Estudos Bíblicos para Jovens e Adultos
Estudo 16: BÍBLIA, SABEDORIA PARA
A SALVAÇÃO
Texto bíblico: 2 Timóteo 3.10-17
As pessoas que se convertem ao cristianismo reco-
nhecem a necessidade de praticar os ensinamentos
de Jesus e viver a verdadeira espiritualidade. Mas
como conhecer e permanecer fiel à vontade de Deus?
Como saber se nossa prática de vida é coerente com
o plano da salvação? Uma das possibilidades é por
meio do estudo da Bíblia.
Ela foi escrita para contar a história da salvação e
torná-la disponível a toda humanidade ao longo
dos tempos. Desde então, esta história desenrola-
se e, agora, com a nossa participação, caminha para
seu final, com a segunda vinda de Jesus e a com-
pleta instauração do Reino de Deus. A Bíblia nos
ensina, repreende, corrige, educa... para quê?
INSPIRADA POR DEUS
A Bíblia é o conjunto de livros do Antigo e Novo
Testamentos, escritos sob a orientação do Espírito
Santo. Que isso significa? Ao escrever, os autores
bíblicos foram influenciados de tal maneira pela
ação do Espírito Santo que os seus escritos são ao
mesmo tempo a sua própria obra, mas também
uma obra de Deus. Embora respeitando a cultura,
as limitações e o estilo próprio de cada autor hu-
mano, Deus o instruiu a escrever para que a sua
Palavra chegasse até nós. A Bíblia é a mensagem
de Deus a nós, transmitida "muitas vezes e de mui-
tas maneiras" e que, finalmente, foi encarnada em
Jesus Cristo:
"Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e
de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual
também fez o universo" (Hebreus 1.1-2)
ÚTIL PARA O ENSINO
A Bíblia é útil para o ensino porque nos revela as
três linhas de desdobramento da história da salva-
ção: o idealizador da salvação, o caminho da sal-
vação e os herdeiros e herdeiras da salvação.
Deus criou os seres humanos destinando-os à feli-
cidade, paz e comunhão com ele. Com o pecado,
houve a separação entre as criaturas e o seu cria-
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 4
dor. Mas Deus idealizou uma forma de resgatar a
antiga amizade, iniciando a história da salvação
(Efésios 2). Deus estende a sua graça para desper-
tar em seu povo uma resposta de fé e obediência
(Efésios 1.1-14; Romanos 5.6.1-12). Revela-se por
meio de obras poderosas e das palavras dos profe-
tas (Salmo 19, Hebreus 1). A misericórdia se torna
possível para todas as pessoas que ouvem e aca-
tam a voz de Deus.
Com Jesus é manifestada a presença de Deus en-
tre nós. Ele mesmo é o caminho da salvação (João
10.9-10) e ensina, à viva voz, sobre o amor e a
vontade do Pai. Está na Bíblia, para nós, o registro
da sua vida e ensinos, morte e vitória (João 20.30)
Somos herdeiros da salvação. Para que retornemos
ao Pai, Deus nos convida a ouvir e cumprir sua
palavra. Isso requer uma vida de devoção (pieda-
de, oração, jejum, leitura da Bíblia) e misericórdia
(ajuda às pessoas carentes, visitas aos enfermos,
encarcerados, promoção de empregos). Resta-nos
responder afirmativamente.
ÚTIL PARA A REPREENSÃO
As narrativas bíblicas não escondem nem diminu-
em a intensidade da maldade, erros, fraquezas ou
fracassos das pessoas. Veja nos exemplos abaixo
as repreensões bíblicas ao pecado:
Gênesis 4.9-10 ______________________________
___________________________________________
____________________________________________
Gênesis 29.25 _______________________________
___________________________________________
______________________________________________
Amós 5.21-24 ______________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Mateus 15.7 ________________________________
___________________________________________
161 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
___________________________________________
Apocalipse 2.16 _____________________________
___________________________________________
___________________________________________
Mateus 18.15-17 _____________________________
___________________________________________
___________________________________________
Como somos passíveis dos mesmos erros, por ser-
mos humanos e pecadores, as repreensões registradas
na Bíblia são válidas em qualquer tempo.
