é
conseguido mediante o rompimento do vácuo e sob a ação do raspador. A torta desprendida cai
no sistema transportador, sendo conduzida para o sistema de armazenamento, onde será
transportada para o campo, para utilização como adubo.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 66
Vários são os fatores que concorrem para ineficiência da operação de filtração, prejudicam
a condução do processo de filtração, os mais importantes são:
- Lodo pouco consistente;
- pH do lodo inadequado;
- Excesso de terra no lodo;
- Quantidade inadequada de bagacilho;
- Quantidade e modo de aplicação de água de lavagem de cana;
- Vácuo deficiente;
- Velocidade excessiva de rotação do filtro;
- Falta de resistência da válvula automática;
- Vácuo deficiente devido a vazamento;
- Falta de limpeza da superfície e filtrante.
Prensa Desaguadora
A prensa desaguadora é um tipo de filtro que vem substituindo com vantagens os filtros
rotativos. Estes filtros já eram utilizados na indústria de papel e celulose.
Para lodos de decantadores na indústria do açúcar, permite a obtenção de um caldo, mais
limpo. Apresenta maior extração de sacarose da torta devido à drenagem por sucção.
Apresenta maior capacidade de produção com uma umidade da torta entre 68 a 70%,
equivalente à produção de dois filtros rotativos de 13’X52’ (13 pés de diâmetro por 52 pés de
comprimento).
Usa bagacilho na proporção de 1,5 a 3,0 kg/TC. O filtro Vacuum Press (VP) apresenta
caixas de vácuo: 1,5 a 2,0 polegadas de Hg nas três primeiras caixas e vácuo de 2,5 a 3,0
polegadas de Hg nas três últimas caixas. As telas filtrantes apresentam uma velocidade de 6 a 8
m/min. O VP possui água de embebição que lava a torta, possui alto e baixo vácuo e sistema de
prensagem da torta, tal que a umidade da mesma no VP é da ordem de 68 a 70%, comparado
com o rotativo que produz torta com 70 a 75% de umidade.
De maneira geral, pode-se afirmar que:
Filtro Rotativo: menor consumo de polímero, maior área ocupada na fábrica, maior
custo de instalação e maior quantidade de torta.
Filtro Vacuum Press: melhor qualidade do caldo filtrado, facilidade operacional, pode
operar sem bagacilho, maior capacidade, maior consumo de polímero, gera água de lavagem de
tela com 0,5ºBrix (usada na embebição) e gera um caldo filtrado mais diluído.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 67
CONCENTRAÇÃO DO CALDO
Evaporação do Caldo
Outro meio prático é observar através das lunetas, de tal forma o caldo se mantenha
jorrando dos tubos sobre toda a superfície do espelho, molhando-o sem submergi-lo.
Sistema de retirada de condensado com sifão ou sistema automático.
A temperatura de alimentação do caldo clarificado tem uma relação direta com a superfície
de aquecimento necessária neste primeiro efeito. Normalmente a temperatura do caldo clarificado
que entra no pré-evaporador é de aproximadamente 115°C (após pré-aquecimento).
Este caldo entrará em ebulição dentro deste equipamento. Se a temperatura de
alimentação for inferior a 115ºC, parte da superfície disponível no pré-evaporador será destinada,
exclusivamente a aquecer o caldo até 115°C e posteriormente evaporar.
Temperatura crítica: o açúcar do caldo se carameliza, provocando perda de sacarose e
uma coloração que subsiste até nos cristais de açúcar.
Para caldos de cana, alguns técnicos recomendam uma temperatura máxima do vapor
(limite superior de temperatura) na calandra entre 127 e 130ºC, o que corresponde a uma
temperatura de cerca de 125ºC no caldo.
O vapor de aquecimento entra na calandra do 1º efeito numa temperatura entre 125ºC (1,3
kgf/cm ) a 130ºC (1,7kg/cm2).
2
Os tubos são dispostos em quincôncio nos espelhos dos evaporadores. Esta disposição
permite colocar um número maior de tubos por unidade de superfície dos espelhos, com uma
mesma distância entre os tubos. Os tubos são alinhados segundo três direções diferentes a 120º
(ou os centros de três tubos vizinhos formam um triângulo equilátero). O vapor entra na calandra
por uma, duas ou mais entradas:
Altura de tubo< 3 m: uma entrada de vapor
Altura de tubo >3 m: duas entradas de vapor
Altura de tubo >>3 m: quatro entradas
1º Efeito
Pressão na calandra: 1,63 kgf/cm2
Temperatura na calandra: 114ºC
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 74
2º Efeito
Pressão na calandra: 1,24 kgf/cm2
Temperatura na calandra: 106ºC
Vácuo na câmara de gases: 10,16 cm Hg
Temperatura na câmara de gases: 96ºC
Brix de entrada: 19,3
Brix de saída: 25
3º Efeito
Vácuo na calandra: 10,16 cm Hg
Temperatura na calandra: 86ºC
Vácuo na câmara de gases: 38,5 cm Hg
Temperatura na câmara de gases: 80,5ºC
Brix de entrada: 25
Brix de saída: 36,5
4º Efeito
Vácuo na calandra: 38,5 cm Hg
Temperatura na calandra: 80,5ºC
Vácuo na câmara de gases: 66 cm Hg
Temperatura na câmara de gases: 52ºC
Brix de entrada: 36,5
Brix de saída: 60
Condensador
Para se obter o vácuo, os vapores liberados pela evaporação devem ser condensados.
