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São Paulo
Março / 2014
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São Paulo
Março / 2014
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Bibliografia: f. 271-280.
CDD 711.4098161
4
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Presbiteriana
Mackenzie, como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em
Arquitetura e Urbanismo.
Aprovada em 20/02/2014
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
Ao meu querido Miguel Fernando Baleira Leão de Oliveira Queiroz, que sempre me
motivou a nunca desistir dos meus sonhos, razão de todas as minhas ações, a quem
dedico especialmente este trabalho.
E a todos os amigos e familiares que me apoiaram, me incentivaram e me disseram
palavras de estímulo.
8
RESUMO
ABSTRACT
This dissertation focuses on urban projects and public policies applied to the
urban management front of the Urban Operation Tietê II project, prepared by the office
of Hector Vigliecca. He begins with the concept of the integration of the urban design
plan, since its formulation 2008. Vigliecca part of urban design to urban design plan,
different from the usual logic of urban development projects. They are usually lined in
urban and logical indices of the consumer market, such as zoning. In OUCT II
develops an urban design with architecture for the central city. This region is in a large
part underutilized due to deindustrialization, from the project, it creates the urban plan
expressed in the bill of OUCT II. The genesis of Urban Operation part of a "real
possibility" that does not fit or the modernist principles nor defended us by Ascher
(2010). Modernist characteristics can be seen more clearly in its urban design. The
diagnosis made by this work is also done in the light of experiences considered
paradigmatic internationally as the Urban Plan of Expo 98, Lisbon, the Linear Park
Manzanares River in Madrid and, Puerto Madero in Buenos Aires , in a comparative
method that seeks instrumentation, difficulties and procedures adopted by these
experiences.
KEYWORDS: Urban Design, Urban Plans, Public Policy, Urban Operation Tietê
II.
11
Sumário
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 18
3. DO PLANO URBANO AO PROJETO URBANO DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II ....... 183
3.1. DO PROJETO URBANO AO PLANO DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ OSASCO II . 183
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 4627 IMAGENS DO ESPAÇO PÚBLICO GERADO NA MARGEM SUL DOS DIQUES, EVIDENCIANDO AS
SUTILEZAS NOS ESPAÇOS DE PEDESTRES, COMO A SEPARAÇÃO DO CAMINHO DE PEDESTRES COM O DOS
AUTOMÓVEIS. .........................................................................................................................................106
FIGURA 4828 SEQUENCIA DE IMAGENS QUE DEMONSTRAM A RECONVERSÃO DOS EDIFÍCIOS HISTÓRICOS NA
MARGEM SUL DOS DIQUES PARA USOS COMERCIAIS COM RESTAURANTES E GRANDES MARCAS. .........106
FIGURA 291 IMAGEM PANORÂMICA A PARTIR DA PONTE DA MULHER, DE CALATRAVA, PARA AS DUAS
MARGENS DOS DIQUES. ..........................................................................................................................107
FIGURA 30 NO DIQUE 4: A) À ESQUERDA IMAGEM DA ENTRADA DO RIO DA PRATA NOS DIQUES ARTIFICIAIS; B)
À DIREITA IMAGEM DA MARINA CRIADA.................................................................................................108
FIGURA 313 PARQUE LINEAR DO RIO MANZANARES: A) ANTES DA REVITALIZAÇÃO E; B) DEPOIS DA
REVITALIZAÇÃO. ......................................................................................................................................108
FIGURA 325 GRÁFICO COM A EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA CIDADE DE MADRI DESDE 1842 Á 2011. ............110
FIGURA 5633 MAPA DA CIDADE DE MADRI, EM 1857, EM AZUL O PERCURSO DO RIO MANZANARES. ............111
FIGURA 5834 IMAGEM DA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO EM 2007. .......................................................................113
FIGURA 350 VISTAS DO PARQUE LINEAR DO RIO MANZANARES NO TRECHO 1, JÁ EXECUTADO, COMO UM
PARQUE URBANO, UTILIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA PONTE COMO PARQUE. ..........................................113
FIGURA 362 IMAGEM DO SISTEMA UTILIZADO PARA ENTERRAR A M-30, COM O PARQUE EM CIMA. .............116
FIGURA 373 LINHA CRONOLÓGICA DE INSERÇÃO DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II NO CONTEXTO
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. .......................................................................................................................121
FIGURA 6438 ÁREA DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II ANTES DO INÍCIO DAS INTERVENÇÕES. .. 122
FIGURA 391 ESTAÇÃO DE OSASCO: A) NO INÍCIO DE SUAS OPERAÇÕES EM 1934 E; B) EM 1966,
RESPECTIVAMENTE. ................................................................................................................................127
FIGURAS 402 A) ESTAÇÃO OSASCO, ANTES DA REQUALIFICAÇÃO PROMOVIDA PELA OPERAÇÃO URBANA EM
INTEGRAÇÃO COM PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO E; B) LARGO DE OSASCO, ANTES DA
REQUALIFICAÇÃO PROMOVIDA PELA OPERAÇÃO URBANA EM INTEGRAÇÃO COM PROJETO DE
REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO, RESPECTIVAMENTE. ...............................................................................128
FIGURA 413 MAPA INSERÇÃO DO MUNICÍPIO NA RMSP. .................................................................................129
FIGURA 421 PROJETO DE INTERVENÇÃO DA ÁREA DO BRAÇO MORTO DO RIO TIETÊ, NO JARDIM ROCHDALLE,
ZONA NORTE. ..........................................................................................................................................149
FIGURA 433 TRECHO DO MAPA COM IDENTIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS MUNICIPAIS
EM AMARELO: A) PROJETO PAIVA RAMOS; B) PROJETO TIETÊ; C) PROJETO BONFIM. EM VERMELHO, AS
ÁREAS SUJEITAS À REQUALIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO, EM ÁREA DO ENTORNO DO RIO TIETÊ. .................151
FIGURA 443 MAPA DO USO DE SOLO DO PERÍMETRO DA OUCT II. .................................................................. 165
FIGURA 9745 MAPA DEFICIÊNCIAS DA ÁREA DA OUCT II..................................................................................168
FIGURA 9846 Á ESQUERDA E FIGURA 99 Á DIREITA. Á ESQUERDA, BANCO CENTRAL DO COMÉRCIO EM JAÚ; Á
DIREITA, PROJETO VENCEDOR DO CONCURSO EM SALVADOR. ...............................................................171
FIGURA 471 IMAGENS DO SESC NOVA IGUAÇU, NO RIO DE JANEIRO, PROJETO DE HECTOR VIGLIECCA COM
BRUNO PADOVANO. ...............................................................................................................................172
FIGURA 482 IMAGEM PROJETO COLINAS D’OESTE, HABITAÇÃO SOCIAL EM OSASCO, DE VIGLIECCA. ..............173
FIGURA 493 O ARQUITETO EM SEU ESCRITÓRIO EM SÃO PAULO. .................................................................... 180
FIGURA 5006 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 05 DA OUCT II. .............................................................187
FIGURA 5107 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 06 DA OUCT II. .............................................................188
FIGURA 5209 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 06 DA OUCT II. .............................................................190
FIGURA 5318 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 04 DA OUCT II. .............................................................198
FIGURA 5419 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 04 DA OUCT II. .............................................................199
FIGURA 550 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 01 DA OUCT II. ...............................................................199
FIGURA 5621 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO SETOR 01 DA OUCT II. .............................................................200
FIGURA 5730 SETOR 2 – CASTELO BRANCO: ONDE SERÃO PRIORIZADAS OCUPAÇÕES NÃO RESIDENCIAIS,
INSTALANDO UM NOVO POLO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS REGIONAL. ....................................................207
16
FIGURA 5832 SETOR 4 – VILA HERVY: ÁREA ONDE SERÁ PRIORIZADA A OCUPAÇÃO ORDENADA DO TERRITÓRIO
E A MANUTENÇÃO DA VOLUMETRIA ATUAL. ..........................................................................................210
FIGURA 5933 SETOR 5 – ZEIS: ÁREAS DESTINADAS À IMPLANTAÇÃO DE HIS. ...................................................211
FIGURA 6036 MAPA REALIZADO POR VIGLIECCA & ASSOCIADOS REFERENTE À OPERAÇÃO URBANA
CONSORCIADA TIETÊ II, EM OSASCO: PERÍMETRO E SETORES DE INTERVENÇÃO..................................... 216
FIGURA 6140 MAPA QUE APONTA AS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES EM NEGOCIAÇÃO OU ANDAMENTO NA ÁREA
DA OUCT II. .............................................................................................................................................227
FIGURA 621 ESQUEMA DE SITUAÇÃO ATUAL E PROJETO URBANO ESPERADO PARA O GERAL DO SETOR 1. .... 235
FIGURA 6346 PROPOSTA DA OUCT II QUE SEPARA A ÁREA POR SETORES UNIFUNCIONAIS. ............................243
FIGURA 14864 CORTES ESQUEMÁTICOS COM A DISPOSIÇÃO DOS USOS SEGREGADOS E A CRIAÇÃO DE NOVOS
PERCURSOS. ............................................................................................................................................246
FIGURA 651 MAPA DA DENSIDADE DEMOGRÁFICA DA ÁREA DA OPERAÇÃO URBANA EM COMPARAÇÃO COM
BAIRROS VIZINHOS EM OSASCO. .............................................................................................................251
FIGURA 6652 MAPA QUE EVIDENCIA OS INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS NA ÁREA DE BORDA DA OUCT
II, COM REPORTAGENS SOBRE OS NOVOS EMPREENDIMENTOS. ............................................................265
17
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 1 DA OUCT II 206
TABELA 2 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 2 DA OUCT II 208
TABELA 3 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 3 DA OUCT II 209
TABELA 4 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 4 DA OUCT II 210
TABELA 5 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 5 DA OUCT II 212
TABELA 6 TAXAS DE APROVEITAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO PARA O SETOR 5 DA OUCT II 214
TABELA 7 COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO DOS SETORES INTEGRANTES DA OUCT II 220
TABELA 8 TOTAL DE ESTOQUE REGULADOR DE POTENCIAL ADICIONAL DE CONSTRUÇÃO POR SETOR
INTEGRANTE DA OUCTO II 221
TABELA 9 QUADRO ANALÍTICO DA OUCT II BASEADO NO LEED-ND: 249
TABELA 10 QUADRO COMPARATIVO REFERENTE A DADOS GERAIS E CONCEITUAIS 257
INTRODUÇÃO
O objeto de estudo sofre com este processo, pois até o momento pouco ou
quase nada de concreto foi realizado, apenas algumas sondagens sobre parcerias
entre órgãos como o DAEE e a Eletropaulo, sob Contrapartidas. O município não
dispõe de recursos para alavancar a Operação Urbana, entretanto aposta na região
e pretende transpor para um dos setores criados o novo Paço Municipal também por
meio de Contrapartidas, em uma área considerada como âncora do projeto urbano,
19
no principal ponto de ligação da área com o centro do município, pelo edifício ponte
da Estação Osasco, já remodelado em parceria com a CPTM.
Aborda ainda os projetos urbanos voltados para as frentes aquáticas, das quais
podem se enquadrar a OUCT II e os três estudos de caso, a Expo’98, o Parque
Linear do Rio Manzanares e Porto Madero, que são abordados neste capítulo como
exemplos de sucesso já implantados por completo, trazendo suas características
dentro de seu contexto, as dificuldades encontradas no desenvolvimento e
implantação, suas relações público-privadas e o seu legado, utilizado para tecer um
quadro comparativo no capítulo 3. Enfoca ainda as características relativas à
unifuncionalidade e à multifuncionalidade dos centros urbanos e as suas implicações
nos projetos de requalificação ou renovação urbana. Por fim aborda as
características da pós-modernidade, principalmente defendidas por Harvey (2011)
no desenvolvimento das cidades que representam a cidade produzida por imagens,
mas que tenta resgatar o desenho urbano, suas características históricas e a vida da
cidade.
