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ESTADO TAL
1 – DOS FATOS
A inventariante, Srª. Fulana de Tal, foi nomeada em 29 de novembro de 2006 (fls. 70),
prestando regular compromisso em 01 de dezembro de 2006 (fls. 71).
Por haver falhas e erros no andamento do processo de inventário, após a expedição do Formal
de Partilha, foi neste momento que a inventariante se deu conta, em razão do empecilho
encontrado ao proceder com o registro do referido formal de partilha. O erro encontra-se
estampado com relação à partilha do imóvel, vez que consta apenas a partilha para 4
herdeiros, quando na verdade são 16 herdeiros com fração equivalente.
Ocorre que o referido imóvel foi alienado pelos herdeiros conforme contratos de compra e
venda, pelo que se considera coisa singularmente considerada do patrimônio a ser
inventariado, conduta esta vedada pelo artigo 1580 do Código Civil de 1916, conforme aduz
decisão de fls.166/168.
Mas até o momento a inventariante não atendeu a tal orientação protelando ainda mais o
findar dos autos de inventário, tendo os autos se arrastando desde o ano de 2006.
Verifica-se que a Srª. Fulana de Tal não pode continuar como inventariante, em face do
desrespeito aos deveres especiais de conduta inerentes ao cargo que decorrem do princípio da
boa-fé objetiva e pelos quais devem pautar sua conduta, devendo, portanto, ser nomeado o
herdeiro Ciclano, representado por sua Curadora Sra. Beltrana como inventariante.
III – Do Direito
O código de processo civil prevê a remoção do inventariante nos rol do art. 995 e seus incisos,
premissa vênia para transcrever o dispositivo legal:
III - se, por culpa sua, se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano bens do espólio
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, deixar de cobrar dívidas ativas ou
não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direito
Qualquer incidência das hipóteses prevista no dispositivo mencionado dará ensejo à remoção
do inventariante.
ACÓRDÃO: Vistos etc., acorda, em Turma, a 3ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos
julgamentos e das notas taquigráficas, EM REJEITAR PRELIMINARES E NEGAR PROVIMENTO,
VENCIDA A SEGUNDA VOGAL. Belo Horizonte, 10 de agosto de 2006. DES. Kildare Carvalho –
Relator.
ACÓRDÃO: Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos
julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO AO
RECURSO. Belo Horizonte, 30 de março de 2006. DESª. TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO –
Relatora.
Agravo (c. Cíveis isoladas) nº. 000.284.459-5/00 - Comarca de Uberlândia - Agravante (s):
Marlene Bernardes de Freitas Goulart - Agravado (s): André Luiz Lopes, assist. P/ mãe Eni
Lopes - Relatora: Exma. Srª. Desª. Maria Elza.
ACÓRDÃO: Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos
julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO. Belo
Horizonte, 20 de fevereiro de 2003. DESª. MARIA ELZA – Relatora.
III - Postulação
Os suplicantes pretendem provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente pelos documentos acostado com a presente, além de outras que se fizerem
necessários.
Nestes Termos
xxxxx
ADVOGADO
OAB/XXXXX
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE VARA DE SUCESSÕES DA COMARCA
DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO
AUTOS Nº 0000000-00.2016.8.26.0100
I- DOS FATOS Devido ao descaso dado pela Inventariante NOME DA REQUERIDA, brasileira,
viúva, médica, portadora da cédula de identidade, expedida pela, inscrita no CPF, endereço
eletrônico, residente e domiciliada na Rua, número, Bairro, Cidade de São Paulo, Estado de São
Paulo, no tocante ao cumprimento de determinações judiciais, considerando que se manteve
silente em relação ao vosso despacho de fls..., correndo "in albis" o prazo concedido por Vossa
Excelência. Diante desta omissão, combinado com o fato de um dos imóveis inventariados,
para ser mais preciso o imóvel situado no município de Belo Horizonte, ter sido objeto de
invasão por terceiros, e a inventariante não ter até o momento exercido ou adotado qualquer
medida para a reintegração de posse do mesmo, não restando a menor margem de dúvida da
necessidade imperiosa de promover-se a remoção da Inventariante.