O condensador é um recipiente cilíndrico e fechado, que entra água fria na parte superior,
que entra em contato com os vapores quentes, que condensam aumentando sua própria
temperatura. A mistura da água fria e o condensado dos vapores, saem pela parte inferior do
condensador, por uma tubulação até o poço quente, que está no piso zero. Esta água é enviada
para a torre de resfriamento e voltará novamente para o condensador, em um circuito fechado.
Os condensadores mais utilizados são:
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 75
Calandra
Remoção de Condensados
A remoção inadequada dos condensados pode causar afogamento parcial dos tubos no
lado vapor da calandra, com redução da superfície efetiva de aquecimento. Os condensados dos
pré-evaporadores e evaporadores são geralmente retirados por purgadores instalados nos seus
corpos.
Os condensados são armazenados e analisados, de forma que havendo contaminação, a
água condensada não seja reutilizada para fins como o de reposição em caldeiras, pois esses
condensados contém geralmente matéria orgânica volátil, as quais são principalmente: álcool
etílico, outros álcoois como ésteres e ácidos, sendo indesejáveis como fonte de alimentação de
caldeiras de alta pressão. Em contrapartida, podem ser utilizados como fonte quente na fábrica.
Gases Incondensáveis
O ar entra também através de vazamentos nas caixas sob vácuo e o dióxido de carbono é
gerado no caldo. Caso não sejam removidos, estes gases se acumularão, interferindo na
condensação do vapor na superfície do tubo.
Os gases incondensáveis das calandras sob pressão podem ser soprados para a
atmosfera. Os que estiverem sob vácuo devem ser soprados para o sistema de vácuo.
Os gases saem geralmente por válvulas de tiragem de gases incondensáveis, instaladas
no corpo dos equipamentos (Figura 53).
Incrustações
O caldo torna-se saturado no que diz respeito a sulfato de cálcio e sílica antes que a
concentração dos sólidos dissolvidos atinja o nível desejado de 65ºBrix para o xarope. A
precipitação destes compostos, junto com pequenas quantidades de outras substâncias, causa o
crescimento de incrustações duras, principalmente na última caixa. A transferência de calor é
bastante prejudicada.
A quantidade de incrustações depositadas depende de concentração total de compostos
precipitáveis no caldo, mas maior constituinte é o sulfato de cálcio.
Para evitar ou minimizá-las são utilizados produtos denominados anti-incrustantes.
Outros fatores que podem causar as incrustações:
a) Composição do Caldo
Variedade de cana
Tipo der solo cultivado
Sistema de colheita de cana
Estado de limpeza da cana (terra)
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 77
b) Peneiramento do Caldo
c) Qualidade da Cal, Má hidratação da Cal
d) Qualidade do Enxofre e dos Aditivos da Clarificação
e) Processos de Clarificação: sulfitos formam 30% das incrustações
f) Nível de Caldo nas Calandras dos Evaporadores
g) Velocidade de Circulação de Caldo nos Diversos Vasos
h) Condição de Vácuo nos Evaporadores
i) Sistema Operacional e Qualidade de Mão-de-Obra utilizada na Evaporação
j) Pressão e Temperatura do Vapor de Alimentação
A incrustação pode ser acelerada se houver:
Oscilação na vazão do caldo;
Descontrole da correção do pH na dosagem.
Pode acontecer também a formação de incrustações em determinadas regiões da
calandra, e isso é um dos sintomas característicos de má circulação do caldo.
É muito importante que o nível do caldo seja mantido em aproximadamente um terço da
altura dos tubos, para proporcionar uma boa circulação do caldo.
Com relação à limpeza, deve-se registrar que se a tubulação de uma evaporação não
estiver bem limpa, mais rapidamente a incrustação se formará. Já se estiver bem limpa, com a
superfície dos tubos lisa, mais dificilmente ocorrerão depósitos de sujeira.
Arraste
Arraste de caldo com vapor de um efeito para a calandra do efeito seguinte ou para o
condensador no efeito final resultam em perda de açúcar e, além disso, causam contaminações
dos condensados para alimentação de caldeiras e poluição na descarga das águas dos
condensadores.
O caldo é expandido do topo dos tubos com uma velocidade suficiente para atomizar o
líquido e projetar gotículas a uma altura considerável.
A velocidade aumenta da primeira para a última caixa, atingindo no último corpo
velocidades que podem chegar a 18 m/s, dependendo do diâmetro do tubo.
O problema é mais sério no último efeito, e um separador de arraste eficiente é essencial.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 78
Irregularidades
Formação da Cor
Diminuição do pH
As perdas de açúcar por inversão na evaporação não deveriam ultrapassar 0,2%, sendo
acompanhadas pelo teor de glicose no caldo.
Este decréscimo é proporcional ao tempo de retenção na evaporação.
Pureza do Xarope
Tem como objetivo a remoção das substâncias que dão cor ao açúcar, bem como dos
materiais insolúveis em suspensão (que aparecem como “insolúveis” no produto final) e das
macromoléculas (dextrana) responsáveis pelo aumento da viscosidade do xarope e consequentes
problemas nas etapas seguintes de fabricação. Os equipamentos que compõem um flotador de
xarope são:
Caixa cilíndrica de aço carbono geralmente com pintura em epóxi.
Raspadores em sua superfície, também uma caixa com saída de xarope.
