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Parece impossível mas sou uma nuvem, Mário Dionísio

Leitura do texto

1. Esta afirmação surge quando um grupo de pessoas observa as nuvens e vai


associando o aspeto de uma nuvem àquilo que ela lhe sugere – cavalo de
batalha, cabeça de romano, cisne, enfim, perceções muito variadas.

2.1 «Só eu num dia seco de imaginação continuo a ver apenas a nuvem. Mas
para não fazer má figura, quando chega a minha vez de opinar, opto
resolutamente pelo hipopótamo...»

2.2 Porque estava sem imaginação.

2.3 Para não fazer má figura perante os amigos; para não quebrar aquele
momento de diversão em que todos estavam a participar.

3. «Riem-se muito e eu aproveito o alarido para pôr em prática a minha


técnica de viver duas vezes ao mesmo tempo – espécie de Elixir de Longa
Vida que já me permitiu gozar, pelo menos, setenta anos de sol.»

3.1 A técnica de viver duas vezes ao mesmo tempo.

3.2 Por fora faz o que os outros esperam que faça – que seja simpático, que
participe nas conversas, que seja uma pessoa agradável e interessante. Por
dentro, pensa o que quer, reage como lhe apetece. Enfim, sente-se livre dos
constrangimentos sociais.

3.3 Não, porque nem sempre a técnica é controlável, nem sempre é possível
que a vida de aparência e a de verdade coexistam separadas. De vez em
quando o íntimo explode.

4.1 Tal como ao olhar para uma nuvem, cada um «vê» coisas diferentes, ao
conviver com o sujeito de enunciação, cada um vê-o de forma diferente. Cada
um tem dele a perspetiva ou formula a opinião que lhe parece mais adequada.

4.2 Para uns sou engraçadíssimo, com um temperamento meigo e cordial,


inteligente, rico e poupado.

Para outros, pelo contrário, sou entediante (maçador), muito mal-educado,


estúpido, viciado no jogo. (Nota: Há ainda outras opiniões expressas, mas não
se contradizem − músico falhado, ex-cônsul etc...)

4.3 Atribui ao seu talento para se adaptar ao que os outros pensam dele. Qual
ser dotado de capacidades sobrenaturais como Proteu, ele muda de
personalidade conforme lhe convém.

5. Não, pelo contrário. Ele evita que os outros conheçam o seu eu verdadeiro.
Esse diz respeito a si mesmo. A duplicidade que advém desta forma de estar
na vida, esta certeza de que os outros nunca conheceram o «eu próprio» é um
segredo que morre com ele.

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