ÚTIL PARA A CORREÇÃO
A Bíblia aponta sinais para a correção de rotas. Ao
alertar: "Não julgueis para que não sejais julgados"
(Mateus 7.1), Jesus tentava recuperar as pessoas
acostumadas a fazer juízos temerários de outras
pessoas. E fez outras advertências:
"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a
terra" (Mateus 6.19);
"Amais os vossos inimigos" (Mateus 5.44);
"Dá a quem te pede" (Mateus 5.42);
"Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos
homens" (Mateus 6.1);
"Não andeis ansiosos..." (Mateus 6.25).
Jesus conhecia o mais íntimo dos seres humanos e
se compadecia deles. Percebia o esforço de seus
discípulos em segui-lo e tê-lo como exemplo. Via
também as multidões como ovelhas sem pastor. Era
preciso nortear a caminhada do crescimento espi-
ritual. Por isso, ele corrige, construindo, de um modo
novo para todos, o alicerce do Reino que veio im-
plantar neste mundo.
ÚTIL PARA A EDUCAÇÃO NA JUSTIÇA
Jesus afirma: "Se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
Reino dos Céus" (Mateus 5.20). Com isso, aponta
a superioridade da justiça divina, nosso padrão de
vida. No Sermão do Monte, relatado no capítulo 5
de Mateus, encontram-se os pilares da ética e da
justiça, requeridos dos seres humanos por parte de
Deus. A justiça divina tem a ver com o favor e a
graça de Deus. E se quisermos ser perfeitos como
o Pai celestial (Mateus 5.48), a misericórdia, o amor,
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 4
o perdão e todo o cumprimento da Lei precisam
refletir o próprio Deus em nós.
A Bíblia ensina, repreende, corrige e educa na jus-
tiça para colaborar com a nossa perfeição ou
espiritualidade genuína. E mais: para nos habilitar
à prática de toda boa obra (2 Timóteo 2.17). Para
nos ajudar na conquista deste objetivo, 2 Timóteo
2.15, nos coloca um grande desafio:
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade."
E POR FIM...
Planejem um culto na casa de um dos integrantes
do grupo de estudo. A mensagem do culto será o
conteúdo deste encontro. Uma pessoa do grupo
poderá apresentar o estudo na casa. Incrementem
o encontro com testemunhos, músicas adequadas
ao tema, cartazes, etc. Convidem outras pessoas
para participar do culto.
POR DENTRO DAS PALAVRAS
ÉTICA: vem do grego “ethos” e significa ‘modo de
ser’. Por definição, indica a atuação do indivíduo
visando ao bem comum.
JUSTIÇA: Sedaqah, em hebraico. A expressão sidekot
Yhwh, traduzida por justiças de Javé, deve ser enten-
dida como os atos salvíficos de Javé. O esforço de
recontar os atos salvíficos de Javé, no passado, tinha
o objetivo de resgatar a fé no Deus que age em favor
dos necessitados e trazer alento para o povo.
ANOTAÇÕES
___________________________________________________________________
______________________________________________
_____________________________________________
______________________________________________
___________________________________________________________________
______________________________________________
_____________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________
_____________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________
162 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
ORIENTAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DO ESTUDO
Texto bíblico: 2 Timóteo 3.10-17
OBJETIVO
Reconhecer na Bíblia o instrumento oferecido por
Deus para a revelação de si mesmo e de sua von-
tade para os seres humanos.
PONTO DE PARTIDA
As histórias da Bíblia, em particular no Antigo Tes-
tamento, foram coletadas e guardadas ao longo de
muitos anos, antes de serem escritas. Isso porque
são histórias que foram primeiramente vividas, ex-
perimentadas pelo povo de Deus em sua vivência
diária. Quando uma dessas histórias era sempre
recordada, recontada, revivida, ela passava a ter
uma importância maior para as pessoas. Então,
alguém (especialmente um escriba, que era um
escritor do templo), pegava essa história e a escre-
via num tablete de barro, num papiro (um tipo de
papel feito de fibra vegetal) ou num pergaminho
(couro de cabrito curtido).