Aquecedores de xarope, que são do tipo tubular e estão dispostos na horizontal, ou
aquecedores diretos.
COZIMENTO DO AÇÚCAR
Assim, a evaporação nesta etapa passa a ser realizada em evaporadores de simples efeito
com detalhes e adaptações efetuadas em função das características do produto a ser
concentrado. Esta etapa da concentração é o cozimento.
Efetuar cada cozimento dentro das características previstas no menor tempo possível
depende dos seguintes fatores:
Viscosidade.
Temperatura (da qual aliás depende a viscosidade).
Supersaturação.
Pureza do licor mãe.
O cozimento visa:
Funcionamento de um Cozedor
O Brix da massa cozida é proveniente dos sólidos dissolvidos no licor mãe, mais o
açúcar contido na massa de cristais. No cozimento, eleva-se a concentração até o máximo
possível, podendo-se atingir um Brix 100, o que corresponde a 94% de matérias dissolvidas
reais. Na prática, não ultrapassa 96%.
Conceitos
Caldo
Solubilidade (q)
sacarose brix
q
água (100 brix)
Solubilidade é a relação entre a massa de sacarose e água, numa solução saturada, a
uma dada temperatura.
80 0,95
70 0,91
60 0,85
50 0,80
40 0,73
30 0,65
Supersaturação
2. Metaestável: ss variando de 1,0 a 1,2. É a região mais próxima à saturação e nela não
há a formação de cristais. Se forem adicionados cristais de sacarose à solução nesta região, estes
crescerão, fazendo o coeficiente de supersaturação tender para o seu limite inferior, igual a 1,0.
3. Região ou Zona Intermediária: ss variando de 1,2 a 1,3. Não há também nesta zona,
cristalização em ausência de cristais, mas se forem adicionados à solução, não somente estes
crescerão, como haverá a formação de novos cristais e, consequentemente, o índice ss
decrescerá.
Portanto, aqui há a possibilidade de formação de falsos grãos (poeira) e também de
conglomerados.
Conglomerados podem se formar na parte superior da zona metaestável, antes da
formação do falso grão, então, quando houver formação de falso grão é quase certeza que
encontraremos conglomerados.
Se a região metaestável for atingida, cessará a formação de cristais, mas continuará o
crescimento dos cristais, até que o valor de ss atinja 1,0.
4. Região ou Zona Lábil: ss maior que 1,3. Nesta região haverá sempre a formação de
novos cristais, quer em presença, quer em ausência de outros cristais.
Portanto os cristais devem ser obtidos e o cozimento deve ser conduzido, até o final, na
zona metaestável, para que haja controle sobre o crescimento dos cristais.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 87
480
ZONA
460 DE SUPERSATURAÇAO
440
420 ZONA
INTER.
400
380 ZONA
1,3 SS METAESTÁVEL
360
340
320
1,2 SS
INSATURADO
300
280
1,0 SS
260
240
50 60 70 80 90 100
Temperatura (C)
Cozimento
a) Método de Espera
b) Método de Choque
Neste método promove-se a concentração até a zona intermediária. Para isso trabalha-se
com temperatura acima da temperatura normal de funcionamento do cozedor (vácuo menor).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 89
c) Método da Semeadura
Falsos Cristais
São assim chamados os cristais que se formam quando os outros já cresceram bastante.
São também chamados poeira, em razão de sua aparência, quando observados nas amostras
sobre lâminas de vidro.
Para evitar a formação dos falsos cristais: manter constantes o vácuo e a pressão do
vapor, evitar entrada de ar por junta mal vedada, evitar a introdução de xarope ou mel frios e
evitar evaporação muito rápida.
A água contida no xarope e nos méis tem grande importância, pois é ela que ao evaporar,
vai agitar a massa em cozimento, promovendo a circulação natural.
Esta circulação é que renovará as camadas de mel ao redor dos cristais promovendo seu
crescimento.
O vácuo e a pressão do vapor vegetal devem permanecer constantes, pois variações
bruscas poderão aparecer novos cristais.
A cor apresentada pelos cristais de açúcar já lavados é causada pela absorção de
compostos coloridos presentes no licor mãe. Quanto mais uniforme for o cristal menor a formação
de cor.
ESGOTAMENTO
Onde:
r: esgotamento (r varia na prática de 52 a 64)
j: pureza da massa cozida
m: pureza do melaço
Cozimento A
Cozimento B
Cozimento C
Esse processo de 3 massas é utilizado na maioria dos países que produzem açúcar.
Porém no Brasil, as usinas utilizam o (Figura 61) processo de 2 massas, que consiste nos
Cozimentos A e C, que consiste em não produzir o açúcar B, devido ao seu baixo preço, dando
preferência a fabricação do álcool. Porém muitas usinas já estão pensando em adotar o processo
de 3 massas, devido ao baixo preço do álcool.
a) Viscosidade
O aumento de viscosidade diminui a mobilidade e retarda a cristalização.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 93
b) Temperatura
O aumento da temperatura implica em diminuição da viscosidade e diminuição de ss. Se T
diminui, é preciso aumentar ss para manter a velocidade de cristalização. A velocidade de
cristalização é a mesma nas seguintes condições: ss = 1,25 a 70ºC; 1,30 a 60ºC e 1,35 a 50ºC;
1,40 a 40ºC.