II- DO DIREITO
Na doutrina, encontramos na obra de Ulderico Pires dos Santos, em seu livro Inventário e
Partilha, da Editora Paumape, 1ª Edição, nas páginas 48/49, HIPÓTESES QUE AUTORIZAM A
REMOÇÃO DO INVENTARIANTE - O Inventariante pode ser removido:
b) se atrasar o andamento do inventário por dolo, culpa ou desídia, ou mesmo quando suscita
dúvidas sem qualquer fundamento, consideradas como atos protelatórios;
Omisis...
PINTO FERREIRA (1998) afirma que: "Decorrido o prazo de cinco dias, com a defesa do
inventariante, nomeará na mesma sentença um outro inventariante, que deverá prestar o
respectivo compromisso em cinco dias, assumindo as responsabilidades da inventariança, após
o compromisso de estilo."
(PINTO FERREIRA. Inventário, Partilha e Ações de Herança, 2ª Ed. São Paulo:Saraiva, 1998.(p.
49/50)
À luz dos artigos 617, inciso III, CPC/2015, combinado com os artigos 622, incisos II, III e IV e
623 do mesmo diploma legal requerer-se-á a destituição da requerida do encargo de
inventariante do espólio do de cujus.
b) O requerente dispõe-se a conciliação e/ou autocomposição, nos termos dos artigos 334 e
487 do CPC/2015;
c) Requer ainda provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admissíveis
Atribui-se a presente causa o valor aproximado dos bens a inventariar de R$ 2.700.000,00 (dois
milhões e setecentos mil reais).
Nestes termos,
Pede Deferimento.
(ASSINATURA DO ADVOGADO)
1. DOS FATOS
A inventariante, Helena Soares Rocha Lima, na condição de cônjuge supérstite, foi nomeada no
dia 25 de abril de 2016, nos autos do Inventário Judicial registrado sob. o n.º, em trâmite
perante este D. Juízo, prestando regular compromisso no dia 22 de junho de 2016, ocasião em
que foi intimada a apresentar as primeiras declarações no prazo de 20 dias.
Ocorre que, após ter sido devidamente intimado e, em seguida, habilitado nos autos do
inventário, o que ocorreu no dia 10 de julho de 2016, o requerente, por meio do seu
advogado, verificou que Helena, como inventariante devidamente nomeada e compromissada
(termo de compromisso firmado em 22 de junho de 2016), ainda não havia realizado nenhuma
das providências determinadas no despacho inicial, de modo que, até a presente data, não
foram apresentadas as primeiras declarações.
Não bastasse isso, o requerente realizou uma viagem a Belo Horizonte/MG, oportunidade em
que decidiu visitar a casa que pertencia ao de cujus, quando descobriu que o lote, onde está
situada a referida construção, havia sido invadido por terceiros desconhecidos, e que Helena
nada tinha feito para proteger o imóvel e reintegrar-se na posse.
Assim, indignado com a inércia da inventariante diante das determinações judiciais, e com a
forma pela qual esta sendo feita a administração dos bens, o requerente deseja tomá-la para
si.
Verifica-se que a cônjuge supérstite Helena não pode continuar como inventariante, em face
do desrespeito aos deveres especiais de conduta inerentes ao cargo que decorrem do princípio
da boa-fé objetiva e pelos quais devem pautar sua conduta, devendo, portanto, ser nomeado
o requerente para tal encargo.
2. DO MÉRITO
2.1 DO INVENTARIANTE
Uma vez aberto o inventário, a administração dos bens deverá ser assumida pelo
inventariante.
Quanto a isso, destaca-se que a inventariança é um múnus público, tratando-se, assim, de uma
atividade que alguém exerce como dever social. Por isso, é uma atividade sem remuneração,
salvo o inventariante dativo, a quem ela é devida.
Uma vez nomeado, o inventariante será intimado para prestar, no prazo de 5 (dias) o
compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo, nos termos do art. 617, parágrafo
único, do Código de Processo Civil, a partir de quando ele, oficialmente representará o espólio,
assumirá a posse dos bens e exercerá a inventariança até a concretização da partilha,
conforme o mencionado art. 1.991 também do Código de Processo Civil.
No artigo 618 do Código de Processo Civil estão previstas as incumbências que podem ou não
acontecer e aquelas que dependem da manifestação dos interessados e autorização judicial no
art. 619 subsequente. Vejamos:
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus
fossem;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao
espólio;
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar;
A intenção é que seja trazido aos autos o conhecimento do que será inventariado e a quem
deverá ser entregue, sendo possível acrescentar novas informações a qualquer tempo,
sobretudo nas últimas declarações, que representam o momento final e anterior à partilha
para identificação dos acervos, da ordem de vocação hereditária e definição da divisão.
Em razão do seu dever de agir com transparência, o inventariante deverá prestar contas
quando ultimadas suas atividades ou sempre que o juiz determinar, as quais serão realizadas
em apenso aos autos do inventário, sendo dispensada a solenidade da ação de exigir contas,
propriamente dita, prevista nos arts. 550 a 553, do Código de Processo Civil, a qual deverá ser
respeitada tão somente quando haver impugnação.
Além disso, sua atuação dependerá do rito a ser adotado para o inventário, por exemplo, no
caso do arrolamento sumário e o inventário extrajudicial, não há que se falar em primeiras e
últimas declarações, previstas no inciso II. E, ainda, além destas, temos ainda o dever de
requerer a declaração de insolvência do espólio, se o valor da herança não for suficiente para
quitar o passivo, nos termos do art. 618, inciso VIII, do Código de Processo Civil.
Assim, caso o inventariante não realize tais incumbências, caberá a exclusão dele de seu
encargo, conforme será exposto nas linhas que seguem.
A esse respeito, dispõe o Código de Processo Civil, em seu artigo 622, o seguinte:
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas
ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
Em qualquer das hipóteses, elas poderão ser requeridas pelos interessados ou serem
reconhecidas de ofício pelo juiz, mas sempre dependerão de decisão judicial para que
ocorram.
Verifica-se que a não apresentação das primeiras e das últimas declarações no prazo legal −
como visto, as primeiras devem ser apresentadas no prazo de 20 (vinte) dias a contar do
compromisso firmado pelo inventariante – justificam a remoção do inventariante, tendo em
vista que, como dito, é objetivo primordial da inventariança que ela seja realizada de forma
célere não se admitindo atos procrastinatórios.
Mas, é importante destacar que, na prática, vimos muitos inventários se arrastarem por anos
sem que para isso tenha dado causa o inventariante, de modo que é sempre necessário
perquirir as falhas culposas ou dolosas no exercício da inventariança para que seja justificada a
remoção do inventariante.
Acrescenta-se ainda a observação referente à falha na descrição dos bens, tendo em vista que
ela também sujeita não só à remoção do inventariante como às penalidades de sonegados,
que corresponde à perda do bem que não trouxe à colação, nos termos do art. 1.992 e 1.993
do Código Civil e 621 do Código de Processo Civil. O instituto será estudado oportunamente,
mas para que esteja ciente, a colação corresponde ao dever dos descendentes em conferir
eventuais valores recebidos por doação, pelo autor da herança, que dele recebeu em vida, no
intuito de atingir a igualdade entre as legítimas.
Portanto, tendo em vista os fatos narrados, em cotejo com os fundamentos jurídicos expostos,
necessária se fez a remoção da inventariante nomeada, para posterior nomeação do
requerente para o exercício de tal encargo.
“Art. 623. Requerida a remoção com fundamento em qualquer dos incisos do art. 622, será
intimado o inventariante para, no prazo de 15 (quinze) dias, defender-se e produzir provas.
Importante observar, contudo, que nem o art. 622, nem o 623, ambos supracitados, não
exigem prazo para que o incidente seja proposto, de modo que ele pode ser requerido a
qualquer tempo pelos interessados.
Após o referido prazo, produzindo-se ou não prova, conforme for o caso, o art. 624 do mesmo
Diploma, estabelece que o juiz decidirá sobre o pedido. E, sendo determinada a
desconstituição do inventariante, na mesma oportunidade, o juiz deverá nomear o novo em
substituição, observada a ordem estabelecida no art. 617.
Assim ocorrendo, a posse dos bens do acervo deverá ser imediatamente transferida ao novo
inventariante, sob pena de busca e apreensão e imissão na posse, conforme se tratar de bem
móvel ou imóvel, bem como estará sujeito à incidência de multa a ser fixada pelo juiz em
montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados, nos termos do art.
625, também do Código de Processo Civil.
Desse modo, com fundamento no artigo 617, III do CPC, o requerente requer sua nomeação à
inventariante do espólio
3. DO PEDIDO
Requer, ainda provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admissíveis.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para meros fins fiscais.
_______________________________-
Advogado (A):
OAB/UF
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO .....
....., brasileiro (a), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ..... e
....., brasileiro (a), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º .....,
casados entre si, residentes e domiciliados na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado
....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo -
doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado .....,
onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência propor
em face de
....., brasileiro (a), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ..... e
....., brasileiro (a), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º .....,
casados entre si, residentes e domiciliados na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado
....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
Ao que se verifica pela fotocópias inclusas (docs. nºs .... e ....) foi aberto, nesse MM. Juízo, o
INVENTÁRIO nº .... dos bens deixados pelos finados .... e sua mulher ...., avós dos ora autores.
Nesse inventário foi compromissada inventariante, a ora autora, .... (doc. nº ....). Inobstante e
apesar de iniciado o inventário há mais de 9 anos (longos 108 meses) não foi possível concluí-
lo pela resistência imposta ao processo pelos ora réus, que estão utilizando a totalidade do
valiosíssimo patrimônio dos espólios e dele tirando proveito, tendo em vista a excelente
localização dos mesmos, tratando-se de .... enormes apartamentos, .... enormes lojas e ....
terreno contendo .... casa residencial, todos situados na Rua .... no procuradíssimo Bairro ....,
há menos de .... metros da Praça ....
1. Loja Comercial nº ...., com área construída exclusiva de .... m² e área correspondente ou
global de .... m², localizada no pavimento .... do prédio que tem o nº .... da Rua ...., nesta
Capital;
2. Apartamento nº ...., com área construída exclusiva de .... m² e área correspondente ou
global de .... m², localizada no .... andar do prédio que tem o nº .... da Rua ...., nesta Capital;
3. Lote de Terreno nº ...., da planta ...., medindo .... metros de frente para a Rua ...., nesta
cidade, por .... metros de extensão da frente aos fundos, .... metros do outro lado, com área de
.... m², contendo uma casa de .... sob nº ....
Em virtude desses herdeiros, os réus, estarem com todo o patrimônio em detrimento dos
demais herdeiros e dos espólios a inventariante, representando os espólios, propôs a Ação
Ordinária de Arbitramento de Aluguel autuada sob nº .../... que está aguardando julgamento
(doc. nº ....).
A inventariante nas declarações prestadas nos autos relacionou todos os bens imóveis
deixados por seus avós (doc. nº .... e ....), requerendo que a loja nº .... com ....m², sita na Rua ....
nº ...., o apartamento nº .... com a área construída de .... m², sito também na Rua .... nº .... e o
lote de terreno nº ...., contendo uma casa na Rua .... nº ...., que foram doados aos réus pelos
autores da herança (docs. nºs ...., .... e ....), fossem trazidos à colação, por importar em
adiantamento de herança com fundamento nos artigos 544, 2002, e 2003 do Código Civil
Brasileiro contra o que se insurgiram os réus, (docs. nºs ...., .... e ....) não querendo trazer à
colação esses bens sob a alegação de que aqueles doados devem ser transmitidos aos
donatários (ora réus) devendo ser revogadas as declarações finais.