1
Plano elaborado pelo Papa Sixto V no final do século XVI que previa transformações urbanas para Roma
construindo um grande plano regulador que manteve a cidade medieval e buscou a expansão para a área
despovoada da cidade, com redes viárias amplas resgatando também os eixos monumentais (GONSALES,
2005).
26
2
Processo definido por Villaça (2001) que reflete sobre o processo de segregação social.
27
vem se instaurando não é natural, mas podem ser explicados por diversos fatores,
entre eles a suburbanização em conjunto com o diferencial de renda, a
desindustrialização crescente, a centralização espacial e descentralização do capital
e as mudanças demográficas. A expansão periférica é entendida por Smith como um
produto da centralização do capital, necessária para a manutenção do capitalismo,
impulsionando uma alta taxa de lucro, de modo que, ao termos um movimento de
capital que leva o lucro para as periferias, tendo os dois movimentos contraditórios
simultâneos, diminuindo o preço de terra nas áreas centrais.
3
Conceito de Oriol Bohigas sobre intervenções pontuais que se irradiam pelo entorno.
29
anteriores definidas pelo Plano Diretor, o Projeto Urbano exige que se projete
pensando no capital financeiro e nas reais condições de construção, sendo
necessário definir uma estratégia para a construção de um espaço público que se
encaixe á necessidade dos problemas (VASCONCELOS, 2006).
A cidade tida como “virtual” oculta à “cidade real”, a cidade da maioria, onde a
segregação urbana é claramente visualizada com a concentração espacial da
pobreza nas periferias (MARICATO, 1996).
tabula rasa executado pelo Estado, considerado o primeiro plano regulador para
uma metrópole industrial em expansão, com os princípios da racionalidade
urbanística, destruindo áreas tradicionais da cidade (GONSALES, 2005).
Paris, sem mendigos, mais segura, de modo que a posição social ou a simples
aparência passa a ser um meio de exclusão (BAPTISTA 2007).
com os espaços produzidos pelo governo local, onde o indivíduo se sente reprimido
e condicionado a viver de determinada maneira, gerando alienação. É necessário
tomar cuidado com a proposição de escalas grandes demais, que possam ser
imponentes, pois os espaços devem configurar aos usuários o sentimento de
pertencimento, para evitar um deserto urbano (HERTZBERGER, 1999).
Ascher (2010) afirma que o urbanismo moderno propiciou condições para que
a sociedade moderna da individualização, racionalização e diferenciação social, que
defendia programas de longo prazo, como os planos diretores, destinados a tentar
44
sua relação com os cursos d´água, que perderam suas características com o
crescimento demográfico e a expansão da urbanização.
linhas de alta tensão que marcam sua paisagem. Por outro lado, o projeto não adota
partidos menos agressivos, como a recuperação da calha natural.
Tsukio (1984) afirma que a princípio os cursos d´água não foram um fator que
interferiu diretamente na localização das comunidades. Estudos revelam que as
primeiras comunidades agrícolas viviam próximas aos rios, mas não nas suas
frentes aquáticas. A necessidade de se estabelecer próximo aos cursos d´água teve
origem com o crescimento dos núcleos urbanos e de sua necessidade de transportar
pessoas e mercadorias, utilizando os rios para a locomoção das mesmas. Ele
identifica este tipo de assentamento nas civilizações antigas, como ao longo da
bacia do Rio Nilo e, nos dias atuais, em cidades globalizadas, como Paris, Londres,
Nova York e Tókio. Considera ainda que outros fatores contribuíram para as
modificações das frentes aquáticas, como a expansão da indústria e o crescimento
demográfico, que utilizaram estas áreas para se estabelecer; seguidas pelas
mudanças nas técnicas do transporte, que se tornou, em um primeiro momento,
ferroviário no século XIX e, na sequencia, rodoviário no século XX. Também
argumenta serem importantes às modificações do sistema industrial e o processo de
desindustrialização com a mudança das indústrias para outras regiões, polos
logísticos que não dependem mais dos cursos d´água.
O novo papel suposto por Tsukio (1984) para as frentes aquáticas, que
perderam o seu uso inicial devido ao fato de que suas antigas funções se tornaram
obsoletas, era de devolver estas áreas á população substituindo os usos
49
Delijaicov (2013) explica que a relação das cidades com seus cursos d´água
começaram a entrar em conflito no período medieval com o crescimento urbano e
alta densidade, provocando a poluição de seus rios e trazendo inúmeras doenças a
população. Já no período do urbanismo sanitarista, no século XIX, o rio foi
recuperado como elemento de identidade, com a criação de bulevares e praças.
Entretanto com o crescimento exponencial da industrialização as áreas de várzea
nas margens dos rios foram utilizadas para a implantação de ferrovias, de parques
industriais e de redes de infraestruturas, que só se agravou com a implantação do
urbanismo rodoviarista, intensificando a poluição dos cursos d´água. Este cenário
4
Retirado de entrevista de José Eduardo Lutti, promotor de justiça do meio ambiente da cidade de São Paulo,
concedida a Revista AU nº 234, ano 28, de setembro de 2013, página 18, a respeito da despoluição dos rios
urbanos.
5
Retirado de entrevista de Alexandre Delijaicov, professor da FAUUSP e criador do conceito de metrópoles
fluviais, em 2013, a respeito da infraestrutura hidráulica urbana.
51
gerado pelo urbanismo rodoviarista e mercantilista pode ser visto com clareza na
área escolhida para a implantação da Operação Urbana Consorciada Tietê II. Em
seu recente estudo para a Prefeitura de São Paulo buscou desenvolver o projeto da
Metrópole Fluvial, ou as hidrovias urbanas, que contam com cerca de 170 km de
extensão, com uma rede de vias navegáveis, do qual o Rio Tietê faz parte,
passando por Osasco no perímetro de intervenção da Operação Urbana, fugindo
totalmente das legislações atualmente aplicadas aos cursos d´água e Áreas de
Preservação Permanente (APP).
6
Recentemente, o atual governador, Geraldo Alkimin, anunciou a extinção da Secretaria de Desenvolvimento
Metropolitano (SDM), que havia criado oficialmente as regiões metropolitanas, como a Região Metropolitana
de São Paulo, da qual faz parte o município de Osasco, possibilitando que pudessem ser tomadas ações em
conjunto, passando suas atribuições a Casa Civil e cortando despesas, ação que ocorreu em virtude das
manifestações de 2013.
52
Figura 7 Imagem do Parque André-Citroen, em Paris, á direita; á esquerda, linha vermelha demarca o eixo da
Rua Balard.
FONTE: 1. http://www.pps.org/great_public_spaces/one?public_place_id=718 (acessado em 13/12/2013 ás
15hs); 2. Base Google Maps.
54
Figura 8 1) imagem do traçado do Parque La Villete com os pontos vermelhos representando as “folies” ou os
acontecimentos; 2) uma vista do parque.
FONTE: 1. WWW.TSCHUMI.COM (ACESSADO EM 15/12/2013 ÁS 20H20); 2.
http://uk.tourisme93.com/document.php?pagendx=10015 (acessado em 15/12/2013 ás 22h40)
55
que seria melhor recuperar o córrego e trazê-lo de volta a céu aberto. Entretanto,
devido à falta de espaço e, apesar de sua calha ter recebido mais área, o córrego
continua retificado e separado das redes de esgoto, que são tratadas em outro local.
O projeto, que conta com previsões de cheias em diferentes cotas, caminhos de
pedestres e passarelas, promoveu a requalificação ambiental desta área e valorizou
os imóveis no entorno (ROWE, 2013).
Figura 9 Imagens referentes à recuperação do Córrego Cheonggyecheon: 1. Foto atual; 2. Esquema que
mostra a estrutura antes da revitalização; 3. Esquema que revela as modificações após a revitalização; 4. Uso
da área.
FONTE: ROWE , 2013 EM: Revista AU. Edição especial sustentabilidade: a cidade e as águas. Revista AU, nº 234,
ano 28, de setembro de 2013.
7
Retirado de palestra ministrada pela docente Maria Assunção Ribeiro Franco, em 15/10/2013, no 8º Fórum
de Pesquisa FAU-Mackenzie, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em mesa de debate intitulada
Construção da Paisagem Contemporânea.
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Figura 11 Imagens do antes e depois da recuperação do córrego Pirarungáua, no Jardim Botânico de São
Paulo: a) antiga Alameda Fernando Costa; b) córrego já recuperado.
FONTE, Á ESQUERDA: WWW.CONDEPEFI.SP.GOV.BR/NOTICIAS/80_ANOS_BOTANICO, ACESSADO EM 29/11/2013 ÁS 20H45.
FONTE, Á DIREITA: HTTP://RIOSERUAS.WORDPRESS.COM/2012/01/29/CORREGO-PIRARUNGAUA-NO-JD-BOTANICO-PEDAL-VERDE,
ACESSADO EM 29/11/2013 ÁS 21H.
como parte de uma bacia hidrográfica, de um território, que deve ter propostas
integradas.
8
Instituído pelo Decreto 23.793, atualizado primeiramente pela Lei Federal em 1965.
9
Instituído pela Lei Federal nº 4.771, atualizado pela sua completa revisão em 2012.
10
A RMSP havia sido instituída em 1973 por Lei Federal, mas não possuía existência legal, pois dependia de
aprovação de lei estadual, o que se efetivou com a criação do então governador do Estado de São Paulo,
Geraldo Alckmin, em janeiro de 2011 pela Lei Complementar Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011.
11
Lei Federal nº 9.433 ou a chamada Lei das Águas, forçando os Estados a executarem suas próprias
legislações.
12
Lei nº 10.257/01, que institui o Estatuto da Cidade e regulamenta novos instrumentos urbanísticos.
13
Retirado de palestra ministrada pela docente Maria Assunção Ribeiro Franco, em 15/10/2013, no 8º Fórum
de Pesquisa FAU-Mackenzie, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em mesa de debate intitulada
Construção da Paisagem Contemporânea.
62
promovendo infraestruturas que canalizam e retificam os rios vão acabar por destruir
a cidade, bastando uma simples chuva para colapsar o meio urbano. O que esta
sendo feito atualmente no país são retificações de rios e não resgate de cursos
d´água. Isso advém do fato das políticas de planejamento desde o século XIX que
resolveram retificar os rios, retirar suas curvas, modificar seu curso natural, como
ocorre na área da Operação Urbana Consorciada Tiete I e II, e aterrar as margens
para ganhar território. Os rios precisam de espaço nas diferentes épocas do ano,
espaço este que já não há nos grandes centros urbanos, o que se vê são projetos
de recuperação parcial de suas margens.
O Rio Tietê faz parte da principal bacia hidrográfica da cidade de São Paulo,
sendo responsável pela descoberta de novos lugares no Estado, principalmente no
interior, provendo alimento, lazer e transporte á população até meados do século
XX. A partir daí, devido ao crescimento urbano desordenado, houve um
aceleramento do processo de degradação de suas margens com a ocupação das
mesmas e a modificação de seu traçado natural, com as retificações adotadas pelas
medidas sanitaristas que impermeabilizou mais de 80% do solo próximo as margens
(LANGRENEY; RIOLI, 2012).
“Though nearly all urban agglomeration throughout the world are growing
dynamically in size and number of inhabitants, their quality of ‘urbanity’ is
diminishing simultaneously and t the same speed.”