FIGURA 62 – Cristalizadores
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 94
SEPARAÇÃO DO AÇÚCAR
Quando o licor-mãe está praticamente esgotado, é preciso somente separá-lo dos cristais,
para obter o açúcar comercial. Esta operação é realizada em turbinas centrifugas de secagem,
que são chamadas de turbinas ou centrifugas.
A massa cozida é constituída de três frações de mel:
Excesso de mel: É facilmente eliminado pela força centrifuga.
Mel entre espaços vazios dos cristais: É a retirada mais difícil.
Película fina de mel que envolve os cristais: É aderente ao cristal por forças capilares,
dificilmente removíveis por simples centrifugação necessitando de operações de lavagens.
Existem dois tipos de centrífugas: contínua e batelada (Figuras 63 e 64).
A centrífuga contínua é utilizada para a separação dos cristais do açúcar C, para a
formação do magma, que será utilizado como pé dos cozimentos A e B.
A centrífuga batelada é utilizada para separação dos cristais do açúcar A e B. A centrífuga
batelada é constituída de um motor, situado na parte superior, o qual aciona um eixo vertical que
sustenta uma cesta cilíndrica, na qual se coloca a massa cozida a ser turbinada. Esta cesta é
perfurada, para deixar passar o licor-mãe (mel), reforçada com anéis, para resistir à força
centrífuga, e guarnecida com telas metálicas, para reter o açúcar, e ao mesmo tempo deixando
passar o mel. É aberta na parte superior, para a introdução da massa cozida e na parte inferior,
para descarga do açúcar.
O mel removido retorna aos cozedores para recuperação do açúcar. O mel final ou melaço,
originado dos cozimentos de menor pureza é enviado para a fabricação de álcool. O açúcar que
sai das centrífugas possui de 0,5 a 2% de umidade e temperatura de 65 – 95°C devido à lavagem
com vapor.
A operação completamente automática requer apenas ajustes de tempo para as etapas
sucessivas de aceleração inicial, carga, aceleração em baixa velocidade, lavagem, aceleração
para alta velocidade, frenagem e descarga do açúcar. Tais ajustes são determinados pelas
características da massa cozida e da qualidade do açúcar desejado. Um ciclo completo leva
normalmente cerca de 2 a 3 minutos.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 95
A lavagem com água consiste na pulverização uniforme sobre a parede do açúcar e deve
ser utilizada a mínima quantidade possível de água para evitar a dissolução do açúcar.
A lavagem com vapor tem como função elevar a temperatura diminuindo a fluidez do mel
residual caso não seja água superaquecida.
Um sinal característico de um cristal não homogêneo é o aparecimento de uma película de
mel sobre a parede do cesto, isto porque pequenos cristais fecham os furos da tela dificultando a
passagem do mel.
É importante salientar que muitas vezes a qualidade do açúcar depende de uma
centrifugação muito bem conduzida.
Construído em aço inox, tem formato cônico com inclinação de 34º e possui uma contra
tela fixa, do mesmo material sobre a qual são fixadas as telas. O cesto está acoplado sob o
cabeçote que lhe transmite a força centrífuga.
Transporte de Magma
É composto de uma caixa de aço inox com eixo central onde estão fixados aletas espirais
de transporte. Tem por finalidade misturar os cristais de açúcar com água, formando o magma,
conduzindo-o até a bomba que o enviará ao reservatório.
SECAGEM DO AÇÚCAR
O açúcar comercial saindo das centrífugas contém em média, uma umidade de 0,5 a 2%.
Esta umidade representa graves inconvenientes à conservação do açúcar, quando passa de certo
limite (acima de 1%).
Com um secador de açúcar é possível diminuir a umidade para 0,1 a 0,2%, obtendo uma
melhor conservação do açúcar, além de aumentar a polarização e a titulação proporcionalmente à
água extraída. O rendimento financeiro é muito superior à perda de peso ocasionada pela água
evaporada.
Um secador compreende um aquecedor de ar com ventilador e é dividido em uma parte de
secagem e outra de esfriamento.
A secagem por insuflação de ar quente consiste no aquecimento de ar para aumentar sua
capacidade de absorção de água e em projetá-lo sobre o açúcar, o que provoca a evaporação da
umidade.
Um ponto importante a considerar é que a temperatura do açúcar na saída dos secadores
deve ser mantida preferencialmente na faixa de 30 a 40ºC para que não ocorra amarelamento e
empedramento do açúcar no período de estocagem.
Os tipos de secadores mais utilizados são:
Secador de Tambor Rotativo (Secador Horizontal)
Secador Vertical de Bandejas
O secador de uso mais corrente é o de tambor rotativo, que consiste num cilindro metálico
montado na horizontal levemente inclinado 5 a 7° para facilitar a progressão do açúcar, este é
provido internamente de aletas destinadas a recolher o açúcar e deixá-lo cair em forma de
cascata.
Geralmente o açúcar caminha ao longo do secador em contra corrente com o ar. Nos
melhores projetos o corpo secador é dividido em 2 partes: a de secagem e a de resfriamento.
Fazem parte ainda um transportador de alimentação, aquecedor de ar, exaustor, ciclone e
separador de pó.
Separador Magnético
O separador de partículas magnéticas que tem por finalidade remover as ferrugens que
tem origem na corrosão dos equipamentos. O equipamento mais recomendado é a grade
imantada, com limpeza automática.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 102
EMBALAGEM E ARMAZENAGEM
PROPRIEDADES DO AÇÚCAR
O açúcar é produzido por todos vegetais clorofilados, por meio de um processo conhecido
como fotossíntese:
Luz
6 CO2 + H2O Luz C6H12O6 + 6 O2
Clorofila Glicose
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 104
PROPRIEDADES
Contribuição como corpo, volume e viscosidade para várias bebidas e alimentos doces.