No Antigo Testamento, esse processo de guardar,
contar e escrever as histórias do povo de Deus du-
rou mais ou menos 1.500 anos. As histórias eram
contadas de pais para filhos e era um dever sagra-
do preservá-las. Um exemplo é a festa da Páscoa,
na qual celebrava-se a saída do Egito, da situação
de escravos, para a oportunidade de uma nova
vida com Deus, numa terra diferente. Para lembrar
essa história de salvação, o povo criou ritos, nos
quais havia comidas especiais, sobre as quais as
crianças deviam perguntar, para que os pais
recontassem como Deus os livrara (Êx 12.24-27).
Os salmos também possuem vários exemplos dessa
prática de recontar as histórias. Leia o Sl 78.3-8; Sl
106, Sl 107, entre outros. Todos esses salmos eram
cantados no culto, onde os feitos salvíficos de Deus
eram relembrados, preservando a memória da fé.
Num tempo em que a escrita não era acessível a
muitas pessoas, a memória foi a forma pela qual as
histórias atravessaram os séculos, tornando possí-
vel o conhecimento atual daquilo que Deus fez no
passado. Segundo o prof. Tércio Machado Siqueira,
"as histórias da Bíblia contêm algo mais que uma
descrição de fatos acontecidos. Toda tentativa de
descrever a história do povo de Deus possui dois
propósitos: primeiro, descrever a ação concreta de
Deus, num determinado tempo da história do An-
tigo Oriente Médio, usando originalmente como
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 4
instrumento um povo oprimido que estava em bus-
ca de um lugar para morar, plantar e viver com
dignidade; segundo, mostrar que esta ação foi pon-
tilhada de intervenções milagrosas, descritas pelo
historiador bíblico através de expressões como "si-
nais e maravilhas". (Revista Em Marcha, A forma-
ção do Antigo Testamento, Imprensa Metodista,
1996, p.7).
NO GRUPO DE ADULTOS
Conhecer o significado das palavras de 2 Timóteo
3.14-17, destacadas neste estudo.
Escrever em pequenos papéis: “A partir de 2 Timó-
teo 3.14-17, esclarecer o sentido da expressão Es-
critura e compartilhar com o grupo no próximo
encontro”. Elaborar mais cinco papéis substituindo
a palavra Escritura pelas demais: Divinamente
Inspirada, Ensinar, Repreender, Corrigir e
Instruir.
Em encontros anteriores, organizar a turma em seis
equipes e fazer um sorteio dos papéis.
Disponibilizar um tempo para que o grupo dialo-
gue sobre o planejamento de realização da ativida-
de. Quanto mais criativa for a apresentação do gru-
po, melhor será para o processo de aprendizagem.
No dia do encontro introduzir o tema com a apre-
sentação de cada equipe em cinco minutos.
Após a apresentação, conceder uns minutos para
que as pessoas compartilhem seus sentimentos so-
bre a atividade vivenciada.
Desenvolver o estudo.
Relacionar o estudo com a realidade do grupo.
NO GRUPO DE JOVENS
Escrever em pequenos papéis: Relacione o tema
deste estudo "Bíblia: sabedoria para a salvação" com
as palavras destacadas no texto de 2 Timóteo 3.14-
17: Escritura, Divinamente Inspirada, Ensinar, Re-
preender, Corrigir e Instruir e outras que desejarem.
Em encontros anteriores, organizar a turma em seis
equipes e sortear os papéis.
Disponibilizar um tempo para que o grupo planeje
a execução da atividade. Quanto mais criativa for
a apresentação do grupo, melhor será para o pro-
cesso de aprendizagem.
163 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
No dia do encontro iniciar com as apresentações,
de cinco minutos para cada equipe.
Após a apresentação de todos, conceder uns mi-
nutos para que as pessoas compartilhem seus sen-
timentos sobre atividade vivenciada.
Desenvolver o estudo.
Relacionar todo o estudo com a realidade do gru-
po e da vida.
