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Todos os dias a equipe de Jade aum entava, e ela não tinha mais controle do
que acontecia na sua carreira internacional. Apenas existiam pessoas tentando
fazê-la não se atrasar para os com prom issos, m arcados sem sua autorização.
Esse parecia ser o preço do sucesso, da fam a tão alm ejada. A cantora tentava
entender a confusão catastrófica. Passava os dias bebendo m isturas alcoólicas
exóticas e aparecendo em program as idiotas de TV. Phil quase sem pre a
acom panhava, e Sophia aparecia pelo m enos um a vez por semana. A garota
sentia falta da fada e queria resgatar aquele m om ento em que criou as m úsicas,
quando estava sem pre perto dela, porém Sophia dizia ser necessário o
afastam ento. Mas Jade não com preendia. Então, se dedicava cada dia m ais ao
nam orado. Afinal ele estava ali, apesar de ela não entender o m otivo. Seria por
dinheiro? Ele a am ava de verdade? Jade vivia se questionando, porém respostas
com o aquelas seriam difíceis de serem respondidas.
Em um a tarde quente de quase fazer um a pessoa norm al desmaiar em
plena avenida, a cantora se encontrava largada no sofá, após a terceira carreira
de pó branco conseguido por Phil em um dos bairros pobres da cidade. O hum or
dela estava péssimo, e o rapaz tentava se distrair com alguns am igos pela enorm e
casa da m ulher. Ele com em orava, pois a havia pedido em casam ento na noite
anterior durante um jantar, m ais parecido com um a degustação de vinhos. O
estranho foi que Jade aceitou sem nem pensar. O “sim” foi tão espontâneo que
até ele se assustou. Talvez com o casam ento, Sophia lhe desse m ais atenção. Ser
quase abandonada pela fada a machucava m uito.
– Minha gostosa! Hoje é dia de celebrar – disse Phil aproximando-se do
sofá com um a garrafa de tequila na m ão. – Vam os nos casar e você está aí
parada.
As palavras saíam confusas. O rapaz tinha bebido m uito durante o dia e
provavelmente tom ado ecstasy para estar tão am oroso.
– Me deixa em paz – m urm urou a garota virando para o outro lado do sofá. –
Olha só, Jam es! – gritou o roqueiro para um am igo ruivo que estava do
outro lado da sala. – Nem casou ainda e já está m e ignorando.
Os dois riram , lem brando dois bobos da corte sem graça, o que fez a fúria
crescer no peito da cantora. Quase esqueceu que estava drogada. Parecia mais
lúcida do que qualquer CDF em dia de exam e final. Ela sentia raiva dele. Por que
pensava em se casar com aquele m onstro? Ele m erecia estar preso em uma
cadeia superlotada.
– Seu filho da m ãe desocupado! – gritava ela pela casa com as veias
saltando do pescoço. – Só sabe viver às m inhas custas e se m eter em encrenca.
Quero que saia da m inha frente e leve todos esses perdedores e essas vagabundas
para fora da m inha casa. Saia agora antes que eu te m ate!
Jade tinha a face afogueada, soltava as palavras com o se fossem chamas.
Enquanto levava o noivo para fora aos socos e tapas. Algo errado para um casal
prestes a se casar. Na verdade, errado para qualquer tipo de casal.
Acostumado com os ataques da m ulher, Phil revidou a agressão com um
tapa na cara e saiu batendo a porta ao passar, quase quebrando o vidro. Jade caiu
no chão com o m ovim ento brusco e ficou deitava no piso gelado com as m ãos na
face ardida por alguns m inutos. Precisava se acalm ar e tentar achar uma solução
para os problem as. Chorava com o um bebê e não entendia qual era a pior parte
daquela situação. Suas atitudes estavam com pletamente erradas, m as o garoto
tam bém não ajudava, sem pre dependente e alterado, revidando quando não
precisava.
– Mais um a vez no chão? – disse Sophia calmam ente a cantora ainda jogada
no piso, com o em total decadência.
A Leanan observava a cantora no m omento em que foi agredida pelo
neurótico noivo. Jade, ao vê-la ajoelhada a seu lado, m ovim entou-se o mais
rápido possível e a agarrou pela cintura com o um a criança precisando de colo.
Chorava de ensopar o vestido am arelo da fada e praguejava contra todas as
entidades conhecidas por ela.
– Não adianta você culpar os deuses pelas suas atitudes – disse Sophia.
– Eu não fiz nada para m erecer tudo isso – retrucou a garota entre longos
suspiros. – Minha vida sem pre foi um a bosta.
A Leanan Sídhe se m ostrou chateada.
– Com o é ingrata! Nasceu com um dom incrível, tem um a fam ília até
dedicada e está tendo a oportunidade de ter um a carreira invejada por m uitos.
Qual é o seu problem a?
Jade não sabia responder.
Era um a noite tranquila no agitado bairro de Cam den Town. Com o era baixa
tem porada, não havia tantas pessoas circulando pela vizinhança, m esm o ainda
tendo alguns garotos de m oicanos passeando pelas ruas desertas de lojas punks
fechadas. Jade encontrava-se sozinha em casa, debruçada sobre o sujo vaso
sanitário, quase inconsciente. Mais uma noite havia abusado das drogas e bebidas.
