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Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário

Tribunal de Justiça
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Coronel Carvalho, 443 1º andarCEP: 23900-000 - Centro - Angra dos Reis - RJ Tel.: (24)3367-2195 e-mail:
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Fls.
Processo: 0001538-75.2018.8.19.0003
Processo Eletrônico

Classe/Assunto: Procedimento Comum - Suspensão do Procedimento Licitatório / Licitações

Autor: LÍBANO SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA


Réu: PREFEITURA MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS
Réu: VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S.A.

___________________________________________________________

Nesta data, faço os autos conclusos ao MM. Dr. Juiz


Andréa Mauro da Gama Lobo D'eça de Oliveira

Em 29/01/2018

Decisão
Cuida-se de pedido de tutela provisória de urgência postulado por Líbano Serviços De
Limpeza Urbana Construção Civil Ltda em face do Município de Angra dos Reis e Vital
Engenharia Ambiental S.A. com pedido de distribuição por dependência ao feito número
1783-23/2017, posto que a discussão dos presentes diz respeito ao cumprimento da decisão
daquele feito.

Sustenta autora que a ré Vital Engenharia Ambiental S.A. foi a vencedora do certame
licitatório promovido pelo Município de Angra dos Reis, apesar de não possuir a licença ambiental
válida, posto que a licença operação apresentada, lhe confere autorização para a
prestação do serviço no município de Campos dos Goytacazes (fls. 154/157,
173/180), inexistindo procedimento administrativo tramitando no INEA para que possa
atuar em Angra dos Reis, conforme restou demonstrado às fls. 203/205.

Aduz ainda, que o envelope contendo a proposta financeira da empresa ré foi


apresentado sem assinatura dos licitantes, bem como indica o valor exorbitante do contrato
celebrado o que é por volta R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) por mês e R$
8.400.000,00 (oito milhões e quatrocentos mil reais) maior do que o Município gasta
atualmente com praticamente o mesmo objeto.

Requer seja deferida a tutela de urgência para determinar a suspensão dos efeitos dos atos
administrativos de habilitação da Ré Vital engenharia, com a consequente suspensão de todos os
atos praticados a partir de então, com a consequente habilitação da requerente e alternativamente
seja determinado à prefeitura que abra o prazo de 8 dias úteis para apresentação de nova
documentação e prosseguimento do certame nos termos do disposto no art. 48, parágrafo 3º da lei
8666/93.

O Mp opinou pelo deferimento parcial do pleito às fls. 341 e seguintes.

Manifestação da ré Vital às fls. 348, arguindo preliminarmente a ausência de conexão,


sustentando que houve a aprovação total do edital de licitação pelo TCE/RJ, no que tange aos
documentos exigidos e preço propriamente dito, que a autora foi inabilitada por ausência de

110 ANDREAMAURO
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca de Angra dos Reis 735
Cartório da 1ª Vara Cível
Coronel Carvalho, 443 1º andarCEP: 23900-000 - Centro - Angra dos Reis - RJ Tel.: (24)3367-2195 e-mail:
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inúmeros documentos arrolados às fls. 354/355 e que sua licença de operação é valida, posto que
o edital somente previa a licença emitida pelo INEA, que a licença de operação somente era
exigida para fins de habilitação técnica das licitantes e não para a execução do contrato, sendo
certo que já promoveu a averbação da licença perante o INEA, que o preço proposto pela ré teve
aprovação do TCE/RJ, que o serviço prestado pela atual empresa é diverso do objeto da licitação
ora discutida, que o valor total da diferença é de apenas R$1805764,08 em um ano, que o grupo
Queiroz Galvão não possui participação ou ingerência na administração da Vital e que a
declaração de inidoneidade perante o TCU encontra-se com sua executabilidade suspensa por
recurso previsto no regimento interno do próprio TCU. Requer o indeferimento da tutela de
urgência requerida.

Às fls. 476 consta manifestação do Município de Angra dos Reis aduzindo que estão ausentes os
requisitos autorizadores para o deferimento da tutela de urgência considerando que o INEA
confirmou que a licença de operação da contratada tem abrangência em todo território do Estado
do Rio de Janeiro, que a economicidade do contrato foi verificada pelo TCE/RJ e que a diferença
de valores é oriunda da disparidade entre o projeto básico atual existente e o antigo, razão pela
qual não se pode comparar os valores finais dos contratos, que há perigo de dano inverso no caso
de deferimento da liminar, pugnando pelo seu indeferimento.

Nova manifestação da autora, reiterando os pedidos da liminar e aduzindo que os documentos


juntados pela ré Vital somente corroboram o alegado na inicial, uma vez que não possuía a licença
de operação para todo o Estado, razão pela qual foi necessário proceder o averbamento da
licença para tal, tendo a ré participado do certame com o CNPJ da matriz, utilizando-se documento
exclusivo de sua filial, bem como asseverando que o ato de averbação da licença altera a licença
ambiental já concedida, razão pela qual a Vital não poderia ter sido habilitada e prosseguir no
certame sem o referido documento - fls. 716/717.

