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A PA N H A D O RESUMIDO SOBRE CADA CAPÍTULO
Prefácio
Alexander Lowen abre sua obra citando Fausto, de Goethe. O prazer não pode ser
controlado nem comandado pelo homem. Goethe achava que o prazer é uma dádiva
de Deus, para os que merecem sentir o esplendor e a beleza que é viver. Mas Deus faz
uma advertência aos seus filhos: "(...) o prazer é efêmero e abstrato, mas é o próprio
significado da vida."
Devemos ver a diferença que há entre o prazer e o poder, O poder vem do ego, o
prazer vem do corpo. O ego não existe para ser mestre do corpo, mas sim, seu servo
obediente. O corpo, ao contrário do ego, deseja prazer e não poder. O prazer é a
origem de todos os bons pensamentos e sentimentos. Quem não tem prazer corporal,
se torna rancoroso, frustrado e cheio de ódio. O pensamento é distorcido e o potencial
criativo se perde. A perda se torna auto - destrutiva. O prazer é a força criativa da vida.
Ao observar um país rico, como por exemplo os EEUU, Lowen verifica que
mesmo com a alta tecnologia disponível, os norte americanos não parecem felizes.
Gastam muito dinheiro em busca de diversão e de prazer.Viajam e sempre têm
novidades consumistas onde gastar seu dinheiro. Norman Lobenz, citado por Lowen,
publicou um estudo sobre a busca do prazer nos Estados Unidos. Intitulado, "Há
alguém feliz?" , não encontrou felizes e em suas conclusões, pergunta se homem
algum um dia, poderá ser feliz. Lobenz, observou também em seu livro: "(...) o
importante hoje em dia é se divertir, ou parecer que se está divertindo, pensar que está
se divertindo ou ao menos fazer com que acreditem que está se divertindo. Quem não
se diverte é suspeito."
Segundo Lowen as pessoas confundem prazer com diversão. Uma das razões de
não termos prazer é que tentamos nos divertir com coisas sérias e levamos a sério as
atividades que são meras diversões. Ou então as pessoas, buscando o prazer, bebem
em demasia e o resultado é sempre ruim. Confundem diversão com bebidas e drogas,
com prazer. A busca de entretenimentos surge da necessidade de fugir dos
problemas, dos conflitos do cotidiano. É por isso que a diversão adulta quase sempre
se associa ao álcool.
Muitas pessoas já sentiram alguma vez na vida o simples prazer que acompanha
a recuperação de doença ou acidente. No primeiro dia em que a saúde normal é
recuperada, sente-se com intensa satisfação a alegria de se estar vivo. Como é
agradável respirar bem fundo! Que emoção é mover-se fácil e livremente!
Lowen abordou nos dois primeiros capítulos desta obra, a natureza do prazer do
ponto de vista psicológico e do ponto de vista da respiração e movimentação do
corpo. Agora, vai nos relatar, o processo do prazer biológico, o fenômeno do prazer.
Comer, dormir são tipos de prazer que todos sentem. As necessidades criam um
estado de tensão que, quando liberadas, produzem uma sensação de prazer em
forma de alívio. Há pessoas que sentem prazer quando há alguma tensão, algum
desafio. Sentem prazer na competição, na excitação que o desafio produz. No sexo há
o prazer na expectativa e o prazer final. Biologicamente, o prazer está ligado ao ato do
crescimento, fato continuo da vida. Crescemos ao incorporarmos o meio ambiente
em nós, tanto física como psicologicamente. Isso implica uma expansão para fora, o
consumo de ar de alimentação. A relação entre prazer e crescimento explica porque a
juventude, que constitui um ativo período de crescimento físico e mental, encontra-se
mais próxima do prazer do que da idade mais avançada. Explica também porque os
prazeres das pessoas mais velhas possuem um lado mais intelectual, já que neste
aspecto elas ainda são capazes de crescer.
A relação entre o ego e a função sexual pode ser ampliada no tocante a todas as
formas de prazer. Quanto mais forte for o ego, maior o prazer. Alternadamente, o
prazer alimenta o ego. Quanto mais prazer se tem, mais forte se torna o ego. Um ego
mais forte suporta uma excitação maior, que então é transformada em prazer e
satisfação quando ocorre a liberação. Sente-se prazer, em qualquer atividade, quando
ocorre a relação total entre a mente e o corpo. O prazer é o resultado da entrega total
ao impulso e às sensações conjugadas à consciência de que o objetivo e o
ajustamento da ação estão corretos. Se o objetivo é alcançado, atinge-se uma
profunda sensação de satisfação e prazer. O ego funciona com imagens e sua
satisfação deriva da realização dessas imagens. Todos nós temos uma auto-imagem,
para cuja realização lutamos sempre. Representa um objetivo que queremos alcançar,
queremos ser felizes. Todo projeto que se empreende envolve uma imagem. Essas
imagens são excitantes porque se antecipa a sensação de que a vida será mais
agradável após sua realização. Mas esse fato pode não acontecer, resultando
incapacidade de sentir prazer e aumento nos estados de tensão e dor. A imagem que
domina a maioria dos indivíduos atualmente, é a do sucesso, do dinheiro e do poder. A
maioria luta pelo êxito. As mulheres se empenham em ser esposas, mães ou damas
de sociedade bem sucedidas. Os homens lutam para serem amantes, grandes
negociantes, ou profissionais bem sucedidos. Se alguém não alcança o sucesso, será
considerado fracassado.Ao assumir essa responsabilidade, o homem torna-se
egotista. Nunca o homem foi tão orgulhoso. Sempre houve indivíduos cujo egotismo
os colocou acima dos princípios morais, revestindo-os de uma personalidade divina.