Tem-se assistido nos noticiários do país as novas obras das linhas de metro
na RMSP, como a linha amarela recentemente inaugurada e, já no primeiro dia de
inauguração, considerada obsoleta. Bem como o caso do Elevado Costa e Silva, o
famoso “minhocão” em São Paulo, que, no dia de sua inauguração viu-se parado
pelo transito caótico da cidade, transformando-se em uma estrutura obsoleta e
segregando o tecido urbano devido a seu impacto no mesmo (ARTIGAS; MELLO;
CASTRO 2008); caso muito semelhante ao já estudado neste capítulo, da
reconversão do córrego Cheonggyecheon, em Seul, onde a estrutura viária
suspensa de alto fluxo que tampava o curso d´água foi removida para dar espaço a
um parque linear voltado aos pedestres, não causando nenhum tipo de impacto ao
trânsito local. O fato é que, como já apontava Gruen (1973), a origem e destino
apresentada nas pesquisas é tamanha e tão diversa que se torna praticamente
impossível ser assertivo com as políticas de mobilidade urbana enquanto existirem
os centros unifuncionais e as cidades dormitórios e enquanto houver a divisão do
solo por zoneamentos.
14
De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana de Lisboa Fernando Nunes da Silva em palestra realizada
na PUC em 16/04/2012 com o tema “Mobilidade à escala metropolitana: da linha à rede intermodal”.
67
Figura 13 a) vista do término do Calçadão da Rua Antonio Agú com a Estação Osasco; b) vista do Calçadão da
Rua Antonio Agú já revitalizado pela Operação Renova Centro.
FONTE: Á ESQUERDA, ACERVOS PESSOAIS DA AUTORA (2013); Á DIREITA, REVISTA OSASCO PLAZA SHOPPING EM:
HTTP://WWW.EDITORAEXPEDICOES.COM.BR/REVISTAOSASCOPLAZASHOPPING/?P=167 ACESSADO EM 16/11/2012 ÁS 8H37.
Figura 14 Vista do espaço da Expo a partir do Shopping Vasco da Gama, onde se pode observar á esquerda a
via de automóveis que possuiu uma singela relação com os pedestres.
FONTE: ACERVOS PESSOAIS DA AUTORA (2010).
15
Congresso Internacional de Arquitetura Moderna em 1933, onde a Carta de Atenas foi produzida com muita
influencia de Le Corbusier.
69
cidade tradicional fossem substituídos por novas legislações e funções, doutrina que
visava reduzir os conflitos sociais.
De acordo com Lamas (2010) não se pode afirmar que os problemas das
cidades contemporâneas advêm exclusivamente dos princípios definidos pela Carta
de Atenas, entretanto admitem-se algumas relações entre seus ideais e alguns
problemas urbanos atuais: a racionalidade gerou inúmeros conjuntos habitacionais
sem vida, a delimitação de usos e funções no solo influenciou no fenômeno de
desertificação dos centros urbanos, bem como o aumento do trafego de veículos e
da mobilização forçada. Os principais alvos da reestruturação urbana definida pelos
princípios modernistas eram relativos à questão fundiária, modificando a questão da
rua e da quadra, modificando o sistema de loteamento e de divisão entre espaços
públicos e privados, tendo o desenho urbano como instrumento de planejamento. Do
70
foi remodelada para receber a Exposição Internacional de 1998, para a qual foram
criados diversos equipamentos e redes infraestruturais (Figura 15).
Figura 155 Área da Expo’98, imagem retirada a partir do Shopping Vasco da Gama.
FONTE: ACERVO PESSOAL (2010).
Pode-se tecer um paralelo entre essas ações e no Estado de São Paulo, onde
este processo toma corpo, ao se propor a transformação do Rio Tiete em navegável,
onde o próprio projeto da Operação Urbana Consorciada Tiete I e II pretende
devolver a identidade do rio a sua população local. Muito se tem que avançar, mas o
primeiro passo a contemporaneidade já foi dado.
Figura 16 a) imagem da aérea da área antes da requalificação; b) imagem da área entes das intervenções.
FONTE: www.parquexpo.pt (ACESSADO EM 05/10/2012 ÁS 17HS)
Figura 167 Imagens que demonstram o uso obsoleto da área de antes da requalificação.
FONTE: www.parquexpo.pt (ACESSADO EM 05/10/2012 ÁS 17HS)
O projeto original que era constituído por um Plano Diretor, uma implantação,
que revela o tecido morfológico e a disposição das edificações e os desenhos
indicando a volumetria e as características principais que forneciam integridade ao
projeto foram abandonados para dar lugar ao novo projeto, em grande parte
baseado no projeto anterior, de arquitetos contratados para tal feito, sob a
coordenação do arquiteto Vassalo Rosa.
Figura 18 Mapas evidenciando as diferenças entre o projeto preliminar e o projeto que foi executado: a)
Projeto de Lamas e Duarte de 1991, com destaque para a grande praça criada; b) Projeto executivo do Plano
de Urbanização executado de Rosa e Trindade, com destaque para o Pavilhão dos Oceanos ocupando o lugar
da praça.
FONTE: 1. LAMAS, 2011. 2. CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA.
Figura 20 Imagens da época da exposição revelando a apropriação dos espaços públicos como áreas lúdicas,
Jardins Garcia Horta.
FONTE: MACHADO (1998).
5
3 1
4
2 6
Figura 21 Mapa do Plano de Urbanização da Zona da Expo com identificação dos Planos de Pormenor.
FONTE: CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA. EM: WWW.CM-LISBOA.PT/VIVER/URBANISMO/PLANEAMENTO-URBANO/PLANOS-EFICAZES
(ACESSADO EM 20/10/2012 ÁS 9H30).
O LEGADO PÓS-EXPO’98
Figura 173 Imagens das novas edificações habitacionais criadas para abrigar as equipes e a imprensa na
Exposição Internacional que foram vendidas, ainda na época da implantação, para uso posterior para
habitação de classe alta.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
90
Figura 184 Imagens da arquitetura do espetáculo utilizada pelas grandes empresas que se instalaram na
região.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
a b
c e
Figura 25 Arquitetura do espetáculo na área da Exposição Internacional.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
a b
d d e
f g h
2
Figura 196 Detalhes do mobiliário urbano e pavimentação nas mais diversas áreas da Expo’98: a) Setor 3,
espaços de permanência em área habitacional; b) Setor 2, espaço de transição com elementos em madeira
com quebra-sol; c) Setor 2, mobiliário urbano em madeira, com brise; d e e) Setor 2, mobiliário urbano em
concreto e sombra das árvores na frente aquática; f) Setor 2, Espaço de Eventos; g) Setor 2, paisagem urbana
que vira mobiliário urbano.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010)
a b c
d e f
Figura 2920 Imagens dos espaços públicos e espaços residuais.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
Tomando como base o eixo da linha férrea, vê-se abaixo a clara divisão entre
o novo território criado pela Expo’98 á esquerda e o antigo tecido urbano de
Moscavide á direita. A gentrificação é visível neste setor e inerente ao processo de
requalificação urbana (Figura 30). Na área da Expo’98 se observa os espaços
93
públicos que, em sua grande maioria, são utilizados como apoio aos edifícios
voltados para o comércio e turismo. Os edifícios corporativos, principalmente os
situados às margens da área do recinto da Expo’98, não se baseiam nos princípios
de multifuncionalidade urbana, possuindo usos em horários restritos. Observa-se
que não houve preocupação em garantir a diversidade de usos e funções, pois se
separou a área em zonas, tornando a área do recinto da Expo um deserto urbano
em alguns horários. A iluminação pontual e focada no paisagismo ajuda a contribuir
para a paisagem de deserto urbano no período noturno, com exceção das
proximidades das edificações comerciais (Figura 31 a á e).
Figura 210 Imagem que evidencia o espaço criado da Expo’98 do espaço existente, o bairro de Moscavide à
direita, local para onde se alojaram a maioria da população que vivia no perímetro da Expo’98, cortados pela
linha férrea, ao fundo a Gare do Oriente.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
Figura 31 Imagens da separação entre espaço de veículos e espaço de pedestres e iluminação paisagística
que é fraca e contribui para a desertificação no período noturno.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2010).
e resgatando a identidade de maneira a propor uma nova relação com o rio. Este
projeto de requalificação urbano é tido na América Latina como uma referência por
sua intervenção de sucesso em sua gestão e implantação. Seu principal objetivo é
recuperar e revitalizar a frente ribeirinha que possui tamanha importância na história
e na vida dos habitantes (Figura 32).
Figura 222 Porto Madero e suas antigas estruturas do porto convivendo com a revitalização.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
em 1855 e edificações de suporte, projeto que foi demolido com o início das obras
de Porto Madero (Figura 33). Estas edificações não atendiam as necessidades de
carga e descarga de mercadorias e passageiros. Apenas com a unificação do
governo em caráter nacional, após a batalha de Pavón em 1861, que se iniciou a
preocupação com o porto. A partir deste momento foram feitos vários projetos na
tentativa de solucionar o problema, principalmente no período entre 1870 e 1880,
mas nenhum deles foi executado (LUNA, 1999). Abaixo o Plano da Cidade de 1782,
onde se pode localizar a região central da cidade e a área onde foi realizado o
projeto de Porto Madero, que possuía as características fluviais necessárias para tal
feito (Figura 34).
Figura 33 Mapa de Buenos Aires de 1782 com a área onde hoje se localiza Porto Madero.
FONTE: LUNA (1999).
Figura 35 a) Muelle de passageiros em 1855; b) Porto Madero finalizado; c) porto já saturado em 1912.
FONTE: LUNA (1999).
No final do século XIX foi decidido pelo governo oferecer à cidade uma
infraestrutura adequada de portos, se aproveitando de suas características
geográficas. Neste período os dois projetos citados acima foram debatidos, onde o
projeto de Eduardo Madero foi o vencedor. Devem-se observar as diferenças de
ideais entre os dois projetos: a proposta de Huergo contava com a canalização da
enseada para a passagem de navios de grande porte com um caráter regionalista.
Já a proposta de Madero propunha a construção de docas, um dique e um canal por
onde as grandes embarcações poderiam navegar em frente à Praça de Maio, onde
se situava a Casa Rosada, com uma proposta inovadora, monumental e moderna.
Neste período foram construídas docas para estocagem de grãos em tijolos
vermelhos tendo seus projetos e estruturas em concreto armado executados na
Inglaterra e armados in loco, revitalizados para o projeto que pode ser identificado
hoje em Porto Madero e modificando seus usos, passando a ser utilizados como
restaurantes e lojas. O projeto monumental de Madero foi finalizado apesar das
dificuldades econômicas que o país passou no período e se manteve mesmo com as
mudanças na gestão pública, tendo a primeira doca inaugurada em 1889, da qual foi
dado o nome de Puerto Madero, que se manteve até hoje, tendo sua implantação
97
DIQUES (1 á 4)
CASA ROSADA
Figura 38 Área de Porto Madero, sem uso, em vermelho, demarcação do obstáculo de visão do Rio da Prata.
FONTE: LUNA (1999).
17
Lei 23.696 de agosto de 1989 onde se garante ao poder executivo qualquer instituição com uma parcela de
capital público.
99
Prata, na cidade de Buenos Aires, com a Avenida Córdoba y Brasil de leste a oeste,
entre o Rio Prata e a Avenida Madero-Huergo, entre os bairros do Retira e La Boca,
possuindo grande potencial de intervenção em seus 170 hectares (Figura 39).
18
Lei da Reforma nº. 23.696 de agosto de 1989, proposta no governo de Menin.
100
De acordo com o site oficial de Porto Madero 19, em 1992 o júri se decidiu por
dar o primeiro prêmio a três equipes, de modo que representantes de cada uma
delas elaboraram um novo plano realizado por Juan Manuel Borthagaray, Carlos
Marre, Romulo Pereira, Antonio Eugenio Tufazo e Xaus (Figura 40 a e b).
