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1 HISTÓRIA DA GEOGRAFIA.

1.1 EXPANSÃO COLONIAL E PENSAMENTO GEOGRÁFICO.


1.2 A GEOGRAFIA MODERNA E A QUESTÃO NACIONAL NA
EUROPA.
1.3 AS PRINCIPAIS CORRENTES METODOLÓGICAS DA GEOGRAFIA.

O QUE É GEOGRAFIA?

 Corrente majoritária: Geografia é o estudo da superfície terrestre:

Assim, caberia ao estudo geográfico descrever todos os fenômenos


manifestados na superfície do planeta, sendo uma espécie de síntese de todas
as ciências.

 Pensamento de Kant sobre a Geografia:

Esta concepção origina-se das formulações de Kant. Para este autor, haveria
duas classes de ciências, as especulativas, apoiadas na razão, e as empíricas,
apoiadas na observação e nas sensações. Ao nível das segundas, haveria duas
disciplinas de síntese, a Antropologia, síntese dos conhecimentos relativos ao
homem, e a Geografia, síntese dos conhecimentos sobre a natureza.
 Geografia como ciência sintética:
Desta forma, a tradição kantiana coloca a Geografia como uma ciência
sintética (que trabalha com dados de todas as demais ciências), descritiva (que
enumera os fenômenos abarcados) e que visa abranger uma visão de conjunto
do planeta.
 Polêmica o que é superfície terrestre?
Alguns falam em Biosfera, outros em crosta terrestre. Para Antônio Carlos
Robert de Moraes, apenas para encobrir com discussões terminológicas a
vaguidade da definição.

O ESTUDO DA GEOGRAFIA TRADICIONAL E SUA BASE NO


POSITIVISMO
Segundo Antônio Carlos Robert de Moraes todas as correntes da Geografia
Tradicional tem suas bases no positivismo (aqui entendidos como conjunto de
correntes não-dialéticas1).

Uma primeira manifestação dessa filiação positivista está na redução da


realidade ao mundo dos sentidos, isto é, em circunscrever todo trabalho
científico ao domínio da aparência dos fenômenos. Assim, para o positivismo,
os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis,
palpáveis. Como se os fenômenos se demonstrassem diretamente ao cientista,
o qual seria mero observador. Em síntese se fala: “A Geografia é uma ciência
empírica, pautada na observação”

 Crítica de Antônio Carlos Robert de Moraes a essa relação:

Sustenta que ao limitar-se a descrição do que é observado essa interpretação


da Geografia restringiu aos compêndios enumerativos e exaustivos, de triste
memória para os estudantes do secundário.

QUANDO SURGIU O ESTUDO DA GEOGRAFIA

 Estudo Difuso: a Geografia na Grécia Antiga até o final do


século XVIII a “pré-história da Geografia”2:

 Surgimento da palavra: geografia:

Na Grécia antiga foi criada a palavra geografia por Eratóstenes3.

1 O pensamento dialético é composto de três elementos: tese, antítese e síntese.


Ou seja, parte-se de uma determinada tese, à qual é confrontada com uma tese antagônica,
contrária (antítese) e, sem que uma ou outra prevaleça, os elementos de ambas são
combinados em uma nova realidade: a síntese.

2 Nas palavras de Nélson Werneck Sodré.

3 Geografia: geo, significando terra, e grafia, descrição.


 Esboços do estudo da geografia na Grécia antiga, muito disperso e
não sistematizado:

No entanto, o conhecimento entra disperso entre várias formas, pouco


sistematizado e muito difuso. Ainda na Grécia, mesmo que de maneira
embrionária, surgiram diferentes perspectivas do estudo geográfico.

 Geodésia: Com Tales e Anaximandro medição do espaço e a discussão


da forma da Terra, englobando um conteúdo hoje definido como da
Geodésia.

 Geografia Regional: já Heródoto utilizava elementos econômicos,


étnicos, históricos e naturais, possuindo caráter histórico descritivo, ou
seja, uma Geografia Regional.

 Uma representada por Ptolomeu sob a forma de cosmografias, similares


às da Antiguidade, que consistiam em análises sobre a origem e a forma
da Terra, as zonas climáticas e as características físicas do globo.

Até o final do século XVIII, não é possível falar de conhecimento geográfico,


como algo padronizado, com um mínimo que seja de unidade temática, e de
continuidade nas formulações.

 Construção do conhecimento geográfico antes de sua sistematização


como disciplina:

Até o inicio do século XIX, quando efetivamente, a geografia surge como


disciplina sistematizada, designam-se como Geografia:
Relatos de viagem, escritos em tom literário;
Compêndios de curiosidades, sobre lugares exóticos;
Áridos relatórios estatísticos de órgãos de administração;
Obras sintéticas, agrupando os conhecimentos existentes a respeito dos
fenômenos naturais;
catálogos sistemáticos, sobre os continentes e os países do Globo
conhecimento cartográfico e a utilização das coordenadas geográficas (planos
e coordenadas)etc.
Essas obras produzidas no decorrer de importantes acontecimentos como As
Grandes Navegações, o Processo de Transição do Feudalismo para o
Capitalismo Moderno, com a expansão do Mercantilismo e a formação dos
Impérios coloniais dentre outros.
Não estamos dizendo, no entanto, que não foram produzidas obras relevantes
que abordam a temática. Ao contrário, surgiram nesse período obras
importantes, como a Geografia Generalis de Varenius no séc. XVII. No entanto,
ela, além de tratar conteúdos que seriam hoje, objeto de estudo da disciplina
em sua acepção moderna, trata diversos outros temas, que não se relacionam
com o que denominamos Geografia, hoje.
Nesse sentido, não podemos, até o início do séc. XIX, falar na Geografia como
disciplina sistematizada.

 Início do Séc. XIX e a Sistematização da Geografia:

A Sistematização da Geografia só ocorre no séc. XIX, pois nesse período


apresentaram-se as condições históricas que motivaram sua sistematização.
Que seriam:

1. Analisar o acervo de conhecimento construído nos séculos anteriores:

O acervo de conhecimento levantado no período anterior que seria usado,


como base empírica para, comparando os lugares entre si, identificar suas
peculiaridades e individualizá-los.

2. Atender as necessidades das potências coloniais:

Afinal, dominar determinado território implicava conhecê-lo, compreender


sua dinâmica, seus recursos, com fim de apropriar-se deles através do
estabelecimento de atividades econômicas. Para tanto eram necessários
levantamentos mais técnicos, que se deram, dentre outras maneiras, por
expedições exploradoras e expedições científicas.

 Criação de sociedades geográficas e os escritórios coloniais:

Esse conhecimento precisava ser colhido, e analisando pelas metrópoles que


passaram a criar sociedades geográficas e os escritórios coloniais

3. Economia Globalizada e suas necessidades cartográficas, era preciso um


modelo padronizado:

Era necessário haver possibilidade de representação dos fenômenos


observados, e da localização dos territórios. Assim, a representação gráfica, de
modo padronizado e preciso, era um requisito da reflexão geográfica; era
também uma necessidade posta pela expansão do comércio, já que a
economia

 O Iluminismo: o estudo da filosofia, do pensamento político eda


economia, como sistematizadores da Geografia:

Com o Fim da Inquisição, quando a Religião deixa de ser um entrave,


permitindo que a geografia e outras ciências passem a se firmar, pensadores
de diversas áreas do conhecimento passam a estudar conhecimentos que
serão categorizados como geografia.

Na Filosofia, Hegel e Hardes falam da influência do meio sobre a evolução


das sociedades.

Na Política, Motesquie em seu O espirtio das leis, fala, tambpem da ação do


meio sobre o caráter dos povos, desenvovlvendo teses Deterministas.

Na Economia, Adam Smith e Malthus, por exemplo, tratam de temas como: a


produtividade natural do solo; a dotação diferenciada dos lugares, em termos
de recursos minerais; o problema da distância, o do aumento populacional,
entre outros.

 O Evolucionismo e a consagração da geografia:

O Evolucionismo que parte das formulações de Darwin e Lamarck dá um


lugar de destaque, em sua explicação, ao papel desempenhado pelas
condições ambientes; na evolução das espécies, a adaptação ao meio seria um
dos processos fundamentais.

 Acontecimentos históricos e a sistematização da geografia:

O processo de transição do feudalismo para o capitalismo manifestou-se a


nível continental na Europa. Porém, não de forma homogênea. Ao contrário,
obedecendo a particularidades, em cada país onde se apresentou.

Existiram, assim, vias singulares de desenvolvimento do capitalismo, que


engendraram manifestações ímpares. A Geografia será filha de uma destas
singularidades. Aquela da via particular do desenvolvimento do capitalismo
na Alemanha, sem a qual não se pode compreender a sistematização da
Geografia. O processo de transição do feudalismo para o capitalismo
manifestou-se a nível continental na Europa. Porém, não de forma
homogênea. Ao contrário, obedecendo a particularidades, em cada país onde
se apresentou. Existiram, assim, vias singulares de desenvolvimento do
capitalismo, que engendraram manifestações ímpares. A Geografia será filha
de uma destas singularidades. Aquela da via particular do desenvolvimento
do capitalismo na Alemanha, sem a qual não se pode compreender a
sistematização da Geografia. É aqui que surge a Geograia modena.

GEOGRAFIA MODERNA

 Surgimento da Geografia Moderna na Alemanha - Humboldt e Ritter:

Os autores considerados os pais da Geografia, aqueles que estabelecem uma


linha de continuidade nesta disciplina, são alemães – Humboldt e Ritter (
cusjas obras são a base da Geografia Tradicional). Na verdade, todo o eixo
principal da elaboração geográfica, no século XIX, estará sediado neste país.

É da Alemanha que aparecem os primeiros institutos e as primeiras cátedras


dedicadas a esta disciplina; é de lá que vêm as primeiras teorias e as primeiras
propostas metodológicas; enfim, é lá que se formam as primeiras correntes de
pensamento. Tal relação, entre o aparecimento da Geografia e a via do
desenvolvimento do capitalismo na Alemanha, não é gratuita ou aleatória.

 Geografia e a Unificação Alemã:

O pensamento geográfico começa a ganhar força e relevância no processo de


Unificação Alemã, onde a questão do espaço era primordial.

 Alexander Von Humboldt (1769-1859):

Cuja obra mais importante é Cosmos (1845 a 1862, cinco volumes), tanto foi
influenciado pela intelectualidade francesa quanto pelo romantismo alemão.

Geografia como Ciência Síntese e empírica. Geografia de Estudo de Paisagens


baseada no “ Empirismo Raciocinado4” Deu contribuição à cartografia, estudo
das correntes, botânica, e climatologia, geologia...

4
Esse método combina a observação, a medição e a descrição com a
elaboração indutiva, a comparação e a generalização num procedimento e pesquisa
 Karl Ritter:

Geografia como Ciência Síntese e empírica.

Inaugurou a primeira Cátedra em Berlim.

Estudo de Geografia: lugares, suas individualidades e passagens.

Determinismo Divino: Para Ritter, a natureza era obra divina modelada pelo
Criador, e a Terra [...] foi organizada desde a origem para servir de teatro à
Natureza e suas forças e para acolher os povos. O conhecimento das leis que
regem a harmonia telúrica, logo a unidade dessa totalidade, seria o objeto
último da Geografia ritteriana. (Busca do conhecimento como maneira de
Adoração a Deus). A abordagem ritteriana para atingir este fim foi chamada
de Geografia

Geral Comparada, que titula sua mais importante obra, Geografia


Comparada (1822 a 1859, dezenove volumes). Esta é assim chamada porque
“está empenhada em explorar com a mesma atenção cada parte da Terra e
cada uma de suas formas” (Ritter apud MORAES, 2002: 176) e também
porque no “conhecimento dos distintos pontos da Terra nos defrontamos com
fatos análogos, e análogos modos de atuação”.

Início do Antropocentrismo na Geografia: compreensão do homem como


elemento de modificação.

Com Humboldt e com Ritter, as bases para que a Geografia se constituísse


como ciência estavam dadas.

PARADIGMAS DA GEOGRAFIA

Com a modernização e o aprimoramento dos métodos científicos a Geografia


se viu diante de cinco paradigmas que servem até os dias atuais como
padrões ou modelos para seus estudiosos.

que articula diversidade e unidade (assim estudos sistemáticos e sintéticos), e


individualidade e universalidade (assim a escala local e a escala global), e ainda a
subjetividade e a objetividade (assim as impressões e os dados empíricos).Essa
proposta de método culminaria com a generalização, o estabelecimento de leis da
distribuição e combinação espacial dos fenômenos da superfície da Terra.
1. DETERMINISMO.
2. POSSIBILISMO.
3. MÉTODO REGIONAL.
4. NOVA GEOGRAFIA ( OU GEOGRAFIA QUANTITATIVA).
5. GEOGRAFIA CRÍTICA.

1 e 2. O SURGIMENTO DAS ESCOLAS NACIONAIS: ESCOLA ALEMÃ -


RATZEL (DETERMINISMO) X ESCOLA FRANCESA - LA BLACHE
(POSSIBILISMO)

O surgimento das Escolas Nacionais decorreu não da necessidade e de


formação das identidades culturais, mas da necessidade de conhecer o terreno
dos Estados Nacionais que se consolidavam. Embora se possa afirmar que tal
conhecimento ajudasse a formar uma identidade cultural, não se pode afirmar
que essa foi a razão da criação das Escolas Nacionais, já que se tratava de um
contexto histórico de solidificação dos Estados Nacionais, em que era
necessário a maior quantidade de informações possível acerca do Estado.

1. ESCOLA ALEMÃ - RATZEL (DETERMINISMO)

Em meio ao processo de formação do Estado Alemão, entre as diversas


disciplinas estudadas estava a geografia, que estudava não só o território
Alemão, mas seu entorno, dando vantagem estratégica a Alemanha.

Enquanto Humbolt e Ritter vivenciaram o ideal da Unificação Alemã, Raztzel


vivencia a constituição real do Estado Alemão.

Para Ratzel (prussiano) o pensamento geográfico deveria instrumentalizar o


expansionismo Alemão. Assim, sua teoria foi instrumento de legitimação da
política expansionista alemã (Bismarkiano)5.

 Consolidação da Alemanha como berço da sistematização da


geografia.

5 Lembre-se que o contexto é de Unificação Alemã, que, como já estudado, foi um país de
unificação tardia que prejudcou-se, assim, na divisão das possessões coloniais.
Antropogeografia: é a principal obra de Ratzel e funda geografia humana.

Determinismo: para Ratzel a natureza era fornecedora de espaço e recursos


essenciais ao progresso.

 Nela, Ratzel define como objeto do estudo geográfico a influência das


condições naturais sobre a humanidade em sua fisiologia (somatismo),
em sua psicologia (caráter), em sua própria constituição social, pela
riqueza que propicia, na expansão de um povo obstacularizando-a ou
acelerando-a e em seu isolamento ou mestiçagem.

Determinismo Geográfico: segundo o professor Antonio Carlos Robert de


Moraes, os discípulos de Ratzel radicalizaram suas colocações constituído a
Escola Determinista e a Doutrina do Determinismo Geográfico. Com
máximas como: “as condições geográficas determinam a história” e “o
homem é um produto do meio”.

 Principais representantes: Ellem Semple e Elsworth Huntington.

 Para o professor, apesar de simplistas, essa Teoria foi bastante


divulgada e gerou teorias como “a indolência do homem tropical” e “o
subdesenvolviemnto com fruto da tropicalidade em virtude da
abundancia...”

Expansionismo e o Espaço Vital: é com essa compreensão da natureza, que


surge a ideia de espaço vital, na qual o Estado é visto como organismo que
necessita do solo. Para ele, o Estado é consequência da organização da
sociedade para defender determinado território. Nesse, contexto Ratzel
explica a intima relação entre o Estado e o território, teorizando inclusive que
o progresso de um estado bem como sua decadência pode ser percebida pela
apropriação e perda de território.

 Espaço Vital: representaria uma proporção de equilíbrio entre a


população de determinada sociedade e os recursos disponíveis para
suprir suas necessidades.

 Esse pensamento dá base a geopolítica e ao expansionismo


(Imperialismo).

Geopolítica:
Outro desdobramento da obra de Ratzel é a geopolítica: corrente dedicada ao
estuda da dominação dos territórios. Esse termo é cunhado por Kjellen.

 Os principais expoentes da Geopolítica são Kjellen, Mackinder e


Haushofen, que serão estudados no tópico: Teorias de Geopolítica.

Escola ambientalista: também filiação direta dos estudos de Ratzel, essa


escola estuda as relações do homem com os elementos naturais do meio que o
cerca. No entanto, seu determinismo é atenuado, observando o ambiente não
com o determinante, mas como suporte da vida humana.

 Curiosidade: defendia a Teoria do Poder marítimo.

 Contextação do Determinismo por Aziz Ab`Saber:

A história dos processos naturais, embora marcada pelos tempos longos da


natureza, tem menor importância na determinação dos quadros regionais.

Isso ocorre porque o desenvolvimento tecnológico crescente permite que os


processos naturais sejam substituídos por processos artificiais via intervenção
humana. É o que podemos ver, por exemplo, em Israel com suas plantações
no deserto.

No entanto, é importante clarificar que o meio natural ainda é muito


impornato. Podemos, assinalar utilizando o mesmo exemplo de Israel. Apesar
de ser possível hoje fazer uma plantação no deserto o seu custo é muito
superior a uma plantação em uma +área adequada tradicional, que produz de
maneira bem mais competitiva.
2. ESCOLA FRANCESA - LA BLACHE (POSSIBILISMO)

A chamada Escola Francesa é posterior à Escola Alemã, e foi estimulada pela


percepção de que a Alemanha teve uma vantagem estratégica na Guerra
Franco-Prussiana em razão de suas estudos geográficos.

Assim, o governo francês estimulou ao estudo geográfico sobretudo do


território francês e de suas colônias.

O geografo francês Vidal de La Blache desenvolve então o conceito de gêneros


de vida para contestar a Teoria Ratzeliana, segundo a qual a população
nacional deveria garantir um espaço vital.

O Possibilismo de La Blache, em que os homens podem transformar o meio


em que vivem se opõe ao pensamento de Ratzel, em que as relações entre o
homem e o meio são determinadas pelas condições naturais.

3. MÉTODO REGIONAL

Representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o


espaço e os lugares.

O método era comparar regiões, segundo critérios de similaridade e


diferenciação.

Os geógrafos regionais dedicaram-se à coleta de informações descritivas sobre


lugares, dividir a Terra em regiões.

As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de La Blache e Richard


Hartshorne. Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços
eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogêneos
determinariam cada classe, e assim as descontinuidades destes trariam as
divisões das áreas. Este pensmanto geográfico ficou conhecido como método
regional

 Essa perspectiva na Antiguidade Clássica: Heródoto e Estrabão:

Esta perspectiva teria suas raízes em autores da Antiguidade Clássica, como


Heródoto ou Estrabão, que realizaram estudos mostrando os traços naturais e
sociais das terras, por onde andaram.
 Essa perspectiva no Mundo Atual: Geografia Regional.

Modernamente, tal perspectiva tem sua expressão mais desenvolvida na


chamada Geografia Regional. Esta propõe, como objeto de estudo, uma
unidade espacial, a região – uma determinada porção do espaço terrestre (de
dimensão variável), passível de ser individualizada, em função de um caráter
próprio.

Este pensamento geográfico ficou conhecido como método regional.

Para esses, o estudo geográfico deveria abarcar todos os fenômenos que estão
presentes numa dada área, tendo por meta compreender o caráter singular de
cada porção do planeta.

Isto tornou diferenciação como um importante objeto da Geografia


moderna.

4. NOVA GEOGRAFIA (ou GEOGRAFIA QUANTITATIVA ou


TEORÉTICA).

(Pós Segunda Guerra Mundial e década de 1950).

Também chamada de Geografia pragmática e Geografia quantitativa, é uma


corrente de pensamento surgida no contexto pós Segunda Guerra Mundial,
na década de 1950, numa necessidade de exatidão e de conceitos mais teóricos
ligados a estatísticas matemáticas, além de justificar a crise econômica dos
países capitalistas de Terceiro Mundo após a grande guerra, com estatísticas
como seu PIB (Produto Interno Bruto).

As principais características dessa corrente geográfica são:

-Todo o conhecimento apoia-se na experiência (empirismo);

-Deve existir uma linguagem comum entre todas as ciências;

-Recusa de um dualismo científico entre as ciências naturais e as ciências


sociais.

-Maior rigor na aplicação da metodologia científica;

-O uso de técnicas estatísticas e matemáticas;


-A investigação científica e os seus resultados devem ser expressos de uma
forma clara, o que exige o uso da linguagem matemática e da lógica.

Foi usada como um forte instrumento de poder estatal, pois manipulava


dados através de resultados estatísticos.

Predominou na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, principalmente na


década de 1960 a meados de 1970. A partir da década de 1960, a Geografia
Pragmática começou a sofrer duras críticas. Uma das principais críticas é o
fato de não considerar as peculiaridades dos fenômenos, pois o método
matemático explica o que acontece em determinados momentos, mas não
explica os intervalos entre eles, além de apresentar dados considerando o
“todo” de forma homogênea, desconsiderando, portanto, as particularidades.

5. GEOGRAFIA CULTURAL (ou HUMANÍSTICA)

(Ápice: décadas de 1920 e 1930, tendo uma retomada recente com a


Fenomenologia).

Tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer,
Edward Relph e Mercer e Powell.

A Geografia Humanística ou Cultural procura valorizar a experiência do


indivíduo ou do grupo, visando compreender o comportamento e as
maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares, ou seja, a cultura
dos grupos sociais.

Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão do mundo,
que se expressa através das suas atitudes e valores para com o ambiente. É o
contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e
nele se relaciona. Ou seja, trabalha com o conceito de Simbolismo.

Os geógrafos culturais argumentam que sua abordagem merece o rótulo de


"humanística", pois estudam os aspectos do homem que são mais
distintamente humanos: significações, valores, metas e propósitos (Entrikin,
1976).

O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está


integrado, tem significância afetiva para uma pessoa ou grupo de pessoas.
O espaço envolve um complexo de idéias. A percepção visual, o tato, o
movimento e o pensamento se combinam para dar o sentido característico de
espaço, possibilitando a capacidade para reconhecer e estruturar a disposição
dos objetos.

A integração espacial faz-se mais pela dimensão afetiva que pela métrica.
Estar junto, estar próximo, significa o relacionamento afetivo com outra
pessoa ou com outro lugar. Lugares e pessoas fisicamente distantes podem
estar afetivamente muito próximos.

O estudo do espaço é a análise dos sentimentos e idéias espaciais das pessoas


e grupos de pessoas. Valoriza-se o contexto ambiental e os aspectos que
redundam no encanto e na magia dos lugares, na sua personalidade e
distinção.

 Divisão do Espaço em Regiões, onde haveriam a mesma paisagem


cultural:

Segundo o método, os espaços eram divididos em Regiões, nas quais os


elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim as
descontinuidades destes trariam as divisões das áreas.

Atenção! Daí a ideia de que uma região corresponderia à área de ocorrência


de uma mesma paisagem cultural, caracterizada, portanto, como região-
apisagem, ou landscape.

Região: é o conjunto específico de relações culturais no qual há a apropriação


simbólica do espaço determinada pelo grupo cultural.

6. GEOGRAFIA CRÍTICA (ou MARXISTA)

A referência a uma geografia crítica é feita com muita ênfase na obra "A
Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", do francês
Yves Lacoste.

Essa corrente de pensamento geográfico surgiu na França, em 1970, e depois


na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países.

Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande


movimento de renovação da geografia na década de 80.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou
os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.

A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da


geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social,
econômica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente
aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-atividade
frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades sócio-
econômicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da
geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a
inteligência e o espírito crítico.

O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma


aproximação com os movimentos sociais, principalmente na busca da
ampliação dos direitos civis e sociais, como o acesso a educação de boa
qualidade, a moradia, pelo acesso à terra, o combate à pobreza, entre outras
temáticas.

7. GEOGRAFIA AMBIENTAL.

Ramo da geografia que descreve os aspectos espaciais da interação entre


humanos e o mundo natural. Requer o entendimento dos aspectos
tradicionais da geografia física e humana, assim como os modos que as
sociedades conceitualizam o ambiente.

Emergiu como um ponto de ligação entre a geografia física e humana como


resultado do aumento da especialização destes dois campos de estudo.

Como a relação do homem com o ambiente tem mudado em consequência da


globalização e mudança tecnológica, uma nova aproximação é necessária para
entender esta relação dinâmica e mutável.

Exemplos de áreas de pesquisa em geografia ambiental incluem


administração de emergência, gestão ambiental, sustentabilidade e ecologia
política.
TEORIAS DE GEOPOLÍTICA.

Kjellen: cunha o termo: geopolítica.

 A Geopolítica Clássica tem o Estado como único ator internacional,


nesse sentido ressoante ao Realismo Político.

Em seu trabalho a geografa brasileira Bertha Becker tentar acrescentar


novos atores na geopolítica.

Alfred Mahan (1840-1914): Teoria do Poder Marítimo.

Os estudos do almirante Mahan definem como fundamental a


estruturação de uma poderosa Armada e de uma marinha mercante
eficientes viabilizando o controle de importantes rotas marítimas,
considerando a terra, quase sempre com oum obstáculo e o mar como
uma planície aberta.

Mahan defende fala dos EUA com uma grande ilha com acesso ao
atlântico e o pacífico, sendo necessário a abertura de uma interligação
entre esses dois oceanos.

Seu trabalho influencia:

1.a criação das grandes esquadras de guerra americana,

2. propõe a aproximaão dos EUA com o poderio naval britânico, bem


como a

3. defesa coordenada entre europeus e americnaos contra os povos da


Ásia. Por fim,

4. estimula a construção do Canal do Panamá.


Mackinder: Teria do
Heartland. O almirante inglês
contestaria a Teoria do Poder
Marítimo exposta por Ratzel e
Mahan, diante das evidências
de ascensão de outras
potências: EUA, Japão,
Alemanha e Rússia. Assim,
passa a preocuparse com a decadência do Império Inglês e a ascenção de
forças terrestres como a Alemanha e a Rússia. Nesse sentido, identifica
uma Área Pivot na Eurásia, que é uma fortaleza natural, rica em recursos
e defendida da supremacia marítima de outra nação. Nesse sentido, que
controlasse essa área controlaria o coração da “Ilha mundial” e teria
condições de dominar o Mundo.

 Temia uma aliança entre a Alemanha e a Russia que dominasse o


Pivot.

Haushofer: Teoria
das Panregiões.

Então oficial alemão


na 1ª Guerra
Mundial achava que
a Alemanha tinha
feito a aliança errada
ao se aliar à Austria
em razão do Pan
Germanismo, ao
invés de se aliar a
Russia, no que
concordava com a Teoria de Mackinder.

Convencido do declínio das potências colonialistas Inglaterra e França e


a ascenção das novas potências industriais: EUA, Alemanha, Rússia e
Japão, desenvolve a Teoria das Panregiões.
Por ela propunha a regionalização do espaço mundial em quatro
grandes unidades (Autarquias das potências respectivas), cada uma
delas articuladas da seguinte maneira: um centro industrial dinamico,
que desenvolveria áreas menos desenvolvidas, composto de: uma zona
pouco povoada servindo de espaço de reserva para futura ocupação e
também fonte de matérias-primas, outra áreas que fornecesse mão de
obra barata para continuidade do processo de industrialização do centro
e ou para povoamento do espaço de reserva. Assim, cada pan-região
poderia ser bastante autônoma e teriam atendidas as suas necessidades
não havendo mais necessidade de uma potência entrar em guerra com a
outra.

 Ou seja, comungava com o pensamento Ratzeliano de


Lebensraum “Espaço Vital”, que representa o direito de um
Estado de ampliar seus espaço geográfico visando o
desenvolvimento da sua população, nos campos economico e
cultural.

 Ademais a idealização de panregiões comandadas por potências


específicas da Europa, Ásia, África e América estava associada à
neutralização do Império britânico como panregião fragmentada.

Pan-regiões: Panamérica, Euráfrica, Panrússia e Zona de


Cooprosperidade Asiática.

Sua teoria, porém não foi capaz de promover a paz. Inicialmente


Haushofer conseguira influenciar Hitler, inspirando o Pacto de Não
Agressão Russo-Alemão, porém, mais tarde Hitler resolveu invadir a
URSS. Posteriormente Haushofer sreis acusado de colaborador do
nazismo pelo Tribunal de Nurembergue e se suicidaria em sua cela em
1945.

 Os geopoliticos brasileiros se opõem a essa teoria que subjuga o


Brasil a área de influencia americana.
Spikman: Teoria do Rimland

A Geopolítica e o Brasil:

 A geopolítica e a ocupação amazônica:

O projeto de ocupação da Amazônia brasileira teve com uma de suas bases


mais importante o Programa de Integração Nacional, com uma clara
inspiração nos estudos geopolíticos.

O PIN – Programa de Integração Nacional (1970) é do governo Médici e


propunha, com base na disponibilidade de mão de obra no Nordeste (
liberada pelas grandes secas de 1969-1970) e a noção de vazios demográficos
amazônicos, a ocupação das áreas com baixa densidade populacional. Assim,
cunhou lemas como “ Integrar para não entregar” e “terra sem homens para
homens sem terra”. Nesse período foi construída como eixo de integração a
transamazônica (BR-230).

Bibliografia:

 Geografia: Pequena História Crítica (Antonio Carlos Robert de Moraes)

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