Suas conquistas traçaram caminhos de dor e sofrimento. Mas as pessoas
transformaram-se em indivíduos responsáveis por suas próprias vidas. Essas
responsabilidades consideráveis fazem os egotistas encara-las com tranqüilidade. Os
egotistas, geralmente, mesmo se considerando um sucesso ou um fracasso, sua
queixa básica reside na insatisfação, no vazio e na incapacidade de sentirem prazer e
alegria. O individuo existe, simplesmente isso. Mas poderá levar sua existência de
forma mais agradável, partindo de dois pontos. Se o fizer a partir do corpo, perceberá
que o prazer é o estado de harmonia com o ambiente natural e humano. Sentirá que a
alegria é a união do interno com o externo e que, no êxtase, as fronteiras do "self" se
dissolvem totalmente.
O homem, durante muito tempo, não conseguiu dominar o mundo animal como
faz hoje. Não tinha a velocidade que os outros animais tinham, nem o tamanho, nem a
força nem os dentes, nem as garras. Mas tinha o cérebro. Era mais esperto. Mais
astuto. Pensava. Mais do que qualquer outro animal, o homem sobreviveu e vive por
causa de suas faculdades mentais. A sobrevivência depende de se manter atento. Na
luta pela sobrevivência o homem superou todos os seus adversários. Nos temas
sobre franqueza e astúcia, temos que reconhecer que a malicia tem um papel
importante nas disputas entre o homem e o animal. A astúcia, o artifício, a esperteza
são fundamentais em diversas atividades. No futebol, no xadrez, no pôquer, ou
mesmo na guerra, a aplicação correta da astúcia e da esperteza fará a diferença entre
vitória e derrota. Em situações de conflito, o uso da astúcia requer um grau de
objetividade que aumente o nível de percepção. Para avaliar adequadamente a
importância da artimanha será preciso colocarmo-nos na posição do adversário. "Se
eu disser ou agir assim, ou disser tal coisa, o que ele irá pensar ou fazer?" O sucesso
do ardil, depende da exatidão com que se avalia essa reação. A auto preservação é
identificar o sucesso do ardil. A habilidade de usar de artifícios de artimanhas.
A pessoa não pode perceber sua individualidade a menos que tenha o direito e a
capacidade de afirmar sua individualidade. A auto percepção depende da auto-
afirmação. A auto-afirmação é a declaração de individualidade frente a forças que a
negam. O conhecimento é uma função de discriminação. O conhecimento surge
através do reconhecimento das diferenças. A passagem da reação impulsiva ao
pensamento exige a introdução da frustração e da negação. O papel da frustração no
pensamento é evidente. Já o da negação é obscuro. A frustração não acarreta o
pensamento; basta simplesmente transformar-se em rancor e raiva. Estas, na
verdade, são as reações mais naturais à frustração. Dizer não, é manifestação de
oposição, pedra fundamental da sensação de identidade. Opondo-nos aos outros
estaremos dizendo "(...) eu sou eu, não sou você" - "tenho mente própria" . O NÃO como
expressão de auto-afirmação, deriva sua força do conhecimento, do "self". Para
sermos capazes de dizer não de maneira eficaz é preciso saber quem somos e o que
queremos. A auto-afirmação significa que se tem opinião própria. Sem a capacidade
de dizer não, o consentimento não passa de uma forma de submissão, não é a
expressão livre de uma vontade. Quem tem medo de opinar é "vaquinha de presépio",
segundo a sabedoria popular. O não da criança pode ser reprimido, mas não
eliminado. Continua funcionando no inconsciente e se estrutura em tensões
musculares e crônicas. Essas tensões representam a negação inconsciente.
Nos ensina Lowen, neste capítulo, sobre o amor, afeição, hostilidade, raiva, medo,
entre outras reações e emoções.
