Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
BIOTOXINAS DO PESCADO
CUIABÁ
2009
i
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO................................................................................. 01
2.1 Tetrodotoxina.................................................................................. 02
2.2 Ciguatoxina..................................................................................... 03
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 14
ii
iii
1.0 INTRODUÇÃO
Todos se alimentam, ainda que muitas pessoas saibam tão pouco sobre as doenças
transmitidas pelos alimentos (MOLENDA, 1989). Nos Estados Unidos, as doenças
transmitidas por alimentos são uma das maiores causas de morbidade, e mesmo que os
resultados das estimativas feitas variem bastante, sempre mostram grandes cifras: variam de
6.5 a 81 milhões de casos por ano. Isso gera custos substanciais às pessoas doentes e à
economia do país como um todo, com um valor estimado em US$ 7.7 bilhões anualmente
(BEAN; GRIFFIN, 1990).
iv
pequeno número de espécies aquáticas contenham biotoxinas de importância para o homem
que ingere a carne desses animais. Geralmente, estas biotoxinas não são encontradas em
peixes capturados em águas frias e temperadas; em compensação, como aparecem às
vezes em peixes de águas tropicais e subtropicais, podem proporcionar graves problemas de
saúde pública de caráter local. Os moluscos de águas frias, temperadas e tropicais podem
ser eventualmente tóxicos (FAO, 1975).
v
2.0 REVISÃO DE LITERATURA
vi
casos, a morte advém depois de 90 minutos a 8 horas. Dentre os sintomas, observa-se a
paralisação do sistema nervoso periférico e em circunstâncias graves, o sistema respiratório
é comprometido (HUSS, 1997; OGAWA; MAIA, 1999).
vii
área do Caribe, as espécies tóxicas identificadas são G. toxicus, Prorocentrum concavum e
P. mexicana. A identificação dos dinoflagelados tóxicos envolvidos no envenenamento por
ciguatera requer uma área ativa de pesquisa e é comum que espécies adicionais sejam
identificadas (TAYLOR, 1988).
Nos peixes causadores de ciguatera tais princípios não são sintetizados por
mecanismos próprios do peixe, mas em consequência de alimentos por este consumidos. A
toxina acumula-se nos peixes que se alimentam de algas tóxicas ou em peixes carnívoros de
maiores dimensões que se alimentam destes herbívoros. Os hábitos alimentares dos peixes
são muito importantes na determinação de seus níveis de toxicidade. São conhecidas mais
de 400 espécies de peixes causadores desta intoxicação, no entanto, as principais são em
torno de 60 espécies, dentre elas, o pargo (Família Lutjanidae) e o mero (Família
viii
Serranidae). A toxina pode ser detectada no intestino, fígado ou no tecido muscular através
de ensaios com ratos e por cromatografia. Alguns peixes podem ser capazes de eliminar a
toxina acumulada, principalmente se os dinoflagelados desaparecem. Peixes maiores, devido
à sua maior massa e crescimento mais lento, provavelmente eliminam as toxinas mais
lentamente (FAO, 1975; TAYLOR, 1988; GANOWIAK, 1994; HUSS, 1997; OGAWA; MAIA,
1999).
ix
2.3 "PARALYTIC SHELLFISH POISON" (PSP)
4) Decarbamoilsaxitoxina.
O mecanismo de ação das saxitoxinas ocorre pela ligação nos canais de sódio nas
membranas das células nervosas e bloqueando a transmissão nervosa. O grupo guanidinio
nas posições C-7, C-8 e C-9 e o grupo hidroxila na posição C-12 são essenciais para a
ligação. A entrada de sódio através da membrana da célula nervosa é primordial para a
transmissão nervosa (TAYLOR, 1988).
x
O afloramento de dinoflagelados depende da temperatura da água, da luz, da
salinidade, da presença de nutrientes e de outras condições ambientais. Todavia, a natureza
precisa dos fatores que provocam o aparecimento de um clone tóxico é desconhecida. A
temperatura da água deve ser superior a 5 - 8°C para que ocorram os afloramentos. Se as
temperaturas forem inferiores a 4°C, os dinoflagelados podem sobreviver sob a forma de
cistos enterrados nas camadas superiores dos sedimentos (TAYLOR, 1988; HUSS, 1997).