Sentia que precisava de socorro. Só que dessa vez não havia alguém para ajudá-
la, pois o m arido continuava trancafiado. Existiam os seguranças, mas eles
vigiavam o exterior da casa. Seria difícil perceberem que ela passava mal no
banheiro de hóspedes. O pânico tom ava conta dela a cada minuto. A garganta
parecia estar fechando, sentia-se tonta e totalmente sem forças. Já com eçava a
se despedir do m undo. Conseguia o que queria e tentaria ser livre. Mas pensava
no fato de que, m esm o m orrendo, Sophia não aparecia. A fada tinha realmente a
abandonado. Aquele era o único pensam ento na m ente dela, antes de os olhos
fecharem e do silêncio invadir sua alma.
Parecia ser o fim . O final da m úsica.
Existia um a luz. Pelo m enos ela sentia a claridade tentando invadir os olhos
irritados. Aos poucos os sentidos foram voltando feito um passe de m ágica e
com eçava a ouvir barulhos sem sentido e a sentir cheiros fortes ao redor. Porém ,
não eram barulhos conhecidos, e os cheiros pareciam de álcool, m as não o tipo a
que estava acostumada. Tentava forçar as pálpebras, contudo parecia algo
im possível. Só havia um pequeno rasgo e era dele que entrava a luz. Aquela
estranha luz. Quando se acostum ou com a claridade, sentiu-se relaxada, com o
corpo m ais leve. Praticou m ais uma vez o ato, e agora os olhos davam a
im pressão de responder. Foi abrindo-os lentam ente, com o se esperasse o
m om ento de fechá-los correndo. Mas nada aconteceu. Jade apenas viu os
grandes e redondos olhos verdes de sua m ãe a encarando.
– Não vou dizer que isso foi um susto, pois está virando rotina – com eçou a
falar a m ãe com um a expressão indecifrável. – Mas, m inha filha, m e diga com o
posso ajudá-la. Não quero te perder.
A súplica parecia sincera. Jade ainda se acostum ava com a claridade, m as,
m esm o zonza, sentiu a honestidade em cada palavra da mãe. Percebia que m ais
um a vez havia parado no hospital, contudo não lem brava com o. Havia apagado
no banheiro e ninguém passaria por lá tão cedo. Perguntava-se com o tinha
chegado ao hospital.
– Você deu sorte. Se eu não tivesse pressentido que estava mal,
provavelmente estaria m orta nesse m om ento – disse a mãe.
– Com o assim ? – questionou a cantora com a voz ainda rouca.
– Quando fui dorm ir, iniciei m inha oração e pedi aos santos que te
guiassem . Senti um aperto forte no peito e em seguida ouvi perto do ouvido um a
voz suave falar seu nom e. Não sei com o isso aconteceu, m as naquele m om ento
sabia que você corria perigo. Liguei na hora para os seguranças e dei autorização
para a procurarem . Não aguentei nem esperar a resposta deles e m e dirigi para
sua casa. No m eio do cam inho já tinham m e retornado avisando do seu desmaio.
Você estava com os batimentos cardíacos m uito fracos. Quase m orreu. Você
sabe com o um a mãe se sente ao receber a notícia de que sua filha quase partiu?
Jade agora via lágrimas cristalinas deslizarem pelo rosto redondo da m ãe.
Sentia-se um lixo por tê-la feito sofrer assim . A m ãe não m erecia aquilo. A
cantora percebia que seus atos não prejudicavam som ente a ela. Toda a fam ília
ficava envolvida nesses casos. Estava cansada de passar noites em hospitais e de
m agoar todos a sua volta. Vendo a m ãe chorar percebia o veneno de suas
atitudes. Tinha que se cuidar. Por sua m ãe, seu pai e principalm ente por ela
m esma. No fundo sentiu um a pontada de felicidade no espírito. Pelo relato da
m ãe, Sophia havia voltado para ela. Somente a Leanan tinha o poder de avisar a
m ulher sobre o desm aio. Jade ficava intrigada com toda a situação.
– Me desculpa! – sussurrou a garota. A m ãe soltou um suspiro pesado.
– Tem os que bolar form as m ais eficazes do que desculpas – disse ríspida. –
Seu pai e eu pretendem os te internar. Você precisa se cuidar, m inha filha.
A cantora levou um choque. Os pais sem pre se m ostraram anim ados com a
ideia de interná-la em um a clínica de reabilitação, mas nunca haviam im posto a
situação. A excitação parecia ser bizarra, m as era norm al para pais de adictos.
Eles a queriam lim pa. Queriam seu bebê de volta.
Jade ficou pensando por alguns m inutos sem falar com a mãe. A outra
respeitou o m om ento. Um a situação m adura acontecia. As duas dialogavam
sobre a saúde e a segurança da garota. Ela, que sem pre se sentia deixada de lado,
agora notava a preocupação da fam ília.
– Tudo bem – respondeu.
Foram duas palavras mágicas. E, naquele m om ento, Sophia apareceu no
quarto do hospital em sua form a de fada, e Jade abriu um enorm e sorriso. A m ãe
da garota pensou ser para ela aquele belo sorriso, e beijou a testa da filha. Nascia
ali um a sem ente de esperança para Jade.
E não.