Modificação dos pontos de ebulição e de congelamento de misturas.
Em processos com aquecimentos, caramelização, produzindo coloração e aroma
únicos.
Em alta concentração, conservante natural contra microrganismos, devido ao efeito
osmótico.
Em baixas concentrações, realce do sabor de frutas e alimentos cítricos.
Possui propriedades umectantes (retenção de água).
É um importante componente fermentável em pães e cervejas.
Pode ser utilizado como antioxidante em alimentos.
Serve como anticoagulante retardando a coagulação de proteínas para confecção de
pudins assados.
Maior homogeneidade nas misturas sólidas.
Valor energético: 4 kcal / g
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 105
Nenhum outro produto orgânico Cristalino de pureza comparável (99,96% em base anidra)
é oferecido no mercado a um preço tão baixo quanto o açúcar e numa quantidade tão grande.
Esta circunstancia é apenas o reflexo do progresso e do aperfeiçoamento dos métodos de
refinação provocados pela engenharia química aplicada à indústria. (NORRIS, 1980)
REFINO DO AÇÚCAR
O açúcar correntemente produzido nas usinas é do tipo cristal e, ainda que de alta pureza,
quando destinado ao consumo direto não satisfaz ao paladar, pois possui certo gosto e cheiro de
melaço e turva os líquidos aos quais é adicionado. A refinação visa eliminar esses inconvenientes
e dispor o açúcar na sua função de adoçante. A refinação é um processo simples e, de uma
maneira geral promove essencialmente a transformação do açúcar cristal em açúcar amorfo, isto
é, sem cristais, de consumo corrente, com uma ligeira purificação. Em resumo, a refinação visa,
além da purificação a melhoria da composição do açúcar, do seu sanitário e o seu
branqueamento.
A refinação é efetuada por um processo comum a todos os tipos de açúcares encontrados
no mercado, recebendo a denominação de Via Líquida. Esta se divide nas seguintes fases:
⇒Dissolução
⇒Clarificação
⇒Filtração em Leito de Areia
⇒Filtração em Leito de Carvão Animal
⇒Filtração em Leito de Resina
O processo de refinação de açúcar tem início com a dissolução do açúcar cristal
proveniente das usinas (Figura 8). Este açúcar pode ser recebido em sacos de 50 Kg a granel
(através de caminhões basculantes) ou em containers.
O açúcar a granel é descarregado sobre uma tela, caindo sobre uma esteira que irá
transporta-lo até um dos três Elevadores de Canecas que irão conduzi-los até um dos três Silos
de Armazenamento. O mesmo ocorre com o açúcar recebido em sacos ou em containers diferindo
apenas na forma como são descarregados e transportados até os elevadores de caneca, isto é,
são descarregados sobre dosadoras que irão conduzir o açúcar até os elevadores.
Cada silo irá alimentar, através de Rosca Dosadora um dissolvedor. Neste equipamento,
sob aquecimento ocorre a dissolução do açúcar com água doce proveniente do desdoçamento de
equipamentos de todos os setores da refinaria. O dissolvedor é dotado de serpentina dentro da
qual circula vapor, para que haja aquecimento da calda, e de rotores tipo hélice que irão provocar
a agitação. A calda dissolvida apresenta temperatura entre 70 e 80°C, pH de 7,0 a 7,4 e
concentração de 66,8 a 68,3°0 Brix (porcentagem de sólidos solúveis).
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 106
Esta calda é passada por Peneiras Vibratórias com malhas de aço inoxidável, com
abertura de 0,80 mm, onde é retida grande parte das impurezas (especialmente bagacilho).
Em seguida é bombeada aos Tanques de Calda dissolvida, sendo então enviada ao setor
de Clarificação.
Na Clarificação, a calda é aquecida em trocadores de calor até atingirem uma temperatura
em torno de 85 a 90°C. Na linha que conduz a calda dos trocadores aos clarificadores são
adicionados componentes que promovem a floculação e flotação de corantes presentes na calda.
Estes corantes são retirados na parte superior dos equipamentos através de pás raspadeiras, e a
calda clarificada, retirada pela parte inferior do equipamento, é enviada aos Tanques de Calda
Clarificada. Neste processo, ocorre uma redução de 50% da cor.
A próxima etapa é a Filtração. Esta é realizada em três etapas diferentes. A primeira é
passagem por Filtros de Areia, a pré -filtração, onde são retiradas as partículas insolúveis,
provenientes da clarificação, promovendo redução na turbidez da calda. A calda armazenada no
Tanque da Pré-Filtração segue dois caminhos distintos: um deles visa a produção de Açúcar
Granulado e o outro de Açúcar Amorfo.
No primeiro caso, a calda é filtrada em colunas contendo Resina de Troca Iônica (tipo IRA
200) que promove o abrandamento, ou seja, a retirada de íons cálcio que poderiam ocasionar
incrustações nos equipamentos seguintes. A calda de saída passa por um filtro de segurança de
aço inoxidável com abertura de malha 0,164 mm para retenção de partículas de resina
eventualmente arrastadas. Em seguida, é envida ao setor de Açúcar Granulado, onde são
produzidos diversos tipos de granulados, ou seja, o tipo Granulado Exportação, Granulado Tipo K,
E, e B (Mercado Interno) e Granulado Especial (Tipo Grançucar).