Foi determinada a nova remessa ao MP sobre os novos documentos, tendo o MP reiterado seu
parecer conforme fls. 727 e seguintes.

É o relatório. Decido.

Preliminarmente, rejeito a impugnação ao apensamento da presente demanda com o processo


número 1783-23/2017 posto que dispõe o art. 55 parágrafo 3º do CPC que devem ser reunidas
para julgamento conjunto as ações que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes
ou contraditórias, mesmo que não haja conexão entre as mesmas.

Assim, considerando que a questão dos resíduos sólidos, bem como a determinação da licitação
dos mesmos, foi determinada no processo número 1783-23, entendo que aplica-se em caso o
artigo acima mencionado, com o fim de evitar-se decisões conflitantes, posto que o objeto da
presente demanda diz respeito ao cumprimento da decisão daquele processo já em curso nesta
Vara, razão pela qual rejeito a impugnação do apensamento das demandas.

Com relação ao pedido liminar, assiste razão ao MP, no que tange ao seu deferimento parcial para
o fim de suspender os efeitos do contrato 003/2018 firmado com o réu Vital.

No caso concreto, o autor afirma que a ré Vital utilizou-se o CNPJ de sua matriz para participação
do certame, mas não apresentou a licença de operação válida em todo o estado, apresentando
tão somente uma licença de operação do Município de Campos dos Goytacases, vinculada à sua
filial naquela comarca; requer, assim, a suspensão dos efeitos da habilitação da ré Vital, com a
habilitação da autora e alternativamente, seja determinada a aplicação do disposto no art. 48,
parágrafo 3º da lei 8666/93.

110 ANDREAMAURO
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Comarca de Angra dos Reis 736
Cartório da 1ª Vara Cível
Coronel Carvalho, 443 1º andarCEP: 23900-000 - Centro - Angra dos Reis - RJ Tel.: (24)3367-2195 e-mail:
ang01vara@tjrj.jus.br

Como bem salientado pelo i. parquet, há plausibilidade do direito autoral para o deferimento, ao
menos que parcial, da tutela de urgência, no que diz respeito à licença de operação apresentada
pela ré Vital e aceita nos termos do item 6, VI do edital, estar com endereço da cidade de Campos,
localizada há mais de 400km de Angra dos Reis.

Há ainda a demonstração pela autora que a ré Vital sequer havia provocado o INEA para a
obtenção de nova licença de operação; ocorre que juntou a Ré o documento de averbação da
referida licença perante o INEA, documento este datado de 25 de janeiro de 2018, ou seja, muito
após à data de abertura do envelope A, previsto no edital que deveria constar toda a
documentação válida da empresa para a sua habilitação, salientando-se que a averbação constitui
ato administrativo modificativo da licença outrora concedida.

Assim, configurado, ao menos em cognição sumária, a plausibilidade do direito autoral; o que


poderá ser revisto com a apresentação das contestações e novas provas pelas partes.

O perigo de dano reside na proximidade do término do contrato existente com a autora, e o termo
inicial do contrato 003/2018 para o dia 01 de fevereiro de 2018, podendo gerar irreversibilidade
fática ou novamente o caos na cidade (como o ocorrido no ano que findou-se) com as trocas
sucessivas de empresa de coleta de resíduo sólido, considerando ainda que estamos nas
vésperas do carnaval, em que a cidade fica lotada de turistas e veranistas, aumentando
demasiadamente a produção de resíduos na cidade, comprova o perigo de dano.

Ressalte-se ainda, o requerimento do parquet acerca da necessidade da continuidade da


prestação do serviço público de coleta de resíduos sólidos, sob pena de responsabilização
pessoal do gestor e os demais agentes, que deve ser observado pela parte ré Município de Angra
dos Reis.

Isto posto, acolho o parecer do Ministério público e defiro parcialmente a tutela de urgência para
determinar tão somente a suspensão dos efeitos do contrato 003/2018, o que poderá ser revisto
com a apresentação de novas provas.

Dou os réus por citados, ante ao comparecimento espontâneo nos autos. I-se o Municipio pelo
OJA plantonista acerca da presente decisão.

Ciência ao MP

Angra dos Reis, 29/01/2018.

Andréa Mauro da Gama Lobo D'eça de Oliveira - Juiz Titular

___________________________________________________________

Autos recebidos do MM. Dr. Juiz

Andréa Mauro da Gama Lobo D'eça de Oliveira

Em ____/____/_____

Código de Autenticação: 4PLV.YFW8.1BB7.XHWU


Este código pode ser verificado em: www.tjrj.jus.br – Serviços – Validação de documentos
Øþ

110 ANDREAMAURO

ANDREA MAURO DA GAMA LOBO D ECA DE OLIVEIRA:28806 Assinado em 31/01/2018 13:17:25


Local: TJ-RJ

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