19
Retirado do site oficial da Corporacion Antiguo Puerto Madero.
101
NORTE
SUL
Figura 42 Imagens que revelam o contraste: a) margem norte, revitalizada (acima); b) margem sul, com novas
edificações, enfoque para as sedes das grandes empresas e para o uso de arquitetura tecnológica (abaixo).
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 43 Mapa atual com a ocupação das quadras do bairro de Porto Madero.
FONTE: WWW.PUERTOMADERO.COM/CONCURSO.POR.PHP (ACESSADO EM 18/06/2013 ÁS 20H20).
O novo bairro criado na região central que pode ser observado acima (Figura
43), frente marítima de Buenos Aires, é um exemplo de reconversão de um uso
obsoleto recuperando e preservando o patrimônio edificado existente, composto de
dezesseis galpões de armazenamento de mercadorias do antigo porto, englobando
até mesmo as suas infraestruturas, como os guindastes e outras estruturas que
foram incorporadas ao tecido urbano com a mistura de edifícios altamente
tecnológicos, orientados pelo amplo passeio nas duas margens dos diques e áreas
verdes que incorporaram o projeto culminando na reserva ecológica ao norte, itens
104
Figura 44 Imagem panorâmica a partir da passagem entre os diques mostrando as diferenças entre as duas
margens.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Na margem sul dos diques se encontra a grande maioria dos edifícios que
sofreram retrofit e foram reconvertidos para outros usos, como lofts e até um campus
universitário conforme imagem a seguir (Figura 45). As características dos antigos
galpões de tijolos vermelhos foram evidenciadas e os novos espaços convivem em
harmonia com os antigos elementos foram revitalizados e incorporam elementos que
os diferenciam, como o aço e o vidro. Os espaços públicos contam com detalhes de
mobiliário urbano, desenho de pisos e criação de percursos, as singelezas do gesto
projetual são observadas em cada detalhe, como o caminho que separa o caminho
do pedestre do de veículos, colocando o primeiro no foco do tecido urbano (Figura
46 a á c e Figura 47 a e b). Pode-se observar também a utilização destas
edificações que foram reconvertidas para espaços voltados ao comércio, serviços e
turismo.
106
Figura 45 Á esquerda, UCA Pontifícia Universidade Católica Argentina, que faz parte do novo campus
universitário em um dos edifícios que sofreram retrofit em Porto Madero no Dique 3 e; à direita o Loft de
Madero no Dique 2.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 4627 Imagens do espaço público gerado na margem sul dos diques, evidenciando as sutilezas nos
espaços de pedestres, como a separação do caminho de pedestres com o dos automóveis.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 47 Imagens que evidenciam a separação do espaço do pedestre com o espaço dos automóveis, á
esquerda para a Av. Alicia Moreau de Justo e a direita para os diques e o passeio.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 4828 Sequencia de imagens que demonstram a reconversão dos edifícios históricos na margem sul dos
diques para usos comerciais com restaurantes e grandes marcas.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 49 Imagens que demonstram a separação do espaço de veículos e de pedestres na margem sul dos
diques, com o mobiliário urbano e os percursos criados.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 50 Imagens que revelam as novas edificações, centros de negócios, cultura e comércio na margem
norte dos diques.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 291 Imagem panorâmica a partir da Ponte da Mulher, de Calatrava, para as duas margens dos diques.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
108
Figura 30 No Dique 4: a) à esquerda imagem da entrada do Rio da Prata nos diques artificiais; b) à direita
imagem da marina criada.
FONTE: ACERVO PESSOAL DA AUTORA (2013).
Figura 313 Parque Linear do Rio Manzanares: a) antes da revitalização e; b) depois da revitalização.
FONTE: 1. HTTP://INSTITUTOCIDADEJARDIM.WORDPRESS.COM/2011/12/03/AO-INVES-DE-ENTERRAR-UM-RIO-ENTERREM-AS-
RODOVIAS (ACESSADO EM 14/12/2013 ÀS 14H20); 2. SIQUEIRA (2011).
Madri sempre teve uma relação discreta com o Rio Manzanares, se situando
a apenas 1 km da Plaza Mayor, no coração da cidade, de modo que a cidade teve
sua origem em decorrência de sua localização, com os árabes, que se aproveitaram
das condições geográficas, como a área do platô, o fácil abastecimento, a
segurança e a mobilidade. De modo que, durante séculos a região permaneceu
como um ambiente rural, modificando-se apenas com a expansão urbana da cidade,
que assim como na maioria das grandes cidades, voltou às costas para os cursos
d´água. Em 1960 são instalados os anéis rodoviários interligando as rodovias
(Figura 54), se utilizando da área de várzea para a implantação de infraestruturas e
construindo as vias rápidas, delimitada em azul claro no mapa abaixo. Na década de
1970 é executada a rodovia M-30, peça importante na junção dos anéis, porém, com
a demora na construção a mancha urbana foi crescendo e avançando para o
perímetro da várzea do rio, indicada no azul pontilhado abaixo deixando de ser uma
região periférica para se tornar um divisor entre a região central e os novos bairros
110
Figura 54 Mapa da cidade de Madri com as principais vias com destaque para a M-30 e o rio Manzanares que
secciona a cidade.
FONTE: WWW.SOFTDOC.ES (ACESSADO EM 13/06/2013).
Figura 325 Gráfico com a evolução demográfica da cidade de Madri desde 1842 á 2011.
FONTE: ES.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/MADRID (ACESSADO EM 14/06/2013).
Figura 5633 Mapa da cidade de Madri, em 1857, em azul o percurso do Rio Manzanares.
TRABALHADO PELA AUTORA A PARTIR DE DADOS. BASE: URBANCIDADES.WORDPRESS.COM/2010/10/14/ENSANCHE-DE-MADRI/
(ACESSADO EM 14/06/2013).
112
Figura 59 Imagens do projeto do Parque Linear do Rio Manzanares, vê-se as novas ligações de passarelas e a
via encoberta pelo parque linear, bem como as áreas públicas criadas devolvendo o rio à cidade.
(HTTP://ISSUU.COM/CONTEMPORANEU/DOCS/CONTEMPORANEU03 ACESSADO EM 05/04/2011 ÁS 9H)
Figura 350 Vistas do parque linear do Rio Manzanares no Trecho 1, já executado, como um parque urbano,
utilização da estrutura da ponte como parque.
(HTTP://ISSUU.COM/CONTEMPORANEU/DOCS/CONTEMPORANEU03 ACESSADO EM 05/04/2011 ÁS 9H)
que traria um alto impacto a região, por conta da mudança do curso d’água e o
impacto decorrente disso, chamado como insustentável; o alto impacto no parque e
seus valores históricos e ecológicos; a falta de integração as questões sociais e a
falta de previsões de usos futuros.
O projeto faz parte de um plano urbano mais amplo, o Madrid Calle 30,
realizado entre 2004 e 2007, integrado com o projeto Madri-Río, possibilitando a
integração dos bairros, a reabilitação do rio Manzanares e do seu entorno. A ação
de enterrar a rodovia M-30 exigiu muitos esforços técnicos. O sistema para a
construção dos túneis foi tradicional, com paredes diafragma de concreto, lajes
construídas com vigas protendidas e concreto armado, onde o método construtivo
das lajes variou em decorrência das pistas e da presença de obstáculos como as
linhas de metro e as fundações de estruturas próximas, desafio á engenharia, mas
que acabou por revelar equipamentos históricos (Figura 62).
Figura 362 Imagem do sistema utilizado para enterrar a M-30, com o parque em cima.
(WWW.INFRAESTRUTURAURBANA.COM.BR ACESSADO EM 15/06/2011 ÁS 18H)
117
20
Instituído pela Lei Federal nº 10.257/2001.
21
Instituído pela Lei Municipal nº 13.430/2002.
119
A articulação das políticas urbanas na escala local depende das forças sociais,
políticas e econômicas do município, de sua gestão e prática social, de seu
desenvolvimento, demandas e relação com o poder público (ALVIM; CASTRO,
2010).
Como se observa na linha cronológica a seguir (Figura 63), foi a partir de 1970
que o país começou a pensar em projetos urbanos, com a industrialização acelerada
(GADENS; HARDT; FREY, 2012). No Município de Osasco, com a
desindustrialização. Em 2008 foi elaborada e implantada a operação urbana no
município de Osasco. A partir daí algumas obras iniciaram-se, como o alargamento
da Rua da Estação, a remodelação da Estação de Osasco e a demolição dos
edifícios do Conjunto Nova Grécia.
121
Figura 373 Linha cronológica de inserção da Operação Urbana Consorciada Tietê II no contexto das políticas
públicas.
FONTE: ORGANIZADO, INTERPRETADO E REPRESENTADO PELA AUTORA, RETIRADO DE DADOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE OSASCO E
DE LEGISLAÇÕES ESTADUAIS E FEDERAIS.
Figura 6438 Área da Operação Urbana Consorciada Tietê II antes do início das intervenções.
FONTE: PMO (2012).
Nessa mesma época o imigrante italiano Antonio Giuseppe Agú, que emigrou
para o Brasil em 1872 trabalhou na construção do Engenho Central de Capivari,
interior do Estado. Ele adquiriu algumas glebas de terra na região e com forte
empreendedorismo, construiu uma olaria com uma pequena produção de tijolos,
iniciando o progresso na região, que fazia parte do município de São Paulo,
construindo casas nos arredores para abrigar os operários, trazendo as primeiras
famílias de trabalhadores, principalmente imigrantes, que se instalaram as margens
da estrada de ferro. A primeira estação de trem da região concluída em 1895 foi feita
por Antonio Agú que doou a empresa ferroviária, recebendo o nome de Estação
Osasco, como homenagem de Agú a sua cidade natal na Itália. Para resolver os
problemas de drenagem das terras próximas à estação que eram constantemente
alagadas foram plantados eucaliptos e os trechos mais secos foram loteados,
favorecendo a ocupação urbana do centro. A vila era caracterizada como um local
essencialmente operário, integrada principalmente nas atividades econômicas
desenvolvidas por Antônio Agú. Na formação da cidade fizeram parte descendentes
de: armênios, russos, alemães, turcos, poloneses, italianos, árabes, espanhóis e
japoneses (PMO, 2012).
124
e b). Houve vários entraves judiciais, tendo o caso sido julgado pelo Supremo
Tribunal duas vezes, tendo seu desfecho, após muita pressão, com as eleições onde
Hirant Sanazar foi eleito o primeiro prefeito em 4 de fevereiro de 1963, ocorrendo em
19 de fevereiro à emancipação.
Figuras 69 Trechos ao longo da Avenida dos Autonomistas na década de 1970, próximos a Rua Primitiva
Vianco.
(WWW.CAMARAOSASCO.SP.GOV.BR/OSASCO/FOTOS ACESSADO EM 17/06/2011 ÁS 20H)
Bradesco, na Cidade de Deus, as emissoras SBT e Rede TV. Então também a sede
dos Centros de Distribuição da Coca-Cola, McDonalds, Avon, Pão de Açúcar e
Carrefour, dentre outras empresas. Pode ser considerada capital regional da zona
oeste da região (PMO, 2012).
Figura 391 Estação de Osasco: a) no início de suas operações em 1934 e; b) em 1966, respectivamente.
FONTE: WWW.NOSSOSAOPAULO.COM.BR (ACESSADO EM 14/05/2011 ÁS 10H30)
128
Figuras 402 a) Estação Osasco, antes da requalificação promovida pela Operação Urbana em integração com
projeto de Requalificação do Centro e; b) Largo de Osasco, antes da requalificação promovida pela Operação
Urbana em integração com projeto de Requalificação do Centro, respectivamente.
FONTE: WWW.NOSSOSAOPAULO.COM.BR (ACESSADO EM 14/05/2011 ÁS 10H30)
Figura 74 Gráfico referente ao valor adicionado bruto no município de Osasco, no período de 2000 á 2009.
FONTE: DIEESE, 2012.
Figura 75 Gráfico da evolução da renda por domicilio per capita relacionando o município de Osasco com a
RMSP e o estado de São Paulo.
FONTE: DIEESE, 2012.
132
22
A RMSP havia sido instituída em 1973 por Lei Federal, mas não possuía existência legal, pois dependia de
aprovação de lei estadual, o que se efetivou com a criação do então governador do Estado de São Paulo,
Geraldo Alckmin, em janeiro de 2011 pela Lei Complementar Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011.
23
Criação da Câmara de Desenvolvimento Metropolitano por meio de Decreto nº 56.887, de março de 2011,
como parte integrante do Sistema Estadual de Desenvolvimento Metropolitano.
24
Dados retirados do Governo do Estado de São Paulo, em notícias, 2012.
133
3
4
6
1
2
Figura 76 Mapa da Macrometrópole com as seis aglomerações urbanas do Estado de São Paulo.
FONTE: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO METROPOLITANO. EM: WWW.SDMETROPOLITANO.SP.GOV.BR (ACESSADO EM
15/10/2013 ÁS 10HS)
25
Decreto nº 10.676, de 07 de março de 2012, que restringe o transito de caminhões em Osasco.
134
compreendido pela grande parcela de seu território sob proteção aos mananciais 26
(SDM, 2012).
26
Dados retirados do estudo realizado pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo a pedido da
Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do Estado de São Paulo em 2012.
27
Estabelecidos pela Lei Complementar Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011.
28
Estabelecido pelo Decreto 56.679, de 20 de janeiro de 2011 que dá suporte ao LDO e LOA.
135
29
Informações retiradas do Portal do Governo do Estado de São Paulo, em notícia de 28/06/2013.
30
Informações retiradas do jornal Folha de São Paulo, notícia de 15/09/2013.
136
Figura 77 Área UIT 6 - Piratininga/Presidente Altino onde se localiza o objeto de estudo desta dissertação: a)
foto aérea; b) uso e ocupação do solo.
FONTE: MONTADO PELA AUTORA A PARTIR DE DADOS DA EMPLASA. BASE: EMPLASA, 2011.
31
Lei Complementar nº 125, de 03 de agosto de 2004, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
de Osasco.
32
Lei nº 1.485, de 12 de outubro de 1978, que estabelece diretrizes para o uso e ocupação do solo em Osasco.
138
As principais ações previstas pelo PDDUO que tem aplicação direta nas
Operações Urbanas municipais são:
extremo norte do município, que sofre com a ocupação irregular e possui uma
APP;
Uma das ações propostas pelo Plano Diretor vigente, aprovado em 2004, é a
priorização do transporte de cargas e, consequentemente, a manutenção do
desenvolvimento industrial e de logística, criando um Plano de Estruturação Viária
do Município, indo contra os princípios definidos pela OUCT I e II, que defendem a
proibição deste setor, promovendo o setor terciário.
Covas, de modo a não mais ocupar as margens do rio, mas a passar junto à linha
férrea.
Estes planos previam vários projetos que constam nas diretrizes e nos planos
de ação das Operações Urbanas Consorciadas Tietê I e II: como as adequações nas
estações da CPTM; a realocação do Terminal Rodoviário para a criação de uma
estação intermodal ao lado da Estação Miguel Costa; a implantação de um terminal
rodoviário urbano junto a Estação Comandante Sampaio e outras ações que não
fazem parte dos planos como o estudo para a implantação do sistema de
transportes tipo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT); bem como a implantação do
sistema de hidrovia interligado por meio de uma estação intermodal com o Rodoanel
Mário Covas.
33
Questões apontadas enfatizadamente pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, em
publicação Realizações e Perspectivas 2. SEHDU 2009-2012.
141
g) região do Industrial Altino, na divisa com a Rodovia Castelo Branco (ver item
7 da Figura 78);
Figura 78 Mapa com as áreas identificadas pelo PDDUO recomendadas para requalificação.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, COM BASE NOS DADOS FORNECIDOS PELO PPDUO. BASE: GOOGLE MAPS.
margens dos principais obstáculos físicos e territoriais: a linha férrea da CPTM, o Rio
Tietê e as Rodovias Presidente Castelo Branco, Rodoanel Mário Covas e Marginais
Tietê e Pinheiros. São, predominantemente, áreas com histórico de ocupação
industrial, atualmente em decadência.
34
Definido pela Lei Federal nº 10.275, de 10 de julho de 2001, que institui o Estatuto da Cidade.
35
Regulamentadas pela Lei Complementar 152, de 09 de outubro de 2006, sobre as ZEIS dispondo de normas
específicas para a produção de HIS e HMP.
143
Figura 79 Trecho do mapa de delimitação das ZEIS, área da OUCTO II em vermelho, em laranja ZEIS-1 e em
roxo ZEIS-2 e 3.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: PDEO, AINDA NÃO APROVADO, DISPONIBILIZADO NA INTERNET.
Figura 80 Trecho do mapa com centralidades polares e lineares do município, o item 6 é demarcado como
centralidade potencial prevista, área da implantação da OUCT II.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: PDEO, MAPA DE REDE ESTRUTURAL DE EIXOS E POLOS DE CENTRALIDADE.
36
Área do macrozoneamento onde se inserem as Operações Urbanas Consorciadas Tietê I e II.
146
37
Instituído pela Lei Complementar nº 267, de 18 de julho de 2013, alterando a Lei nº 1.485, de 12 de outubro
de 1978.
38
Lei Federal nº 10.257/01, Estatuto da Cidade.
147
que define a área como potencial de requalificação urbana e prevê uma operação
urbana para o perímetro, ao utilizar o Rio Tietê como elemento integrador do projeto
urbano e propor a despoluição de suas águas.
39
Lei Complementar nº 203 que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê II, de 22 de dezembro de 2010.
40
Instituído pela Lei 4011, de 16 de março de 2006.
41
Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, que institui o Estatuto da Cidade.
148
42
Lei Complementar 170/08, que instituiu a Operação Urbana Consorciada Tietê I.
43
Lei Complementar 152, de 09 de outubro de 2006, que regulamenta a Lei Complementar nº 125, de 03 de
agosto de 2004, que institui o Plano Diretor, com relação às ZEIS e normas para a produção de HIS e HMP.
149
Figura 421 Projeto de intervenção da área do braço morto do Rio Tietê, no Jardim Rochdalle, zona norte.
FONTE: REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS 2. SEHDU 2009-2012.
Figura 82 Obras do Programa de Urbanização Gradual no Jardim Fazendinha, na zona sul do município.
FONTE: REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS 2. SEHDU 2009-2012.
44
Decreto 56.639, de 01 de janeiro de 2011, que organiza a secretaria e dá outras providencias.
150
46
Com a regulamentação do Plano Diretor (2004) e a aplicação da Lei da
47
Outorga Onerosa (2008) foi possível promover intervenções ligadas à redução da
demanda por moradia. Deste modo foram criados instrumentos para a realização de
projetos urbanos de grande porte, com parcerias público-privadas, como as três
operações urbanas ativas no momento (Figura 83): Operação Urbana Consorciada
48 49
Tietê I (2008) , Operação Urbana Consorciada Tietê Osasco II (2010) e
50
Operação Urbana Paiva Ramos , denominadas pelo poder público de Projeto Tietê,
Projeto Bonfim e Projeto Paiva Ramos, respectivamente. As duas primeiras buscam
recuperar a área central da cidade e a faixa lindeira ao Rio Tietê. Já a terceira busca
promover a ordenação da ocupação do território no extremo norte do município,
recuperando uma área de extensa cobertura vegetal, parcialmente ocupada por
moradias irregulares. Foram criadas condições para que investidores privados
gerassem recursos, administrados pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Habitacional. Uma diretriz apontada é a constante avaliação e
acompanhamento das intervenções e políticas públicas para que possam ser feitas
atualizações (SEHDU, 2013).
45
Retirado das notícias do Portal de Prefeitura Municipal.
46
Lei Complementar nº 125, de 03 de agosto de 2004, que institui o Plano Diretor.
47
Lei Complementar nº 171, de 16 de janeiro de 2008, que institui a Outorga Onerosa do Direito de Construir.
48
Lei Complementar 170/08, que instituiu a Operação Urbana Consorciada Tietê I.
49
Lei Complementar 203, de 22 de dezembro de 2010, que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê II.
50
Lei Complementar 222, de 26 de dezembro de 2011, que institui a Operação Urbana Consorciada Paiva
Ramos.
151
b
c
Figura 433 Trecho do mapa com identificação das Operações Urbanas Consorciadas Municipais em amarelo:
a) Projeto Paiva Ramos; b) Projeto Tietê; c) Projeto Bonfim. Em vermelho, as áreas sujeitas à requalificação
no município, em área do entorno do Rio Tietê.
FONTE: WWW.CONSULTAPUBLICA.OSASCO.SP.GOV.BR (ACESSADO EM 08/10/2013 ÁS 21H25)
Como exemplo desta participação efetiva, descrita pela SEHDU, pode-se citar
os processos de reurbanização de favelas, como o Projeto de Urbanização das
Colinas-Morro do Socó, onde os moradores participaram e discutiram juntamente
com os técnicos municipais os critérios para o retorno as moradias definitivas, a
nova forma de uso e convivência dos espaços públicos do projeto de Habitação de
Interesse Social (HIS).
51
Conceitos de Martins (2006).
52
Lei 3932, de 02 de março de 2005, que institui o Programa de Bolsa Aluguel.
53
Lei Complementar nº 152, de 09 de outubro de 2006, referente às ZEIS.
154
Figura 85 Trecho do mapa das intervenções promovidas pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento
Urbano (SEHDU)
FONTE: REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS 2. SEHDU 2009-2012.
54
Possibilitado pelo Provimento nº 18/2012 da Corregedoria Geral do Estado de São Paulo, que trata da
Regularização Fundiária.
55
Decreto 9.513, de 15 de dezembro de 2005, regulamenta a lei nº 3.924, de 29 de dezembro de 2004, que
dispõe sobre o Endereço Social, projeto em parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
155
56
A Operação Urbana Consorciada Tietê I (2013) é composta por uma área
de propriedade particular de aproximadamente 500 mil m² e é delimitado a oeste
56
Lei Complementar nº 268, de 18 de julho de 2013, que altera a Lei Complementar nº 170, de 16 de janeiro
de 2008, que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê I.
156
pelo Quartel de Quitaúna, a leste pelo Complexo Viário Tancredo Neves, tendo
como limite a Operação Urbana Consorciada Tietê II, ao norte pelo Rio Tietê e ao
sul pela linha férrea.
Figura 86 Imagem da área de implantação da Operação Urbana Consorciada Tietê I, um grande vazio urbano
no município.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS 2. SEHDU 2009-2012.
OUCT I
ZEIS
OUCT I
Figura 88 Foto aérea com a área de inserção da OUCT I e mapa com usos de solo propostos pela Operação
Urbana Consorciada Tietê Osasco I.
FONTE FOTO AÉREA: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: GOOGLE MAPS. FONTE MAPA OUCT I: LEI COMPLEMENTAR Nº 268, DE 18 DE JULHO
DE 2013.
Figura 89 Planta de estudo funcional e das vias de ligação propostas pela OUCT I.
FONTE: LEI COMPLEMENTAR Nº 268, DE 18 DE JULHO DE 2013.
160
Figura 90 Á esquerda, área onde será implantado a HIS ocupada com ocupação irregular. Á direita, proposta
projetual de HIS, denominada Miguel Costa.
FONTE: WWW.VIGLIECCA.COM.BR (ACESSADO EM 10/10/2013 ÁS 19HS)
57
Informações retiradas da SEHDU, na publicação Realizações e Perspectivas 2. SEHDU 2009-2012.
58
Termo cunhado por Fix (2001).
161
características em seus projetos urbanos e gestão pública que podem ser utilizados
como referência para o objeto de estudo.
Figura 91 Na parte superior mapa do perímetro de intervenção da OUCT II, na parte inferior trecho do
zoneamento municipal onde se insere a Operação Urbana.
FONTE: ORGANIZADO E INTERPRETADO PELA AUTORA. BASE MAPA SUPERIOR: GOOGLE MAPS. BASE MAPA INFERIOR: TRECHO DO
MAPA DE ZONEAMENTO, RETIRADO DE DADOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE OSASCO.
Branco, o que levou a construção de uma nova ponte deslocada para a direita, o que
modificou o fluxo na região (Figura 92).
A Operação Urbana Consorciada Tietê II (OUCT II) teve sua gênese por meio
de uma Carta Convite realizada no ano de 2007 a pedido da Prefeitura Municipal de
Osasco (PMO) que convidou alguns escritórios, elegendo como vencedor o
escritório do arquiteto uruguaio, com descendência italiana e húngara, no Brasil a
mais de quarenta anos, Hector Vigliecca, o Vigliecca & Associados.
60
Em sua publicação recente “Hipóteses do Real” (2013) Vigliecca revela
uma análise de sua prática profissional restrita à participação de concursos em seu
escritório, onde são expressas as principais ideias do arquiteto, geradas a partir de
sua principal prática profissional desde sua formação: os concursos de arquitetura,
vencendo 17% dos quais participou61.
60
Livro recentemente lançado pelo escritório Vigliecca & Associados, referente à sua experiência na
participação de concursos de arquitetura e urbanismo, revelando a extensa participação do escritório na área.
61
Dados retirados da publicação da Revista Monolito de edição nº. 16 Héctor Vigliecca, de setembro de 2013,
texto de Fernando Serapião.
170
O arquiteto vinha de uma prática de concursos que não era comum no Brasil,
de modo que logo que chegou chamou Guedes para participar de um concurso para
o centro de convenções da Bahia (Figura 99). Porém já no desenvolvimento do
mesmo, Guedes desistiu de continuar e, Hector, com o seu consentimento continuou
no concurso em parceria com duas arquitetas recém-formadas pelo Mackenzie. Sua
proposta baseada no Archigram venceu o concurso, mas o governo local acabou
contratando o segundo colocado, possivelmente devido ao fato de um arquiteto
estrangeiro, que não havia validado seu diploma, e duas recém-formadas terem
vencido. Na espera pela oportunidade de acompanhar uma obra com um grande
contrato, o arquiteto não convidou Guedes para participar da equipe, fato pelo qual
se desculpou anos depois (SERAPIÃO; GRUNOW, 2009).
171
Figura 9846 á esquerda e Figura 99 á direita. Á esquerda, banco Central do Comércio em Jaú; á direita,
projeto vencedor do concurso em Salvador.
FONTE: SERAPIÃO (2013).
com blocos de tijolo cerâmico, tendo com forma das coberturas como galpões
industriais62 (SERAPIÃO, 2013).
Figura 100 Centro Universitário FIEO, em Osasco, projeto em conjunto com Bruno Padovano.
FONTE: SERAPIÃO (2013).
Figura 471 Imagens do SESC Nova Iguaçu, no Rio de janeiro, projeto de Hector Vigliecca com Bruno
Padovano.
FONTE: SERAPIÃO (2013).
No momento atual seu escritório entrou em uma nova fase, onde após
executar todo o processo de regularização e providenciar toda a documentação
necessária começou a concorrer em grandes licitações públicas de projetos, para
realizar os projetos urbanos e gerenciá-los, diferenciando-os do restante dos
62
Projeto vencedor do 1º prêmio do Concurso Nacional em 1985 que o arquiteto venceu aos 45 anos de idade
e resolveu deixar o CNEC.
173
Figura 482 Imagem projeto Colinas D’Oeste, habitação social em Osasco, de Vigliecca.
FONTE: SERAPIÃO (2013).
63
Pensamentos do arquiteto com relação à prática profissional. Em: Hipóteses do Real. Concursos de
arquitetura e urbanismo. Lizete Maria Rubano (org. e coord.). Marcela Alonso Ferreira (coord.). Vigliecca &
Associados. 1ª edição. São Paulo, 2012.
175
Com relação ao projeto Arena Castelão, foi adotado pelo escritório uma
metodologia original. Foi realizada uma pesquisa de casos com uma viagem de três
177
Por dedicar boa parte de sua carreira a concursos, cerca de 90% de sua obra,
não saiu do papel. Por trabalhar na escala urbana acaba por se vincular ao poder
público, dependendo de seus recursos. Produziu o projeto de algumas Operações
Urbanas, como a Operação Urbana Tietê Osasco II, em Osasco, aprovada e em
fase de implantação; a Operação Urbana Vila Sônia e; a Operação Urbana Mooca
Vila Carioca, na região do ABC a pedido da PMSP por meio de licitação pública
onde ganhou o 1º lugar, aprovada e em andamento. Não se sabe quando será
possível ver os resultados destas Operações Urbanas, pois elas dependem de
recursos públicos e investimentos privados.
64
Referente ao discurso de apresentação por Lizete Maria Rubano no lançamento da Revista Monolito em
homenagem á Vigliecca, em 15/10/2013 no auditório do Centro Universitário Maria Antônia USP.
178
65
Discurso do arquiteto Hector Vigliecca, no lançamento da Revista Monolito em homenagem á sua obra, em
15/10/2013, no auditório do Centro Universitário Maria Antônia USP.
66
Críticas retiradas da publicação da Revista Monolito de edição nº. 16 Héctor Vigliecca, de setembro de 2013,
texto de Lizete Maria Rubano.
179
Uma observação mais atenta do projeto urbano resultante revela que seu
projeto urbano defende os ideais modernistas no que se refere ao princípio de
separar a área em setores ou funções, bem como em promover a ocupação das
quadras de forma livre e com volumetrias em lâminas dispostas sobre o solo, como
se pode observar claramente nas provisões habitacionais.
67
Muitas foram às tentativas em vão de se obter as informações a respeito dos primeiros planos e da busca
pelos documentos e pela lei da licitação pública que, entretanto, não se encontra disponível ao público, bem
como os outros projetos que concorreram na licitação. Pouco se tem informações sobre a relação entre a PMO
e o escritório do arquiteto no processo de desenvolvimento da Operação Urbana. O que se conseguiu levantar
de informações, disponibilizadas em janeiro de 2014 pela PMO, se refere ao processo de criação de Lei da
OUCT II com as audiências públicas e o material apresentado na mesma por Vigliecca.
68
De acordo com os conceitos referentes à pós-modernidade definidos por Harvey (2011).
180
69
Referente ao processo de gênese do projeto urbano em entrevista realizada pela autora com Hector
Vigliecca em seu escritório em 25/11/2013.
181
“Se você não entende que isto aqui é uma transferência brutal de todos os
pontos de vista. Do ponto de vista de um elemento de referência. Um
elemento de referência tem um tamanho maior que uma passagem, então se
você não entende isso você não consegue defender. A gente fica no meio de
uma situação que no fim, nós não temos poder de decisão nenhum. Então
nós ficamos fora deste projeto, ficamos fora do Paço70.”
Cabe aqui ressaltar que não foi solicitado ao arquiteto o desenho urbano da
porção da cidade, mas a minuta de Lei da OUCT II. Pode-se identificar o desperdício
do dinheiro público gasto com o projeto urbano que não foi levado para frente, pois o
poder público deixou de lado as propostas executadas pelo pode público para
70
Referente às modificações realizadas em seu projeto na ocasião da implantação dos mesmos em entrevista
realizada pela autora com Hector Vigliecca em seu escritório em 25/11/2013.
182
71
Referente à base teórica do autor para a realização dos planos para a OUCT II, em entrevista realizada pela
autora com Hector Vigliecca em seu escritório em 25/11/2013.
183
72
A área da Operação Urbana Consorciada Tietê II (2010) , com área de
aproximadamente 60 hectares, localiza-se entre o Viaduto Presidente Tancredo de
Almeida Neves e Viaduto Fuad Auada, tendo como limite ao norte a Rodovia
Presidente Castelo Branco e limite ao sul à linha férrea da CPTM, englobando os
bairros do Bonfim ao sul e Rochdalle ao norte. Abarca a região central, de grande
potencial, entre duas barreiras físicas, a linha férrea e a Rodovia, dividida ao meio
pelo Rio Tietê. Foi inicialmente ocupada pelas indústrias, bairros operários,
comércios e habitações unifamiliares, na sua maioria, desativados pela crise de
1970, sofrendo um processo de esvaziamento econômico, contribuindo para a
subutilização e degradação do local, principalmente relativo à legislação urbana
restritiva.
b) resgatar a área central, histórica, como um novo polo econômico por meio de
incentivos urbanísticos da contrapartida;
72
Lei Complementar nº 203 que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê Osasco II, de 22 de dezembro de
2010.
73
Lei Complementar nº 203 que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê Osasco II, de 22 de dezembro de
2010.
184
c) Setor 03: denominado Bonfim: compreendido entre a Av. das Nações Unidas
ao norte, à linha férrea ao sul, a Vila Leonor á oeste e a Rua Rafael Aragoni e
Vila Hervy ao leste;
d) Setor 04: denominado Vila Hervy: compreendido entre a Rua Rafael Aragoni
ao sul, a Praça Laurindo de Camargo ao norte, a Av. Fuad Auada á oeste e
Passagem João Cobo ao leste;
f) Setor 06: denominado Vila Leonor: compreendido entre a Av. das Nações
Unidas ao norte, à linha férrea da CPTM ao sul e a Rua André Rovai á oeste;
Figura 104 Área compreendida pela Operação Urbana Consorciada Tietê II.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
deste setor para o Rio Tietê, como um local isolado. Este setor se revela como um
local não acolhedor e propicio aos pedestres, não possui o uso necessário para
promover segurança aos usuários.
direita vê-se um terreno vazio. Nas Figuras “f” e “h” observa-se a Rua Valter Manzolli
em trecho já pavimentado e com calçamento, com uso residencial á direita e
industrial á esquerda. Na Figura “e” observa-se a Rua Amélia Manzolli, residencial
com um bom estado de conservação. Na Figura “g” observa-se a Rua Francisco de
Carlo, que conecta a Rua Valter Manzolli com a Praça Linda Kamalakian.
“e” e “f”, com 11 pavimentos fazendo fronteira com a Vila Hervy, com até dois
pavimentos no máximo. Na Figura “a” verifica-se a Praça Linda Kamalakian. Na
Figura “b” observa-se a Rua Manoel Rodrigues. Na Figura “c” observa-se a Rua
Acácio João Magalhães, com predominância de residências de dois pavimentos. Na
Figura “d” observa-se a Praça Linda Kamalakian, evidenciando um dos únicos
espaços públicos da área da Operação Urbana cercada de grades. Pode-se concluir
que este setor possui potencial de transformação que vai se modificando da
esquerda para a direita a partir do limite com o Setor 6 – Vila Leonor até se
encontrar com o Setor 1 – Complexo Metropolitano, onde ficará o projeto âncora.
pavimentos. Na Figura “e” vê-se a Rua Mahmaud Ibraim com vista para o Conjunto
Nova Grécia.
A seguir será realizada uma explanação acerca dos parâmetros e índices, bem
como as propostas definidas para cada setor acerca da situação atual.
Figura 129 Setor 1 – Complexo Metropolitano: onde será instalado o projeto âncora do novo Paço Municipal
no trecho B e C, em área pertencente à Gleba Hervy.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
Haverá também a abertura de novas vias de ligação, como entre a Rua Rafael
Aragoni e a Rua Manoel Rodrigues, com leito carroçável de 10m de largura e
calçada de 3m de largura; abertura de via local de ligação da Rua Rafael Aragoni
com a Rua Erasmo Braga, com leito carroçável de 7m de largura e calçada de 5m
de largura; abertura de via de acesso local no Complexo Metropolitano, com leito
carroçável de 7m de largura e calçada de 5m de largura.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
Figura 5730 Setor 2 – Castelo Branco: onde serão priorizadas ocupações não residenciais, instalando um novo
polo de comércio e serviços regional.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
O Setor 3 – Bonfim:
As propostas para este setor abordam melhorias sociais e urbanas para a área,
promovendo a ocupação ordenada do território e garantindo a mobilidade urbana
entre os dois lados da linha férrea, bem como com as duas margens do Rio Tietê. O
setor possui a maior área da Operação Urbana, situado entre as duas barreiras
físicas do município: o Rio Tietê e a linha férrea da CPTM (Figura 131).
Figura 131 Setor 3 – Bonfim: onde será priorizada a ocupação ordenada do território.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
aumentando seu leito carroçável para 10m de largura; aumento do leito carroçável
para 10m de largura e calçada de 3m de largura da Rua Manoel Rodrigues, entre a
Avenida das Nações Unidas e a nova via paralela à linha férrea.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
Este setor conta com propostas para a antiga vila industrial pertencente às
Indústrias Hervy. As propostas para este setor visam à melhoria das condições de
habitabilidade, preservando a volumetria existente atualmente na área, bem como o
incentivo a implantação de usos institucionais, de comércio e serviços de caráter
210
Figura 5832 Setor 4 – Vila Hervy: área onde será priorizada a ocupação ordenada do território e a
manutenção da volumetria atual.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
As diretrizes de uso e ocupação de solo para este setor podem ser identificadas
em Tabela 5 abaixo:
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
O Setor 5 – ZEIS:
Este setor conta com duas áreas, a primeira situada à margem norte do Rio
Tietê e a segunda situada à margem sul do mesmo, ambas fazendo divisa ao oeste
com o Viaduto Presidente Tancredo Neves. Para este setor será realizada a
reurbanização da área74 sendo o único setor onde será permitida a implantação de
HIS. Atualmente a primeira área esta parcialmente ocupada com loteamentos
irregulares, às margens do braço do rio Tietê. A segunda área consiste em
ocupações irregulares em área subutilizada entre o viaduto, a linha férrea, a Vila
Leonor e o Rio Tietê (Figura 133).
74
Constantes do Anexo Único da Lei Complementar nº 152, de 09 de outubro de 2006.
212
paralela à linha férrea. Será realizada também a supressão das vielas que se
inserem no perímetro deste setor.
Para este setor devem ainda ser observadas as diretrizes definidas pelo
Plano de Reurbanização e Regularização Fundiária a ser elaborado pelo poder
executivo Municipal, bem como as legislações da Lei Complementar nº 152, de 09
de outubro de 200675.
As diretrizes de uso e ocupação de solo para este setor podem ser identificadas
em Tabela 6 abaixo:
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
Os índices relativos à HIS e HMP definidos para a área de ZEIS são os previstos
em Lei Complementar 125/2004, onde se prevê a manutenção da população no
local.
Figura 134 Setor 6 – Vila Leonor: área identificada como potencial de preservação do patrimônio e restauro
pertencente á CPTM.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
75
Lei que regulamenta a Lei Complementar nº 125, de 03 de agosto de 2004, que institui o Plano Diretor, com
relação às zonas especiais de interesse social e dispõe sobre normas específicas para a produção de Habitação
de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP).
213
Figura 135 Setor 7 – Parque da Orla do Tietê: composta pelas margens norte e sul do Rio Tietê.
Fonte: Autoria própria. Base: Google Maps
Rio Tietê e na nova via criada paralela à via férrea. Além de um sistema de áreas
verdes no parque de modo a valorizar a frente fluvial e promover o resgate do rio á
cidade, bem como a implantação de ancoradouros para barcos nas duas margens
do Rio Tietê visando sua limpeza e recuperação como eixo fluvial.
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE Á OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II.
Figura 6036 Mapa realizado por Vigliecca & Associados referente à Operação Urbana Consorciada Tietê II, em
Osasco: perímetro e setores de intervenção.
FONTE: PMO
Figura 137 Mapa realizado por Vigliecca & Associados referente ao programa de intervenções da Operação
Urbana Consorciada Tietê Osasco.
FONTE: PMO
217
Figura 138 Mapa realizado por Vigliecca & Associados referente às modificações propostas para o sistema
viário na Operação Urbana Consorciada Tietê II.
FONTE: PMO
76
Lei Complementar nº 203/10 que institui a Operação Urbana Consorciada Tietê II, em Osasco.
219
77
f) incentivar a implantação de Habitação de Mercado Popular (HMP) para
famílias na faixa de renda entre seis e dezesseis salários mínimos no
perímetro da Operação Urbana.
77
Este tipo de intervenção somente será permitido nos setores 1- Complexo Metropolitano, 3- Bonfim, 4- Vila
Hervy e 5- ZEIS.
220
78
Lei que altera a Lei nº 1.485, de 12 de outubro de 1978, estabelecendo diretrizes para o uso e ocupação de
solo no município de Osasco.
221
deve se limitar a 1.300.000m² (um milhão e trezentos mil metros quadrados) na área
delimitada pela Operação Urbana distribuídos da seguinte maneira:
Tabela 8 Total de Estoque Regulador de Potencial Adicional de Construção por setor integrante da OUCTO II
Setor 1 Setor 2 Setor 3 Setor 4 Setor 5 Setor 6 Setor 7
Estoque
(m²) 300.000 300.000 400.000 50.000 250.000 - -
Total de
Estoque 1.300.000
(m²)
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA, BASEADO EM DADOS DA LEI COMPLEMENTAR N 203, REFERENTE À OUCT II.
79
De acordo com a Lei Complementar nº 152, de 09 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor, referente
às ZEIS e dispõe de normas específicas para a produção de HIS e HMP.
222
d) aos lotes dos Setores 2 e 3 com área maior ou igual a 2.000m² que
destinarem ao menos 5% do terreno para praças públicas: será concedido
bônus igual ao dobro do potencial construtivo básico da área destinada à
praça, podendo utilizara a área do terreno original para o cálculo de CA e
TO, dispensado de cumprir a taxa permeável, podendo transferir o
incentivo para outra área da OUCTO II;
80
Conforme previsto nos termos do artigo 182 da Constituição Federal e dos artigos 5º e 6º da Lei Federal nº
10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade.
81
Incentivos fazem parte do Programa de Incentivo à Revitalização de Áreas Urbanas Degradadas (PRO-URBE),
instituído pelo Decreto Estadual nº 152.161, de 14 de setembro de 2007.
224
Figura 139 Mapa realizado por Vigliecca & Associados referente ao estudo de direito á preempção na
Operação Urbana Consorciada Tietê II.
FONTE: PMO
82
Informações fornecidas pela Diretora do departamento de Planejamento Urbano e Uso do Solo (DUS),
Simone Beralda Tavares, em 25 de setembro de 2013.
225
aqui analisar a relação do arquiteto na fase de implantação das propostas. O que foi
solicitado ao mesmo pela prefeitura já foi atendido, que era a Minuta de Lei da
operação Urbana, daí para frente cabe ao poder público e a iniciativa privada
desenvolverem os projetos levando em consideração as diretrizes e parâmetros
definidos.
Outros Planos Urbanos estão sendo propostos e geridos pelo Poder Público
Municipal e se relacionam diretamente com esta Operação Urbana, como o
Programa Renova Centro, que entre suas ações irá revitalizar a área do Calçadão
da Rua Antônia Agú, bem como a Operação Urbana Consorciada Tietê Osasco I,
localizada á oeste da OUCT II, entre outros programas de intervenções. Algumas
das medidas já realizadas por estes planos são a duplicação da Rua da Estação,
que faz divisa com o limite sul do perímetro da Operação Urbana, obra importante
para a integração da malha viária com a área da Operação Urbana, bem como a
revitalização do Largo de Osasco, promovida pela CPTM, como objeto de
contrapartida, ainda pode-se observar a criação da Super Avenida, que conecta a
Rua da Estação com a área da Vila Yara, desafogando parte do tráfego da Avenida
dos Autonomistas (ver item 10, Figura 140).
Pode-se afirmar que a área da Operação Urbana, constituída por setores que
possuem diferentes territórios, potenciais e necessidades, deve receber
investimentos com usos para lazer, comércio, serviços e moradia, garantindo o seu
uso efetivo e a melhor otimização da ocupação do território, modernizando a região
central do Município e atraindo novos investidores, se aproveitando dos
equipamentos urbanos e infraestrutura, principalmente em transportes coletivos, já
existente na região e seu entorno.
INTERVENÇÃO URBANA
O partido geral da proposta utiliza o Rio Tietê como elemento integrador, para
criar um polo regional, ressaltando as potencialidades do rio e da ferrovia, que
deixam de serem divisores do território e passam a serem integradores de espaços,
numa cidade multifuncional. Incentiva a implantação de usos de comércio e serviços
ao longo da Rodovia Castelo Branco. Pretendem transpor o rio e promover a ligação
entre as duas regiões da cidade, criando um espaço contínuo. Requalifica o vale
central do município que sofre com o esvaziamento em função de processos de
mudanças de uso, com áreas subutilizadas.
O projeto Urbano foca em um Complexo Metropolitano que será feito por meio
de diversas iniciativas. As mais destacadas são: a) implantação do novo Paço
Municipal, da Praça Cívica; b) readequação do galpão das Indústrias Hervy para
atividades de lazer, cultura e esportes; c) implantação de um Parque Linear em uma
83
Lei Complementar nº 125, de 03 de agosto de 2004, que institui o Plano Diretor Municipal.
84
Plano de Integrado de Transportes Urbanos, de dezembro de 2006.
230
faixa de 50m; d) edificação de edifício ponte sobre a ferrovia com uso de comércios
e serviços; e) implantação de estacionamento sob a Praça Cívica; f) realocação do
Terminal Rodoviário, integração dos setores norte e sul da cidade por meio da
Estação de Osasco. Prevê ainda a Valorização da frente fluvial do Rio Tietê, por
meio da implantação do Parque Orla do Tietê, com estacionamento subterrâneo (TO
máx 30%), gestão conjunta com o DAEE para a recuperação do rio e a recuperação
da orla ferroviária, juntamente com a CPTM, com a modernização dos trilhos, trens e
estações, bem como a implantação de áreas arborizadas para contribuir com a
drenagem local e tratamento paisagístico:
85
De acordo com a Minuta de Lei da Operação Urbana Consorciada Tietê II enviada a Câmara para aprovação.
86
De acordo com o prefeito da antiga gestão, Emídio de Souza, em evento realizado em 21 de maio de 2012,
na associação Comercial Empresarial de Osasco.
231
As ações previstas e/ou realizadas pela Operação Urbana contam com ações
de parceria de gestão com diversos investidores:
87
Empresa GBX, proprietária de parte da gleba do Setor 1 e responsável pela construção do Paço Municipal
como forma de contrapartida. Informação fornecida pela Diretora do departamento de Planejamento Urbano e
Uso do Solo (DUS), Simone Beralda Tavares, em 25 de setembro de 2013.
232
88
Informações obtidas em entrevista com o atual presidente da Câmara, que na época da votação era membro
da mesma, Antonio Aparecido Toniolo, na Presidência da Câmara Municipal em 25 de setembro de 2013.
234
LOCALIZAÇÃO
SITUAÇÃO ATUAL
SITUAÇÃO PRETENDIDA
Figura 621 Esquema de situação atual e Projeto Urbano esperado para o geral do Setor 1.
FONTE 1: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: GOOGLE MAPS. FONTE 2: FOTOS DE AUTORIA PRÓPRIA. FONTE 3: IMAGENS PROJETO URBANO,
RETIRADO DO SITE WWW.VIGLIECCA.COM.BR (ACESSADO EM 08/10/2013 ÁS 20H50).
O esquema anterior (Figura 141) revela a situação atual geral do setor, onde
se observa as revitalizações realizadas na Estação Osasco, no Largo de Osasco e
na malha viária, projeto e execução da CPTM como forma de contrapartida de
terreno público, antiga via lateral à linha férrea, cedida para execução de uma nova
plataforma. A maquete e o croqui do projeto urbano revela a intenção do arquiteto de
conectar o território e priorizar o pedestre, a ideia de quadra híbrida, bem como a
volumetria pensada para a área.
c
Figura 142 a) maquete eletrônica do projeto do escritório Uniarq para o novo Paço Municipal diferente do
projeto de Hector para a área; b) projeto urbano de Vigliecca para a área; c) Estação Osasco já remodelada,
suprimindo a grande praça pública proposta.
FONTE: A) 1.REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS 2. SEHDU 2009-2012; B).BASE: MINUTA DA LEI DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
TIETÊ II; C).ACERVO PESSOAL (2013).
89
Certificação desenvolvida pelo LEED – United States Green Building Consul.
90
A Planilha de Pontuação do Projeto do LEED 2009 para Desenvolvimento de Bairros se encontra em anexo a
esta dissertação.
239
1. Localização Inteligente:
esgoto e energia elétrica, a malha viária existente, bem como a Estação Osasco
que, juntamente com o Largo de Osasco, configura um terminal intermodal,
composto por ônibus municipal, intermunicipal, duas linhas da CPTM, a linha 8
Diamante que vai da Estação Amador Bueno em Itapevi até a Estação Júlio Prestes
na região central de São Paulo e a linha 9 Esmeralda que vai da Estação Osasco
até a Estação Grajaú. Estes quesitos, aliados a criação de ciclovias reduzem a
necessidade do transporte particular que, antes mesmo da implantação das
propostas, já possui uma rede saturada.
Figura 143 Localização das macroestruturas existentes no entorno da área da Operação Urbana.
FONTE: ANÁLISE COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA E NA LEI APROVADA PARA A OUCT II,
ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA AUTORA. BASE MAPA: GOOGLE MAPS.
Figura 144 Análise do projeto urbano da OUCT II em duas etapas: o que foi aprovado pela Câmara e a
proposta do escritório de Vigliecca.
FONTE: ANÁLISE COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA E NA LEI APROVADA PARA A OUCT II,
ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA AUTORA. BASE MAPA SUPERIOR: MINUTA DA LEI DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II.
BASE MAPA INFERIOR: GOOGLE MAPS.
91
Termo definido por Victor Gruen (1973) acerca dos centros urbanos e a necessidade da multifuncionalidade
do solo.
243
Figura 6346 Proposta da OUCT II que separa a área por setores unifuncionais.
FONTE: ANÁLISE COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA E NA LEI APROVADA PARA A OUCT II,
ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA AUTORA. BASE MAPA: MINUTA DA LEI DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II.
244
2. Desenho do bairro:
será executado pela empresa responsável pelo Paço não é o que vemos nas
propostas iniciais, fugindo das principais características do projeto.
Figura 14864 Cortes esquemáticos com a disposição dos usos segregados e a criação de novos percursos.
FONTE: DESCRIÇÃO COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA, ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA
AUTORA. BASE CORTE ESQUEMÁTICOS: VIGLIECCA, EM SERAPIÃO (2013).
247
Figura 149 Análise do tecido urbano quanto ao transporte público eficiente, a redução de distâncias e os
percursos de deslocamentos.
FONTE: ANÁLISE COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA E NA LEI APROVADA PARA A OUCT II,
ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA AUTORA. BASE MAPA: MINUTA DA LEI DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II.
unidade após a passagem de infraestrutura pesada pela área, como as torres de alta
tensão; b) a Vila Hervy acompanhada da edificação da antiga Indústria Hervy, a
primeira mantida em seu conjunto, a segunda com a proposta de passar por retrofit
e servir de área de lazer e esporte para a comunidade e como um centro regional
(Figura 150).
A gestão das águas pluviais e dos recursos hídricos é proposta para a área a
recuperação do Rio Tietê, juntamente com o DAEE, e de sua área de várzea, suas
bordas com a implantação de vegetação nativa o que contribuiria para a redução da
ilha de calor neste trecho urbano, promovendo desta forma a qualidade ambiental.
Figura 150 Análise do tecido urbano quanto às infraestruturas verdes, a preocupação com o patrimônio e a
recuperação do Rio Tietê e a área de várzea na proposta inicial.
FONTE: ANÁLISE COM BASE EM LEVANTAMENTO REALIZADO NAS PROPOSTAS DE VIGLIECCA E NA LEI APROVADA PARA A OUCT II,
ORGANIZADO E REPRESENTADO PELA AUTORA. BASE MAPA: MINUTA DA LEI DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA TIETÊ II.
92
Informações referente às propostas e negociações que vem sendo travadas acerca das intervenções na área
da Operação Urbana, fornecidas por Simone Beralda Tavares, Diretora do DUS, em 25 de setembro de 2013.
249
93
Referente a análise com base no LEED-ND 2009 for Neighborhood Development Rating System, 2011.
250
Figura 651 Mapa da densidade demográfica da área da Operação Urbana em comparação com bairros
vizinhos em Osasco.
FONTE: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE OSASCO, 2009.
94
Lei Complementar 170/08, que instituiu a Operação Urbana Consorciada Tietê I.
252
95
Informações retiradas de entrevista realizada com a Diretora do departamento de Planejamento Urbano e
Uso do Solo (DUS), Simone Beralda Tavares, em 25 de setembro de 2013.
253
A estrutura viária do município teve origem nas barreiras naturais do Rio Tietê
e do sistema ferroviário. Na década de 60 com a industrialização e a macroestrutura
viária do país, iniciou-se forte processo migratório do Nordeste do Brasil e a
constituição de ocupações irregulares que comprometeram a urbanização da região.
Apresenta então uma acessibilidade regional estruturada, em oposição a uma
acessibilidade interna fraca e centrada em uma estrutura radio - concêntrica.
urbana por meio da Operação Urbana do bairro do Bonfim com uma Carta Convite
em 2007.
96
Estas constatações foram fornecidas por um dos autores da proposta preliminar para o Plano Diretor da
Expo 98, José Lamas que, em conjunto com Carlos Duarte, fez a proposta que levou a candidatura e eleição de
Lisboa como cidade sede (LAMAS, 2011).
256
Utiliza os aspectos da tabela criada por Harvey (2011), que separa os dois
períodos de desenvolvimento urbano por diversos tópicos antagônicos aqui
discutidos nos projetos urbanos dos estudos de caso e da OUCT II. Os estudos de
caso e o objeto de estudo podem ser considerados inerentes ao processo de
desindustrialização, vistos como processos de revitalização urbana, com exceção da
Expo’98, que pode ser considerada uma renovação urbana, principalmente pelo fato
de passar uma “tabula rasa” no território, não respeitando as pré-existências, fato
que foi considerado nos outros exemplos. Identifica o papel da gestão com sintoma
ou desejo, tendo o primeiro como uma característica da modernidade que evidencia
a necessidade de reconstrução do pós-guerra e; o segundo como a vontade de ir
contra o modernismo, bem como identifica os instrumentos utilizados para mitigar o
processo de gentrificação.
“esquizofrenia”, pois se fala uma coisa e faz-se outra, e a Expo’98 como um misto
entre esquizofrenia e paranoia, onde se modifica o discurso e se propõe uma cidade
ideal. Já a OUCT II é identificada pela autora como paranoia de acordo com o
discurso dos autores acerca do projeto e com as intervenções já realizadas, bem
como na análise das propostas se identifica um misto de esquizofrenia e paranoia,
devido ao processo desenvolvimento do projeto urbano ter sido iniciado pelo
desenho urbano, o que levou a hipótese do que se queria para a cidade com base
na realidade existente, bem como na esquizofrenia que não busca modificar alguns
problemas sociais e territoriais existentes na área.
EXPECTATIVAS E DISCUSSÕES
prática é elaborar o projeto de lei para depois efetuar os projetos. O plano busca
atender ao mercado imobiliário, porém preocupa-se, ao menos em teoria e desenho
arquitetônico, com a inserção social e a melhoria da qualidade ambiental.
b) investimento público com a duplicação da Rua da Estação, que faz divisa com
a linha férrea, perímetro integrante da OUCT II (Figura 152, item b);
97
De acordo com o prefeito da antiga gestão, Emídio de Souza, em evento realizado em 21 de maio de 2012,
na associação Comercial Empresarial de Osasco.
264
g) vista aérea deste novo complexo citado no item f, com a região circundante
(ver Figura 152, item g).
265
Figura 6652 Mapa que evidencia os investimentos públicos e privados na área de borda da OUCT II, com
reportagens sobre os novos empreendimentos.
FONTE MAPA: AUTORIA PRÓPRIA. BASE: GOOGLE MAPS. FONTE A, C, E, F, G: JORNAIS LOCAIS DE DIVULGAÇÃO. FONTE B, D: PMO.
REVISTA BALANÇO 2005-2011.
266
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para resolver a questão que faz parte do título desta dissertação referente à
como partir do plano urbano, pautado em características modernistas do
zoneamento funcional, para o projeto urbano, pautado no desenho urbano, nos
detalhes arquitetônicos e na gestão de baixo para cima, focando não apenas o plano
gerado, mas o seu processo de desenvolvimento, conforme é definido por Ascher
(2010), envolvendo todos os atores. A manutenção e garantia do desenvolvimento
do plano deve ser observada de acordo com as características de seu projeto
urbano, que deve conter o máximo de informações possíveis. A partir deste ponto
podem-se criticar as Operações Urbanas que vem sendo elaboradas, contendo
apenas índices e parâmetros urbanísticos, não revalando as estratégias ou um
267
Deve-se ressaltar aqui o fato de não ter sido solicitado à Vigliecca os projetos
tridimensionais ou ainda estudos preliminares de parcelas da área, como o projeto
apresentado para o novo Paço Municipal, utilizado pelo arquiteto como âncora no
projeto urbano. Sua participação e leitura do território, englobando inclusive áreas
que não haviam sido solicitadas pela Prefeitura Municipal de Osasco, como a
margem norte do rio Tietê, revela a necessidade e o esforço para integrar uma área
extensa e de grande potencial de transformação, buscando melhorar as conexões
no município. Esta característica, de analisar além do que é solicitado e olhar de
uma maneira mais abrangente para o território, é um ponto comum nas obras do
autor, principalmente devido a sua vasta participação em concursos de arquitetura e
urbanismo.
assegurar a manutenção das propostas foram feitas licitações públicas para quem
quisesse reformular os edifícios históricos onde já receberiam o projeto a ser
realizado, não modificando as características, que diferentemente das vendas aos
investidores, como ocorre em Osasco, garante o sucesso da proposta e a sua
unidade.
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v.21, supl. 3, p.21-32, 2012.
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Arquitetura e Urbanismo. Rio de Janeiro, 2007.
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Associados. 1ª edição. São Paulo, 2012.
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planos urbanísticos de São Paulo no século XX. Editora Mackenzie,
Mackpesquisa 2012 (1ª edição), 2008 (1ª reimpressão), São Paulo, 2002.