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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 3° VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CHAPECÓ/SC

JANETE FATIMA CASANOVA, brasileira, casada, agricultora, inscrita no RG n.


3.623.841 e CPF n. 020.649.239-18, residente e domiciliada na Linha Carlos Gomes,
interior do Município de Marema, Estado de Santa Catarina, por seu advogado ao
final assinado, com procuração em anexo, vem respeitosamente a presença de
Vossa Excelência propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal, na


pessoa de seu representante legal, com endereço à Rua Índio Condá, n. 600-D,
bairro Santa Maria, Chapecó/SC, consubstanciado nas razões de fato e de direito
que passa a expor:
1. DOS FATOS

Em 25 de outubro de 2017 a Autora requereu, junto à Autarquia Previdenciária, o


benefício de Aposentadoria por Idade Rural, protocolado sob o número
41/171.549.832-9.
Segundo a Autarquia o benefício foi indeferido, mesmo havendo indícios de
atividade rural:

“todavia não foi considerada a filiação de segurado especial por não ficar
caracterizado o regime de economia familiar em decorrência do exercício
de atividade urbana remunerada por parte do cônjuge. Esclarece-se que,
segundo informações constantes do Cadastro Nacional de Informações
Sociais, o cônjuge da requerente exerce atividade urbana desde
01/08/2000, sendo titular de empresa do ramo de transporte rodoviário
coletivo de passageiros, CNPJ  05.507.966/0001-33, localizada
na Linha Carlos Gomes, Marema, SC, ativa desde 10/02/2003, ficando
evidente a existência de outra fonte de rendimento familiar diversa da
atividade rural e prejudicando o reconhecimento da atividade rural de
subsistência familiar”.

Visto que, os documentos acostados ao requerimento administrativo deram


conta de comprovar a atividade especial rural exercida pela autora com toda
carência necessária e, como supracitado indeferida pela autarquia busca refúgio
judicial para suprir a demanda.
Esclarece a autora que sempre exerceu e ainda exerce atividade rural, na
pequena propriedade de 12,1 hectares (doc. Anexo), na linha Carlos Gomes, interior
do Município de Marema/SC, em regime de economia familiar, extraindo dali o seu
sustento e de sua família.
Ao ingressar com pedido administrativo de aposentadoria por idade, a Autora
juntou alguns documentos, tais como: Certidão de Casamento, Certidão de Registro
de Imóveis, Nota de Produtor Rural, comprovando totalmente o período de
carência para requerer o benefício.
O sustento da Autora advém da agricultura, que aproveitava da melhor maneira
possível os recursos disponíveis da terra.
Na atividade agrícola, cultivava produtos necessários para a subsistência de sua
família, tais como: mandioca, batata doce, milho, arroz, feijão, leite, etc..., sendo
que o excedente da produção é comercializada para suprir outras necessidades da
família.
A Autora sempre laborou com sua família em condições de agricultura familiar,
onde o serviço de cada membro é indispensável à própria subsistência do grupo
familiar.
Em momento algum o grupo familiar se utilizou de empregados, fato este, que a
torna segurada especial perante a autarquia conforme previsão da lei
previdenciária, motivo que lhe da o direito a concessão do benefício.
Apesar do fato do requerimento administrativo ter sido protocolado juntamente
com os documentos que comprovam a qualidade de segurada e a carência
necessária para concessão do benefício ora pleiteado, perante o INSS – Xaxim, a fim
de obter a concessão do benefício de Aposentadoria por Idade Rural, a digna
Autoridade competente indeferiu o presente pedido, culminando por, diante de sua
decisão arbitrária, ferir o direito líquido e certo da Autora, causando-lhe prejuízos,
daí a razão da presente propositura.

2. FUNDAMENTOS

A autora completou 55 anos em 25 de outubro de 2017, preenchendo os


requisitos do art. 48, § 1º, da Lei 8.213/91.
O labor rural da Autora esta comprovado através de vasta documentação
acostada no processo administrativo.
Por seu turno, tanto a pesquisa in loco, quanto o depoimento das testemunhas
ouvidas na justificação administrativa demonstram que a Autora exerceu o labor
rural ao longo de toda a sua vida.
Analisando todos os documentos que a parte autora junta em anexo, dúvidas
não existe em relação à sua condição de rurícola, durante toda a sua vida na
condição de segurada especial, o que será corroborado por meio de prova
testemunhal, cujo rol segue em anexo.
O artigo 39, I, da Lei n.º 8.213/91 regula o direito a aposentadoria do trabalhador
rural e demonstra quais os requisitos necessários para a sua concessão:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta
Lei, fica garantida a concessão:
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de
auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, desde
que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do
benefício requerido; (...).

Então, deste artigo podemos extrair os seguintes requisitos: a) desempenho de


atividade rural; e b) cumprimento do prazo de carência.
Entretanto, o artigo 48, § 1º e 2º da Lei 8.213/91, também informa sobre o terceiro
requisito necessário para a concessão da aposentadoria por idade para trabalhador
rural, ou seja, idade mínima de 60 (sessenta) anos para homens e de 55 (cinquenta e
cinco) anos para mulheres, bem como comprovação de efetivo exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior
ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício pretendido.
Vejamos o artigo 48, § 1º e 2º da Lei 8.213/91:

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que,


cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco)
anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.
(...)
§ 1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e
cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e
mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos
incisos VI e VII do art. 11.
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 1odeste artigo, o trabalhador rural
deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição
correspondente à carência do benefício pretendido, computado o
período a que se referem os incisos III a VIII do § 9º do art. 11 desta Lei.