Ninguém em sã consciência e desde que não esteja agindo de má-fé e querendo lesar os
interesses e os direitos de terceiros, sabe que qualquer doação feita à apenas um dos quatro
filhos do casal e em prejuízo dos herdeiros, ora autores, importa adiantamento de legítima,
nos precisos termos do artigo 544 do Código Civil Brasileiro, "in verbis":
Por importar em adiantamento de herança, os donatários, ora réus, eram obrigados a trazer à
colação os bens recebidos, nos precisos termos do artigo 2002, "in verbis":
A resistência dos réus de trazerem à colação bens doados que receberam dos autores da
herança, releva a má-fé e a intenção de sonegarem os bens do inventário, objetivando com até
aqui vêm conseguindo, os réus, receber maior parte na herança e continuar utilizando a
totalidade dos valiosos bens, indefinidamente, tudo em prejuízo dos ora autores.
Esses bens doados pelos avós dos autores aos réus, portanto, deveriam ser trazidos à colação
por eles no inventário de .... e ...., mas nunca sonegados, como pretendem os réus para
prejudicar os suplicantes e enriquecer às custas dessa manobra de má-fé, devendo serem, os
réus, apenados por sua intenção dolosa de excluir do inventário os aludidos bens.
DO DIREITO
"O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário, quando estejam
em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que omitir na colação, a que os
deva levar, ou o que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia."
"Se não se restituírem os bens sonegados, por não os ter o sonegador em seu poder, pagará
ele a importância dos valores, que ocultou, mais as perdas e danos."
É o caso dos autos. Os réus sonegaram e pretendem que esses bens doados como
adiantamento de legítima não sejam trazidos à colação para o efeito de igualarem os legítimas,
motivo pelo qual os autores sairiam imensamente prejudicados, não recebendo praticamente
nada no inventário do seus finados avós.
Ação de sonegados é, pois, a que compete a qualquer herdeiro, ou credor da herança, contra o
inventariante, que dolosamente não deu a inventário bens da herança, ou contra o herdeiro,
que omitiu na colação, a que os devia levar, ou deixou de os restituir, a fim de ser condenado a
restituí-los com os seus rendimentos, e a perder o direito que sobre eles tinha. (Cfr. VAMPRÉ,
vol. 3, § 299)
Além de terem direito nesses bens tem os autores direito às rendas proporcionadas por eles
durante o tempo em que eles permaneceram, irregularmente, em poder das réus, pois a
Constituição Federal garante, no inciso XXX do art. 5º o direito de herança e aberta a sucessão
o domínio e a posse da herança transmitem-se, a todos os herdeiros, ao teor do artigo 1784 do
Código Civil Brasileiro:
"Artigo 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, os herdeiros legítimos e
testamentários."
E nem poderia ser de modo diferente, sob pena de ocorrer o que está ocorrendo no caso dos
autos, pois os herdeiros, ora autores, tiveram a infelicidade de não estar em poder dos bens,
exatamente porque perderam seu pai, prematuramente, pelo que foram afastados dos bens
de seus avós, tendo o filho mais esperto que sempre viveu às custas dos bens da herança,
conseguido obter a escritura de doação, continuando a usufruir não só dos bens foram
doados, como de todos os demais da herança, enriquecendo às custas do empobrecimento
dos demais herdeiros, ora autores que não gozaram das rendas proporcionadas pelos
excelentes imóveis.
DOS PEDIDOS
Requerem, mais, os autores, a citação dos réus, através de carta AR, com fundamento nos
artigos 221 e seguintes do Código de Processo Civil, para que contestem, querendo a presente
ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato.
Requerem, por último, a distribuição da presente a esse MM. Juízo, em face da tramitação dos
autos de inventário nº .... dos Espólios de .... e .... e em face da tramitação da Ação Ordinária
de Arbitramento de Aluguel promovido pelos Espólios contra os ora réus, autuada sob nº ....
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]