Nos EUA, durante o período que compreende os anos de 1973 a 1987, foi relatada
uma morte devido à intoxicação por PSP (BEAN; GRIFFIN, 1990), sendo também relatados
surtos na América do Norte, Europa, África e Ásia (FAO, 1975). Na Venezuela, durante o
período de 1991 a 1992, houveram dois surtos de PSP, causando intoxicação em 24 pessoas
devido à ingestão de mexilhões (FAO, 1996).
xi
GILL et al. (1985) estudaram a relação entre a toxicidade de PSP do bivalve Mya
arenaria e o aquecimento da carne deste para avaliar a destruição da toxina pelo calor,
através da técnica de cromatografia líquida de alta "performance". Este estudo indicou que a
cinética da destruição da toxina PSP é semelhante à maioria dos microorganismos. Mesmo
assim ainda existe uma necessidade de maiores estudos para estabelecer uma técnica de
rotina para detecção desta toxina.
A DSP foi identificada primariamente no Japão, nos Países Baixos e no Chile, mas
milhares de casos têm sido identificados também na Europa, além desses países. A partir
dos primeiros casos, sucessivos surtos tóxicos foram documentados em diferentes
continentes, constituindo hoje em dia um problema de âmbito mundial, com graves
implicações tanto do ponto de vista de saúde pública, como da indústria transformadora de
moluscos bivalves, o que conferiu às toxinas DSP uma significativa relevância dentro do
marco socio-econômico das zonas produtoras de moluscos bivalves (TAYLOR, 1988; HUSS,
1997; SANMARTÍN, 1997a).
O aparecimento da doença ocorre desde meia hora até algumas horas após o
consumo do bivalve que tenha se alimentado com as algas tóxicas. Os sintomas da DSP são
diarréia, cólicas, dores abdominais, náuseas, cãibras e dor de cabeça, porém dificilmente
provocando morte. Os pacientes recuperam-se em três a quatro dias. A concentração mínima
para que ocorra esta doença em humanos é de 12 MU (Mouse Unit); sendo que é necessário
apenas 1 MU de toxina para matar um camundongo de 20 g em 24 horas (HUSS, 1997;
SANMARTÍN, 1997a; OGAWA; MAIA, 1999).
xii
Os principais componentes tóxicos que causam a DSP são: ácido ocadaico (AO) e
seus derivados, dinofisistoxina 1 a 3 (DTX1-3), e pectenotoxina 1-5 (PTX1-5). A Prorocentrum
lima, além do gênero Dinophysis, também produz o AO (OGAWA; MAIA, 1999).
O ácido ocadaico foi isolado inicialmente a partir das esponjas Halichondria okadai e
Halichondria melanodocia, constituindo hoje em dia a toxina mais importante associada a
episódios tóxicos tipo DSP em moluscos bivalves procedentes das costas européias, embora
existam outros trabalhos relatando a importância de outras toxinas DSP. Dentro destas
toxinas, identificou-se a presença em moluscos bivalves europeus de um isomero estrutural
do ácido ocadaico, a dinofisistoxina 2 (DTX2), isolada inicialmente em mexilhões cultivados na
Irlanda, onde é tão importante quanto a toxina DSP (SANMARTÍN, 1997a).
xiii
As pectenotoxinas incluem um grupo de sete lactonas polietéreas (PTX1-7), sem
atividade diarreica em seres humanos. Inicialmente, a PTX1 foi isolada do hepatopâncreas de
vieiras japonesas, identificando-se como um produto de oxidação da PTX2, toxina produzida
por Dinophysis fortii que, semelhante ao Japão, foi identificada em amostras procedentes do
Mar Adriático. O resto das pectenotoxinas procede de oxidações metabólicas produzidas nas
glândulas digestivas dos bivalves e, apesar de não apresentar atividade diarreica, mostra
uma ação hepatotóxica através de injeção intraperitoneal em ratos, com formação de
vacúolos nos hepatócitos localizados nas regiões periportais dos lóbulos hepáticos
(SANMARTÍN, 1997a).
Assim, TAYLOR (1988) afirma que a maior parte da toxina localiza-se nos órgãos
digestivos dos bivalves, bem como a cocção não altera a toxina.
xiv
P. brevis produz pelo menos duas neurotoxinas chamadas brevetoxinas B e C. As
brevetoxinas são compostos tipo poliéter. Elas parecem ligar-se às células nervosas, mas
seu mecanismo de ação é desconhecido (TAYLOR, 1988).
O modo de transmissão das toxinas de P. brevis aos seres humanos é muito similar
à da PSP, com exceção de que ocorre muito raramente. Os moluscos filtradores alimentam-
se das algas tóxicas e retém as toxinas em seus tecidos comestíveis (TAYLOR, 1988).
xv
desde o surto de 1987 (TODD, 1993; HUSS, 1997; SANMARTÍN, 1997b; OGAWA; MAIA,
1999).
xvi
ocorrendo convulsões e morte em função da dose tóxica. Outros sintomas observados
incluem hipoatividade, rigidez, perda do controle postural e tremores (SANMARTÍN, 1997b).
