Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
MATEMÁTICA FINANCEIRA II
O GRUPO DE DISCIPLINA
1
Índice de conteúdos
2
6.2 Classificação dos empréstimos ............................................................................................................. 36
6.3 Sistemas de amortização de empréstimos ......................................................................................... 37
6.3.1 Sistema Francês de Amortização (Price) .......................................................................................... 37
6.3.2 Sistema de Amortização Constante (SAC) ...................................................................................... 39
6.3.3 Sistema Americano de Amortização (SAA) ..................................................................................... 40
Aula prática 5 .................................................................................................................................................. 42
7. Amortização de empréstimos obrigaccionistas ................................................................................... 45
7.1 Obrigações ................................................................................................................................................ 45
7.1.1 Condições de emissão ......................................................................................................................... 45
7.1.2 Elementos essenciais ............................................................................................................................. 46
7.1.3 Tipologia das obrigações..................................................................................................................... 48
7.2 Modalidades de amortização de empréstimos obrigacionistas .................................................... 50
7.2.1 Prestações Constantes ......................................................................................................................... 51
7.2.1.1 Sem prémio de reembolso ............................................................................................................... 51
7.2.1.2 Com prémio de reembolso .............................................................................................................. 54
7.2.2 Amortizações constantes..................................................................................................................... 56
7.2.2.1 Sem prémio de reembolso ............................................................................................................... 56
7.2.2.2 Com prémio de reembolso .............................................................................................................. 57
7.2.3 Amortização única ................................................................................................................................ 57
7.3 Taxas efectivas da operação de empréstimos obrigacionistas ..................................................... 58
7.3.1 Para o subsritor ....................................................................................................................................... 58
7.3.2 Para o emitente ..................................................................................................................................... 59
Aula prática 6 .................................................................................................................................................. 63
3
Curso: GE, C&A, APC&F 1. Rendas financeiras (Introdução)
Disciplina: Matematica Financeira II Período: 18 - 22.07.16 Nivel: 2º Ano
1. Rendas Financeiras
Uma renda, em matemática financeira (não confundir com o termo renda relacionado com
pagamento de aluguer), é um conjunto finito ou infinito de valores com vencimento de
periodicidade certa, ou seja, valores que são pagos ou recebidos com intervalos de tempo
constantes.
RENDA = Sucessão de capitais que se vencem periodicamente sendo o intervalo de tempo entre
períodos constante
O Prazo de diferimento (o;w) decorre desde a constituição da renda até que começa a produzir-
se.
Momento w + n é fim do último período da renda quando esta tem “n” termos e é diferida de w
4
períodos.
Renda de termos variáveis = C1 ; C2 ; C3 ; C4… Cn, os termos variam de acordo com uma regra
conhecida (progressão aritmética, progressão geométrica etc) ou não.
Renda de termos com vencimento antecipado – cada termo vence-se no início do período que
lhe respeita.
Renda de termos com vencimento normal (ou postecipado) – cada termo vence-se no fim de
cada período da renda (período do termo)
Renda diferida o período do primeiro termo da renda não se inicia imediatamente, mas sim no
inicio do período w.
Renda de amortização destina-se para amortizar uma dívida assumida no momento zero; neste
caso os termos da renda incluem duas parcelas (i) uma que amortiza capital inicial e (ii) e outra
que paga os juros
5
1.2 Classificação das rendas
c) Quanto ao momento a que são referidos os seus valores actuais: imediatas (se o seu valor
actual é referido a um momento que coincide com o inicio do seu primeiro período) ou diferidas
(se o valor actual se refere a um momento anterior ao inicio do seu primeiro período)
d) Quanto à relação entre o período da renda e o da taxa/ período: rendas inteiras (quando o
período da renda e o da taxa coincidem) ou rendas fraccionadas (quando o período da renda
e o da taxa não coincidem)
2) Quanto ao seu valor dos seus termos: termos constantes (se todos tiverem o mesmo valor) ou
termos variáveis (se o valor dos termos for desigual- a variação poderá obedecer a uma certa
lei matemática: progressão aritmética ou geométrica ou não)
6
Curso: GE, C&A, APC&F 2. Rendas de termos constantes
Disciplina: Matemática Financeira II Data: 25.07 – 05.08.16 Nível: 2º Ano
Trata-se da renda mais simples e que, como tal, irá servir de referencial para todas as restantes.
a) Cálculo do valor actual: 𝑅(0)𝑖ℸ𝑛 ; expresssão que simboliza o valor actual de uma renda,
temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários.
Para quaisquer outros termos constantes que não unitários, terá de ser multiplicada por essa
constante.
Para calcular o valor actual da renda basta somar o valor de todos os termos, depois de
actualizados para o momento zero (zero = actual, por convenção), à taxa de juro estipulada, ou
seja : t = 0
R(0)iℸn = ∑nα=1 C𝛼 (1 + i)−tα = C(1 + i)−1 + C(1 + i)−2 + C(1 + i)−3 + ⋯ + C(1 + i)−n
1−(1+i)−n
R(0)iℸn = C , onde o factor de actualização composto de rendas postecipadas é:
i
1−(1+i)−n
FACR =
i
b) Cálculo do valor acumulado: 𝑅(𝑛)𝑖ℸ𝑛 ; expressão que simboliza o valor acumulado de uma
7
renda, temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários.
t=n
R(n)iℸn = ∑nα=1 C(1 + i)tα = C(1 + i)n−1 + C(1 + i)n−2 + C(1 + i)n−3 + ⋯ + C(1 + i)n−n+1
(1+i)n −1
R(n)iℸn = C , onde o factor de capitalização composto de rendas postecipadas é:
i
(1+i)n −1
FCCR =
i
Comparando as duas expressões, facilmente se conclui que existe uma relação directa entre as
mesmas, que se traduz:
Ou seja, o valor actual capitalizado para o fim do ultimo periodo é igual ao valor acumulado
pelos termos da renda. E, a inversa também é verdadeira.
Representa-se por :
t=0
8
R̈(0)iℸn = ∑nα=0 C(1 + i)−tα = C(1 + i)0 + C(1 + i)−1 + C(1 + i)−2 + C(1 + i)−3 + ⋯ + C(1 + i)−(n−1)
1−r n
1−(1+i) 1−(1+i) −n −n 1 1−(1+i)−n
Logo R̈(0)iℸn = T1 = C(1 + i)0 ∗ −1 = C ∗ 1 ∗ 1 =C∗ 1 ∗ (1+i)−1
1−r 1−(1+i) 1−
(1+i) (1+i) (1+i)
1−(1+i) −n
R̈(0)iℸn = C ∗ ∗ (1 + i)
i
Do mesmo modo, o valor acumulado pelo somatório dos termos da renda no fim do ultimo
período, também aumenta de igual modo, uma vez que cada termo da renda irá acumular mais
um período de juros; sofre ou beneficia de um período adicional de capitalização.
Representa-se por:
t=n
R̈(𝑛)iℸn = ∑nα=0 C(1 + i)tα = C(1 + i)n + C(1 + i)n−1 + C(1 + i)n−2 + C(1 + i)n−3 + ⋯ + C(1 + i)n−n
1−r n
1−(1+i) −n −n (1+i)n 1−(1+i)−n
n 1−(1+i)
Logo R̈(𝑛)iℸn = T1 = C(1 + i)n ∗ −1 = C(1 + i) ∗ 1 =C ∗ (1+i)−1
1−r 1−(1+i) 1− (1+i)
(1+i) (1+i)
(1+i) n −1
R̈(𝑛)iℸn = C (1 + i)
i
Do mesmo modo que nas rendas de termos normais, também nas rendas de termos antecipados
se verifica a relação entre o valor actual e o valor acumulado e inversamente.
Por definição, uma renda é diferida quando o inicio do seu primeiro período é posterior ao
momento actual, ou, como dizemos por simplificação, ao momento zero.
O número de períodos que decorre desde o momento actual (zero) até ao inicio do período do
9
primeiro termo é designado como o prazo de diferimento - w.
Deste modo, para calcular o valor actual de uma renda diferida de w períodos, torna-se
necessário actualizar todos os termos de mais w períodos do que uma renda imediata.
O valor actual de uma renda diferida de w períodos e de termos normais, representa-se pela
expressão:
(1+i)n −1
R(0)iℸn,w = (1 + i)−w C - Valor actual de um conjunto de rendas diferidas de w e
i
postecipadas
O valor acumulado no final do último período da renda, ou seja, no final do período do último
termo da renda, isto é, n+w, será exactamente igual ao valor acumulado por uma renda
imediata e de termos normais no final do período n, pelo que o algoritmo de cálculo é
exactamente o mesmo.
(1+i) n −1
R̈(0)iℸn,w = (1 + i)−w C (1 + i) – Valor actual de um conjunto de rendas diferidas de w e
i
antecipadas
Tal como na modalidade anterior, o valor acumulado no final do último período da renda, ou
seja, no final do período n+w, será igual ao que resultaria de uma renda imediata de termos
antecipados no final do período n, pelo que o cálculo se efectua do mesmo modo.