No segundo caso, a calda é bombeada a um tanque que alimenta os Filtros de Carvão
Animal, onde ocorre a adsorção de corantes, promovendo uma descoloração de
aproximadamente 50%.
A calda é armazenada no Tanque de Calda Filtrada e, em seguida bombeada para colunas
contendo Resina de Troca Iônica (IRA 900 ou IRA 958). Esta é a última etapa da Via Líquida e
tem como objetivo a retirada de corantes fortemente aniônicos, promovendo a redução da cor em
aproximadamente 50%. Cada coluna apresenta, na linha de calda, um filtro de segurança de aço
inoxidável com abertura de malha de 0,164 mm, que retém eventuais partículas de resina que
sejam arrastadas.
Esta calda é enviada a um tanque e, em seguida para um filtro de segurança (Filtro Vela)
de aço inoxidável com abertura de malha de 0,12 mm, cuja função é assegurar que nenhuma
partícula, que porventura tenha passado pelo filtro de segurança de cada coluna, chegue à fase
seguinte do processo. Na sequência, a calda é armazenada nos Tanques de Calda, de onde
segue 4 fluxos diferentes tendo como finalidade a produção de:
⇒Xarope de Açúcar Simples ( Açúcar Líquido)
⇒Xarope de Açúcar Invertido (Açúcar Invertido)
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 107
⇒Granulado
⇒Açúcar Amorfo
Xarope de Açúcar Simples (Açúcar Líquido)
O processo relativo à produção do xarope de açúcares simples tem início com a calda que
vem do Tanque de Calda. Todos os equipamentos envolvidos no processo, assim como, válvulas,
tubulações e conexões são de aço inoxidável, com o propósito de não contaminar o produto pelas
paredes internas dos equipamentos.
A calda sofre inicialmente um processo de desodorização por adsorção, ao ser introduzida
no Filtro de Carvão Vegetal. A seguir existe um Tanque de Recalque que regulariza a vazão do
Filtro. Este equipamento realiza a filtração sob pressão, garantindo que nenhuma partícula de
impureza permaneça na calda.
A calda é então enviada ao Tanque I, este tanque é dotado de um conjunto de lâmpadas
Ultra Violeta que realiza a descontaminação microbiológica no interior do tanque antes que este
receba a calda.
Envia-se o xarope ao pasteurizador, para que se realize a redução da contaminação
microbiológica, através da elevação da temperatura de 60°C para 120-130°C do produto. Este
xarope é resfriado até 40°C e remetido ao Tanque II. Este também possui conjunto de lâmpadas
Ultra Violeta. Desta forma se obtém o xarope de açúcar simples.
A expedição deste produto é realizada a granel, em caminhões tanques ou em tambores
revestidos com sacos de polietileno. Para introduzir o xarope nos caminhões tanque utiliza-se
tampas de engate rápido e telas de inox que impossibilitam a contaminação por agentes externos.
Um bico telado de aço inoxidável pode ser acoplado à mangueira de alimentação quando se quer
carregar recipientes, nos quais o engate rápido não é possível, como é o caso dos tambores.
Açúcar granulado
O processo de fabricação do açúcar granulado inicia-se com o calda transferida do Tanque
de Calda e é armazenada em um dos tanques do granulado.
O cozimento da calda é feito no Tacho à Vácuo Nesse equipamento, ocorre a formação
dos cristais de açúcar através da saturação do meio, a uma pressão de vácuo de 20 polegadas de
mercúrio e de temperatura em torno de 72ºC.
A fim de manter o aquecimento, usa-se vapor a uma pressão de 0,5 a 1,0 Kgf/cm 2 no
interior da calandria, que efetua a troca térmica sem que o vapor entre em contato com a calda.
Passado o tempo de cozimento, de 5 a 6 horas, a massa de cristais formada é liberada
para o Cristalizador, localizado logo abaixo do tacho de vácuo. Esse equipamento possui um meio
de agitação interna que promove constante movimentação da massa.
As centrífugas, para onde é transferido a massa após a cristalização, são responsáveis
pela separação do açúcar (parte cristalizada), do mel (parte líquida). Esse mel que contém
corantes é enviado para tanques apropriados.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 108
O processo de fabricação deste tipo de açúcar granulado inicia-se com a calda recebida
das Colunas de Resina 200, a qual é armazenada em um dos Tanques do Granulado.
O cozimento da calda é feito no Tacho à Vácuo Nesse equipamento, ocorre a formação
dos cristais de açúcar através da saturação do meio, a uma pressão de vácuo de 20 polegadas de
mercúrio e de temperatura em torno de 80ºC.
A fim de manter o aquecimento, usa-se vapor a uma pressão de 0,3 a 0,4 Kgf/cm 2 no
interior da calandra, que efetua a troca térmica sem que o vapor entre em contato com a calda.
Passado o tempo de cozimento, de aproximadamente de 2,5-3,0 horas, a massa de
cristais formada é liberada para o Cristalizador, localizado logo abaixo do tacho de vácuo.
Esse equipamento possui um meio de agitação interna que promove constante
movimentação da massa, tendo como objetivo completar a cristalização.
As centrífugas, que recebem a massa cristalizada, são responsáveis pela separação do
açúcar (parte cristalizada), do mel (parte líquida). Esse mel que contém corantes é enviado para
tanques apropriados.
O açúcar centrifugado é transferido para um Secador onde a umidade é retirada com a
introdução de ar atmosférico. Na extremidade do equipamento, o açúcar é coletado e, por meio de
um elevador de canecas, é enviado as peneiras.
Antes de passar pelas peneiras, existe um ímã que impede a passagem de qualquer
partícula metálica para o produto final. Essas peneiras vibratórias, constituídas por malhas de aço
inoxidável possuem mesh de 24, 20 e 14. Desse modo, o açúcar que deixa essa peneira possui
granulometria especificada dependendo do fabricante.
O produto acabado é acondicionado em um Silo, sucedido por um outro ímã que garante a
eliminação completa das partículas metálicas.
O empacotamento é feito numa máquina acoplada ao silo em embalagens de 30 Kg,
posteriormente armazenadas e expedidas.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 109
Existe outra saída do silo, destinada ao enchimento de containers, que leva o açúcar a
outra máquina empacotadora para embalagens de 500 gramas e 5 kg. Antes desse
empacotamento, o açúcar passa por uma chapa de aço inoxidável com abertura de 3,4 mm que
alimenta, através de um elevador de canecas, o silo associado à máquina de empacotamento. O
produto acabado é então, devidamente embalado e expedido.
Açúcar amorfo
TIPOS DE AÇÚCAR
Rapadura
Açúcar Mascavo
A concentração no ponto para açúcar mascavo é de 82º Brix, a quente, ou 90º Brix, a frio.
Os fios formados no lençol sobre a tacha descrito para rapadura são mais finos. Os fios
sobrenadantes do lençol sobre água fria, puxados à mão, não esticam, mas quebram-se com
estalo. Na amostragem em vasilha com água fria, moldando a massa com os dedos, forma-se
uma rede com a massa fria. Essa rede atirada contra a parede da tacha, quebra-se
completamente, como um pedaço de vidro ao ser estilhaçado.
Melado
que facilita o trabalho de evaporação, além de resultar em melado de melhor qualidade, do ponto
de vista sensorial (melhores gosto e sabor).
Para evitar a cristalização da sacarose durante a estocagem do melado, que é um defeito
sério, há necessidade de promover algum grau de inversão deste açúcar durante a fase de
concentração do caldo. A inversão na verdade é uma hidrólise da sacarose que se transforma em
glicose e frutose. A taxa de inversão é influenciada pela temperatura da massa, pela sua acidez e
pela concentração de sacarose.
Dentre os diversos tratamentos recomendados para promover esta inversão está a
acidificação do xarope a ser submetido à concentração. O aumento da acidez é feito pela adição
de uma solução ácida, preparada a partir do ácido cítrico, extraído de várias frutas e tem
aparência de sal de cozinha, ou ácido fosfórico (extraído de rochas). O pH do xarope deve ser
reduzido para 4,50 a 5,00.
Se for utilizado o ácido cítrico (tem que ser de grau alimentar), o recomendável é preparar
uma solução aquosa a 80% para ser adicionada ao xarope. O correto é medir o pH do xarope
para adição do ácido. Uma recomendação prática, que não serve de modo algum para todos os
casos, é adicionar uma dosagem de 8 a 15 ml da solução a 80% de ácido cítrico por litro de
xarope. A solução de ácido cítrico é adicionada ao xarope quando seu Brix está na faixa de 50º a
60º (PINTO e COELHO, 1983).
Se for utilizado o ácido fosfórico, primeiro prepara-se uma solução aquosa meio a meio
(um litro de ácido fosfórico por litro de água). Esta solução será adicionada ao xarope com cerca
de 50 ºBrix até que seu pH atinja valores entre 4,50 a 5,00. A indicação prática é 200 a 250 ml da
solução por litro de xarope.
Observa-se portanto, que há duas correções de acidez para a elaboração do melado. A
primeira correção com leite de cal para reduzir a acidez do caldo (aumento do pH para em torno
de 6,00) - papel de tornassol fica azulado. É evidente que esta correção do pH (adição de leite de
cal) é realizada no caldo frio, até 55 ou 60 ºC, o que possibilita a melhoria da limpeza do caldo de
cana.
A segunda correção é para aumentar a acidez do caldo limpo/xarope - e serve para
prevenir contra a cristalização do açúcar no melado, durante o armazenamento. A solução aquosa
de ácido cítrico a 80% é diluída com caldo limpo/xarope e então adicionada na segunda/terceira
tacha.
O melado, como mencionado anteriormente, deve conter um mínimo de 50% de açúcares
totais. Esta concentração pode chegar a até 70 ou 74% no produto comercial. Quanto maior o
ºBrix do melado mais longo é seu período de validade, isto é, sua vida útil; entretanto, menor é o
rendimento. Assim, o ºBrix do ponto depende do tipo de mercado que o fabricante quer atender ou
tem disponível. A melhor maneira de verificar o ponto é medindo o Brix do melado.
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 112
Cristal Branco
Açúcar Líquido
Açúcar Invertido
Açúcar Orgânico
Produto de granulação uniforme, produzido sem nenhum aditivo químico, na fase agrícola
como na industrial e pode ser encontrado nas versões clara e dourada. Seu processamento segue
Tecnologia de Açúcar e Produtos Açucarados_ ____ 114
Aspectos Físico-Químicos
a) Polarização
3
o Origem: Uma solução aquosa de amostra do açúcar (26 g em 100 cm de água) é
polarizada por meio de um sacarímetro calibrado pela International Sugar Scale e é medido em
ºS.
o Especificação:
Tipos 1 e 2: mínimo 99,7 ºS
Tipo 3: mínimo 99,6 ºS
Tipo 4: abaixo de 99,6 ºS
o Problemas: A pol baixa indica a presença de açúcares redutores (glicose e frutose),
dextrana e cinzas, que interferem na polarização do açúcar, representando menor teor de
sacarose no mesmo.
b) Umidade
c) Cinzas
d) Cor
e) Sulfito
f) Pontos Pretos
g) Resíduo Insolúvel
o Origem: É composto por bagacilho e terra que não foi retido no decantador, ou por
partículas metálicas, incrustações que se desprendem das tubulações e dos equipamentos de
processo, fuligem, etc., que por diversos motivos acabam se incorporando ao açúcar.
o Especificação:
Tipo 1: máximo 05
Tipo 2: máximo 08
Tipo 3: máximo 10
Tipo 4: acima de 10
o Problemas: Má aparência do produto dificultando a sua comercialização. Provoca
problemas de filtração nos processos industriais quando o açúcar é utilizado em solução. Rejeição
do produto quando usado diretamente em bebidas e alimentos.
h) Dextrana
i) Gomas
de gomas podem ocasionar: dificuldade na formação dos cristais de açúcar, aumento das perdas
de açúcar nos méis, entupimento de tubulações, trocadores de calor, entre outros.
j) Fibra
Aspectos Microbiólógicos
o Especificação:
Tipos 1 a 4: máximo 50 esporos/10 g
o Problemas: Reduz significativamente o pH do produto. Esta deterioração é
chamada de “flat-sour” (acidez plana), em virtude deste microorganismo
praticamente não produzir gás, o que consequente-mente não altera a aparência
das embalagens.
d) Mesófilas:
o Origem: São microorganismos amplamente distribuídos nos diferentes ambientes,
principalmente em regiões de clima tropical. As espécies mais freqüentemente
encontradas são provenientes do solo. Os esporos são muito mais resistentes as
condições adversas (antibióticos, radiações, elevadas temperaturas, etc.) do que os
esporos de células vegetativas, sendo esse o motivo de serem freqüentemente
encontrados em açúcares, amido, frutas secas, cereais, etc.
o Especificação:
Tipos 1 a 4: máximo 50 UFC/g
o Problemas: Podem causar deterioração em conservas de vegetais enlatados.
e) Leveduras e Bolores:
o Origem: São microorganismos amplamente distribuídos no meio ambiente, e se
desenvolvem em meios menos favoráveis ao desenvolvimento bacteriano, como
baixos valores de pH, altas concentrações de sal ou de açúcar, baixa temperatura
de armazenagem, presença de antibióticos, e exposição a irradiação.
o Especificação:
Tipos 1 a 4: máximo 50 UFC/g.
o Problemas: Podem alterar o sabor, causar perda de odores e provocar
descoloração da superfície dos alimentos. Provocam deterioração dos sucos de
frutas e de bebidas carbonatadas (refrigerantes). Geralmente as bebidas que foram
contaminadas por leveduras apresentam um sedimento visível, turbidez e também
alteração no sabor. Também podem causar danos em bombons recheados com
licores, já que as leveduras utilizam o licor como substrato e ao produzirem gás
(CO2), racham a parede do bombom, fazendo com que todo o conteúdo extravase.
Podem causar deterioração em conservas de vegetais enlatados.
f) Coliformes:
o Origem: São bastonetes, freqüentemente encontrados no trato intestinal de
animais, e algumas espécies são encontradas em vegetais. Crescem em vários
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g) Salmonella:
o Origem: São bastonetes “gram negativos” e apresentam alta motilidade. São
encontradas no trato intestinal, do mesmo modo que os coliformes. Geralmente são
encontrados como saprófitas em materiais ricos em carbohidratos de plantas em
decomposição, crescem bem em meios comuns na presença de oxigênio livre.
o Especificação:
Tipos 1 a 4: ausente
o Problemas: São responsáveis por várias infecções no organismo humano.
h) Bacillus cereus:
o Origem: Estão amplamente distribuídos na natureza e podem ser isolados de uma
grande diversidade de alimentos.
o Especificação:
Tipos 1 a 4: ausente
o Problemas: Dois tipos de intoxicação são atribuídas ao consumo de alimentos
contaminados por Bacillus cereus. O primeiro e mais comum é caracterizado por
dores abdominais e diarréia, compreendendo um período de incubação de 4 a 16
horas. O segundo tipo é caracterizado por náusea aguda, seguida de vômito, e
ocorre geralmente de 1 a 5 horas após a ingestão do alimento contaminado.
i) Staphylococcus aureus:
o Origem: São encontrados em uma extensa variedade de mamíferos e pássaros,
bem como em muitas superfícies. Esta bactéria está presente no nariz, garganta e
cabelo de pessoas saudáveis. São abundantes em cortes, espinhas e abcessos e
podem resistir a altas concentrações de sal e açúcar.
o Especificação:
Tipos 1 a 4: 103 UFC / g
o Problemas: Os sintomas da contaminação por S. aureus podem ocorrer entre 1 e 8
horas após a ingestão do alimento contaminado. Os sintomas mais comuns
incluem náuseas, vômitos, dores abdominais e exaustão.
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