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Tribunal de Justiça
Comarca de Angra dos Reis 734
Cartório da 1ª Vara Cível
Coronel Carvalho, 443 1º andarCEP: 23900-000 - Centro - Angra dos Reis - RJ Tel.: (24)3367-2195 e-mail:
ang01vara@tjrj.jus.br
Fls.
Processo: 0001538-75.2018.8.19.0003
Processo Eletrônico
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Em 29/01/2018
Decisão
Cuida-se de pedido de tutela provisória de urgência postulado por Líbano Serviços De
Limpeza Urbana Construção Civil Ltda em face do Município de Angra dos Reis e Vital
Engenharia Ambiental S.A. com pedido de distribuição por dependência ao feito número
1783-23/2017, posto que a discussão dos presentes diz respeito ao cumprimento da decisão
daquele feito.
Sustenta autora que a ré Vital Engenharia Ambiental S.A. foi a vencedora do certame
licitatório promovido pelo Município de Angra dos Reis, apesar de não possuir a licença ambiental
válida, posto que a licença operação apresentada, lhe confere autorização para a
prestação do serviço no município de Campos dos Goytacazes (fls. 154/157,
173/180), inexistindo procedimento administrativo tramitando no INEA para que possa
atuar em Angra dos Reis, conforme restou demonstrado às fls. 203/205.
Requer seja deferida a tutela de urgência para determinar a suspensão dos efeitos dos atos
administrativos de habilitação da Ré Vital engenharia, com a consequente suspensão de todos os
atos praticados a partir de então, com a consequente habilitação da requerente e alternativamente
seja determinado à prefeitura que abra o prazo de 8 dias úteis para apresentação de nova
documentação e prosseguimento do certame nos termos do disposto no art. 48, parágrafo 3º da lei
8666/93.
110 ANDREAMAURO
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca de Angra dos Reis 735
Cartório da 1ª Vara Cível
Coronel Carvalho, 443 1º andarCEP: 23900-000 - Centro - Angra dos Reis - RJ Tel.: (24)3367-2195 e-mail:
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inúmeros documentos arrolados às fls. 354/355 e que sua licença de operação é valida, posto que
o edital somente previa a licença emitida pelo INEA, que a licença de operação somente era
exigida para fins de habilitação técnica das licitantes e não para a execução do contrato, sendo
certo que já promoveu a averbação da licença perante o INEA, que o preço proposto pela ré teve
aprovação do TCE/RJ, que o serviço prestado pela atual empresa é diverso do objeto da licitação
ora discutida, que o valor total da diferença é de apenas R$1805764,08 em um ano, que o grupo
Queiroz Galvão não possui participação ou ingerência na administração da Vital e que a
declaração de inidoneidade perante o TCU encontra-se com sua executabilidade suspensa por
recurso previsto no regimento interno do próprio TCU. Requer o indeferimento da tutela de
urgência requerida.
Às fls. 476 consta manifestação do Município de Angra dos Reis aduzindo que estão ausentes os
requisitos autorizadores para o deferimento da tutela de urgência considerando que o INEA
confirmou que a licença de operação da contratada tem abrangência em todo território do Estado
do Rio de Janeiro, que a economicidade do contrato foi verificada pelo TCE/RJ e que a diferença
de valores é oriunda da disparidade entre o projeto básico atual existente e o antigo, razão pela
qual não se pode comparar os valores finais dos contratos, que há perigo de dano inverso no caso
de deferimento da liminar, pugnando pelo seu indeferimento.
Foi determinada a nova remessa ao MP sobre os novos documentos, tendo o MP reiterado seu
parecer conforme fls. 727 e seguintes.
É o relatório. Decido.
Assim, considerando que a questão dos resíduos sólidos, bem como a determinação da licitação
dos mesmos, foi determinada no processo número 1783-23, entendo que aplica-se em caso o
artigo acima mencionado, com o fim de evitar-se decisões conflitantes, posto que o objeto da
presente demanda diz respeito ao cumprimento da decisão daquele processo já em curso nesta
Vara, razão pela qual rejeito a impugnação do apensamento das demandas.
Com relação ao pedido liminar, assiste razão ao MP, no que tange ao seu deferimento parcial para
o fim de suspender os efeitos do contrato 003/2018 firmado com o réu Vital.
No caso concreto, o autor afirma que a ré Vital utilizou-se o CNPJ de sua matriz para participação
do certame, mas não apresentou a licença de operação válida em todo o estado, apresentando
tão somente uma licença de operação do Município de Campos dos Goytacases, vinculada à sua
filial naquela comarca; requer, assim, a suspensão dos efeitos da habilitação da ré Vital, com a
habilitação da autora e alternativamente, seja determinada a aplicação do disposto no art. 48,
parágrafo 3º da lei 8666/93.
110 ANDREAMAURO
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca de Angra dos Reis 736
Cartório da 1ª Vara Cível
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Como bem salientado pelo i. parquet, há plausibilidade do direito autoral para o deferimento, ao
menos que parcial, da tutela de urgência, no que diz respeito à licença de operação apresentada
pela ré Vital e aceita nos termos do item 6, VI do edital, estar com endereço da cidade de Campos,
localizada há mais de 400km de Angra dos Reis.
Há ainda a demonstração pela autora que a ré Vital sequer havia provocado o INEA para a
obtenção de nova licença de operação; ocorre que juntou a Ré o documento de averbação da
referida licença perante o INEA, documento este datado de 25 de janeiro de 2018, ou seja, muito
após à data de abertura do envelope A, previsto no edital que deveria constar toda a
documentação válida da empresa para a sua habilitação, salientando-se que a averbação constitui
ato administrativo modificativo da licença outrora concedida.
O perigo de dano reside na proximidade do término do contrato existente com a autora, e o termo
inicial do contrato 003/2018 para o dia 01 de fevereiro de 2018, podendo gerar irreversibilidade
fática ou novamente o caos na cidade (como o ocorrido no ano que findou-se) com as trocas
sucessivas de empresa de coleta de resíduo sólido, considerando ainda que estamos nas
vésperas do carnaval, em que a cidade fica lotada de turistas e veranistas, aumentando
demasiadamente a produção de resíduos na cidade, comprova o perigo de dano.
Isto posto, acolho o parecer do Ministério público e defiro parcialmente a tutela de urgência para
determinar tão somente a suspensão dos efeitos do contrato 003/2018, o que poderá ser revisto
com a apresentação de novas provas.
Dou os réus por citados, ante ao comparecimento espontâneo nos autos. I-se o Municipio pelo
OJA plantonista acerca da presente decisão.
Ciência ao MP
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Em ____/____/_____
110 ANDREAMAURO