Desta feita como dito, robustas provas documentais e amplas provas


testemunhais dão conta de demonstrar a atividade rural da Autora em regime de
economia familiar, pois a partir de ........ se dedicou à atividade rural, pelo que
satisfaz o requisito de carência de 180 meses, bem como atinge o requisito etário
preenchido em .../.../... para a obtenção do benefício.
Quanto ao tema, assim tem se posicionado a jurisprudência:
PREVIDENCIÁRIO.APOSENTADORIA RURAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE
URBANA PELO MARIDO. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE
ECONIMIA FAMILIAR. ATIVIDADE AGRÍCOLA. EXCLUSIVIDADE
AFASTADA DESDE A LEI COMPLEMENTAR N. 11/1971. EXCLUSÃO DO
MEMBRO QUE POSSUI RENDIMENTO DIVERSO. SÚMULA 7/STJ.
INOCORRÊNCIA. INEXISTE COMPROVAÇÃO DE SUFICIÊNCIA DA
RENDA OBTIDA NA ATIVIDADE URBANA PELO MARIDO. VALORAÇÃO
DE PROVAS. POSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. 1. O exercício de
atividade urbana por parte do cônjuge varão não descaracteriza a
qualidade de segurada especial da mulher. Precedentes. 2. A partir da
Lei Complementar n. 11/1971, o legislador não mais exigiu a
exclusividade da atividade agrícola para fins de comprovar o regime
de economia familiar. 3. O decrete n. 3.048/1999, no artigo 9°, § 8°, I,
com as ressalvas nele contidas, exclui da condição de segurado
especial somente “o membro do grupo familiar que possui outra
fonte de rendimento”. 4. O acórdão recorrido entendeu restar
descaracterizado o regime de economia familiar sem haver, contudo,
elementos comprobatórios de que a atividade urbana desenvolvida
pelo marido era suficiente para a manutenção da entidade familiar. 5.
Dessa forma, apenas se procedeu à valoração das provas carreadas
no processo, situação que é admitida nesta Corte Superior. Não há
falar em reexame do conjunto fático-probatório dos autos. 6. Agravo
regimental improvido. (STJ – AgRg no REsp: 885695 SP 2006/
0200249-1, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento:
30/10/2008, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação:  DJe
01/12/2008).

Resta esclarecer que o cônjuge exercer outra atividade que não a rural não
descaracteriza a condição de segurado especial de quem postula o benefício PPa
evidenciado.
Segundo o relator MM. Juiz Federal Ezio Teixeira, no julgamento da Ação Civil n.
5028629-95.2015.4.04.9999/PR em 12/11/2017, deixa cristalino o direito da Autora
que:
“O regime de economia familiar existe, portanto, para que os demais
membros da família não restem à margem. No tocante, todavia, ao chefe
da unidade familiar, pode ele estar trabalhando individualmente ou em
regime de economia familiar, ou seja, com ou sem o auxílio de familiares.
A descaracterização do regime de economia familiar, portanto, não afeta
aquele que tem a iniciativa da produção, aquele que a dirige, aquele que
vende o produto; somente se cogita de economia familiar em relação
ao familiar que auxilia na atividade agrícola. Contrario sensu, ter-se-ia
marginalizado o trabalhador que lidasse sozinho, que não possuísse
família; e esta, evidentemente, não foi a vontade do legislador. Apenas
em relação ao regime de economia familiar é que se exige exclusividade
de fonte de renda. Ao trabalhador rural individualmente considerado não
se lhe veda a concomitância de outro qualquer ganho. O legislador deixa
claro, no § 2º do art. 11 supracitado que "todo aquele que exercer,
concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao
Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação
a cada uma delas". É de toda evidência que possível para o
trabalhador rural ter mais de uma fonte de renda; a restrição alcança
apenas àquele familiar que trabalha agregado; e o pressuposto fático de
guardar uma única fonte de renda dimana da dificuldade de
demonstração do exercício do trabalho em família (as notas de compra
de insumo e de venda de mercadorias estão, em regra geral, em nome do
chefe da unidade familiar), tornando-se menos nítida tal participação
quando o cônjuge ou parente detém fonte autônoma de subsistência.”
(grifo nosso)

Em relação à carência exigida, que neste caso é de 180 meses, foi


devidamente atendida, pois a autora é trabalhadora rural, tendo trabalhado toda a
sua vida, ora como diarista, ora como pequena produtora rural, ou
concomitantemente, como atestam os documentos juntados e confirmados por
meio de prova testemunhal.
Diante dos fatos alegados, ou seja, preenchimento dos requisitos atinentes
à idade, comprovação de labor na condição de segurada especial e ainda pelo
tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do
benefício pela requerente, a concessão do benefício de aposentadoria por idade
torna-se uma medida de inteira justiça.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a) O recebimento da presente, com os documentos que a acompanham;
b) A citação da Autarquia Ré para contestar o feito no prazo legal, sob as penas
da lei;
c) A total procedência do pedido, para condenar o Instituto a:
I – Conceder a Autora o benefício de aposentadoria por idade rural.
II – Pagar de uma vez as parcelas vencidas, desde ///////////, tudo devidamente
corrigido.
III – em caso de recurso, ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes em 20% do valor devido até a data da efetiva
implementação do benefício.
d) Requer a produção de provas, todas permitidas em lei;
e) Requer ainda a concessão da Justiça Gratuita a Autora, visto não dispor de
condições financeiras para suportar as custas processuais.

Dá à causa o valor de R$ ........................

Termos em que,
Pede deferimento!

Chapecó/SC, 14 de fevereiro de 2018.

Jonas Coser
OAB/SC 45.702

TESTEMUNHAS:
ATILIO LORENZON, brasileiro, casado, residente e domiciliado no Município de
Xanxerê – SC;

SOALCIR JOSÉ CAVAGNOLI, brasileiro, casado, residente e domiciliado no Município


de Xanxerê – SC.

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