O homem é um ser criativo. Não produtivo. Mesmo diminuindo seus prazeres, fez
grandes realizações.Infelizmente, de suas realizações obteve poucas alegrias, porque
a produtividade se tornou mais importante que o prazer. Falar do amor como fonte de
prazer é poético. Mas ilógico. Na hierarquia das funções da personalidade , o amor
como emoção, surge do prazer. Como sabemos, o prazer e a alegria se originam de
amar e ser amado. O prazer é descrito da realização do homem com o universo com a
natureza e o mundo à sua volta. Mas se procurarmos as raízes do prazer dentro de
nós mesmos, iremos encontra-las no fenômeno do amor. O amor e a alegria são
sentimentos que pertencem ao coração. O coração é o órgão do amor. É a morada do
amor. Todo sentimento de amor começa no coração, irradiando a pessoa. Qualquer
um que tenha sentido amor, experimentou essa sensação no coração. O amor faz o
coração ficar leve. Já a perda do amor faz o coração sentir peso, tristeza. A batida do
coração é o ritmo do amor.
O que é criatividade? Pergunta o autor. Até aqui, tratou-se de dois temas: prazer e
criatividade. Ambos estão intimamente relacionados. O prazer fornece a motivação e
a energia ao processo criativo. Com prazer a vida é uma aventura criativa. A
abordagem criativa da vida implica novas e imaginativas respostas às diversas
situações em que a pessoa diariamente vê-se confrontada. Novas respostas são
urgentemente necessárias porque os valores e as formas sociais que governavam os
relacionamentos e regulavam o comportamento de gerações anteriores já não mais
fornecem soluções satisfatórias à vida moderna. A nova resposta procurada não
poderá limitar-se à rejeição dos conceitos estabelecidos. Outro perigo que
enfrentamos é a crença errada de que a experiência é o único valor verdadeiro na vida.
As experiências não assimiladas criativamente aumentam a confusão e diminuem o
senso de identidade. O que é ser criativo? A pessoa criativa olha o mundo com uma
visão nova. Não tenta resolver novos problemas através de antigas soluções. Ser
criativo é ser imaginativo. Mas nem todo ato imaginativo representa uma atividade
criativa. A imaginação criativa começa com uma avaliação e aceitação da realidade.
O impulso criativo começa com a imaginação da criança e termina com a satisfação
das necessidades do adulto. Educar o filho é um ato criativo para que ele se sinta
amado respeitado e seguro. Por ser um ato criativo, não poderá ser calcado numa
fórmula. O desejo de prazer da criança e sua necessidade de auto-expressão devem
ser compreendidos pelos pais. Só atingirão isso se estiverem livres de culpas
pessoais a respeito do prazer e capazes de expressarem seus próprios sentimentos
de maneira aberta e honesta. Todos os pais são obrigados a enfrentar a necessidade
de desenvolver uma nova forma de relacionamento pais-filhos. O que exigirá
sensibilidade, imaginação, auto-conhecimento e auto-aceitação, o que caracteriza
pessoas saudáveis e indivíduos criativos. O prazer liga-se indissoluvelmente à
realização. Uma vida sem realizações será uma vida sem prazer. Há uma antítese
entre prazer e realização oriunda do fato da realização exigir auto-disciplina. Se não
houve prazer no trabalho e nenhuma possibilidade criativa no prazer, o resultado será
uma sensação de frustração, não de alegria. Todo trabalho deve fornecer
oportunidade para o uso da imaginação criativa. Mas a criatividade só floresce numa
atmosfera de liberdade onde o prazer é a força motriz. A fusão criativa de aspectos
antiéticos da personalidade não pode ser o resultado de um esforço consciente. O ato
criativo é uma função do inconsciente. Por definição, o ato criativo é a formação da
imagem que anteriormente não existia na mente. O pensador criativo mergulha fundo
na fonte de sensações para achar as soluções que procura. É capaz de agir assim em
virtude de sua grande auto-percepção, maior do que a da maioria das pessoas. A
auto-percepção é determinada pelo grande contato que a pessoa mantiver com o
corpo. Os seres humanos são dotados de uma natureza dual. São atores conscientes
e refutadores inconscientes. Na relação entre o ego e o corpo, os aspectos
conscientes e inconscientes do "self" funciona o mesmo princípio. O ego é tão forte
quanto o corpo é vigoroso. No corpo reprimido, o ego encontra-se enfraquecido. Em
outras palavras a pessoa que dá vazão às suas reações inconscientes e, na verdade,
alguém com mais consciência do que a pessoa que teme suas reações
inconscientes. Outra grande polaridade no funcionamento da personalidade é a
relação entre pensar e sentir. A capacidade de pensar claramente é tão importante
para a personalidade como a capacidade de sentir plenamente. A dualidade na
natureza humana, responsável pela sua autoconsciência e pelo seu potencial criativo,
também é causa que a predispõe à auto-negação e a atividades auto-destrutivas. O
ego é o aspecto da personalidade que funciona como o ator consciente, enquanto o
corpo é o aspecto da personalidade que reage involuntariamente às sensações. Não
existe ninguém cujo comportamento seja totalmente controlado conscientemente. A
polaridade adulto-criança é a chave para a personalidade criativa. A pessoa em
contato com a criança dentro de si é um verdadeiro ser comunitário. As crianças
estão também mais em sintonia com a natureza do que os adultos. Todo amante da
natureza traz uma criança no coração.
Nome do autor da resenha e data: Odete Maria Gomes dos Santos Novembro / 2003.
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