POR DENTRO DO ASSUNTO
1 e 2 Timóteo (VVAA, O Mundo da Bíblia,
SP, Paulinas, 1986, p.620)
Timóteo nascera de mãe hebreia e de pai grego,
em Listra, na província romana da Galácia (não
longe de Konya na hodierna Turquia), e deve ter-
se convertido quando Paulo passou por lá durante
sua primeira viagem missionária. Seus progressos
foram tão rápidos que Paulo, ao regressar para uma
nova visita, decidiu tomá-lo consigo nas suas via-
gens. Os anciãos da Igreja local se declaram de
acordo, lhe deram a bênção e desde aquele mo-
mento Timóteo tornou-se o companheiro
inseparável, leal, fidedigno e grandemente amado
do apóstolo.
Não tinha um temperamento corajoso e era de fra-
ca saúde, mas a confiança que Paulo nele colocou
não foi desiludida. Nas cartas enviadas às várias
Igrejas ele fala com calor do "seu filho na fé". Timó-
teo viajou com ele, é a ele associado em muitas
cartas e agiu muitas vezes como enviado seu. Pri-
meiro Paulo o deixou em Bereia, para consolidar e
continuar sua obra lá e em Tessalônica. Depois o
enviou a Corinto para uma missão muito difícil,
quando ficou sabendo das dificuldades surgidas
naquela Igreja. Enfim, quando lhe escreveu, Timó-
teo achava-se em Éfeso em visita aos grupos cris-
tãos locais e com o encargo de escolher e formar o
pessoal dirigente.
As cartas. As duas a Timóteo, como também a
carta a Tito foram escritas por Paulo pelo final da
sua vida. Estava em liberdade quando escreveu a
1 Timóteo e Tito e acabava de levar a bom termo
outra missão na Grécia e em regiões da atual Tur-
quia. Isto não concorda com o que conhecemos
pelos Atos; por isso pode-se pensar que ele tenha
sido libertado do cativeiro descrito em Atos 28, te-
nha recomeçado a pregar por algum tempo e te-
nha sido depois novamente preso e levado a Roma
para o processo. Em 1 Timóteo encontramo-lo de
novo na prisão e esperando ser sentenciado.
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 4
2 Timóteo 3 (VVAA, O Mundo da Bíblia, SP,
Paulinas, 1986, p.621-622.)
Tempos conturbados se anunciam
Paulo adverte que, com a aproximação da volta
de Cristo, o mal crescerá em intensidade também
na Igreja (5-6). O que ficarem fiéis serão persegui-
dos, como predisse Jesus (Jô 15.20). Timóteo de-
verá continuar aderindo firmemente às verdades
ensinadas pelas Escrituras, que contêm tudo o que
é necessário para se salvar e para viver retamente.
Janes e Jambres (v.8): segundo a tradição judaica,
assim se chamavam os magos do faraó (Êx 7).
V.11: ver At 13-14. Timóteo certamente se lembrava
bem desses acontecimentos, que se deram perto da
sua cidade. Em Listra, sua terra, Paulo fora apedreja-
do e abandonado porque foi dado como morto.
PARA SABER MAIS
2 Timóteo 3.10-17
BERGANT, D. CSA e KARRIS, R.J. OFM (orgs.).
Comentário Bíblico. São Paulo: Loyola, 1999,
p.294, 295, Vol. 3.
2 Timóteo 3.10-17 O exemplo do autor como mes-
tre. Ao contrário dos falsos doutores, que se opõem
à verdade, Timóteo é elogiado: "Seguiste-me com
diligência no ensino" (v. 10; cf. 2.2). A ênfase está
inequivocamente na fidelidade necessária em uma
missão difícil. É dito a Timóteo com todas as letras
que sua missão não é apenas conservar o bom
depósito (1.14), mas bondosamente corrigir os
"contraditores" (2.25) e repreender, ameaçar, exor-
tar, "sempre com paciência" (4.2). O firme, mas pa-
ciente, exercício de autoridade pelo epíscopo acar-
reta sofrimentos, a razão de Timóteo ser lembrado
na conduta de Paulo e também de seu ensinamento
(v.10). As perseguições vêm com o mistério - não
assédio político de funcionários públicos, mas hos-
tilidade dentro da Igreja. Por isso as virtudes dese-
jáveis são na conduta, na fé, na paciência... na
perseverança" (v.10). O fundamento desse bom
comportamento é o apego à verdade, por isso Ti-
móteo é exortado a ser fiel à crença da Igreja, à
autêntica sucessão de seu ensinamento (1,5; 2,2).