2) Palitoxina (PTX)
3) Toxina de Carpa
xvii
4) Dinoflagelina
6) Peixes
xviii
3.0 CONCLUSÃO / CONTROLE
Trata-se de um problema sério de saúde pública, que atinge dezenas de milhares de pessoas
em todo o mundo anualmente. Essas toxinas são resitentes a tratamentos térmicos e a esterilização
praticada em fábricas de conservas. O controle das biotoxinas marinhas é difícil e a doença não pode
ser inteiramente prevenida. As toxinas são todas de natureza não proteica e extremamente estáveis.
Assim, o cozimento, a defumação, a secagem e a salga não as destrói e não se pode dizer, com base
no aspecto do peixe ou da carne do marisco, se este é ou não tóxico (HUSS, 1997).
A principal medida de prevenção é a inspeção e a amostragem das áreas de pesca e
dos bancos de bivalves para análise das toxinas. O bioensaio com ratos é usado muitas
vezes com este objetivo e a confirmação por HPLC é efetuada se ocorrer a morte após 15
minutos. A coleta é interditada se forem encontrados níveis elevados de toxinas. Parece
improvável que seja sempre possível controlar a composição do fitoplâncton nas áreas de
crescimento por eliminação das espécies toxinogênicas, não havendo um método de
confiança para prever quando uma espécie particular de fitoplâncton se desenvolve e, por
conseguinte, não há maneira de prever um afloramento de espécies toxinogênicas (TODD,
1993; HUSS, 1997).
xix
explorável, assim como desenhar os planos de contingência para quando existam eventos de
maré vermelha e toxicidade.
É necessária uma precaução maior quando novas espécies de peixes tropicais são
capturadas para serem aproveitadas como alimento, em vista do grande número de espécies
tóxicas descobertas nas regiões tropicais. Um levantamento epidemiológico com as pessoas
residentes no local poderia ser realizado para averiguar se o consumo de uma determinada
espécie de peixe está livre de riscos (FAO, 1975).
xx
domóico/g
As medidas de saúde pública para a vigilância dos moluscos que contém biotoxinas
incluem a observação das zonas de captura quando se sabe que estas são afetadas por
temporadas. Em muitas partes do mundo onde existe este problema foram aplicados
programas de provas e procedimentos de laboratório bem comprovados. Estes programas
englobam a amostragem de mariscos em locais chave selecionados e a proibição da pesca
em águas atacadas quando as biotoxinas dos mariscos superam os níveis toleráveis. Outras
observações, tais como a presença de águas vermelhas ou de qualquer outra cor anormal,
ou aves marinhas mortas ou agonizando, podem ser indicadoras da proximidade de uma
invasão tóxica por dinoflagelados marinhos (FAO, 1975; TODD, 1993).
xxi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAO. Higiene del Pescado y los Mariscos. Série de Informes Técnicos nº 550,
Roma, 70 p., 1975. EX DE ARTIGO DE PERIODICOS, REVISTAS, JORNAIS.
xxii
GILL, T. A.; THOMPSON, J. W.; GOULD, S. Thermal resistance of paralitic shellfish poison in
soft-shell clams. Journal of Food Protection, v. 48, n. 8, p. 659-662, August 1985. EX DE
ARTIGO DE PERIODICOS, REVISTAS, JORNAIS.
HAYSTEAD, T. A. J.; SIM, A. T. R.; CARLING, D.; HONNOR, R. C.; TSUKITANI, Y.; COHEN,
P.; HARDIE, D. G. Effects of the tumor promoter okadaic acid on intracellular protein
phosphorylation and metabolism. Nature, v. 337, n. 5, p. 78-81, January 1989. EX DE
ARTIGO DE PERIODICOS, REVISTAS, JORNAIS.
MOLENDA, J. R. Veterinary public health and the challenge of effective foodborne disease
control education-training-information programs. Dairy Food and Environmental Sanitation,
v. 9, n. 10, p. 558-560, 1989. EX DE ARTIGO DE PERIODICOS, REVISTAS, JORNAIS.
xxiii
OGAWA, M.; MAIA, E. L. Intoxicação Alimentar. In: OGAWA, M.; MAIA, E. L. Manual de
Pesca. Varela, São Paulo, v. I, c. 12, p. 202-207, 1999. PARTES DE LIVROS.
TAYLOR, S. L. Marine toxins of microbial origin. Food Technology, v. 42, p. 94-98, March
1988. EX DE ARTIGO DE PERIODICOS, REVISTAS, JORNAIS.
TOOD, E. C. D. Domoic acid and amnesic shellfish poisoning - a review. Journal of Food
Protection, v. 56, n. 1, p. 69-83, January 1993. EX DE ARTIGO DE PERIODICOS,
REVISTAS, JORNAIS.
xxiv
xxv