Para o cálculo do valor da renda em qualquer momento “t” de uma série de prestações
constantes fica:
1−(1+i)−n
R(t) = (1 + i)t−w T - Valor da Renda de termos postecipados e constantes no momento t
i
1−(1+i)−n
R(t) = (1 + i)t−w T (1 + i) - Valor da Renda de termos antecipados e constantes no
i
momento t
10
Aula prática 1
1. Uma pessoa compromete-se a pagar anuidades constantes de 20.000,00 meticais no
final de cada ano e durante 5 anos, para amortizar um divida contraída 3 anos antes
do primeiro vencimento. Qual o valor inicial da divida, se a taxa de juro adoptada foi
de 5% anual.
3. Para amortizar uma dívida foi convencionado que o devedor pagaria imediatamente
14.188,00 Meticais, seguindo-se cinco anuidades de 10.000,00 Meticais, vencendo-se a
primeira anuidade só após 3 anos. A taxa de avaliação foi de 7% ao ano. Calcule o valor
da dívida no momento em que foi assumida
11
Calcule o valor de cada semestralidade.
6. Uma companhia acaba de alugar uma garagem por 35.000,00 Meticais anuais, durante
11 anos. A anuidade deverá ser paga no início de cada ano. Qual é o valor actual de
contrato, tomando como base o juro anual de 5%.
7. O Sr. Escurinho pretende adquirir uma casa nas seguintes condições:
- Duração: 30 anos.
Qual a mensalidade que o Sr. Escurinho pagará pelo empréstimo no valor da casa?
8. Uma sociedade de construções tem vindo a colocar, ao longo dos últimos 7 anos e no
início de cada semestre, a quantia de 40 contos com o objectivo de constituir um fundo
para atender à substituição de equipamentos logo que terminem a sua vida útil. Qual é
o montante desde fundo ao cabo de 7 anos, se as sucessivas colocações têm sido
incrementadas com juro anual nominal de 5% capitalizável semestralmente?
9. Uma pessoa constituiu um fundo que lhe proporciona uma renda imediata de 30.000,
meticais por ano, durante quinze anos. Se ele desejar reduzir o número de termos para
dez, quanto recebera anualmente, assumindo uma taxa anual de 8.5%?
11. Considere uma renda anual, diferida 4 anos, de 18 termos postecipados de 5.000
meticais cada a taxa anual de 8,5% e determine o seu valor reportado aos momentos
0 e 25.
12. Certa mercadoria pode ser adquirida em 5 prestações mensais de 630,64 Meticais, sendo
que a primeira prestação é dada como entrada. Sabendo-se que a taxa de mercado é
de 4% a.m., qual seria o valor dessa mercadoria?
13. Um produto de 6.000,00 meticais é adquirido com entrada de 15% e mais 3 pagamentos
mensais e iguais, sendo que o primeiro vence 4 meses após a compra (carência de 3
meses). Sabendo-se que a taxa é de 4,5% a.m., determine o valor das prestações.
12
14. Certa herança ascende a 38.269,60 meticais. O testamento estipula que o Banco de
Comércio e Finanças (BCF) ficará com todo este valor devendo pagar aos herdeiros 2.500
Meticais no fim de cada ano, até amortizar todo o capital a uma taxa de 5% a.a. Durante
quantos anos receberão os herdeiros aquela quantia? Haverá necessidade de pagar um
ano após a última prestação de 2.500meticais, uma quantia suplementar menor que a
normal.
15. O Sr. Constantino adquire um automóvel usado por 2.500,00 U$D pagando
imediatamente 500,00 U$D e compromentendo-se a pagar 100,00 U$D no fim de cada
mês. Calcule o número de pagamentos mensais que o Sr. Constantino terá de fazer, bem
como o valor de um eventual pagamento menor que o normal para a amortização
residual um mês depois da última mensalidade. Considere para este caso, uma taxa de
juro anual nominal de 8% com capitalização trimestral.
16. Uma pessoa adquire um eletrodomésticos por 540,00 meticais nas seguintes condições:
17. Uma pessoa depositou mensalmente, no fim de cada mês, a quantia de 100 meticais
durante 5 anos; nos 5 anos subsequentes a sua situação financeira inverte-se e vê-se
obrigada a levantar mensalmente, e também no fim de cada mês a quantia de 100
meticais. Os valores em depósito vencem juros à taxa anual nominal de 12%.
Pretende-se calcular o valor acumulado de que dispunha essa pessoa no fim dos 10 anos,
depois de ter efectuado o último levantamento.
18. Para amortizar uma dívida, o senhor José tem vindo a pagar 20.000,00 Meticais em 31 de
Dezembro de cada ano ao longo dos quatro anos atrás, e deve ainda continuar apagar
nos 5 anos seguintes. Se, imediatamente após haver pago a quarta anuidade, o devedor
propusesse ao credor substituir as anuidades em dívida por um pagamento único a
efectuar no vencimento da sétima anuidade, qual deveria ser o valor deste pagamento,
sendo aplicada uma taxa de juro anual de 5%.
19. No dia 1 de Agosto, a Sra. Helena emprestou ao Sr. Sauremo uma certa quantia a taxa
anual de 10%, em regime de juro composto. O Sr. Sauremo pode liquidar a divida em:
5 anuidades de X euros cada, mais uma 6ª de 22.348,54 Meticais, ou
13
6 anuidades de X euros cada, mais uma 7a de 10.833,39 Meticais
20. Para amortizar uma dívida, o senhor José tem vindo a pagar 20.000,00 Meticais em 1 de
Dezembro de cada ano ao longo dos quatro anos atrás, e deve ainda continuar a pagar
nos 5 anos seguintes. Se, imediatamente após haver pago a quarta anuidade, o devedor
propusesse ao credor substituir as anuidades em dívida por um pagamento único a
efectuar no vencimento da sétima anuidade, qual deveria ser o valor deste pagamento,
sendo aplicada uma taxa de juro anual de 5%.
14
Curso: GE, C&A, APC&F 3. Rendas de termos Variáveis
Disciplina: Matematica Financeira II Data: 15 – 26.08.26 Nivel: 2º Ano
Valor actual
𝐶𝛼
R(0) = ∑ = ∑ Cα (1 + i)−tα
(1+i)tα
R(0) = C1 (1 + i)−1 + (C1 + r)(1 + i)−2 + (C1 + 2r)(1 + i)−3 + ⋯ + [C1 + (n − 2)r](1 + i)−n+1 + +[C1 + (n −
−n
1)r](1 + i)
1−(1+i)−n
R(0) = C1 + r(1 + i)−2 + 2r(1 + i)−3 + ⋯ + (n − 2)r(1 + i)−n+1 + (n − 1)r(1 + i)−n
i
1
𝐹𝐶𝐶 = (1 + 𝑖)𝑡
2 1
𝐹𝐴𝑅𝐶 = 𝑡
(1+𝑖)
15
Seja r(1 + i)−2 + 2r(1 + i)−3 + ⋯ + (n − 2)r(1 + i)−n+1 + (n − 1)r(1 + i)−n = X, então
1−(1+i)−n
R(0) = C1 +X
i
Se multiplicarmos dois membros de uma igualdade pelo mesmo factor o resultado permanece
inalterado, então multiplicamos os dois membros por (1+i)
(2) X(1 + i) = r(1 + i)−1 + 2r(1 + i)−2 + ⋯ + (n − 2)r(1 + i)−n+2 + (n − 1)r(1 + i)−n+1
E subtraímos a equação (2) pela (1), depois unimos os valores que tem (1+i) como mesmo
expoente, então teremos:
X(1 + i) − X = [r(1 + i)−1 + 2r(1 + i)−2 + ⋯ + (n − 2)r(1 + i)−n+2 +(n − 1)r(1 + i)−n+1 ]
−[r(1 + i)−2 + 2r(1 + i)−3 + ⋯ + (n − 2)r(1 + i)−n+1 + +(n − 1)r(1 + i)−n ]
X(1 + i) − X = r(1 + i)−1 + [2r(1 + i)−2 − r(1 + i)−2 ] + [3r(1 + i)−3 − 2r(1 + i)−3 ] +
… + [(n − 2)r(1 + i)−n+2 − (n − 3)r(1 + i)−n+2 ] + [(n − 1)r(1 + i)−n+1 − (n − 2)r(1 + i)−n+1 ] −
[(n − 1)r(1 + i)−n ]
X(1 + i) − X = r(1 + i)−1 + r(1 + i)−2 + r(1 + i)−3 + ⋯ + r(1 + i)−n+2 + r(1 + i)−n+1 + r(1 + i)−n − nr(1 +
i)−n
1−(1+i)−n 1−(1+i)−n
X + Xi − X = r − nr(1 + i)−n ⟺ Xi = r − nr(1 + i)−n
i i
r 1−(1+i)−n nr 1−(1+i)−n
⟺X= − (1 + i)−n , sendo A = T + X , então fica:
i i i i
1−(1+i)−n r 1−(1+i)−n nr r 1−(1+i)−n nr
R(0) = C1 + ∗ − (1 + i)−n ⇔ R(0) = (C1 + ) − (1 + i)−n
i i i i i i i
r 1−(1+i)−n nr r 1−(1+i)−n nr nr nr
R(0) = (C1 + ) − [(1 + i)−n + 1 − 1] ⟺ R(0) = (C1 + ) − [ (1 + i)−n + − ]⟺
i i i i i i i i
r 1−(1+i)−n nr nr nr
R(0) = (C1 + ) − [ (1 + i)−n − + ]
i i i i i
16
r 1−(1+i)−n nr
R(0) = (C1 + + nr) −
i i i
Valor acumulado
Temos que achar o valor da renda reportado ao vencimento do último termo, momento n, então
basta capitalizar o valor actual
r 1−(1+i)−n nr
R(n) = R(0) ∗ (1 + i)n ⇔ R(n) = [(C1 + ) − (1 + i)−n ] ∗ (1 + i)n
i i i
Deve-se notar que, quando 𝑟 < 0, existe um LAP para as rendas com termos a variar em
progressão aritmética, limite este imposto pelo simples facto de não ser aceitável que existam
termos de valor nulo ou negativo.
Assim, tratando-se de uma renda com termos variando em progressão aritmética decrescente
(𝑟 < 0), ela só tem sentido até o momento em que ocorre o último termos de valor positivo. Esse
𝐶
termo é o termo de ordem “n”, tal que 𝑛 = |𝑟|1 , sendo o primeiro termo C1.
Se considerarmos uma renda com termos variando em progressão aritmética com 𝐶1 = 500 e r=
−100, vemos que 𝐶2 = 400; 𝐶3 = 300; 𝐶4 = 200 e 𝐶5 = 100 (último termo de valor positivo); 𝐶6 = 0
(este termo já não tem qualquer significado prático nas rendas); 𝐶7 = −100 (idem), confirmamos
o referido LAP
C1 500
n= |r|
⟺ 𝑛 = |−100| = 5
Em conclusão, podemos dizer que as rendas com termos variando em progressão aritmética
C1
decrescente só tem sentido prático para n ≤ |r|
, pelo que perante uma renda com esta
característica é conveniente começar por confirmar que o número de termos não é superior a
C1
|r|
.
C1
Contudo, deve notar-se que no caso de |r|
ser um valor não inteiro, o último termo da renda com
17
r 1−(1+i) −n nr
R̈(0) = [(C1 + + nr) − ] ∗ (1 + i) - valor actual
i i i
r (1+i)n −1 nr
R̈(n) = [(C1 + ) − ] ∗ (1 + i) - valor acumulado
i i i
Para os termos variáveis o tratamento das rendas diferidas é igual do descrito nas rendas de
termos constantes.
Valor actual
Deste modo, para calcular o valor actual de uma renda diferida de w períodos, torna-se
necessário actualizar todos os termos de mais w períodos do que uma renda imediata.
O valor actual de uma renda diferida de w periodos e de termos normais, representa-se pela
expressão:
r 1−(1+i)−n nr
R(0) = (1 + i)−w [(C1 + + nr) − ] - Valor actual de rendas diferidas normais
i i i
Valor acumulado
Tal como na modalidade anterior, o valor acumulado no final do último período da renda, ou
seja, no final do período n+w, será igual ao que resultaria de uma renda imediata de termos
normais no final do período n, pelo que o cálculo se efectua do mesmo modo.
Para o cálculo do valor da renda em qualquer momento “t” de uma série de prestações
constantes fica:
r 1−(1+i)−n nr
R(t) = (1 + i)t−w [(T1 + + nr) − ] - Renda posticipada no momento t
i i i
r 1−(1+i)−n nr
R(t) = (1 + i)t−w [(T1 + + nr) − ] (1 + i) - Renda antecipada no momento t
i i i
18
3.2.1 Rendas de termos normais (postcipados)
Valor actual
Pretende-se o valor desta renda reportado ao momento actual, para calcular o valor actual da
renda basta somar o valor de todos os termos, depois de actualizados para o momento zero, à
taxa de juro estipulada, ou seja: 𝑡 = 0
Cα
R(0) = ∑ = ∑ Cα ∗ (1 + i)−tα
(1+i)tα
(1+i)n −rn
1−rn (1+i)−n (1+i)n C1 (1+i)n −rn
R(0)iℸn = C1 = C1 = ∗
(1+i)−r (1+i)−r (1+i)n (1+i)−r
1 C (1+i)n −rn
R(0)iℸn = (1+i)n ∗ (1+i)−r
⇔
C1 rn −(1+i)n
R(0)iℸn = ∗ - Valor actual de rendas normais variáveis em Progressão Geométrica
(1+i)n r−(1+i)
Valor acumulado
𝑅(𝑛) = ∑ 𝐶𝛼 (1 + 𝑖)𝑡𝛼
R(n) = C1 (1 + i)n−1 + C1 r(1 + i)n−2 + C1 r 2 (1 + i)n−3 + C1 r 3 (1 + i)n−4 + ⋯ + C1 r n−3 (1 + i)2 +
C1 r n−2 (1 + i)1 + C1 qn−1
Se,
19
C1 r(1+i)n−2 C1 r2 (1+i)n−3 C1 rn−1 (1+i)0
= =⋯= = 𝑟(1 + 𝑖)−1 é uma P. G de razão r = r(1 + i)−1
C1 (1+i)n−1 C1 r(1+i)n−2 C1 rn−2 (1+i)−1
Logo,
(1+i)n −rn
1−rn (1+i)−n (1+i)n C1 (1+i)n (1+i)n −rn
R(n) = C1 (1 + i)n (1+i)−r = C1 =
(1+i)−r (1+i)n (1+i)−r
Progressão Geométrica
Para as renda de termos antecipados temos que partir das rendas normais e capitalizar mais um
período.
C (1+i) r n −(1+i)n
R̈(0)iℸn = 1 n ∗ - Valor actual de rendas de termos antecipados e varáveis
(1+i) r−(1+i)
r n −(1+i)n
R̈(𝑛)iℸn = C1 (1 + i) - Valor acumulado de rendas de termos antecipados e varáveis
r−(1+i)
20
Aula prática 2
1. Considere uma renda anual imediata de termos normais cujos 8 termos variam em
progressão aritmética de razão 1.000,00 Meticais, sendo o primeiro termo de 8.000,00 Meticais.
Determine os seus valores actual e acumulado à taxa anual de 10%.
2. Considere uma renda anual imediata de termos normais cujos 8 termos variam em progressão
aritmética de razão -1.000,00 Meticais, sendo o primeiro termo de 8.000,00 Meticais. Determine
os seus valores actual e acumulado à taxa anual de 10%.
3. Uma renda constituída por 10 anuidades a variar em progressão aritmética de razão igual -
1.600,00 Meticais. O primeiro termo é de 10.000,00 Meticais e ocorre daqui a um ano. Utilizando
uma taxa anual efectiva de 5%, qual o valor actual desta renda?
4. Considere uma renda anual imediata de termos normais, constituída por 15 termos a variar em
progressão aritmética. Considere igualmente uma taxa anual de 10%. Calcule o valor actual
desta renda sabendo que:
7. No final de cada exercício economico certa empresa investe a quantia de 20.000,00 Meticais,
a juros compostos, à taxa anual de 10%. O primeiro investimento ocorreu em 31 de Dezembro de
21
1998. A partir de 31 de Dezembro de 2002 inclusive a empresa decidiu investir Segundo uma
progressão aritmética de razão igual a 2.000,00 Meticais. O ultimo investimento terá lugar em 31
de Dezembro de 2008.
8. O senhor José foi recentemente contemplo num concurso televise com um dos seguintes
prémios à sua escolha:
Qual dos prémios deve escolher o senhor José, atendendo a critérios estritamente financeiros,
considerando a taxa annual nominal de 12%, com a capitalizações mensais, para avaliação
das diversas hipóteses.
9. A empresa Delta adquiriu um equipamento que poderá ser pago através das seguintes
hipóteses:
22
primeira prestação sera paga daqui a seis meses e a taxa semestral considera é de
5%.
Se tivesse que optar pela hipótese mais vantajosa (menor valor actual), qual escolheria?
10. A empresa de recolha e tratamento de resíduos MárioDelta adquirui recentemente uma nova
máquina compactadora. Para o pagamento da mesma, a empresa fornecedora propôs-lhe as
3 hipóteses de pagamento apresentadas de seguida:
23
Curso: GE, C&A, APC&F 4. Rendas perpétuas
Disciplina: Matematica Financeira II Data: 29.08 – 02.09.16 Nivel: 2º Ano
4. Rendas perpétuas
Uma renda é perpétua se o número dos seus termos é (ou pode ser considerado) ilimitado. Nas
rendas perpétuas, apenas faz sentido falar do seu valor actual, nunca do seu valor acumulado.
Por outro lado, quando se diz que o número de termos é ou pode ser considerado ilimitado, isso
não significa obrigatoriamente que “n” tenha que ser (ou tende para) infinito! Apenas significa
que “n” é suficientemente elevado para que se possa assumir a renda como sendo perpétua.
Aquilo que determina se uma determinada renda é (ou pode ser considerada) perpétua não é
o valor do “n”, por si só, ma sim em conjunto com a taxa de Juro.
Tal como para as rendas inteiras, também para as rendas fraccionadas a determinação do valor
acumulado não é possível nas rendas perpétuas.
Quanto à determinação do valor actual, procede-se como nas rendas inteiras adaptando os
algoritmos anteriormente deduzidos a cada combinação de renda/termos.
Assim teremos:
1−(1+i)−n
R(0)iℸn = (1 + i)t−w C
i
1−(1+i)−∞ 1−0
R(0)iℸ∞ = (1 + i)−w C = (1 + i)−w C
i i
1
R(0)iℸ∞ = (1 + i)−w C para rendas de termos postecipados
i
1
R̈(0)iℸ∞ = (1 + i)−w T (1 + i) para rendas de termos antecipados
i
r 1−(1+i)−n nr r 1−(1+i)−n nr
⇔ R(0)iℸ∞ = (C1 + ) − ⇔ R(0)iℸ∞ = lim [(C1 + ) − ]
i i i(1+i)n n→∞ i i i(1+i)n
24
r 1−(1+i)−n nr
⇔ R(0)iℸ∞ = lim (C1 + ) − lim
n→∞ i i n→∞ i(1+i)n
r 1−(1+i)−n r 1−0 r 1
lim (C1 + ) = (C1 + ) = (C1 + )
n→∞ i i i i i i
⟺
nr ∞ ∞
{ lim = = ⟹ Indeterminado
n→∞ i(1+i)n i(1+i)∞ ∞
𝑟 1−(1+𝑖)−𝑛 𝑟 1−0 𝑟 1
lim (C1 + ) = (C1 + ) = (C1 + )
𝑛→∞ 𝑖 𝑖 𝑖 𝑖 𝑖 𝑖
𝑛𝑑 𝑑 𝑑
{ lim = lim = =0
𝑛→∞ 𝑖(1+𝑖)𝑛 𝑛→∞ 𝑖𝑛(1+𝑖)𝑛−1 ∞
𝐫 𝟏
Então, 𝐑(𝟎)𝐢ℸ∞ = (𝐓𝟏 + ) é o termo geral de uma sucessão de rendas com termos variáveis em
𝐢 𝐢
Progressão Aritmética.
Quando a razão é negativa (r < 0) a renda deixa de ser perpétua e passa a ser temporária com
C1
n termos em que n = |r|
. Isto quer dizer, quando os termos são variáveis em progressão aritmética
só faz sentido quando r > 0, caso contrário poderá assumir valores que não têm aplicação
prática para a matemática financeira.
Um limite é convergente quando o resultado é um valor inteiro e definido, então temos que achar
lim R(0)iℸ∞
n→∞
C1
r , para r < (1 + 𝑖)
1−(1+i)n (1+i)−r
lim C1 (1+i)−r
={
n→∞
∞, para r > (1 + 𝑖)
C
Então, R(0)iℸ∞ = (1+i)−r
1
é o valor actual de uma renda perpétua, inteira, imediata, de termos
variando em progressão geométrica, com o primeiro termo “C1 ” e razão “r” (válido apenas
para r < (1 + 𝑖) ).
25
Aula prática 3
1. Segundo as cláusulas do testamento do conhecido patrocinador das artes, determinado
museu deverá receber uma renda perpétua de 75 contos por ano. Qual é o valor actual deste
legado, adoptando uma taxa de avaliação de 4% ao ano?
2. A companhia Nazir recebe no fim de cada mês 42 contos pelo arrendamento dos diversos
apartamentos de um prédio. Supondo que poderá continuar arrendando a esse preço e que a
taxa anual de juro é 5%, qual é o valor actual da propriedade?
4. Calcule o valor actual de uma sucessão perpétua de capitais de 200 contos cada um, com
vencimentos de 1 em 1 ano, ocorrendo ao primeiro vencimento dentro de 3 anos. Taxa de
avaliação anual 12%.
5. A academia Newton recebe de cinco em cinco anos 225 contos provenientes de um legado
especial. Qual é o valor actual deste legado? A taxa de avaliação é 5% annual nominal,
capitalizável semestralmente. Localize-se no início de um período de cinco anos, no fim do qual
se vencerá um termo da renda.
6. A apólice do seguro de vida de presidente de uma empresa estipula que seja entregue à viúva
ou aos herdeiros a quantia de 5 contos no fim de cada mês durante um tempo indeterminado.
Qual é o valor da renda à data da morte do presidente? A primeira mensalidade vence-se no
primeiro mês. Taxa de avaliação anual nominal 8%, capitalizável mensalmente.
26
7. A apólice do seguro de vida do senhor Cossa estipula que seja entregue à viúva ou aos
herdeiros a quantia no início de cada ano que varia em progressão aritmética, de razão igual a
600 meticais durante um tempo indeterminado. Qual é o valor da renda à data da morte do
Cossa? A primeira anuidade de 1000 vence-se no terceiro ano. Taxa de avaliação anual 8%.
8. O João, residente em Moçambique, foi estudar em Lisboa. Sabendo que pensa em fazer
faculdade, trabalhar e residir definitivamente após a conclusão do curso, os pais ponderam duas
hipóteses para a instalação do João em Lisboa:
a) Arrendar um apartamento;
b) Comprar o apartamento.
A renda a pagar é de 850,00 euros por mês, a pagar no início de cada mês. O valor do
imóvel é de 127.500,00 euros. Para este tipo de operações, a taxa de Mercado cifra-se em 5,5%
ao ano. Qual a mehor opção?
9. O João, residente em Moçambique, foi estudar em Lisboa. Sabendo que pensa em fazer
faculdade, trabalhar e residir definitivamente após a conclusão do curso, os pais ponderam duas
hipóteses para a instalação do João em Lisboa:
27
Curso: GE, C&A, APA 5. Leasing e locação financeira
Disciplina: Matematica Financeira II Data: 12 – 23.09.16 Nivel: 2º Ano
5.1 Conceitos
O bem permanece propriedade do locador até ao fim do prazo do contrato, momento em que
o locatário pode exercer a opção de comprar o bem pelo valor residual.
Assim temos:
Objecto: o qual pode ser bens imóveis (leasing imobiliário) em bens móveis (leasing mobiliário);
28
A escolha do bem
Os contratos de leasing estabelecem o direito à posse provisória do bem pelo locatário, ficando
sempre assegurada a propriedade ao locador. Em caso de infracção contratual, deverá o
locatário restituir de imediato o bem ao locador.
Leasing operacional
É a operação na qual o locatário, a princípio, não tem a intenção de adquirir o bem ao final do
contrato.
Assim, após a utilização do bem pelo prazo estabelecido e cumpridas todas as suas obrigações
o locatário poderá ao final do contrato ter as seguintes opções: devolver o bem à locadora,
prorrogar o prazo do contrato ou exercer a opção de compra do bem pelo seu valor de
mercado, à época de tal opção.
Leasing financeiro
É a operação na qual o locatário tem a intenção de ficar com o bem ao término do contrato,
exercendo a opção de compra pelo valor contratualmente estabelecido.
29
VRG - Valor Residual Garantido
O VRG será sempre utilizado para liquidar o valor da opção de compra do bem arrendado,
conforme pactuado no contrato de leasing.
Opções do locatário
Cumpridas todas as obrigações, o locatário, ao final do prazo contratual, deverá manifestar sua
escolha por:
Comprar o bem;
Devolvê-lo; ou
Renovar o contrato.
Somente poderá ser exercida a opção de compra ao final do prazo contratual, pelo valor que
estiver previsto no contrato.
Devolução do bem
Caso o locatário opte pela devolução do bem, a locatária o venderá no mercado. O valor
obtido nesta venda terá o seguinte destino:
Resumo:
30
1. Aquisição do bem: o locador adquire o bem a financiar de acordo com as instruções
dadas pelo locatário.
2. Utilização: o locador, mantendo a propriedade do bem coloca-o à disposição do
locatário, que assume todos os riscos e encargos por um período fixo de tempo
previamente negociado.
3. Resolução: no final do período, o locatário dispõe de uma opção de compra pelo valor
residual.
VR
VC C C C C C C C
0 1 2 3 4 n-2 n-2 N
Sendo:
n - número de períodos
1−(1+i)−n 1−(1+i)−n
VC = C + VR(1 + i)−n ⇔ VC − VR(1 + i)−n = C
i i
VC−VR(1+i)−n
C= 1−(1+i)−n
i
A fórmula acima parte do princípio que as rendas são normais e se forem antecipadas a fórmula
fica:
VC−VR(1+i)−n
C= 1−(1+i)−n
(1+i)
i
31
Aula prática 4:
1. Uma empresa de locação financeira assina, com um seu cliente, um contrato com as seguintes
cláusulas essenciais:
Valor do bem ao preço de aquisição (valor do contrato): 2.300 contos;
O locatário poderá exercer o direito de compra no fim do prazo contratual mediante o
pagamento de um valor residual igual a 6% do custo do bem;
O locatário pagará uma renda mensal de termos constantes e antecipados (vencendo-
se o primeiro termo na data do contrato);
A renda é indexada á MAIBOR e será alterada sempre que a taxa de referência sofre
oscilações de valor igual ou superior a 1%;
O prazo do contrato é de 3 anos
Assim:
a) Calcule o valor da renda mensal, sabendo que o locador pretende a taxa remuneratória
de 30% ano (taxa nominal).
b) No fim do 12º mês, depois de paga a respectiva prestação, a taxa de referência sofre um
acréscimo de 1,5% pelo que se pretende calcular o valor da renda mensal que deverá
ser praticada no 13º mês e seguintes.
Sabendo que o locador pretende a taxa remuneratória de 29% /ano (taxa nominal),
pretende-se calcular o valor nominal de cada prestação a satisfazer pelo locatário.
32
3. O Sr. Ernesto fez um contrato de leasing, sobre uma nova maquina, com as seguintes
condições:
Preço de aquisição do equipamento 25.000 meticais (valor do contrato);
Prestações mensais constantes, imediatas e postecipadas;
Prazo do contrato: 3 anos;
Taxa nominal com capitalizações mensais – 14,4%;
Valor residual: 5% do valor do contrato;
Pagamento do valor Residual um mês após a ultima prestação
Calcule o valor das prestações.
5. O Sr. Branquinho fez um contrato de leasing, sobre uma máquina para a sua empresa de
limpeza industrial. Ele pretende saber o preço de aquisição do equipamento, com base nos
seguintes dados:
Valor de entrada pago no momento do contrato: 5000 meticais;
Prestações quadrimestrais postecipadas e constantes, no valor de 10% do valor de
aquisição;
Valor residual a pagar com a última prestação, no valor de 2.000 meticais;
Prazo do contrato: 3 anos;
Taxa quadrimestral – 2%
Calcule o valor de aquisição da máquina.
33
Valor residual (vencível um mês após o término do contrato): 10% do valor do contrato;
Periodicidade das rendas: mensais e postecipadas;
Caução a prestar pelo locatário no início do contrato e a reembolsar na data do
vencimento do valor residual: 500 contos;
Taxas remuneratórias nominais:
- rendas principais: 15%/ ano
- valor residual: 18%/ ano
- caução: 9%/ ano
Pretende-se, assim, calcular o valor de cada prestação mensal a satisfazer pelo locatário.
34
Curso: GE, C&A, APA 6. Amortização de empréstimos
Disciplina: Matematica Financeira II Data: 26.09 – 07.10.16 Nivel: 2º Ano
6. Amortização de empréstimos
Amortizar uma dívida: significa diminuir gradualmente, até a extinção total, o principal de uma
dívida.
Prestação (C): é a soma da amortização com os juros e outros encargos, pagos em dado
período.
Carên
35
ao pagamento da dívida; os juros que correspondem à remuneração do capital emprestado.
a) Aval é a declaração cambial através da qual uma pessoa (avalista), se torna responsável
pelo pagamento de um título de crédito nas mesmas condições de seu avalizado;
b) Fiança - uma pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a satisfazer a obrigação, caso
o devedor não a cumpra;
c) Abonação.
Quanto a finalidade
36
6.3 Sistemas de amortização de empréstimos
Apesar de o sistema ser dito francês, quem concebeu tal sistema foi o matemático inglês Richard
Price, no século XVIII. No século XIX o sistema PRICE foi desenvolvido na França.
Nesse sistema as prestações são iguais e consecutivas (a partir do instante em que começam a
serem pagas as amortizações).
O principal (amortização de capital) no início de cada período vai se tornando cada vez menor
e as amortizações vão crescendo de modo que a soma dessas parcelas permaneça constante
ao longo do tempo.
Assim, considerando mk o capital a ser amortizado nos instantes 1, 2, 3, …n, a uma taxa de juros i
(no período), as prestações, sendo constantes, constituem uma sequência uniforme (na qual
cada parcela é indicada por “C”).
37
Resolução
D0 = 20.000; n = 8 prestações; i = 2% a. m.
Sendo prestações cuja amortização é feita em períodos diferentes, então trata-se de uma renda
imediata, de termos constantes e o valor da dívida é o valor presente da renda.
1−(1+i)−n 1−(1+2%)−8
D0 = C ⇔ 20.000 = C ⇔ C = 2.730,20
i 2%
D0 i
Logo, C = 1−(1+i)−n ⇔ C = D0 ∗
1−(1+i)−n
i
2%
C = 20.000 ∗ = 20.000 ∗ 0,136510 = 2.730,20
1−(1+2%)−8
t n-t
D0 Dt
C C C C C C C C
1−(1+i)−(n−t)
Dt = C
i
1−(1+2%)−(8−3) 1−(1+2%)−5
D3 = 2.730,20 = 2.730,20 = 2.730,20 ∗ 4,713460 = 12.868,67
2% 2%
1−(1+2%)−(8−4)
D4 = 2.730,20 = 10.395,85
2%
38
Jk = Dk−1 ∗ i ⇔ J5 = D5−1 ∗ i = 10.395,85 ∗ 2% = 207,92
ou
Logo, C= m1 + J1
Feito isso, calculamos a quota de amortização de qualquer parcela de acordo com a fórmula
abaixo:
mn = m1 ∗ (1 + i)n−1
39
decrescentes ao longo do tempo, devido às amortizações acumuladas do principal. Como
todas as amortizações são iguais, as prestações periódicas são, também, uniformemente
decrescentes.
Na prática, um sistema bastante utilizado é o SAC. Tal sistema consiste em se fazer com que todas
as parcelas de amortização sejam iguais.
Solução:
D0 20.000
mk = = = 2.500
n 8
Exemplo: Uma pessoa toma emprestada a quantia de 15.000,00 com a condição de pagar
40
mensalmente os juros à taxa de juros compostos de 2,5% a.m., e a restituí-la integralmente no
final de 10 meses. O devedor pretende constituir um fundo de amortização com quotas mensais,
calculadas à taxa de juros compostos de 2% a.m. Calcular o seu dispêndio mensal e formar o
quadro de amortização.
Solução:
D0 = 15.000; n = 10meses; i = 2,5% a. m.
Quadro de amortização
Fundo
Período Juros Dispêndio constituído Fundo por
(k) Depósito (C ) (Jk) (PMT) [R(n)] constituir (Dk)
0 15,000.00
1 1,369.90 375.00 1,744.90 1,369.90 13,630.10
2 1,369.90 375.00 1,744.90 2,767.19 12,232.81
3 1,369.90 375.00 1,744.90 4,192.44 10,807.56
4 1,369.90 375.00 1,744.90 5,646.18 9,353.82
5 1,369.90 375.00 1,744.90 7,129.00 7,871.00
6 1,369.90 375.00 1,744.90 8,641.48 6,358.52
7 1,369.90 375.00 1,744.90 10,184.21 4,815.79
8 1,369.90 375.00 1,744.90 11,757.79 3,242.21
9 1,369.90 375.00 1,744.90 13,362.85 1,637.15
10 1,369.90 375.00 1,744.90 15,000.00 0.00
41
Aula prática 5
1. Um empréstimo contraído no início de Abril, no valor de 15.000,00 deve ser pago em dezoito
prestações mensais iguais, a uma taxa de meticais juros compostos de 2% ao mês, vencendo a
primeira prestação no fim de Abril, a segunda no fim de Maio e assim sucessivamente. Calcule:
b) Determinar o valor do depósito, que deve ser feito ao final de cada ano, para a formação do
fundo de amortização.
c) Determinar o valor total desembolsado pelo devedor, a cada ano, durante o período de
carência.
42
5. Um empréstimo de 200.000 meticais é reembolsável através de 15 anuidades constantes e
postecipadas, a taxa de juro anual de 8%. Com base na informação, pretende-se (Sistema Price):
a) Calcule o montante de cada anuidade.
b) Decomponha em juros e amortização a primeira e a última anuidade.
c) Calcule o montante do capital em dívida no início do oitavo ano.
d) Calcule de duas maneiras diferentes, referente a amortização referente a oitava
anuidade.
pede-se que:
a) Reconstrua a primeira, a seunda, a penúltima e a última linha do quadro
b) Calcule a duração do empréstimo
43
b) O valor da primeira e da última amortização de capital
c) O valor da anuidade
d) O montante do empréstimo
Determine:
a) A quota de amortização de capital contida na décima prestação
b) A quota de juro contida nas primeira e quinta prestações.
c) O valor da décima quinta prestação
d) O capital em dívida imediatamente após o pagamento da décima quinta prestação
11. Uma sociedade contraiu um empréstimo de 10.000.000,00 meticais amortizável de uma só vez
ao fim de quatro anos e com pagamento anual de juros, à taxa de juro anual de 10%.
a) Para fazer face à amortização do empréstimo a sociedade resolveu efectuar um
conjunto de sete depósitos semestrais constantes, com início no próprio momento em
que contraiu o empréstimo.
Calcule o valor de cada semestralidade, sabendo que o fundo de amortização
constituído acumula juros à taxa anual efectiva de 6%.
b) Quanto a sociedade pagará anual e semestralmente.
Anualmente será o Juro do empréstimo de 1.000.000,00 (10.000.000,00*10%) e
semestralmente será o valor de 1.232.821,74 para o fundo de amortização
44
Curso: GE, C&A, APA 7. Amortização de empréstimos obrigacionistas
Disciplina: Matematica Financeira II Data: 10 – 21.10.16 Nivel: 2º Ano
7.1 Obrigações
As obrigações são títulos de crédito com força executiva, pois basta a sua apresentação para
se poder exigir os direits que conferem, proporcionando ao seu titular o direito de receber juros
periodicamente e o reembolso do capital numa determinada data.
3
Código Comercial
45
A data do registo comercial da emissão;
O número de obrigações emitidas, o valor nominal de cada obrigação, o montante total
das obrigações da emissão;
A taxa e o modo de pagamento dos juros, os prazos e as condições de reembolso;
O número de ordem da obrigação;
As garantias especiais da obrigação;
A modalidade da obrigação e os direitos que conferem;
A série;
Quaisquer outras características particulares da emissão.
Daí que, a taxa de juro anunciada pelo emitente será tanto maior quanto maior for o risco de
incumprimento. Convém referir que no caso das OT´s o risco de incumprimento é zero.
Para calcular o valor de juros ou de cupão, estes são iguais ao produto do valor nominal da
obrigação, pela respectiva taxa de juro.
J = V𝑛 . 𝑖
As taxas de juro podem ser fixas e indexadas. No caso de serem fixas, estas são constantes ao
longo da vida do empréstimo. Sendo indexadas, variam ao longo da vida do empréstimo.
46
Valor nominal (Vn)
É o valor utilizado para o cálculo dos juros e que corresponde ao valor facial do título.
Vida do empréstimo
É a duração do empréstimo, ou seja, o tempo que decorre entre o momento da emissão das
obrigações e o pagamento da última prestação.
47
Maturidade
Para este tipo de obrigações o pagamento dos juros e o reembolso de capital só se verifica no
final do prazo de empréstimo. Assim o valor de emissão é sempre menor que o valor nominal.
Deste modo o juro está implícito na diferença entre o preço de emissão e o valor de reembolso.
São uma variante de obrigações de cupão zero. Neste tipo de obrigações os juros vãoo sendo
incorporados no processo de capitalização, sendo estes pagos no fim do prazo juntamente com
a amortização de capital.
Perpetuidades
Obrigações clássicas
Nestas obrigações a taxa de juro, isto é, a taxa de cupão, é fixada no momento da emissão
permanecendo inalterada durante toda a vida do empréstimo. Daí que se possa, considerar
como títulos de taxa fixa ou reversível.
A opção por este tipo de obrigações tem vantagens quer para o emitente quer para o
obrigacionista, dado que se pode saber no momento da emissão quais os cash-flows futuros
gerados pela obrigação.
Obrigações participantes
Neste tipo de obrigações o rendimento das mesmas é composto por duas partes: uma fixa e
outra variável e em função dos resutados da empresa.
48
A parte fixa confere aos seus titulares um rendimento normalmente inferior aos das obrigações
clássicas. A parte variável representa uma percentagem fixa ou uma percentagem variável do
lucro de cada exercício, independentemente do montante deste. Para o cálculo do juro
suplementar relativo ao exercício n considera-se o resultado líquido do exercício n-1, deduzido
das importâncias a levar à reserva legal ou às reservas obrigatórias e não considerando como
custo as amortizações efectuadas para além dos máximos fiscalmente admitidos.
Obrigações convertíveis
Estas obrigações caracterizam-se por dentro de certas condições, de preços, prazo e proporção
de conversão, poderem ser convertidas em acções, isto é, trocadas por acções da entidade
emitente. Só podem emitir obrigações as empresas cotadas na bolsa, verificando-se no
momento da conversão um aumento de capital com a emissão de novas acções.
V𝑛
PC =
𝑅𝐶
Valor de conversão (PC) = valor corrente de mercado das acções resultante da conversão.
50
Ex: RC = 4; Vn = VR = 50; PC = = 12,50
4
Assim se o preço das acções no mercado for inferior a 12,5 u.m. não vale a pena converter. Se
o preço das acções for superior a 12,50 u.m., então deve-se converter.
49
As obrigações com warrant só podem ser emitidas por empresas cotadas na bolsa. Neste caso
também temos de comparar o preço de subscrição com o valor de cotação das acções na
bolsa.
Obrigações grupadas
São as obrigações emitidas por um conjunto de empresas que têm alguma característica em
comum, como seja: pertencem ao mesmo sector de actividade, à mesma zona geográfica,
entre outros.
Este tipo de empréstimos permite muitas das vezes tornar viável a emissão de um empréstimo
obrigacionista e aproveitar a economia de escala, nomeadamente no que diz respeito aos
encargos com a emissão deste tipo de empréstimo.
Vida de uma obrigação, é o espaço de tempo durante o qual essa obrigação vai estar em
circulação.
Data de Data de
emissão amortização
Assim uma obrigação pode ter diferentes tipos de vida: vida mínima, vida média e vida máxima.
Vida média, que consiste na média aritmética ponderada entre o número de obrigações
amortizadas em cada reembolso pelos respectivos prazos de reembolso.
Se o reembolso ocorrer de uma só vez a vida média da obrigação coincide com a vida máxima
e com a vida mínima.
50
É a forma como o emitente procede ao reembolso do capital aos subscritores. As amortizações
dos empréstimos obrigaccionistas podem efectuar-se de várias formas:
Reembolso de uma só vez e no final – neste caso o empréstimo é pago no final (na
maturidade), e juntamente com o último cupão, mas os juros são pagos periodicamente.
Apesar de se tratar de modelo frequentemente utilizado o mesmo pode causar
problemas de tesouraria à entidade emitente, os quais podem ser resolvidos pela criação
de fundos de amortização (sinking fund).
Reembolsos periódicos - neste caso as amortizações são periódicas e ao longo do
período de vida útil do empréstimo e estas podem ser em prestações constantes ou
através de amortizações de capital constante. As principais modalidades de reembolso
periódico são: por sorteio, por lote ou por dedução ao valor nominal.
Nos empréstimos obrigacionistas o que está a ser amortizado é um conjunto de obrigações que
compreensivelmente deve ser um número inteiro. Pode acontecer que, ao se determinar o
número de obrigações a amortizar resulte em valor não inteiro para tal tem que se recorrer a
ajustamentos, por forma a que o capital a amortizar resulte num número inteiro de obrigações,
o que pode fazer com que as prestaçõe não sejam exactamente constantes, mas sim
aproximadamente constantes.
51
1−(1+𝑖)−𝑛 1−(1+𝑖)−𝑛
𝐷0 = 𝐶 𝑜𝑢 𝑄. 𝑉𝑛 = 𝐶
𝑖 𝑖
Esta é a prestação teórica já que o valor exacto da prestação não é exactamente aquele, pelo
facto de ser necessário efectuar ajustamentos para termos número inteiro de obrigações a
amortizar.
𝐽1 = 𝐷0 . 𝑖 𝑜𝑢 𝐽1 = 𝑄. 𝑉𝑛 . 𝑖
𝑚1 = 𝐶 − 𝐽1
4º. Calcular o número de obrigações que é possível amortizar com o valor obtido no passo
anterior:
𝑚1
𝑄1 =
𝑉𝑛
Pode acontecer que este valor não seja inteiro. Neste caso, arredondar-se-à para o inteiro mais
próximo e pode fazer com que todas as prestações não sejam exactamente, mas sim
aproximadamente constantes. Se, no final, a soma de todas as obrigações amortizadas for
diferente do valor das obrigações emitidas e subscritas, de se efectuar ajustamento que se
revelar necessário.
𝑚𝑘+1 = 𝑚𝑘 (1 + 𝑖) (𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟. 𝐸𝑠𝑡𝑒𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒𝑟
𝑒𝑥𝑎𝑐𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑎𝑧õ𝑒𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠)
𝑄𝑘+1 = 𝑄𝑘 (1 + 𝑖) (𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟. 𝐸𝑠𝑡𝑒𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒𝑟
𝑒𝑥𝑎𝑐𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑎𝑧õ𝑒𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠)
Exemplo:
52
e condições:
Resolução:
1−(1+𝑖)−𝑛
1º 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜: 𝐷0 = 𝐶
𝑖
1−(1+10%)−5
⇒ 100.000.000,00 = 𝐶
10%
⇒ 𝐶 = 26.379.748,00
𝑚1 16.379.748
4º 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜: 𝑄1 = ⇒ 𝑄1 = ⇒ 𝑄1 = 163.797,48 ≈ 163.798 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉𝑛 100,00
Nº de Obrig. Nº de Obrig.
Vivas no Valor Nominal A Amortização do Prestação a
Início do ano das Obrig. Vivas Juros do ano reembolsar Ano (Mt) Pagar
Ano (1) (Mt) (2)=(1)*Vn (Mt) (3)=(2)*i (4) (5)=(4)*VR (6)=(3)+(5)
1 1.000.000 100.000.000,00 10.000.000,00 163.798 818.990,00 10.818.990,00
2 836.202 83.620.200,00 8.362.020,00 180.177 900.885,00 9.262.905,00
3 656.025 65.602.500,00 6.560.250,00 198.195 990.975,00 7.551.225,00
4 457.830 45.783.000,00 4.578.300,00 218.014 1.090.070,00 5.668.370,00
5 239.816 23.981.600,00 2.398.160,00 239.816 1.199.080,00 3.597.240,00
Totais 31.898.730,00 1.000.000 5.000.000,00 36.898.730,00
53
7.2.1.2 Com prémio de reembolso
Havendo o prémio de reembolso VR>Vn. Por outro lado, pode acontecer que se pretenda que
a prestação (constante) seja apenas composta por amortização e juro, ou que seja composta
por amortização, juro e prémio de reembolso.
Do exemplo anterior vamos considerar que havia um prémio de reembolso de 20 meticais por
obrigação.
Resolução:
a) O quadro abaixo difere do anterior pelo facto deste apresentar mais uma coluna relativa
ao prémio de reembolso.
Nº de
Obrig. Valor Nominal Nº de
Vivas no das Obrig. Obrig. A Amortização do Prémio de Prestação a
Início do Vivas (Mt) Juros do ano reembolsar Ano (Mt) Reembolso Pagar
Ano ano (1) (2)=(1)*Vn (Mt) (3)=(2)*i (4) (5)=(4)*Vn (6)=(4)*Pr (6)=(3)+(5)
1 1.000.000 100.000.000,00 10.000.000,00 163.798 16.379.800,00 3.275.960,00 26.379.800,00
2 836.202 83.620.200,00 8.362.020,00 180.177 18.017.700,00 3.603.540,00 26.379.720,00
3 656.025 65.602.500,00 6.560.250,00 198.195 19.819.500,00 3.963.900,00 26.379.750,00
4 457.830 45.783.000,00 4.578.300,00 218.014 21.801.400,00 4.360.280,00 26.379.700,00
5 239.816 23.981.600,00 2.398.160,00 239.816 23.981.600,00 4.796.320,00 26.379.760,00
Totais 31.898.730,00 1.000.000 100.000.000,00 20.000.000,00 131.898.730,00
𝐶𝑘 = 𝐽𝑘 + 𝑚𝑘 + 𝑃𝑟𝑘 𝐶𝑘 = 𝑄𝑣𝑘−1 . 𝑉𝑛 . 𝑖 + 𝑄𝑘 . 𝑉𝑅
{ ⇒ { 𝑘 + 𝑃𝑟𝑘 = 𝑄𝑘 . 𝑉𝑅 ∧ 𝑚𝑘+1 + 𝑃𝑟𝑘+1 = 𝑄𝑘+1 . 𝑉𝑅
𝑚
𝐶𝑘+1 = 𝐽𝑘+1 + 𝑚𝑘+1 + 𝑃𝑟𝑘+1 𝐶𝑘+1 = 𝑄𝑣𝑘 . 𝑉𝑛 . 𝑖 + 𝑄𝑘+1 . 𝑉𝑅
54
𝐶𝑘 = 𝐶𝑘+1 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑄𝑣𝑘 = 𝑄𝑣𝑘−1 − 𝑄𝑘 ⇒ 𝑄𝑣𝑘−1 = 𝑄𝑣𝑘 + 𝑄𝑘
⇒{
𝑄𝑣𝑘−1 . 𝑉𝑛 . 𝑖 + 𝑄𝑘 . 𝑉𝑅 = 𝑄𝑣𝑘 . 𝑉𝑛 . 𝑖 + 𝑄𝑘+1 . 𝑉𝑅
𝑉𝑛.𝑖+𝑉𝑅 𝑽𝒏
⇒ 𝑄𝑘 (𝑉𝑛 . 𝑖 + 𝑉𝑅 ) = 𝑄𝑘+1 . 𝑉𝑅 ⇒ 𝑄𝑘+1 = 𝑄𝑘 . ⇒ 𝑸𝒌+𝟏 = 𝑸𝒌 . (𝟏 + . 𝒊)
𝑉𝑅 𝑽𝑹
𝑙𝑜𝑔𝑜,
𝑉
(1+ 𝑛 .𝑖)𝑛 −1
𝑉𝑅
𝑄 = 𝑄1 𝑉𝑛 e
.𝑖
𝑉𝑅
𝑉
1−(1+𝑉𝑛 .𝑖)−𝑛
𝑅
𝑄. 𝑉𝑅 = 𝐶 𝑉𝑛
.𝑖
𝑉𝑅
100
1−(1+ .10%)−5
120
⇒ 120.000.000,00 = 𝐶 100
.10%
120
⇒ 𝑃𝑀𝑇 = 30.319.285,00
𝑚1 20.319.285
4º 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜: 𝑄1 = ⇒ 𝑄1 = ⇒ 𝑄1 = 169.327,38 ≈ 169.327 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉𝑅 120,00
𝑉𝑛 100
𝑄2 = 𝑄1 (1 + . 𝑖) ⇒ 𝑄2 = 169.327,38 (1 + . 10%) ⇒ 𝑄2 = 183.437,99
𝑉𝑅 120
⇒ 𝑄2 ≈ 183.438 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉 100
𝑄3 = 𝑄2 (1 + 𝑛 . 𝑖) ⇒ 𝑄3 = 183.437,99 (1 + . 10%) ⇒ 𝑄3 = 198.724,49
𝑉𝑅 120
⇒ 𝑄3 ≈ 198.725 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉 100
𝑄4 = 𝑄3 (1 + 𝑛 . 𝑖) ⇒ 𝑄4 = 198.724,49 (1 + . 10%) ⇒ 𝑄4 = 215.284,87
𝑉𝑅 120
⇒ 𝑄4 ≈ 215.285 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉 100
𝑄5 = 𝑄4 (1 + 𝑛 . 𝑖) ⇒ 𝑄5 = 215.284,87 (1 + . 10%) ⇒ 𝑄5 = 233.225,27
𝑉𝑅 120
⇒ 𝑄5 ≈ 233.225 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
55
Nº de Obrig.
Vivas no Valor Nominal Nº de Obrig. Amortiz ação do Prémio de Prestação a
Início do ano das Obrig. Vivas Juros do ano (Mt) A reembolsar Ano (Mt) Reembolso Pagar
Ano (1) (Mt) (2)=(1)*Vn (3)=(2)* i (4) (5)=(4)*Vn (6)=(4)*Pr (6)=(3)+(5)
1 1.000.000 100.000.000,00 10.000.000,00 169.327 16.932.700,00 3.386.540,00 30.319.240,00
2 830.673 83.067.300,00 8.306.730,00 183.438 18.343.800,00 3.668.760,00 30.319.290,00
3 647.235 64.723.500,00 6.472.350,00 198.725 19.872.500,00 3.974.500,00 30.319.350,00
4 448.510 44.851.000,00 4.485.100,00 215.285 21.528.500,00 4.305.700,00 30.319.300,00
5 233.225 23.322.500,00 2.332.250,00 233.225 23.322.500,00 4.664.500,00 30.319.250,00
Totais 31.596.430,00 1.000.000 100.000.000,00 20.000.000,00 151.596.430,00
Resolução:
𝐷0 100.000.000,00
Assim, o valor a amortizar anualmente é 𝑚 = ⇒𝑚= ⇒ 𝑚 = 20.000.000,00 e o número
𝑛 5
𝑄 1.000.000,00
de obrigações a amortizar 𝑄𝑘 = ⇒ 𝑄𝑘 = ⇒ 𝑄𝑘 = 200.000, assim o quadro de
𝑛 5
amortização fica:
56
N º de Obrig. Valor N om inal N º de Obrig. Am ortiz ação do Prestação a
Juros do ano (M t)
Ano Vivas no das Obrig. Vivas A reem bolsar Ano (M t) Pagar
(3 )= (2 )* i
Início do ano (M t) (2 )= (1 )* Vn (4 ) (5 )= (4 )* VR (6 )= (3 )+ (5 )
1 1.000.000 100.000.000,00 10.000.000,00 200.000 20.000.000,00 30.000.000,00
2 800.000 80.000.000,00 8.000.000,00 200.000 20.000.000,00 28.000.000,00
3 600.000 60.000.000,00 6.000.000,00 200.000 20.000.000,00 26.000.000,00
4 400.000 40.000.000,00 4.000.000,00 200.000 20.000.000,00 24.000.000,00
5 200.000 20.000.000,00 2.000.000,00 200.000 20.000.000,00 22.000.000,00
Totais 3 0 .0 0 0 .0 0 0 ,0 0 1 .0 0 0 .0 0 0 1 0 0 .0 0 0 .0 0 0 ,0 0 1 3 0 .0 0 0 .0 0 0 ,0 0
Esta situação difere da anterior por incluir mais uma coluna, a de prémio de reembolso, e a
prestação é superior à anterior exactamente pelo valor do prémio de reembolso.
Nº de Obrig.
Valor Nominal Nº de Obrig. Amortização do Prémio de Prestação a
Vivas no Juros do ano (Mt)
Ano das Obrig. Vivas A reembolsar Ano (Mt) Reembolso Pagar
Início do ano (3)=(2)*i
(Mt) (2)=(1)*Vn (4) (5)=(4)*VR (6)=(4)*Pr (6)=(3)+(5)
(1)
1 1.000.000 100.000.000,00 10.000.000,00 200.000 20.000.000,00 4.000.000,00 34.000.000,00
2 800.000 80.000.000,00 8.000.000,00 200.000 20.000.000,00 4.000.000,00 32.000.000,00
3 600.000 60.000.000,00 6.000.000,00 200.000 20.000.000,00 4.000.000,00 30.000.000,00
4 400.000 40.000.000,00 4.000.000,00 200.000 20.000.000,00 4.000.000,00 28.000.000,00
5 200.000 20.000.000,00 2.000.000,00 200.000 20.000.000,00 4.000.000,00 26.000.000,00
Totais 30.000.000,00 1.000.000 100.000.000,00 20.000.000,00 150.000.000,00
57
Valor de reembolso: pelo valor nominal
Resolução:
A taxa de juro anual nominal ou taxa de cupão serve apenas para calcular o juro periódico a
que o subscritor tem direito. Todavia, nem sempre esta taxa reflecte o retorno que o subscritor
obtém ou o custo que emitente incorre. Assim é importante achar a taxa efectiva associada ao
empréstimo obrigacionista, quer na óptica do subscritor quer na óptica do emitente.
Exemplo: Tendo adquirido 10.000 obrigações da empresa ABC, o sr. João foi reembolsado no
final do 4º ano. Aquele empréstimo foi emitido nas seguintes condições:
58
Valor nominal: 100 meticais
Emissão ao par
Juros pagos anualmente à taxa anual nominal de 10%
Valor de reembolso: pelo valor nominal acrescido de um prémio de reembolso de 20
meticais
Resolução:
Assim, a equação que permite achar a taxa efectiva para o subscritor fica:
𝑖𝑟𝑠 = 14,0617%
Negativos: despesas de emissão (De), juros pagos (J1, J2, J3,..., Jn), amortizações
efectuadas (m1, m2, m3,..., mn) e o prémio de reembolso (Pr).
Positivos: montante encaixado com o empréstimo (Q.V E, admitindo que todas as
obrigações emitidas foram subscritas).
𝑛
𝑚𝑘 + 𝑃𝑟𝑘 + 𝑗𝑘
𝑄. 𝑉𝐸 = 𝐷𝑒 + ∑ [ ]
(1 + 𝑖𝑟𝑒 )𝑘
𝑘=1
59
1 − (1 + 𝑖𝑟𝑒 )−𝑛
𝑄. 𝑉𝐸 = 𝐷𝑒 + 𝑃𝑀𝑇
𝑖𝑟𝑒
100.000 obrigações
Valor nominal 50 meticais
Valor de emissão 49 meticais
Prazo: 5 anos
Juros pagos anualmente à taxa de juro anual nominal de 10%
Reembolso ao par
Despesas de emissão 20.000,00
Resolução:
⇒ 𝐶 = 1.318.987,40
1−(1+𝑖𝑟𝑒 )−5
⇒ = 3,70
𝑖𝑟𝑒
60
𝑖𝑟1 = 10% → 𝑉𝐸1 = 3,790787
{ 𝑖𝑟𝑒 =? → 𝑉𝐸1 = 3,70
𝑖𝑟2 = 11% → 𝑉𝐸1 = 3,695897
𝑉𝐸1 −𝑉𝐸 𝑉𝐸 −𝑉𝐸2
𝑖𝑟𝑒 = 𝑖𝑟1 − (𝑖𝑟1 − 𝑖𝑟2 ) 𝑜𝑢 𝑖𝑟𝑒 = 𝑖𝑟2 + (𝑖𝑟1 − 𝑖𝑟2 )
𝑉𝐸1 −𝑉𝐸2 𝑉𝐸1 −𝑉𝐸2
3,79−3,70 3,70−3,69
𝑖𝑟𝑒 = 10% − (10% − 11%) 𝑜𝑢 𝑖𝑟𝑒 = 12% + (10% − 11%)
3,79−3,69 3,79−3,69
𝑖𝑟𝑒 = 10,9588%
b) Através de amortizações
𝐸𝑛𝑐𝑎𝑖𝑥𝑒 = 100.000 ∗ 49,00 = 4.900.000,00
𝐷0 100.000∗50,00
𝐷𝑒 = 20.000,00; 𝑚 = = = 1.000.000,00
𝑛 5
1−(1+𝑖𝑟𝑒 )−𝑛 𝑗
𝑄. 𝑉𝐸 = 𝐷𝑒 + (𝑚 + 𝑃𝑟 ) + ∑𝑛𝑘=1 (1+𝑖𝑘 𝑘
𝑖𝑟𝑒 𝑟𝑒 )
4.881.445,18−4.880.000,00
𝑖𝑟𝑒 = 11% − (11% − 12%) 𝑜𝑢
4.881.445,18−4.790.324,37
4.880.000,00−4.790.324,37
𝑖𝑟𝑒 = 12% + (11% − 12%)
4.881.445,18−4.790.324,37
61
𝑖𝑟𝑒 = 11,0159%
62
Aula prática 6
1. A sociedade AEI, SA emitiu um empréstimo obrigacionista de 100.000 obrigações ao valor
nominal de 50 meticais. O preço de emissão foi de 48 meticais e a empresa propôs-se a
reembolsar cada obrigação por 51,5 meticais.
Determine:
a) Valor do empréstimo
b) Capital recebido
c) Capital a reembolsar.
2. O Banco Ultramarino emitiu ao par 100.000 obrigações, de valor nominal 100,00 meticais e vida
máxima 3 anos. Sabendo que a taxa de juro é fixa e igual a 5% ao ano, os juros pagos anual e
postecipadamente, e que o empréstimo será amortizado em 3 amortizações constantes, elabore
o quadro de amortizações.
3. Empréstimo de 100 mil obrigações de valor de 100 meticais. Emissão abaixo do par ao preço
de 95 meticais e amortização ao par. Taxa do empréstimo 5% com juros anuais, primeiro
vencimento do juro em 1/8/2009 data de início da produção de juros 1/8/2008. Amortização
através de 5 sorteios anuais, nº constante de obrigações amortizadas em cada ano, início dos
reembolsos em 1/8/2011.
b) Calcule a taxa efectiva do empréstimo sabendo que as despesas de emissão foram de 5000
meticais e o valor de emissão de 95,00 meticais.
c) Admitindo que você é um subscritor do empréstimo e que foi reembolsado no 3º ano, qual a
sua taxa de juros efectiva?
5. Uma sociedade emitiu 2.000 obrigações de valor nominal de 500 meticais, taxa fixa nominal
63
de 8%, preço de emissão 481 meticais. A amortização será por 5 anuidades constantes (renda
imediata). Os encargos de emissão elevam-se a 0,5 meticais por obrigação.
7. Uma sociedade precisa de emitir 100.000 obrigações de valor nominal de 200 meticais
amortizáveis em 20 anos, por anuidades constantes (renda imediata). A taxa nominal fixada para
o empréstimo é de 5%/ano. A sociedade pretende oferecer, para incentivar a subscrição
pública, um prémio de reembolso. Como a amortização será ao par, este prémio tem de resultar
de uma emissão abaixo do par. Sabendo que, por um lado, é forçoso suportar 0,13 meticais pela
emissão de cada obrigação, e por outro lado, que a sociedade aceita uma taxa efectiva de
encargo financeiro de 6%, determine o valor de emissão das obrigações.
Preço de emissão = ?
Despesas de Emissão = 1% do montante bruto recebido
Reembolso ao par
Pagamento do empréstimo em 10 anuidades constantes
Taxa nominal do empréstimo = 20%
a) Calcule o preço de emissão a que a empresa Beta deverá colocar as suas obrigações, bem
como a taxa efectiva a que se irá financiar. (valor aproximado)
64
amortização do capital a efectuar nesse mesmo ano.
10. Uma sociedade de capitais privados emitiu um empréstimo obrigacionista representado por
200.000 obrigações com o valor nominal de 5 meticais, vencendo juros à taxa anual de 6%, nas
seguintes condições:
reembolso em 5 prestações anuais sendo constante o número de obrigações a reembolsar
em cada.
reembolso ao par vencendo-se o primeiro um ano após a data do termo da subscrição
subscrição ao par iniciando-se a contagem de juros a partir do último dia de subscrição.
65