É feita menção especial da aceitação da Escritura
por Timóteo - certamente a Bíblia hebraica que é
lida à luz da fé em Jesus. A Escritura mencionada
pode ser o Pentateuco, o modo de vida da aliança,
pois o autor observa que essa Escritura leva à sal-
vação os que creem em Cristo. Por conseguinte,
ela não aponta profeticamente para o próprio Je-
sus tanto quanto para o modo de vida dos cristãos.
164 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
Conhecemos uma controvérsia em 1 Timóteo so-
bre interpretações da lei veterotestamentária (1.7)
e atitudes errôneas em relação a casamento, dieta
e outras práticas acéticas. O autor indicou ali (1.8-
11) que os dez mandamentos são o código da ali-
ança da Igreja Cristã, o que sugere uma persistên-
cia cristã, não nas leis e no legalismo do Antigo
Testamento, mas nas expressões da lei do amor
encontradas no código da aliança essencial.
A Igreja Primitiva era assediada em ambos os lados
por atitudes erradas à lei. Alguns jogariam fora to-
das as leis e viveriam como libertinos e antinômicos,
livres de toda autoridade e ordem; baseavam essa
posição na liberdade radical que sentiam por com-
partilhar a ressurreição de Cristo e possuir o Espírito
de Deus (cf. 1 Cor 6.12). Essa linha de pensamento
talvez esteja refletida em 2Tm 2.18. Outros
reimporiam o judaísmo sobre o cristianismo e exigi-
riam observação estrita da lei (Atos 15.1.5; Gl 5.1-
2); baseavam seus argumentos na importância per-
manente da Palavra de Deus revelada como escri-
tura. As Igrejas Primitivas viam excesso nas duas di-
reções e tentavam insistir no fim essencial da lei em
Cristo e também na liberdade no Senhor, liberdade,
porém entendida como perfeita obediência ao Se-
nhor Jesus e uma vida digna da vocação da pessoa.
Em 3.15-16 é defendido o valor permanente da
Escritura. Ela é, afinal de contas, a Palavra de Deus
inspirada. Ao contrário de Marcião e outros hereges
primitivos que dispersariam completamente a Bíblia
Hebraica, esse autor insiste que as Escrituras judai-
cas continuam sendo a Bíblia da Igreja. Elas não
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 4
eram meramente espiritualizadas, como uma cole-
tânea de profecias sobre Jesus. Como demonstra o
v.16, toda a Escritura "é útil para ensinar, refutar,
corrigir, educar na justiça". Contudo, apesar de toda
essa preocupação com a validade permanente do
antigo testamento, ele é relativamente pouco citado
nas Pastorais (cf. 1Tm 5.18; 2Tm 2.19), embora es-
sas cartas sejam incrivelmente ricas em alusões às
Escrituras e ao ensinamento moral tradicional do
judaísmo tardio.
E POR FIM...
Orem, pedindo a graça de Deus para viver seus
ensinamentos conforme 2 Timóteo 3.10-17.
RESPOSTAS
Gênesis 4.9-10. O amargo rancor de Caim que
o leva a matar seu irmão Abel.
Gênesis 29.25. A traição de Labão com a inten-
ção de oprimir e tirar vantagens de Jacó. A ganân-
cia pelo dinheiro que consumou a opressão.
Amós 5.21-24. Oferta a Deus como puro cum-
primento dos deveres e por obrigação são rejeita-
das por Deus (Leia Miquéias 6.8).
Mateus 15.7-11. A incoerência entre teoria e a
prática. A Pregação e o testemunho.
Mateus 18.15-17. Orientações quanto ao per-
dão e o relacionamento interpessoal e unidade
cristã.
165 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO